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Distúrbios oculares

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@karina_oliveiraq 
 
 APG S13P2 
 Distúrbios oculares 
• Compreender as principais alterações 
oftalmológicas. 
➭ Distúrbios de refração: 
➨ Miopia: 
➥ O termo Miopia refere-se, ao estado refrativo do 
olho através do qual raios de luz paralelos são 
focados em frente à retina, quando o sistema de 
acomodação está relaxado. 
➥ Na miopia, a acuidade visual é deficiente para 
objetos distantes. Esse fenômeno pode ser explicado 
pelo fato de que, no olho míope, a luz é focalizada na 
frente da retina, ao invés de na superfície da retina 
propriamente dita (na fóvea central). 
➥ Segundo Borish, a miopia pode ser: 
 Axial: o comprimento axial (isto é, a distância a partir 
da superfície anterior da córnea à retina medido ao 
longo dos eixos visuais) aumenta e o poder de 
refração total do olho se mantém constante. O olho é 
muito longo para a sua potência refrativa. 
 Refrativa: advém do facto do poder de refração de 
um ou mais de seus elementos óticos aumentar, 
enquanto o comprimento axial do olho permanece 
constante. O sistema refrativo tem potência maior do 
que a normal para o comprimento axial do olho. 
➥ A miopia refrativa pode ser dividida em: 
 Miopia Índice, em que um ou mais dos índices de 
refração dos meios são anómalos. 
 Miopia de Curvatura, em que o raio de curvatura 
reduzido de uma ou mais superfícies de refração 
produz o aumento do poder dióptrico. 
 Miopia da câmara anterior, em que uma diminuição 
profundidade da câmara anterior aumenta a potência 
refrativa do olho. 
➥Segundo Donders a miopia classifica-se com base 
na sua taxa de progressão em três categorias de 
miopia: 
 Estacionária, que surge durante o desenvolvimento e 
é de baixo grau (-1,50 a -2,00 D) 
 Temporariamente progressiva, aparece 
adolescência e progride até final dos 20 anos. 
 Permanente progressiva, aumenta rapidamente até 
cerca de 25 a 35 anos de idade e, posteriormente, os 
avança mais lentamente. 
 
➨ Hipermetropia: 
➥ A hipermetropia ocorre quando o poder refrativo 
do olho é insuficiente para o seu comprimento axial. 
Este erro refrativo resulta do fato do olho ter 
relativamente um comprimento axial mais curto, ou 
um ou mais meios refrativos terem menor poder 
dióptrico. A hipermetropia pode afetar a visão de 
perto ou de longe consoante a sua capacidade 
acomodativa, mas mais frequentemente manifesta-
se com sintomas ao perto. 
➥ Nas crianças a hipermetropia está associada a 
sintomas como dificuldade na leitura, dificuldades de 
aprendizagem, resultados baixos em teste de 
inteligência e atraso no desenvolvimento das 
capacidades visuais percetuais. 
➥ A hipermetropia, assim como a miopia, pode ser 
classificada de origem: 
 Axial, a distância axial é demasiado curta para o 
poder refrativo do olho; 
 Refrativa, relaciona-se com o facto do sistema 
refrativo do olho ter potência menor que o esperado 
tendo em conta o seu comprimento axial. 
➥ A refrativa pode subdividir-se em: 
 Hipermetropia de índice, em que um ou mais dos 
índices de refração dos meios são anómalos. 
 Hipermetropia de Curvatura, em que um acréscimo 
no raio de curvatura de uma ou mais superfícies de 
refrativas produz uma diminuição do poder dióptrico. 
 Hipermetropia da câmara anterior, em que uma 
diminuição da profundidade da câmara anterior 
 
 
 
@karina_oliveiraq 
 
diminuiu a potência refrativa do olho. A hipermetropia 
considera-se baixa se está entre 0.00 e as 3.00 D, 
média se está entre 3.00 e 5.00 D e alta quando 
excede as 5.00 D. 
 
➨ Astigmatismo: 
➥ O astigmatismo pode ser caracterizado tendo em 
conta as seguintes características: 
 Perpendicularidade dos meridianos principais; 
 Contributo dos componentes oculares; 
 Orientação dos meridianos principais; 
➥ Tipo de erro refrativo: 
 Perpendicularidade dos meridianos principais: no 
astigmatismo regular, os meridianos de maior e 
menor potência estão separados 
perpendicularmente, ou seja, fazem entre si um 
ângulo de 90 graus. No astigmatismo irregular os 
meridianos com maior e menor potência são 
separados por um ângulo não correspondente a 90 
graus. Os astigmatismos irregulares, podem ser 
encontrados em condições especiais como por 
exemplo em córneas com cicatrizes ou em 
queratocones. 
 Contributo dos componentes oculares: as principias 
estruturas que produzem o astigmatismo são a 
córnea e o cristalino. O astigmatismo da superfície 
anterior da córnea é o mais frequente (devido à 
diferença de índices de refração entre o ar e o filme 
lacrimal). A superfície posterior da córnea também 
pode contribuir para o astigmatismo, no entanto, é 
mais difícil de determinar a sua toricidade e o seu 
contributo pouco relevante, sendo este muitas vezes 
ignorado. O astigmatismo também pode ser 
produzido pela toricidade das superfícies ou pela 
inclinação do cristalino. Duke-Elder and Abrams 
referiram que ambas as superfícies do cristalino 
exibiam astigmatismo, contudo, este tem uma 
magnitude reduzida e direção oposta à do 
astigmatismo corneal. 
➥ Orientação dos meridianos principais: 
 Astigmatismo a favor da regra O meridiano horizontal 
tem menor potência (± 20 graus), isto é, entre 160 e 
20 graus; 
 Astigmatismo contra regra – O meridiano vertical tem 
menor potência (± 20 graus), isto é, entre 70 e 110 
graus; 
 Astigmatismo Oblíquo – O meridiano com menor 
potência encontra-se entre 110 e 160 graus; 
➥ Tipo de erro refrativo: 
- O astigmatismo pode também ser classificado pela 
posição relativa das focais na retina de um objeto 
distante com a acomodação relaxada. 
 Astigmatismo simples: focal está localizada no plano 
da retina. Dependendo da localização da focal que 
está situada para longe da retina, a ametropia pode 
ser classificada como astigmatismo miópico simples 
(uma focal está localizada na retina e a outra está 
situada à frente da retina) ou astigmatismo 
hipermetrópico simples (uma focal está localizada na 
retina e a outra está situada atrás da retina). 
 Astigmatismo composto (miopico composto ou 
hipermetrópico composto): ocorre quando nenhuma 
focal esteja localizada no plano da retina, mas ambas 
estão ou à frente ou atrás da retina. 
 O astigmatismo misto é caraterizado pelo facto de 
uma focal estar localizada à frente da retina e outra 
atrás da retina o astigmatismo. 
 
➨ Anisometropia: 
➥ Considera-se como a anisometropia uma 
diferença entre a refração estados dos dois olhos, 
igual ou superior a 1.00D. 
➥ Esta diferença pode ocorrer num meridiano 
principal ou em ambos. Anisometropia pode ser 
classificada pelo erro de refração como: 
 Isoanisometropia: Ambos os olhos são 
hipermétropes ou ambos os olhos são miopes. 
 Antimetropia: Um olho míope é e o outro é 
hipermétrope. 
 
 
@karina_oliveiraq 
 
➭ Problemas de visão binocular e 
acomodativos: 
➨ Forias: 
➥ A ortoforia carateriza-se pelo fato dos eixos 
visuais permanecem corretamente alinhados mesmo 
quando não há fusão sensorial. A situação de 
heteroforia caracteriza-se pela ausência de 
paralelismo ocular em condições de dissociação da 
visão binocular. 
➥ As Heteroforias podem ser caracterizadas 
relativamente à direção do desalinhamento quando 
não há fusão sensorial: 
- Horizontal:Endoforia: quando há convergência dos eixos 
visuais; 
 Exoforia: quando há divergência dos eixos visuais; 
- Vertical: 
 Hiperforia: quando um eixo visual está acima do 
outro; 
 Hipoforia: quando um eixo visual está abaixo do 
outro; 
➨ Estrabismo: 
➥ A heterotropia caracteriza-se pelo desvio ocular 
manifesto em situações de fusão, isto é, quando a 
linha de fixação dos dois olhos não é coincidente 
(enquanto um olho fixa o outro está desviado). 
➥ As heterotropias podem ser classificadas 
relativamente à direção do desalinhamento como: 
- Horizontal: 
 Endotropia: convergência do eixo visual 
relativamente ao olho que não está a fixar; 
 Exotropia - Divergência do eixo visual relativamente 
ao olho que não está a fixar; 
- Vertical: 
 Hipertropia - se um eixo visual de um olho está acima 
do eixo visual do olho que fixa; 
 Hipotropia - se um eixo visual de um olho está abaixo 
do eixo visual do olho que fixa. 
➨ Problemas acomodativos: 
➥ A acomodação é a função ocular que possibilita a 
visão nítida de objetos a várias distâncias. Os 
problemas Acomodativos mais comuns classificam-
se como: 
- Insuficiência da acomodação: Neste caso a 
acomodação é persistentemente menor do que o 
normal para a idade do paciente e reflete-se pela 
redução da amplitude acomodativa. Os sintomas da 
insuficiência acomodativa manifestam-se em visão 
de perto (astenopia). A insuficiência acomodativa 
pode dividir-se em 3 subcategorias: 
 Acomodação mal mantida ou fadiga acomodativa, 
onde inicialmente a amplitude de acomodação é 
normal, mas o paciente já exerce esforço para focar 
ao perto. Com o passar do tempo a acomodação 
começa a falhar. 
 Paralisia acomodativa, onde a amplitude de 
acomodação está reduzida (parésia) ou totalmente 
ausente (paralesia). É frequentemente resultado de 
uma condição orgânica ou trauma craniano. 
 Acomodação desigual, onde há uma diferença 
persistente interocular na amplitude acomodativa 
monocular de pelo menos 0,50 D. Isto poderá ser 
resultado de uma doença orgânica, trauma, ou 
ambliopia funcional. 
- Excesso acomodativo: Esta condição é definida 
como uma incapacidade de relaxar acomodação 
rapidamente, pode manifestar através de sintomas 
como dificuldade na visão de longe de forma 
intermitente, astenopia e dores de cabeça 
relacionadas com tarefas de perto. 
- Inflexibilidade acomodativa: Aqui a condição da 
acomodação dinâmica é mais lenta, e só ocorre a 
mudança na acomodação com grande esforço e 
dificuldade. Isto acontece mesmo na presença de 
uma magnitude de acomodação normal. O sintoma 
mais frequente é a dificuldade de alterar a focagem 
de perto para longe e vice-versa, de forma 
automática. 
➭ Glaucoma: 
➥ O olho normalmente produz um líquido claro que 
é drenado para fora através de buracos 
microscópicos ao redor da íris. Por várias razões 
estas pequenas aberturas podem ocluir, e então a 
pressão aumenta dentro do olho. A elevada pressão 
intraocular pode danificar o nervo óptico. Estes dados 
podem causar perda da visão. A elevação da pressão 
do olho é chamada hipertensão ocular. Se o nervo 
óptico é danificado, a ponto de conseguirmos medir 
esta perda de visão, esta condição é chamada 
glaucoma. 
➥ O glaucoma pode ser congênito (de 
desenvolvimento) ou adquirido. Os tipos de ângulo 
aberto e ângulo fechado distinguem-se com base no 
 
 
@karina_oliveiraq 
 
mecanismo pelo qual a drenagem do humor aquoso 
é comprometida, no que diz respeito à configuração 
do ângulo da CA. Também se faz a distinção entre 
glaucoma primário e secundário; no último, uma 
patologia ocular ou não ocular identificável contribui 
para a elevação da PIO. 
➥ Além da perda de visão, o glaucoma pode ter 
outros sintomas como dor, fotofobia (sensibilidade à 
luz), diminuição visual rápida, pupilas que não 
reagem a luz ficando paralisada entreaberta, halos 
coloridos ao redor da luz, olho vermelho, 
lacrimejamento, dor de cabeça, náuseas e vômitos. 
A perda de visão devido ao glaucoma pode ser 
progressiva quando o paciente não tem outros 
sintomas e não sabe ter glaucoma; assim não o 
tratando, perde a visão periférica. 
➥ Cerca de 2% dos indivíduos com idade acima de 
35 anos têm glaucoma. Os sintomas precoces 
incluem perda da visão periférica. Como esta perda 
de visão ocorre lentamente, você pode ter glaucoma 
e não saber, pois não percebe esta perda de visão. 
Esta é uma das muitas razões pela qual deve-se 
fazer um exame ocular regularmente. Qualquer 
perda da visão pelo glaucoma é permanente e, 
muitas vezes, bastante séria, pois a visão periférica 
é essencial para fazer as tarefas rotineiras como 
comer e vestir. Hoje os oftalmologistas diagnosticam 
o glaucoma de várias maneiras. Isto inclui não 
somente medir a pressão do olho, mas também 
examinar o nervo óptico e realizar um exame de 
campo visual para medir o campo de visão. 
➭ Retinoblastoma: 
➥ O retinoblastoma é raro, ocorrendo em cerca de 
1:18.000 nascidos vivos, mas é o tumor maligno 
primário intraocular mais comum na infância 
contribuindo com cerca de 3% de todos os tumores 
da infância. Depois do melanoma da úvea, é o 
segundo tumor intraocular maligno mais 
frequente. As taxas de sobrevida são superiores a 
95% nos centros especializados, com conservação 
da visão na maioria dos olhos, mas são muito 
inferiores nos países em desenvolvimento. 
➥ Os tumores são compostos por pequenas células 
basofílicas (retinoblastos), com núcleo grande 
hipercromático e citoplasma escasso. Muitos 
retinoblastomas são indiferenciados, mas graus 
variáveis de diferenciação são caracterizados pela 
formação de estruturas conhecidas como rosetas 
(Flexner-Wintersteiner, Homer-Wright e rosetas) 
➥ O crescimento pode ser endofítico (para o vítreo), 
com disseminação de células tumorais em todo o 
olho, ou exofítico (para o espaço sub-retiniano) 
levando ao descolamento da retina, ou misto, ou a 
retina pode ser infiltrada de modo difuso. Pode 
ocorrer invasão do nervo óptico, com disseminação 
do tumor ao longo do espaço subaracnóideo para o 
cérebro. A disseminação metastática é para os 
gânglios regionais, pulmão, cérebro e ossos. 
 
 
 
➤ Genética: 
➥ A genética do retinoblastoma é frequentemente 
apontada como um paradigma ilustrando as bases 
genéticas do câncer. O gene supressor do tumor, em 
que ocorrem as mutações predispondo ao 
retinoblastoma, é o RB1; até essa data, foram 
descritas cerca de 900 mutações diferentes. O 
tamanho de uma deleção do gene tende a 
correlacionar-se com a agressividade do 
comportamento do tumor. As mutações no 
gene RB1 ou genes associados em uma via comum 
estão também perturbadas em muitos tumores 
esporádicos. Foram ainda identificados genes 
modificadores para retinoblastoma e estes podem 
constituir alvos terapêuticos. 
 
 
@karina_oliveiraq 
 
 Retinoblastoma hereditário (linha germinativa): 
contribui para 40% dos casos. No retinoblastoma 
hereditário um dos pares de alelos do RB1 está 
mutado em todas as células do corpo. Quando um 
evento mutagênico posterior (“segundo golpe” de 
acordo com a hipótese dos “dois golpes” proposta por 
Knudson) afeta o segundo alelo, a célula pode sofrer 
transformação maligna. Devido à presença de 
mutação em todas as células, a maioria dessas 
crianças desenvolve tumores bilaterais e multifocais. 
Os pacientes com retinoblastoma hereditário têm 
também predisposição para cânceres não oculares, 
tais como pinealoma (“retinoblastoma trilateral”, que 
ocorre em cerca de 10% dos casos, usualmente 
antesda idade de 5 anos), osteossarcomas, 
sarcomas de tecidos moles e melanomas; cada um 
destes tende a ocorrer em um grupo etário 
particular. O risco para uma segunda malignidade é 
de cerca de 6%, mas este aumenta cinco vezes se 
tiver sido usada irradiação de feixe externo para tratar 
o tumor original, tendendo o segundo tumor a 
originar-se no campo irradiado. 
 Retinoblastoma não hereditário (somático). 
O tumor é unilateral, não transmissível, e não 
predispõe o paciente a segundo câncer não ocular. 
Se um paciente tem retinoblastoma solitário e história 
familiar negativa, é quase certo que este (mas não 
conclusivamente) não seja hereditário, considerando 
que o risco de cada irmão e descendente do paciente 
é cerca de 1%. Noventa por cento das crianças com 
retinoblastoma unilateral terão a forma não 
hereditária. 
 Rastreio de membros familiares em risco. As 
mutações da linha germinativa são autossômicas 
dominantes e como tal transmitidas a 50%, mas por 
causa da penetração incompleta, apenas 40% dos 
descendentes serão afetados. A detecção de 
mutações no RB1 aproximou-se de 95% nos últimos 
anos. Uma vez identificada em uma dada criança, a 
mesma mutação pode ser procurada nos irmãos, e 
assim sua presença confirmará o estado de alto risco. 
Os irmãos com risco de retinoblastoma devem ser 
rastreados por ultrassonografia pré-natal, por 
oftalmoscopia logo após o nascimento e depois, 
regularmente, até a idade de 4 ou 5 anos. O 
diagnóstico precoce correlaciona-se com chance 
mais elevada de conservar a visão, salvando o olho 
e conservando a vida. Se uma criança tiver 
retinoblastoma hereditário, o risco para os irmãos é 
de 2% se os pais forem saudáveis, e 40% se um dos 
pais tiver sido afetado. É importante que todos os 
membros da família, incluindo os pais, sejam 
examinados para a presença de lesões oculares 
associadas ao retinoblastoma (retinomas, cicatrizes 
retinianas calcificadas, phthisis). 
➤ Aspectos clínicos: 
➥ A apresentação é no primeiro ano de vida nos 
casos bilaterais e em torno dos 2 anos se o tumor for 
unilateral. O inquérito cuidadoso acerca da história 
familiar de tumores oculares é crítico. 
 Leucocoria (reflexo pupilar branco) é a apresentação 
mais comum (60%) e pode ser primeiramente notada 
em fotografias da família; 
 O estrabismo é o segundo mais comum (20%); o 
exame do fundo de olho é, portanto, obrigatório em 
todos os casos de estrabismo na infância; 
 Olho vermelho doloroso com glaucoma secundário, 
que pode, ocasionalmente, estar associado ao 
buftalmo; 
 Inflamação ou pseudoinflamação; 
 Visão fraca; 
 Pode ocorrer invasão orbitária ou crescimento 
extraocular visível em casos negligenciados; 
 Inflamação orbitária imitando celulite orbitária ou pré-
septal pode ocorrer com tumores necrótico. 
 
 
 
 
 
@karina_oliveiraq 
 
- Um tumor intrarretiniano é uma lesão branca, 
homogênea, em forma de cúpula que se torna 
irregular, frequentemente com manchas brancas de 
calcificação; 
 
- Um tumor endofítico projeta-se para o vítreo como 
uma massa branca que pode “semear” no gel; 
 
- Um tumor exofítico forma massas brancas 
multilobulares sub-retinianas e causa descolamento 
da retina sobreposto. 
➭ Ceratocone: 
➥ É uma desordem progressiva em que ocorre 
afinamento do estroma corneano central ou 
paracentral, acompanhado de protusão apical e 
astigmatismo irregular. 
➥ Aproximadamente 50% dos olhos contralaterais 
normais progredirão para CC em 16 anos. Na maioria 
dos casos, ambos os olhos são, possivelmente, 
afetados, pelo menos na imagem topográfica. Pode 
ser classificado pelo eixo mais alto do poder 
corneano na ceratometria como leve (< 48 D), 
moderado (48-54 D) ou grave (> 54 D). 
➥ A maioria dos pacientes não tem história familiar, 
com cerca de apenas 10% dos descendentes 
desenvolvendo CC; tem sido proposta a transmissão 
autossômica dominante com penetração incompleta. 
➥ A apresentação se dá, frequentemente, durante a 
adolescência ou na casa dos 20 anos, inicialmente 
com achados em apenas um dos olhos. As 
associações sistêmicas incluem as síndromes de 
Down, Ehlers-Danlos e Marfan e a osteogênese 
imperfeita; as associações oculares incluem 
ceratoconjuntivite vernal, esclera azul, anirídia, 
amaurose congênita de Leber, retinite pigmentar, 
assim como o esfregar persistente do olho por 
qualquer causa. 
 
 
➭ Ambliopia: 
➥ A ambliopia é geralmente definida como uma 
perda não específica de acuidade visual de pelo 
menos duas linhas. Não é causada por patologia ou 
corrigível através de lentes. A causa subjacente de 
todas as ambliopias é a incapacidade do sistema 
visual lidar confortavelmente com imagens diferentes 
a partir dos dois olhos, como resultado de interações 
binoculares anormais. 
➥ Se ocorrem diferenças de nitidez nas imagens 
(erros refrativos), imagens diferentes (estrabismos), 
imagens totalmente degradadas (cataratas), ou 
oclusão (ptose), durante a idade infantil, o resultado 
é uma forma de ambliopia 
➨ Ambliopia refrativa: 
➥ Na ambliopia refrativa, a imagem na retina é 
desfocada por causa do erro refrativo. Existem três 
categorias principais de ambliopia refrativa: 
 Meridional: É normalmente causada por 
astigmatismos elevados não corrigidos; 
 Isometropica: há uma diminuição bilateral da 
acuidade visual, devida ao erro refrativo. Na maioria 
das vezes ocorre em pacientes com hipermetropia 
muito elevada; 
 Anisometropia: Neste caso há uma grande diferença 
entre a refração nos dois olhos e a acuidade visual 
de um olho está substancialmente mais reduzida 
acuidade do que a do outro. 
➥ A ambliopia resultante de anisometropia 
hipermetrópica é provavelmente a ambliopia refrativa 
mais comum 
➨ Ambliopia estrábica: 
➥ Na ambliopia refrativa a imagem tem uma pobre 
resolução e uma sensibilidade ao contraste 
 
 
@karina_oliveiraq 
 
diminuída. Na ambliopia estrábica, para além destas 
condições, acresce o facto de haver dificuldade 
localização espacial, o que pode induzir a uma 
adaptação monocular, ou a uma correspondência 
retiniana anómala. 
• Apontar os fatores de risco das principais 
alterações oftalmológicas. 
➥ Os principais fatores são: 
 Histórico familiar de doença ocular; 
 Idade; 
 Infecção materna durante a gestação; 
 Prematuridade; 
 Uso crônico de medicamentos; 
 Doenças sistêmicas como diabetes; 
 Hipertensão; 
 Dislipidemia; 
 Doenças neurológicas 
 Alto grau de miopia; 
 Cirurgia anterior de catarata; 
 Trauma grave nos olhos, na face ou na cabeça; 
 Diabetes descompensado; 
 Tumores; 
 Doenças inflamatórias; 
 História familiar de descolamento de retina. 
• Discorrer o diagnóstico e tratamento das 
principais alterações oftalmológicas. 
➨ Diagnóstico: 
 Teste do olhinho; 
 Exame de refração; 
 Exame de fundo de olho; 
 Teste ortóptico; 
 Topografia de córnea; 
 O teste do reflexo vermelho com uma oftalmoscopia 
direta é um teste de rastreio simples da leucocoria, 
que é facilmente realizado na comunidade. 
 Oftalmoscopia; 
 Retinoscopia; 
 Topografia corneana; 
 Ceartometria; 
 US é usada principalmente para avaliar o tamanho 
do tumor. Também detecta calcificação dentro do 
tumor e é útil na exclusão de lesões imitadoras, tais 
como a doença de Coats. 
 A fotografia de amplo campo (portátil se necessário) 
é útil para detecção e documentação, e oferece 
vantagens particulares na conduta. 
 TC também detecta calcificações, mas acarreta uma 
dose importante de radiação, que é evitada pela 
maioria dos clínicos. Os raios X simples tambémpodem ser usados para detectar calcificações em 
regiões de fracos recursos. 
 A RM não detecta calcificação, mas é útil para a 
avaliação do nervo óptico, detecção de extensão 
extraocular e de pineoblastoma, assim como para 
auxiliar na distinção de lesões parecidas. 
 A avaliação sistêmica inclui, no mínimo, exame físico 
e imagens de RM da órbita e crânio nos casos de alto 
risco. Se estes indicarem a presença de doença 
metastática, então devem também ser 
efetuados scans ósseos, aspiração da medula óssea 
e punção lombar. 
 Estudos genéticos no tecido tumoral e amostras 
sanguíneas de pacientes e familiares. 
➨ Tratamento: 
 Óculos ou lentes de contato gelatinosas são, 
geralmente, suficientes nos casos precoces. Se o 
afinamento for acentuado, pode ser prudente 
considerar usar óculos de segurança em vez de 
lentes de contato. 
 Lentes de contato rígidas, algumas vezes esclerais, 
são necessárias para graus mais elevados de 
astigmatismo para proporcionar uma superfície de 
refração regular. 
 Ligação cruzada de colágeno corneano (cross-
linking – CXL), usando colírio de riboflavina para 
fotossensibilizar o olho, seguida de exposição à luz 
ultravioleta A, pode estabilizar ou mesmo reverter a 
ectasia, mas isto não é isento de efeitos adversos. 
Pode ser combinada com inserção de segmento de 
anel. A CXL é, geralmente, usada apenas após 
documentação de progressão. 
 Implante intracorneano de segmento de anel, usando 
laser ou criação mecânica de um canal, é 
relativamente seguro e, normalmente, proporciona, 
pelo menos, uma moderada melhora da visão, 
facilitando a tolerância a lentes de contato, nos casos 
avançados. 
 Em casos de retinoblastoma: a abordagem ao 
manejo é mediante a colaboração entre o 
oftalmologista, oncologista pediátrico, patologista 
ocular, geneticista, profissionais de saúde 
associados e os pais. O tratamento é altamente 
individualizado. A quimioterapia é um pilar 
fundamental do tratamento na maioria dos casos, e 
 
 
@karina_oliveiraq 
 
pode ser usada em conjunto com tratamentos locais 
(consolidação focal – ver adiante). Carboplatina, 
ectoposido e vincristina (CEV) intravenosos são 
dados em três a seis ciclos, de acordo com o grau 
do retinoblastoma. Terapêutica única (carboplatina 
isolada) ou com dois agentes tem também dado 
resultados favoráveis em algumas circunstâncias, 
como terapêutica de ponte para permitir o 
adiamento de medidas mais agressivas. A infusão 
seletiva na artéria oftálmica mostrou resultados 
promissores e continua em estudo. O melfalan 
intravítreo parece ser efetivo na disseminação no 
vítreo, embora comporte um risco muito pequeno de 
disseminação extraocular. A injeção sub-Tenon de 
carboplatina é agora usada com menos frequência 
dada a disponibilidade de alternativas efetivas. A 
redução pela quimioterapia pode ser seguida por 
tratamento focal com crioterapia ou TTT para 
consolidar o controle do tumor. 
 
 
 
 
 
➤ Referenciais: 
- Fricke TR, Tahhan N, Resnikoff S, et al. 
Prevalência global de presbiopia e deficiência visual 
de presbiopia não corrigida: revisão sistemática, 
meta-análise e modelagem. Oftalmologia 2018; 
125:1492. 
- Lambert SR, Nizam A, DuBois L, et al. A mudança 
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afacia infantil após 10 anos de acompanhamento. 
Lente de contato ocular 2021; 47:108. 
- Prum BE Jr, Rosenberg LF, Gedde SJ, et al. 
Diretrizes do Padrão(®) de Prática Preferencial para 
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- AMBRÓSIO, Renato et al. Ceratocone: quebra de 
paradigmas e contradições de uma nova 
subespecialidade. Revista Brasileira de 
Oftalmologia, v. 78, p. 81-85, 2019

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