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ASTIGMATISMO ANTONIO CLÁUDIO MACIEL- Optometrista DEFINIÇÃO ◻ Se trata de um defeito da curvatura dos meios refringentes do olho, que impede a convergência dos raios luminosos em um só foco, quer dizer, não existe um foco pontual. DEFINIÇÃO ◻ A imagem de um ponto objeto não se corresponde com um ponto imagem e sim com vários, definindo- se duas focais principais, perpendiculares entre si e separadas a uma distância que vai depender da potência entre os meridianos principais. A esta distância denominamos de conoide de Sturm. O astigmata, sem corrigir, alcança sua máxima AV quando situa o círculo de menor confusão na retina. IMAGEM RETINIANA ◻ A imagem retiniana, em caso de astigmatismo, não será um ponto, mas sim formada por uma das linhas do conoide. ◻ Quando uma das focais cai na retina o olho percebe uma linha orientada na mesma direção que o eixo do cilindro que o origina, ou seja, perpendicular ao meridiano mais amétrope (positivo). IMAGEM RETINIANA ◻ Se uma pessoa precisa como correção óptica um cilindro de -1,00 D a 180°, a focal vertical estará enfocada na retina e a focal horizontal estará situada antes da retina. ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA ◻ Na maior parte das vezes é de origem congênita; ◻ Se nasce com o defeito refrativo e este vai evoluindo com a idade. ◻ Há um padrão hereditário para a transmissão familiar do defeito; ◻ Existem também as causas adquiridas. ASTIGMATISMO ADQUIRIDO ◻ Traumatismos, feridas, queimaduras químicas ou por calor e infecções que provocam ulcerações, ceratites e cicatrizes; ◻ Tumorações orbitárias (retinoblastoma), palpebrais (calázio), conjuntivais (pterígio) ou do limbo esclero- corneal que comprimem a córnea. ◻ Ceratocone e ectasias corneais; ◻ Cirurgia: ceratoplastia, cirurgia refrativa, de catarata, etc; ◻ Uso de lentes de contato RGP; ASTIGMATISMO DE CURVATURA ◻ Produzido porque as superfícies refringentes do sistema óptico do olho não são esféricas. ◻ CORNEAL: onde se localiza a maior parte das causas de astigmatismo. O congênito está ligado à alterações na topografia corneal. ◻ CRISTALINEANO: a face anterior do cristalino gera astigmatismo. TIPOS DE ASTIGMATISMO ◻ ASTIGMATISMO DE ÍNDICE: Ocorre quando a potência varia por mudanças do índice de refração nos meios transparentes; ◻ ASTIGMATISMO DE POSIÇÃO: Se produz pela obliquidade entre as superfícies de refração, córnea e cristalino, com a retina. Causas mais comuns: luxação do cristalino, lesões próximas à mácula, inclinação da LIO na cirurgia de catarata, etc. ASTIGMATISMO QUANTO Á REGULARIDADE ◻ ASTIGMATISMO REGULAR: quando os meridianos principais são perpendiculares entre si e sua refração é constante ao longo de cada meridiano, e portanto, passível de correção. � Três tipos: A favor da regra; contra a regra, oblíquo. ◻ ASTIGMATIMO IRREGULAR: quando os meridianos principais não são perpendiculares entre si, ademais a refração pode variar nos distintos pontos de cada meridiano. TIPOS DE ASTIGMATISMO ◻ ASTIGMATISMO SIMPLES: um dos pontos focais está situado na retina e o outro adiante ou atrás da mesma. � Astigmatismo Hipermetrópico simples; � Astigmatismo miópico simples; TIPOS DE ASTIGMATISMO ◻ ASTIGMATISMO COMPOSTO: nenhum meridiano focaliza sobre a retina. � Astigmatismo hipermetrópico composto; � Astigmatismo miópico composto; � Astigmatismo misto; TIPOS DE ASTIGMATISMO ◻ ASTIGMATISMO A FAVOR DA REGRA: quando o meridiano do olho entre 160º a 180º e de 0º a 20º em relação ao meridiano perpendicular; ◻ ASTIGMATISMO CONTRA A REGRA: quando os meridianos estiverem 70º a 110º; ◻ ASTIGMATISMO OBLÍQUO: onde os eixos não são horizontais ou verticais. MAGNITUDE DO ASTIGMATISMO ◻ ASTIGMATISMO INSIGNIFICANTE: menor de 0,75 D; ◻ ASTIGMATISMO BAIXO: entre 1,00 e 1,50 D; ◻ ASTIGMATISMO MODERADO: entre 1,75 a 2,50 D; ◻ ASTIGMATISMO ALTO: maior de 2,50 D; ASTIGMATISMO FISIOLÓGICO ◻ Astigmatismo originado na superfície anterior da córnea e que não provoca diminuição da AV. (Varia de 0,50 a 0,75 D. (A favor da regra); ◻ Também é relacionado ao astigmatismo referente a porção anterior do cristalino (sendo este contra a regra) que varia de 0,50 a 0,75 D; ◻ A soma do astigmatismo fisiológico corneal e cristalineano anula o valor dióptrico do astigmatismo, não causando sintomas. LEIS DE JAVAL ◻ As leis de Javal postulam sobre a relação do astigmatismo corneano e cristalineano: 1. Em astigmatismos corneais a favor da regra inferiores a 2,00 D, o astigmatismo refrativo é igual ao ast. Corneal menos o ast. Cristalineano. 2. Em ast. Corneais contra a regra, o astigmatismo refrativo é igual ao astigmatismo corneal mais o cristalineano. 3. No caso de córneas esféricas (sem astigmatismo) a refração apresentará o astigmatismo do cristalino (contra a regra); 4. No caso de ast. Oblíquos na córnea, esse será o valor real do ast. Refrativo. TOPOGRAFIA CORNEAL ◻ Este exame avalia a curvatura da córnea. O exame de topografia corneana consiste na captura da imagem do reflexo de múltiplos anéis concêntricos de luz projetados na superfície da córnea (ceratoscopia). TOPOGRAFIA CORNEAL TOPOGRAFIA CORNEAL TOPOGRAFIA CORNEANA ASTIGMATISMO ELEVADO L A S IK EVOLUÇÃO DO ASTIGMATISMO ◻ O astigmatismo é bastante frequente no nascimento (>1,00 D em 50% das crianças com 1 ano). ◻ Sua potência diminui uniformemente durante os primeiros 6 anos de vida; ◻ A prevalência de astigmatismo aumenta ligeiramente durante a idade escolar, resultante da influência da pressão das pálpebras sobre o globo ocular. ◻ Entre os 20 e 40 anos o astigmatismo não pode variar; ◻ Após os 40 anos, pode variar por mudanças na córnea devido à perda do tônus palpebral e também a nível do cristalino, pela aparição de catarata. SINAIS CLÍNICOS ◻ Presença de astigmatismo corneal; ◻ Pode ser detectado através da ceratometria, topografia, refração objetiva e subjetiva; ◻ Também pode associar-se com: � Conjuntivite; � Blefarite (por congestão da zona anterior do olho); ◻ Diminuição da AV com correção (astig. Alto): relacionado à ambliopia; SINTOMAS DO ASTIGMATISMO ◻ ASTIG. LEVE: não apresentam muita sintomatologia (exceto em pacientes que realizam tarefas que exigem da visão): � Astenopia (fotofobia, lacrimejamento, vertigem, náuseas e cefaléias frontais; � AV relativamente boa, mas podem reportar que os “os olhos se cansam”, “que as letras ficam duplas ou têm sombra”; � Nestes casos, a AV pode diminuir com a idade (diminuição da AA, diminuição da qualidade óptica do olho, etc.) SINTOMAS DO ASTIGMATISMO ◻ ASTG. MODERADO A ALTO: � Diminuição da AV, principalmente de longe, mas também de perto; � Posições compensatórias de cabeça ou torcicolo, especialmente em ast. Oblíquos. � Diminuição da fenda palpebral; � Aproximação excessiva durante a leitura para conseguir aumentar o tamanho da imagem; � Cefaléias ou sintomas astenópicos são menos frequentes, podendo aparecer depois de sua correção parcial. CORREÇÃO DO ASTIGMATISMO ◻ UTILIZAÇÃO DE LENTES CILÍNDRICAS OU TÓRICAS: são lentes que possuem diferentes potências em seus meridianos principais. TRANSPOSIÇÃO DE CILÍNDROS ◻ A representação da potência de uma lente pode ser feita de diferentes maneiras ao redor do mundo. Na Europa e em boa parte da Ásia, por exemplo, utiliza-se o Cilindro Positivo, enquanto no Brasil, O mais comum é a utilização do Cilindro Negativo. Para unificar as diferentes formas existe a Transposição. ◻ A Transposição é a fórmula utilizada para converter a dioptria da lente, de cilindro positivo para cilindro negativo e vice-versa. ◻ Utiliza-se para identificar os tipos de astigmatismo. TRANSPOSIÇÃO DE CILÍNDROS ◻ TÉCNICA: 1. Soma-se algebricamente o esférico mais o cilindro; 2. Muda-se o sinal do cilindro (de negativo para positivo e vice-versa); 3. Soma ou subtrai 90° do eixo do cilindro. EXEMPLOS: +1.00 -0.50 x 180° Transp.: +0.50+0.50 x 90° +2.25-2.25 x 70° Transp.: pl +2.25 x 160° -5.50 -0.50 x 35° Transp.: -6.00 +0.50 x 125° EQUIVALENTE ESFÉRICO ◻ É a refração esférica que focaliza o círculo de menor confusão na retina. ◻ Matematicamente se obtém somando algebricamente a esfera à metade do cilindro: EXEMPLOS: -3.00 – 4.00 135° Equiv. Esf.: -5.00 +2.50 -1.00 90° Equiv. Esf.: +2.00 MANEJO DO PACIENTE História clínica e exploração Suspeita de astigmatismo Regular Estável Determinar ametropia associada Receitar óculos ou LC Programar revisões periódicas Encaminhar Receitar LC RGP Patologia corneal (topografia) SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO
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