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“TESTE ERGOMÉTRICO: EQUIPAMENTOS, APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO” Prof. Ms. Daniel Iwai Sakabe UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Departamento de Ginecologia e Obstetrícia 1.unknown Registro e análise das respostas cardiovasculares do indivíduo, durante o esforço controlado e mensurável, com a finalidade de determinar a capacidade de adaptação ao stress físico Definição Teste ergométrico Avaliação da resposta clínica, hemodinâmica e eletrocardiográfica ao esforço e detecção de isquemia miocárdica, arritmias cardíacas e distúrbios hemodinâmicos induzidos pelo exercício. Objetivos Teste ergométrico Conceitos Procedimentos não-invasivos Avaliação do desempenho físico e da capacidade funcional Prescrição de exercícios e avaliação terapêutica Ergometria Histórico Bousfield (1918) registros eletrocardiográficos de alterações na repolarização ventricular em pacientes com angina no esforço; Master & Oppenheimer (1929) análise do comportamento da FC e da PA durante teste ergométrico (escada de dois degraus) Knipping (1929) Avaliação cardiovascular e ventilatória durante esforço físico; Owtes (1930) “limiar de exercício”; Margaria et al. (1933) componentes aeróbio e anaeróbio ligados a elementos “aláctico” e “láctico” durante exercícios leves e pesados; Astrand & Rhyming (1954) correlação do consumo de oxigênio (indicador de capacidade aeróbia) e FC; Bruce (1956) introdução da esteira ergométrica e protocolo de Bruce; Wasserman & Mcllroy (1964) “limiar anaeróbio”; Histórico Dias atuais utilização do teste ergo/espiro métrico para avaliação da capacidade funcional e prescrição de atividade física em atletas, indivíduos saudáveis e pacientes portadores de comprometimentos cardiovasculares e/ou respiratórios. Histórico EQUIPAMENTOS Equipamentos Teste ergométrico Monitor cardíaco Eletrocardiógrafo Ergômetro Equipamentos Sala de experimentos: Temperatura; Umidade relativa do ar; Equipamentos de rotina: Estetoscópio; Esfigmomanômetro; Ambú, cilindro de oxigênio; Cardioversor, kit/medicamentos de urgência. Equipamentos Equipamentos Eletrodos para o eletrocardiograma Equipamentos Variáveis analisadas FC ECG PAS PAD Potência / Velocidade - Inclinação Escala percepção de esforço METODOLOGIA DO TESTE Diferentes tipos de protocolos experimentais: Degraus contínuos (FC, PA e ECG); Esteira ergométrica; Cicloergômetro. Protocolos Protocolo do tipo degrau contínuo Diagnóstico/Avaliação funcional – Cicloergômetro Incremento de potência contínuo a cada 3 min Protocolo do tipo degrau contínuo Diagnóstico/Avaliação funcional - Esteira Incremento de velocidade e inclinação a cada 3 min Escala de percepção de esforço 0 - Ausência de sintomas 0,5 - Extremamente leve 1,0 - Muito leve 2,0 - Leve 3,0 - Médio 4,0 5,0 - Pesado 6,0 7,0 - Extremamente pesado 8,0 9,0 10,0 - Máximo Indicações do teste ergométrico Diagnóstico para a tomada de decisões sobre o tipo de terapêutica a ser empregada screening; Investigação da presença ou não de coronariopatia aterosclerótica, em sua forma obstrutiva; Verificação de alterações eletrocardiográficas induzidas pelo esforço; Indicações do teste ergométrico Avaliação de dor precordial (angina estável); Avaliação cardiológica em exames periódicos; Avaliação da resposta pressórica ao esforço (hipertensão reativa); Avaliação da capacidade laborativa; Indicações do teste ergométrico Diferenciação entre limitações cardíacas e pulmonares como causa de dispnéia induzida pelo exercício; Avaliação da capacidade de exercício e resposta à terapia em pacientes com comprometimentos cardíacos (insuficiência coronariana, miocardiopatia dilatada, valvulopatias, cardiopatias congênitas); Indicações do teste ergométrico Avaliação do risco pré-operatório para cirurgia cardíaca, cirurgia torácica e abdominal alta; Avaliação do prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca crônica e doença pulmonar crônica; Prescrição de treinamento físico para reabilitação cardiovascular / pulmonar, atividade recreacional ou desportiva. Contra-indicações do teste ergométrico Infarto agudo do miocárdio recente; Angina instável; Estenose aórtica grave; Insuficiência cardíaca descompensada; Arritmias severas; Bloqueios átrio-ventriculares avançados; Hipertensão arterial não-controlada; Contra-indicações do teste ergométrico Aneurisma dissecante da aorta; Trombose venosa e arterial; Miocardites agudas; Estados infecciosos agudos; Anemia grave; Febre. Condições de alto risco para o teste ergométrico IAM não-complicado; Angina instável estabilizada; Lesão conhecida e tratada de tronco de coronária esquerda; Arritmias ventriculares complexas; BAV Hipertensão pulmonar; Cardiomiopatia hipertrófica; Insuficiência respiratória, renal ou hepática. Aplicação do teste ergométrico Prescrição criteriosa; Cuidados básicos (observação contínua de sinais e sintomas do paciente); Treinamento; Conhecimentos dos possíveis eventos e da conduta a ser tomada; Objetivos claros Segurança do teste ergométrico Morbidade 0,09% Mortalidade 0,005% Critérios para interrupção do teste ergométrico Paciente pede para parar; Falha no sistema de monitorização; Angina progressiva; 2mm de elevação/depressão horizontal do segmento S-T no registro eletrocardiográfico; Taquicardia incompatível com a carga de esforço; Exercício induzindo a bloqueios de ramos (D/E); Critérios para interrupção do teste ergométrico Queda da PAS maior que 10mmHg entre um nível de esforço e outro; Aumento excessivo da PAS (260/120 mmHg); Aumento da PAD após um período de adaptação ao exercício; Delírio, confusão; Ataxia, cianose, náuseas; Extra-sístoles ventriculares progressivas. Interpretação do teste Freqüência cardíaca Parâmetro simples Trabalho cardíaco Batimentos por minuto (bpm) Mensuração de intensidade de esforço Prescrição de treinamento físico (FC de treinamento) Mensuração da Freqüência cardíaca Mensuração da Freqüência cardíaca Repouso = 60 a 80 bpm Exercício = aumento da FC em função da intensidade Freqüência cardíaca máxima Homens = 220 - idade Mulheres = 210 – idade Freqüência cardíaca sub-máxima 85% da FC máxima Freqüência cardíaca Teste ergométrico FC aumenta a cada nível de potência Aumento esperado (10 - 15 bpm a cada nível de esforço) Aumento exagerado da FC entre cada potência: baixo nível de condicionamento físico, hipertireoidismo, anemia FC não aumenta com o incremento de carga: déficit cronotrópico coronariopatia Freqüência cardíaca Teste ergométrico Considerado máximo quando o paciente atinge a FC máxima Sub-máximo: limitação ósteo-mio-articular (fadiga); hipertensão reativa; baixo nível de condicionamento físico; outros sintomas Diagnóstico em conjunto com dados eletrocardiográficos Freqüência cardíaca Pressão Arterial Sistólica (PAS) Aumento proporcional ao incremento de potência Magnitude = +10 mmHg/nível de carga Aumento maior que 10 mmHg/nível de carga hipertensão reativa ao esforço Falha no aumento da PAS com o incremento de potência déficit inotrópico Pressão arterial Pressão Arterial Diastólica (PAD) Permanência ou decréscimo do nível da PAD inicial com o aumento da carga Aumento da PAD baixo nível de condicionamento físico (?); hipertensão reativa ao esforço Aumento importante da PAD (>120 mmHg) interrupção do teste Pressão arterial Hipertensão reativa ao esforço PAS > 220 mmHg Elevação da PAD > 15 mmHg Aumento da PAS a cada nível de esforço maior que 15 mmHg Probabilidade 4-5 vezes maior de desenvolvimento de HAS Pressão arterial DC = FC x VS FC aumento com incremento de carga VS aumento com incremento de carga Aumento proporcional ao incremento de potência Correlação importante com o VO2 Débito cardíacoFisiologia do Exercício Físico Consumo de oxigênio (VO2) . Definição Captação Trocas gasosas Transporte Metabolização Medida de capacidade aeróbia (VO2 máx) Classificação Evolução do treinamento físico . Exercise testing and training of apparently healthy individuals: A handbook for physicians. Dallas: American Heart Association, 1972. Homens Consumo máximo de oxigênio (ml/kg/min) Idade (anos) Muito fraca Fraca Razoável Boa Excelente 20-29 25 25-33 34-42 43-52 53 + 30-39 23 23-30 31-38 39-48 49 + 40-49 20 20-26 27-35 36-44 45 + 50-59 18 18-24 25-33 34-42 43 + 60-69 16 16-22 23-30 31-40 41 + Exercise testing and training of apparently healthy individuals: A handbook for physicians. Dallas: American Heart Association, 1972. Mulheres Consumo máximo de oxigênio (ml/kg/min) Idade (anos) Muito fraca Fraca Razoável Boa Excelente 20-29 24 24-30 31-37 38-48 49 + 30-39 20 20-27 28-33 34-44 45 + 40-49 17 17-23 24-30 31-41 42 + 50-59 15 15-20 21-27 28-37 38 + 60-69 13 13-17 18-23 24-34 35 + Cálculo das variáveis no teste ergométrico Consumo máximo de oxigênio atingido Bicicleta ergométrica VO2máx = Watts x 12 + 300 (mlO2/kg/min) Peso (kg) VO2máx = 0,14 x Watts + 6,43 (mlO2/kg/min) pacientes sadios VO2máx = 0,13 x Watts + 4,91 (mlO2/kg/min) pacientes coronariopatas ACMS/1980 Cálculo das variáveis no teste ergométrico Consumo máximo de oxigênio atingido Esteira ergométrica Protocolo de Bruce Homens = (2,9 x tempo em minutos) + 8,33 Mulheres = (2,74 x tempo em minutos) + 8,03 Cálculo das variáveis no teste ergométrico Consumo máximo de oxigênio previsto Homem ativo 69,7 - 0,6142 x idade Homem sedentário 57,8 - 0,445 x idade Mulher ativa 44,4 - 0,343 x idade Mulher sedentária 41,2 - 0,343 x idade Cálculo das variáveis no teste ergométrico Déficit funcional aeróbio (FAI) Relação entre o VO2 previsto e o obtido FAI = VO2máx previsto – VO2máx obtido x 100% VO2máx previsto Valores normais = -27% a +26% Valores acima de +26% comprometimento do sistema cardiovascular e/ou músculo esquelético Cálculo das variáveis no teste ergométrico MVO2máx obtido = DPmáx atingido x 0,14 – 6,3 (mlO2/100g VE/min) Capacidade aeróbia do miocárdio Desempenho cardíaco (trabalho) DPmáx previsto = 360 – (0,54 x idade) DPmáx obtido = PAS atingida x FC atingida 100 Déficit funcional do ventrículo esquerdo (MAI) MAI = DPmáx previsto – DPmáx atingido x 100% Cálculo das variáveis no teste ergométrico DPmáx previsto Volume sistólico VS = DC (ml/bpm) FC Freqüência cardíaca máxima (Fcmáx) prevista Homens: FCmáx prevista = 220 – idade Mulheres: FCmáx prevista = 210 - idade Déficit cronotrópico DCr = FCmáx prevista – FCmáx atingida x 100% Cálculo das variáveis no teste ergométrico FCmáx prevista Débito cardíaco Homem sadio: DC = 5,31 + VO2 x peso x 0,0046 Mulher sadia: DC = 4,72 + VO2 x peso x 0,00407 Cardiopata: DC = 3,1 + VO2 x peso x 0,0046 Faixa normal = 13,4 a 24,9 (l/min) Cálculo das variáveis no teste ergométrico Exercícios Homem saudável ativo, 50 anos, 70 kg Pico do teste ergométrico - cicloergômetro Carga = 175 Watts FC = 160 bpm PA = 200/100 mmHg Exercícios Nível Min FC PA BORG Repouso 0 80 120/80 0 25 5 100 130/80 0,5 50 8 108 140/85 1 75 11 117 145/85 2 100 14 126 160/90 3 125 17 138 175/90 5 150 20 149 185/95 7 175 23 160 200/100 10 Exercícios Mulher saudável sedentária, 30 anos, 60 kg Pico do teste ergométrico - esteira Carga = 3,4 mph, 15 min FC = 175 bpm PA = 210/110 mmHg Exercícios Nível Min FC PA BORG Repouso 0 85 140/90 0 1,7 (0%) 3 100 160/90 2 1,7 (5%) 6 120 170/95 3 1,7 (10%) 9 134 180/100 5 2,5 (12%) 12 155 190/105 8 3,4 (14%) 15 175 210/110 10 Exercícios Realizar os cálculos de: VO2máx atingido VO2máx previsto FAI DPmáx atingido DPmáx previsto MVO2máx atingido MAI VS FCmáx prevista FC submáxima prevista DC OBRIGADO!
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