Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO PROFESSORA Esp. Regiane Mendes MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 2 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva de Ensino Janes Fidélis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Polos Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento Alessandra Baron, Head de Produção de Conteúdos Celso L. Filho, Gerência de Produção de Conteúdo Diogo R. Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard, Coordenador(a) de Conteúdo Larissa Camargo, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto Garcia da Silva, Designer Educacional Lilian Vespa, Revisão Textual Ludiane Aparecida de Souza, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock. C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; MENDES, Regiane. Materiais e Processo de Produto. Regiane Mendes. Maringá - PR.:Unicesumar, 2018. Reimpressão 2020. 212 p. “Graduação em Design - EaD”. 1. Materiais. 2. Processos . 3. Produto . 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1156-2 CDD - 22ª Ed. 658.5 CIP - NBR 12899 - AACR/2 NEAD Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Impresso por: Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Wilson Matos da Silva Reitor da Unicesumar boas-vindas Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informação e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Willian V. K. de Matos Silva Pró-Reitor da Unicesumar EaD Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. boas-vindas Janes Fidélis Tomelin Diretoria Executiva de Ensino Kátia Solange Coelho Diretoria Operacional de Ensino apresentação do material MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO Regiane Francieli Mendes Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Para os profissionais de design de produto, escolher e/ou estudar questões sobre materiais e processos, provavelmente, não é uma das questões favoritas no desen- volvimento de um novo produto, e nem a mais fácil. Uma vez que não há muita literatura brasileira que aborde esses temas de maneira acessível aos conhecimentos de um designer, a realidade é que a maioria dos conteúdos de tais temas é bastante voltada às áreas específicas da engenharia de materiais e processos. Assim, neste livro, iremos conhecer, analisar e estudar sobre esses dois temas tão importantes para o design de produto, que são os materiais e processos de fabricação possíveis para a produção de um produto.Como atualmente há uma infinidade de materiais e processos que podem ser utilizados para tal finalidade, os temas serão desenvolvidos de forma simples, com o objetivo de proporcionar um conhecimento inicial, um ponto de partida, para que, posteriormente, os designers possam ter uma base para procurar informações mais específicas e detalhadas de materiais e processos que necessitem para o desenvolvimento de seus produtos. Conhecer e entender quais as possibilidades de materiais, processos e suas pro- priedades é essencial para o desenvolvimento de produtos que tenham, além de um ótimo design, características importantes para seu sucesso no mercado. Isso significa ter vantagens competitivas frente a produtos concorrentes, uma vez que a fabricação com muitos materiais de alto custo, e com a utilização de processos lentos e/ou complexos, pode comprometer a venda do produto aos consumidores. É também importante considerar aspectos como o comprometimento da saúde do planeta, conformidades exigidas por órgãos reguladores de produtos nos diferentes países, vida útil e durabilidade desses produtos. Agora, vamos construir juntos um conhecimento teórico que irá auxiliar muito na prática, de maneira simplificada à realidade do design de produto. Você está preparado(a)? Então vamos lá! Na Unidade I, intitulada “Processos de Fabricação de Produtos”, vamos conhecer um pouco das principais categorias em que os processos de fabricação existentes se dividem, que são: conformação mecânica I e II; conformação metalúrgica; processos de união e melhoria; e também ver quais os processos que se enquadram em cada uma dessas categorias, suas propriedades, ferramentas e maquinários necessários para que sejam realizados, independentemente de qual o material trabalhado. Na Unidade II, “Materiais Metálicos”, vamos conhecer os metais mais utilizados na fabricação de produtos, os metais ferrosos e não ferrosos, os principais processos pelos quais esses materiais passam para se transformar em produtos e os aspectos gerais existentes na realidade da utilização de metais como matéria-prima, ques- tões ambientais, cadeia de fornecimento, economia e outros pontos que impactam diretamente na fabricação com tal material. Na Unidade III, denominada “Materiais Cerâmicos”, serão apresentadas informa- ções sobre materiais de cerâmica e vidro, que também fazem parte dessa categoria de material. Vamos conhecer as propriedades deles e quais os processos mais utilizados para a transformação de tais materiais em produtos finais, abordando aspectos que influenciam positiva ou negativamente na utilização dessa categoria de materiais. Na Unidade IV, “Materiais Polímeros”, vamos conhecer esses materiais, bastante usados nas indústrias de transformação, como são classificados (termoplás- ticos, termofixos, elastômeros), as características e propriedades que fazem com que haja essa classificação distinta, aspectos gerais do material e quais os processos mais comumente utilizados na fabricação de produtos que têm polímeros como base. Por último, mas não menos importante, na Unidade V, vamos estudar dois tipos de materiais diferentes e que, em comparação aos demais já estudados, têm menor utilização na fabricação de produtos, que são os “Materiais na- turais, compósitos e avançados”. Assim como nas demais unidades, também serão abordados os processos e os aspectos gerais relacionados aos materiais da unidade, encerrando, portanto, o conteúdo de materiais e processos pro- postos por este livro. Caro(a) aluno(a), este livro tem como objetivo fornecer conhecimento teórico sobre os principais materiais e processos utilizados na fabricação de produtos e os aspectos que influenciam suas utilizações. A intenção é contribuir para que a escolha do material e processo seja facilitada, aumentando o limite do potencial criativo dos profissionais da área, que terão uma visão maior dos benefícios estéticos, de lucratividade, durabilidade, fabricação e distribuição de um possível produto. Desejo a você um ótimo e proveitoso estudo! autora Professora Esp. Regiane Francieli Mendes Possui graduação em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Maringá e especialização em Gestão da Produção pela mesma instituição. Tem experiência na área de Engenharia de Produção, com ênfase em Melhoria Contínua, adquirida em atuação em empresa da área de Alimentação Pet. Tra- balhou por dois anos no Programa ALI (Agentes Locais de Inovação) do SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) do Paraná, acompanhando agroindústrias da região noroeste do Paraná, diagnosticando questões sobre gestão empresarial, produção, tecnologia e inovação. Atualmente, é Direto- ra/Consultora na empresa SETTIMOS Consultoria e consultora especializada SEBRAE, desenvolvendo trabalhos na área de Qualidade, Regulamentação e Normatização Técnica, Métodos e Técnicas de Produção. Para saber mais, acesse o link disponível em: <http://lattes.cnpq. br/4614791110432557>. sumário PROCESSOS DE FABRICAÇÃO 14 Processos de Conformação Mecânica I 20 Processos de Conformação Mecânica II 24 Processos de Conformação Metalúrgica 30 Processos de União 36 Processos de Melhoria e Acabamento 44 Considerações finais 49 Referências 50 Gabarito UNIDADE II MATERIAIS METÁLICOS 56 Metais 62 Metais Ferrosos 70 Metais não Ferrosos 78 Tratamento em Metais 84 Aspectos Gerais dos Metais 89 Considerações finais 95 Referências 97 Gabarito UNIDADE III MATERIAIS CERÂMICOS 102 Cerâmicas 108 Cerâmicas Avançadas 112 Processos em Cerâmicas 118 Vidros 124 Processos em Vidros 128 Considerações finais 133 Referências 135 Gabarito UNIDADE IV MATERIAIS POLÍMEROS 140 Polímeros 146 Polímeros Termoplásticos 152 Polímeros Termofixos 158 Polímeros Elastômeros 162 Processos em Polímeros 166 Considerações finais 170 Referências 171 Gabarito UNIDADE V MATERIAIS NATURAIS, COMPÓSITOS E AVANÇADOS 176 Madeira 182 Classificação das Madeiras 188 Processos em Madeira 194 Compósitos 200 Novos Materiais 203 Considerações finais 208 Referências 210 Gabarito 211 Conclusão Geral Professora Esp. Regiane Mendes Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Processos de Conformação Mecânica I • Processos de Conformação Mecânica II • Processos de Conformação Metalúrgica • Processos de União • Processos de Melhoria e Acabamento Objetivos de Aprendizagem • Conhecer os processos classificados como Processos de Conformação Mecânica, suas características, ferramentas e maquinários. • Conhecer os processos classificados como Processos de Conformação Metalúrgica, suas características, ferramentas e maquinários. • Conhecer os processos classificados como Processos de União, suas características, ferramentas e maquinários. • Conhecer os processos classificados como Processos de Melhoria e Acabamento, suas características, ferramentas e maquinários. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO unidade I INTRODUÇÃO U m produto final é o resultado de uma série de fatores, sendo que os mais relevantes são o design, o material utilizado e os processos de fabricação pelos quais o produto passou. Dessa forma, é essencial que o profissional do design tenha conheci- mento e compreensão de quais processos existem e que podem contribuir de maneira adequada para o desenvolvimento do produto em questão. No decorrer da história, para suprir as necessidades do homem, mui- tas técnicas de fabricação foram surgindo e sendo aperfeiçoadas ao longo do tempo. Desse modo, saímos da utilização de apenas materiais natu- rais e processos manuais para atualmente obter uma grande variedade de processos que transformam inúmeros materiais, os quais são usados para produzir desde produtos minúsculos, como uma esfera de aço de 0,25 mm, até produtos grandiosos e sofisticados, como jatos supersônicos. Os processos de fabricação transformaram e transformam o mun- do continuamente e estão sendo estudados e melhorados a todo o tem- po. Por isso, é necessário,pelo menos, conhecer a maioria que está dis- ponível, quais suas utilidades, técnicas e resultados que proporcionam ao material, ou seja, suas características principais e relevantes, para poder escolher qual ou quais são os processos mais adequados para a fabricação de produtos. Assim, nesta unidade, iremos conhecer de maneira geral os principais processos de fabricação, como: os processos de conformação mecânica e metalúrgica, processos de união e, também, processos de melhoria e acabamento. Já nas demais unidades, falaremos dos grupos de materiais e dos principais processos utilizados para transformação deles. Isto é, nesta unidade, teremos uma visão geral dos principais processos e, posterior- mente, veremos os mesmos processos, porém empregados na transfor- mação dos diferentes materiais. MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 14 Caro(a) aluno(a), atualmente existem diversos pro- cessos de fabricação de um componente ou produto, sendo que cada um possui sua importância e finalidade para a fabricação do produto. A sequência de utilização dos processos varia muito de um produto para outro e, portanto, proporciona diferentes resultados finais. Segundo Lima (2006), independentemente do material que será transformado, os processos de fabricação podem ser divididos em quatro grupos. Tais processos combinados proporcionam a trans- formação dos materiais em uma infinidade de op- ções. Esses quatro grupos iremos subdividir em Processos de Conformação Mecânica I Impressão digital Preparação do Modelo Laboratório Produxtion Corte a laser Processamento de Projetos Possibilidades criativas Modelagem 3D Engenheiro de Hardware O�cina Recursos Técnicos Ferramentas de Design Layers DESIGN 15 apenas três, sendo eles: processos de conformação; melhoria e acabamento; e união. Os processos do quarto grupo podem ser encontrados nos três cita- dos anteriormente. Caro(a) aluno(a), vamos iniciar nossa discussão com os processos de conformação, que são consi- derados um dos processos mais antigos da história do homem. Eles são caracterizados por serem pro- cessos pelos quais a matéria-prima, seja em estado líquido, plástico ou sólido, com ou sem a presença de calor, é submetida a algum esforço ou ação que altere sua geometria inicial. O emprego do calor, que pode deixar o processo quente, morno ou frio, depende muito das caracte- rísticas do material que será utilizado e qual é o ob- jetivo com a peça resultante do processo. Em relação às características das matérias-primas, no decorrer deste livro, iremos conhecer as particularidades e propriedades mais importantes dos principais gru- pos de materiais usados para a fabricação de produ- tos (MIRANDA, 2015). Os processos de conformação são divididos em dois grupos: processos mecânicos e processos meta- lúrgicos. Os processos metalúrgicos têm a caracte- rística de transformar a forma do material por meio de altas temperaturas e, por sua vez, também se sub- dividem em dois: os processos de conformação por solidificação e por sinterização. Nos processos por solidificação são aplicadas temperaturas superiores às temperaturas de fusão do material (Temperatura de trabalho > Tempera- tura de fusão do material), assim, o resultado do processo é atingido pela transformação de líquido para sólido. No caso do processo por sinterização, as temperaturas de processamento são inferiores ao ponto de fusão do material (Temperatura de traba- lho < Temperatura de fusão do metal), também de- nominada metalurgia do pó (ROCHA, 2012). Por sua vez, o grupo dos processos mecânicos caracteriza-se por modificar a forma inicial do ma- terial com a aplicação de tensões externas sobre ele. Eles também se subdividem em dois: processos de conformação plástica e de usinagem. Nos processos de deformação plástica, as tensões são aplicadas sobre o material, porém, a tensão é in- ferior ao limite de resistência à ruptura do material. Essa característica é chamada de “resistência à tração”, e cada material possui a sua. Já nos processos de de- formação usinagem, as tensões aplicadas são sempre superiores ao limite mencionado. Dessa forma, o re- sultado obtido desses processos acontece por meio da retirada de material. Para entendermos melhor, na figura a seguir há uma organização dos processos de conformação com todas as suas subclasses e os processos que fa- zem parte de cada uma das classes. MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 16 Caro(a) aluno(a), após entender quais as princi- pais características dos processos de conformação e suas classificações, vamos aprender um pouco so- bre os principais processos utilizados pelas indús- trias de manufatura. PROCESSOS POR DEFORMAÇÃO PLÁSTICA Vamos iniciar nosso aprendizado com os processos por deformação plástica, que são processos de con- formação mecânica caracterizados pela aplicação de tensões externas sobre materiais com auxílio de má- quinas e equipamentos, a fim de modificarem suas formas iniciais para formas desejadas. Laminação A laminação, atualmente, é um dos processos mais utilizados, pois apresenta alta produtividade e um bom controle dimensional do produto acabado. Os produtos feitos pelos processos podem ser placas, chapas, barras de diferentes seções, trilhos, per- fis diversos, anéis e tubos, que são empregados em diversas áreas, como a construção civil, transporte, metalmecânica e outros. A laminação, basicamente, consiste em um con- junto de processos em que o material passa por uma abertura entre cilindros, que apesar de terem a mes- ma velocidade, estão em sentidos opostos e podem ser conduzidos a frio ou a quente. A peça, então, sofre uma deformação plástica ao passar entre os cilindros, resul- tando na diminuição da seção transversal, aumento da largura e do comprimento (MIRANDA, 2015). As máquinas usadas no processo são denomina- das laminadores. São compostas, principalmente, por cilindros, mancais e carcaça (gaiola) – utilizadas para fixar as partes –, e um motor que fornecerá potência aos cilindros e controle da velocidade de rotação. Os laminadores podem ser classificados de acordo com o arranjo dos cilindros. Os três tipos principais são: duo, que possui dois cilindros; trio, que possui três cilindros; e quádruo, que, consequentemente, possui quatro cilindros em seu arranjo. O laminador duo pode ser não reversível, em que a peça é somente laminada em um sentido, retornando por cima ou pelo lado se for necessário submetê-la novamente à pren- sagem, e, também, pode ser reversível, em que a peça pode ser laminada nos dois sentidos na ida e na volta. Há também os laminadores Sendzimir e o Univer- sal. O Sendzimir é utilizado no processo a frio para cha- pas finas, pois possui cilindros de pequeno diâmetro, enquanto o universal é composto por uma combinação de cilindros verticais e horizontais, capaz de produzir Figura 1 – Classificação geral dos processos de conformação. Fonte: Rocha (2012). DESIGN 17 perfis estruturais de abas paralelas com ótimo desem- penho e qualidade (PACHECO; BESKOW, 2012). Na figura a seguir, temos a representação visual dos princi- pais tipos de laminadores utilizados nos processos. que ele assuma o contorno da ferramenta confor- madora, denominada matriz. O processo de forja- mento na peça de material pode ser feito por meio de martelamento ou aplicação gradativa de pressão. Normalmente, é efetuado a quente, embora certos metais possam ser forjados a frio também. Os componentes e produtos desenvolvidos por forjamento possuem alta resistência mecânica, po- dem possuir diferentes tamanhos, formas e serem de materiais variados. Os produtos típicos do processo são: discos de turbina, rodas, esferas, ferramentas manuais, componentes estruturais para máquinas e equipamentos de transporte. Logo, a indústria auto- mobilística mundial é a maior consumidora de pro- dutos forjados; cerca de 60% da tonelada de produ- tos produzidos no mundo (MIRANDA, 2015). O processo de forjamentopode ser dividido em forjamento livre (matriz aberta) e forjamento em matriz (matriz fechada). No forjamento livre, duas matrizes, podendo ser planas ou com formato sim- ples, aplicam compressão direta no material, que escoa perpendicularmente à direção da força apli- cada. Este processo, geralmente, é utilizado para a obtenção de peças de grande e com pequeno volume de produção. No forjamento em matriz fechada, o material utilizado adota a forma esculpida na junção das duas matrizes e não acontece o livre espalhamen- to do material. Costuma ser usado para a fabricação de peças pequenas com tolerâncias dimensionais es- treitas e em grande volume de produção para justifi- car o custo elevado (ROCHA, 2012). Em relação aos equipamentos utilizados no processo, há duas classes principais: os martelos e as prensas, sendo que a deformação no material é provocada por impactos de martelos ou por for- ça de compressão em baixa velocidade no caso das prensas. No forjamento a martelo, o procedimento Cilindros Horizontais Cilindros Verticais a) b) c) d) e) f) Figura 2 – Tipos de laminadores: (a) laminador duo não reversível; (b) laminador duo reversível; (c) laminador trio; (d) laminador quá- druo; (e) laminador Sendzimir; e (f) laminador universal. Fonte: Pacheco; Beskow (2012). Forjamento O forjamento é um dos processos de conformação mais antigos da história, data aproximadamente 5000 a.C, e é a técnica utilizada pelos antigos “ferreiros”. Todavia, com o acontecimento da Revolução Indus- trial e todos os processos de avanços da tecnologia até os dias atuais, as técnicas evoluíram muito. Hoje, é comum o uso de programas computacionais comple- xos no auxílio do processo que proporciona redução de desperdícios de materiais e de tempo de operação. O processo é caracterizado pela conformação por esforços que prensam o material, fazendo com MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 18 é aquecer uma barra do material até próximo à sua temperatura crítica e, com repetidas pancadas, ir conformando-a contra uma bigorna. As pancadas são realizadas por máquinas “Martelo Pneumático”. No entanto, o processo também pode ser feito ma- nualmente, como o trabalho de ferreiros que confor- mam metais (LESKO, 2004). Trefilação A trefilação, como os demais processos de confor- mação, também é muito antigo, pois já era utiliza- do por povos da antiguidade, como os egípcios e os chineses, para a obtenção de fios de metais preciosos para a fabricação de joias. Com o passar do tempo, foram se aperfeiçoando as técnicas desse processo bastante utilizado hoje em dia. De forma bem simples, podemos caracterizar o processo pela redução da seção transversal de um fio – que pode ser uma barra ou tubo – ao conduzir a peça por meio de uma ferramenta conhecida como fieira (que tem um formato externo cilíndrico com um furo), com diâmetro decrescente, no centro por onde passa a barra ou o tubo. Dessa forma, ao pas- sar pelo equipamento a seção da barra ou do tubo é reduzida, tornando-se peças menores. Assim, o processo não produz tubos, mas transforma-os, me- lhorando sua precisão dimensional, acabamento e, principalmente, aumentando a resistência mecânica (PACHECO; BESKOW, 2012). A trefilação é um processo que tem como obje- tivo a obtenção de barra, tubo, arame ou fios com diâmetros menores; logo, os produtos trefilados têm várias aplicações. As barras com diâmetro inferior a 5 mm são denominadas arames ou fios. São arames quando empregados para fins da construção me- cânica e são fios no caso de aplicação em produtos elétricos. Como exemplo de produtos trefilados, po- demos citar os filamentos de lâmpadas, armação de óculos, pistões pequenos, termopares, material para parafusos e tantos outros (MIRANDA, 2015). Extrusão Extrusão é um processo que consiste em reduzir ou modificar a seção transversal de um corpo metálico (tarugo ou lingote), que geralmente apresenta forma cilíndrica, por meio da aplicação de altas tensões de compressão de um pistão, acionado pneumática ou hidraulicamente. Dessa forma, o material metálico é forçado a escoar através da abertura existente no meio da ferramenta utilizada na operação. A extrusão é classificada como um processo de compressão indireta, uma vez que são as paredes in- ternas da ferramenta que provocam – por causa da reação – a pressão do pistão e a ação de compressão sobre o corpo metálico. Na figura a seguir, temos a representação do processo de extrusão. Na imagem, podemos observar que há um pistão que exerce for- ça de compressão no corpo metálico em tempera- tura elevada e que tem sua forma modificada após passar pela ferramenta que dá o molde ao produto extrusado (ROCHA, 2012). RECIPIENTE DA EXTRUSÃO FERRAMENTA PISTÃO BARRA EXTRUDADA TARUGO Figura 3 – Processo de Extrusão. Fonte: Miranda (2015, p. 75). DESIGN 19 Considerando o movimento do material extrusa- do, o processo pode ser classificado em dois tipos: direto e inverso. A extrusão direta ocorre da forma que mencionamos nos parágrafos anteriores, ou seja, o material é forçado pelo pistão a passar pela ferramenta que se encontra do lado oposto do re- cipiente. No processo de extrusão inverso, o pistão fica fixo e é o recipiente com o material que vai de encontro a ele. Além da classificação devido ao movimento do material no processo de extrusão, há também o pro- cesso de extrusão por impacto, em que o material é colocado em uma cavidade e, posteriormente, gol- peado por um pistão. O material, então, é extrusado para cima, entre as paredes da matriz e o pistão. Estampagem O processo de estampagem compreende um con- junto de operações em que as chapas planas são transformadas em produtos com uma nova forma geométrica, podendo ser plana ou curva. Os equipa- mentos necessários para o processo são compostos por uma prensa de estampagem e de dois disposi- tivos: a punção e a matriz. Esta contém o formato da peça que será conformada no processo. Apesar de geralmente ser realizado a frio, também pode ser a quente; isso dependerá da espessura e do tipo do metal que constitui a chapa e também do design da peça a ser fabricada (CHIAVERINI, 1986). Basicamente, o processo de estampagem com- preende as seguintes operações sequenciais: • Corte; • Dobramento; • Estampagem profunda; A primeira operação é o corte, que consiste no des- prendimento de uma parte da chapa, por meio da ação do punção de corte, que é aplicado por uma prensa exercendo pressão sobre a chapa. Esta, por sua vez, está apoiada em uma matriz. No momento em que o punção penetra na matriz, a força de com- preensão se transforma em força de cisalhamento e ocorre o desprendimento de parte da chapa, que terá a forma geométrica presente na matriz. A segunda operação do processo de estampagem é o dobramento, que é a realização de dobras em uma chapa, formando mais de um plano, separados por ângulos. Para tal operação, são utilizadas ferra- mentas conhecidas como estampos de dobramento. Uma característica que necessariamente deve ser le- vada em conta no dobramento é o raio de curvatu- ra utilizado para a peça e a elasticidade do material, porque, após a, deformação provocada pelo dobra- mento, a peça tende a voltar à sua forma primitiva. Assim, ao se construir os estampos de dobramento, que como vimos é a ferramenta utilizada na opera- ção, deve-se fixar um ângulo de dobramento mais acentuado para que, quando a pressão de conforma- ção for cessada, a peça fique com o ângulo desejado (ROCHA, 2012). A última operação do processo de estampagem é a estampagem profunda. Tem como princípio básico obter, a partir de um disco metálico plano, peças ocas, como a forma de um copo. O fundo da peça pode ser de diferentes formas. A estampagem profunda produz mais comumente: cápsulas, carro- cerias e para-lamas de carros, recipientes de alumí- nio para transporte de leite, cartuchos em latão para munições, latas de refrigerante e outros produtos. MATERIAIS E PROCESSO DEPRODUTO 20 Caro(a) aluno(a), neste segundo tópico continuare- mos a conhecer os processos de conformação mecâ- nica, mas agora iniciaremos os mais importantes pro- cessos de conformação por deformação usinagem. PROCESSOS POR DEFORMAÇÃO USINAGEM No tópico anterior, conhecemos os principais pro- cessos de conformação mecânicos por deformação plástica. Neste tópico, iremos conhecer processos de conformação por deformação usinagem, que são ca- racterizados pela aplicação de tensões nos materiais, superiores ao limite de resistência à ruptura deles. Dessa forma, o resultado de tais processos é a retirada de material da peça processada, e não apenas a confor- mação dela, como acontece na deformação plástica. Torneamento Torneamento é uma operação de usinagem que se baseia na rotação uniforme de uma peça cilíndrica em torno de um eixo fixo. Ao mesmo tempo, uma ferramenta de corte retira material da peça (cavaco), a fim de deixá-la bem definida em relação à sua for- ma e dimensões. O torneamento, então, acontece de- vido à retirada progressiva de material da peça pro- cessada. O corte na peça é feito por uma ferramenta de gume cortante que, necessariamente, precisa ter dureza maior do que a da peça a ser trabalhada. Processos de Conformação Mecânica II DESIGN 21 No processo de torneamento, podem acontecer três movimentos distintos que são os responsáveis por proporcionar os diferentes resultados em rela- ção ao torneamento de uma peça. São eles: Quadro 1 – Movimento de torneamento Movimento de corte Principal movimento da operação, realizado pela peça que será traba- lhada de maneira rotativa, permi- tindo seu corte. Movimento de avanço Responsável por movimentar a ferramenta de corte sobre a superfície da peça que se encontra em movimento de corte. Movimento de perfuração Movimento que permite obter profundidade de corte, de maneira que empurra a ferramenta de cor- te em direção ao interior da peça. Fonte: adaptado de Silva (2010). Na figura a seguir, podemos observar a ilustração esquemática dos três diferentes movimentos que po- dem acontecer no processo de torneamento. Modificando o formato, a posição da ferramenta de corte e, também, o tipo de movimento, podem-se obter diferentes resultados na peça por meio do pro- cesso de torneamento, apenas utilizando acessórios adequados e próprios para a ferramenta de corte, uma vez que é ela que define o tipo de corte a ser feito na peça (SILVA, 2010). Aplainamento Aplainamento é um processo realizado com o obje- tivo de obter superfícies planas em posição horizon- tal, vertical ou inclinada de uma peça. A operação é realizada com a utilização de ferramentas que pos- suem apenas uma aresta cortante, a qual, em movi- mento linear, consegue retirar todo o sobrematerial, conseguindo, consequentemente, uma peça com as- pecto plano. O processo de aplainamento é realizado por má- quinas denominadas plainas, que podem ser de dois tipos: plaina limadora e a plaina de mesa. Na plaina limitadora, a máquina apresenta mo- vimento retilíneo alternativo, do tipo “vaivém”, de forma que movimenta a ferramenta sobre toda a superfície da peça, retirando o sobrematerial, dei- xando-a plana. Assim, o ciclo completo da operação na máquina divide-se na parte de avanço da ferra- menta, onde é realizado o corte, e na parte que a fer- ramenta de corte recua para a posição inicial, sem cortar a peça (SILVA, 2014, on-line)1. A plaina de mesa, além de realizar todas as ativi- dades desenvolvidas pela plaina limitadora, também faz os processos de fresamento e retificação. A única diferença, fora a já citada, é que a peça faz o movi- mento retilíneo alternativo, e não há ferramenta de aplainar, como acontece na limitadora. 1 2 3 Figura 4 – Representação esquemática dos movimentos do processo de torneamento: (1) Movimento de Corte; (2) Movimento de Avanço; (3) Movimento de Perfuração. Fonte: Monteiro (1999, p. 7). MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 22 A ferramenta de aplainar é essencial ao sucesso do processo; a forma do gume da ferramenta é esco- lhida de acordo com o trabalho de aplainamento a executar (MONTEIRO, 1999). Fresagem Consiste no processo de usinagem em que o mate- rial é removido de uma peça por meio de uma fer- ramenta giratória, denominada “fresa”, que possui múltiplos gumes cortantes. Cada gume remove uma pequena quantidade de material em cada revolução do eixo onde a fresa é fixada. Devido aos movimentos do processo de fresagem, é possível usinar qualquer peça e superfícies de todos os tipos e formatos. Um dos movimentos é o de rota- ção da ferramenta, a fresa; outro movimento é o da mesa da máquina, onde é fixada a peça a ser trabalha- da e ambas podem ser movimentadas em mais de uma direção ao mesmo tempo. Além de trabalhar peças de várias superfícies, o processo também tem a vantagem de ser o mais rápido entre os processos de usinagem, em virtude de sua ferramenta multicortante. A máquina que realiza essa operação é chamada de fresadora, e existem três tipos: fresadora vertical, fresadora horizontal e fresadora universal. A classi- ficação das máquinas se deve à posição do seu eixo- -árvore em relação à mesa de trabalho onde é fixada a peça a ser usinada (JÚNIOR; SOUZA, 2013). Fresadora horizontal: o eixo-árvore é paralelo à mesa da máquina. A máquina possui uma base que sustenta todos os componentes: uma coluna onde está localizada a árvore; o suporte que tem movi- mento vertical; fixado a ele, tem o carro que se move horizontalmente; e, ainda, há a mesa que é fixa no carro, que também tem movimento horizontal e a 90º em relação ao movimento do carro. Essa confi- guração permite que a peça possa ser usinada de três movimentos: movimento vertical, devido ao suporte; e dois horizontais, perpendiculares entre si, devido ao carro e à mesa. Fresadora vertical: o eixo-árvore é perpendicular à mesa da máquina. A máquina possui uma base onde está ligado o suporte que se movimenta verticalmente; em cima do suporte, há o carro que tem movimentos horizontais; sobre o carro, está a mesa, onde as peças são usinadas; fazendo integração com a base, há um montante onde se encontra o cabeçote com o porta- a) b) c) d) 1) Figura 5 – Ferramentas para desbaste: a) ferramenta reta para desbastar à esquerda; b) ferramenta reta para desbastar à direita; c) ferramenta curva para desbastar à esquerda; d) ferramenta curva para desbastar à direita. Fonte: Feng (on-line, 2014, p. 5)1. Figura 6 – Ferramentas para acabamento: a) ferramenta para acaba- mento agudo; b) ferramenta de acabamento larga; c) ferramenta reta; d) ferramenta curvada para trás. Fonte: Silva (on-line, 2014, p. 5)1. Figura 7 – Ferramentas de aplainar: a) ferramenta para ranhuras; b) ferramenta para facear; c) ferramenta de ponta curvada; d) ferramenta arredondada. Fonte: Silva (on-line, 2014, p. 5)1. DESIGN 23 -ferramenta (fresa), que tem movimento vertical carac- terístico da máquina. Fresadora universal: esta máquina dispõe de dois eixos-árvore, então há a possibilidade de mo- vimentos de ambos os sentidos: no eixo horizontal, que se situa no corpo da máquina; e no eixo vertical, que se encontra no cabeçote. Permite a disposição das ferramentas dessas duas formas e ainda possui um eixo inclinado, satisfazendo, assim, todas as con- dições de fresamento, executando formas e perfis di- versos (CHIAVERINI, 1986). Retificação Caro(a) aluno(a), vamos dar prosseguimento aos pro- cessos de conformação por usinagem, que, como já sabemos, são processos com aplicação de tensões nos materiais, superiores ao limite de resistência à ruptura deles. Dessa forma, as operações conformam uma peça, retirando material dela. Agora, conheceremos a retifi- cação, que é um processo de usinagem por abrasão. Usinagem por abrasão se trata de um conjun- to de operações de corte, em que a quantidade de material retirado da peça é diminuída. No proces- so, uma ferramenta chamada rebolo, constituídade material abrasivo, é contatada com a peça em alta velocidade. O objetivo é obter exatidão dimensio- nal e geométrica da peça trabalhada; com isso, uma alta qualidade superficial é alcançada. Em geral, o processo ocorre após o torneamento e fresamento. Consequentemente, a qualidade do acabamento da superfície vai ser melhorada, pois irá retirar rugosi- dades e irregularidades dela (TEIXEIRA, 1999). Para a realização do processo, são utilizadas máqui- nas denominadas retificadoras. Elas são classificadas em três tipos: a plana, a cilíndrica universal e a cilíndri- ca sem centros (center less). A última é uma máquina automatizada que trabalha com produção em série. Retificadora plana: possui uma mesa onde é fi- xada a peça que será usinada. Desloca-se da direi- ta para a esquerda e vice-versa, em um movimento longitudinal retilíneo, fazendo com que a peça ul- trapasse o contato com o rebolo. Este se encontra ligado à coluna da máquina, dotado de movimento de rotação e que pode ser para cima e para baixo, aproximando-se ou distanciando-se da peça. Retificadora cilíndrica universal: há possibili- dade de realizar retificações em várias formas. As- sim como a retificadora plana, é constituída por uma mesa que desliza longitudinalmente, porém, possui um cabeçote giratório onde a peça fica fixada. Retificadora center less: a peça está localizada entre os rebolos. Ela fica sustentada por uma guia de aço duro que a rotaciona e produz movimento de avanço. É retificada pela ação de rebolo de maior di- âmetro, que gira em alta velocidade comprimindo-a e, consequentemente, conformando-a. Caro(a) aluno(a), como podemos perceber na descrição de cada tipo de máquina, o rebolo é a prin- cipal ferramenta de corte do processo. Por serem mais baratos, geralmente, os rebolos são constituídos de grãos abrasivos aglomerantes de óxido de alumínio. Contudo, para materiais mais duros, o rebolo é feito de carbeto de silício e outros. Dependendo do proces- so que são empregados, podem ser encontrados em diversos formatos. Quando a aresta dos grãos abrasi- vos incide sobre a peça, há um desgaste muito peque- no do material, arrancando minúsculos cavacos. Com essa abordagem sobre a retificação, en- cerramos os processos de conformação mecânica. Vimos os mais utilizados pela indústria de manu- fatura e desenvolvimento de produtos. No entanto, há outros que não foram abordados e cabe ao pro- fissional buscar um conhecimento mais aprofun- dado sobre o tema. MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 24 Caro(a) aluno(a), nos tópicos anteriores desta unidade vimos os principais processos de confor- mação mecânica. Agora, vamos conhecer os pro- cessos de conformação metalúrgica, que confor- mam o material trabalhado por meio da aplicação de altas temperaturas e se subdividem em dois: os processos de conformação por solidificação e por sinterização. Por sua vez, os processos de solidifi- cação se subdividem em dois principais: a fundi- ção e a soldagem. Processos de Conformação Metalúrgica DESIGN 25 FUNDIÇÃO DE PRECISÃO Neste método de fundição, o modelo é obtido a partir do revestimento de um molde de cera por cerâmica refratária, que endurece à temperatu- ra ambiente, criando uma casca de cerâmica. Os moldes de cera são derretidos, deixando apenas a casca dura de cerâmica que contém a forma da peça que será produzida. Após esse processo, um novo material é vazado dentro desse molde de cerâmica, que por sua vez é quebrado para re- tirada da peça que foi fundida, depois de estar seca (MIRANDA, 2015). Por meio do processo de fundição, obtêm-se peças praticamente definidas e até lingotes – peças que, posteriormente, passarão por outros proces- sos de conformação mecânica até atingirem a for- ma definitiva. A fundição é capaz de produzir pe- ças complexas, maciças ou ocas, de maneira bem competitiva, se comparada com os demais proces- sos, pois é possível produzir economicamente e em série usando técnicas adequadas de fundição. Há uma variedade grande de processos de fundição. A seleção do melhor método para fa- bricar a peça desejada depende de características e fatores limitadores, como o material a ser traba- lhado, custos, quantidade a ser produzida, espes- sura da peça, tolerância dimensional, caracterís- tica do design, confecção do molde, entre outros (LESKO, 2004). Fundição por centrifugação Por este método, há o vazamento do material líquido em um molde em movimento rotativo; consequente- mente, a força centrífuga arremessa o material para as paredes do molde, onde ele é solidificado. Um exemplo de peça produzida por meio desse método são os tubos de ferro fundido para linhas de suprimento de água. Fundição de precisão Neste método de fundição, o modelo é obtido a par- tir do revestimento de um molde de cera por cerâ- mica refratária que endurece à temperatura ambien- te, criando, assim, uma casca de cerâmica enquanto os moldes de cera são derretidos, deixando apenas a casca dura de cerâmica que contém a forma da peça que será produzida. Após o processo, o molde é inu- tilizado, já que o material é vazado dentro de cerâ- mica que, após seco, é quebrado para retirar a peça que foi fundida (MIRANDA, 2015). Fundição por gravidade Processo que consiste no preenchimento do molde com o metal líquido apenas com a força da gravi- dade, sem ajuda de diferentes formas, como no caso da fundição por precisão ou centrifugação. Este método é considerado um dos mais simples, po- rém alguns cuidados devem ser tomados para não comprometer a qualidade das peças, causando por MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 26 exemplo: arrastamento de ar, preenchimento ex- cessivo e turbulento da peça. Por intermédio desse processo, são feitos muitos produtos automotivos, como: coletores, bombas hidráulicas, cabeçotes de motos e demais componentes. Fundição sob pressão Nesse método, o material líquido é injetado sob alta pressão em um molde metálico. A pressão deve ser mantida alta até que o material se solidifique e seja retirado do molde. Devido à pressão e à velo- cidade com que acontece o enchimento do molde, o método produz peças bastante complexas, com paredes finas, excelentes detalhes superficiais e to- lerância dimensional estreita. O processo só é viá- vel com a produção de grandes lotes, uma vez que o ferramental tem custo elevado e o molde pode ser empregado para produção de milhares de peças (ASHBY; JOHNSON, 2011). Segundo Chiaverini (1986), independentemente de qual dos métodos de fundição seja usado, devem ser consideradas as seguintes etapas: • Projeto do modelo: ao projetar, deve con- siderar os fenômenos que ocorrem na soli- dificação do material dentro do molde para evitar defeitos. • Confecção do modelo: confecção da peça que servirá de macho de impressão da cavidade receptora de material liquefeito, ou forma de fundição, ou molde de fundição. • Confecção do molde: confecção do recipiente que contém a forma da peça a ser fundida e no interior da qual será vazado o metal líquido. • Fusão do material (principalmente metais): etapa em que acontece o processo de fundir o material, em especial os metais, ferrosos e não ferrosos. Nesta etapa, são utilizados prin- cipalmente fornos de altíssima temperatura. • Vazamento do molde: etapa em que acontece o preenchimento do molde pelo material que está liquefeito; pode ou não contar com di- versas forças, como gravidade, centrifugação, pressão e outros aspectos. • Limpeza e rebarbação: após a solidificação do material, há a retirada da peça do molde e a limpeza de rebarbas que podem perma- necer na peça. • Controle de qualidade: como em qualquer processo de fabricação, há necessidade de averiguar as condições das peças produzi- das: se há peças defeituosas; se atende a pa- drões de dimensão e inspeção metalúrgica, com análises químicas de microestrutura e ensaios mecânicos. SOLDAGEM A soldagem, assim como a fundição, é um processo de conformação metalúrgica de solidificação.Tem como produto a junção de peças metálicas, expondo ambas em contato íntimo e a altas temperaturas, de modo a levá-las a um estado de fusão ou de plastici- dade. A solda é o resultado da operação de soldagem e é caracterizada por sua resistência que, após o res- friamento do metal, torna-se totalmente coesa no material que foi soldado. A soldagem é considerada um processo de jun- ção e, comparada aos demais processos, apresenta algumas importantes vantagens devido à sua efici- ência, simplicidade e economia, uma vez que, para realizar a junção das partes, há uma utilização míni- ma de material. Dessa forma, o processo é largamen- te usado em componentes de estruturas metálicas e de equipamentos de diversas finalidades. Seu campo de aplicação se concentra, principalmente, nas cons- truções civis, navais, ferrovias, usinas hidrelétricas, componentes nucleares e em outras diversas áreas, DESIGN 27 além de ter grande aplicação também em serviços de manutenção e reparos (MIRANDA, 2015). Os processos de soldagem são muitos e podem ser classificados em dois grupos de acordo com a fonte de energia empregada para aquecer os mate- riais e da condição do metal nas superfícies de con- tato. Assim, há os processos de soldagem por fusão e os processos de soldagem por pressão. Os processos de soldagem por fusão possuem a característica de soldar os materiais com a aplicação de calor prove- niente de uma fonte concentrada, levando à fusão e à junção deles. Já nos processos de soldagem por pressão, o calor é empregado nos materiais apenas até o estado plástico. Nesse estado, são forçados um contra o outro pela aplicação de pressão externa, realizando a união basicamente sob pressão (CHIA- VERINI, 1986). Processos de soldagem por fusão Como já vimos, os processos de soldagem por fusão acontecem por aplicação de alta temperatura nos materiais até que eles cheguem em ponto de fusão. Agora, caro(a) aluno(a), iremos conhecer três pro- cessos de soldagem por fusão. No entanto, existem muitos outros, mas que não serão abordados neste livro, apenas citados. Soldagem por chama Processo realizado com a utilização de uma chama proveniente da queima de misturas de gases. A esco- lha da mistura dos gases depende muito dos mate- riais a serem soldados e da qualidade necessária do cordão de solda. Com o desenvolvimento de outros métodos mais sofisticados, a soldagem por chama é mais utilizada para reparos e, também, em locais que não têm energia elétrica (D’ÁVILA et al., 2011). Soldagem MAG/MIG Processo que realiza a união dos metais pelo aque- cimento com um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico contínuo – e consumível – e a peça. A sigla MIG vem de “metal inert gas”, ou seja, o processo para soldar um arco elétrico em atmosfera de gás inerte; enquanto a sigla MAG vem de “metal active gas”, em que o processo acontece da mesma forma, porém com a utilização de gás ativo. É um processo menos portátil e mais caro, porém é con- siderado um dos mais versáteis por soldar a maioria dos metais e ligas. Soldagem TIG É o processo que acontece a gás inerte de tungstê- nio, e a denominação do processo de TIG vem de “tungsten inert gas”. O processo é bastante similar à soldagem MAG/MIG, só que no TIG o eletrodo é feito apenas por tungstênio, que tem a tempe- ratura de fusão extremamente alta. Assim, como ele não funde, acaba não sendo consumido pelo processo. Basicamente, todos os metais podem ser soldados por esse processo, que é caracteriza- do como limpo, de qualidade e bastante preciso, todavia com valor mais elevado e pouco portátil (ASHBY; JOHNSON, 2011). Processos de soldagem por pressão Como já vimos, os processos de soldagem por fusão acontecem por aplicação de calor até os materiais ficarem em estado plástico e, nesse estado, são for- çados um contra o outro pela aplicação de pressão externa. Nesse momento, caro(a) aluno(a), iremos conhecer três processos de soldagem por pressão. No entanto, existem muitos outros, mas que não se- rão abordados neste livro, apenas citados. MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 28 Processo de soldagem com ultrassom O processo solda dois materiais pela aplicação lo- calizada de ultrassom, enquanto as peças são man- tidas sob pressão. Pode ser utilizado tanto para metais quanto para polímeros, produzindo soldas fortes, confiáveis e rápidas. Pode produzir até 1000 soldas por hora. Processo de soldagem por forjamento Este processo acontece no estado sólido, em que os materiais são aquecidos até a temperatura de solda e, em seguida, são aplicados golpes sobre eles. Assim, a solda não possui enchimentos ou materiais para a junção das partes. Depois do desenvolvimento de processos mais elaborados com utilização de gás e eletricidade, tal método é pouco utilizado. Processo de soldagem por alta frequência ou resistência O processo é realizado por meio de passagem cor- rente de alta frequência no material, que causa o aparecimento de correntes induzidas na região onde será realizada a solda das duas peças. Uma vez que o efeito Joule facilita a deformação localizada das peças, mais a aplicação da pressão, há a formação da peça soldada. Alguns autores consideram como sendo um processo de soldagem por resistência. O processo é rápido, confiável e não necessita de tra- tamento pós-soldagem. É bastante usado na fabrica- ção de tubos e perfis de aço de parede com espessura pequena (D’ÁVILA et al., 2011). METALURGIA DO PÓ Para finalizar os processos de conformação, vere- mos agora o processo de sinterização, no qual são empregadas temperaturas de processamento infe- riores ao ponto de fusão do metal (Temperatura de trabalho < Temperatura de fusão do metal), diferen- temente do que acontece nos processos de solidifi- cação (fundição e soldagem), em que são aplicadas temperaturas superiores às temperaturas de fusão do metal (Temperatura de trabalho > Temperatura de fusão do metal). O processo de sinterização também é conhecido como metalurgia do pó, pois é uma técnica de me- talurgia que transforma pós de metais por meio da compactação mediante a aplicação de calor perto do ponto de fusão do metal e pressão, como podemos observar na figura a seguir. Figura 8 – Esquema da operação de compactação de pós metálicos. Fonte: Chiaverini (1986, p. 142). DESIGN 29 Segundo Chiaverini (1986), as etapas do processo são as seguintes: • Misturas de pós; • Compressão da mistura do pó: esta etapa é desenvolvida com o emprego de matrizes para desenvolver a operação de compactação dos pós de metal; • Aquecimento do compactado da mistura do pó: com a finalidade de produzir uma ligação entre as partículas de pó, é empregada a uma temperatura que confere resistência mecâni- ca ao compactado. A metalurgia em pó é considerada uma técnica re- lativamente recente; sua consolidação se deu após a 2ª Guerra Mundial e seu uso cresceu muito e rapi- damente até os dias atuais por ser considerado um processo econômico, rápido e que permite a pro- dução de peças idênticas ou muito próximas das dimensões e formas definitivas em grande escala. A técnica é amplamente utilizada em vários campos e setores industriais. Segundo Ashby e Johnson (2011), sobre as vantagens desse processo, podemos destacar os se- guintes itens: • Controle rigoroso do material trabalhado; • Eliminação ou redução ao mínimo de impu- rezas em comparação aos processos conven- cionais de metalurgia; • Processo com atmosfera controlada ou a vácuo; • Eliminação ou redução de perdas do material; • Eliminação da geração de sucata do processo; • Rapidez e economia do processo. Apesar das inúmeras vantagens, o processo também apresenta algumas limitações: • Capacidade limitada das prensas de com- pressão do processo; • Necessidade de fabricação de grandes lotes de uma mesma peça; • Limitação na dimensão das peças, uma vez que a produção de peças grandes exige pren- sas maiores, o que pode comprometer técnica e economicamenteo processo. O design excitante, visionário e inovador foi sempre produto de novos materiais e tec- nologias. (Wemer Aisslinger) REFLITA Caro(a) aluno(a), com a metalurgia do pó, finali- zamos os processos de conformação mecânica e metalurgia. Como podemos observar, são vários os processos que podem ser empregados para o de- senvolvimento de diversos componentes e produtos. No decorrer das próximas unidades, vamos voltar a rever alguns desses processos, mas, desta vez, esta- rão aplicados à conformação de materiais específi- cos, como metais, polímeros, cerâmicas e outros. MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 30 Caro(a) aluno(a), após conhecermos os principais processos de conformação nos tópicos anteriores, neste, vamos estudar alguns dos principais proces- sos de união existentes, essenciais para o desenvol- vimento final de um novo produto. Como o próprio nome já diz, os processos de união têm o objetivo de juntar duas ou mais partes de materiais para a obtenção de conjuntos, compo- nentes ou até do produto final. Considerando todas as etapas do desenvolvimento de um produto, os pro- cessos de união fazem parte da etapa de montagem e contribuem para o aumento do custo desse produto. Apesar de parecerem simples, alguns dos pro- cessos de união podem ser bastante complexos e requerem muita análise para identificar qual a melhor e mais adequada opção para cada caso de união. Muitos aspectos devem ser levados em consideração, como: geometria e propriedades das peças que vão ser unidas, qual o desempenho exi- gido da união para a vida útil do conjunto, quais as configurações de montagem e desmontagem, requisitos de segurança, entre outros aspectos (LIMA, 2006). Processos de União DESIGN 31 Os processos de união podem ser específicos em relação ao material que se esteja trabalhando, pois há muitos processos que só conseguem unir compo- nentes constituídos do mesmo material, por exem- plo, madeira com madeira, metal com metal. Contu- do, para sorte e facilidade da humanidade, há outros processos que conseguem unir materiais diferentes, como o metal com vidro e cerâmicas com polímeros. Todos os processos de união existentes podem ser classificados em três grandes grupos que se di- ferenciam pelas suas naturezas distintas, sendo elas de natureza térmica, adesiva ou mecânica (ASHBY; JOHNSON, 2011). PROCESSOS DE UNIÃO TÉRMICOS Ao falarmos de processos de união de natureza tér- mica, estamos falando dos diversos processos de soldagem, sendo que os principais estão no tópico anterior desta unidade. Todavia, além dos proces- sos mais comuns da soldagem, também há os pro- cessos de brasagem e a soldadura, que se diferen- ciam um pouco dos processos de soldagem vistos até o momento. Brasagem O processo de brasagem é empregado quando os componentes que precisam ser unidos não supor- tam as temperaturas exigidas para a soldagem con- vencional. A brasagem consiste na união de dois metais de naturezas diferentes pela fusão de um terceiro metal (com baixa temperatura de fusão), que se liquefaz primeiro e escorre, preenchendo todo o espaço entre ambos os materiais, e ali se solidifica, resultando na união de ambos os metais (CHIAVERINI, 1986). O material fundido e utilizado para a união de materiais na brasagem é chamado de “solda forte”, e sua escolha é baseada no ponto de fusão, resis- tência à corrosão, custo e propriedades de resis- tência mecânica. A solda forte pode ser aplicada na forma de arame, folha ou pó; misturada com fundente na região de união; e é aquecida, até seu ponto de fusão, geralmente, por maçaricos, mas também pode ser aquecida em fornos e, posterior- mente, resfriada ao ar. Soldadura A soldadura consiste em um processo igual à da brasagem, porém em temperaturas mais baixas, devido a essa característica. Unidas por soldadura, são menos fortes do que as unidas por brasagem. A soldadura é bastante utilizada para montagem de equipamentos e competentes eletrônicos para fazer conexões elétricas, criar placas de circuitos impressos, peças de precisão em joalheria e outros (ASHBY; JOHNSON, 2011). PROCESSOS DE UNIÃO MECÂNICOS A união ou junção mecânica é largamente utili- zada nas etapas de montagem de produtos e con- tribua significativamente para elevar os custos de um produto. Além disso, mais de 50% do tempo utilizado para fabricação de um produto é gasto na etapa de montagem e funcionamento das jun- ções mecânicas. Dessa forma, a padronização é re- comendada para que não se perca mais tempo e se eleve mais o custo com a utilização de diferentes junções. As junções mecânicas são classificadas em três diferentes grupos, como podemos ver na figura a seguir. MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 32 Caro(a) aluno(a), depois de conhecer as classifica- ções de união mecânica, vamos vê-las, cada uma de- las separadamente, para identificar suas caracterís- ticas e como são utilizadas no desenvolvimento de componentes e produtos. Uniões roscadas As uniões roscadas são as mais versáteis e utilizadas das uniões mecânicas. Elas apresentam diversas van- tagens, como: • Não necessitam do emprego de calor; • Unem materiais diversos; • Unem materiais com diferentes espessuras; • O material pode ser desmontado. Dessa forma, a união permite liberdade de design, devido à possível substituição de componentes e à montagem de grande precisão. Por causa do mate- rial que constitui as uniões roscadas, elas toleram altas temperaturas e ambientes de corrosão. São ba- ratas, assim como os equipamentos necessários para a aplicação. No entanto, são difíceis de automatizar, o que torna outros métodos de união mais atraentes. Caro(a) aluno(a), no quadro a seguir está a classifi- cação dos acessórios deste processo. Parafusos Travas Porcas Taxas Insertos Rebites Pinos Anéis de pressão Arruelas Pregos Sem rosca FIXADORES MECÂNICOS RÁPIDOS Com rosca Casos especiais Ilhoses aço/mol Engates rápidos Plástico moldado Metal conformado Ilhoses aço/mola Figura 9 – Classificação dos processos de união mecânica. Fonte: LESKO (2004, p. 103). Quadro 2 – Classificação dos acessórios para processo de uniões roscadas. Parafusos Porcas Pinos Insertos Para madeira De segurança Macho Pino rosqueado Para metal Giro livre Macho duplo Insertos rosqueados Para porcas Rosca única Prisioneiro Auto-atarraxante Para máquinas Fonte: LESKO (2004, p. 102). Analisando o quadro anterior, vemos que há uma diversidade de uniões roscadas, cada uma com suas características e onde podem ser utilizadas. Cabe ao profissional do design, então, identificar qual a melhor opção para a união de componentes de um determinado produto a ser desenvolvido. Uniões de encaixe As junções sem roscas, chamadas de encaixe, são praticamente invisíveis, pois, em geral, são man- tidas pela fricção do sistema de fixação. Assim como as rosqueadas não envolvem calor e unem materiais diversos de maneira rápida e barata, DESIGN 33 também podem ser desmontadas, se projetadas para isso. As uniões de encaixe podem realizar a junção de diversas formas, materiais, cortes, cores e tex- turas diferentes. Ao mesmo tempo, possui rota- ção em uma ou mais direções, permitindo grande flexibilidade de design e variedade estética. Nor- malmente, são utilizadas para unir pequenas e médias peças de polímeros e carcaças de metal e chapas. No quadro a seguir, podemos ver os com- ponentes utilizados nas uniões de encaixe ou não rosqueadas. Quadro 3 – Classificação dos acessórios para processo de uniões de encaixe. Rebites Pinos Anéis de retenção Arruelas Cego De ajuste Estampados Chata Tubular De fixação Formados por fio Cônica Clovis Em espiral Helicoidal Contrapino Dentada de travamento Em espiral Pressão Tubo em rasgo Fonte: LESKO (2004, p. 103). Rebites e grampos Os rebites são utilizados na confecção de aeronaves devido à sua resistência, durabilidade e confiabilidade. O processo da utilização de rebites é chamado de rebi- tagem. O processoé feito com a inserção de um pino, que possui uma cabeça, num orifício que atravessa as chapas ou peças a unir. A extremidade oposta à cabeça é cravada a marteladas com um martelo de conforma- ção, de modo que se forme outra cabeça que impede o rebite de sair do orifício e mantenha as peças unidas. Os grampos, por sua vez, são bastante conheci- dos por unir papéis, prender couro ou tecidos em estruturas de móveis, mas também são usados para unir chapas metálicas. O processo conta com o uso de furadeiras, que forçam o grampo a atravessar o material até bater em uma bigorna ranhurada, que curva as pernas do grampo e o prende para dentro, unindo os materiais. É um processo bastante rápido e barato, mesmo com lotes de produção pequenos, sendo que podem ser automatizados. PROCESSOS DE UNIÃO ADESIVOS A necessidade de unir peças faz parte e é bastante frequente no campo de aplicações técnicas. Podem ser encontradas na indústria automotiva, eletro- eletrônica, entre outras. Nem sempre processos de união térmicos ou mecânicos se enquadram nas ca- racterísticas da junção e, por isso, é preciso optar por fazer a união dos materiais com adesivos ou colas. Desde a antiguidade, os adesivos são usados pelo homem. No início, eram utilizadas colas como pas- tas de amido, gelatinas animais e outros compostos naturais. No século XX, surgiram os adesivos sintéti- cos, devido aos avanços da indústria química de po- límeros. Nos dias atuais, são aplicados amplamente MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 34 em todos os setores industriais. Além da função de unir, também são utilizados para realizar vedação, podem ser rígidos ou flexíveis, desempenhando uma união com rigidez ou flexibilidade nos produtos, o que auxilia muito no design do produto final. Os adesivos são classificados em naturais, inor- gânicos e sintéticos e orgânicos. Caro(a) aluno(a), como podemos observar na figura a seguir, para cada uma das três classes há diversas opções. Figura 10 – Classificação dos tipos de adesivos. Fonte: LESKO (2004, p. 99). Das três classes de adesivos, atualmente, a classe mais utilizada são os adesivos sintéticos orgânicos. Eles pos- suem grande representatividade nos setores de manu- fatura e costumam ser usados para a união de mate- riais de pouca espessura, formando juntas invisíveis. De modo geral, a escolha de um adesivo para o processo de união deve considerar algumas exigên- cias e fatores externos, como: • Temperatura de trabalho; • Resistência química; • Umidade do meio; • Resistência a fluidos; • Tenacidade; • Suportar força de cisalhamento e tração. As juntas formadas pelo uso dos adesivos devem ser projetadas para aguentar forças de cisalhamento, compressão e tração, e não devem ser submetidas a forças de deslocamento (ASHBY; JOHNSON, 2011). Segundo Lesko (2004), a utilização de adesivos para a união de materiais possui muitas vantagens, tais como: • Não interferem nas características estéticas do produto; • Homogeneidade; • União de materiais com diferentes expansões térmicas; • Oferecem proteção contra processo de corrosão; • Vedação contra líquidos e gases; DESIGN 35 • Promovem amortecimento mecânico; • União de peças finas e frágeis que não tolera- riam forças externas. Assim como todo processo existente, seja de união, conformação ou melhoria, além de vantagens, tam- bém há algumas desvantagens, como: • Exigem limpeza e preparação de superfícies antes de sua aplicação; • Possuem prazo de validade limitado; • Necessitam passar por processos de qualida- de, controle e testes complexos; • Alguns necessitam de processos de cura, como a utilização de forno; • Possuem formulações diversas e variadas. Uma desvantagem do uso de adesivos é a necessida- de de preparação da superfície onde o adesivo será aplicado. A preparação da superfície é o primeiro cuidado para obter uma junta adesiva de qualidade com características controladas. Deve ser realiza- da para conseguir melhor resistência da união e, para isso, é preciso remover contaminantes da su- perfície, tais como graxa, óleo e poeira, com álcool isopropílico ou detergente neutro. O tratamento empregado difere em relação às características do adesivo e do material das partes a serem unidas e do grau de complexidade exigido pela junta. Pode ser uma simples limpeza e higienização, feita em minutos, até tratamento um químico com duração de várias horas, com diversas etapas (MARIANO, 2016, on-line). Após o tratamento da superfície, dependendo da junção a ser estabelecida, pode haver a etapa de apli- cação de prime. O prime é empregado para prepa- rar, melhorar o contato e a aderência com o adesivo. Ele possui três funções principais: • Proteger a superfície de alteração ou conta- minação durante o período entre a prepara- ção da superfície e a aplicação do adesivo; • Penetrar nos microporos e rugosidades do material para nivelar a superfície que recebe- rá o adesivo; • Dissolver pequenas quantidades de contami- nações orgânicas que estejam presentes na superfície e prejudiquem a ação do adesivo. A empresa Whirlpool Latin America, que atua no segmento de eletrodomésticos, com as marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, desenvolveu uma tecnologia que substitui a soldagem convencional, por meio de um adesivo, na produção dos seus equipamentos, economizando energia, custos de produção e matéria-prima. Segundo a companhia, por exemplo, 30% do processo de fabricação de um ar-condicionado estão ligados à soldagem, técnica que consome mais gás e energia elétri- ca. Com a adesão da tecnologia, a companhia espera obter uma economia energética de 25% por item fabricado. Fonte: Mariano (2016, on-line)2. SAIBA MAIS Caro(a) aluno(a), os processos e componentes de união são extremamente importantes para o desenvol- vimento de produtos. Uma vez que há muitos produ- tos que são desenvolvidos com diferentes materiais ou formas e necessitam que haja junção delas para o de- senvolvimento completo desse produto. Assim como os processos de conformação, cabe ao profissional de design conhecer quais as opções de processos de união e analisar qual a melhor opção para utilização. MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 36 Caro(a) aluno(a), agora iremos conhecer os proces- sos de melhoria, também chamados de acabamento, que têm o objetivo de aprimorar os aspectos visuais finais de componentes ou produtos finais. Alguns deles, além de promoverem essa melhoria na estéti- ca do produto, também servem como uma proteção do material de base em relação a aspectos externos e podem melhorar a qualidade térmica, de atrito, des- gaste e corrosão, ajudando a deixar as propriedades gerais do produto inalteradas (LIMA, 2006). Quase todos os componentes de um produto rece- bem algum tipo de acabamento de superfície. Na maio- ria dos casos, os processos de melhoria e acabamento são associados com as etapas finais da fabricação dos produtos, mas isso não acontece em todos. Em algumas situações, podemos encontrar tais processos em etapas de montagem, como acontece com componentes de móveis e de produtos metalúrgicos, que passam por processos de melhoria antes da sua finalização, mais precisamente na fase de montagem dos componentes. Processos de Melhoria e Acabamento DESIGN 37 Além do aspecto visual e de promoverem, em alguns casos, a proteção dos produtos, os processos de melhoria e acabamento são muito importantes do ponto de vista econômico, uma vez que aumen- tam a vida útil dos materiais e, também, permitem que tais produtos sejam utilizados em condições ambientais mais rigorosas, como o processo de verniz em madeiras, que auxilia na proteção contra a umidade, permitindo que produtos de tal mate- rial possam ser utilizados em ambientes com maior umidade, sem causar danos, como estufamen- to no material e, consequentemente, no produto (ASHBY; JOHNSON, 2011). A escolha de um processo de melhoria depen- de diretamente do material no qual será aplicado e, também,de qual será o uso de tal material. Assim, caro(a) aluno(a), no decorrer deste tópico vamos co- nhecer os processos de melhoria classificados e aca- bamento mais usados no tratamento de materiais, quais as funções que exercem e em quais materiais podem ser aplicados. PROCESSOS DE IMPRESSÃO Os processos de impressão têm o objetivo de trans- ferir para um material um determinado conteúdo, que podem ser imagens, siglas, palavras e outros. Ao escolher qual dos processos de impressão será usado, é importante considerar qual a qualidade que a impressão deve ter para que a estética e o layout do produto sejam valorizados. Os processos de im- pressão são classificados de acordo como ocorre a transferência dos elementos gráficos para o material. Dessa forma, podem ser processos de impressão di- retos ou indiretos. Nos processos diretos, a matriz entra em con- tato com o material que será impresso, transfe- rindo diretamente a impressão. Nos processos indiretos, há primeiro a transferência da imagem para um intermediário que, por sua vez, transfere a impressão ao material de destino final (ASHBY; JOHNSON, 2011). Serigrafia A serigrafia é classificada como um processo de im- pressão direta, também conhecida como silk-screen. O processo é realizado em uma tela preparada (ma- triz), que pode ser de seda ou náilon, colocada sobre uma moldura de alumínio ou madeira, onde vaza a tinta através da passagem de um rodo, que força a tinta a atravessar a tela e chegar à superfície do ma- terial a ser impresso. A matriz é preparada com uma emulsão quí- mica fotossensível e posicionada sobre um fotolito em uma mesa de luz. Nesta técnica, os pontos que apresentam cores escuras indicam locais que vão fi- car vazados na tela e, consequentemente, vazará a tinta para o material, enquanto os pontos claros são impermeabilizados pelo endurecimento da emulsão exposta à luz. O processo é econômico para pequenos lotes e impressão de apenas uma cor. No entanto, se a im- pressão tiver cores adicionais o custo será maior, pois vão ser aplicadas separadamente, utilizando uma matriz por cor. A impressão por serigrafia pode imprimir em variados materiais como me- tais, cerâmicas, papel, vidros e plásticos (GUIA DO GRÁFICO, [2018], on-line)3. Tampografia A tampografia é classificada como um processo de impressão indireta, pois inicialmente a imagem é gravada em uma placa de aço, cobre ou náilon. Posteriormente, a tinta será transferida para uma MATERIAIS E PROCESSO DE PRODUTO 38 almofada de silicone denominada tampão. A ima- gem, que será transferida, é gravada em um clichê em baixo-relevo, que recebe tinta na região da im- pressão. Em seguida, o tampão comprime o clichê e a tinta é transferida para o material. Na Figura 11, podemos observar uma imagem da máquina utili- zada no processo. O processo pode ser impresso em diversos tama- nhos, tipos de peças e materiais, inclusive em mate- riais com formas irregulares. A qualidade dos deta- lhes é excelente, o custo de capital e ferramentas são baixos. O processo é rápido e o produto impresso pode ser manuseado imediatamente após o proces- so, sem perigo de borrões e perda da qualidade da impressão (ASHBY; JOHNSON, 2011). da água comprime a imagem sobre a superfície do material, fazendo a impressão. O processo é muito versátil, forma curvas e a imagem pode ser multicolorida. Após a impressão, a imagem necessita secar e receber acabamento, tor- nando o processo lento, porém, o custo de capital e ferramental é baixo. A impressão é utilizada em produtos automotivos, esportivos, de computação, eletrodomésticos, móveis e outros. Hot stamping O processo, em português, é chamado de estampa- gem a quente, e é exatamente isso que acontece. Uma matriz de metal aquecida é comprimida sobre uma folha de suporte colorida e, também, sobre a super- fície do material que está recebendo a impressão. Assim, a estampa é criada quando a matriz entra em contato com a folha e transfere a película colorida para a superfície do material. O processo pode ser aplicado em madeiras, polí- meros, couro, papel e outros. O custo do ferramental é baixo, assim como o da maioria das películas e fo- lhas (ASHBY; JOHNSON, 2011). GALVANIZAÇÃO A galvanização é um processo que trata a superfície de materiais metálicos com o revestimento como, o zinco, principalmente. Todavia, podem ser em- pregados cromo, níquel, estanho, magnésio, ouro, cobre, prata e outros. Com a aplicação da camada protetora desses elementos, o processo altera as pro- priedades da superfície metálica, aumentando sua resistência à corrosão, além de conferir uma melhor aparência, aumentando o valor agregado (MAKO- VSKI; MIYOSHI, 2013). Figura 11 – Imagem da máquina de tampografia. Impressão de transferência por água A impressão de transferência por água é classifi- cada como um processo de impressão indireto. A imagem é impressa em uma película fina que é colocada dentro de um tanque com água e se dis- solve, deixando a imagem flutuando na água. En- tão, o produto é imerso no tanque, onde a pressão DESIGN 39 Eletrogalvanização O processo de eletrogalvanização é realizado com a imersão da peça a ser galvanizada (catodo) e da fonte do material metalizado (anodo) em um ele- trólito aquoso. Nele, uma corrente elétrica contínua impulsiona os íons de metal do material metaliza- do para a peça, formando, assim, um revestimento fino de metal. Para revestir materiais como polímeros, que não possuem boa condução elétrica, é necessário fazer um revestimento, primeiro nas peças com um ma- terial condutor de eletricidade para, posteriormen- te, realizar a eletrogalvanização. O processo possui equipamentos caros, porém o ferramental é de baixo custo. Assim, a aplicação do processo em peças pe- quenas em grandes lotes o torna um processo muito competitivo no mercado. Galvanização autocatalítica A galvanização autocatalítica, de maneira prática, é uma eletrogalvanização sem o uso de eletricida- de. O processo acontece pela diferença de potencial elétrico entre a solução e a peça trabalhada, de for- ma que os íons presentes na solução, onde a peça é imersa, direcionam-se, e depositam-se sobre a su- perfície da peça. O processo geralmente usado com a eletrogal- vanização não atingirá o resultado desejado, como em revestimento de superfícies complexas. O pro- cesso é amplamente aplicado em metais e políme- ros devido ao custo dos reagentes químicos, que são em média 50% mais caros do que a eletrogal- vanização. Além disso, também são mais lentos, uma vez que a taxa de deposição dos íons no ma- terial, sem eletricidade, é mais vagarosa (ASHBY; JOHNSON, 2011). Anodização O processo de anodização acontece pela imersão da peça (anodo) em um eletrólito; em geral uma solu- ção de ácido sulfúrico diluído em 15%, junto com um catodo inerte, e, pela diferença de potencial, é formado um revestimento de óxido sobre a peça. A anodização pode ser aplicada a alumínios, mag- nésio, titânio, zinco e outros. A formação da película pode ser espessa e dura, de maneira a resistir à abrasão e corrosão. Como o óxido é poroso, ele permite a ab- sorção de corantes, assim é possível colorir. Após a co- loração, a peça recebe um tratamento de selagem, que consiste no fechamento dos poros e auxilia na proteção contra corrosão (OLGA COLOR, [2018], on-line)4. POLIMENTO Processos de polimento são todos aqueles realizados com o objetivo de conferir brilho a uma superfície. Toda peça natural ou manufaturada pode receber brilho. Além de dar brilho, o polimento também é usado para eliminar rebarbas e pequenas imperfei- ções das superfícies de peças. Polimento mecânico O processo de polimento mecânico acontece por meio da esfregação de abrasivos finos, contidos em ceras, óleo ou em outro fluido, contra a superfície por um disco ou correia giratórias. Praticamente, todo metal e cerâmica podem ser polidos mecanicamente, o que pode dificultar a ope- ração é o formato da peça a ser
Compartilhar