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@karina_oliveiraq APG S13P2 Distúrbios oculares • Compreender as principais alterações oftalmológicas. ➭ Distúrbios de refração: ➨ Miopia: ➥ O termo Miopia refere-se, ao estado refrativo do olho através do qual raios de luz paralelos são focados em frente à retina, quando o sistema de acomodação está relaxado. ➥ Na miopia, a acuidade visual é deficiente para objetos distantes. Esse fenômeno pode ser explicado pelo fato de que, no olho míope, a luz é focalizada na frente da retina, ao invés de na superfície da retina propriamente dita (na fóvea central). ➥ Segundo Borish, a miopia pode ser: Axial: o comprimento axial (isto é, a distância a partir da superfície anterior da córnea à retina medido ao longo dos eixos visuais) aumenta e o poder de refração total do olho se mantém constante. O olho é muito longo para a sua potência refrativa. Refrativa: advém do facto do poder de refração de um ou mais de seus elementos óticos aumentar, enquanto o comprimento axial do olho permanece constante. O sistema refrativo tem potência maior do que a normal para o comprimento axial do olho. ➥ A miopia refrativa pode ser dividida em: Miopia Índice, em que um ou mais dos índices de refração dos meios são anómalos. Miopia de Curvatura, em que o raio de curvatura reduzido de uma ou mais superfícies de refração produz o aumento do poder dióptrico. Miopia da câmara anterior, em que uma diminuição profundidade da câmara anterior aumenta a potência refrativa do olho. ➥Segundo Donders a miopia classifica-se com base na sua taxa de progressão em três categorias de miopia: Estacionária, que surge durante o desenvolvimento e é de baixo grau (-1,50 a -2,00 D) Temporariamente progressiva, aparece adolescência e progride até final dos 20 anos. Permanente progressiva, aumenta rapidamente até cerca de 25 a 35 anos de idade e, posteriormente, os avança mais lentamente. ➨ Hipermetropia: ➥ A hipermetropia ocorre quando o poder refrativo do olho é insuficiente para o seu comprimento axial. Este erro refrativo resulta do fato do olho ter relativamente um comprimento axial mais curto, ou um ou mais meios refrativos terem menor poder dióptrico. A hipermetropia pode afetar a visão de perto ou de longe consoante a sua capacidade acomodativa, mas mais frequentemente manifesta- se com sintomas ao perto. ➥ Nas crianças a hipermetropia está associada a sintomas como dificuldade na leitura, dificuldades de aprendizagem, resultados baixos em teste de inteligência e atraso no desenvolvimento das capacidades visuais percetuais. ➥ A hipermetropia, assim como a miopia, pode ser classificada de origem: Axial, a distância axial é demasiado curta para o poder refrativo do olho; Refrativa, relaciona-se com o facto do sistema refrativo do olho ter potência menor que o esperado tendo em conta o seu comprimento axial. ➥ A refrativa pode subdividir-se em: Hipermetropia de índice, em que um ou mais dos índices de refração dos meios são anómalos. Hipermetropia de Curvatura, em que um acréscimo no raio de curvatura de uma ou mais superfícies de refrativas produz uma diminuição do poder dióptrico. Hipermetropia da câmara anterior, em que uma diminuição da profundidade da câmara anterior @karina_oliveiraq diminuiu a potência refrativa do olho. A hipermetropia considera-se baixa se está entre 0.00 e as 3.00 D, média se está entre 3.00 e 5.00 D e alta quando excede as 5.00 D. ➨ Astigmatismo: ➥ O astigmatismo pode ser caracterizado tendo em conta as seguintes características: Perpendicularidade dos meridianos principais; Contributo dos componentes oculares; Orientação dos meridianos principais; ➥ Tipo de erro refrativo: Perpendicularidade dos meridianos principais: no astigmatismo regular, os meridianos de maior e menor potência estão separados perpendicularmente, ou seja, fazem entre si um ângulo de 90 graus. No astigmatismo irregular os meridianos com maior e menor potência são separados por um ângulo não correspondente a 90 graus. Os astigmatismos irregulares, podem ser encontrados em condições especiais como por exemplo em córneas com cicatrizes ou em queratocones. Contributo dos componentes oculares: as principias estruturas que produzem o astigmatismo são a córnea e o cristalino. O astigmatismo da superfície anterior da córnea é o mais frequente (devido à diferença de índices de refração entre o ar e o filme lacrimal). A superfície posterior da córnea também pode contribuir para o astigmatismo, no entanto, é mais difícil de determinar a sua toricidade e o seu contributo pouco relevante, sendo este muitas vezes ignorado. O astigmatismo também pode ser produzido pela toricidade das superfícies ou pela inclinação do cristalino. Duke-Elder and Abrams referiram que ambas as superfícies do cristalino exibiam astigmatismo, contudo, este tem uma magnitude reduzida e direção oposta à do astigmatismo corneal. ➥ Orientação dos meridianos principais: Astigmatismo a favor da regra O meridiano horizontal tem menor potência (± 20 graus), isto é, entre 160 e 20 graus; Astigmatismo contra regra – O meridiano vertical tem menor potência (± 20 graus), isto é, entre 70 e 110 graus; Astigmatismo Oblíquo – O meridiano com menor potência encontra-se entre 110 e 160 graus; ➥ Tipo de erro refrativo: - O astigmatismo pode também ser classificado pela posição relativa das focais na retina de um objeto distante com a acomodação relaxada. Astigmatismo simples: focal está localizada no plano da retina. Dependendo da localização da focal que está situada para longe da retina, a ametropia pode ser classificada como astigmatismo miópico simples (uma focal está localizada na retina e a outra está situada à frente da retina) ou astigmatismo hipermetrópico simples (uma focal está localizada na retina e a outra está situada atrás da retina). Astigmatismo composto (miopico composto ou hipermetrópico composto): ocorre quando nenhuma focal esteja localizada no plano da retina, mas ambas estão ou à frente ou atrás da retina. O astigmatismo misto é caraterizado pelo facto de uma focal estar localizada à frente da retina e outra atrás da retina o astigmatismo. ➨ Anisometropia: ➥ Considera-se como a anisometropia uma diferença entre a refração estados dos dois olhos, igual ou superior a 1.00D. ➥ Esta diferença pode ocorrer num meridiano principal ou em ambos. Anisometropia pode ser classificada pelo erro de refração como: Isoanisometropia: Ambos os olhos são hipermétropes ou ambos os olhos são miopes. Antimetropia: Um olho míope é e o outro é hipermétrope. @karina_oliveiraq ➭ Problemas de visão binocular e acomodativos: ➨ Forias: ➥ A ortoforia carateriza-se pelo fato dos eixos visuais permanecem corretamente alinhados mesmo quando não há fusão sensorial. A situação de heteroforia caracteriza-se pela ausência de paralelismo ocular em condições de dissociação da visão binocular. ➥ As Heteroforias podem ser caracterizadas relativamente à direção do desalinhamento quando não há fusão sensorial: - Horizontal:Endoforia: quando há convergência dos eixos visuais; Exoforia: quando há divergência dos eixos visuais; - Vertical: Hiperforia: quando um eixo visual está acima do outro; Hipoforia: quando um eixo visual está abaixo do outro; ➨ Estrabismo: ➥ A heterotropia caracteriza-se pelo desvio ocular manifesto em situações de fusão, isto é, quando a linha de fixação dos dois olhos não é coincidente (enquanto um olho fixa o outro está desviado). ➥ As heterotropias podem ser classificadas relativamente à direção do desalinhamento como: - Horizontal: Endotropia: convergência do eixo visual relativamente ao olho que não está a fixar; Exotropia - Divergência do eixo visual relativamente ao olho que não está a fixar; - Vertical: Hipertropia - se um eixo visual de um olho está acima do eixo visual do olho que fixa; Hipotropia - se um eixo visual de um olho está abaixo do eixo visual do olho que fixa. ➨ Problemas acomodativos: ➥ A acomodação é a função ocular que possibilita a visão nítida de objetos a várias distâncias. Os problemas Acomodativos mais comuns classificam- se como: - Insuficiência da acomodação: Neste caso a acomodação é persistentemente menor do que o normal para a idade do paciente e reflete-se pela redução da amplitude acomodativa. Os sintomas da insuficiência acomodativa manifestam-se em visão de perto (astenopia). A insuficiência acomodativa pode dividir-se em 3 subcategorias: Acomodação mal mantida ou fadiga acomodativa, onde inicialmente a amplitude de acomodação é normal, mas o paciente já exerce esforço para focar ao perto. Com o passar do tempo a acomodação começa a falhar. Paralisia acomodativa, onde a amplitude de acomodação está reduzida (parésia) ou totalmente ausente (paralesia). É frequentemente resultado de uma condição orgânica ou trauma craniano. Acomodação desigual, onde há uma diferença persistente interocular na amplitude acomodativa monocular de pelo menos 0,50 D. Isto poderá ser resultado de uma doença orgânica, trauma, ou ambliopia funcional. - Excesso acomodativo: Esta condição é definida como uma incapacidade de relaxar acomodação rapidamente, pode manifestar através de sintomas como dificuldade na visão de longe de forma intermitente, astenopia e dores de cabeça relacionadas com tarefas de perto. - Inflexibilidade acomodativa: Aqui a condição da acomodação dinâmica é mais lenta, e só ocorre a mudança na acomodação com grande esforço e dificuldade. Isto acontece mesmo na presença de uma magnitude de acomodação normal. O sintoma mais frequente é a dificuldade de alterar a focagem de perto para longe e vice-versa, de forma automática. ➭ Glaucoma: ➥ O olho normalmente produz um líquido claro que é drenado para fora através de buracos microscópicos ao redor da íris. Por várias razões estas pequenas aberturas podem ocluir, e então a pressão aumenta dentro do olho. A elevada pressão intraocular pode danificar o nervo óptico. Estes dados podem causar perda da visão. A elevação da pressão do olho é chamada hipertensão ocular. Se o nervo óptico é danificado, a ponto de conseguirmos medir esta perda de visão, esta condição é chamada glaucoma. ➥ O glaucoma pode ser congênito (de desenvolvimento) ou adquirido. Os tipos de ângulo aberto e ângulo fechado distinguem-se com base no @karina_oliveiraq mecanismo pelo qual a drenagem do humor aquoso é comprometida, no que diz respeito à configuração do ângulo da CA. Também se faz a distinção entre glaucoma primário e secundário; no último, uma patologia ocular ou não ocular identificável contribui para a elevação da PIO. ➥ Além da perda de visão, o glaucoma pode ter outros sintomas como dor, fotofobia (sensibilidade à luz), diminuição visual rápida, pupilas que não reagem a luz ficando paralisada entreaberta, halos coloridos ao redor da luz, olho vermelho, lacrimejamento, dor de cabeça, náuseas e vômitos. A perda de visão devido ao glaucoma pode ser progressiva quando o paciente não tem outros sintomas e não sabe ter glaucoma; assim não o tratando, perde a visão periférica. ➥ Cerca de 2% dos indivíduos com idade acima de 35 anos têm glaucoma. Os sintomas precoces incluem perda da visão periférica. Como esta perda de visão ocorre lentamente, você pode ter glaucoma e não saber, pois não percebe esta perda de visão. Esta é uma das muitas razões pela qual deve-se fazer um exame ocular regularmente. Qualquer perda da visão pelo glaucoma é permanente e, muitas vezes, bastante séria, pois a visão periférica é essencial para fazer as tarefas rotineiras como comer e vestir. Hoje os oftalmologistas diagnosticam o glaucoma de várias maneiras. Isto inclui não somente medir a pressão do olho, mas também examinar o nervo óptico e realizar um exame de campo visual para medir o campo de visão. ➭ Retinoblastoma: ➥ O retinoblastoma é raro, ocorrendo em cerca de 1:18.000 nascidos vivos, mas é o tumor maligno primário intraocular mais comum na infância contribuindo com cerca de 3% de todos os tumores da infância. Depois do melanoma da úvea, é o segundo tumor intraocular maligno mais frequente. As taxas de sobrevida são superiores a 95% nos centros especializados, com conservação da visão na maioria dos olhos, mas são muito inferiores nos países em desenvolvimento. ➥ Os tumores são compostos por pequenas células basofílicas (retinoblastos), com núcleo grande hipercromático e citoplasma escasso. Muitos retinoblastomas são indiferenciados, mas graus variáveis de diferenciação são caracterizados pela formação de estruturas conhecidas como rosetas (Flexner-Wintersteiner, Homer-Wright e rosetas) ➥ O crescimento pode ser endofítico (para o vítreo), com disseminação de células tumorais em todo o olho, ou exofítico (para o espaço sub-retiniano) levando ao descolamento da retina, ou misto, ou a retina pode ser infiltrada de modo difuso. Pode ocorrer invasão do nervo óptico, com disseminação do tumor ao longo do espaço subaracnóideo para o cérebro. A disseminação metastática é para os gânglios regionais, pulmão, cérebro e ossos. ➤ Genética: ➥ A genética do retinoblastoma é frequentemente apontada como um paradigma ilustrando as bases genéticas do câncer. O gene supressor do tumor, em que ocorrem as mutações predispondo ao retinoblastoma, é o RB1; até essa data, foram descritas cerca de 900 mutações diferentes. O tamanho de uma deleção do gene tende a correlacionar-se com a agressividade do comportamento do tumor. As mutações no gene RB1 ou genes associados em uma via comum estão também perturbadas em muitos tumores esporádicos. Foram ainda identificados genes modificadores para retinoblastoma e estes podem constituir alvos terapêuticos. @karina_oliveiraq Retinoblastoma hereditário (linha germinativa): contribui para 40% dos casos. No retinoblastoma hereditário um dos pares de alelos do RB1 está mutado em todas as células do corpo. Quando um evento mutagênico posterior (“segundo golpe” de acordo com a hipótese dos “dois golpes” proposta por Knudson) afeta o segundo alelo, a célula pode sofrer transformação maligna. Devido à presença de mutação em todas as células, a maioria dessas crianças desenvolve tumores bilaterais e multifocais. Os pacientes com retinoblastoma hereditário têm também predisposição para cânceres não oculares, tais como pinealoma (“retinoblastoma trilateral”, que ocorre em cerca de 10% dos casos, usualmente antesda idade de 5 anos), osteossarcomas, sarcomas de tecidos moles e melanomas; cada um destes tende a ocorrer em um grupo etário particular. O risco para uma segunda malignidade é de cerca de 6%, mas este aumenta cinco vezes se tiver sido usada irradiação de feixe externo para tratar o tumor original, tendendo o segundo tumor a originar-se no campo irradiado. Retinoblastoma não hereditário (somático). O tumor é unilateral, não transmissível, e não predispõe o paciente a segundo câncer não ocular. Se um paciente tem retinoblastoma solitário e história familiar negativa, é quase certo que este (mas não conclusivamente) não seja hereditário, considerando que o risco de cada irmão e descendente do paciente é cerca de 1%. Noventa por cento das crianças com retinoblastoma unilateral terão a forma não hereditária. Rastreio de membros familiares em risco. As mutações da linha germinativa são autossômicas dominantes e como tal transmitidas a 50%, mas por causa da penetração incompleta, apenas 40% dos descendentes serão afetados. A detecção de mutações no RB1 aproximou-se de 95% nos últimos anos. Uma vez identificada em uma dada criança, a mesma mutação pode ser procurada nos irmãos, e assim sua presença confirmará o estado de alto risco. Os irmãos com risco de retinoblastoma devem ser rastreados por ultrassonografia pré-natal, por oftalmoscopia logo após o nascimento e depois, regularmente, até a idade de 4 ou 5 anos. O diagnóstico precoce correlaciona-se com chance mais elevada de conservar a visão, salvando o olho e conservando a vida. Se uma criança tiver retinoblastoma hereditário, o risco para os irmãos é de 2% se os pais forem saudáveis, e 40% se um dos pais tiver sido afetado. É importante que todos os membros da família, incluindo os pais, sejam examinados para a presença de lesões oculares associadas ao retinoblastoma (retinomas, cicatrizes retinianas calcificadas, phthisis). ➤ Aspectos clínicos: ➥ A apresentação é no primeiro ano de vida nos casos bilaterais e em torno dos 2 anos se o tumor for unilateral. O inquérito cuidadoso acerca da história familiar de tumores oculares é crítico. Leucocoria (reflexo pupilar branco) é a apresentação mais comum (60%) e pode ser primeiramente notada em fotografias da família; O estrabismo é o segundo mais comum (20%); o exame do fundo de olho é, portanto, obrigatório em todos os casos de estrabismo na infância; Olho vermelho doloroso com glaucoma secundário, que pode, ocasionalmente, estar associado ao buftalmo; Inflamação ou pseudoinflamação; Visão fraca; Pode ocorrer invasão orbitária ou crescimento extraocular visível em casos negligenciados; Inflamação orbitária imitando celulite orbitária ou pré- septal pode ocorrer com tumores necrótico. @karina_oliveiraq - Um tumor intrarretiniano é uma lesão branca, homogênea, em forma de cúpula que se torna irregular, frequentemente com manchas brancas de calcificação; - Um tumor endofítico projeta-se para o vítreo como uma massa branca que pode “semear” no gel; - Um tumor exofítico forma massas brancas multilobulares sub-retinianas e causa descolamento da retina sobreposto. ➭ Ceratocone: ➥ É uma desordem progressiva em que ocorre afinamento do estroma corneano central ou paracentral, acompanhado de protusão apical e astigmatismo irregular. ➥ Aproximadamente 50% dos olhos contralaterais normais progredirão para CC em 16 anos. Na maioria dos casos, ambos os olhos são, possivelmente, afetados, pelo menos na imagem topográfica. Pode ser classificado pelo eixo mais alto do poder corneano na ceratometria como leve (< 48 D), moderado (48-54 D) ou grave (> 54 D). ➥ A maioria dos pacientes não tem história familiar, com cerca de apenas 10% dos descendentes desenvolvendo CC; tem sido proposta a transmissão autossômica dominante com penetração incompleta. ➥ A apresentação se dá, frequentemente, durante a adolescência ou na casa dos 20 anos, inicialmente com achados em apenas um dos olhos. As associações sistêmicas incluem as síndromes de Down, Ehlers-Danlos e Marfan e a osteogênese imperfeita; as associações oculares incluem ceratoconjuntivite vernal, esclera azul, anirídia, amaurose congênita de Leber, retinite pigmentar, assim como o esfregar persistente do olho por qualquer causa. ➭ Ambliopia: ➥ A ambliopia é geralmente definida como uma perda não específica de acuidade visual de pelo menos duas linhas. Não é causada por patologia ou corrigível através de lentes. A causa subjacente de todas as ambliopias é a incapacidade do sistema visual lidar confortavelmente com imagens diferentes a partir dos dois olhos, como resultado de interações binoculares anormais. ➥ Se ocorrem diferenças de nitidez nas imagens (erros refrativos), imagens diferentes (estrabismos), imagens totalmente degradadas (cataratas), ou oclusão (ptose), durante a idade infantil, o resultado é uma forma de ambliopia ➨ Ambliopia refrativa: ➥ Na ambliopia refrativa, a imagem na retina é desfocada por causa do erro refrativo. Existem três categorias principais de ambliopia refrativa: Meridional: É normalmente causada por astigmatismos elevados não corrigidos; Isometropica: há uma diminuição bilateral da acuidade visual, devida ao erro refrativo. Na maioria das vezes ocorre em pacientes com hipermetropia muito elevada; Anisometropia: Neste caso há uma grande diferença entre a refração nos dois olhos e a acuidade visual de um olho está substancialmente mais reduzida acuidade do que a do outro. ➥ A ambliopia resultante de anisometropia hipermetrópica é provavelmente a ambliopia refrativa mais comum ➨ Ambliopia estrábica: ➥ Na ambliopia refrativa a imagem tem uma pobre resolução e uma sensibilidade ao contraste @karina_oliveiraq diminuída. Na ambliopia estrábica, para além destas condições, acresce o facto de haver dificuldade localização espacial, o que pode induzir a uma adaptação monocular, ou a uma correspondência retiniana anómala. • Apontar os fatores de risco das principais alterações oftalmológicas. ➥ Os principais fatores são: Histórico familiar de doença ocular; Idade; Infecção materna durante a gestação; Prematuridade; Uso crônico de medicamentos; Doenças sistêmicas como diabetes; Hipertensão; Dislipidemia; Doenças neurológicas Alto grau de miopia; Cirurgia anterior de catarata; Trauma grave nos olhos, na face ou na cabeça; Diabetes descompensado; Tumores; Doenças inflamatórias; História familiar de descolamento de retina. • Discorrer o diagnóstico e tratamento das principais alterações oftalmológicas. ➨ Diagnóstico: Teste do olhinho; Exame de refração; Exame de fundo de olho; Teste ortóptico; Topografia de córnea; O teste do reflexo vermelho com uma oftalmoscopia direta é um teste de rastreio simples da leucocoria, que é facilmente realizado na comunidade. Oftalmoscopia; Retinoscopia; Topografia corneana; Ceartometria; US é usada principalmente para avaliar o tamanho do tumor. Também detecta calcificação dentro do tumor e é útil na exclusão de lesões imitadoras, tais como a doença de Coats. A fotografia de amplo campo (portátil se necessário) é útil para detecção e documentação, e oferece vantagens particulares na conduta. TC também detecta calcificações, mas acarreta uma dose importante de radiação, que é evitada pela maioria dos clínicos. Os raios X simples tambémpodem ser usados para detectar calcificações em regiões de fracos recursos. A RM não detecta calcificação, mas é útil para a avaliação do nervo óptico, detecção de extensão extraocular e de pineoblastoma, assim como para auxiliar na distinção de lesões parecidas. A avaliação sistêmica inclui, no mínimo, exame físico e imagens de RM da órbita e crânio nos casos de alto risco. Se estes indicarem a presença de doença metastática, então devem também ser efetuados scans ósseos, aspiração da medula óssea e punção lombar. Estudos genéticos no tecido tumoral e amostras sanguíneas de pacientes e familiares. ➨ Tratamento: Óculos ou lentes de contato gelatinosas são, geralmente, suficientes nos casos precoces. Se o afinamento for acentuado, pode ser prudente considerar usar óculos de segurança em vez de lentes de contato. Lentes de contato rígidas, algumas vezes esclerais, são necessárias para graus mais elevados de astigmatismo para proporcionar uma superfície de refração regular. Ligação cruzada de colágeno corneano (cross- linking – CXL), usando colírio de riboflavina para fotossensibilizar o olho, seguida de exposição à luz ultravioleta A, pode estabilizar ou mesmo reverter a ectasia, mas isto não é isento de efeitos adversos. Pode ser combinada com inserção de segmento de anel. A CXL é, geralmente, usada apenas após documentação de progressão. Implante intracorneano de segmento de anel, usando laser ou criação mecânica de um canal, é relativamente seguro e, normalmente, proporciona, pelo menos, uma moderada melhora da visão, facilitando a tolerância a lentes de contato, nos casos avançados. Em casos de retinoblastoma: a abordagem ao manejo é mediante a colaboração entre o oftalmologista, oncologista pediátrico, patologista ocular, geneticista, profissionais de saúde associados e os pais. O tratamento é altamente individualizado. A quimioterapia é um pilar fundamental do tratamento na maioria dos casos, e @karina_oliveiraq pode ser usada em conjunto com tratamentos locais (consolidação focal – ver adiante). Carboplatina, ectoposido e vincristina (CEV) intravenosos são dados em três a seis ciclos, de acordo com o grau do retinoblastoma. Terapêutica única (carboplatina isolada) ou com dois agentes tem também dado resultados favoráveis em algumas circunstâncias, como terapêutica de ponte para permitir o adiamento de medidas mais agressivas. A infusão seletiva na artéria oftálmica mostrou resultados promissores e continua em estudo. O melfalan intravítreo parece ser efetivo na disseminação no vítreo, embora comporte um risco muito pequeno de disseminação extraocular. A injeção sub-Tenon de carboplatina é agora usada com menos frequência dada a disponibilidade de alternativas efetivas. A redução pela quimioterapia pode ser seguida por tratamento focal com crioterapia ou TTT para consolidar o controle do tumor. ➤ Referenciais: - Fricke TR, Tahhan N, Resnikoff S, et al. Prevalência global de presbiopia e deficiência visual de presbiopia não corrigida: revisão sistemática, meta-análise e modelagem. Oftalmologia 2018; 125:1492. - Lambert SR, Nizam A, DuBois L, et al. A mudança míope em olhos afácicos no estudo de tratamento de afacia infantil após 10 anos de acompanhamento. Lente de contato ocular 2021; 47:108. - Prum BE Jr, Rosenberg LF, Gedde SJ, et al. Diretrizes do Padrão(®) de Prática Preferencial para Glaucoma de Ângulo Aberto Primário. Oftalmologia 2016; 123:P41. - ANCONA-LEZAMA, David; DALVIN, Lauren A.; SHIELDS, Carol L. Tratamento moderno do retinoblastoma: uma revisão de 2020. Revista indiana de oftalmologia , v. 68, n. 11, pág. 2356, 2020. - AMBRÓSIO, Renato et al. Ceratocone: quebra de paradigmas e contradições de uma nova subespecialidade. Revista Brasileira de Oftalmologia, v. 78, p. 81-85, 2019
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