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Livro - Gerenciamento e Controle de Poluicao Sonora e do Ar

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Angela Sá Lemos de Medeiros
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Gerenciamento 
e Controle de Poluição 
Sonora e do Ar
Curitiba
2017
Gerenciamento 
e Controle de 
Poluição Sonora 
e do Ar 
Newton Alves
Angela Sá Lemos de Medeiros
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501
A474g Alves, Newton
Gerenciamento e controle de poluição sonora e do ar / Newton
Alves, Angela Sá Lemos de Medeiros. – Curitiba: Fael, 2017.
144 p.: il.
ISBN 978-85-60531-99-8
1. Poluição sonora 2. Fontes poluidoras I. Medeiros,
Angela Sá Lemos II. Título 
CDD 363.74 
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão FabriCO
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/musicman
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Sumário
 Carta ao aluno | 5
1. Tipos de fontes poluidoras | 7
2. Poluentes Primários e Secundários | 21
3. Os Efeitos na Atmosfera | 33
4. Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico | 47
5. Métodos para controle e monitoramento 
da emissão de poluentes | 61
6. Poluentes emitidos nos diferentes setores produtivos | 75
7. Legislação Aplicada à Poluição Sonora e do Ar | 85
8. Técnicas de minimização e monitoramento 
das emissões de gases e particulados | 101
9. Limites de emissão para poluentes atmosféricos | 115
10. Alternativas tecnológicas de controle ambiental | 125
 Conclusão | 135
 Referências | 137
Carta ao aluno
A humanidade atual “já consome 50% a mais de recursos 
naturais renováveis do que a Terra consegue repor”. (AKATU, 2013). 
Desde o Decreto Lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975, que 
dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente, provocada 
por atividades industriais no Brasil, a poluição é concebida como 
um problema sério, relacionado ao ar, à água e ao solo e, conse-
quentemente, à saúde e à vida de todos os seres vivos. Desde então, 
descobrimos como despoluir e dessalinizar a água (retirar o excesso 
de sal), mas, ironicamente, quando a água se esgota, ainda temos 
que torcer para chover. 
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 6 –
Mais complicado ainda é controlar a qualidade do ar no momento do 
seu consumo. Atualmente, a poluição atmosférica é uma das causas de morte 
que mais cresce no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde 
(OMS, 2015).
A poluição sonora também preocupa, pois, além de prejudicar a audição 
e causar stress nas pessoas, é responsável por afastar animais e aves, facilitando 
o aumento de insetos, na ausência de predadores causando um desequilíbrio 
ecossistêmico.
Dentro deste contexto, o objetivo desta disciplina é a formação de pro-
fissionais capazes de atuar no gerenciamento e controle da poluição sonora e 
do ar, por meio da compreensão dos principais efeitos causados pelos poluen-
tes, da classificação das fontes causadoras de poluição e da proposição de 
soluções em acordo com a legislação vigente.
1
Tipos de fontes 
poluidoras
Pesquisas e estudos vêm alertando a sociedade para os efei-
tos drásticos dos padrões de desenvolvimento e consumo que esta-
mos cultuando. Um desses alertas veio da Organização Mundial da 
Saúde (OMS, 2015), relacionando a poluição atmosférica com mais 
de 7 milhões de mortes por ano em todo o mundo.
Num cenário de avanços tecnológicos, crescimento indus-
trial, intensificação da mecanização nos campos, desmatamentos e 
queimadas florestais, com o aumento do uso de carros e apelo ao 
consumismo, entre outros fatores, estamos criando um quadro de 
poluição hídrica, atmosférica e sonora. 
Neste capítulo, aprenderemos a identificar os poluentes, a rela-
cionar seus principais efeitos às suas fontes poluidoras e, consequen-
temente, a classificar, monitorar e solucionar tais problemas.
Concentre-se e bom estudo!
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 8 –
Objetivos de aprendizagem:
 2 Identificar e relacionar as principais fontes poluidoras.
1.1 Os poluentes e seus principais efeitos
Vamos iniciar o estudo neste capítulo com um importante conceito. Ao 
observar a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabeleceu a Política 
Nacional do Meio Ambiente, entre outros temas, você poderá conferir a defi-
nição de poluição como:
A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que 
direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-
-estar da população b) criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condi-
ções estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou 
energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. (art. 
3º, inciso III, Lei nº 6.938/1981)
Já o termo poluente deve ser entendido como todo composto, substância ou 
elementos causadores de poluição. Os agentes poluentes são muito variados, 
sendo capazes de alterar água, solo e ar, resultando em efeitos igualmente diversos.
Desta forma, entenda que a poluição ocorre toda vez que resíduos (sóli-
dos, líquidos ou gasosos) produzidos por organismos ou pelo homem, supe-
ram a capacidade de regeneração do ecossistema natural, intervindo na sobre-
vivência das espécies.
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Figura 2 - A degradação ambiental prejudica a 
saúde, a segurança e o bem estar da população.
Figura 1 - Poluição significa 
desequilíbrio ecológico.
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Figura 3 - A poluição sonora é classi-
ficada como agentes físicos poluidores.
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 Você sabia
A lei ambiental brasileira (Lei nº 6.938/1981) divide-se, 
claramente,em antes e depois de 1981. Antes valia o pressuposto de 
que toda a atividade produtiva causa certo impacto ao meio ambiente 
e estes poderiam ser tolerados, desde que as emissões poluentes 
atendessem aos parâmetros em vigor. Depois passou a valer o enten-
dimento de que não há emissão poluente a ser tolerada, visto que 
mesmo o resíduo poluente, tolerado pelos padrões estabelecidos, 
poderá causar um dano ambiental. É o conceito da responsabilidade 
objetiva, ou do risco da atividade, segundo o qual os danos não 
podem ser partilhados com a comunidade. (MONTEIRO, 2007).
A Norma Reguladora de Riscos 
Ambientais (NR-9) considera que 
existem riscos ambientais quando há 
presença de agentes físicos, químicos 
ou biológicos. Confira a seguir a dife-
rença entre os três tipos de agentes:
Agentes físicos: as diversas for-
mas de energia que um indivíduo possa 
estar exposto, desde ruídos, vibrações, 
pressões anormais, temperaturas extre-
mas (calor e frio), radiações (ionizantes 
e não ionizantes) e infrassom e ultras-
som. (SALIBA, 2000b).
Agentes químicos: correspon-
dem as substâncias, compostos ou 
produtos que possam ser absorvidos 
por ingestão ou inalação pelo orga-
nismo, nas formas de poeira, fumos, 
névoas, neblinas, gases ou vapores, 
ou que, pela natureza da atividade de 
exposição. (SALIBA, 2000b)
Objetivos de aprendizagem:
 2 Identificar e relacionar as principais fontes poluidoras.
1.1 Os poluentes e seus principais efeitos
Vamos iniciar o estudo neste capítulo com um importante conceito. Ao 
observar a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabeleceu a Política 
Nacional do Meio Ambiente, entre outros temas, você poderá conferir a defi-
nição de poluição como:
A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que 
direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-
-estar da população b) criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condi-
ções estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou 
energia emdesacordo com os padrões ambientais estabelecidos. (art. 
3º, inciso III, Lei nº 6.938/1981)
Já o termo poluente deve ser entendido como todo composto, substância ou 
elementos causadores de poluição. Os agentes poluentes são muito variados, 
sendo capazes de alterar água, solo e ar, resultando em efeitos igualmente diversos.
Desta forma, entenda que a poluição ocorre toda vez que resíduos (sóli-
dos, líquidos ou gasosos) produzidos por organismos ou pelo homem, supe-
ram a capacidade de regeneração do ecossistema natural, intervindo na sobre-
vivência das espécies.
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Figura 2 - A degradação ambiental prejudica a 
saúde, a segurança e o bem estar da população.
Figura 1 - Poluição significa 
desequilíbrio ecológico.
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Figura 3 - A poluição sonora é classi-
ficada como agentes físicos poluidores.
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Figura 4 - Detergentes, inseticidas, 
fertilizantes e petróleo são considera-
dos agentes químicos poluidores.
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Tipos de fontes poluidoras
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 10 –
Agentes biológicos: são as 
bactérias, fungos, bacilos, vírus, 
protozoários etc.
Você sabia que os tipos 
de fontes poluidoras variam de 
acordo com o tipo de agente 
poluente? Quando se trata de 
poluição hídrica ou da água, por 
exemplo, os poluentes são intro-
duzidos no meio ambiente por 
meio de fontes classificadas em 
pontuais ou difusas.
 2 As cargas pontuais recebem esse nome porque são introduzidas no 
meio natural por meio de lançamentos individualizados, como os 
esgotos sanitários ou os efluentes industriais. Isto facilita a identifica-
ção e, consequentemente, seu controle é mais eficiente e mais rápido. 
 2 As cargas difusas tem esse nome porque não possuem um ponto 
de lançamento específico, tornando-se assim de difícil controle 
e identificação, a exemplo da infiltração de agrotóxicos no solo, 
provenientes de drenagens agrícolas, águas pluviais e escorri-
mento de lixeiras. 
Quando falamos da poluição atmosférica, as fontes poluentes são classi-
ficadas como fontes móveis e fixas de origem natural ou antrópicas, isto é, 
causadas pelo homem.
 2 As fontes móveis se referem às emissões em movimento, a exemplo 
dos veículos automotores, trens, aviões e embarcações marítimas. 
 2 As fontes fixas são as emissões lançadas à atmosfera por um ponto 
fixo, a exemplo de chaminés, caldeiras e afins. Tais fontes também 
podem ser naturais, como maresia e vulcanismo, que também cau-
sam intervenção na composição do ar.
Quando se trata de poluição sonora, diferentemente da poluição do ar e 
da água, seu principal efeito, o ruído está em toda a parte e somente é perce-
bido nas proximidades da fonte causadora. 
Figura 5 - As bactérias, protozoários, vírus 
e vermes são alguns dos agentes biológicos 
poluidores existentes nos esgotos.
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1.2 Tipos de fontes 
de poluição sonora
Todo fenômeno sonoro está relacionado à 
vibração de um objeto em um meio mecânico, 
a exemplo do diapasão (objeto) vibrando no ar 
(meio mecânico), sendo o som a onda resul-
tante dessa vibração.
A onda gerada na vibração pode ter perio-
dicidade e assim é possível que haja harmonia 
(quando existe periodicidade entre duas ondas) 
e dissonância (quando as ondas não combinam 
acerca de seus períodos). Já o ruído é denominado quando não há periodici-
dade entre as ondas sonoras.
 Importante
Som pode ser compreendido como qualquer vibração ou conjunto de 
vibrações ou ondas mecânicas que podem ser ouvidas. (SALIBA, 2000).
 Saiba mais
Ruídos não possuem frequências, nem componentes de relações har-
mônicas, apenas dissonância. Portanto, quando chegam ao ouvido, 
geram uma sensação de desconforto.
Costuma-se denominar barulho todo som que é indesejável. O ruído e o 
barulho são interpretações subjetivas e desagradáveis do som. (SALIBA, 2000).
 Você sabia
A frequência de um som é o número de ciclos de uma onda de som em 
um segundo. A unidade de medição é hertz (Hz). A frequência de um 
som aumenta à medida em que o número de ciclos por segundo também 
aumenta. Vibrações entre 20 e 20 mil ciclos por segundo correspondem 
ao limiar de audibilidade de um indivíduo saudável.(SALIBA, 2000).
 
Figura 6 - Poluição sonora: 
a partir de 85dB o som é 
prejudicial a saúde.
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6.
Tipos de fontes poluidoras
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 12 –
O termo dB (decibéis) e a escala dB é utilizada em todo o mundo para 
a medição dos níveis sonoros. É uma escala logarítmica, e a partir de 85dB, 
não importa se agradável ou não, o som é prejudicial a saúde, pois cerca de 2 
mil células da cóclea começam a se degenerar. 
Confira na Tabela 1algumas referências e sensações de escala sonora.
Tabela 1 - Sensações em escala sonora.
dB Sensação Atividade
Exposição diária 
máxima permissível
140 Doloroso Motor de um avião na decolagem 5 minutos
120 Doloroso
Passagem de um carro de 
F-1 na arquibancada
5 minutos
100 Perigoso Passagem de um trem na estação 8 minutos
90 Fatigante Alarme de viatura 4 horas
80 Fatigante Rádio no volume alto 8 horas
60
Incomo-
dativo
Conversa em restaurante, rua 
ou local barulhento
8 horas
40
Repou-
sante
Escritório 8 horas
30
Repou-
sante
Sala de estar/quarto/sussurro suave 8 horas
0
Repou-
sante
Som mais suave que uma pes-
soa pode ouvir
Irrestrito
Fonte: elaborado pelo autor, com base em Saliba, 2000.
A Resolução do CONAMAN.º001, de 8 de março de 1990, trata dos pro-
blemas dos níveis excessivos de ruído, incluídos entre os focos de Controle da 
Poluição de Meio Ambiente. A resolução considera como prejudiciais à saúde e 
ao sossego público, os ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis 
pela norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 10152 
- Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da comunidade
Esta norma determina as condições a serem observadas na avaliação da acei-
tação do ruído em comunidades, independente da existência de reclamações. O 
– 13 –
 
método de avaliação previsto envolve as medições do nível de pressão sonora equi-
valente (LAeq) em decibel, ponderados em “A”, comumente chamado dB(A). 
 Importante
De acordo com a NBR 10152, o ruído pode ser classificado em:
Ruído com caráter impulsivo: contam com impulsos, considerados 
picos de energia acústica, com duração menor do que 1 segundo 
e que se repetem a intervalos maiores do que 1 segundo, como o 
martelagens, bate-estacas, tiros e explosões.
Ruído com componentes tonais: contém tons puros, como o som de 
apitos ou zumbidos.
Na ausência do ruído gerado pela fonte sonora procura-se observar o 
nível de ruído ambiente (Lra) ao nível de pressão sonora equivalente ponde-
rado em “A”, no local e horário avaliados.
Para proceder com a análise e a avaliação do ruído é feita a comparação 
entre o nível de pressão sonora corrigido (Lc) e o nível de critério de avaliação 
NCA, estabelecido pela NBR 10152.
O nível de critério de avaliação NCA para ambientes internos é o nível 
indicado na Tabela 2com a correção de - 10 dB(A) para janela aberta e - 15 
dB(A) para janela fechada.
Tabela 2 – Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos em dB(A).
Tipos de áreas Diurno Noturno
Áreas de sítios e fazendas 40 35
Área estritamente residencial urbana 
ou de hospitais ou de escolas 
50 45
Área mista, predominantemente, residencial 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área, predominantemente, industrial 70 60
Fonte: NBR 10151, 1999.
Tipos de fontes poluidoras
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 14 –
A poluição sonora resulta de um som qualquer que altera a condição 
normal de audição em um determinado ambiente. Diferentemente de outros 
tipos de poluição, não implicaem acúmulo de poluentes no meio ambiente, 
mas gera danos diversos à saúde e à qualidade de vida das pessoas e, por isso, 
já se tornou um problema de saúde pública mundial.
A Resolução do CONAMAN.º 002, de 08 de março de 1990, institui o 
programa Nacional Educação e Controle da Poluição Sonora - “SILÊNCIO”.
Dentre os objetivos do programa, destacam-se os interesses em: 
 2 Promover cursos técnicos para capacitar pessoal e controlar os proble-
mas de poluição sonora nos órgãos de meio ambiente em todo o país.
 2 Divulgará população, por meio de matérias educativas, sobre os 
efeitos prejudiciais causados pelo excesso de ruído.
 2 Introduzir o tema “poluição sonora” nos cursos secundários da rede 
oficial e privada de ensino; incentivar a fabricação e uso de máqui-
nas, motores, equipamentos e dispositivos com menor intensidade 
de ruído.
 2 Incentivar a capacitação de recursos humanos e apoio técnico e 
logístico dentro da política civil e militar para receber denúncias e 
tomar providências de combate à poluição sonora urbana em todo 
o território nacional.
 2 Incentivar apoio e iniciativas privadas no controle dos problemas 
de poluição sonora em todo o país.
Tipos de fontes de poluição atmosférica ou poluição do ar
De acordo com a Resolução do CONAMA N.º 3, de 28 de junho de 
1990, poluente atmosférico se refere a qualquer forma de matéria ou energia 
com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em 
– 15 –
 
desacordo com os níveis estabelecidos, e 
que tornem ou possam tornar o ar:
I. impróprio, nocivo ou 
ofensivo à saúde; 
II. inconveniente ao bem 
estar público;
III. danoso aos materiais, à 
fauna e à flora;
IV. prejudicial à segurança, 
ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da 
comunidade.
Como vimos as principais fontes de emissão de poluentes podem se 
relacionar á causas antrópicas (indústrias, queima de combustíveis fósseis, 
queima de lixo, uso de agrotóxicos, automotores etc), mas também à causas 
naturais (vulcões, queimadas espontâneas, decomposição anaeróbia de maté-
ria orgânica, desnitrificação por bactérias etc) e são classificadas em móveis 
e fixas.
O Decreto-Lei n° 1.413, de 14 de agosto de 1975, prosseguindo com 
o Decreto n° 76.389, de 3 de outubro de 1975, e a Lei nº 6.803, de 2 de 
julho de 1980, regulamentou o controle da poluição do ar por fontes fixas de 
emissão, ou seja, por indústrias, usinas termelétricas de energia elétrica, mine-
radoras etc. Sobretudo, a fixação de parâmetros para a emissão de poluentes 
gasosos e materiais particulados (materiais sólidos pulverizados) por fon-
tes fixas começou a ser efetuada por meio da Resolução do CONAMA nº 
005/1989, que dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição 
do Ar – PRONAR.
A Tabela 3 identifica as fontes dos principais tipos de poluentes existentes.
Figura 7 - A poluição atmosférica 
torna o ar ofensivo à saúde.
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Tipos de fontes poluidoras
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 16 –
Tabela 3 - Classificação e relação entre tipos de fontes e poluentes atmosféricos.
FONTES
POLUENTES
Classificação Tipo
Fontes fixas ou 
Estacionárias
Combustão
Material particulado 
Dióxido de enxofre e trióxido de enxofre 
Monóxido de carbono 
Hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio
Processo Industrial
Material particulado (fumos, poeiras e névoas)
Gases: SO2, SO3, HCL 
Hidrocarbonetos Mercaptanas, HF, H2S, NOx
Queima de Resí-
duos Sólidos
Material particulado 
Gases: SO2, SO3, HCL, NOx
Outros Hidrocarbonetos, material particulado
Fontes Móveis
Veículos Auto-
motores
Material particulado, monóxido de 
carbono, óxidos de nitrogênio, hidro-
carbonetos e óxidos de enxofre
Aviões e Barcos Óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio 
Locomotivas etc Ácidos orgânicos, hidrocarbonetos e aldeídos
Fontes Naturais
Gases – SO2, SO3, HCl, 
NOx, hidrocarbonetos
Material particulado – poeiras 
Reações Químicas
Ácidos orgânicos, nitratos orgânicos
Aerossol fotoquímico etc
Poluentes secundários - O3, aldeídos
Fonte: Maia, 2000.
 Você sabia
Alguns gases e vapores possuem a capacidade de criar atmosferas 
inflamáveis e explosivas, que podem resultar em morte ou em efeitos 
à saúde irreversíveis. (SALIBA, 2000b).
– 17 –
 
O Art. 2 da Resolução do CONAMA 
N.º 3, de 28 de junho de 1990, define os 
padrões de qualidade do ar: 
I - Padrões Primários de Qualidade 
do Ar são as concentrações de 
poluentes que, ultrapassadas, 
poderão afetar a saúde da popu-
lação. 
II - Padrões Secundários de Quali-
dade do Ar são as concentrações 
de poluentes abaixo das quais se 
prevê o mínimo efeito adverso 
sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à 
fauna, à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. 
Tais padrões de qualidade do ar orientam metas a serem atingidas 
mediante a estratégia de controle fixada pelos padrões de emissão e orientam 
a elaboração de Planos Regionais de Controle de Poluição do Ar.
Para monitorar os níveis de poluentes produzidos pela atividade 
humana foi estabelecido o Índice de Qualidade do Ar (IQA), que rela-
ciona a qualidade do ar às quantidades de material particulado na atmos-
fera. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA(US-EPA) atribui como 
limite para a condição saudável um número equivalente a 20 IQA. Alguns 
estudos, no entanto, divulgados em janeiro de 2013, pela Organização 
não governamental Berkeley Earth, revelaram que esse índice chegou a 
ultrapassar o nível de 300 IQA, considerado poluição severa, em cidades 
de países asiáticos como Pequim. Isso significa que passar um dia em 
Pequim seria o equivalente a fumar 40 cigarros.
Tabela 4 - Qualidade do ar em relação ao IQA.
ÍNDICE QUALIDADE DO AR NÍVEL
0 –50 Boa Seguro à saúde
51 –100 Regular Tolerável
101 –199 Inadequada Insalubre para grupos sensíveis
200 – 299 Má Muito insalubre (Nível de atenção)
Figura 8 - A qualidade do ar 
em alguns países asiáticos, como 
Pequim, é considerada tão grave que 
passar um dia nestes locais seria o 
equivalente a fumar 40 cigarros.
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Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 18 –
ÍNDICE QUALIDADE DO AR NÍVEL
300 –399 Péssima Perigoso (Nível de alerta)
400 ou maior Crítica Muito perigoso (Nível de emergência)
Fonte: FEPAM, 2015.
 Você sabia
São Paulo é o único estado brasileiro que entrou para a lista da calcu-
ladora Real-time Air Quality Index (AQI), disponível em: <http://
aqicn.org/city/sao-paulo/>.Acesse a calculadora, escreva o nome da 
cidade de São Paulo no campo de busca e compare com o resultado 
do monitoramento do dia 26 de dezembro de 2015, que mostrou 
um índice moderado de 62 IQA.
Poluente: todo composto, substância ou ele-
mentos causadores de poluição. 
Poluição: degradação da qualidade ambiental resultante de 
atividades que, direta ou indiretamente, prejudicam a saúde, 
a segurança e o bem estar da população; criam condições 
adversas às atividades sociais e econômicas; afetam desfavo-
ravelmente a biota; afetam as condições estéticas ou sanitárias 
do meio ambiente e, por fim, lançam matérias ou energia 
em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. 
Poluição sonora: é o resultado de um som qualquer que altera 
a condição normal de audição em um determinado ambiente. 
Diferentemente de outros tipos de poluição, não implica em 
acúmulo de poluentes no meio ambiente, mas gera danos 
diversos à saúde e à qualidade de vida das pessoas e, por 
isso, já se tornou um problema de saúde pública mundial.
Poluição atmosférica: se refere a qualquer forma de 
matéria ou energia com intensidade e em quantidade, con-
centração, tempo ou características em desacordo com 
– 19 –
 
os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar 
o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconve-
niente ao bemestar público; danoso aos materiais, à fauna 
e à flora e prejudicial à segurança, ao uso e gozo da pro-
priedade e às atividadesnormais da comunidade.
Agentes físicos: diversas formas de energia a que um 
indivíduo possa estar exposto, desde ruídos, vibra-
ções, pressões anormais, temperaturas extremas 
(calor e frio), radiações (ionizantes e não ionizan-
tes) e infrassom e ultrassom. (SALIBA, 2000b).
Agentes químicos: substân pela via respiratória, nas for-
mas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapo-
res; ou que, pela natureza da atividade de exposição, 
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo 
por meio da pele ou por ingestão”(SALIBA, 2000b).
Agentes biológicos: são as bactérias, fun-
gos, bacilos, vírus, protozoários etc.
Cargas pontuais: introduzidas no meio natural por 
meio de lançamentos individualizados, são os esgo-
tos sanitários ou os efluentes industriais. De fácil 
identificação e controle eficiente e rápido. 
Cargas difusas: sem um ponto de lançamento específico, 
o que dificulta o controle e a identificação, são as infiltra-
ções de agrotóxicos no solo, provenientes de drenagens 
agrícolas, as águas pluviais e os escorrimentos de lixeiras.
Fontes móveis: se referem às emissões em movi-
mento, a exemplo dos veículos automotores, 
trens, aviões e embarcações marítimas. 
Fontes fixas: são as emissões lançadas à atmosfera por um 
ponto fixo, a exemplo de chaminés, caldeiras e afins. Tais 
fontes também podem ser naturais, como a maresia e o vulca-
nismo, que também causam intervenção na composição do ar.
Tipos de fontes poluidoras
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 20 –
Antrópico ou antropogênico: o que é causado pelo homem
Dessalinização: processo de reti-
rada do excesso de sal da água.
Som: qualquer vibração ou conjunto de vibrações ou ondas 
mecânicas que podem ser ouvidas. (SALIBA, 2000).
Escala dB (decibel): utilizada em todo o mundo 
para a medição dos níveis sonoros.
Nível de critério de avaliação NCA: nível indi-
cado para ambientes internos com a correção de - 10 
dB(A) para janela aberta e - 15 dB(A) para janela 
fechada, de acordo com normas brasileiras.
 
Resumindo
Neste capítulo, aprendemos que os poluentes são introduzidos no meio 
ambiente por meio de fontes diversas, classificadas como naturais ou antró-
picas e estudamos como os poluentes podem causar impactos severos à qua-
lidade de vida das pessoas.
Verificamos ainda estudos da OMS que já demostram o perigo ocultos 
da poluição atmosférica e sonora para os seres vivos, que exigem, além de 
bom senso de todas as partes, políticas públicas e planos de ações integra-
dos aos principais agentes poluentes. Vimos como as soluções de mobilidade 
urbana podem contribuir para mitigar estes problemas, com rigor fiscal e 
punitivo para empresas que cometem crimes ambientais e deixam de investir 
e promover soluções sustentáveis. 
Afinal, como estudamos, já saímos da era em que o dano ambiental 
era passível, frente aos padrões permitidos, e entendemos agora que ele está 
implícito em uma série de atividades industriais.
2
Poluentes Primários 
e Secundários
Neste capítulo, estudaremos os poluentes atmosféricos, 
que podem ser classificados quanto à sua origem (primários e secun-
dários), composição (orgânicos e inorgânicos) e estado físico (mate-
rial particulado, gases e vapores). 
Essas classificações ajudam a compreender quando um com-
posto químico de fato age como poluente. Isto porque, conside-
rando as diferentes escalas da atmosfera, essa relação “poluente - não 
poluente” pode variar. Na estratosfera, por exemplo, entre 15 km e 
50 km de altitude, o ozônio é encontrado naturalmente e não é con-
siderado poluente. Porém, na troposfera, no nível do mar até 15 km 
de altitude, o ozônio é considerado poluente, pois não é emitido dire-
tamente, e sim, formado a partir de outros poluentes atmosféricos.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 22 –
Pelo estudo e compreensão da classificação dos poluentes quanto sua origem, 
composição e estado físico é que se torna possível avaliar a ação dos poluentes.
Objetivos de aprendizagem: 
 2 Compreender e classificar a origem dos poluentes;
 2 Compreender e classificar a sua composição;
 2 Compreender e classificar o estado físico dos poluentes.
2.1 Poluentes Atmosféricos
O ar atmosférico é composto por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio, 
1% de argônio, dióxido de carbono e elementos vestigiais, como o vapor 
d´água. Isso significa que existem diversas substâncias no ar que respiramos, e 
algumas delas são naturais e outras poluentes atmosféricos. 
Figura 1: Composição do ar atmosférico.
Fonte: Shutterstock (2016).
De maneira geral, classificam-se os poluentes do ar em relação à sua ori-
gem, o que resulta em dois grupos principais: os primários e os secundários. 
Enquanto os primários saem diretamente da fonte emissora, aqueles poluen-
tes que são formados pela interação entre componentes naturais e poluen-
tes primários recebem a denominação de secundários, a exemplo do ozônio, 
encontrado naturalmente na troposfera, chamado de ozônio estratosférico.
– 23 –
Poluentes Primários e Secundários
O ozônio estratosférico filtra a radiação ultravioleta do Sol e, portanto, 
protege os seres humanos e outros organismos. 
 Importante
O planeta Terra é envolto por uma camada de gases retidos pela 
força da gravidade que denominamos atmosfera terrestre, e possui 
como camadas principais: a troposfera, que é a camada mais baixa da 
atmosfera, a estratosfera, que é a camada intermediária, e a mesosfera, 
camada imediatamente acima da estratosfera, que se estende de uma 
altitude de 45 km a 80 km. As demais camadas, ionosfera e exosfera 
não são relevantes sob o ponto de vista ambiental (MELO, 1997).
Figura 2: Camadas atmosféricas.
Fonte: Shutterstock, 2016.
 Você sabia
O ozônio encontrado naturalmente na estratosfera (camada situada 
entre 15 e 50 km de altitude) tem a função de absorver radiação solar, 
impedindo que grande parte dos raios ultravioletas cheguem a super-
fície terrestre, contribuindo assim para a manutenção das condições 
de vida na Terra.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 24 –
Mas quais seriam os poluentes primários e secundários mais conheci-
dos? São exemplos de poluentes primários: o dióxido de enxofre (SO2), o 
ácido sulfídrico (H2S), os óxidos de nitrogênio (NOx), a amônia (NH3), o 
monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), 
fuligem, e aldeídos.
São exemplos de poluentes secundários: o peróxido de hidrogênio 
(H2O2), o ácido sulfúrico (H2SO4), o ácido nítrico (HNO3), o trióxido de 
enxofre (SO3), os nitratos (NO3-), os sulfatos (SO4
2-) e o ozônio (O3).
Existem outras formas de classificação dos poluentes, como:
 2 Poluentes orgânicos e inorgânicos;
 2 Poluentes em forma de material particulado, gases e vapores.
Os poluentes atmosféricos podem ser classificados como poluentes orgâ-
nicos e inorgânicos, de acordo com a sua composição química, isto é, a classe 
química a que pertencem. 
Figura 3: Poluentes classificados pela composição química.
Fonte: Shutterstock, 2016.
– 25 –
Poluentes Primários e Secundários
E quanto aos orgânicos e inorgânicos? Quais são os exemplos mais 
conhecidos? Nos orgânicos temos os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos 
e aldeídos. Já nos inorgânicos há o dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio.
Há alguma outra classificação para os poluentes atmosféricos? Eles tam-
bém são classificados em função de seu estado físico, uma vez que podem 
estar dissolvidos na atmosfera como gases ou vapores, ou mesmo se apresen-
tarem nos estados líquido e sólido.
Ozônio estratosférico: filtra a radiação ultravioleta do 
Sol e, portanto, protege os seres humanos e outros orga-
nismos. Na superfície terrestre, o ozônio se torna um 
poluente, pois ajuda a agravar a poluição do ar das cida-
des e a chuva ácida. Mas, na estratosfera (entre 25 e 30 
km acima da superfície), é um filtro a favor da vida.
Aerossol: é um conjunto de partículas sóli-
das ou líquidas dispersas no ar.
 
Figura 4: Poluentes classificadospelo estado físico.
Fonte: Shutterstock, 2016.
2.1.1 Tipos de poluentes atmosféricos
Os poluentes atmosféricos são formados principalmente por substâncias 
gasosas e vapores, material particulado, além de substâncias sólidas e líquidas 
em suspensão.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 26 –
Os poluentes do tipo material particulado apresentam-se principal-
mente sob as seguintes formas (CETESB, 2014):
 2 Partículas inaláveis e fumaça: partículas de material sólido ou 
líquido que ficam suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aeros-
sol, fumaça, fuligem, etc. Faixa de tamanho ≤ 10µm (micrômetro).
 2 Partículas inaláveis finas: partículas de material sólido ou líquido 
suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaça, fuli-
gem, etc, que podem permanecer no ar e percorrer longas distân-
cias. Faixa de tamanho ≤ 2,5 µm (micrômetro).
 2 Partículas totais em suspensão: partículas de material sólido ou 
líquido que ficam suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aeros-
sol, fumaça, fuligem, etc. Faixa de tamanho ≤ 50µm (micrômetro).
Existe uma grande distribuição nos tamanhos do material particulado, 
variando de diâmetro de 0,002 µm (as menores) a um diâmetro de 100 µm 
(BAIRD, 2002).
 Você sabia
O tempo de permanência das partículas suspensas no ar está direta-
mente relacionado ao seu tamanho, e pode durar dias ou semanas, 
dependendo da conformação de correntes de ar favoráveis. Em resul-
tado, tanto o ar local como em escalas superiores pode ser afetado.
 
Devido à complexidade e aos diferentes tamanhos das partículas na 
determinação dos efeitos sobre a saúde humana e o meio ambiente, diver-
sos termos são utilizados para designar as partículas em suspensão, ou mate-
rial particulado atmosférico: poeira e fuligem referem-se a sólidos, enquanto 
névoa e neblina referem-se a líquidos. 
 Importante
Um aerossol é um conjunto de partículas sólidas ou líquidas dispersas 
no ar (BAIRD, 2002).
– 27 –
Poluentes Primários e Secundários
As partículas grossas, de diâmetro maior que 2,5 µm, resultam prin-
cipalmente da desintegração de grandes partículas e podem ser geradas por 
emissões naturais, como erupções vulcânicas e ressuspensão do solo em áreas 
sem cobertura vegetal, ou podem ter origem antropogênica, como o cultivo 
da terra e atividades de mineração.
As partículas finas, de diâmetro menor que 2,5 µm, formam-se princi-
palmente por meio de reações químicas ou a partir da coagulação de espécies 
ainda menores.
 Importante
O material particulado serve de meio de transporte para outras subs-
tâncias, como hidrocarbonetos e metais, que se agregam às partículas 
(QUITERIO, 2003).
Os efeitos nocivos do material particulado na atmosfera começam pelo 
elemento estético, pois além da influência negativa na visibilidade, também 
está associado com a corrosão e sujeira em edifícios, construções, tecidos, 
eletrodomésticos e outros materiais.
A capacidade do material de partículas finas aumentar os efeitos fisioló-
gicos dos gases presentes no ar é um dos pontos chaves no estudo da poluição 
do ar por material particulado. Isto porque os efeitos das associações entre 
material particulado e outros agentes, a exemplo do dióxido de enxofre, mos-
tram resultados mais acentuados que 
a presença isolada desses poluentes.
Os poluentes do tipo gasoso pos-
suem como principais representantes:
 2 Ozônio: o O3 é um gás 
incolor, inodoro nas con-
centrações ambientais e o 
principal componente da 
névoa fotoquímica. Não é 
emitido diretamente para 
a atmosfera. É produzido 
Figura 5: forma molecular do Ozônio (O
3
).
F
on
te
: S
hu
tt
er
st
oc
k 
(2
01
5)
.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 28 –
fotoquimicamente pela radiação solar sobre os óxidos de nitrogênio 
e compostos orgânicos voláteis.
Nota: vermelho - átomos de oxigênio.
 2 Dióxido de nitrogênio: o 
NO2 é formado pela reação 
do óxido de nitrogênio e do 
oxigênio reativo presentes 
na atmosfera. Pode levar à 
formação de ácido nítrico, 
nitratos (o qual contribui 
para o aumento das partícu-
las inaláveis na atmosfera) e 
compostos orgânicos tóxi-
cos. Alguns processos indus-
triais, usinas térmicas que utilizam óleo ou gás, incinerações, fábri-
cas de pasta de papel e afins, podem liberar, dentre outros gases, o 
dióxido de nitrogênio (NO2). Gás de coloração castanha ou mar-
rom avermelhado, com odor forte e irritante, pode levar a formação 
de ácido nítrico, nitratos (os quais contribuem para o aumento das 
partículas inaláveis na atmosfera) e compostos orgânicos tóxicos.
Nota: vermelho- átomos de oxigênio; azul- átomo de nitrogênio.
 2 Monóxido de carbono: 
trata-se de um gás incolor, 
inodoro e levemente infla-
mável formado da com-
binação de uma molécula 
de carbono com outra de 
oxigênio, resultante da 
combustão incompleta em 
veículos automotores ou de 
materiais que contenham 
carbono, como derivados de 
petróleo e carvão.
Figura 6: Forma molecular do dióxido 
de nitrogênio (NO
2
).
F
on
te
: S
hu
tt
er
st
oc
k 
(2
01
5)
.
Figura 7: Forma molecular do 
monóxido de carbono (CO).
F
on
te
: S
hu
tt
er
st
oc
k 
(2
01
5)
.
– 29 –
Poluentes Primários e Secundários
Nota: vermelho- átomos de 
oxigênio; preto-átomo de carbono.
 2 Dióxido de enxofre: é 
um importante precur-
sor dos sulfatos, um dos 
principais componentes 
das partículas inaláveis. 
O dióxido de enxofre 
é um gás incolor, com 
forte odor, semelhante 
ao gás produzido na 
queima de palitos de 
fósforo. Pode ser trans-
formado em SO3, que na presença de vapor de água passa rapida-
mente a H2SO4. É um importante precursor dos sulfatos e um dos 
principais componentes das partículas inaláveis.
Nota: vermelho- átomos de oxigênio; amarelo- átomo de enxofre.
 Você sabia
O dióxido de enxofre é utilizado como desinfetante, antiséptico e 
anti-bacteriano, como agente branqueador e conservador de pro-
dutos alimentares, assim como na produção de bebidas alcoólicas, 
como o vinho. No vinho, o dióxido de enxofre aparece na sua forma 
livre hidratada H2SO3) ou ácido sulfuroso. Ele é prejudicial à nossa 
saúde na forma de gás livre no ambiente.
 
Existe mais alguma classificação para os poluentes? Outra classificação que 
vem sendo o foco de atenção de organismos de pesquisa, a exemplo da OMS, 
são os chamados Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC ou em inglês 
SLCP). Recebem este nome, pois permanecem na atmosfera de dias a décadas, 
e apresentam efeitos nocivos à saúde, ao meio ambiente e ao efeito estufa. 
Quais seriam os principais exemplos de PCVC? O carbono negro, o 
metano (CH4), o ozônio (O3) e os hidrofluorcarbonetos (HFC). 
Figura 8: Forma molecular do dióxido de 
enxofre (NH
3
).
F
on
te
: S
hu
tt
er
st
oc
k 
(2
01
5)
.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 30 –
2.1.2 A importância da classificação dos poluentes
A qualidade do ar é diretamente influenciada pela distribuição e intensi-
dade das emissões de poluentes atmosféricos de origem veicular e industrial. 
Portanto, a classificação da condição física e química é determinante para a 
compreensão do tempo em que esses poluentes podem agir. 
Além disso, é importante considerar que as concentrações dos poluentes 
dependem do clima, da topografia, da densidade populacional, do nível e do 
tipo das atividades industriais locais (BRAGA et al, 2002).
Isto porque, as condições meteorológicas, ou seja, a ocorrência de chu-
vas, por exemplo, interfere diretamente nas concentrações dos poluentes 
atmosféricos, devido à possibilidade de dispersão (CETESB, 2014).
Por outro lado, a ausência de chuva reduz a capacidade de depuração 
atmosférica, porque as formações hídricas têm menos água para diluição de 
poluentes lançados e a atmosfera é prejudicada pela maior frequência de con-
dições desfavoráveis à dispersão dos poluentes.
A presença de ventos também é determinante no tocante ao desloca-
mento dos poluentes, seja pela influência na distância e na direção que as 
partículas percorrerãopara posterior deposição (CETESB, 2014). 
 Importante
Mesmo mantidas as emissões, a qualidade do ar pode mudar em 
função das condições meteorológicas que determinam uma maior ou 
menor diluição dos poluentes.
Sobretudo, quando se determina a concentração de um poluente na 
atmosfera, é possível medir o grau de exposição dos receptores (seres huma-
nos, outros animais, plantas, materiais) como resultado final do processo de 
lançamento desse poluente na atmosfera, a partir de suas fontes de emissão 
e suas interações na atmosfera do ponto de vista físico (diluição) e químico 
(reações químicas). Esse processo pode ser sintetizado pela seguinte equação:
Fontes de poluição - Processos atmosféricos - Receptores (poluentes 
e/ou diluição reações químicas)
– 31 –
Poluentes Primários e Secundários
Os efeitos destas interações em seres humanos e meio ambiente é o tema 
do próximo capítulo.
 Você sabia
O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a adotar uma legis-
lação visando reduzir as emissões veiculares. Em 1976, o Conselho 
Nacional de Trânsito (Contran) estabeleceu, por meio da Resolução 
nº 507/76, o controle das emissões de gases e vapores do cárter dos 
veículos. E, em 1986, foi criado o Programa de Controle da Poluição 
do Ar por Veículos Automotores (Proconve), instituído pela Reso-
lução Conama 18/86 e pela Lei nº 8723, de outubro de 1993. Em 
2002 foi a vez das motocicletas receberem atenção especial com o 
estabelecimento de um programa específico para o controle da emis-
são de escapamento das motocicletas, o Promot, instituído por meio 
da Resolução Conama nº 297/2002.
 
 Saiba mais
Os programas de controle de emissão de veículos rodoviários Pro-
conve e Promot são regidos por ampla série de regulamentos, que 
podem ser consultados na página do Ibama no endereço: <http://
www.ibama.gov.br/areas-tematicas-qa/programa-proconve>.
Resumindo
Ao longo deste capítulo, vimos que os poluentes podem ser classificados 
quanto à sua origem, em primários e secundários; quanto à sua composição, 
em orgânicos e inorgânicos; e quanto ao seu estado físico, em material parti-
culado, gases e vapores.
Verificamos que as fontes de emissão de poluentes estão diretamente 
implicadas com o tipo de poluente gerado, e que estão presentes na atmos-
fera, principalmente na forma de gases, vapores e material particulado, for-
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 32 –
mados por substâncias sólidas e líquidas em suspensão, sendo os veículos 
motorizados e poeira de rua suspensa, queima de biomassa e inclusive fontes 
naturais como o pólen, aerossol marinho e solo, os responsáveis pela liberação 
de partículas totais em suspensão.
Sobretudo, estudamos a importância da avaliação e classificação dos 
agentes poluentes, considerando o interesse em medir a concentração de um 
poluente na atmosfera e o grau de exposição dos receptores e seus efeitos.
3
Os Efeitos na 
Atmosfera
Os efeitos dos poluentes atmosféricos no meio ambiente e na 
saúde dos seres humanos são diversos. Mas, você consegue imaginar 
quais são os problemas causados pela poluição atmosférica? O aumento 
de doenças ligadas aos sistemas respiratórios e cardiovasculares, o empo-
brecimento do solo devido à acidificação de rios e florestas decorrente 
de chuvas ácidas, a diminuição da visibilidade relacionada ao aumento 
da formação de neblina, além da intervenção no quadro de mudanças 
climáticas, são alguns dos pontos que destacaremos neste capítulo.
Apesar da melhoria da qualidade dos carros e dos combustí-
veis, considerados os principais meios propagadores de poluentes 
do ar, depois da criação de leis específicas para a preservação e o 
tratamento da qualidade do ar, o aumento do número de carros 
nas cidades brasileiras segue contínuo, pois ainda somos um país 
incipiente no quesito mobilidade urbana.
Nosso desafio é perceber a importância dos efeitos dos poluentes 
e, assim, monitorar os tipos de danos e, consequentemente, evitar o 
agravamento das condições na qualidade de vida das pessoas e também 
do meio ambiente. Pronto(a) para começar? Então, vamos juntos.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 34 –
Objetivos de aprendizagem:
 2 Compreender os efeitos dos poluentes gasosos na atmosfera;
 2 Compreender os efeitos dos poluentes de partículas naturais e arti-
ficiais na atmosfera;
 2 Compreender os efeitos dos poluentes de fontes fixas na atmosfera;
 2 Compreender os efeitos dos poluentes de fontes móveis na atmosfera.
3.1 Efeitos sobre a qualidade do ar
Você sabia que qualquer substância que esteja no ar e ultrapasse os 
padrões de qualidade estabelecidos, tornando o ar impróprio e prejudicial à 
saúde, é chamada de poluente atmosférico? 
A Organização Mundial da 
Saúde (OMS, 2015) em relatório 
intitulado Reducing global health 
risks through mitigation of short-
-lived climate pollutants (Reduzindo 
os riscos globais por ações mitigató-
rias de poluentes climáticos de vida 
curta) confirma a relação da polui-
ção atmosférica e mais de 7 milhões 
de mortes por ano no mundo todo.
Neste estudo, a OMS destaca a necessidade de reduzir as emissões de 
poluentes como o carbono negro, o metano (CH4), o ozônio (O3) e os hidroflu-
orcarbonetos (HFC), que também estão associados às mudanças climáticas e cor-
respondem aos Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC ou em inglês SLCP).
Estes poluentes podem, facilmente, afetar nossa saúde, pois o monóxido de 
carbono, o ozônio e os outros poluentes correspondem a material particulado ina-
lável com diâmetro inferior a 10µm, que pode ser absorvido no corpo humano, 
uma vez que um adulto inspira, aproximadamente, 10 mil litros de ar por dia, 
podendo variar de acordo com o organismo e a atividade física que pratica. 
De acordo ainda com o relatório da OMS, os efeitos dos PCVCs são 
adversos. Vamos destacar, a seguir, alguns números que chamam a atenção, 
Figura 1: Qualidade do ar e de vida
F
on
te
: S
hu
tt
er
st
oc
k 
(2
01
6)
.
– 35 –
Os Efeitos na Atmosfera
considerando a população mundial de 7 bilhões, e que chegará a 8 bilhões e 
900 mil pessoas até 2050, de acordo com o Fundo de População das Nações 
Unidas (UNFPA, informações digitais, 2016) .
 2 A exposição ao ambiente (ao ar livre) de carbono negro, compo-
nente substancial de material particulado fino (PM2,5), está relacio-
nada a causa de 3,7 milhões de mortes prematuras por ano. 
 2 4,3 milhões de mortes são atribuídas à exposição a PM2.5 (que 
inclui carbono negro), a partir da combustão de combustíveis sóli-
dos domésticos.
 Importante
• PM2,5 é a sigla em inglês de partícula tematter ou matéria particu-
lada. O motivo da sigla são suas dimensões, que variam de 20 
micra a menos de 0,05 mícron de diâmetro. Entre as doenças 
causadas por exposição a PM2,5 estão: acidente vascular cere-
bral, doença cardíaca isquêmica, doença respiratória aguda baixa, 
doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer de pulmão.
• A exposição ao ozônio é responsável por cerca de 150 mil mor-
tes por doenças respiratórias anualmente.
 Saiba mais
As fuligens (carbono preto), o iodeto de prata, os núcleos de com-
bustão e os núcleos de sal são exemplos de partículas sólidas menores, 
formados por meio da perda de vapor d’água proveniente do mar.
As partículas do modo de nucleação são formadas por condensação 
de vapor quente, proveniente de combustão ou da reação entre 
moléculas de gases. 
Os núcleos de sal correspondem às partículas de sal marinho (NaCl) 
formado pelas bolhas de água, que explodem no mar e formam 
pequenas partículas de aerossol. Quando a água dessas partículas se 
evapora, novas partículas sólidas de núcleo de sal se formam.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 36 –
O pó de cimento, a poeira e o carvão pulverizado são exemplos de 
partículas sólidas maiores. Já os pingos de chuva, a névoa e as gotas 
de ácido sulfúrico são exemplos de matéria particulada líquida.
Os efeitos da poluição do ar podem variar conforme o tipo e a concen-tração dos poluentes, os volumes aspirados, o tempo de exposição e as condi-
ções fisiológicas de cada organismo. 
Sabe-se que, nas grandes cidades, as crianças e os idosos compreendem os 
grupos mais suscetíveis às consequências da exposição à poluição do ar, interfe-
rindo na saúde e na qualidade de vida dessa faixa populacional. (CETESB, 2014). 
Vamos agora conhecer alguns dos principais efeitos dos poluentes na 
saúde humana.
3.2 Efeitos dos poluentes à saúde
A exposição humana a poluentes atmosféricos ocorre por inalação, inges-
tão ou contato com a pele, mas, sobretudo, é a inalação a via mais importante 
e mais vulnerável.
Vamos agora analisar os efeitos dos poluentes na saúde humana, con-
siderando a diferenciação entre os poluentes padronizados no Brasil, como 
as partículas totais em suspensão, a fumaça, o dióxido de enxofre (SO2), as 
partículas inaláveis, o monóxido de carbono (CO), o ozônio (O3) e o dióxido 
de nitrogênio, e alguns não legislados.
Tabela 1: Tipos de poluentes e fontes de emissão
Tipos de poluentes Fontes de emissão Efeitos à saúde humana
Partículas inalá-
veis grossas com 
diâmetro de 10 µm 
(micra)(MP
10
)
Processos de combustão 
(indústria e veículos automo-
tores), aerossol secundário 
(formado na atmosfera).
Interfere no sistema respiratório, 
pode afetar os pulmões e todo 
oorganismo. Exemplos: câncer 
respiratório, arteriosclerose, 
inflamação de pulmão, 
agravamento de sintomas de 
asma, aumento de interna-
ções hospitalares e morte.
– 37 –
Os Efeitos na Atmosfera
Tipos de poluentes Fontes de emissão Efeitos à saúde humana
Partículas em 
suspensão (poeira)
Processos industriais: veícu-
los motorizados (exaustão), 
poeira de rua ressuspensa, 
queima de biomassa. 
Fontes naturais: pólen, 
aerossol, cinzas vulcânicas, 
partículas de sal marinho 
queimadas e poeiras diver-
sas arrastadas pelo vento.
Irritação dos olhos, rea-
ções alérgicas e irritações 
nas vias respiratórias.
Dióxido de 
enxofre SO
2
Fontes naturais, como vul-
cões, contribuem para o 
aumento das concentrações 
de SO
2
 no ambiente.
A emissão antrópica está relacio-
nada à queima de combustíveis 
fósseis que contenham enxofre 
em sua composição, como óleo.
Combustível, carvão 
mineral e óleo diesel.
Ação irritante nas vias respira-
tórias, que provoca tosse e até 
falta de ar. Agravamento dos 
sintomas da asma e da bronquite 
crônica. Afeta, ainda, outros 
órgãos sensoriais, resultando 
no aumento de internações 
hospitalares, decorrentes de 
problemas respiratórios. 
Óxidos de nitro-
gênio NO
2
 e NO
Fontes naturais: vulcões, 
ações bacterianas, des-
cargas elétricas etc.
Fontes antrópicas: pro-
cessos de combustão em 
fontes móveis e fixas. 
As emissões naturais estão em 
maior escala do que as antro-
pogênicas, porém, em razão de 
sua distribuição sobre o globo 
terrestre, têm menor impacto 
sobre as concentrações deste 
poluente nos centros urbanos.
Agem sobre o sistema respira-
tório, podendo causar irritações 
e, em altas concentrações, 
problemas respiratórios e 
edema pulmonar, inclusive 
o agravamento de casos de 
pessoas sensíveis a alérgenos.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 38 –
Tipos de poluentes Fontes de emissão Efeitos à saúde humana
Monóxido de 
carbono CO
É emitido nos processos de 
combustão que ocorrem em con-
dições não ideais, em que não há 
oxigênio suficiente para realizar a 
queima completa do combustível. 
A maior parte das emissões em 
áreas urbanas são decorrentes dos 
veículos automotores e materiais 
que contenham carbono, como 
derivados de petróleo e carvão.
Provoca dificuldades respirató-
rias e asfixia. É perigoso para 
aqueles que têm problemas 
cardíacos e pulmonares. Este gás 
tem alta afinidade com a hemo-
globina no sangue, substituindo o 
oxigênio e reduzindo a alimen-
tação deste ao cérebro, coração 
e restante do corpo, durante o 
processo de respiração. Em baixa 
concentração causa fadiga e dor 
no peito; em alta concentração 
pode levar a asfixia e morte.
Ozônio (O
3
)
Poluente secundário. Ou seja, 
não é emitido diretamente 
pelas fontes, ,pois é formado na 
atmosfera por meio da reação 
entre os compostos orgânicos 
voláteis e óxidos de nitrogênio 
em presença de luz solar.
A formação do ozônio troposfé-
rico ocorre por meio de reações 
químicas complexas que aconte-
cem entre o dióxido de nitrogênio 
e compostos orgânicos voláteis, 
na presença de radiação solar. 
Estes poluentes são emitidos, 
principalmente, na queima de 
combustíveis fósseis, volatili-
zação de combustíveis, criação 
de animais e na agricultura.
Irritação nos olhos e nas vias 
respiratórias, agravando doenças 
preexistentes, como asma e 
bronquite, e redução das fun-
ções pulmonares, ocasionando 
outras doenças pulmonares 
(enfisemas, bronquites etc.) 
e cardiovasculares (arterios-
clerose). Um longo tempo 
de exposição pode ocasionar 
redução na expectativa de vida.
Fonte: elaborada pelo autor, com base no Ministério do Meio Ambiente, 2016. 
Considerando os padrões de qualidade do ar estabelecidos no Brasil pela 
Portaria Normativa nº 348 do Ibama, de 14 de março de 1990, e pela Reso-
lução Conama nº 003, de 28 de junho de 1990, vale destacar o entendimento 
– 39 –
Os Efeitos na Atmosfera
de que há um nível máximo tolerável e um nível desejável de concentração de 
poluentes, sendo o primeiro tratado como Padrões Primários de Qualidade 
do Ar e o segundo como Padrões Secundários de Qualidade do Ar.
 Importante
Vale destacar que alguns poluentes não são legislados, isto é, não 
configuram na lista de poluentes monitorados por agências gover-
namentais estudais e municipais. De acordo com a Resolução 
CONAMA Nº 03/90, configuram-se, portanto, dois grupos de 
poluentes: os legislados e os não legislados. São eles:
Poluentes legislados: - Ozônio - NOx - SO2 - CO - PTS - MP10 - 
MP 2,5 - HCNM 
Poluentes não legislados: - Aldeídos - Cetonas - Ácidos Carboxíli-
cos - Alcoóis - HC Alifáticos - HC Aromáticos - HC Policíclicos 
- Metais – Microbiológicos.
Os Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de 
poluentes que, se ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população, repre-
sentando metas de curto e médio prazo.
Os Padrões Secundários de Qualidade do Ar são as concentrações de 
poluentes atmosféricos abaixo do mínimo efeito adverso tolerável sobre o 
bem estar da população, da fauna, da flora, dos recursos e do meio ambiente 
em geral, configurando metas de longo prazo.
A Resolução Conama nº 03/90 estabeleceu as diretrizes para que as fede-
rações definissem suas metas relacionadas à redução dos poluentes atmosféricos.
 Saiba mais
Os padrões federais de qualidade do ar, assim como os critérios para 
episódios agudos de poluição do ar, estabelecidos na Resolução 
CONAMA n. 03/90, podem ser verificados em: 
<www.mma.gov.br/port/conama/res/res90/res0390.html>.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 40 –
Dentre estas diretrizes, cabe citar que cada poluente é medido e atribu-
ído a um índice, que é um valor adimensional que qualifica o ar conforme sua 
qualidade. Cada índice é associado a uma cor e expressa os sintomas que cada 
pessoa pode sentir mediante o grau de exposição aos poluentes.
Tabela 2: Qualidade do ar e efeitos à saúde
Qualidade Índice MP
10
 (μg/m³) O
3
 (μg/m³) CO (ppm) NO
2
 (μg/m³) SO
2
 (μg/m³)
B
O
A
0-40 0-50
Efeitos 
desprezíveis
0-80
Efeitos 
desprezíveis
0-4,5
Efeitos 
desprezíveis
0-100
Efeitos 
desprezíveis
0-80
Efeitos 
desprezíveis
M
O
D
E
R
A
D
A
41-80 50-100
Pessoas com 
doenças respi-
ratórias podem 
apresentar sinto-
mas como tosse 
seca e cansaço
100-130
Pessoas com 
doenças respi-
ratórias podem 
apresentar sinto-
mas como tosse 
seca e cansaço
9-11
Pessoas com 
doenças cardíacas 
podem apresentar 
sintomas como 
cansaço e dor 
no peito
200-240 Pessoas 
com doenças res-
piratórias podem 
apresentar sinto-
mas como tosse 
seca e cansaço
20-40
Pessoas com 
doenças respi-
ratórias podem 
apresentar sinto-
mascomo tosse 
seca e cansaço
R
U
IM
81-120 100-150
Pessoas com 
doenças 
respiratórias ou 
cardíacas, idosos 
e crianças têm 
os sintomas 
agravados.
População em 
geral pode apre-
sentar sintomas 
como ardor nos 
olhos, nariz e 
garganta, tosse 
seca e cansaço.
130-160
Pessoas com 
doenças respi-
ratórias, como 
asma, e crianças 
têm os sintomas 
agravados.
População em 
geral pode apre-
sentar sintomas 
como ardor nos 
olhos, nariz e 
garganta, tosse 
seca e cansaço.
11-13
População em 
geral pode 
apresentar 
sintomas como 
cansaço. Pessoas 
com doenças 
cardíacas têm os 
sintomas como 
cansaço e dor no 
peito agravados.
240-320
População em 
geral pode apre-
sentar sintomas 
como ardor nos 
olhos, nariz e 
garganta, tosse 
seca e cansaço.
Pessoas com 
doenças respira-
tórias e crianças 
têm os sintomas 
agravados.
40-365
População em 
geral pode apre-
sentar sintomas 
como ardor nos 
olhos, nariz e gar-
ganta, tosse seca 
e cansaço. Pes-
soas com doenças 
respiratórias ou 
cardíacas, idosos 
e crianças têm 
os sintomas 
agravados.
M
U
IT
O
 R
U
IM
121-200 150-250
Agravamento dos 
sintomas respi-
ratórios. Agrava-
mento de doenças 
pulmonares, 
como asma, e 
cardiovasculares, 
como infarto 
do miocárdio
150-250
Agravamento de 
sintomas respi-
ratórios. Agrava-
mento de doenças 
pulmonares, 
como asma, e 
doença pulmonar 
obstrutiva crônica
13-15
Agravamento 
das doenças 
cardiovasculares, 
como infarto 
do miocárdio e 
insuficiência car-
díaca congestiva.
320-1130
Agravamento 
de sintomas 
respiratórios. 
Agravamento 
de doenças pul-
monares, como 
asma, e doença 
pulmonar obs-
trutiva crônica.
365-800
Agravamento dos 
sintomas respi-
ratórios. Agrava-
mento de doenças 
pulmonares, 
como asma, e 
cardiovasculares, 
como infarto 
do miocárdio
– 41 –
Os Efeitos na Atmosfera
Qualidade Índice MP
10
 (μg/m³) O
3
 (μg/m³) CO (ppm) NO
2
 (μg/m³) SO
2
 (μg/m³)
PÉ
SS
IM
A
>200 >250
Sérios riscos de 
manifestações 
de doenças 
respiratórias e 
cardiovasculares. 
Aumento de 
mortes prematu-
ras em pessoas 
com doenças 
cardiovasculares 
e respiratórias.
>200
Sérios riscos de 
manifestações de 
doenças respira-
tórias. Aumento 
de mortes prema-
turas de pessoas 
com doenças 
respiratórias.
>15
Sérios riscos de 
manifestações de
Doenças car-
diovasculares.
Aumento de mor-
tes prematuras de
pessoas com 
doenças
cardiovasculares.
>1130
Sérios riscos de 
manifestações de 
doenças respira-
tórias. Aumento 
de mortes prema-
turas de pessoas 
com doenças 
respiratórias.
>800
Sérios riscos de 
manifestações 
de doenças 
respiratórias e 
cardiovasculares. 
Aumento de 
mortes prematu-
ras em pessoas 
com doenças 
cardiovasculares 
e respiratórias.
Fonte: CETESB, 2014.
 Você sabia
Um dos registros mais graves de efeitos deletérios dos poluentes 
do ar ocorreu no inverno de 1952 em Londres. O uso intenso de 
carvão de baixa qualidade, como combustível em aquecedores de 
domicílios e indústrias, gerou uma nuvem composta, principalmente, 
por material particulado e enxofre (em concentrações até nove vezes 
maiores do que a média de ambos). A nuvem manteve-se sobre a 
cidade por, aproximadamente, três dias associando-se a, uma inver-
são térmica, que resultando em um aprisionamento dos gases tóxicos 
próximo a superfície. Esta situação impediu a dispersão de poluentes 
e resultou em um aumento de 4 mil mortes em relação à média de 
óbitos em períodos semelhantes.
 Importante
A inversão térmica se caracteriza por uma camada de ar quente que 
se forma sobre a cidade, “aprisionando” o ar e impedindo a dispersão 
dos poluentes. (CETESB, 2014)
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 42 –
Os poluentes podem acarretar um tipo de dano à saúde humana, 
porém, a associação entre poluentes também podem resultar em outros 
efeitos deletérios.
O nosso corpo aciona diversos mecanismos de defesa à medida que 
poluentes vão se depositando no trato respiratório a exemplo do espirro, 
desencadeado por partículas inaladas e que, dependendo do seu tamanho, se 
alojam na própria narina.
A tosse é outro exemplo de mecanismo de defesa e pode ocorrer com a 
invasão do trato respiratório inferior (além da laringe) por partículas. 
Quando as partículas avançam e se depositam na superfície das células 
do trato respiratório é a vez do aparelho muco-ciliar agir em defesa do nosso 
organismo. O aparelho muco-ciliar é um revestimento mucoso que protege as 
vias aéreas por meio da junção mecânica com as células ciliadas, cuja função 
é transportar o muco em direção à orofaringe.
3.3 Efeitos dos poluentes no meio Ambiente
Confira na Tabela 3 alguns dos diversos efeitos drásticos dos poluentes 
atmosféricos, seus principais poluentes atmosféricos, suas características, suas 
fontes de emissão e seus efeitos ao meio ambiente:
Tabela 3: Qualidade do ar e efeitos gerais no meio ambiente
Poluente Características Fontes Principais
Efeitos gerais ao 
meio ambiente
Partículas 
inaláveis 
finas 
(MP
2,5
)
Partículas de material sólido 
ou líquido suspensas no ar, 
na forma de poeira, neblina, 
aerossol, fumaça, fuligem etc, 
que podem permanecer no ar 
e percorrer longas distâncias. 
Faixa de tamanho ≤ 2,5µm. 
Processos de combustão 
(industrial, veículos 
automotores), aerossol 
secundário (formado na 
atmosfera) como sulfato 
e nitrato, entre outros.
Danos à vegeta-
ção, deterioração 
da visibilidade e 
contaminação do 
solo e da água.
– 43 –
Os Efeitos na Atmosfera
Poluente Características Fontes Principais
Efeitos gerais ao 
meio ambiente
Partículas 
inaláveis 
(MP
10
) e 
fumaça 
Partículas de material 
sólido ou líquido que ficam 
suspensas no ar, na forma 
de poeira, neblina, aerossol, 
fumaça, fuligem, etc. Faixa 
de tamanho ≤ 10 micra. 
Processos de combustão 
(indústria e veículos 
automotores), poeira 
ressuspensa, aerossol 
secundário (formado 
na atmosfera). 
Danos à vegeta-
ção, deterioração 
da visibilidade e 
contaminação do 
solo e da água. 
Partículas 
totais em 
suspensão 
(PTS)
Partículas de material 
sólido ou líquido que ficam 
suspensas no ar, na forma 
de poeira, neblina, aerossol, 
fumaça, fuligem, etc. Faixa 
de tamanho ≤ 50 micra.
Processos industriais, 
veículos motorizados 
(exaustão), poeira de 
rua ressuspensa, queima 
de biomassa. Fontes 
naturais: pólen, aerossol 
marinho e solo.
Danos à vegeta-
ção, deterioração 
da visibilidade e 
contaminação do 
solo e da água.
Dióxido 
de enxo-
fre (SO
2
)
Gás incolor, com forte odor, 
semelhante ao gás produzido 
na queima de palitos de fósfo-
ros. Pode ser transformado a 
SO
3
, que na presença de vapor 
de água, passa rapidamente 
a H
2
 SO
4
. É um importante 
precursor dos sulfatos, um 
dos principais componentes 
das partículas inaláveis.
Processos que utili-
zam queima de óleo 
combustível, refinaria 
de petróleo, veículos a 
diesel, produção de polpa 
e papel, fertilizantes.
Pode levar à for-
mação de chuva 
ácida, causar 
corrosão aos 
materiais e danos 
à vegetação: 
folhas e colheitas.
Dió-
xido de 
nitrogênio 
(NO
2
)
Gás marrom avermelhado, 
com odor forte e muito 
irritante. Pode levar à 
formação de ácido nítrico, 
nitratos (o qual contribui 
para o aumento das partícu-
las inaláveis na atmosfera) e 
compostos orgânicos tóxicos.
Processos de combustão 
envolvendo veículos 
automotores, processos 
industriais, usinas tér-
micas que utilizam óleo 
ou gás, incinerações.
Pode levar à 
formação de 
chuva ácida, 
danos à vegetação 
e à colheita.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 44 –
Poluente Características Fontes Principais
Efeitos gerais ao 
meio ambiente
Monó-
xido de 
carbono 
(CO)
Gás incolor, ino-
doro e insípido.
Combustão incompleta 
em veículos automotores.
Ozônio 
(O
3
)
Gás incolor, inodoro nas 
concentrações ambientais 
e o principal componente 
da névoa fotoquímica.
Não é emitido direta-
mente para a atmosfera. 
É produzido fotoquimi-
camente pela radiação 
solar sobre os óxidos de 
nitrogênio e compostos 
orgânicos voláteis.Danos às colhei-
tas, à vegetação 
natural, às plan-
tações agrícolas 
e às plantas 
ornamentais.
Fonte: CETESB, 2014.
Aerossóis: partículas pequenas suspensas no ar, que 
podem se apresentar em formato líquido (nuvens 
ou névoa) ou sólido (fumaça ou poeira).
Aerossol partícula atmosférica de tamanho coloidal 
Aerossol de condensação: formado pela con-
densação de vapores ou reações de gases.
Aerossol de dispersão: formado pela moagem de sóli-
dos, atomização de líquidos ou dispersão de poeiras.
Inversão térmica: caracteriza-se por uma camada 
de ar quente que se forma sobre a cidade, “aprisio-
nando” o ar e impedindo a dispersão dos poluentes. 
Nevoeiro: termo denotando níveis altos de gotículas de água.
Neblina: denota visibilidade diminu-
ída devido à presença de partículas. 
Fumaça: partículas formadas pela com-
bustão incompleta de combustível.
 
– 45 –
Os Efeitos na Atmosfera
3.4 Ações de mitigação
Como já vimos, o relatório OMS 
(2015) estimou que a implementação de 
um pequeno conjunto de ações mitiga-
tórias de PCVC poderia evitar milhões 
de mortes prematuras por ano A opção 
por uma alimentação mais saudável é 
uma das ações de mitigação simples, que 
independem de ações diretas voltadas à 
redução da poluição do ar e que igual-
mente resultam em benefícios à saú. 
A OMS (2015) defende a ideia de que em populações mais abastadas, 
por exemplo, reduzir o consumo de carnes vermelhas e optar por dietas mais 
saudáveis e nutritivas, à base de verduras, frutas, legumes, nozes, sementes e 
grãos integrais, podem reduzir os riscos de saúde e, ao mesmo tempo, dimi-
nuir a procura por produtos animais – cujo aumento é esperado nas próximas 
décadas – e, consequentemente, as emissões associadas ao metano.
A arborização do meio urbano é outro fator, extremamente, importante 
para a qualidade do ar, pois as árvores são sumidouros de CO2, ou seja, são 
depósitos naturais, sendo capazes de reter mais de 80% das partículas inalá-
veis emitidas pelos motores a diesel (SIRKIS, 1999). Portanto, instalar áreas de 
lazer, como praças e equipamentos para exercício físico, em vias próximas de 
trânsito intenso é uma decisão contraditória do ponto de vista da saúde pública.
O relatório da agência da OMS (2015) também destacou duas cidades 
brasileiras no quesito ações miti-
gatórias. Uma delas é Curitiba, 
que conseguiu desenvolver um 
amplo sistema de transporte utili-
zado por 72% de seus moradores, 
plantou mais de 1,5 milhão de 
árvores e criou um programa de 
troca de “lixo” por passagens de 
ônibus em comunidades carentes, 
ação que tem contribuído para 
Figura 2: Dietas mais saudáveis
F
on
te
: S
hu
tt
er
st
oc
k 
(2
01
6)
.
Figura 3: Arborização Urbana
F
on
te
: S
hu
tt
er
st
oc
k 
(2
01
6)
.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 46 –
que 50% dos resíduos produzidos e descartados (papel, metal, vidro e plás-
tico) sejam reciclados. Porto Alegre também foi citada, devido a seus bons 
indicadores ambientais.
Resumindo
Como vimos, estabelecer ações de mitigação ao dano ambiental, em 
especial aqueles relativos à poluição do ar, exigem o estabelecimento de obje-
tivos que despertem atitudes positivas nos cidadãos, visando a reflexão sobre 
nosso modo de viver e nos relacionarmos enquanto sociedade. Um dos meios 
para se atingir esta linha de objetivo é conhecer os efeitos dos poluentes que 
geramos no nosso dia a dia.
Neste capítulo, aprendemos sobre os diversos tipos de efeitos dos 
poluentes, sobre a saúde da população e também sobre o meio ambiente. A 
maioria dos efeitos relacionada à fontes de emissão primária, causadas por 
interferência antropogênica.
4
Efeitos dos poluentes 
atmosféricos no 
ciclo hidrológico
Elementos classificados como poluentes químicos pos-
suem uma capacidade tóxica elevada, e quando lançados nos corpos 
hídricos, devido a processos industriais mal planejados, provocam 
um efeito tóxico em animais, plantas aquáticas e seres humanos. E 
isto graças ao chamado ciclo hidrológico, que está direta e indireta-
mente associado ao ciclo da poluição atmosférica.
As águas usadas em sistemas de refrigeração, por exemplo, cau-
sam poluição térmica, pois este efluente, quando despejado no rio, 
acarreta o aumento da temperatura da água, diminuindo a concen-
tração de oxigênio dissolvido e impactando os organismos do meio.
A concentração de poluentes versus a capacidade de vazão dos 
corpos hídricos é, portanto, um tema relevante, assim como com-
preender os principais efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo 
hidrológico. Sendo assim, destacamos os objetivos de aprendizagem 
do presente capítulo.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 48 –
Objetivos de aprendizagem: 
 2 Relacionar emissões poluentes atmosféricas aos impactos observa-
dos no ciclo hidrológico do planeta; 
 2 Discutir como o controle dos poluentes atmosféricos pode reduzir 
a poluição em corpos hídricos.
Como sabemos, a maior parte da poluição atmosférica é oriunda da 
queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, que ao serem 
queimados não liberam apenas energia, mas muitos produtos químicos, a 
exemplo do enxofre e nitrogênio.
Essas substâncias, enxofre e nitrogênio, são subprodutos indesejáveis, e 
ao contrário do que se imaginava, ao serem lançados diretamente na atmos-
fera passam por uma transformação e são convertidos em dióxido de enxo-
fre e óxidos de nitrogênio e, em seguida, são dispersados na atmosfera de 
forma prejudicial a todos. 
Isto demonstra que a 
poluição atmosférica ocorre em 
um ciclo bem definido de emis-
são – dispersão|transformação|d
eposição – receptor.
Este ciclo se inicia com a 
emissão, em que uma parte da 
poluição rapidamente se preci-
pita ao solo, antes de ser absor-
vida pela umidade do ar, resul-
tando na deposição em árvores, 
mares, rios, lagos, construções, 
etc, remetendo à segunda fase. 
Os depósitos são formados e, mais tarde, se combinam com a água 
da chuva, transformando-se em ácidos. Essas substâncias químicas rea-
gem com o vapor d’água na atmosfera, resultando em ácidos sulfúrico 
e nítrico diluídos. Esses ácidos também reagem com outras substâncias 
químicas na atmosfera, formando poluentes secundários, a exemplo do 
ozônio. Outra parte da poluição pode permanecer no ar por mais de uma 
Figura 1: Ciclo de Poluição Atmosférica.
F
on
te
: S
hu
tt
er
st
oc
k 
(2
01
5)
.
– 49 –
Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico
semana e, por dispersão, ser transportada pelo vento além da área onde 
iniciou a emissão. 
A formação de poluentes secundários ocorre com o deslocamento das 
massas de ar que, após um tempo, atingem concentrações mais elevadas em 
áreas mais afastadas das fontes de emissão. Estes poluentes são responsáveis 
pelo “smog”, nevoeiro, chuvas ácidas, etc, causando efeitos negativos à saúde, 
ao meio ambiente e aos seus recursos. Somente são controlados por meio da 
diminuição das emissões dos poluentes primários.
 Importante
A palavra Smog tem origem na língua inglesa e resulta da associação 
das palavras smoke (fumaça) e fog (nevoeiro) que por junção significa 
nevoeiro de fumaça. Na prática constitui num fenômeno urbano que, 
segundo o conceito de Fiorillo e Rodrigues (1999, p. 285), pode ser 
definido como, “as massas gasosas naturais poluídas compostas por 
diversos gases, vapores e fumaça que acabam nos nossos pulmões”.
Quando a precipitação ácida ocorre sob a forma de neve, os problemas 
para o meio ambiente são atenuados, mas durante o inverno, a neve se acu-
mula no solo, retendo seus ácidos, de modo que na chegada da primavera, a 
neve derrete e o fluxo de água emergente carrega as substâncias até os rios e 
lagos liberando os ácidos até então retidos, ocorrendo a terceira fase, onde se 
forma uma correnteza ácida prejudicando plantas e animais.
Figura 2: Correnteza ácida 
Fonte: Shutterstock, 2015.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
– 50 –
As plantas são responsáveis pela emissão de grande variedadede hidrocar-
bonetos gasosos, dentre os quais o metano (CH4), resultante da decomposição 
de plantas e animais, gerando num fenômeno conhecido por gás dos pântanos. 
É o ciclo hidrológico que entra em cena para dissipar a poluição gerada 
e lançada na atmosfera nesse processo de decomposição das plantas e animais, 
por meio das nuvens e precipitação, por exemplo, num processo natural que 
iremos aprofundar a seguir.
 Importante
A chuva naturalmente é ácida devido à presença de dióxido de carbono 
(CO2) na atmosfera, mas quando seu pH é inferior a 4,5-5, temos o 
chamado fenômeno da chuva ácida ou deposição ácida. Trata-se da pre-
cipitação ( seja em forma de neve, chuva, granizo ou nevoeiro), formada 
a partir da reação dos óxidos de enxofre e azoto já convertidos em ácido 
sulfúrico e nítrico, em contato com a água, oxigênio, dióxido de carbono 
e luz solar que resultam em chuva corrosiva (ECOGUIA, 2016).
 Saiba mais
Os ventos podem transportar as nuvens de “Chuvas ácidas” até cerca de 
3000 Km de distância de seu local de formação original, dependendo 
dos sistemas de dispersão atuantes, tais como o vento, a frequência das 
chuvas e as condições da atmosfera. É justamente essa influência de 
fatores que torna o controle ambiental um desafio (ECOGUIA, 2016).
4.1 Emissão de poluentes atmosféricos 
e sua influência no ciclo hidrológico 
O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o movimento contínuo da água 
presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera. 
Esse movimento é resumido por Rebouças (1997) da seguinte forma:
A energia térmica do sol e a transpiração dos organismos vivos transforma 
parte da água dos oceanos e continentes (rios, lagos e umidade do solo) 
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Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico
em vapor, que sobe à atmosfera e sofre condensação formando as nuvens. 
Com a ação da energia gravitacional, a água atmosférica volta a cair na 
forma de chuva, neblina, neve, indo alimentar o fluxo dos rios, a umidade 
do solo e os estoques de água subterrânea (REBOUÇAS, 1997).
Figura 3: Ciclo hidrológico 
Fonte: Shutterstock, 2016.
Na atmosfera, as nuvens formadas, quando carregadas, provocam preci-
pitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve. Por esta razão, o ciclo 
hidrológico é um mecanismo determinante no ciclo da poluição, pois é um 
catalisador eficaz na dispersão, uma vez que inicia pelo ar com a formação de 
nuvens e se completa pela precipitação de chuva, neve ou granizo.
Pode dizer-se que mais de 80% dos poluentes são removidos pela pre-
cipitação (ECOGUIA, 2016). Além disso, a água precipitada pode seguir 
diferentes caminhos, conforme tabela abaixo.
Tabela 1: Processos destinatários da água precipitada.
Processo Destino
Infiltração e 
percolação
Passagem lenta de um líquido através de um meio (no solo ou 
nas rochas), podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície na 
forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
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Processo Destino
Armaze-
namento
Flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos 
solos e das rochas, podendo ficar armazenada por um perí-
odo muito variável, formando os aquíferos.
Escoamento
Escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipita-
ção é maior do que a capacidade de absorção do solo.
Transpi-
ração
Evapora retornando à atmosfera. Em adição a essa evapora-
ção da água dos solos, rios e lagos, uma parte da água é absor-
vida pelas plantas. Essas, por sua vez, liberam a água para a 
atmosfera por meio da transpiração. A esse conjunto, evapora-
ção mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração.
Congela-
mento
Congela formando as camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras.
Fonte: MMA, Informações digitais (2015).
A água está sempre em movimento, o que permite a ocorrência da 
chuva, da neve, a formação e regeneração de rios, lagos, oceanos, a formação 
das nuvens e deposição das águas subterrâneas.
 Importante
Umidade relativa do ar é a relação da quantidade de vapor de água 
(calculada em gramas por metro cúbico de ar) com o volume e a tem-
peratura da atmosfera de um determinado lugar (REBOUÇAS, 1997).
 Você sabia
Numa cidade cuja temperatura é de 20ºC, o ar fica saturado ao atingir 17 
gramas de vapor água por metro cúbico (17g/m³). Neste caso, a umidade 
relativa do ar atingiu 100%. Quando o ar atinge o seu ponto de saturação, 
ocorrem as precipitações, principalmente as chuvas (REBOUÇAS, 1997).
 
A forma como os poluentes atmosféricos influenciam o ciclo hidroló-
gico se mostra sob diferentes aspectos, todos relacionados ao principal efeito: 
mudanças climáticas.
– 53 –
Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico
A variabilidade climática está relacionada com a variação natural do 
clima no planeta. Já se sabe que o clima varia naturalmente, independente-
mente das intervenções do ser humano, as estações do ano não teriam sempre 
as mesmas temperaturas, pelo simples fato de que o clima é dependente da 
intensidade da radiação solar.
Mas como é determinada a intensidade da radiação solar? Os movimen-
tos de rotação e translação que aproximam e afastam o Sol e a Terra, em 
alguns ciclos, determinam o maior ou menor grau de incidência de radiação 
solar e, consequentemente, o grau de aquecimento ou resfriamento da Terra 
sazonalmente e historicamente. 
Mas, nesse contexto, quando uma camada de ar frio fica sob uma camada 
de ar quente, produzindo uma inversão térmica, a dispersão de poluentes 
lançados na atmosfera ocorre muito lentamente, facilitando o acúmulo de 
contaminantes próximo ao solo. 
 Você sabia
O conceito de mudanças climáticas difere do de variabilidade cli-
mática, a medida que engloba diversos fenômenos, a exemplo da 
acidificação da atmosfera e chuvas ácidas, do escurecimento global, 
destilação global, aquecimento global por gases de efeito estufa, 
redução da camada de ozônio.
 
Tabela 2: Principais impactos da poluição atmosférica no ciclo hidrológico.
Processo Destino
Acidificação 
da atmosfera 
e chuvas 
ácidas
Resultado da reação dos óxidos de enxofre e azoto, presen-
tes na atmosfera, ao contato com a água, oxigénio, dióxido 
de carbono e luz solar, se convertendo em ácido sulfúrico e 
nítrico, ácidos fortes que resultam em chuva corrosiva.
Escure-
cimento 
global
Fenômeno atmosférico caracterizado pela redução da visi-
bilidade e luminosidade, decorrente do aumento da quanti-
dade de aerossóis atmosféricos, como o carbono negro. Inter-
fere no ciclo hidrológico por redução da evaporação. 
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar
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Processo Destino
Destilação 
global
Processo geoquímico causado por produtos químicos, em especial, 
os poluentes orgânicos persistentes (POPs), que são transporta-
dos das zonas mais quentes para as regiões mais frias da Terra.
Aqueci-
mento 
Global 
por Gases 
de Efeito 
Estufa
O efeito estufa natural mantém a temperatura em condições de vida 
no planeta, por atuar como barreira para radiações nocivas a vida 
ao absorver parte da radiação ultravioleta. O efeito estufa antro-
pogênico é decorrente da associação de gases naturais com gases 
produzidos pelo homem, e radiam parte da energia absorvida de 
volta para a superfície, fazendo com que a superfície receba quase o 
dobro de energia da atmosfera do que a que recebe do Sol tornando-
-a mais quente do que estaria sem a presença dos gases de estufa.
Redução 
da camada 
de ozônio
Camada que atua como barreira as radiações nocivas à vida ao absor-
ver parte da radiação ultravioleta, e que monitora-se a capacidade. A 
Convenção de Viena, que trata da “Proteção da Camada de Ozônio”, e 
o Protocolo de Montreal sobre “Substâncias que Destroem a Camada 
de Ozônio”, tiveram seus textos promulgados pelo Decreto 99.280, de 
6.06.1990, fazendo parte, portanto, do Direito Positivo Brasileiro.
Fonte: MMA, Informações digitais (2015).
 Importante
Os poluentes orgânicos persistentes (POP) são organoclorados que

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