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LEVANTAMENTO SOCIODEMOGRAFICO DA PRODUÇÃO ORGÂNICA EM UMA FEIRA LIVRE EM RIO BRANCO, ACRE

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ACRE 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA FAMILIAR 
 
 
 
 
 
 
NAIARA BEZERRA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO SOCIODEMOGRÁFICO DA PRODUÇÃO ORGÂNICA EM UMA 
FEIRA LIVRE EM RIO BRANCO, ACRE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO BRANCO – AC 
2020
 
NAIARA BEZERRA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO SOCIODEMOGRÁFICO DA PRODUÇÃO ORGÂNICA EM UMA 
FEIRA LIVRE EM RIO BRANCO, ACRE 
 
Monografia apresentada ao Instituto Federal 
de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre 
como requisito parcial à obtenção do título de 
Especialista em Agricultura Familiar. 
 
Orientador: Deborah Virgynia Cardoso de 
Freitas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO BRANCO – AC 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
S586 
 Silva, Naiara Bezerra da 
Levantamento sociodemográfico da produção orgânica em uma feira 
livre em Rio Branco, Acre / Naiara Bezerra da Silva. – Rio Branco, 2020. 
49 f. 
 Orientadora: Profa. Deborah Virgynia Cardoso de Freitas 
 Monografia (Curso de Pós-graduação em Agricultura Familiar) - 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre – IFAC, 
Campus Avançado Rio Branco Baixada do Sol, 2020. 
 1. Agricultura familiar. 2. Produtor orgânico. 3. Feira livres. I. Freitas, 
Deborah Virgynia Cardoso de, orient. II. Título. 
CDD 338.1 
 Bibliotecário Responsável José de Arimatéia Ferreira de Oliveira CRB 11/1002 
 
 
NAIARA BEZERRA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO SOCIODEMOGRÁFICO DA PRODUÇÃO ORGÂNICA EM UMA 
FEIRA LIVRE EM RIO BRANCO, ACRE 
 
Monografia apresentada ao Curso de Pós-
graduação em Agricultura Familiar do 
Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia do Acre - IFAC - aprovada pela 
banca examinadora. 
 
 
Rio Branco, 21/05/2020. 
 
 
Deborah Virgynia Cardoso de Freitas 
Mestra em Gestão de Áreas Protegidas 
Presidente - Ifac 
 
 
Charle Ferreira Crisóstomo 
Doutor em Biodiversidade e Saúde 
Membro Titular - Ifac 
 
Marília Temporim Furtado 
Mestra em Produção Vegetal 
Membro Titular - Unimeta 
 
 
 
 
 
 
RIO BRANCO – AC 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais Etna Bezerra da Silva e Áquila Sombra da 
Silva e meus irmãos Cleydson Bezerra da Silva, Linda 
Mara Bezerra da Silva e Naira Suelen Bezerra da Silva 
Melo pelo apoio para vencer mais este desafio 
 
Dedico 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente, a Deus, que é digno de toda honra e toda glória, e aos meus 
pais, responsáveis pela minha existência, educação e formação de caráter. 
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre - IFAC pela 
oportunidade, principalmente à coordenação do Curso de Pós-graduação em 
Agricultura Familiar, que permitiu a realização do estudo, e aos professores do quadro 
que apresentaram comprometimento nos ensinamentos. 
À minha orientadora Prof. Deborah Virgynia Cardoso de Freitas, pelo apoio 
científico, diretrizes e acompanhamento pontual e competente do trabalho em todas 
as suas fases. 
Aos colegas de curso, Alline Nunes da Silva, Aucemir Lima dos Santos, 
Francimar Gomes de Araújo, Jannyf Christina dos Santos, Juliana Paulo Saraiva, 
Maria Regina Queiroz Dias pelo incentivo e apoio no decorrer do curso e finalização 
desta pesquisa. 
À amiga Thaís de Azevedo Coutinho pelo incentivo ao longo do curso e na 
elaboração dos questionários. Ao Francimar Gomes de Araújo e ao meu sobrinho Luís 
Felipe da Silva Barros pela ajuda na coleta de dados deste trabalho, e por estarem à 
disposição quando precisei. 
Aos feirantes orgânicos que prontamente se dispuseram a participar desta 
pesquisa e contribuíram com as informações necessárias, meu muito obrigada. 
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Sonhos determinam o que você quer. 
Ação determina o que você conquista.” 
 
Aldo Novak 
 
RESUMO 
 
 
A feira livre é um espaço, no qual tradicionalmente produtores rurais tem a 
oportunidade de comercializar seus produtos diretamente a consumidores. É um local 
onde acontece a troca de conhecimento e as relações socioeconômicas entre 
produtores e consumidores são estreitadas. Além disso, as feiras promovem a oferta 
de produtos frescos e saudáveis, assegurando uma alimentação saudável e adequada 
à população local. Neste contexto, a produção orgânica se destaca, por ser uma 
produção sustentável, respeita o meio ambiente e as tradições culturais e promove a 
autonomia econômica e a independência de seus produtores ao alcançarem novos 
mercados. Diante da importância das feiras livres e da produção orgânica como 
indutores de segurança alimentar, geração de renda e preservação ambiental, este 
estudo pretende caracterizar o perfil de feirantes e consumidores e os aspectos de 
comercialização da produção orgânica em uma feira livre, localizada no Calçadão do 
Terminal Urbano, na cidade de Rio Branco, estado do Acre. Esta é a primeira feira de 
produtos orgânicos do município de Rio Branco - Acre, existente há mais de 20 anos. 
A metodologia usada no estudo se baseia em um estudo de caso, pesquisa 
bibliográfica e documental, com o uso de dados quantitativos e qualitativos que foram 
levantados por meio de questionários semiestruturados aplicados entre produtores e 
consumidores que frequentam a feira, nos quais foram obtidos dados econômicos, 
tais como fontes de crédito, formas de comercialização da produção, fontes de renda 
e sociodemográficos. Foram entrevistados 20 feirantes agricultores familiares e 20 
consumidores. Estas informações foram processadas em planilhas eletrônicas a partir 
de análises descritivas utilizando-se estatística básica: frequências, médias e 
porcentagens. Os resultados revelam que os feirantes, em sua maioria, são mulheres 
com idade entre 51 a 60 anos, escolaridade que varia do ensino fundamental até o 
ensino superior e atuam na feirinha há mais de 15 anos. O perfil dos consumidores da 
feira é representado por mulheres com mais de 60 anos, aposentadas, com 
escolaridade que varia do ensino médio ao superior. De maneira geral, a feira é o 
principal meio de obtenção de renda dos feirantes com a comercialização de frutas e 
hortaliças. Contudo, alguns deles vendem também para atravessadores, cestas de 
produtos por encomenda e/ou venda direta nas casas de consumidores. A renda 
média familiar dos feirantes varia de um a três salários mínimos. Os consumidores 
optam pelo consumo dos produtos da feira orgânica por considerar os produtos 
frescos, saudáveis e por virem direto do produtor, além de apresentarem mais 
qualidade e preço baixo que os alimentos vendidos nos supermercados. Contudo, é 
preciso fortalecer as feiras livres como: espaços de trocas de conhecimentos; locais 
de estreitamento de laços e amizades entre produtores e consumidores; mecanismos 
de inclusão social, por meio do fortalecimento e da geração de renda de feirantes; e 
promotor da segurança alimentar de consumidores e produtores. 
 
 
Palavras-chave: Agricultura familiar. Produtor orgânico. Feiras livres. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The open market is a space in which traditionally rural producers have the opportunity 
to market their products directly to consumers. It is a place where knowledge exchange 
takes place and the socioeconomic relations between producers and consumers are 
tightened. In addition, fairs promote the supply of fresh and healthy products, ensuring 
a healthy and adequate diet for the local population. In this context, organic production 
stands out, as it is a sustainable production, respects the environment and cultural 
traditions and promotes theeconomic autonomy and independence of its producers 
when reaching new markets. Given the importance of open markets and organic 
production as inducers for food security, income generation and environmental 
preservation, this study aims to characterize the profile of marketers and consumers 
and the aspects of commercialization of organic production in a free market, located 
on the Calçadão do Terminal Urbano, in the city of Rio Branco, state of Acre. This is 
the first organic products fair in the municipality of Rio Branco - Acre, which has existed 
for over 20 years. The methodology used in the study is based on a case study, 
bibliographic and documentary research, using quantitative and qualitative data that 
were raised through semi-structured questionnaires applied between producers and 
consumers attending the fair, in which economic data were obtained , such as sources 
of credit, ways of marketing production, sources of income and sociodemographics. 
20 market farmers and 20 consumers were interviewed. This information was 
processed in electronic spreadsheets from descriptive analyzes using basic statistics: 
frequencies, averages and percentages. The results reveal that the marketers, in their 
majority, are women between 51 and 60 years old, schooling that varies from 
elementary school to higher education and have worked in the fair for more than 15 
years. The consumer profile of the fair is represented by women over 60, retired, with 
schooling ranging from high school to higher education. In general, the fair is the main 
means of obtaining income from marketers through the sale of fruits and vegetables. 
However, some of them also sell to middlemen, baskets of products to order and / or 
direct sale in the homes of consumers. The average family income of marketers varies 
from one to three minimum wages. Consumers choose to consume the products at the 
organic fair because they consider the products fresh, healthy and come directly from 
the producer, in addition to having more quality and low prices than the food sold in 
supermarkets. However, it is necessary to strengthen open markets as: spaces for the 
exchange of knowledge; places of closer ties and friendships between producers and 
consumers; mechanisms of social inclusion, through the strengthening and generation 
of income of marketers; and promoting food security for consumers and producers. 
 
 
Keywords: Family farming. Organic producer. Free fairs. 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 - Mapa do estado do Acre ........................................................................... 17 
Figura 2 - Perfil dos feirantes da Feira de Produtos Orgânicos baseado no gênero, Rio 
Branco, Acre. ............................................................................................................. 20 
Figura 3 - Idade dos feirantes da feira de produtos orgânicos, Rio Branco, Acre ..... 22 
Figura 4 - Escolaridade de feirantes da feira de produtos orgânicos, Rio Branco, Acre
 .................................................................................................................................. 23 
Figura 5 - Escolaridade dos feirantes por gênero ...................................................... 23 
Figura 6 - Renda familiar dos feirantes da feira de produtos orgânicos, Rio Branco, 
Acre ........................................................................................................................... 24 
Figura 7 - Situação ocupacional dos feirantes da feira de produtos orgânicos, Rio 
Branco, Acre .............................................................................................................. 25 
Figura 8 - Quantidade de pessoas na unidade familiar ............................................. 26 
Figura 9 - Perfil dos consumidores da feira de produtos orgânicos baseado no gênero, 
Rio Branco, Acre ....................................................................................................... 27 
Figura 10 - Idade dos consumidores da feira de produtos orgânicos, Rio Branco, Acre
 .................................................................................................................................. 28 
Figura 11 - Escolaridade dos consumidores da feira de produtos orgânicos, Rio 
Branco, Acre. ............................................................................................................. 29 
Figura 12 - Escolaridade dos consumidores por gênero ........................................... 29 
Figura 13 - Renda familiar dos consumidores da feira de produtos orgânicos, Rio 
Branco, Acre .............................................................................................................. 30 
Figura 14 - Situação ocupacional dos consumidores da feira de produtos orgânicos, 
Rio Branco, Acre ....................................................................................................... 31 
Figura 15 - Canais de comercialização ..................................................................... 31 
Figura 16 - Acesso a outras políticas públicas da agricultura familiar ...................... 33 
Figura 17 - Produtos preferidos pelos consumidores na Feira de Produtos Orgânicos 
de Rio Branco - AC ................................................................................................... 34 
Figura 18 - Tempo de atuação na feira de produtos orgânicos, Rio Branco, Acre .... 35 
Figura 19 - Tempo em que o consumidor compra na feira de produtos orgânicos, Rio 
Branco, Acre .............................................................................................................. 36 
Figura 20 - Local da Feira de Produtos Orgânicos de Rio Branco ............................ 37 
Figura 21 - Frequência em que os consumidores vão a feira ................................... 39 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
ACS Associação de Certificação Socioparticipativa da Amazônia 
CPOrg/AC Comissão da Produção Orgânica do Acre 
FPOA Feira de Produtos Orgânicos do Acre 
IFAC Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre 
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
OAC Organismo de Avaliação da Conformidade Orgânica 
OCS Organização de Controle Social 
OPAC Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade Orgânica 
PAA Programa de Aquisição de Alimentos 
PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar 
SAFRA Secretaria Municipal de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Econômico 
SAN Segurança Alimentar e Nutricional 
UFAC Universidade Federal do Acre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11 
1.1 DA AGRCULTURA CONVENCIONAL Á PRODUÇÃO ORGÂNICA ...................... 11 
1.2 A PRODUÇÃO ORGÂNICA NO ACRE ....................................................................... 13 
1.3 FEIRAS LIVRES EM RIO BRANCO - ACRE ............................................................. 14 
1.4 A PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES ................................................................... 15 
2 OBJETIVO ...................................................................................................................... 16 
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 16 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................... 16 
3.2 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................................ 17 
3.3 COLETA DE DADOS ..................................................................................................... 18 
3.4 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................. 19 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................20 
4.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO ................................................................................. 20 
4.1.1 Feirantes ......................................................................................................................... 20 
4.1.2 Consumidores ................................................................................................................ 26 
4.2 ASPECTOS GERAIS DA COMERCIALIZAÇÃO ....................................................... 31 
4.2.1 Canais de comercialização da produção orgânica ...................................................... 31 
4.2.2 Acesso a outras políticas públicas da agricultura familiar ........................................... 32 
4.2.3 Principais produtos comercializados por feirantes e preferidos por consumidores .. 34 
4.2.4 Tempo de atuação na feira de produtos orgânicos ..................................................... 35 
4.3. PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES SOBRE OS PRODUTOS ORGÂNICOS . 38 
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 40 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 42 
APÊNDICES ...................................................................................................................... 46 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 DA AGRCULTURA CONVENCIONAL Á PRODUÇÃO ORGÂNICA 
 
A agricultura é uma das atividades mais antigas já desenvolvidas pelo homem 
(PENA, 2019). Nos primórdios, visava a produção de alimentos para a subsistência 
familiar, contudo, com o aumento da população, passou a produzir excedentes para 
atender a demanda existente. Isso trouxe a necessidade de expandir áreas agrícolas, 
trazendo mudanças no uso da terra e no modo de produção (FRANCISCO, 2019). 
Estas mudanças trouxeram diversos prejuízos econômicos e socioambientais 
(RIBEIRO, 2019). A inovação em técnicas produtivas, a mecanização e o uso de 
insumos para aumentar a produtividade e diminuir perdas provocaram significativos 
impactos ambientais. Estes prejuízos estão relacionados principalmente ao uso 
indiscriminado de defensivos agrícolas, a monocultura e ao desmatamento de áreas 
para a agropecuária (DEUS; BAKINYI, 2012). 
O uso irracional do solo sem respeito à sua aptidão agrícola e sem limitações 
aceleram os processos de degradação do solo, alterando o meio ambiente. Os danos 
à natureza e sua crescente destruição colocam em pauta a necessidade da sua 
preservação e recuperação, buscando formas racionais de produção (BALSAN, 
2006). 
A produção orgânica é um tipo de produção sustentável que se baseia em 
princípios agroecológicos, que respeita hábitos e tradições culturais e incentiva a 
alimentação saudável e in natura, promovendo a Segurança Alimentar e Nutricional – 
SAN1 (MALUF et al., 1996). 
Essa produção visa menor dependência de insumos químicos, uma vez que 
buscar obter adubos e fertilizantes orgânicos da própria propriedade, adota técnicas 
de controle biológico para combater pragas e doenças e promove a rotação e o 
consórcio de culturas. Dessa forma o produtor diversifica a produção, obtém produtos 
comerciais ao longo do ano e preserva o meio ambiente (CASTRO NETO et al., 2010). 
 
1 Este é um tema cada vez mais recorrente em estudos e pesquisas científicas, além de ser de grande 
relevância à saúde pública por estar relacionado aos modos de vida e hábitos alimentares da população 
que foram modificados ao longo do tempo devido a substituição de alimentos in natura, saudáveis e 
preparados em casa por produtos industrializados, processados e com grande quantidade de 
conservantes (Maluf et al., 1996; FREITAS, 2017), o resultado dessa alimentação são mais pessoas 
susceptíveis a doenças cardiovasculares, diabetes e demais enfermidades ligadas à obesidade. 
12 
 
No âmbito do desenvolvimento rural, a agricultura orgânica pode ser 
considerada um meio de promoção socioeconômica dos agricultores, já que implica 
na construção de novas redes sociais de comercialização e no alcance de novos 
mercados (ALVES; BOTELHO, 2014), por meio dos quais é possível garantir a 
comercialização da produção e a geração de renda. 
A regulamentação da produção orgânica no Brasil é estabelecida pela Lei 
Federal Nº 10.831/2003, nela consta a definição de um sistema de produção orgânico 
(BRASIL, 2003): 
 
Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em 
que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos 
recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade 
cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade 
econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização 
da dependência de energia não renovável, empregando, sempre que 
possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao 
uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos 
geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do 
processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e 
comercialização, e a proteção do meio ambiente (BRASIL, 2003). 
 
Pela definição é possível perceber que a produção orgânica engloba todo um 
sistema de produção que ocorre desde o processo inicial da produção até os 
procedimentos finais para que os produtos orgânicos cheguem às prateleiras ou aos 
consumidores. A Lei dos orgânicos foi regulamentada ainda pelo Decreto Nº 
6.323/2007 e por suas instruções normativas (IN), destacando-se a IN n.º 46, de 06 
de outubro de 2011, regulada pela IN n.º 17, de 18 de junho de 2014, que orientam 
sobre as práticas e processos para produção animal e vegetal no Brasil. 
Para estar em conformidade com a legislação brasileira referente à produção 
orgânica, há três maneiras de comercialização destes produtos (BRASIL, 2019a): 
a) Venda direta ao consumidor: não exige certificação. Os produtores 
devem estar organizados por meio de uma Organização de Controle Social - OCS2 e 
registrados junto ao MAPA, que fará o controle direto do setor. 
 
2 OCS - É uma organização que poderá ser constituída a partir de um grupo informal de produtores ou envolver 
uma entidade, como associação ou cooperativa, que deve ser cadastrada junto ao Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento – MAPA, em que esse cadastramento possibilita ao agricultor familiar comercializar 
seus produtos diretamente ao consumidor (venda direta) e participar de Programas Governamentais como o 
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e venda 
institucional. 
13 
 
b) Sistema Participativo de Garantia (SPG): certificação com base no 
controle social, por meio de um Organismo Participativo de Avaliação da 
Conformidade Orgânica - OPAC. Os produtores devem estar organizados e uma 
entidade jurídica sob controle dos mesmos, deve estar registrada junto ao MAPA, que 
fará o controle direto do setor. Essa entidade legalmente constituída é responsável 
por emitir os documentos de garantia da qualidade orgânica dos produtos válidos no 
Brasil. 
c) Certificação por auditoria: a certificação é realizada por certificadora 
acreditada pelo INMETRO e credenciada no MAPA, como Organismo de Avaliação 
da Conformidade Orgânica - OAC, que fará o controle do setor. As certificadoras são 
responsáveis por emitir certificados que garantem a qualidade orgânica dos produtos, 
válidos no mercado nacional e internacional com os quais o Brasil possua acordos de 
equivalência. 
Os agricultores familiares, de acordo com os requisitos estabelecidos pela Lei 
Nº 11.326/2006 que trata da Política Nacional da Agricultura Familiar, que realizam a 
comercialização direta, sem intermediários entre produtor e consumidor, podem 
realizar a venda de seus produtos sem a certificação e sem o uso do selo, que é 
obrigatório para identificar os orgânicos.Isso torna o processo de certificação mais 
acessível economicamente e menos burocrático aos pequenos produtores, 
possibilitando que eles possam comercializar seus produtos com maior facilidade. 
 
1.2 A PRODUÇÃO ORGÂNICA NO ACRE 
 
O Brasil está se consolidando como um grande produtor de alimentos 
orgânicos, são cerca de 17 mil propriedades certificadas em todo o país. A maior parte 
da produção é oriunda de pequenos produtores (SEBRAE, 2019). Segundo Camargo 
Filho et al. (2004), cerca de 90% dos agricultores orgânicos brasileiros são familiares, 
sendo estes responsáveis por 70% da produção nacional. 
Na Amazônia Sul-ocidental brasileira, no estado do Acre, na década de 1990 
nascia um novo modo de produzir baseado no respeito ao meio ambiente, diferente 
dos métodos tradicionais de desmate e queima na região. As mudanças no uso da 
terra e no modo de produção no Acre aconteceram com os moradores do Polo 
Agroflorestal do Benfica, na cidade de Rio Branco (SIVIERO; ABREU, 2009). 
14 
 
No Benfica, os produtores passaram pelo processo de conversão da agricultura 
convencional para a orgânica. Eles foram pioneiros na produção e comercialização de 
produtos orgânicos no Acre, foram também os primeiros a se associarem à primeira 
organização social de agricultores orgânicos do estado, desde 1998 se estabeleceu e 
difundiu a agricultura orgânica no Acre (SIVIERO; ABREU, 2009). 
Em 2019, havia 246 produtores registrados no Acre no Cadastro Nacional de 
Produtores Orgânicos, destes, 214 cadastrados por meio de Certificação por auditoria 
e 32 por meio da Associação de Certificação Socioparticipativa da Amazônia - ACS, 
que é uma Organização de Controle Social - OCS, na qual os produtores 
comercializam de forma direta ou institucional (BRASIL, 2019b). 
 
1.3 FEIRAS LIVRES EM RIO BRANCO - ACRE 
 
A feira livre é um local em que, tradicionalmente, produtores rurais e agentes 
de intermediação oferecem seus produtos a consumidores (ALBUQUERQUE, 2011). 
As feiras garantem a venda de produtos, geram renda e possibilitam oportunidades 
de acesso a outros mercados de comercialização, tais como o Programa de Aquisição 
de Alimentos (PAA), comércios locais, restaurantes, lanchonetes e outros centros de 
comercialização (PEREIRA et al., 2017; RODRIGUES, 2019). 
As feiras oferecem maior retorno econômico ao produtor, pois ele não depende 
de atravessadores para a venda dos produtos, proporcionam oportunidades de 
incremento na qualidade de vida, além de autonomia no uso de insumos externos, 
sendo uma alternativa de facilitação do processo de venda dos produtos 
(CAMPANHOLA; VALARINI, 2001; SILVA, 2006). 
Embora a comercialização de frutas, verduras e legumes tende a crescer nas 
redes de supermercados, visto que estes oferecem vantagens como ambiente 
fechado, climatizado, diversidade na forma de pagamento e outros produtos (limpeza, 
higiene pessoal etc.), as feiras livres continuam sendo bem frequentadas por grande 
parte da população, principalmente devido a oferta de produtos frescos e preços mais 
baixos que os dos supermercados (ALBUQUERQUE, 2011). 
Segundo a Secretaria Municipal de Agricultura Familiar e Desenvolvimento 
Econômico - Safra, em Rio Branco existem 43 feiras espalhadas pela capital, dentre 
feiras que comercializam produtos convencionais e orgânicos. As feiras livres 
fornecem os mais variados produtos in natura e beneficiado aos consumidores todos 
15 
 
os dias, sendo oferecidos por feirantes residentes na cidade e em municípios 
próximos. 
Em Rio Branco, Acre, a feira de produtos orgânicos ocorre em 3 pontos da 
cidade. Entretanto, a feira mais antiga já ocorre há 21 anos no mesmo local, na qual 
funciona todas às sextas e sábados, nas proximidades do Mercado Municipal Elias 
Mansur, localizado no centro da cidade, atrás do calçadão do terminal urbano, onde o 
estudo foi realizado. Existe também a feira no Horto Florestal e outra no 
estacionamento do Ministério Público Estadual. 
A feira tradicional de produtos orgânicos do Acre no calçadão do terminal 
urbano é um local em que ocorre a venda direta de produtos, na qual não há 
participação de terceiros (atravessadores/revendedores), permitindo laços entre o 
agricultor e o consumidor, possibilitando referência de qualidade, rastreabilidade e 
localidade aos produtos orgânicos (SIVIERO et al., 2008). 
 
1.4 A PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES 
 
A população tem cada vez mais buscado qualidade de vida, dentre os desafios 
para melhorar a saúde e o bem-estar da população estão a prática de atividades 
físicas e a busca por uma alimentação mais saudável (CHEN, 2009). 
Neste contexto, a produção e o consumo dos alimentos estão diretamente 
relacionados a implicações no meio ambiente e na saúde humana, podendo refletir na 
preferência e na atitude de consumidores quanto a escolha dos alimentos (NANDI et 
al., 2016). 
Gonçalves e colaboradores (2019) revelam que o consumidor de produtos 
orgânicos adquire tais produtos por acreditar estar consumindo produtos saudáveis e 
nutritivos, por ser um alimento que promove a SAN, uma vez que não há o uso de 
defensivos agrícolas, por possuir qualidades superiores aos convencionais, melhor 
sabor e maior tempo em prateleira. Por isso, estão dispostos a pagar um valor maior 
pelos benefícios que os orgânicos trazem para a saúde e ao meio ambiente. 
 Na Amazônia brasileira há poucas pesquisas sobre os hábitos do consumidor 
de produtos agrícolas. A maioria dos estudos aponta que o preço é o principal 
norteador do mercado consumidor, contudo, faltam informações precisas sobre a 
valorização de produtos orgânicos por parte dos consumidores e o que os mobiliza a 
adquirirem estes produtos (SIVIERO et al., 2008). 
16 
 
Siviero e colaboradores (2008) realizaram pesquisas com consumidores de 
produtos orgânicos em Rio Branco há mais de uma década. De lá para cá, ampliou-
se o número de feiras orgânicas em Rio Branco, assim como a população, com isso 
existe a necessidade de obter dados atuais, tanto de consumidores quanto dos 
agricultores familiares com o intuito de conhecer a realidade existente quanto à 
comercialização e a necessidade de consumidores de produtos orgânicos. 
Neste contexto, o presente estudo pretende caracterizar o perfil de feirantes da 
Feira de Produtos Orgânicos localizada atrás do terminal urbano de Rio Branco, Acre, 
visando conhecê-los e saber as dificuldades que apresentam no processo de 
comercialização dos produtos com o intuito de auxiliar ações, políticas e futuras 
pesquisas que possam melhorar o fornecimento de alimentos saudáveis e in natura 
aos consumidores. A pesquisa pretende também conhecer o consumidor de produtos 
orgânicos, suas preferências, os laços existentes entre consumidor e produtor e 
demonstrar a importância da produção orgânica em Rio Branco. 
Ademais, é importante discutir como esses produtos podem chegar ao mercado 
consumidor, beneficiando produtores e consumidores, permitindo produzir comida 
saudável, unir o campo à cidade e melhorar a renda de feirantes. 
 
 
2 OBJETIVO 
 
Caracterizar o perfil dos feirantes e consumidores e os aspectos da 
comercialização da produção orgânica no calçadão do terminal urbano, no município 
de Rio Branco, Acre. 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 
 
Conforme Yin (2001), para a realização de pesquisas existem diferentes 
abordagens metodológicas: experimentos, levantamentos, estudos de caso, pesquisa 
histórica e análise de informações em arquivos. Todas podem ser usadas como 
propósito descritivo, explicativo e explanatório. 
17 
 
A pesquisa trata-se de um estudo de caso, que se caracteriza pelo estudo 
detalhado de um ou poucos objetos, permitindo seu conhecimento amplo, segundo 
Gil (2008). Na qual foi utilizado questionários semiestruturados de ordem quantitativa 
e qualitativa para o levantamento dos dados. 
A pesquisa foi realizada em três fases: 
a) Pesquisa bibliográficae documental: busca de artigos, livros, 
documentos públicos relacionados às temáticas abordadas no estudo; 
b) Coleta de dados: aplicação de questionários semiestruturados com 
feirantes e consumidores; 
c) Tabulação e análise dos dados: os dados foram tabulados e organizados 
no programa Excel. Em seguida foi realizada análise descritiva por frequência e 
médias. 
 
3.2 ÁREA DE ESTUDO 
 
O município de Rio Branco é a capital do estado do Acre (Figura 1), fica 
localizado na Amazônia Ocidental, possui uma extensão territorial de 8.9834,942 km², 
no qual habitam 407.319 pessoas (IBGE, 2019). Seu clima é equatorial do tipo quente 
e úmido, com temperatura média anual de 25 °C e precipitação de chuvas de 
aproximadamente 2.000 mm/ano (ACRE, 2010). 
 
 
 Figura 1 - Mapa do estado do Acre 
18 
 
Rio Branco tem seu PIB per capita (produto interno bruto) estimado em R$ 
21.258,68 anual, sendo baseado na agricultura e pecuária, indústria, serviços, 
comercio e administração (IBGE, 2019). 
Segundo dados do último censo agropecuário, o Acre tem 68.817 
estabelecimentos rurais, sendo que 7,85% deles estão localizados em Rio Branco. As 
principais culturas desenvolvidas na capital são abacaxi, mandioca, melancia, milho, 
banana e castanha-do-Brasil (IBGE, 2017). 
Rio Branco dispõe de 43 feiras livres distribuídas em diversos bairros da cidade, 
estas feiras são apoiadas pela Secretaria Municipal de Agricultura Familiar e 
Desenvolvimento Econômico - SAFRA que, muitas vezes fornece o transporte para o 
escoamento da produção, o espaço (em praças, vias públicas movimentadas ou em 
mercados municipais) e barracas para que os produtores comercializem os alimentos 
e outros gêneros produzidos por eles. 
O local do estudo se localiza na Feira de Produtos Orgânicos de Rio Branco, 
situada no centro da cidade, atrás do terminal de ônibus urbano, próximo ao Mercado 
Municipal Elias Mansur. A feira de produtos orgânicos é tradicional e já está em 
atividade há mais de 20 anos, funciona todas às sextas-feiras e aos sábados. Lá, são 
comercializados diversos produtos in natura e beneficiados, de frutas, leguminosas e 
demais vegetais à alimentos como bolos, polpas de frutas e demais produtos. 
 
3.3 COLETA DE DADOS 
 
Para a obtenção das informações foram aplicados questionários 
semiestruturados aos feirantes e consumidores da feira de produtos orgânicos de Rio 
Branco, localizada no calçadão da Rua Quintino Bocaiúva, atrás do Terminal Urbano, 
no Centro de Rio Branco. 
Para os feirantes, os questionários dispunham de perguntas relacionadas ao 
gênero, idade, escolaridade, ocupação e aspectos gerais da comercialização dos 
produtos e financiamentos adquiridos. Aos consumidores, as perguntas se 
relacionavam ao gênero, idade, escolaridade, ocupação, tempo que consome na feira 
e aspectos relacionados à percepção sobre os produtos da feira. 
O levantamento serviu de base para caracterizar aspectos sociais e 
econômicos dos produtores, bem como conhecer a visão dos consumidores de 
produtos orgânicos. A satisfação dos consumidores foi observada de acordo com as 
19 
 
respostas que foram dadas, por meio de perguntas orientadoras relacionadas a 
qualidade do produto em relação a outros mercados e os motivos de comprarem na 
feira. 
Foram entrevistados 20 feirantes, representando cerca de 87% do universo da 
amostra. A amostra se baseou no número total de feirantes existentes na Feira de 
Produtos Orgânicos de Rio Branco, localizada atrás do terminal urbano, no centro da 
cidade de Rio Branco, que possui 23 feirantes. 
Salienta-se que todos os feirantes são produtores rurais, produzem os 
alimentos em suas unidades familiares, uma vez que para obterem o registro de 
produtor orgânico e realizarem a venda direta, um dos requisitos é a produção seguir 
os padrões agroecológicos em suas propriedades. 
Foram entrevistados 20 consumidores. Em que o número de consumidores 
entrevistados se baseou no número médio de consumidores que frequentam a feira 
semanalmente. Esse dado foi obtido com os próprios feirantes, que estimaram ter, em 
média, 200 consumidores por semana. Nesse caso, a amostra de consumidores 
pesquisados representa 10% do público que frequenta a feira semanalmente. 
Os feirantes e consumidores foram selecionados aletoriamente para a 
entrevista de acordo com a disponibilidade deles em responderem às perguntas. O 
tempo médio de aplicação dos questionários durou cerca de 150 minutos. 
 
3.4 ANÁLISE DOS DADOS 
 
Para a tabulação dos dados levantados em campo e a análise dos resultados 
obtidos utilizou-se o programa Excel, versão 2016. 
Os resultados foram obtidos por meio de planilhas eletrônicas a partir de 
análises descritivas utilizando-se de estatística básica, como médias, frequências e 
porcentagens. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
4.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO 
 
4.1.1 Feirantes 
 
a) Gênero 
 
Dos 20 feirantes entrevistados, 60% são do sexo feminino e 40% do sexo 
masculino (Figura 2). 
 
 
Figura 2 - Perfil dos feirantes da Feira de Produtos 
Orgânicos baseado no gênero, Rio Branco, Acre. 
 
 
Os resultados revelam a importância do trabalho desenvolvido pela mulher no 
campo, que, por muito tempo foi visto apenas como um “apoio” ou “suporte” às 
atividades desenvolvidas pelo homem, desvalorizando o trabalho exercido por elas, 
além do trabalho em casa, dos cuidados com o cultivo e manejo de hortas e pomares 
e a educação dos filhos. 
Erazo e Pereira (2015), objetivando identificar o perfil dos produtores orgânicos 
em uma feira orgânica em Manaus, verificaram que mais de 57% dos feirantes são do 
sexo feminino e 42,8% masculino. No Pará, em uma feira livre em Capanema. Silva e 
colaboradores (2017) estudando o perfil socioeconômico de feirantes, também 
identificaram que a maioria dos feirantes, 60% eram mulheres. Estes dados 
21 
 
corroboram os resultados observados neste estudo, a mulher tem cada vez mais 
ganhado espaço no campo e na cidade. 
Os dados do último censo agropecuário (IBGE, 2019) demonstram que o 
número de estabelecimentos agropecuários geridos por mulheres aumentou de 12,7% 
para 18,6% entre 2006 a 2017, totalizando mais de 800 mil mulheres chefes de 
famílias no meio rural. 
As mulheres no campo são responsáveis pela aplicação e pelo repasse dos 
conhecimentos agroecológicos desenvolvidos na produção familiar, motivando a 
sucessão familiar no campo, além de possibilitar acesso a mercados com o mínimo 
de tecnologias e em pequenas áreas, causando menos impactos ambientais (BRITO 
et al., 2018). 
Vale ressaltar que o fortalecimento do trabalho e da renda dessas mulheres 
reflete também na promoção da segurança alimentar de suas famílias, uma vez que 
muitas delas são as principais responsáveis pela manutenção da unidade familiar, 
assumindo o controle pelos hábitos alimentares e culturais da família (FREITAS, 
2017). 
Neste sentido, torna-se essencial fortalecer e incentivar o trabalho dessas 
mulheres, fomentando a participação delas em políticas públicas de promoção à 
igualdade de gênero, possibilitando o acesso aos mercados e outros canais de 
comercialização, como as feiras livres, visando a geração de renda e contribuições 
para a economia rural e estimulando seu empoderamento para que possam tomar 
decisões e ter autonomia em suas escolhas. 
 
b) Idade 
 
Entre os feirantes entrevistados, 75% deles tem idades superiores a 31 anos, 
destes, 30% estão em uma faixa etária de 31 a 40 anos de idade, 10% entre 41 a 50 
anos, 25% entre 51 a 60 anos e 10% entre 61 a 70 anos de idade. Apenas 5% tem 
até 20 anos de idade e 20% entre 21 a 30 anos (Figura 3). 
 
22 
 
 
Figura 3 - Idade dos feirantes da feira de produtos orgânicos, 
Rio Branco, Acre 
 
 
Após a segunda metade do século passado o êxodo rural tem se acentuado, 
isso se deve às inúmeras mudanças no processo de produçãoagrícola que fizeram 
as cidades se tornaram mais atraentes aos jovens do campo em busca de trabalho, 
acesso à educação e à qualidade de vida, culminando na diminuição no número de 
jovens na área rural e no envelhecimento da população (MAIA; BUAINAIN, 2015; 
FREITAS, 2017 ). 
Gaspari e Khautonian (2018) mencionam que ao longo dos anos houve redução 
significativa de jovens no espaço rural e que isso se deve principalmente ao êxodo 
rural dos jovens em busca de estudo, casamento, viver na área urbana, além da baixa 
natalidade e do envelhecimento da população rural. 
Os resultados encontrados demonstram que a população rural está 
envelhecendo e há baixa participação dos jovens na atividade rural. Isso demonstra 
uma preocupação em relação ao futuro da agricultura familiar acreana. Quem irá 
produzir os alimentos para a mesa do acreano? É preciso engajamento e a interação 
de políticas de educação, capacitação, crédito, formação profissional, entre outras 
áreas que possam incentivar o jovem a permanecer no campo. 
 
c) Escolaridade 
 
Analisando o nível de escolaridade dos feirantes, 45% concluíram o ensino médio, 
25% possuem ensino fundamental incompleto e 20% ensino superior (FIGURA 4). 
23 
 
 
 Figura 4 - Escolaridade de feirantes da feira de produtos orgânicos, 
Rio Branco, Acre 
 
 
Estes dados divergem dos resultados encontrados no estudo de Silva e 
colaboradores (2017), no Pará, no qual 80% dos feirantes entrevistados possuem ensino 
fundamental incompleto e apenas 20% possuem ensino médio completo. Contudo, os 
resultados são semelhantes aos encontrados por Sousa e colaboradores (2017) em 
Belém, no qual 54% dos feirantes concluíram o ensino fundamental, 43% concluíram o 
ensino médio e 3% tinham o ensino superior. 
Os resultados demonstram que a população rural está se qualificando cada vez 
mais, levando-se a inferir que apesar do grau de instrução, as feiras livres são mecanismos 
de geração de renda que garantem renda aos agricultores e às suas famílias, sendo 
responsável pela manutenção do homem no campo. 
Relacionando escolaridade e gênero, 42% das mulheres entrevistadas concluíram 
o ensino médio e 33% delas o ensino superior. Enquanto 50% dos homens entrevistados 
estudaram até o ensino médio e 37% não concluíram o ensino fundamental, conforme 
mostra a Figura 5. 
 
 
Figura 5 - Escolaridade dos feirantes por gênero 
24 
 
Os dados apontam maior escolaridade em feirantes mulheres, demonstrando 
que as mulheres estudam mais que homens. Resultados semelhantes foram 
encontrados na pesquisa desenvolvida por Sarmiento e colaboradores (2018), que 
estudando o papel da mulher no mercado informal em feiras livres em Manaus, 
identificaram que 48% do total de entrevistadas estudaram do ensino médio até o 
ensino superior, e apenas 20% delas se concentram no estrato de menor 
escolaridade, ensino fundamental ou nunca estudaram. 
A feira livre pode proporcionar uma flexibilidade de horários e o envolvimento 
familiar, que associado ao interesse da mulher em se qualificar, pode se tornar uma 
grande possibilidade de conciliar as atividades domésticas, os estudos e a 
comercialização da produção na feira. 
 
d) Renda familiar 
 
Dos feirantes entrevistados, 90% afirmaram possuir uma renda média que varia 
de um a três salários mínimos, 10% deles informaram possuir renda entre quatro a 
seis salários mínimos, conforme demonstra a Figura 6. 
 
 
Figura 6 - Renda familiar dos feirantes da feira de produtos 
orgânicos, Rio Branco, Acre 
 
 
Dados obtidos por Sousa e colaboradores (2017), em que analisando o perfil 
socioeconômico dos feirantes do Complexo do Ver-o-Peso em Belém, Pará, 
25 
 
identificaram que 48% dos entrevistados possuem renda familiar entre um a dois 
salários mínimos e 42% entre dois a três salários. 
Vale ressaltar que a renda do feirante é composta por outras atividades, além 
da comercialização na feira, tais como aposentadorias e atividades autônomas. Os 
dados obtidos apontam que 45% dos feirantes realizam trabalhos autônomos, 20% 
são aposentados e 35% obtém renda apenas da feira (FIGURA 7). 
 
 
Figura 7 - Situação ocupacional dos feirantes da feira de 
produtos orgânicos, Rio Branco, Acre 
 
 
A renda de agricultores familiares geralmente é composta de outras fontes de 
renda como benefícios sociais, outros trabalhos fora e dentro da unidade produtiva, 
uma multiplicidade de atividades que podem fortalecer ou enfraquecer a agricultura 
familiar. 
Neste caso, estas fontes de renda visam complementar a renda familiar 
permitindo a manutenção da família no campo, visto que, apesar das diferentes 
atividades desenvolvidas, e da atividade representar, em média 35% da renda familiar, 
o produtor e sua família continuam desenvolvendo a atividade. 
 
e) Número de componentes na família 
 
Conforme mostra a Figura 8, a unidade familiar desses feirantes é formada em 
sua maioria por duas pessoas (25%), três pessoas (20%) e 10% tem seis membros 
ou mais residentes no mesmo domicilio. 
26 
 
 
 
 Figura 8 - Quantidade de pessoas na unidade familiar 
 
 
No estudo desenvolvido por Camarano e Fernandes (2015) revelam mudanças 
na estrutura familiar brasileira, as residências antes formadas por pais e filhos 
diminuíram, sendo substituídas por domicílios de casais sem filhos, homens e 
mulheres sozinhos e residências chefiadas por mulheres. 
Além de Camarano e Fernandes (2015), o IBGE (2019) também traz o 
reconhecimento e o aumento do número de mulheres como chefes de família, no 
campo ou na cidade, isso confirma a importância da mulher no campo, seja por meio 
da geração de renda, produzindo e comercializando alimentos nas feiras livres, ou 
selecionando os alimentos que vão para a mesa da família, assegurando uma 
alimentação saudável e adequada à família. 
 
4.1.2 Consumidores 
 
a) Gênero 
 
Dos entrevistados, 60% são do sexo feminino e 40% do sexo masculino (Figura 
9). Os dados estão de acordo com o estudo realizado por Gonçalves e colaboradores 
(2019) sobre percepção dos consumidores de feiras orgânicas em São Paulo, em que 
68,1% dos consumidores entrevistados são mulheres. 
 
27 
 
 
Figura 9 - Perfil dos consumidores da feira de produtos 
orgânicos baseado no gênero, Rio Branco, Acre 
 
No trabalho desenvolvido por Siviero e colaboradores (2008) na Feira de 
produtos orgânicos em Rio Branco, localizada atrás do terminal urbano, revelou que 
55% dos consumidores entrevistados eram homens, diferente dos resultados 
observados neste estudo. 
Essas mudanças indicam que, em pouco mais de uma década, as mulheres 
ganharam autonomia e independência financeira, uma vez que pode ser observado 
que muitas consumidoras vão à feira antes ou após o trabalho. Os dados indicam a 
preocupação e a atenção que a mulher tem com a alimentação da família, 
assegurando o consumo de alimentos saudáveis, diversificados e in natura e 
promovendo a segurança alimentar familiar. 
 
b) Idade 
 
Em relação à faixa etária, 40% dos consumidores entrevistados possuem entre 
61 a 70 anos, seguidos de 20% que tem entre 51 a 60 anos, 20% do público são 
jovens com idades entre 30 a 40 anos. Os menores percentuais foram observados na 
faixa etária de 71 a 80 anos e de 41 a 50 anos, apresentando-se 15% e 5% dos 
entrevistados, respectivamente. No entanto, o público consumidor possui idade média 
de 57 anos (FIGURA 10). 
 
 
28 
 
 
Figura 10 - Idade dos consumidores da feira de produtos 
orgânicos, Rio Branco, Acre 
 
 
Siviero e colaboradores (2008) verificou que a idade média dos consumidores 
orgânicos de Rio Branco era de cerca de 48 anos. Diferindo do atual estudo, em que 
a média de idade dos consumidores é de 57 anos. Os resultados encontrados no 
estudo de Erazo e Pereira (2015) revelam que a faixa etária predominante nosconsumidores de produtos orgânicos em Manaus é acima de 40 anos. 
Os resultados demonstram que o público consumidor é adulto e corresponde a 
faixa populacional economicamente ativa e com poder aquisitivo. Outro fator que pode 
estar associado é a fidelidade do consumidor de produtos orgânicos, muitos deles 
frequentam a feira desde a época de sua criação, há mais de 20 anos, demonstrando 
a importância da participação deste público e sua preocupação em consumir produtos 
que visem a saúde e o bem-estar da população, principalmente os idosos, que são 
maioria dos consumidores. 
 
c) Escolaridade 
 
Analisando o nível de escolaridade dos consumidores entrevistados, 45% 
concluíram o ensino médio, 30% não chegaram a concluir o ensino fundamental e 
apenas 15% possuem ensino superior (FIGURA 11). 
 
29 
 
 
Figura 11 - Escolaridade dos consumidores da feira de 
produtos orgânicos, Rio Branco, Acre. 
 
Morais (2012) na feira agroecológica do Mercado Municipal de Goiânia 
constataram que 84% dos consumidores entrevistados tinham curso superior com 
especialização e apenas 16% possuem o ensino médio. Esses dados divergem dos 
encontrados neste estudo, demonstrando que a população acreana ainda possui 
baixo grau de escolaridade se comparado aos grandes centros urbanos. 
A relação entre escolaridade e gênero entre consumidores, conforme mostra a 
Figura 12, revela que 59% das mulheres entrevistadas concluíram o ensino médio e 
17% delas o ensino superior. Enquanto 62% dos homens entrevistados não 
concluíram o ensino fundamental, 25% estudaram até o ensino médio e 13% 
concluíram o ensino superior. Estes resultados indicam que as mulheres dedicam 
mais anos de estudo do que os homens. 
 
 
Figura 12 - Escolaridade dos consumidores por gênero 
 
 
30 
 
Estes dados são importantes para que medidas e ações sejam criadas com o 
intuito de conhecer o público para quem os produtos são comercializados, a fim de 
melhorar condições que possam atender os anseios e desejos do consumidor. 
Siviero e colaboradores (2008), mencionam que o público de consumidores 
orgânicos vem crescendo e este conhece os benefícios da produção orgânica para o 
meio ambiente e para a saúde. Estas pessoas estão buscando uma alimentação mais 
saudável, possuindo à mesa alimentos frescos, de boa qualidade e livre de defensivos 
agrícolas, por isso é importante identificar o público consumidor com os produtos e 
fortalecer o vínculo destes produtores com seus tradicionais consumidores. 
 
d) Renda familiar 
 
Relacionado à renda familiar (Figura 13), 80% dos consumidores afirmaram 
possuir uma renda média que varia de um a três salários mínimos, estando de acordo 
os dados encontrados no estudo de Siviero e colaboradores (2008) na mesma feira 
no ano de 2007, em que 68% dos consumidores entrevistados afirmaram ter uma 
renda média de dois mil reais mensais. 
 
 
Figura 13 - Renda familiar dos consumidores da feira de 
produtos orgânicos, Rio Branco, Acre 
 
 
A pesquisa demonstra que 45% dos entrevistados são aposentados, 20% são 
funcionários públicos e 35% se enquadram nas seguintes ocupações: dona de casa, 
autônomo, diarista e comerciante (FIGURA 14). 
 
31 
 
 
Figura 14 - Situação ocupacional dos consumidores da 
feira de produtos orgânicos, Rio Branco, Acre 
 
 
4.2 ASPECTOS GERAIS DA COMERCIALIZAÇÃO 
 
4.2.1 Canais de comercialização da produção orgânica 
 
A grande maioria dos feirantes, 70%, utiliza a feira como único canal de 
comercialização da produção. Entretanto, o restante dos entrevistados afirmou vender 
também para atravessadores, realizar a venda direta nas residências (autônomo) e 
fazer entregas de produtos por encomenda (FIGURA 15). 
 
 
 Figura 15 - Canais de comercialização 
 
 
32 
 
Pesquisa realizada na Feira Ecológica de Porto Alegre revela que 44% dos 
produtores rurais comercializam a produção somente em feiras livres, mas a maioria 
(56%) possui outras alternativas diversificadas de venda de produtos, tais como outras 
feiras, supermercados, restaurantes, venda ao consumidor, diretamente na 
propriedade e em lojas de produtos naturais (VALENT et al., 2014). 
Os resultados obtidos demonstram a relevância das feiras livres como incentivo 
à produção e também à comercialização de diversos produtos e gêneros alimentícios, 
pois ao comercializar na feira, o produtor expõe seus produtos e os disponibiliza não 
somente aos consumidores que compram alimentos para suas residências, mas 
também a comerciantes que compram para revenderem em mercadinhos e quitandas 
de bairros e para lanchonetes e outros locais, demonstrando a importância das feiras 
como locais de geração de renda e oportunidades. 
Em pesquisa atual desenvolvida por Rodrigues (2019) em feiras livres na 
cidade de Rio Branco, revelam a importância das feiras livres como locais de 
oportunidades de acesso a outros mercados, visto que muitos agricultores passaram 
a comercializar hortaliças para mercados de bairros, lanchonetes e restaurantes a 
partir das vendas nas feiras, permitindo mais renda e comercialização de produtos em 
outros dias da semana em que o agricultor não comercializa seus produtos nas feiras. 
 
4.2.2 Acesso a outras políticas públicas da agricultura familiar 
 
Relacionado ao acesso as políticas públicas, 65% afirmaram não acessar tais 
políticas e apenas 35% tem acesso à algumas delas, como o Programa de Aquisição 
de alimentos - PAA, linhas de crédito do Pronaf e assistência técnica rural - Ater. No 
entanto, todos os entrevistados já passaram por diversas capacitações relacionado a 
boas práticas de produção, colheita, beneficiamento e apoio à comercialização 
(FIGURA 16). 
 
33 
 
 
Figura 16 - Acesso a outras políticas públicas da agricultura 
familiar 
 
 
Brito (2017) analisando a contribuição do poder público na feira livre de Cruz 
das Almas, na Bahia, constatou que quase 70% dos feirantes não recebem nenhum 
apoio financeiro à comercialização e 31,7% preferem não dizer. No estudo de Krause 
et al. (2018), em Cornélio Procópio, Bahia, os feirantes relataram também a falta de 
apoio do poder público e da sociedade em geral. 
Esses dados revelam que políticas públicas de apoio ao agricultor familiar são 
ainda escassas e de difícil acesso, para os feirantes a situação não é diferente. No 
Acre, a assistência técnica ao produtor não está acontecendo devido a conjuntura 
política de redução de gastos. 
As compras institucionais via Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e 
Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE ocorrem anualmente, sendo um 
importante canal de comercialização, todavia os feirantes entrevistados, em sua 
maioria não participam destes programas, levando-se a inferir alguns empecilhos para 
o acesso a estas políticas: pode ser pelo potencial produtivo que não atende à 
demanda da feira e as entregas via programas ou até mesmo a sobrecarga de trabalho 
na atividade produtiva que não possibilita aumentar a produção familiar para 
atendimento aos programas. 
 
 
 
 
34 
 
4.2.3 Principais produtos comercializados por feirantes e preferidos por consumidores 
 
Conforme mostra a Figura 17, as frutas são os produtos mais procurados pelos 
consumidores, representando 41% dos produtos comercializados na feira, seguido 
das hortaliças com 33%. 
 
 
 Figura 17 - Produtos preferidos pelos consumidores na Feira 
de Produtos Orgânicos de Rio Branco - AC 
 
Aos consumidores foi perguntado sobre qual produto gostariam que tivesse na 
feira, 65% dos entrevistados demonstrou satisfação com os produtos ofertados. 
Contudo, pouco mais de um terço dos entrevistados comentou a necessidade de 
oferta de alguns produtos, sendo eles: tomate, inhame, beterraba, abacate, palmito, 
salsa, goma e caldo de cana. 
Campos et al. (2017), em estudo realizado em feiras livres em Juiz de Fora,identificaram que os principais produtos comercializados são os alimentos in natura e 
minimamente processados. 
Dos feirantes entrevistados na feira de produtos orgânicos em Rio Branco, 39% 
comercializavam apenas frutas na feira, 28% legumes e verduras, 16% frutas, 
verduras e legumes; 4% ovos, 1% aves, carnes e peixes e 3% produtos beneficiados, 
como pães e bolos. 
As frutas mais vendidas na feira de orgânicos são: abacaxi, banana (prata, 
maçã e da terra), mamão, pupunha, coco, laranja, cupuaçu, abacate, poncã, limão, 
acerola, araçá-boi, melancia, jaca, amora. 
35 
 
As hortaliças mais comercializadas são: couve, cheiro-verde, batata-doce, 
alface, rúcula, pimenta-de-cheiro, pepino cubano. 
Os principais alimentos beneficiados vendidos na feira de orgânicos são: bolo 
de trigo e cocada. Os produtos beneficiados encontrados foram: polpa de frutas, 
farinha de mandioca, goma, beijú e doce de banana. 
Os produtos de origem animal mais vendidos: ovos de galinha, ovos de 
codorna, leite de vaca e galinha caipira. 
A grande quantidade de alimentos e demais produtos fornecidos na feira 
revelam a diversidade de cultivos e de alimentos produzidos pela agricultura familiar, 
endossando a importância da atividade para a promoção de uma alimentação 
saudável e diversificada, possibilitando a segurança alimentar e nutricional e 
respeitando o meio ambiente. 
 
4.2.4 Tempo de atuação na feira de produtos orgânicos 
 
Conforme já mencionado, a Feira de Produtos Orgânicos de Rio Branco existe 
há mais de 21 anos, os resultados encontrados no estudo revelam que mais da 
metade dos feirantes entrevistados (60%) participam da feirinha desde a sua criação, 
a maioria deles produz e comercializa produtos orgânicos no local há mais de 15 anos. 
Há também os feirantes que trabalham no local entre 10 e 15 anos, estes 
representam 20% do público entrevistado. Têm aqueles que estão na feira entre 1 e 
5 anos (5%). Existem ainda os produtores que comercializam sua produção na feira 
há menos de 1 ano, representando 15% do total pesquisado (FIGURA 18). 
 
 
Figura 18 - Tempo de atuação na feira de produtos 
orgânicos, Rio Branco, Acre 
36 
 
No estudo de Campos et al. (2017), identificou-se que 59% dos feirantes atuam 
na feira há mais de 10 anos, 24% há menos de 5 anos e 17% entre 5 e 10 anos. 
Pode-se dizer que a comercialização em feiras livres é uma garantia de renda 
para as famílias produtoras rurais, tendo em vista que a maioria das famílias tem a 
feira como a principal fonte de renda, essa atividade é perpetuada pelas famílias de 
geração em geração, sendo um importante mecanismo de fortalecimento e garantia 
de renda familiar e de manutenção das famílias no campo. 
O fato das feiras livres persistirem por tanto tempo, mesmo com o processo de 
globalização que trouxe mudanças no cenário alimentar e nos hábitos de vida da 
população e as facilidades que os grandes comércios e supermercados oferecerem 
ao consumidores (diversidade de ofertas de produtos, locais com estacionamento, 
infraestrutura adequada contendo ambiente refrigerado, locais fechados, entre 
outras), pode estar atrelada à confiança que o consumidor tem nos produtos 
provenientes da produção orgânica, seja por ser mais atrativo visualmente, por ser 
direto do produtor (conferindo frescor, sabor, aroma e livre de contaminantes) e/ou 
pelas práticas agrícolas adotadas (respeitando o meio ambiente). 
Os resultados deste trabalho refletem essa confiança, uma vez que 75% dos 
consumidores entrevistados afirmaram frequentar a feira de produtos orgânicos entre 
5 a 21 anos, demonstrando fidelidade e segurança em adquirir os produtos dos 
feirantes (FIGURA 19). 
 
 
Figura 19 - Tempo em que o consumidor compra na feira de 
produtos orgânicos, Rio Branco, Acre 
 
37 
 
Todos os feirantes demonstraram insatisfação com a infraestrutura do local em 
que é realizada a comercialização dos produtos orgânicos, situado atrás do calçadão 
do terminal urbano. É visível a presença de uma rede de esgoto próxima ao local, 
causando mal cheiro e alagamentos, assim como há uma circulação constante de 
vendedores ambulantes, moradores de rua e dependentes químicos no mesmo 
espaço, além do acúmulo de lixo e da passagem frequente de transeuntes no local. 
A preferência do consumidor por feiras-livres se deve principalmente à crença 
de que os alimentos ali comercializados são sempre frescos e de qualidade superior. 
Entretanto, vale ressaltar que nas feiras-livres, inclusive nas de produtos orgânicos, 
os alimentos estão expostos a várias situações que propiciam danos físicos, químicos 
e nutricionais aos produtos, dos quais podem ser citados: a contaminação por meio 
do manipulador, quando o mesmo não adota práticas adequadas de manipulação; 
exposição do alimento para venda, bem como o seu acondicionamento e 
armazenamento em condições inapropriadas (SILVA et al., 2010). 
Outra questão, diz respeito às bancas de comercialização, que não passam por 
manutenção constante e nem troca, a figura 20 demonstra a disposição das bancas 
na feira. 
 
 
 Figura 20 - Local da Feira de Produtos Orgânicos de Rio Branco 
 
A falta de organização e de limpeza do espaço de comercialização são outros 
fatores que contribuem para a não adequação do espaço onde a feira acontece. O 
38 
 
local deveria ser livre da circulação de vendedores ambulantes, moradores de rua, 
dependentes químicos, transeuntes que entram e saem do terminal de ônibus e 
comerciantes, uma vez a exposição desses alimentos põe em risco a contaminação 
da produção orgânica. 
A maioria dos feirantes entrevistados mencionou insatisfação com o transporte, 
outrora disponibilizado pela Prefeitura/SAFRA, bem como particular dos grupos 
comunitários, devido às condições de trafegabilidade dos ramais de difícil acesso e a 
forma como os produtos são dispostos nos caminhões não são adequadas. 
Por ser uma feira referência na produção e comercialização de produtos 
orgânicos em Rio Branco e por estar em funcionamento há mais de 20 anos, é preciso 
mais dedicação e empenho do Poder Público, visibilidade da sociedade civil, da 
academia e das instituições não governamentais visando apoiar o trabalho 
desenvolvido por esses feirantes, que dependem economicamente dessa feira, assim 
como ofertam produtos para a população local, contribuindo para a economia local e 
na promoção da segurança alimentar rio-branquense. 
 
4.3. PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES SOBRE OS PRODUTOS ORGÂNICOS 
 
Os consumidores entrevistados elencaram os seguintes motivos relacionados 
à escolha da feira para realizarem suas compras: 
• Saber que o produto vem direto do produtor, conhecendo assim a 
procedência; 
• Por se tratar de produtos orgânicos, livre de defensivos agrícolas; 
• Por pensar na qualidade de vida e na saúde; 
• Por serem produtos frescos; 
• Por possuírem preço comercial baixo 
 
Dos consumidores entrevistados, 75% afirmaram comprar as hortaliças 
somente na feira e não em outros comércios por acharem a qualidade do produto 
melhor, alimentos mais frescos, livres de defensivos agrícolas e por acharem o preço 
mais baixo. 
De acordo com Morais (2012), a principal razão indicada por 94% dos 
consumidores goianos pela opção em comprar alimentos orgânicos é que eles 
39 
 
acreditam que o alimento é mais saudável e livre de defensivos agrícolas, visto que 
se preocupam muito com a saúde deles e dos familiares. 
No trabalho de Gonçalves e colaboradores (2019), a principal motivação para 
o consumo de produtos orgânicos está relacionada à saúde. Outras motivações: livres 
de defensivos agrícolas, influência de outras pessoas e consciência ecológica. 
Lima e colaboradores (2015) identificaram que consumidores manauaras 
compram alimentos orgânicos porque pretendem ter saúde e ingerir alimentos de 
qualidade e sem defensivos agrícolas. 
Estes dados corroboram os resultados encontrados neste estudo,revelando a 
importância da produção e da comercialização de produtos orgânicos, por meio das 
feiras livres, relacionando-as com a crescente preocupação com a saúde e o bem-
estar da população e a necessidade de uma produção sustentável que respeite os 
hábitos alimentares saudáveis e o meio ambiente e pense nas gerações atuais e 
futuras. 
Relacionado à frequência em que vão a feira, 65% dos consumidores vão à 
feira uma vez na semana, 30% duas vezes na semana e 5% vão esporadicamente 
(FIGURA 21). 
 
 
Figura 21 - Frequência em que os consumidores vão a feira 
 
No estudo desenvolvido por Lima e colaboradores (2015), 84% dos 
consumidores de produtos orgânicos de Manaus frequentam a feira semanalmente, 
apenas 4% vai à feira duas vezes por semana. Isso pode estar relacionado ao fato de 
a feira oferecer produtos perecíveis, fazendo com que o consumidor frequente a feira 
pelo menos uma vez na semana. 
40 
 
Os resultados revelam que os consumidores rio-branquenses gastam, em 
média, 211 reais mensais na feira de produtos orgânicos. o que compromete 20% do 
salário-mínimo do consumidor. 
Salienta-se que 45% dos consumidores entrevistados moram há mais de três 
quilômetros de distância da feira. Este fato, pode estar relacionado à confiança do 
consumidor em relação ao produto comercializado e também ao fato de que 60% dos 
entrevistados afirmaram ter uma relação de amizade com o feirante, gerando assim 
uma fidelidade comercial e empatia com o mesmo. 
Conforme já exposto, 75% dos consumidores entrevistados mencionaram 
adquirir hortaliças somente na feira de produtos orgânicos por confiar na qualidade 
dos produtos, serem alimentos frescos e livres de defensivos agrícolas e por terem o 
preço mais baixo que em outros mercados. 
Estes dados corroboram os resultados encontrados na pesquisa realizada por 
Sales e colaboradores (2011) que 66,7% dos feirantes acreditam que seus clientes 
estão totalmente satisfeitos com o serviço prestado, sendo a relação de amizade e 
confiança apontada como diferenciais competitivos frente aos outros canais de 
comercialização. 
 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Com base na pesquisa realizada na Feira de Produtos Orgânicos situada no 
calçadão do terminal urbano em Rio Branco – AC, que teve por objetivo caracterizar 
o perfil dos feirantes e consumidores e aspectos gerais de comercialização da 
produção, concluiu-se que os feirantes pesquisados tem maior representatividade no 
gênero feminino, a maioria apresenta idade entre 51 a 60 anos, escolaridade até o 
ensino superior, as famílias são compostas, em média por três pessoas e grande parte 
dos feirantes comercializam seus produtos na feira há mais de 15 anos. 
Em relação aos consumidores, a maioria é representada por mulheres com 
mais de 60 anos, aposentadas, com escolaridade até a pós-graduação e renda entre 
um a três salários mínimos. 
A grande maioria dos feirantes analisados tem como principal fonte de renda a 
comercialização de frutas e hortaliças na feira de produtos orgânicos, contudo, alguns 
deles vendem a produção para atravessadores, entregam cestas de produtos por 
41 
 
encomenda e/ou realizam a venda direta dos produtos nas casas dos consumidores. 
A renda média familiar varia de um a três salários mínimos. 
 Todos os feirantes entrevistados participaram de cursos e capacitações 
voltados à produção e comercialização, uma vez que os produtos orgânicos devem 
seguir padrões agroecológicos. Padrões estes, que na percepção dos consumidores 
os levam a adquirir os produtos pelo menos uma vez na semana. 
A maioria dos consumidores adquire principalmente hortaliças e frutas, 
considerando o fato do produto ser fresco, saudável e vir direto do produtor, 
apresentando mais qualidade e preço mais baixo que os alimentos vendidos nos 
supermercados. 
Apesar do sentimento de satisfação em relação à comercialização presente nas 
respostas dos feirantes, os relatos e a observação em campo acerca dos problemas 
relacionados a infraestrutura do local de funcionamento da feira, assim como a 
qualidade das barracas em que são dispostos os produtos e a falta de trafegabilidade 
dos ramais para escoamento da produção revelam a necessidade de melhorias no 
processo de comercialização. 
É preciso apoio do Governo, das instituições de pesquisa e da academia, das 
organizações não-governamentais e da sociedade na valorização e no 
reconhecimento do trabalho exercido pelos agricultores familiares, principalmente 
aqueles que produzem orgânicos, pois eles são responsáveis pelos alimentos que 
chegam até a mesa dos brasileiros, pela alimentação promotora de saúde e pela 
preservação dos recursos naturais para as presentes e futuras gerações. 
Também é preciso fortalecer as feiras livres como: espaços de trocas de 
conhecimentos, locais de estreitamento de laços e amizades entre produtores e 
consumidores, mecanismos de inclusão social, por meio do fortalecimento e da 
geração de renda de feirantes e promotor da segurança alimentar de consumidores. 
 
 
42 
 
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APÊNDICES 
 
 
 
 
 
47 
 
Apêndice A - Questionário de entrevista dos produtores 
 
Dados do entrevistado 
Agricultor (a): Data entrevista: 
Associação/Cooperativa/Grupo vinculado: 
 
1. Em que faixa etária o Sr (a) se encaixa? 
( ) até 20 anos ( ) 21 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos () 41 a 50 anos ( ) 51 a 60 anos ( ) 61 
a 70 anos ( ) mais de 70 anos 
 
2. Sexo 
( ) masculino ( ) feminino 
 
3. Situação ocupacional 
( ) profissional liberal ( ) comércio/indústria ( ) profissional autônomo

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