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Sintaxe do Português I Aula 8: Regência Nominal e Verbal

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Sintaxe do Português I
Aula 8: Regência Nominal e Verbal
Apresentação
Nesta aula, trataremos das relações de Regência, tanto Nominal, quanto Verbal. Essa relação se estabelece a partir
de uma dependência entre dois termos, ou seja, um exige a presença de outro. Na Regência Verbal, o termo
regente é um verbo, que pode ou não ser preposicionado. Na Regência Nominal, o termo regido é obrigatoriamente
preposicionado.
Objetivos
Reconhecer o fenômeno da Regência Verbal;
Distinguir Regência Verbal e Regência Nominal.
 Regência Verbal
A Regência Verbal é o estudo da relação de dependência entre os verbos e seus complementos.
Por que estudar Regência Verbal?
O pai agrada o filho. → agradar significa acariciar, contentar.
O pai agrada ao filho.→ agradar significa causar agrado ou prazer, satisfazer.
Observou como o simples uso de uma preposição pode alterar o
significado?  "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém”.
Para os verbos, a regência vai se relacionar ao termo que completa o sentido de um verbo é que é chamado de
objeto. Esse objeto, que é um termo regido, pode estar ligado ao termo regente por meio da preposição ou não.
 
Se completar o verbo sem preposição obrigatória, recebe o nome de objeto direto; se completar o verbo com
preposição recebe o nome de objeto indireto.
Atenção
Em nossas aulas 6 e 7, estudamos a Concordância Nominal e a Verbal. A concordância, ou melhor, a ausência dela, pode
nos marcar de forma mais signi�cativa. Dizer ‘As casa é bonita’ marca mais do que dizer ‘Assisti o �lme’, não é mesmo?
 Importância do estudo da regência
Diferentemente da maior parte das ocorrências de concordância, na regência temos o fenômeno da variação e da
música atuando de forma mais intensa. Por que será? Marcos Bagno, em Nada na língua é por acaso (2007, p. 138),
apresenta o quadro a seguir.
Regência conservadora Regência Inovadora
Assistir ao filme. Assistir o filme.
Atenda ao chamado. Atenda o chamado
Dei o livro à ela. Dei o livro para ela.
Responda ao questionário. Responda o questionário
Será que dizer ‘Namorar com’ ou ‘assisti o’ vai nos marcar como
pessoas pouco escolarizadas? E o que dizer das ocorrências a seguir?
Diferentemente da maior parte das ocorrências de concordância, na regência temos o fenômeno da variação e da
música atuando de forma mais intensa. Por que será? Marcos Bagno, em Nada na língua é por acaso (2007, p. 138),
apresenta o quadro a seguir.
a. Este é o livro de que eu gosto. (Oração relativa
padrão: gostar é regido pela preposição de)
b. Este é o livro (...) que eu gosto. (Oração relativa
cortadora: ausência de preposição)
c. Este é o livro que eu gosto dele. (Oração relativa
copiadora)
Atenção
Das a�rmativas:
a letra (a) apresenta a forma prescrita pela Gramática Normativa;
a letra (b) apresenta uma estratégia bastante utilizada pelo falante culto que é o apagamento da preposição – essa
estratégia não irá marcá-lo socialmente;
a letra (c) apresenta um uso considerado marcado por ser utilizado por indivíduos de menor escolaridade.
É por isso que estudar a regência com atenção é tão importante.
Independentemente de a forma usada ser mais ou menos marcada, como professores de Língua Portuguesa devemos
observar esses usos para que possamos orientar nossos alunos de forma adequada.
Considerando as preposições, nem sempre a presença delas marca um vínculo obrigatório de regência. Se dissermos
‘Ela sai de manhã para o trabalho’, essa preposição ‘de’ faz parte de uma locução de tempo.
"A ideia falsa de uma preposição só existe porque uma palavra a “rege”, pode levar
alguém a corrigir frases que a rigor, nada têm de erradas.
É o caso, por exemplo, da preposição ‘a’ da expressão “entregas a domicílio”, que
nada tem a ver com o substantivo “entregas” (que regeria a preposição ‘em’) e sim
com  o adjetivo “domiciliar” – o que é apenas uma coincidência, pois sabemos que
locuções nem sempre têm palavras substitutas."
- Henriques: 2010, p. 47
 Os pronomes como complementos verbais
O uso do pronome ‘ele’ e suas variantes (ela, eles, elas) como complemento verbal é frequente na língua falada, mas
esse é um pronome pessoal do caso reto que somente deve funcionar como sujeito ou como complemento verbal
quando vier acompanhado de preposição.
Exemplo
Ele chegou cedo ao trabalho.
Ana deu a elas os novos perfumes.
Seguindo o que prescreve a Gramática Normativa, os pronomes oblíquos são os adequados à posição de
complementos verbais.
Atenção
a) Funcionam como objeto direto os pronomes o, a, os, as que são complemento de verbos transitivos diretos.
b) Funcionam como objeto indireto os pronomes lhe, lhes são complementos de verbos transitivos indiretos.
Joana comprou uma blusa.
→ Comprou-a.
Henrique pagou o carro. (Pagar algo = objeto direto)
→ Pagou-o.
Henrique pagou ao gerente.(Pagar a alguém = objeto
indireto)
→ Pagou-lhe. (LHE é usado para pessoa)
Ele convidou meus pais.
→ Ele convidou-os.
Eu obedeço a meu pai.
→ Eu obedeço-lhe.
Leitura
Muitas vezes erra-se no uso do pronome oblíquo por não ser considerada a relação entre o pronome oblíquo e o
complemento verbal. Clique aqui para ver exemplos!
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 Atividade
1. (G1 1996) Complete adequadamente as frases com os pronomes o ou lhe, dependendo da regência do verbo:
a) Lembro- ________ que amanhã é dia de prova.
b) Gostaríamos de convidá- ________ para a festa.
c) Nunca quis ofendê- ________ de modo algum.
d) Declararam- ________ inocente frente a situação.
e) Não ________ enviamos a carta ainda.
 Regência Nominal
Diferentemente do que acontece com os verbos, os nomes – substantivos, adjetivos e advérbios – só possuem
regência quando apresentam preposição.
Exemplo
Esse comportamento é impróprio para menores. 
Ficamos contentes por você.
Os alunos votaram favoravelmente ao projeto.
 Uso das preposições – casos especiais
No livro O português do dia a dia: como falar e escrever melhor, do Professor Sérgio Nogueira, há diversos casos
interessantes acerca do uso das preposições.
Escolhemos apenas alguns para discutir nesta aula!
Exemplo
A expressão correta é em nível.
Exemplo: O problema só será resolvido em nível federal.
Lembramos que a expressão "a nível de" é um modismo a ser evitado.
Notas
R f ê i
Referências
Próxima aula
Fenômeno da Regência Verbal
Regência Verbal e Regência Nominal.
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