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Tecnologia e Inovação do Trabalho em Saúde W B A 0 0 3 1_ v2 .1 Tecnologia e Inovação do Trabalho em Saúde Autoria: Fernanda Maria de Miranda Como citar este documento: MIRANDA, Fernanda Maria de. Tecnologia e Inovação do Trabalho em Saú- de. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Princípios básicos: história da informática e principais conceitos 05 Unidade 2: A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa 32 Unidade 3: Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde 57 Unidade 4: Utilização das tecnologias da informação no contexto das práticas de saúde e no pro- cesso de trabalho em saúde 84 Unidade 5: Inovações tecnológicas na segurança do paciente 112 Unidade 6: Uso de tecnologias de informática nos diversos cenários e níveis de atenção 142 Unidade 7: Modalidades e aplicações da informática na Educação em Saúde 172 Unidade 8: Desafios atuais acerca da informática nos serviços de saúde: Desenvolvimento científi- co e tecnológico e ética profissional 201 2/2281/2271/2271/2272/2281/2272/228 Apresentação da Disciplina Nesta disciplina você estudará como o avanço tecnológico influenciou e ainda in- fluencia o trabalho nas organizações de saúde, na perspectiva das inovações tecno- lógicas que envolvam o uso de informáti- ca como suporte para seu desenvolvimen- to. O percurso envolve desde as definições dos principais fundamentos da história da informática, assim como a relação entre os conceitos de computador, computação e informática. Também serão definidos os conceitos ligados à internet, seus princi- pais avanços evolutivos, o conceito de re- des e suas correlações como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pes- quisa. Assim, como serão apresentados os cenários e desdobramentos da informática serviços de saúde a partir da ótica da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em saúde. A partir de então serão apresentadas as inovações mais relevantes em cada cenário, ou seja: para o processo de trabalho em saúde, sendo identificada a utilização das tecnologias da informação no contexto das práticas de saúde e no proces- so de trabalho em saúde, para a segurança do paciente. Por fim, para os diversos ce- nários e níveis de atenção, dando enfoque para a telessaúde, realidade virtual e video- conferências e as modalidades e aplicações da informática na educação em saúde, ou seja, os conceitos relacionados à educação a distância, os jogos sérios (serious game) e a simulação realística. Em conclusão, de- pois de apresentados todos estes conceitos, será proposta uma reflexão acerca da atual nos 3/2282/2272/2272/2273/2282/2273/228 conjuntura do desenvolvimento científico e tecnológico e do embasamento legal e ético por trás dessas transformações. 4/2283/2273/2273/2274/2283/2274/228 Unidade 1 Princípios básicos: história da informática e principais conceitos Objetivos • Conhecer a história da informática e dos computadores. • Identificar os principais conceitos e fundamentos relacionados à informática. • Refletir sobre o avanço científico e tecnológico associado ao uso de informática no traba- lho. 5/2284/2274/2274/2275/2284/2275/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito 1. INTRODUÇÃO Os computadores surgem da necessidade de se realizar cálculos numéricos, em gran- de quantidade, em tempo hábil e com se- gurança, ou seja, livre de erros. A história da computação mostra que os primeiros com- putadores foram baseados no próprio ser humano (KOPPLIN, 2002). Esta associação se dá pelo fato de os primeiros computa- dores terem surgido da necessidade de se calcular coisas, por exemplo, tabelas de na- vegação, gráficos de maré e posições pla- netárias para almanaques astronômicos, e dessa necessidade ser suprida a princípio por seres humanos, em sua maioria, mu- lheres, que faziam manualmente os cálcu- los necessários (KOPPLIN, 2002). Desde os primeiros computadores, a intenção do de- senvolvimento de tecnologias surgiu como uma maneira de facilitar o trabalho huma- no, e atualmente a informática também contribui para o apoio do trabalho em saú- de. Como se deu essa evolução? Como o uso dos computadores está estruturado? Quais são os principais elementos associados à computação e à informática? Essas serão as lacunas que serão estudadas na aula de hoje. Link KOPPLIN, J. An Illustrated History of Computers. 2002. Disponível em: <http://www.computersciencelab. com/ComputerHistory/History.htm> Acesso em 07 jun. 2017. 6/2285/2275/2275/2276/2285/2276/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito 2. Informática: evolução dos computadores Neste momento da disciplina vamos tra- çar um panorama geral sobre os principais marcos históricos da evolução dos com- putadores. Para iniciarmos esse panorama é preciso conhecer que a primeira máquina construída pelo homem para auxiliá-lo na elaboração de cálculos foi o ábaco (Figura 1) utilizado por povos da antiguidade (GU- GIK, 2009). Sua primeira aparição na litera- tura data de 5500 a.C. e embora sua estru- tura seja simples, ele se caracteriza como um instrumento muito eficiente na resolu- ção de problemas matemáticos (GONICK, 1984; GUGIK, 2009). Após o Renascimento, surge a régua de cálculo (Figura 2), criada pelo inglês William Oughtred em 1638 (GU- GIK, 2009). Este instrumento baseava-se no conceito de logaritmos para facilitar o cálculo de grandes multiplicações (GUGIK, 2009). A partir do Renascimento houve um fomento à pesquisa científica e consequen- te avanço científico e tecnológico que cul- minou no primeiro computador. Para saber mais Se você quiser estudar de maneira mais aprofun- dada os marcos históricos da história da compu- tação, recomendo a leitura da obra de Fonseca Filho (2007) intitulada “História da Computação: O Caminho do Pensamento e da Tecnologia”. Dis- ponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/ online/historiadacomputacao.pdf> Acesso em 08 jun. 2017. 7/2286/2276/2276/2277/2286/2277/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito Figura 1 – Ábaco Fonte: Google Images. Disponível em: <http://wycellosweb.blogspot.com.br/2013/01/abaco.html> Acesso em 08 jul. 2017. Figura 2 – Régua de Cálculo Fonte: Google Images. Disponível em: <http://producao.virtual.ufpb.br/books/camyle/introducao- -a-computacao-livro/livro/livro.chunked/ch01s01.html> Acesso em 08 jul. 2017. 8/2287/2277/2277/2278/2287/2278/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito A partir da primeira metade do século XX surgem os computadores pré-modernos, ou seja, aquelas máquinas que começaram timidamente a utilizar componentes ele- trônicos em sua engenharia (GUGIK, 2009). Partindo da descoberta do sistema binário, por George Boole em 1847, os computado- res pré-modernos foram um grande salto na história da computação (FONSECA FI- LHO, 2007). Outro marco significativo foi a famosa teoria de Alan Turing, conhecida como “Máquina de Turing”, que “através de um número finito de operações, resol- via problemas computacionais de diversas ordens diferentes” (FONSECA FILHO, 2007; GUGIK, 2009, s/p). A partir do momento em que começaram a ser utilizados computadores digitais, ou seja, que não utilizavam componentes ana- lógicos para embasar seu funcionamen- to, surgiu a Computação Moderna (GUGIK, Para saber mais O sistema binário é um sistema de numeração posicional que reduz a representação de todas as quantidades na associação de apenas dois resul- tados: 0 e 1. Para aprofundar seus conhecimentos em sistemas de numeração, consulte: MIYASCHI- TA, W. Y.; NASCIMENTO, M. C. Sistemas de Numera- ção: como funcionam e como são estruturados os números. 2002. Disponível em: <http://wwwp. fc.unesp.br/~mauri/TN/SistNum.pdf> Acesso em 07 jun. 2017. 9/2288/2278/2278/2279/2288/2279/228 Unidade 1 • Princípios básicos:história da informática e principais conceito 2009). A computação moderna é didaticamente dividida em quatro gerações. A primeira geração (1946-1959) tinha como característica definidora o uso de válvulas eletrô- nicas de grandes dimensões (FÁVERO, 2011; GUGIK, 2009). O primeiro computador de uso ge- ral (Figura 3) foi criado nesta era e ficou conhecido como ENIAC (do inglês, Eletronic Numerical Integrator and Computer), sendo que seus programas típicos demoravam de meia hora a um dia inteiro para serem elaborados e executados (FONSECA FILHO, 2007). Figura 3 – Ilustração do primeiro computador de uso geral, ENIAC Fonte: Google Images (2017) 10/229/2279/2279/22710/2289/22710/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito A segunda geração (1959–1964) foi marca- da pela substituição das válvulas eletrônicas por transistores, sendo que os computado- res aqui inclusos podem ser divididos em duas categorias a partir de suas dimensões: os supercomputadores e os microcomputa- dores (FÁVERO, 2011; GUGIK, 2009). Neste sentido, nota-se que os primeiros computa- dores que tinham em sua composição tran- sistores eram grandes, mas nem tão gran- des quanto os a válvulas (GONICK, 1984). Já a terceira geração (1964–1970) foi defi- nida pela criação dos circuitos integrados (FÁVERO, 2011; GUGIK, 2009). Um circuito integrado é aquele que permite que uma mesma placa armazene vários circuitos que se comunicavam com hardwares distintos ao mesmo tempo (GUGIK, 2009). Desta for- ma, a partir da evolução dos componentes eletrônicos e a criação de circuitos integra- dos, os computadores diminuíram conside- ravelmente de preço e tamanho (GONICK, 1984; GUGIK, 2009), aumentando também sua velocidade e funcionalidade (GUGIK, 2009). Por fim, a quarta geração (1970–atual) foi marcada pelo desenvolvimento de micro- processadores e computadores pessoais (FÁVERO, 2011; GUGIK, 2009). Essa geração modificou o paradigma referente ao uso de computadores no cotidiano da sociedade atual. Foi a partir deste marco que pode- mos, por exemplo, estar aprendendo juntos sobre tecnologia e inovação em um curso à distância. 11/22810/22710/22710/22711/22810/22711/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito 3. O computador: definições e conceitos Um computador é definido como “uma má- quina ou dispositivo capaz de executar uma sequência de instruções definidas pelo ho- mem para gerar um determinado resultado o qual atenda a uma necessidade específi- ca” (FÁVERO, 2011, p. 15). Destaca-se na li- teratura que os estudos de János Louis von Neumann (1903-1957) foram cruciais para o entendimento das unidades funcionais de um computador (FÁVERO, 2011). Sobre a atualidade de sua obra, Fonseca Filho (2007, p. 122) enfatiza: O relatório de Von Neu- mann ficou incompleto, mas sua leitura é instruti- va. Muitas ideias continu- am válidas até hoje: a se- paração entre arquitetura lógica e física, a divisão do projeto em unidades de controle, aritmética, memória, entrada e saída, precursoras de todos os projetos posteriores. Além disso, devido ao interes- se nos trabalhos relativos a sistemas neurais de Mc- Culloch e Pitts, ele des- creveu vários dispositivos do computador fazendo analogia com o sistema nervoso (mesmo porque na época não existia ainda uma linguagem adequada para tais descrições). 12/22811/22711/22711/22712/22811/22712/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito Neste sentido, com base nestes conceitos, pode-se dizer que os computadores são compostos de dois tipos de elementos principais: os hardwares e os softwares. Os hardwares são aqueles componentes físicos, ou seja, os componentes eletrônicos que desenvolvem uma ação especí- fica (FÁVERO, 2011). O hardware possui quatro componentes (Figura 4) principais inter-relacio- nados (FÁVERO, 2011): Figura 4 – Unidades Funcionais Básicas de um Computador Fonte: Adaptado de Fávero (2011) Estes elementos estão descritos a seguir (FÁVERO, 2011): 13/22812/22712/22712/22713/22812/22713/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito • O UCP (do inglês, CPU) é o principal componente do computador, sendo ele responsável pela execução dos da- dos e instruções que estão armazena- dos. • A memória armazena todos os pro- gramas que executam no computa- dor e os dados que utilizam. É preciso atentar que existem diversos tipos de memórias. Ex.: RAM (principal), ROM, cache, registradores, entre outros. • As unidades de entrada e de saída são responsáveis pela entradas e saí- das de dados, respectivamente, sendo consequentemente responsável pelas interações entre o computador e seus usuários. Ex.: monitor de vídeo, tecla- do, impressora, mouse, caixa de som, entre outros. Observa-se ainda a existência de um ele- mento chamado de barramento, nos mi- croprocessadores, que é responsável por interligar todos os elementos citados acima (FÁVERO, 2011). O barramento é composto de fios ou condutores elétricos onde os da- dos circulam dentro do computador. Link Quer estudar sobre a situação brasileira na fabricação e comercialização de componentes eletrônicos? Acesse: MELO, P. R. S.; RIOS, E. C. S. D.; GUTIERREZ, R. M. V. Componentes eletrônicos: Perspectivas para o Brasil. Disponível em: <https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/ handle/1408/2725> Acesso em 08 jun. 2017. 14/22813/22713/22713/22714/22813/22714/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito Já os softwares são os “programas” execu- tados por este computador, neste contexto compreendidos como um conjunto de al- goritmos. Mas o que seriam os algoritmos, então? Neste cenário, algoritmos são com- preendidos como “um conjunto de regras expressas por uma sequência lógica finita de instruções, que, ao serem executadas pelo computador, resolvem um problema específico” (FÁVERO, 2011, p. 15). 4. Outras definições: Computa- ção, informática, ciência e tec- nologia A partir do uso de computadores para a mediação de atividades humanas, surgem diversos conceitos utilizados sob o mesmo sentido. Mas quais são as diferenças con- ceituais entre estes termos? Neste momen- to da aula vamos nos atentar para algumas definições importantes. As primeiras delas são a computação e a informática, definições que são constan- temente confundidas (SILVA et al., 2014). A computação nasceu do verbo computar e faz menção à finalidade dos primeiros com- putadores de realizar cálculos matemáticos. É definida como “a ciência do desenvolvi- mento e implementação de softwares” (SIL- VA et al., 2014, p. 96) e sua relevância para a sociedade pode ser observada a partir de sua contribuição, “de maneira interdisci- plinar, na busca de soluções de problemas diversos, através da disseminação do cha- mado pensamento computacional” (FRAN- 15/22814/22714/22714/22715/22814/22715/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito Em contrapartida, a informática é com- preendida como “o uso de aplicativos, por exemplo, softwares de escritório (Word, Ex- cel, Power Point)” (DANTRO, 2011 apud SILVA et al., 2014, p. 96). Desta maneira, entendemos os dois termos inter-relacio- nados no sentido de sua ligação com o uso de computadores, entretanto, é observável uma nuance entre ciência e técnica. Neste momento, é preciso introduzir dois novos conceitos: Ciência e Tecnologia, de- finições estas que também são confundi- das. Para fins didáticos, os termos ciência e tecnologia são distintos e inter-relaciona- dos. Entretanto, é identificado pelos estu- diosos sobre a temática que os limites entre estes dois termos são filosoficamente con- fusos. A esse respeito, Marsden (1991, apud ÇA et al., 2013 apud SILVA et al., 2014, p. 96). Neste sentido, constrói-se também a ciência da computação como uma área do conhecimento voltada para o estudo das técnicas,metodologias e instrumentos computacionais. Para saber mais O curso de graduação em Ciências da Computa- ção é oferecido por diversas universidades brasi- leiras e faz interseções com outros cursos de gra- duação, como a Engenharia da Computação ou a Gestão da Tecnologia da Informação. 16/22815/22715/22715/22716/22815/22716/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito BARRA, 2006, p. 423) justifica: “...não pode- mos imaginar a ciência sem a sua técnica; e como a ciência é incapaz de lidar com ques- tões e valores, nos diz o que pode ser feito, mas não o que deveria ser feito”. Neste sen- tido, a aplicação prática desta similaridade é expressa através do tratamento de avan- ços científicos e tecnológicos em conjunto. Link MORAIS. Ciência e tecnologia. 2006. Disponível em: <http://www.revista.unisal.br/sj/index. php/123/article/view/73/86>. Acesso em: 22 mar. 2017. 17/22816/22716/22716/22717/22816/22717/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito Glossário Ciência: Do latim (scientĭa,ae), genericamente é entendida como sinônimo de sabedoria, sapiência etc. Pode ser caracterizada como “corpo de conhecimentos sistematizados que, adquiridos via ob- servação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, são formulados metódica e racionalmente” (HOUAISS et al., 2009, s/p). Tecnologia: De etimologia grega (tekhnología,as), tem carácter polissêmico, sendo significada em cada campo de estudo. Pode ser vista como “teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana” (HOUAISS et al., 2009, s/p). Gestão: Do latim (gestĭo,ōnis), diz respeito à administração, à direção e organização (HOUAISS et al., 2009, s/p). Software: São os “programas” executáveis por um computador (FÁVERO, 2011). Hardware: São os componentes físicos, ou seja, os componentes eletrônicos que desenvolvem uma ação específica (FÁVERO, 2011). 18/22817/22717/22717/22718/22817/22718/228 Questão reflexão ? para Com base nos tópicos que você estudou hoje, reflita sobre qual o va- lor do uso de computadores na sociedade moderna. Considere os avanços tecnológicos no âmbito da computação e da informática e faça uma reflexão crítica sobre como o cotidiano da nossa sociedade é influenciado pelos computadores: Em quais aspectos isso aconte- ce? Quais seus benefícios? Quais seus malefícios? 19/22818/22718/22718/22719/22818/22719/228 Considerações Finais • Os computadores surgem da necessidade de se realizar cálculos numéricos, em grande quan- tidade, em tempo hábil e com segurança, ou seja, livre de erros. • Sua evolução perpassa desde os instrumentos de cálculo mais simples, como o ábaco, e alcan- çam os modernos chips e microprocessadores atuais. • A evolução da computação moderna é dividida em quatro gerações: A primeira geração (1946- 1959) tinha como característica definidora o uso de válvulas eletrônicas de grandes dimen- sões; a segunda geração (1959–1964) foi marcada pela substituição das válvulas eletrônicas por transistores; a terceira geração (1964–1970) foi definida pela criação dos circuitos inte- grados; e a quarta geração (1970–atual) foi marcada pelo desenvolvimento de microproces- sadores e computadores pessoais. • Um computador é “uma máquina ou dispositivo capaz de executar uma sequência de instru- ções definidas pelo homem para gerar um determinado resultado, o qual atenda a uma neces- sidade específica” (FÁVERO, 2011, p. 15). 20/22819/22719/22719/22720/22819/22720/228 • Seus componentes podem ser divididos em hardwares e softwares, os hardwares podem ser subdivididos em quatro unidades funcionais básicas: CPU, memória, unidade de entrada e unidade de saída. • Há diferenciações conceituais entre computação e informática, embora os termos sejam uti- lizados comumente como sinônimos. Assim como acontece entre os termos ciência e tecno- logia. Considerações Finais 21/22820/22720/22720/22721/22820/22721/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito Referências BARRA, D. C. C., et al. Evolução histórica e impacto da tecnologia na área da saúde e da enferma- gem. Rev. Eletr. Enf., v. 8, n. 3, p. 422-30, 2006. FÁVERO, E. M. B. Organização e arquitetura de computadores. Pato Branco: Universidade Tec- nológica Federal do Paraná, 2011. 114p. FONSECA FILHO, C. História da Computação: O caminho do Pensamento e da Tecnologia. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. 205p. GUGIK, G. A história dos computadores e da computação. 2009. Disponível em: <https://www. tecmundo.com.br/tecnologia-da-informacao/1697-a-historia-dos-computadores-e-da-compu- tacao.htm> Acesso em 07 jun. 2017. GONICK, L. Introdução Ilustrada à Computação. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1984. 242 p. p. 115-122. HOUAISS, A. et al. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. CD-ROM. KOPPLIN, J. An Illustrated History of Computers. 2002. Disponível em: <http://www.computers- ciencelab.com/ComputerHistory/History.htm> Acesso em 07 jun. 2017. 22/22821/22721/22721/22722/22821/22722/228 Unidade 1 • Princípios básicos: história da informática e principais conceito MELO, P. R. S.; RIOS, E. C. S. D.; GUTIERREZ, R. M. V. Componentes eletrônicos: Perspectivas para o Brasil. Disponível em: <https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/2725> Acesso em 08 jun. 2017. MIYASCHITA, W.Y.; NASCIMENTO, M.C. Sistemas de Numeração: como funcionam e como são estruturados os números. 2002. Disponível em: <http://wwwp.fc.unesp.br/~mauri/TN/SistNum. pdf> Acesso em 07 jun. 2017. MORAIS. Ciência e tecnologia. 2006. Disponível em: <http://www.revista.unisal.br/sj/index. php/123/article/view/73/86>. Acesso em: 22 mar. 2017. SILVA, E.G. et al. Análise de ferramentas para o ensino de Computação na Educação Básica. In: XXXIV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação – CSBC, 2014. Disponível em: <http://www. lbd.dcc.ufmg.br/colecoes/wei/2014/0019.pdf> Acesso em 08 jun. 2017. Referências 23/22822/22722/22722/22723/22822/22723/228 1. Acerca da evolução da computação moderna, leia a proposição abaixo e assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas. A evolução da computação moderna possui _______ fases, sendo pontuados como mar- cos conceituais: o uso de válvulas eletrônicas de grande dimensão para a _______ geração, o surgimento dos transistores para a _________ geração e os microcomputadores e com- putadores pessoais para a ______ geração. a) Quatro; primeira; segunda; terceira. b) Quatro; primeira; terceira; quarta. c) Quatro; primeira; segunda; quarta. d) Três; primeira; segunda; terceira. e) Três; segunda; terceira; primeira. Questão 1 24/22823/22723/22723/22724/22823/22724/228 2. O computador é uma máquina ou dispositivo capaz de executar uma sequência de instruções definidas pelo homem. Seus elementos são divi- didos em dois tipos básicos, os softwares e os hardwares. Neste contexto, conceitualmente um software é definido como: Questão 2 a) As partes físicas do computador. b) As unidades responsáveis pelas entradas de dados. c) As unidades responsáveis pelas saídas de dados. d) Os programas executáveis no computador. e) Os fios condutores responsáveis por transmitir os dados. 25/22824/22724/22724/22725/22824/22725/228 3. Leia atentamente as proposições acerca das unidades funcionais bási- cas de um computador e julgue como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afir- mações: ( ) O UCP é um componente acessório do computador, ele é responsável pela execução dos dados e instruções que estão armazenados. Um computador pode funcionar ade- quadamente sem o uso de um UCP. ( ) A memória armazena todos os programas que executam no computador e os dados que utilizam, sendo que a principal memória do computador é chamada de ROM. ( ) As unidades de entrada e de saída são responsáveis pelas interações entreo compu- tador e seus usuários, sendo um exemplo de unidade de entrada o teclado. Assinale a alternativa correta: a) V; V; V. b) F; F; V. c) V; F; F. d) F; F; F. e) V; F; V. Questão 3 26/22825/22725/22725/22726/22825/22726/228 4. Observe atentamente a figura abaixo e assinale a alternativa que apresenta a definição correta desse tipo de dispositivo: a) Trata-se de um mouse, ou seja, software, um programa executável. b) Trata-se de um mouse, ou seja, o elemento responsável pela execução dos dados e instru- ções que estão armazenados. c) Trata-se de um mouse, ou seja, uma unidade de entrada responsável pela interação entre máquina e usuário. d) Trata-se de um barramento, ou seja, o elemento responsável pela execução de programas. Questão 4 Fonte: Google Images. 27/22826/22726/22726/22727/22826/22727/228 e) Trata-se de um barramento, ou seja, a unidade responsável pela interação entre máquina e usuário. Questão 4 28/22827/22727/22727/22728/22827/22728/228 5. Acerca da relação entre a computação e a informática, considere as proposições a seguir: I – Informática e computação são sinônimos. II – A informática é entendida como a ciência do desenvolvimento e implementação de softwares. II – A computação é entendida como o uso de aplicativos. Assinale a alternativa que contenha todas as afirmações corretas: a) Nenhuma das afirmações. b) Apenas a I. c) Apenas a II. d) Apenas a III. e) Todas as afirmações. Questão 5 29/22828/22728/22728/22729/22828/22729/228 Gabarito 1. Resposta: C. A evolução da computação moderna possui quatro fases, sendo pontuados como mar- cos conceituais: o uso de válvulas eletrô- nicas de grande dimensão para a primeira geração, o surgimento dos transistores para a segunda geração, o surgimento dos siste- mas integrados para a terceira geração e os microcomputadores e computadores pes- soais para a quarta geração. 2. Resposta: D. Os softwares são os “programas” executados por este computador, ou seja, um conjunto de algoritmos. Algoritmos, consequente- mente, são compreendidos como “um con- junto de regras expressas por uma sequên- cia lógica finita de instruções, que ao serem executadas pelo computador, resolvem um problema específico” (FÁVERO, 2011, p. 15) 3. Resposta: B. O UCP é um componente essencial do com- putador, ele é responsável pela execução dos dados e instruções que estão armaze- nadas. Um computador não pode funcionar adequadamente sem o uso de um UCP. A memória armazena todos os programas que executam no computador e os dados que utilizam, sendo que a principal memória do computador é chamada de RAM. As unida- des de entrada e de saída são responsáveis pelas interações entre o computador e seus usuários, sendo um exemplo de unidade de entrada o teclado. 30/22829/22729/22729/22730/22829/22730/228 Gabarito 4. Resposta: C. Trata-se de um mouse, ou seja, um exemplo de uma unidade de entrada. As unidades de entrada são responsáveis pela interação entre máquina e usuário. 5. Resposta: A. Informática e computação NÃO são sinô- nimos. A informática é entendida como o uso de aplicativos, enquanto a computação é entendida como a ciência do desenvolvi- mento e implementação de softwares. 31/22830/22730/22730/22731/22830/22731/228 Unidade 2 A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa Objetivos • Conhecer a história e evolução da internet. • Conhecer o conceito de redes e refletir sobre sua importância. • Refletir sobre o papel da internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa. 32/22831/22731/22731/22732/22831/22732/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa 1. INTRODUÇÃO Desde o desenvolvimento dos primeiros computadores, a computação e a informá- tica vêm evoluindo. Nos anos 70 surge a ne- cessidade de se desenvolver técnicas para interconexão de computadores, dando iní- cio ao conceito de redes que temos hoje. A internet, portanto, baseia-se neste conceito de redes interconectoras e pode ser definida como “rede de computadores dispersos por todo o planeta que trocam dados e men- sagens utilizando um protocolo comum, unindo usuários particulares, entidades de pesquisa, órgãos culturais, instituições mi- litares, bibliotecas e empresas” (HOUAISS et al., 2009, s/p). Curiosamente, a internet surge da interseção entre as investigações científicas financiadas pelo setor público e a cultura libertária (CASTELLS, 2003), e é sobre ela que estudaremos hoje! Para saber mais A cultura libertária é aquela que valoriza o livre mercado e a baixa influência do Estado na econo- mia. Na cultura americana, o “libertário” qualifica uma ideologia política que significa fundamen- talmente uma desconfiança sistemática no go- verno (CASTELLS, 2003). Já no sentido europeu, o termo é compreendido como uma cultura de liberdade, sem prejulgar ou avaliar os instrumen- tos utilizados para conquistar tal liberdade (CAS- TELLS, 2003). 33/22832/22732/22732/22733/22832/22733/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa 2. A internet: definições e evolu- ção funcional A internet nasce, então, do conceito de re- des como elemento conector. Sua evolu- ção perpassa por versões. O primeiro fato que devemos ter em mente é que a criação da internet se deu no contexto da Segun- da Guerra Mundial com a interconexão de computadores (CASTELLS, 2003). A internet é compreendida como um con- junto de computadores interligados, capa- zes de trocar dados através de um tipo espe- cífico de protocolo, o Protocolo de Controle de Transmissão/Protocolo de Internet (TCP/ IP), sendo o primeiro responsável pelo envio e recebimento de um dado ou informação e o segundo o número atribuído a um com- putador e que lhe permite ser identificado numa rede de dados, neste caso a internet (CRAIG, 1998). O segundo marco histórico que deve ser ressaltado foi a criação do Word Wide Web (www), uma “aplicação de compartilha- mento de informação”, criada em 1990 por Tim Berners-Lee (CASTELLS, 2003, p.17). Esta nova criação possibilitou que a inter- net abarcasse o mundo todo, permitindo uma nova forma de interação entre as pes- soas (CASTELLS, 2003). Há três momentos históricos da internet “www”, versões estas que são descritas a seguir. 34/22833/22733/22733/22734/22833/22734/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa A primeira versão, chamada de Web 1.0, caracterizava-se pela conexão das informações, sendo seu conteúdo desenvolvido e disponibilizado por uma pequena população que dominava as téc- nicas das páginas estáticas, denominadas como “webmasters” (SANTAELLA, 2012). Neste cená- rio, os usuários eram entendidos como simples consumidores de conteúdo (SANTAELLA, 2012), pois eles não tinham acesso a recursos e saberes necessários para o domínio da internet. A partir do momento em que estes consumidores passam a conhecer a internet de forma mais ampliada, dominando, assim como os webmasters, os recursos, saberes e técnicas, surgiu a Web Para saber mais O www é uma matriz de documentos conectados por hiperlinks, que são referências mútuas nestes documentos (DOROGOVTSEV; MENDES, 2003). Os links são direcionados para pares de contra-links, em princípio, para que possam produzir conexões não direcionadas (DOROGOVTSEV; MENDES, 2003). Os documentos da Web são acessíveis através da internet, e isso determina a relação entre a internet e o www (DOROGOVTSEV; MENDES, 2003). Quer saber mais sobre a estrutura do www? Leia o livro de Dorogovtsev e Mendes (2003), intitulado: Evolution of Networks: From Biological Nets to the Internet and WWW. 35/22834/22734/22734/22735/22834/22735/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa 2.0. Esta segunda versão surge com a intenção de superar algumas características da Web 1.0 (O’REILLY, 2007). Neste contexto, o usuário deixoude ser unicamente um leitor passivo para tor- nar-se também um criador de conteúdo, estabelecendo novas relações e passando a integrar um sistema Web interativo, compartilhado, aberto e meio de criação de conteúdo coletivo (O’REILLY, 2007). Além disso, iniciou-se a consolidação do conceito de comunidades por afinidade, ou ain- da, de redes (em uma nova perspectiva), passando a poder compartilhar o acesso e o desenvol- vimento de conteúdo (O’REILLY, 2007). Link FAPESP. O futuro do acesso aberto. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp. br/2016/07/14/o-futuro-do-acesso-aberto/> Acesso em 13 jun. 2017. SCIELO. Evolução do Acesso Aberto – breve histórico. Disponível em: <http://blog.scielo.org/ blog/2013/10/21/evolucao-do-acesso-aberto-breve-historico/#.WUE0iGjyvIU> Acesso em 13 jun. 2017. 36/22835/22735/22735/22736/22835/22736/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa Por fim, a Web 3.0 surge como uma promes- sa de aprimoramento da versão anterior, onde o acesso, manuseio e utilização da in- formação são facilitados pela interação ho- mem e máquina (CARNEIRO, 2003). Existem discussões em torno da existência concreta da Web 3.0, sendo que muitos estudiosos acreditam que ainda não houve um gran- de marco histórico e que, por este motivo, a Web 2.0 ainda parece ser a melhor definição para a internet atual (CARNEIRO, 2003). 3. A internet como ferramenta de transformação social A partir dos anos 2000 houve um “boom” no crescimento de usuários de internet no Brasil, sendo que o perfil da população que acessa a internet também passou por modificações a partir deste momento (MO- RETTI; OLIVEIRA; SILVA, 2012). Pesquisas evidenciaram que a criação e populariza- ção da internet favoreceu o acesso à infor- mação, além de colaborar para a produção massificada de conteúdo das mais variadas fontes (MORETTI; OLIVEIRA; SILVA, 2012). Tendo estes fatos expostos, torna-se evi- dente sua potencialidade como instrumen- to de transformação social. Para que haja a transformação é preciso que se tenha o estranhamento e a contestação, mediados pelo pensamento crítico e reflexivo. Neste sentido, Kato (2009, p.13-14) discute so- bre a influência da internet como mediador deste processo: 37/22836/22736/22736/22737/22836/22737/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa Nesse sentido, a contesta- ção é importante. E para poder contestar, contradi- zer e transformar, o sujeito precisa saber que a socie- dade se organiza oferecen- do seus conhecimentos, oportunidades, possibili- dades de controle sobre a própria vida de maneira desigual e reconhecer que mesmo uma pesquisa pela Internet pode ser instru- mento de alienação ou de ampliação de consciência. É alienante todas as vezes que não se entende o que se localiza na Rede e o que se toma como verdade universal. Link CETIC. Panorama Setorial da Internet: Acesso à internet no Brasil. Desafios para conectar toda a população. Disponível em: <http://www.cetic. br/media/docs/publicacoes/6/Panorama_ Setorial_11.pdf> Acesso em 14 jun. 2017. Ademais, associada à influência direta da internet com a sociedade por meio da de- mocratização da informação e da facilita- ção do processo de libertação das amar- ras sociais, a internet tem se caracterizado como uma fonte de conhecimento sobre as 38/22837/22737/22737/22738/22837/22738/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa diversas áreas do conhecimento, sendo um instrumento potente de apoio à educação. Desta forma, a internet também tem democratizado o acesso a informações de saúde à população e modificado o próprio trabalho em saúde. Para saber mais Mas o que significa democratizar a informação? Primeiramente é necessário esclarecer que a partir da Revolução tecnológica a informação passou a ter valor agregado ao capital e, consequentemente, seu fluxo e distribuição não se difundiram livres e equitativos na sociedade desigual em que vivemos (STAR- CK; RADOS; SILVA, 2013). Com o advento da internet, tornou-se mais fácil e menos desigual a difusão do conhecimento, embora ainda marcada pela influência das condições sociais e culturais de determinada população. Esta facilidade de acesso e os programas públicos de incentivo à universalização dos serviços de informação e equipamentos têm contribuído para tal ação democrática. Neste sentido, estudos estimam que, no Brasil, mais de 10 milhões de usuários acessam sites so- bre saúde regularmente (MORETTI; OLIVEIRA; SILVA, 2012). Ademais, a quantidade de avanços tecnológicos associados à internet no trabalho em saúde é clara (CARLINI et al., 2012; CASTIEL; VASCONCELOS-SILVA, 2002; MIRANDA; FARIAS, 2009; MORETTI; OLIVEIRA; SILVA, 2012; SAN- 39/22838/22738/22738/22739/22838/22739/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa TOS; MARQUES, 2006). 4. Cenários Práticos: A informá- tica e a saúde Tendo em vista as potencialidades elenca- das acima, é notada uma crescente expan- são de ferramentas baseadas na internet. Essas ferramentas também estão se difun- dindo na área da saúde. Para ilustrar alguns cenários onde a internet foi utilizada para mediar a educação, a transformação social ou o trabalho em saúde, vamos enumerar alguns exemplos encontrados na literatura. Quando observada sua influência no tra- balho em saúde, foi identificado no estudo Link MAZZA, V. A. et al. Informações on-line como su- porte às famílias de crianças e adolescentes com doença crônica. Disponível em: <http://pes- quisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl- 28443972> Acesso em 14 jun. 2017. SENA, L. M.; TESSER, C. D. Violência obstétrica no Brasil e o ciberativismo de mulheres mães: relato de duas experiências. Interface comum. Disponí- vel em: <http://pesquisa.bvsalud.org/portal/ resource/pt/BIBLIO-829013> Acesso em 14 jun. 2017. 40/22839/22739/22739/22740/22839/22740/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa de Santos e Marques (2006) que a internet contribui para educação em saúde tanto do profissional de saúde quanto do paciente (ex.: ambientes que favoreçam o processo de educação à distância e sites de acesso a informações de saúde), para a assistên- cia (ex.: suporte de informações para quem realiza o cuidado) e pesquisa (ex.: coleta de dados via internet). Neste sentido, observa-se que a internet pode contribuir de forma indireta através da utilização intencional de internet para buscar informações de saúde. Estima-se que, no Brasil, mais de 10 milhões de usuá- rios acessam sites sobre saúde regularmen- te (MORETTI; OLIVEIRA, 2012). Associado a este fato, cresceu também o número de sites e blogs que divulgam informações a respeito de doenças, terapias alternativas, dentre outras temáticas dentro da área da saúde (MORETTI; OLIVEIRA, 2012). Embora esta seja uma fonte ativa de comunicação entre profissionais de saúde e usuários dos sistemas de saúde, a literatura aponta que a maioria das fontes não é confiável e são acessadas de forma excedente (MORETTI; OLIVEIRA, 2012), deixando evidenciada a necessidade de criação de sites confiáveis e completos que levem a informação mais apurada para os cidadãos. Ademais, o uso de internet pode trazer tam- bém benefícios diretos à saúde. Um estudo que versava sobre as contribuições da in- ternet para o idoso mostrou que ela pode auxiliar na cognição e na prevenção de qua- dros depressivos e no estímulo da atividade 41/22840/22740/22740/22741/22840/22741/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa física devido à utilização desta ferramenta para interação social e atividades culturais, por exemplo, assistir filmes, o qual é classifi- cado como agente passivo, e mudanças nos hábitos de vida, considerado como agente ativo. (MIRANDA; FARIAS, 2009)Diante do exposto, a internet tem sido apontada como uma ferramenta poten- cial para mediar também os processos em saúde. Muitos avanços têm sido apontados no sentido de criação de ferramentas cada vez mais complexas envolvendo recursos da web e que estão permeando o cuidado em saúde. Estes cenários serão estudados mais adiante em nossa disciplina, sendo eles di- vididos a partir da finalidade de seu uso. Fa- z-se ainda necessário, quando falamos de internet, reforçar que algumas precauções devem ser tomadas visando a segurança e confiabilidade das informações sigilosas envolvidas, a completude e complexidade das informações em saúde e as questões éticas envolvidas no uso de redes e o acesso a informações em saúde. 42/22841/22741/22741/22742/22841/22742/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa Glossário Interativo: Genericamente é entendida como aquilo “que permite ao indivíduo interagir com a fonte ou o emissor” através da “troca de informações e de dados” (HOUAISS et al., 2009, s/p). Compartilhado: Pode ser compreendido como “ter ou tomar parte em; arcar juntamente” (HOUAISS et al., 2009, s/p). Na perspectiva da internet esse termo pode se relacionar ao tipo de autoria ou pertencimento de um conjunto de dados. Boom: Do inglês (boom), pode significar “crescimento muito rápido na comercialização ou acei- tação de um determinado produto” (HOUAISS et al., 2009, s/p). 43/22842/22742/22742/22743/22842/22743/228 Questão reflexão ? para Com base nos tópicos que você estudou hoje, reflita so- bre os recursos baseados na internet e suas aplicações na saúde: O uso e disseminação da informação via inter- net se tornou recorrente em nossa sociedade, mas qual o nível de coerência, veracidade e profundidade das in- formações cedidas? Qual a associação dessas com a li- teratura científica? Como a qualidade dessas informa- ções pode ser avaliada? 44/22843/22743/22743/22744/22843/22744/228 Considerações Finais • A internet é compreendida como uma “rede de computadores dispersos por todo o planeta que trocam dados e mensagens utilizando um protocolo comum, unindo usuários particu- lares, entidades de pesquisa, órgãos culturais, instituições militares, bibliotecas e empresas” (HOUAISS et al., 2009, s/p). • Nasceu durante a Segunda Guerra Mundial com a interconexão de computadores e é com- pletamente modificada nos anos 1990, com a criação da aplicação de compartilhamento de informação, chamada de Word Wide Web (www), possibilitando que a internet abarcasse o mundo todo, permitindo uma nova forma de interação entre as pessoas. • Há três momentos históricos da internet “www”: A web 1.0, marcada pelos webmasters, pági- nas estáticas e usuários passivos (consumidores de conteúdo). A web 2.0, marcada pelo em- poderamento do usuário, que deixa de ser passivo para também criar conteúdo, estabelecen- do novas relações e passando a integrar um sistema Web interativo, compartilhado, aberto e meio de criação de conteúdo coletivo. A web 3.0, marcada por um grande marco relacionado à interatividade entre homem e máquina, porém ainda divergente entre os teóricos. 45/22844/22744/22744/22745/22844/22745/228 • A criação e a popularização da internet favoreceram o acesso à informação, além de colaborar para a produção massificada de conteúdo das mais variadas fontes, a transformando em um instrumento de apoio à transformação social. • A internet tem modificado a forma de fazer saúde, ela tem se difundido e trazido benefícios diretos e indiretos à saúde da população. Considerações Finais 46/22845/22745/22745/22746/22845/22746/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde lança plataforma exclusiva para promoção à saúde. Disponível em: <https://goo.gl/kQgY9Y> Acesso em 02 set 2017. CARNEIRO, M. L. O acoplamento tecnológico e a comunicação em rede: inventando outros do- mínios de aprendizagem. Tese. Porto Alegre: PGIE/UFRGS, 2003. CARLINI, B. H. et al. Demand for and availability of online support to stop smoking. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 46, n. 6, 2012. CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003. 234p. CASTIEL, L. D.; VASCONCELOS-SILVA, P. R. Internet e o autocuidado em saúde: como juntar os trapinhos? História, Ciências e Saúde, v. 9, n. 2, p.291-314, 2002. CETIC. Panorama Setorial da Internet: Acesso à internet no Brasil. Desafios para conectar toda a população. Disponível em: <http://www.cetic.br/media/docs/publicacoes/6/Panorama_Seto- rial_11.pdf> Acesso em 14 jun. 2017. CRAIG, H. TCP/IP Network Administration. O’Reilly. 1998. FAPESP. O futuro do acesso aberto. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/07/14/o- -futuro-do-acesso-aberto/> Acesso em 13 jun. 2017. 47/22846/22746/22746/22747/22846/22747/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa DOROGOVTSEV, S. N.; MENDES, J. F. F. Evolution of Networks: From Biological Nets to the Inter- net and WWW. Inglaterra: Oxford University Press. 2003. 263p. HOUAISS, A. et al. Dicionário Houaiss Da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. CD-ROM. KATO, M. S. C. M. A internet como instrumento pra o trabalho social de educar. Dissertação. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. 2009. 143p. MAZZA, V. A. et al. Informações on-line como suporte às famílias de crianças e adolescentes com doença crônica. Rev. Gaúcha Enferm., v. 38, n. 1, e63475, 2017. Disponível em: <http://pesquisa. bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-28443972> Acesso em 14 jun. 2017. MIRANDA, L. M.; FARIAS, S. F. As contribuições da internet para o idoso: uma revisão de literatura. Interface, v. 13, n. 29, p. 383-94, 2009. MORETTI, F. A.; OLIVEIRA, V. E.; SILVA, E. M. K. Acesso a informações de saúde na internet: uma questão de saúde pública? Rev. Assoc. Med. Bras., v. 58, n. 6, 2012, p. 650-658. O’REILLY, T. What is Web 2.0: Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software. Communications & Strategies, n. 65, n.1, 2007, p. 17. Referências 48/22847/22747/22747/22748/22847/22748/228 Unidade 2 • A Internet como instrumento de comunicação, trabalho, ensino e pesquisa SANTAELLA, L. A tecnocultura atual e suas tendências futuras. Signo y Pensamiento, v. 30, p. 30-43, 2012. SANTOS, S. G. F.; MARQUES, I. R. Uso dos Recursos de Internet na Enfermagem: uma revisão. Rev. Brasileira de Enfermagem, v. 59, n.2, p. 212-6, 2006. SCIELO. Evolução do Acesso Aberto: breve histórico. Disponível em: <http://blog.scielo.org/ blog/2013/10/21/evolucao-do-acesso-aberto-breve-historico/#.WUE0iGjyvIU> Acesso em 13 jun. 2017. SENA, L. M.; TESSER, C. D. Violência obstétrica no Brasil e o ciberativismo de mulheres mães: relato de duas experiências. Interface comum. Saúde educ, v. 21, n. 60, p. 209-220, 2017. Dis- ponível em: <http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/BIBLIO-829013> Acesso em 14 jun. 2017. STARCK, K.R.; RADOS, G.J.V.; SILVA, E.L. Os estilos e os modelos de gestão da informação: alterna- tivas para a tomada de decisão. Biblios. v. 52, p.59-73, 2013. Referências 49/22848/22748/22748/22749/22848/22749/228 1. Acerca da evolução da internet, julgue as proposições a seguir como verda- deiras (V) ou falsas (F). ( ) A internet foi criada nos anos 1990 com o desenvolvimento de uma aplicação de compar- tilhamento de informações, o WWW. ( ) A internet é compreendida como rede de computadores mundial que trocam dados e mensagens utilizando um protocolo comum. ( ) Existem quatro momentos históricos da internet WWW: web 1.0, web 2.0, web 3.0 e web 4.0. Assinale a alternativa que contém o julgamento correto: a) V, V, V. b) F, V, V. c) V, F, F. d) F, V, F. e) F, F, F. Questão 1 50/22849/22749/22749/22750/22849/22750/228 2. Considere a divulgação feita pelo Ministério da Saúde e assinale a alterna-tiva CORRETA: Questão 2 a) Trata-se de uma ferramenta baseada na web para educação em saúde. b) Trata-se de uma ferramenta baseada na web para a pesquisa em saúde. c) Trata-se de uma edição de cartilha educacional para educação em saúde. d) Trata-se de uma edição de cartilha educacional para a pesquisa em saúde. e) Trata-se de uma edição de cartilha educacional para a gestão em saúde. Fonte: Brasil, 2017. Disponível em: <https://goo. gl/kQgY9Y> Acesso em: 14 jun. 2017. 51/22850/22750/22750/22751/22850/22751/228 3. Assinale a alternativa que traz a principal mudança que marcou a transi- ção entre a web 1.0 para a web 2.0: Questão 3 a) Criação do Word Wide Web (www). b) Surgimento dos webmasters. c) Empoderamento do usuário, que passou a também produzir conteúdo. d) Desenvolvimento de páginas estáticas. e) Grande marco conceitual relacionado ao grau de interação entre homem e máquina. 52/22851/22751/22751/22752/22851/22752/228 Questão 4 a) Computação; sinais; protocolo comum. b) Computação; computadores; sinal digital. c) Internet; computadores; sinal digital. d) Internet; sinais; protocolo comum. e) Internet; computadores; protocolo comum. 4. Leia atentamente o trecho abaixo: A ________ nada mais é do que uma “rede de ___________ dispersos por todo o planeta que trocam dados e mensagens utilizando um ___________, unindo usuários particulares, entidades de pesquisa, órgãos culturais, insti- tuições militares, bibliotecas e empresas” (HOUAISS et al., 2009, s/p). Assinale a alternativa que completa as lacunas corretamente: 53/22852/22752/22752/22753/22852/22753/228 5. Considere as proposições a seguir: I - A criação e popularização da internet favoreceu o acesso à informação, extinguindo a desigualdade social. II – A internet e suas ferramentas, conhecidas como recursos baseados na web, não podem ser aplicadas na área da saúde. III – A internet vem colaborando para a produção massificada de conteúdo das mais varia- das fontes. Assinale a alternativa que contém todas as proposições corretas: Questão 5 a) I. b) II. c) III. d) I e III. e) I, II, III. 54/22853/22753/22753/22754/22853/22754/228 Gabarito 1. Resposta: D. A internet foi criada na Segunda Guerra Mundial. Nos anos 1990, com o desenvol- vimento de uma aplicação de compartilha- mento de informações, o WWW, o concei- to de internet se transformou. A internet, portanto, é compreendida como rede de computadores mundial que trocam dados e mensagens utilizando um protocolo co- mum. Existem três momentos históricos da internet WWW: web 1.0, web 2.0 e web 3.0. 2. Resposta: A. A página criada pelo Ministério da Saú- de busca conscientizar a população acerca de hábitos saudáveis e outras informações para a promoção da saúde. Portanto, tra- ta-se de uma ferramenta baseada na web para a educação em saúde. 3. Resposta: C. A web 2.0 foi marcada pelo empoderamen- to do usuário, que deixa de ser passivo para também criar conteúdo, estabelecendo no- vas relações e passando a integrar um siste- ma Web interativo, compartilhado, aberto e meio de criação de conteúdo coletivo. 4. Resposta: E. A internet nada mais é do que uma “rede de computadores dispersos por todo o plane- ta que trocam dados e mensagens utilizan- do um protocolo comum, unindo usuários 55/22854/22754/22754/22755/22854/22755/228 particulares, entidades de pesquisa, órgãos culturais, instituições militares, bibliotecas e empresas” (HOUAISS et al., 2009, s/p). 5. Resposta: C. A criação e a popularização da internet fa- voreceram o acesso à informação, porém ela não extinguiu a desigualdade social. A internet e suas ferramentas, conhecidas como recursos baseados na web, podem ser aplicadas em qualquer área, inclusive na área da saúde. A internet vem colaborando para a produção massificada de conteúdo das mais variadas fontes. Gabarito 56/22855/22755/22755/22756/22855/22756/228 Unidade 3 Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde Objetivos • Conhecer a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em saúde. • Introduzir os possíveis cenários da informática nos serviços de saúde. • Aprofundar a reflexão sobre o papel da internet como instrumento de comunicação, traba- lho, ensino e pesquisa. 57/22856/22756/22756/22757/22856/22757/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde 1. INTRODUÇÃO Dentro do contexto da saúde, os serviços de saúde são aqueles locais “destinados a promover a saúde do indivíduo, protegê-lo de doenças e agravos, prevenir e limitar os danos a ele causados e reabilitá-lo quando sua capacidade física, psíquica ou social for afetada”. (BRASIL, 2002, s/p). Neste sentido, os serviços de saúde são aqueles estabelecimentos onde o trabalho em saúde é realizado. Com a evolução da informática, muitos paradigmas têm sido modificados na sociedade atual, inclusive dentro dos serviços de saúde. Desta forma, a maneira de se realizar o trabalho em saú- de tem sido transformada pelos avanços científicos e tecnológicos ligados à compu- tação, e é sobre esta incorporação que fala- remos hoje. Para isso falaremos sobre algu- mas políticas públicas que contribuem para a consolidação dessas mudanças. Para saber mais É importante compreender que serviços de saú- de e serviços de interesse à saúde são estabele- cimentos diferentes. Ao contrário dos serviços de saúde, os serviços de interesse à saúde são quais- quer estabelecimentos “que exercem atividades que, direta ou indiretamente, podem provocar benefícios, danos ou agravos à saúde” (BRASIL, 2002, s/p). 58/22857/22757/22757/22758/22857/22758/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde 2. Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saú- de A Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PNCTIS) é parte in- tegrante da Política Nacional de Saúde, pilar do Sistema Único de saúde (SUS). Ela é pau- tada no artigo 200, inciso V, da Constituição Federal, que estabelece como atribuição do SUS: “incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico” (BRASIL, 1988). Na prática, esta determinação da Constitui- ção reflete na obrigatoriedade de “compro- misso político e ético com a produção e com a apropriação de conhecimentos e tecno- logias que contribuam para a redução das desigualdades sociais em saúde, em conso- Link Quer conhecer os outros principais instrumentos políticos relacionados ao desenvolvimento cien- tífico, à pesquisa? Observe o quadro I do artigo “Políticas de fomento à ciência, tecnologia e ino- vação em saúde no Brasil e o lugar da pesquisa clínica”. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/csc/v22n5/1413-8123-csc-22-05-1441. pdf> Acesso em 19 jun. 2017. 59/22858/22758/22758/22759/22858/22759/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde nância com o controle social” (BRASIL, 2002). Desta forma, os principais princípios que regem a política em questão são, resumidamente (BRA- SIL, 2008, p.17): Melhorar a saúde da população brasileira com equidade em saúde; Buscar supe- rar todas as formas de desigualdade e discriminação; Respeitar a vida e a dignidade das pessoas; Assegurar o desenvolvimento e a implementação de padrões elevados de ética na Pesquisa em Saúde; Assegurar a pluralidade filosófica e metodológica; Aumentar a inclusão e controle social, através de ações de educação científica, tecnológica e cultural; Contribuir para a melhoria da qualidade de vida do cidadão e respeitar o meio ambiente. Embasada por estes princípios, a PNCTIS estabelece as seguintes estratégias (BRASIL, 2008, p. 21): a) sustentação e fortalecimento do esforço nacional em ciência, tecnologia e inovação em saúde; b) criação do sistema nacional de inovação em saúde; c) construção da agenda nacional de prioridades de pesquisa em saúde; d) criação de mecanismos para superaçãodas desigualdades regionais; e) aprimoramen- to da capacidade regulatória do Estado e criação de rede nacional de avalia- ção tecnológica; f) difusão dos avanços científicos e tecnológicos; g) formação, capacitação e absorção de recursos humanos no sistema nacional de ciência, 60/22859/22759/22759/22760/22859/22760/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde tecnologia e inovação em saúde, incentivando a produção científica e tecnoló- gica em todas as regiões do País, considerando as características e as questões culturais regionais; h) participação e fortalecimento do controle social. Para que houvesse o avanço esperado, concomitantemente com a PNCTIS foi também criada a Agenda Nacional de Prioridades na Pesquisa em Saúde (ANPPS), tendo como pressuposto aten- der as “necessidades nacionais e regionais de saúde e aumentar a indução seletiva para a pro- dução de conhecimentos e bens materiais e processuais nas áreas prioritárias para o desenvol- vimento das políticas sociais” (BRASIL, 2011, p. 5). Para saber mais A ANPPS estabelece as seguintes subagendas para a pesquisa em saúde: Saúde dos povos indígenas; saúde mental; violência, acidentes e trauma; saúde da população negra; doenças não transmissíveis; saúde do idoso; saúde da criança e do adolescente; saúde da mulher; saúde dos portadores de necessi- dades especiais; alimentação e nutrição; bioética e ética na pesquisa; pesquisa clínica; complexo pro- dutivo da saúde; avaliação de tecnologias e economia da saúde; epidemiologia; demografia e saúde; saúde bucal; promoção da saúde; doenças transmissíveis; comunicação e informação em saúde; gestão do trabalho e educação em saúde; sistemas e políticas de saúde; saúde, ambiente, trabalho e biossegu- rança; e assistência farmacêutica (BRASIL, 2011). 61/22860/22760/22760/22761/22860/22761/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde Dentre as prioridades listadas pela ANPPS, a informática aparece tanto como “bioinformática” relacionada principalmente à assistência em saúde, quanto na gestão da informação e educa- ção em saúde. Um exemplo de nicho relacionado à assistência em saúde é exemplificada a seguir (BRASIL, 2011, p. 34): “Desenvolvimento, produção e aprimoramento de equipamentos e dispositivos nas seguintes áreas estratégicas: biomateriais; engenharia de tecidos; órteses e próteses; instrumental para a área da Saúde; equipamentos de alta, média e baixa complexidade para a área da Saúde; artigos e materiais de uso hospitalar; tecnologia em reabilitação; tecnologia em bioinformática e tecnologia hospita- lar”. Observadas, portanto, as amplas dimensões das áreas férteis para o desenvolvimento da Ciên- cia, Tecnologia e Inovação em saúde, fica evidente que a informática é um instrumento potencial para se alcançar os princípios objetivados pela PNCTIS. 3. Evolução histórica e desdobramentos da informática na saúde A utilização de informática na saúde nasceu no seio dos centros universitários, principalmen- te do Sul e Sudeste do Brasil (SABBATINI, 2004). A incorporação da informática no trabalho em 62/22861/22761/22761/22762/22861/22762/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde Com a incorporação da informática na saú- de, surgem novas definições e conceitos re- lacionados ao uso desta tecnologia. Neste cenário, o termo e-saúde emerge, referin- do-se, de forma geral, ao uso de tecnologia da informação e informática para a melho- ria das condições de saúde (BRASIL, 2011). Sua definição passa por discrepâncias teó- ricas, sendo que para alguns autores o ter- saúde iniciada entre os anos 1970 e 1980, através do conceito de Sistema Nacional de Inovação em Saúde (SNIS), passou por um aumento importante em 1990 (CAVALCAN- TE et al., 2011; SABBATINI, 2004; TENÓRIO; MELLO; VIANA, 2017). Marcos legislatórios como a própria PNCTIS e a Política Nacio- nal de Informação em Saúde (PNISS), que será aprofundada posteriormente, estabe- leceram metas para o avanço do SUS, para a incorporação da informática na saúde e para a inclusão digital. Link MARIN, H. F.; CUNHA, I. C. K. O. Perspectivas atu- ais da Informática em Enfermagem. Rev. Bras. En- ferm., v. 59, n. 3, p. 354-7, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v59n3/ a19v59n3> Acesso em 19 jun. 2017. 63/22862/22762/22762/22763/22862/22763/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde mo pode ser sinônimo de informática em saúde, enquanto outros autores a limitam ao uso de internet para o apoio da prática em saúde. Os desdobramentos, por catego- ria temática, do termo e-saúde serão vistos nas próximas aulas, entretanto, é necessá- rio compreender que cada processo de tra- balho existente na saúde pode ser influen- ciado pela informática, seja em maior ou menor grau. Acerca desta temática, Cavalcante et al. (2011), estudando os avanços na utilização de recursos computacionais na saúde, ob- servaram três grandes frentes de evolução: a. O ensino e pesquisa: Esta foi a frente mais expressi- va. Recursos tecnológicos aqui elencados objetivam o apoio aos discentes e docentes para atingir seus objetivos de aprendiza- gem. Foram observados como principais recursos empregados: “implantação de disciplinas curriculares, utilização de softwares e outros recursos tecnoló- gicos, como a internet e suas possibilidades” (CA- VALCANTE, 2011, p. 132). b. A gestão: Esta frente ob- jetiva apoiar o trabalho ge- rencial nos serviços e pro- fissões de saúde. Foram observados como princi- pais recursos empregados: 64/22863/22763/22763/22764/22863/22764/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde “desenvolvimento de sof- twares para elaboração de escalas de funcionários e outros sistemas de infor- mação que promovam o suporte à tomada de deci- sões gerenciais” (CAVAL- CANTE, 2011, p. 132). c. A assistência: Esta fren- te objetiva apoiar o traba- lho assistencial em saúde. Foram observados como principais recursos empre- gados: “desenvolvimen- to de softwares voltados à operacionalização das etapas” da assistência. Por exemplo, os softwares de apoio à Sistematização da Assistência de Enfer- magem. Um fato curioso acerca desta frente é que “verifica-se que a atenção primária à saúde possui um número de experiên- cias bem inferior quando comparado com os níveis secundário e terciário” (CAVALCANTE et al., 2011, p. 133). 4. Refletindo sobre alguns desa- fios atuais Neste momento da disciplina introduzire- mos alguns pontos de reflexão sobre o uso 65/22864/22764/22764/22765/22864/22765/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde de recursos de informática na saúde. É importante destacar que os desafios inerentes de cada recurso específico serão retomados em outros momentos. Entretanto, objetiva-se com esta pri- meira discussão a sensibilização quanto aos desafios globais existentes. Link CASTIEL, L. D.; VASCONCELLOS-SILVA, P. R. A interface Internet/saúde: perspectivas e desafios. Interface – Comunic., Saúde, Educ, v. 7, n. 13, p. 47-64, 2003. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/icse/ v7n13/v7n13a03.pdf> Acesso em 20 jun. 2017. D’AGOSTINO, M. Eletronic health strategies in the Americas: current situation and perspectives. Rev. Peru Med Exp Salud Publica, v. 32, n. 2, p. 352-355, 2015. Disponível em: <http://www.rpmesp.ins.gob.pe/ index.php/rpmesp/article/view/1631/1604.pdf> Acesso em 20 jun. 2017. A caracterização das experiências identificadas por Cavalcante (2011) expõe que grande parte delas é oriunda de docentes vinculados a universidades e não a profissionais vinculados a ser- viços de saúde. Neste sentido, tendo como base este estudo atual e o contexto histórico sobre a influência dos centros universitários paraa utilização de informática na saúde, assinala-se como 66/22865/22765/22765/22766/22865/22766/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde um grande desafio atual avaliar o quanto tais experiências realmente são incorpora- das na prática profissional em saúde. Neste sentido, quando falamos de incor- porar um novo instrumento ao processo de trabalho, é preciso lembrar que este proces- so tem como agente um profissional com suas qualidades e limitações. Neste senti- do, a rápida incorporação da informática no processo de trabalho e a maneira impositiva em que esta inserção se deu historicamen- te reflete em uma baixa assimilação de seus valores e objetivos por parte destes agen- tes (PERES; KURCGANT, 2004). É comum encontrar na literatura científica casos em que houve uma subutilização de recursos tecnológicos no processo de trabalho devi- do à falta de engajamento dos profissionais em questão. Torna-se, portanto, desafiador apropriar o sujeito, agente do processo de trabalho, com relação à informática. Ademais, novas perspectivas sempre car- regam novos desafios. Recursos de infor- mática agregam novos desafios no sentido de operacionalizar um ambiente seguro, completo e confiável dentro dos ambientes virtuais e do ciberespaço. A avaliação dos recursos desenvolvidos torna-se essencial para que eles reflitam na facilitação do pro- cesso de trabalho em saúde e garantam re- sultados positivos. Elencam-se, portanto, como principais de- safios da informática em saúde: • Aproximação da teoria à prática, com a consequente incorporação destas 67/22866/22766/22766/22767/22866/22767/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde tecnologias na práxis em saúde. • Necessidade de se avaliar cada passo de incorporação, garantindo sua validação pelos agentes de saúde. É importante, ainda, que as mudanças ocorridas no processo de trabalho a partir desta nova tecnologia sejam monitoradas e discutidas entre estes grupos, assim como a garantia de tecno- logias cada vez mais completas, confiáveis e seguras. Para saber mais O ciberespaço é compreendido como “o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infraestrutura material da comunica- ção digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo” (LÉVY, 1999, p. 17). 68/22867/22767/22767/22768/22867/22768/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde Neste contexto, a segurança de uma mídia eletrônica consiste em sua capacidade de gerenciar riscos, ou seja, um sistema se- guro possivelmente estará menos suscetí- vel a acessos desautorizados e/ou ataques mal-intencionados (PRESSMAN, 2011). Já a confiabilidade diz respeito à sua capacida- de de manter seu funcionamento adequa- damente sem falhas (ABNT, 2003). 69/22868/22768/22768/22769/22868/22769/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde Glossário Políticas públicas: São “conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Esta- do diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico”. (BRASIL, s/d, p.1). Pluralidade: Do latim (pluralĭtas,ātis), diz respeito a “fato de existir em grande quantidade, de não ser único; multiplicidade, diversidade” (HOUAISS et al., 2009, s/p). Ambiente Virtual: Aquele ambiente “fisicamente inexistente, e sim criado por programas de computação, para parecer real aos sentidos” (HOUAISS et al., 2009, s/p). Bioinformática: Diz respeito à informática quando aplicada à análise e modelação de dados obtidos de pesquisas biológicas ou da área da saúde (HOUAISS et al., 2009, s/p). 70/22869/22769/22769/22770/22869/22770/228 Questão reflexão ? para Com base nos tópicos que você estudou hoje e em sua experiência com o uso de recursos de informática em seu local de trabalho, reflita: Quais os desafios e limita- ções que devem ser levados em consideração no desen- volvimento e implementação destes instrumentos? 71/22870/22770/22770/22771/22870/22771/228 Considerações Finais • Os serviços de saúde são os estabelecimentos destinados a promover a saúde, prevenir a do- ença, limitar danos e reabilitar o paciente quando sua capacidade física, psíquica ou social for afetada. Nos serviços de saúde é que o trabalho em saúde é realizado. • A PNCTIS pauta-se no compromisso político e ético com a produção e com a apropriação de conhecimentos e tecnologias que contribuam para a redução das desigualdades sociais em saúde, em consonância com o controle social. • Para operacionalizar e priorizar ações, conjuntamente com a PNCTIS, foi criada a ANPPS, que estabeleceu 24 agendas específicas para a pesquisa em saúde. • A e-saúde surge embasada na percepção do apoio da tecnologia para melhorar as condições de saúde da população. Sua definição passa por discrepâncias teóricas, sendo que pode signi- ficar informática em saúde para alguns autores, enquanto outros a limitam ao uso de internet para o apoio da prática em saúde. Desta forma, é inegável que os recursos tecnológicos in- fluenciam o trabalho em saúde em diferentes graus. 72/22871/22771/22771/22772/22871/22772/228 • Observa-se como desafios inerentes do uso de informática na saúde: avaliar o quanto tais ex- periências realmente são incorporadas na prática profissional em saúde; apropriar o sujeito, agente do processo de trabalho, com relação à informática; operacionalizar um ambiente se- guro, completo e confiável dentro dos ambientes virtuais e do ciberespaço; entre outros. Considerações Finais 73/22872/22772/22772/22773/22872/22773/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO/IEC 9126-1: Engenharia de software: qualidade de produto: Parte 1: modelo de qualidade. Rio de Ja- neiro, 2003. BRASIL. Secretaria do Meio Ambiente e recursos hídricos do Paraná. O que são políticas públi- cas? s/p. Disponível em: <http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/coea/pncpr/O_que_ sao_PoliticasPublicas.pdf> Acesso em 20 jun. 2017. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 1988. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em 19 jun. 2017. BRASIL. Agência da Vigilância Sanitária (ANVISA). Tecnologia da Organização dos Serviços de saúde. 2002. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/organiza/index.htm> Acesso em 19 jun. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de ciência, tecnologia e inovação em saúde. 2. ed.– Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008. 44 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Agenda nacional de prioridades de pesquisa em saúde. 2. ed., 3. reimpr. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2011. 68 p. 74/22873/22773/22773/22774/22873/22774/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde CASTIEL, L. D.; VASCONCELLOS-SILVA, P. R. A interface Internet/saúde: perspectivas e desafios. Interface – Comunic., Saúde, Educ, v. 7, n. 13, p. 47-64, 2003. Disponível em: <http://www.scie- losp.org/pdf/icse/v7n13/v7n13a03.pdf> Acesso em 20 jun. 2017. CAVALCANTE, R. B. et al. Experiências de informatização em enfermagem no Brasil: um estudo bibliográfico. J. Health Inform. v. 3, n. 3, p. 130-4, 2011. D’AGOSTINO, M. Eletronic health strategies in the Americas: current situation and perspectives. Rev. Peru Med Exp Salud Publica, v. 32, n. 2, p. 352-355, 2015. Disponível em: <http://www.rp- mesp.ins.gob.pe/index.php/rpmesp/article/view/1631/1604.pdf> Acesso em 20 jun. 2017. HOUAISS, A. et al. Dicionário HouaissDa Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. CD-ROM. LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. 260 p. MARIN, H. F.; CUNHA, I. C. K. O. Perspectivas atuais da Informática em Enfermagem. Rev. Bras. Enferm., v. 59, n. 3, p. 354-7, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v59n3/ a19v59n3> Acesso em 19 jun. 2017. PERES, H. H. C.; KURCGANT, P. O ser docente de enfermagem frente à informática. Rev. Latino- -Am. Enfermagem. v. 12, n.1, pp. 101-108. 2004. Referências 75/22874/22774/22774/22775/22874/22775/228 Unidade 3 • Conhecendo os cenários e desdobramentos da informática nos serviços de saúde PRESSMAN, R. S. Engenharia de Software – Uma abordagem professional. 7. edição. Editora ARTMED. 2011. 780 p. SABBATINI, R. M. E. História da Informática em Saúde no Brasil. 2004. Disponível em: <http:// sites.ffclrp.usp.br/ceib/texto5.php> Acesso em 19 jun. 2017. TENÓRIO, M; MELLO, G. A.; VIANA, A. L. A. Políticas de fomento à ciência, tecnologia e inovação em saúde no Brasil e o lugar da pesquisa clínica. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, n. 5, p. 1441- 1454, 2017. Referências 76/22875/22775/22775/22776/22875/22776/228 1. Sobre os serviços de saúde, leia as proposições abaixo e as julgue como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Serviço de saúde é o local destinado a promover a saúde do indivíduo desde a promoção da saúde até a reabilitação quando a capacidade física, psíquica ou social for afetada. ( ) Serviços de saúde e serviços de interesse à saúde são sinônimos. ( ) São exemplos de serviços de saúde: farmácias, óticas, empresas de esterilização de pro- dutos. Assinale a alternativa correta: a) F, F, F. b) V, F, F. c) V, V, V d) F, V, V. e) V, F, V. Questão 1 77/22876/22776/22776/22777/22876/22777/228 2. Leia atentamente as proposições sobre a Política Nacional de Ciência, Tec- nologia e Inovação em Saúde (PNCTIS): I – É pautada no artigo 200, inciso V, da Constituição, estabelecendo que cabe ao SUS incre- mentar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico. II – Tem suas práticas no compromisso ético e político, com redução das desigualdades so- ciais e controle social. III – Estabelece 59 estratégias de ação. Assinale a alternativa que contém todas as proposições corretas: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I, II, III. Questão 2 78/22877/22777/22777/22778/22877/22778/228 3. Assinale a alternativa que NÃO apresenta uma estratégia da Política Nacio- nal de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PNCTIS): Questão 3 a) Criação do sistema nacional de inovação em saúde. b) Construção da agenda nacional de prioridades de pesquisa em saúde. c) Criação de mecanismos para superação das desigualdades regionais. d) Emancipação da tecnologia com relação à capacidade regulatória do Estado. e) Participação e fortalecimento do controle social. 79/22878/22778/22778/22779/22878/22779/228 4. Considere as proposições acerca dos princípios que regem a Política Na- cional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PNCTIS): I – Diminuir as formas de desigualdade e discriminação. II – Diminuir as pluralidades filosóficas e metodológicas. III – Diminuir o controle social. Assinale a alternativa que contém todas as proposições corretas: Questão 4 a) I. b) II. c) III. d) I e III. e) I, II, III. 80/22879/22779/22779/22780/22879/22780/228 5. Conjuntamente com a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PNCTIS) foi criada qual outra política pública no ano de 2004? Questão 5 a) Sistema Único de Saúde (SUS). b) Agenda Nacional de Prioridades na Pesquisa em Saúde (ANPPS). c) Sistema Nacional de Inovação em Saúde (SNIS). d) Política Nacional de Informação em Saúde (PNISS). e) Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI). 81/22880/22780/22780/22781/22880/22781/228 Gabarito 1. Resposta: B. Serviço de saúde é o local destinado a pro- mover a saúde do indivíduo desde a pro- moção da saúde até a reabilitação quando a capacidade física, psíquica ou social for afetada. Serviços de saúde e serviços de in- teresse à saúde NÃO são sinônimos, sendo exemplos de serviços de interesse à saúde: farmácias, óticas, empresas de esterilização de produtos. 2. Resposta: D. É pautada no artigo 200, inciso V, da Cons- tituição, estabelecendo que cabe ao SUS incrementar em sua área de atuação o de- senvolvimento científico e tecnológico. Tem suas práticas no compromisso ético e polí- tico, com redução das desigualdades sociais e controle social. Estabelece oito principais estratégias de ação. 3. Resposta: D. Uma das estratégias é justamente o contrá- rio do exposto na alternativa D: “aprimora- mento da capacidade regulatória do Estado e criação de rede nacional de avaliação tec- nológica”. 4. Resposta: A. São princípios da PNCTIS: Diminuir as for- mas de desigualdade e discriminação. As- segurar as pluralidades filosóficas e meto- dológicas. Aumentar o controle social. 82/22881/22781/22781/22782/22881/22782/228 5. Resposta: B. Em 2004, visando estabelecer prioridades e concretizar as estratégias propostas pela PNCTIS, foi estabelecida a ANPPS. Gabarito 83/22882/22782/22782/22783/22882/22783/228 Unidade 4 Utilização das tecnologias da informação no contexto das práticas de saúde e no processo de tra- balho em saúde Objetivos • Introduzir os conceitos relacionados à tecnologia da informação e comunicação. • Conhecer a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNISS). • Refletir sobre o papel das TICS no processo de trabalho em saúde. 84/22883/22783/22783/22784/22883/22784/228 Unidade 4 • Utilização das tecnologias da informação no contexto das práticas de saúde e no processo de trabalho em saúde 1. Introdução Ao pensar sobre o trabalho em saúde, a in- formação toma um lugar central na discus- são. Nos processos de trabalho da equipe de saúde troca-se informações a todo o tempo e com diferentes atores. Desta for- ma, diz-se que a informação em saúde é heterogênea (BRASIL, 2016), tendo em vis- ta que é coletada por diversos profissionais (enfermeiros, médicos, nutricionistas etc.) e em diferentes momentos (consultas, inter- nações e administração de medicamentos, por exemplo). Quando falamos do trabalho em saúde, ain- da é preciso refletir sobre o papel da infor- mação para a garantia de outras dimensões do trabalho em saúde para além da ativi- dade assistencial. Neste sentido, a função gerencial em saúde, por exemplo, objetiva a manutenção da dinâmica organizacional e garantia do sucesso empresarial (DAVEL; MELO, 2005), sendo que, para isso, um ges- tor lidera equipes, toma decisões e medeia conflitos internos e externos. Para que estas ações ocorram, um bom gestor em saúde deve estar atento a todas as melhores infor- mações sobre a organização que gerencia (DAVEL; ROCHEBRUNE apud DAVEL; MELO, 2005). Neste cenário, sem dúvidas, gerir a informação de uma maneira eficiente tam- bém é fundamental para o sucesso do tra- balho gerencial em saúde e seu reflexo po- sitivo na qualidade da assistência prestada. Tendo em vista a enorme quantidade de in- formações geradas pelo trabalho em saú- de, sua heterogeneidade e a importância da gestão dessa informação para prestar 85/22884/22784/22784/22785/22884/22785/228 Unidade 4 • Utilização das tecnologias da informação no contexto das práticas de saúde e no processo de trabalho em saúde um serviço de qualidade, utilizar recursos tecnológicos para apoiar esta gestão é uma prática cada vez mais comum entre as or- ganizações em saúde. E será este o tema da aula de hoje! 2. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e os siste- mas de Informação em saúde Emergem da necessidade de que as infor- mações relevantes fluam dentro de um ser- viço de saúde de maneira rápida e eficien- te. Ferramentas conhecidas como TICs, que têm como função agrupar e distribuir informações, buscam tornar esse acesso ágil e menos hierarquizado, diminuindo as distâncias geográficas e agregando
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