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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO Módulo Tributo e Segurança Jurídica DANILA VIALRONGA RIOS MAIA 2020 TRABALHO DE PÓS-GRADUAÇÃO SEMINÁRIO DE CASA SEMINÁRIO I – DIREITO TRIBUTÁRIO E O CONCEITO DE “TRIBUTO” Questões 1. Que é Direito? Há diferença entre direito positivo e Ciência do Direito? Explique. Direito é o conjunto de normas que regula a vida em sociedade, diante das imposições legais que limita a ação de cada indivíduo. A ciência do direito tem como objeto o estudo do direito positivo, que tem as normas jurídicas em sentido amplo como seu protagonista. A ciência do direito cuida das relações interpessoais da sociedade, na tentativa de entender seu funcionamento e com isso subsidiar o direito positivo no cumprimento do seu papel, qual seja, promover as normas, tornando viável o objetivo da ciência do direito, através da criação d conjuntos de leis, ou melhor, das normas jurídicas. 2. Que é tributo (vide anexo I)? Preliminarmente, é importante destacar o artigo 3º do CTN, por ser este um ponto de partida para qualquer análise, seja através do ponto de vista de um doutrinador, ou de uma obra pronta, ou ainda para construção do entendimento de quem escreve o conceito partindo de suas próprias percepção, sendo, para tanto, o grande objetivo do estudo. Pois bem. O artigo 3º do CTN traz o seguinte conceito, tributo “é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Importante elaborar a análise de forma didática, com objetivo de entender e interpretar o sentindo de cada quesito trazido pelo artigo exposto. Isto porque, entender o conceito de tributo será um dos pilares mais importante para toda a matéria, afirmação, inclusive, que coaduna com as palavras do professor Tácio Lacerda Gama, em seu vídeo disponibilizado na plataforma cuboz, como “aula 1 pílula Tácio Lacerda gama”, uma vez que os questionamentos e as análises sobre atos imposto pelo estado, serão verificados a partir do entendimento profundo do conceito de tributo. Diante disso, a primeira análise a ser feita diz respeito ao primeiro quesito, qual seja, “tributo é toda prestação pecuniária compulsória”, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”. Sendo assim, a prestação pecuniária se traduz na obrigação que tem o contribuinte em pagar ao estado um valor em dinheiro e por isto pecúnia. Todavia, é possível também que este pagamento, em que pese não ser tão utilizado, e particularmente eu nunca soube de casos concretos que utilizaram essas outras formas, seja feito através de cheque ou vale postal, conforme preceitua o artigo 162, inciso I. Importante destacar que quando utilizado o pagamento em cheque, o tributo somente será considerado pago quando houver a devida compensação do cheque. Ainda sobre o primeiro quesito, importante trazer o entendimento da compulsoriedade partindo do conceito das palavras do Professor Paulo de Barros encontrados na leitura do livro Curso de Direito Tributário, em sua 16ª edição, que diz, “prestação pecuniária compulsória quer dizer o comportamento obrigatório de uma prestação em dinheiro, afastando-se, de plano, qualquer cogitação inerente às prestações voluntárias”, ou seja, o contribuinte paga de forma obrigatória imputada através de lei, o que tira a autonomia do contribuinte em decidir sobre sua ação em relação ao pagamento ou não, ou seja, não será subjetivo a vontade de entregar dinheiro ao estado, pelo contrário, ele é obrigado a fazer. E para entender toda a leitura do primeiro quesito, chamar atenção para a última expressão será importante para compreensão em sua leitura conjunta, qual seja, “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”, melhor dizendo, não é permitido qualquer espécie de per multa ou contra prestação por parte do contribuinte, ou ainda pagamento in natura, uma vez cobrado o tributo, este somente deverá ser pago em dinheiro ou em cheque, com a exceção aos casos de dação em pagamento que se traduz na entrega de bens imóveis, instituída pela lei Complementar 118/05. Isto posto, o primeiro requisito do conceito de tributo pode ser dito, em outras palavras, como o dever que tem o contribuinte em pagar dinheiro ao estado, sem permissão de substituir este pagamento por outra que não seja a própria moeda. Outro requisito trazido pelo artigo diz respeito a não constituição do tributo em sanção ou ato ilícito e sobre esse tópico será importante o artigo 4º também do CTN, para explicar que o que determinada o tributo é o fato gerador, o que não se confunde com conduta ilícita. A rigor o tributo irá incidir sobre o resultado da conduta, caso essa conduta gere riqueza, assim explica o doutrinador Luís Eduardo Schoueri “Ocorre que esta conduta poderá implicar um efeito econômico e este (não a conduta que lhe deu origem) será alcançado pela lei tributária.” Ademais, não pode ter o tributo caráter sancionatório, ou seja, ser o fato gerador uma sanção para a base de cálculo do tributo. Dentro desse tema, importante discorrer sobre a multa, que também é prestação pecuniária compulsória, no entanto não é a sanção pontuada no CTN. Em verdade, a multa é uma penalidade decorrente da falta de pagamento do tributo e não o próprio tributo, vejamos o exemplo do ISS, o fator gerador que imputa ao contribuinte o pagamento do ISS é a prestação de serviço, caso o contribuinte não pague, este será penalizado com uma multa, que passa ser pecuniária e compulsória, em função do inadimplemento, ou seja, o que ensejou a cobrança da multa não foi a prestação do serviço, pois se assim fosse, não seria possível justamente em função da redação do artigo 3º do CTN. Por fim, o último requisito do artigo, que diz ser a prestação pecuniária instituída por lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, deve ser observado o que preceitua também a constituição Federação no artigo 150, I, bem como o Código Tributário Nacional no artigo 97, que coopera com a redação trazida pelo artigo em comento, de modo a estabelecer que somente a lei poderá, dentre outras atribuições, instituir tributo, ou seja, não pode o estado criar tributo sem que seja através de lei, o que serve como base legal também para conceituar o princípio da legalidade. Aliás, a imposição do tributo não é imposta pelo estado e sim pela lei, pontuação importante trazida pelo doutrinador Luís Eduardo Schoueri em sua obra Direito tributário, 9ª edição, pagina 283, pois é através da lei que surge a compulsoriedade em pagar o tributo e não através do estado, que serve apenas para exercer a função de cobrar, e por isso independe de quem esteja exercendo a função, conforme dito pelo professor mencionado, (...) independentemente de quem momentaneamente exerça tal função(...). Com algumas exceções, é possível instituir tributos através de Medida Provisória, como é o caso dos tributos extrafiscais que servem para regular o mercado. Ademais e por derradeiro, temos o tributo deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, ou seja, o interprete da lei dever, de forma indistinta, aplicar o quanto determinado legalmente, não podendo usar a conveniência e oportunidade como pilares de sua análise. Dessa forma, o responsável pela administração do tributo jamais terá a liberdade de agir de acordo com concepções legais, em função do caráter vinculante atribuindo a atividade administrativa. Sendo assim, dispõe o artigo 142 do CTN sobre uma das atividades privativa da autoridade administrativa, qual seja, o lançamento, que é o procedimento administrativode apuração obrigatória. Diante de tudo quanto exposto é possível definir tributo com sendo uma atribuição obrigatória, que imputa ao contribuinte o pagamento em dinheiro, devendo ser instituído somente através de lei, com exceção aos tributos extrafiscais, por seu caráter regulador de mercado e, portanto, podem ser instituídos através de MPs, não podendo ter caráter sancionatório e devendo ser cobrado com observância da vinculação a atividade administrativa, que consiste na aplicação do princípio da isonomia, não permitindo análise pessoal do interprete da lei para aplicação legal., para sua cobrança, Com base na sua definição de tributo, quais dessas hipóteses são consideradas tributos? Fundamente sua resposta: (i) valor cobrado pela União a título de ressarcimento de despesas com selos de controle de IPI fabricado pela Casa da Moeda (anexo II); Considerando que tributo pode ser vinculado ou não, vale dizer, é possível instituir tributo com destinação especifica de sua receita, a cobrança para o ressarcimento de despesas em função da fiscalização de controle de IPI, tem caráter de obrigação tributária acessória, e, portanto, pode ser considerado tributo e como exemplo, é possível citar os emolumentos, que são taxas, e, por sua vez tributos, para o ressarcimento de serviços públicos. (ii) contribuição sindical (considerar as alterações da lei 13.467/17) (anexo III); Até o advento da Lei 13.467/17, a contribuição sindical era obrigação imposta ao trabalhador, o que no meu ponto de vista feria completamente o direito de liberdade de associação que dispõe a Carta Magna. Importante ressalta, que os sindicatos de classe são instituições privadas, que não sofre fiscalização do estado e a contribuição por eles (sindicatos) cobradas, além do pagamento não imputar ao estado uma atividade administrativa plenamente vinculada, até porque não tem qualquer gerência sobre a receita advinda deste pagamento, a cobrança, o meio e a forma de regulamentação não necessita de lei complementar. Em 2017, quando a lei 13.467 entrou em vigor, foi retirado o caráter compulsório da cobrança, ou seja, tornou livre o trabalhador para escolher se de fato deveria ou não se associar aquela determinada entidade. A repercussão será a propositura da ação direta de inconstitucionalidade 5794, que discutiu acerca da constitucionalidade da exclusão obrigatória do pagamento a título de contribuição. Neste particular, restou decido pela constitucionalidade da exclusão, pois se quis buscar a diminuição da disseminação exacerbada nas criações de diversos sindicatos, que ao final não prestam o serviço que se designa quando de seu nascimento. Decisão bastante acertada, no meu ponto de vista, pois a compulsoriedade imposta ao trabalhador retirava, por completo, o direito de decisão quanto a filiação, pois o simples fato de estar o trabalhador trabalhando, já estava obrigado ao pagamento. Dessa forma, diante de tudo quanto exposto, considerando não conter a contribuição sindical nenhuma característica de tributo, não é tal contribuição hipótese de tributo. (iii) tributo instituído por meio de decreto (inconstitucional – vide anexo IV); Segundo o artigo 3º do CTN, o tributo somente deve ser cobrado mediante lei, o que coaduna com o dispoto no artigo 150 da CF que veda qualquer outra forma de exigir ou aumentar tributo que não seja, da mesma forma, através de lei. Dessa forma, quando se tratar de instituir ou aumnetar tributo, outra forma tornará a midade legal, se não estiver sido imporsta através de uma norma jurídica. No entanto, como toda regra, nessas considerações é importante resslatar a execção atribuida aos tributos considerados extrafiscais, por seu carater regulador de mercado, qual seja, a possibilidade de ser um tributo instituido e/ou aumentado através da Medida Provisória. Diante disso, considerando que os decretos são atos adminstrativos, que servem para regulamentar e/ou promover a execução de leis, seus atributos, bem como a propria constituição retira a possibilidade em exigir ou aumentar tributos através dos decretos. (iv) o tributo inserido na base de cálculo de outro tributo. O tributo como prestação pecuniária tem sua base de cálculo resultante do montante apurado a partir da descrição do fato gerador, a exemplo do Imposto de Renda, que resulta da aferição de renda e seu montante de base de cálculo, de forma sintética, será a renda obtida pelo contribuinte. Neste particular, inserir um tributo na base de cálculo de outro tributo é imputar ao contribuinte o pagamento dúplice de tributo, ou seja, o mesmo montante a pagar sendo tributado duas vezes, vejamos como exemplo a situação do ISS, que tem como fato gerador a prestação de serviço e sua base de cálculo é o valor cobrado pelo serviço, todavia quando a empresa apura seu faturamento também está obrigada a pagar o imposto da COFINS, imposto que incide sobre o faturamento. Ocorre que o faturamento bruto inclui o que foi pago a título de ISS, ou seja, a mesma base de cálculo está sendo utilizada para apuração do mesmo tributo. De acordo o artigo 154, inciso I permitiu que a União pudesse criar ou aumentar impostos concorrente que desde não fossem acumulativos e que não tivesse como base de cálculo o mesmo objeto de outros tributos. Neste particular, o STF já entendeu a inconstitucionalidade da inserção de um tributo na base de cálculo de outro tributo, permitindo sua exclusão. Ocorre que, em razão dessa decisão a demanda de questões tributárias, especialmente no Supremo, aumentou de forma considerada. Por fim, considerando os conceitos de cada instituto, entendo ser inconstitucional a inserção de um tributo na base de cálculo de outro, uma vez que utiliza o mesmo montante para apuração do valor a ser liquidado. 3. Que é norma jurídica? E norma jurídica completa? Há que se falar em norma jurídica sem sanção? Justifique. Importante introduzir a resposta de toda a questão pontuando a necessidade que o homem tem de viver em sociedade, bem como de se relacionar com todos que ali habitam, e, para tanto, sucede a carência da regulamentação desta conexão, o que consequentemente surge a necessidade da inserção de normas, dentre elas, as jurídicas, com objetivo em ordena a referida convivência social. Segundo Evanna Soares, que citou Hans Kelsen, em referência do tema em seu artigo “A norma jurídica em Kelsen. Concepção de sanção na norma primária e na norma secundária” 1, as normas: “fundamenta-se na distinção entre o sein (ser) e o sollen (dever), ou, seja, na existência do mundo físico, sujeito às leis 1 https://jus.com.br/artigos/3269/a-norma-juridica-em- kelsen#:~:text=A%20teoria%20da%20norma%20jur%C3%ADdica,podem%20ser%20traduzidas%20em%20normas . https://jus.com.br/artigos/3269/a-norma-juridica-em-kelsen#:~:text=A%20teoria%20da%20norma%20jur%C3%ADdica,podem%20ser%20traduzidas%20em%20normas. https://jus.com.br/artigos/3269/a-norma-juridica-em-kelsen#:~:text=A%20teoria%20da%20norma%20jur%C3%ADdica,podem%20ser%20traduzidas%20em%20normas. https://jus.com.br/artigos/3269/a-norma-juridica-em-kelsen#:~:text=A%20teoria%20da%20norma%20jur%C3%ADdica,podem%20ser%20traduzidas%20em%20normas. da causalidade, e do mundo social, sujeito às leis do espírito, as quais, sendo leis de fins, podem ser traduzidas em normas.” Diante disso, é relevante considerar as características das normas jurídicas, antes mesmo de defini-las, pois, será a partir de suas características, que o conceito poderá ser facilmente entendido. A primeira característica inerente a norma jurídica diz respeito a bilateralidade, ou seja, a norma jurídica objetiva regulamentar uma relação entre, no mínimo, duas pessoas, estabelecendo regras de condutas, impondo obrigação e direito. A normajurídica também possui como característica a abstração da norma, que é observada a partir do objetivo da norma, que consiste em prever situações futuras. Em virtude da celeridade em que a sociedade se transforma, a norma jurídica se torna incapaz de prever casos concretos e por isso a abstração como características. A generalidade como outra característica tem a finalidade de abranger toda sociedade, ou seja, não é personalíssima, muito menos deve ser criada para uma determinada pessoa, pois se assim fosse contrariaria o disposto no artigo 5º da Constituição, que prevê igualdade para todos. E para encerrar as pontuações sobre as caracteriticas da nomra jurídica, estão as duas derradeiras caracetristicas, que estão intimamentes ligadas em função do seu objetivo, de modo que uma fazer nascer a outra, são elas: a imperatividade e a coercibilidade, de modo que a primeira diz respeito ao cumprimento da norma, em outros termos, não se trata de mera declaração de conduta, mas sim de imposição ao comportamento diante de determinada situção, enquanto que a segunda diz respeito a obrigação em cumpri-la, sobre pena de sansão, isto é, caso não seja a norma jurídica cumprida, o estado poderá obriaga-lo a fazer sob punição. Isto posto, a norma juríca pode ser conceituada como um conjunto de regras imperativas e obrigacionais, imposta a sociedade, com obejtivo de regulametar suas relações. Nesta perspectiva, já em resposta ao segundo questionamento e para entendimento mais amplo sobre a matéria, as normas jurídicas são divididas em primária e secudária, de modo que a sua composição é chamada de norma jurídica completa. Destaca, que essa conexão entre as normas torna uma dependente da outra. A norma primária é a vinculação de um fato, que pode ser natural ou social, a imperatividade da lei, melhor dizendo, é conversão de um fenômeno ocorrido na sociedade em norma jurídica. Já a norma secudária é a obrigação imposta a sociedade, ao cumprimento da norma primária. Diante desses conceitos uma grande parte da doutrina afirmar existir norma sem sanção, uma vez que algumas normas visam apenas orientar, não necessariamente depender de uma norma secundária para sua existência. Diante dos estudos realizados, é possível afirma que não existe norma sem sanção, o que faria o mesmo sentido dizer que não é possível existe uma norma primária (imperativa), sem uma norma secundária (coercitiva), pois se assim ocorrer não haveria que se falar em norma jurídica completa, dada todas as características inerentes atribuidas a ela (a norma), perdendo assim sua juridicidade. 4. Há diferença entre documento normativo, enunciado prescritivo, proposição e norma jurídica? Explique estabelecendo a diferença entre o conceito de norma em sentido amplo e norma em sentido estrito. Segundo os ensinamentos do professor Paulo de Barros Carvalho, não existe direito sem linguagem, de modo que tudo deve ser significado, a fim de alcançar o entendimento através do construtivismo lógico-semântico, que consiste em transmitir firmeza na mensagem repassada, sem perder o conteúdo e a fidelidade nas enunciações. Com as premissas acima estabelecidas, será importante entender, de forma separada o que seria cada um dos enunciados da questão, vejamos: Os documentos normativos são suporte fático para os enunciados prescritivos, em sentido estrito, ou seja, considerando que documento é a declaração escrita que reconhece oficialmente um fato, é possível afirmar os normativos possibilita a existência física da norma jurídica. Por sua vez, os enunciados prescritivos representam o registro da norma, transportando seus significados através da linguagem, melhor dizendo, os enunciados são as escritas necessárias para que o documento seja interpretado. Já as preposições são propostas evidenciadas pelos enunciados, de modo que quando estiverem tais enunciados prescrevendo condutas, estaremos diante de norma jurídica. Ademais, conclui-se que todas são normas. Todavia, considerando que a norma em sentido estrito somente poderá ser emana por ato do poder legislativo, considerando ainda que a norma em sentido amplo representa a manifestação escrita, ainda que não seja emanada do poder público, em que pese todas serem normas, os documentos normativos, as proposições e norma jurídica são normas em sentido estrito, ao passo que os enunciados prescritivos, são norma em sentido amplo. 5. Com base em sua resposta dada na questão 2, responda: a) O desconto de IPVA concedido para contribuintes que não incorreram em infrações de trânsito é uma utilização do tributo como “sanção de ato ilícito”? O objetivo do estado em cobrar tributo não pode ser sancionatório, conforme prevê o artigo 3º do CTN, além disso, a instituição de tributo serve para que o contribuinte possa assistir o estado em sua manutenção, além disso, o que gera o crédito tributário não é a conduta de não infringir as regras de trânsito, em verdade, o fato gerador, que faz nascer o deve de pagar tributo, é ser o contribuinte proprietário de um veículo automotor. Portanto, respondendo a questão, O desconto concedido não é a utilização do tributo como sanção de ato ilícito. b) E a progressividade do IPTU e do ITR em razão da função social da propriedade? Responda fundamentadamente e considere para sua resposta as seguintes afirmações do autor Fernando Favacho: “a definição conotativa do art. 3º do CTN conflita com a definição denotativa do art. 182 da CF. Em suma, a Constituição traz um tributo (IPTU sancionatório progressivo) que, para o CTN, não é tributo”2 e “o IPTU sancionatório progressivo é tributo, a par do mandamento do CTN”3. A progressividade tem como finalidade assegurar a função social da propriedade, bem com tem sua constitucionalidade salvaguardada na carta Magna, especialmente na alínea a, do parágrafo 4º do artigo 182 do CF/88. Diante disso, entende que a progressividade incentiva a continuidade da função social da propriedade. 2 FAVACHO, Fernando Gomes. Definição do conceito de tributo. São Paulo, 2010. p. 33. 3 Idem. Loc. cit. 6. Que é direito tributário? Sob as luzes da matéria estudada, efetuar crítica à seguinte sentença: “Direito tributário é o ramo do Direito público positivo que estuda as relações jurídicas entre o Fisco e os contribuintes, concernentes à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”, e propor definição para “direito tributário”. Diante dos ensinamentos do Professor Paulo de Barros Carvalho, o direito tributário possibilita o conhecimento das “(...) proposições jurídico-normativo que correspondem, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação, e fiscalização de tributos.” (2002, p.47), e sendo assim, a sentença anunciada na questão não traduz o objetivo do direito tributário, segundo o entendimento do professor Paulo, uma vez que trata a ciência como um ramo do direito que estuda as relações. Em tal caso, o doutrinador afirma que a ciência do direito tributário não estuda as relações entre os fiscos e os contribuintes, conforme relata a sentença, em verdade o direito tributário, através das proposições, trata acerca das instituições, arrecadações e fiscalização de tributos, possibilitando compreender o significado das normas jurídicas. 7. Dada a seguinte lei (exemplo fictício): Estado de Minas Gerais, Lei Estadual nº 2.017, de 10/10/2017 A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais Decretou e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º Esta Taxa de Controle, Monitoramento e Fiscalização de Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos, que tem como fato gerador o exercício do poder de polícia do Estado sobre estas atividades. Art. 2º A base de cálculo dessa taxa é a receitabruta obtida com a comercialização de mercadorias ou de serviços que utilizem recursos hídricos . Art. 3o. A alíquota é de 3%. Art. 4º Contribuinte é Pessoa, física ou jurídica, que utilize recursos hídricos com a finalidade de exploração ou aproveitamento econômico. Art. 5º A taxa será apurada mensalmente e recolhida, mediante preenchimento da guia de recolhimento, até o último dia útil do mês seguinte ao da exploração ou do aproveitamento do recurso hídrico, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido. Art. 6º Na ausência de apuração e recolhimento da taxa pelo contribuinte,a autoridade fiscal competente deverá lavrar “Auto de Infração e Imposição de Multa”, aplicando multa de 50% sobre o valor da taxa devida. Art. 7º É isenta do pagamento da taxa a utilização de recurso hídrico na captação e consumo destinados à atividade agropecuária (...) Pergunta-se: a) Quantas normas há nessa lei? Identifique-as. 1. Norma matriz de incidência artigo 1º ao 4º 2. Definição do prazo para recolhimento – artigo 5º 3. Norma de dever instrumental, artigo 5º 4. Norma sancionatória, quando imputa ao contribuinte multa de 10% pelo não recolhimento – artigo 5º 5. Norma sancionatória – Multa de 50% 6. Norma sancionatória, quando permitir que o fiscal lavre auto de infração nos casos de não emissão de nota fiscal – artigo 6º 7. A isenção da taxa para atividade de agropecuária – artigo 7º b) Qual dessas normas institui tributo? Artigo 1º ao 4º que define a regra matriz de incidência. c) Qual dessas normas é estudada pela Ciência do Direito Tributário? Justificar. Todas as normas da presente lei são estudadas pelo direito tributário, por versarem acerca das instituições, arrecadações e fiscalização de tributos, objetos da ciência tributária. d) O texto legal, acima transcrito, é Ciência do Direito? Justificar. A ciência do direito tem com objetivo possibilitar a interpretação e tem como objeto o direito positivo. Isto posto, o texto legal, transcrito acima não pode ser considerado ciência do direito, dada sua característica prescritiva, sendo está direito positivo e não ciência do direito. Bibliografia: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 24 ed. São Paulo: Editora Sarava: 2012 SOARES, Evanna. A norma jurídica em Kelsen. Concepção de sanção na norma primária e na norma secundária. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 7, n. 59, 1 out. 2002. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/3269. Acesso em: 16 ago. 2020. MACHADO, Ivja Neves Rabelo. Reflexão sobre a definição de tributo Conteúdo Juridico, Brasilia-DF: Disponível em: http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/42394/reflexoes-sobre-a-definicao- de-tributo. Acesso em 16 ago. 2020. https://jus.com.br/artigos/3269/a-norma-juridica-em-kelsen https://jus.com.br/artigos/3269/a-norma-juridica-em-kelsen https://jus.com.br/revista/edicoes/2002 https://jus.com.br/revista/edicoes/2002/10/1 https://jus.com.br/revista/edicoes/2002/10/1 https://jus.com.br/revista/edicoes/2002/10/1 https://jus.com.br/revista/edicoes/2002/10 https://jus.com.br/revista/edicoes/2002 http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/42394/reflexoes-sobre-a-definicao-de-tributo http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/42394/reflexoes-sobre-a-definicao-de-tributo
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