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Aula 09 (Parte lll) Arquitetura para Concursos - Curso Regular 2017 Professor: Moema Machado ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 1 AULA 09 (parte 3) – CONFORTO LUMÍNICO Oi!!!!! Preparados para mais uma aula? Nosso curso é quase fazer uma nova faculdade de arquitetura. rs A grande vantagem é que podemos aplicar tudo que estamos aprendendo, de imediato, na nossa profissão, e, isso, nos dá uma alegria imensa, fazendo com que o estudo seja prazeroso. “Digo aos jovens arquitetos: Tenham a sensibilidade de fazer com que seus edifícios tenham alguma coisa a dizer.” Vilanova Artigas SUMÁRIO PÁGINA 1. Introdução 02 2. Grandezas e conceitos 11 3. Lâmpadas 19 4. Iluminação Natural – NBR 15215-1:2005 32 5. Iluminação Natural – NBR 15215-2:2005 48 6. NBR ISO/CIE 8995-1: 2013 – Iluminação de ambientes de trabalho – Parte 1: Interior 54 7. Resolução de questões 94 8. Lista de questões 136 9. Gabarito 145 Vamos lá! Treinamento difícil, combate fácil! moema@moemamachado.com.br ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 2 INTRODUÇÃO Em primeiro lugar, o que é Conforto Lumínico? Conforto Lumínico ou conforto visual é a existência de um conjunto de condições no qual o ser humano pode desenvolver suas tarefas visuais com o máximo de acuidade e precisão visual, com o menor esforço, com menor risco de prejuízos à vista e com reduzidos riscos de acidentes. Essas condições podem ser classificadas como seguem (European Commission Directorate 1994): • Iluminância suficiente; • Boa distribuição de iluminâncias; • Ausência de ofuscamento; • Contrastes adequados (proporção de luminâncias) e • Bom padrão e direção de sombras. Lamberts ainda ressalta que a boa distribuição de iluminâncias não é sinônimo de uniformidade e que o contraste e o padrão das sombras ideal depende, da tarefa visual. De acordo com a publicação da OSRAM “Iluminação: Conceitos e Projetos”, O primeiro nível para avaliarmos o que é o conforto luminoso refere-se à resposta fisiológica do usuário. (OSRAM, Iluminação: Conceitos e Projetos) Um determinado ambiente provido de luz natural e/ou artificial, produz estímulos ambientais, ou seja, um certo resultado em termos de quantidade, qualidade da luz e sua distribuição, contrastes etc. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 3 Todos esses estímulos ambientais são físicos, objetivos e quantificáveis. Quanto menor for o esforço de adaptação do indivíduo, maior será sua sensação de conforto. Mas o que seria este “esforço de adaptação”? Do ponto de vista fisiológico, para desenvolvermos determinadas atividades visuais, nosso olho necessita de condições específicas e que dependem muito das atividades que o usuário realiza. Por exemplo: para ler e escrever, é necessária uma certa quantidade de luz no plano de trabalho; para desenhar ou desenvolver atividades visuais de maior acuidade visual (atividades mais “finas” e com maior quantidade de detalhes), necessita-se de mais luz. Mas quantidade de luz não é o único requisito necessário. Para essas atividades, a boa distribuição de luz no ambiente e a ausência de contrastes excessivos (como a incidência direta do sol no plano de trabalho e reflexos indesejáveis) também são fatores essenciais. Quanto melhores forem as condições propiciadas pelo ambiente, menor será o esforço físico que o olho terá de fazer para se adaptar às condições ambientais e desenvolver bem a atividade em questão. É o enfoque fisiológico da definição de conforto ambiental. (OSRAM, Iluminação: Conceitos e Projetos) “Aquilo que vemos depende não somente da qualidade física da luz ou da cor presente, mas também do estado de nossos olhos na hora da visão e da quantidade de experiência visual da qual temos de lançar mão para nos ajudar em nosso julgamento... Aquilo que vemos depende não só da imagem que é focada na retina, mas da mente que a interpreta” (Hopkinson & Kay, 1969) O olho é só um instrumento que capta as imagens, quem interpreta é o cérebro. Esta resposta sensorial do indivíduo ao seu meio ambiente tem, portanto, um componente subjetivo importante. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 4 Conforto é, portanto, a interpretação de estímulos objetivos, físicos e facilmente quantificáveis, por meio de respostas fisiológicas (sensações) e de emoções, com caráter subjetivo e de difícil avaliação. As duas subáreas do conforto ambiental que têm maior grau de subjetividade são a ILUMINAÇÃO e a acústica, respectivamente. (OSRAM, Iluminação: Conceitos e Projetos) Para a Iluminação, tanto natural quanto artificial, a função é o primeiro e mais importante parâmetro para a definição de um projeto. Ela irá determinar o tipo de luz que o ambiente precisa. Podemos dividir a iluminação em função de dois objetivos: a luz da razão e a luz da emoção. O primeiro objetivo da iluminação é a obtenção de boas condições de visão associadas à visibilidade, segurança e orientação dentro de um determinado ambiente. Este objetivo está intimamente associado às atividades laborativas e produtivas – escritório, escolas, bibliotecas, bancos, indústrias etc. É a luz da razão. O segundo objetivo da iluminação é a utilização da luz como principal instrumento de ambientação do espaço – na criação de efeitos especiais com a própria luz ou no destaque de objetos e superfícies ou do próprio espaço. Este objetivo está intimamente associado às atividades não laborativas, não produtivas, de lazer, estar e religiosas – residências, restaurantes, museus e galerias, igrejas etc. É a luz da emoção. Algumas atividades estão, por essência, numa situação intermediária, como por exemplo as comerciais. Dependendo do tipo de loja, estaremos mais próximos de um caso ou de outro. Ainda conforme a publicação da OSRAM, o primeiro passo de um projeto luminotécnico é definir o(s) sistema(s) de iluminação, respondendo basicamente a três perguntas: 1ª. Como a luz deverá ser distribuída pelo ambiente? 2ª. Como a luminária irá distribuir a luz? 3ª. Qual é a ambientação que queremos dar, com a luz, a este espaço? Para se responder a primeira pergunta, os sistemas foram classificados com a forma que as luminárias são distribuídas pelo ambiente e com os efeitos produzidos no plano de trabalho. Esta classificação também é conhecida como Sistema Principal. Nela, os sistemas de iluminação proporcionam: a) Iluminação geral: distribuição aproximadamente regular das luminárias pelo teto; iluminação horizontal de um certo nível médio; uniformidade. Possibilita uma maior flexibilidade na disposição interna do ambiente, layout, mas não atende às necessidades específicas de locais que requerem níveis de iluminância mais elevados. Acarretando grande consumo de energia e, em algumas situações muito específicas, podem desfavorecer o controle do ofuscamento pela visão direta da fonte. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 5 b) Iluminação localizada: concentra-se a luminária em locais de principal interesse. As luminárias devem ser instaladas suficientemente altas para cobrir as superfícies adjacentes, possibilitando altos níveis de iluminância sobre o plano de trabalho, ao mesmo tempo em que asseguram uma iluminação geral suficiente para eliminar fortes contrastes. Para atividades laborativas, necessitam de complementação através do sistema geral de controle de uniformidade de luz do local. Para outras situações, não necessariamente.Vantagens: maior economia de energia, e podem ser posicionadas de tal forma a evitar ofuscamentos, sombras indesejáveis e reflexões veladoras, além de considerar as necessidades individuais. Desvantagens: em caso de mudança de layout, as luminárias devem ser reposicionadas. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 6 c) Iluminação de tarefa: luminárias perto da tarefa visual e do plano de trabalho iluminando uma área muito pequena. Vantagens: maior economia de energia, maior controle dos efeitos luminotécnicos. Desvantagens: deve ser complementada por outro tipo de iluminação, e apresenta menor flexibilidade na alteração da disposição dos planos de trabalho. Para responder a segunda pergunta, “Como a luminária irá distribuir a luz?”, classificam-se os sistemas de iluminação de acordo com a forma pela qual o fluxo luminoso é irradiado pela luminária, ou, mais precisamente, de acordo com a quantidade do fluxo luminoso irradiado para cima e para baixo do plano horizontal e da luminária (e/ou lâmpada). Muitos autores classificam os sistemas simplesmente por: direto, indireto e direto-indireto (compreendendo, nesse último caso, as classificações intermediárias). ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 7 O sistema secundário relaciona-se mais à terceira pergunta, “Qual é a ambientação que queremos dar, com a luz, a este ambiente?”. OSRAM – Curso de Iluminação: Conceitos e Projetos Luz de destaque: Coloca-se ênfase em determinados aspectos do interior arquitetônico, como um objeto ou uma superfície, chamando a atenção do olhar. Geralmente, esse efeito é obtido com o uso de spots, criando-se uma diferença 3, 5 ou até 10 vezes maior em relação à luz geral ambiente. Este efeito pode ser obtido também posicionando a luz muito próxima à superficie a ser iluminada. Exemplo: paredes, objetos, gôndolas, displays, quadros etc. Luz de efeito: Enquanto na luz de destaque procuramos destacar algo, aqui o objeto de interesse é a própria luz: jogos de fachos de luz nas paredes, contrastes de luz e sombra etc. Luz decorativa: Aqui não é o efeito de luz que importa, mas o objeto que produz a luz. Ex: Lustres antigos, arandelas coloniais e velas criam uma área de interesse no ambiente, destacando o objeto mais do que iluminando o próprio espaço. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 8 Luz arquitetônica: Obtida quando posicionamos a luz dentro de elementos arquitetônicos do espaço, como cornijas, sancas, corrimãos etc. Deve-se tomar cuidado com esse termo, pois toda a luz deve ser, por definição, arquitetônica. Ou seja, estar em perfeita integração com a arquitetura. Neste caso, estão apenas sendo escolhidos elementos arquitetônicos para servirem de suporte à luz. Modulação de intensidade (dimerização): É a possibilidade de aumentar ou diminuir a intensidade das várias luminárias, modificando com isso a percepção ambiental. O conforto térmico e o conforto visual devem ser considerados em conjunto, pois essa visão integrada é que tornará possível o bom desempenho energético da arquitetura. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 9 OSRAM – Curso de Iluminação: Conceitos e Projetos 5. Critérios de desempenho do ponto de vista do projeto de iluminação Critérios de desempenho do ponto de vista da iluminação, tanto para as atividades laborativas quanto para as não laborativas (de lazer, estar, religiosas). Sete critérios de desempenho nos possibilitam avaliar se os objetivos foram cumpridos nessas duas situações: Um nível mínimo de iluminância (lux) fixado pela norma NBR 5413: para que possamos desempenhar bem uma tarefa qualquer do ponto de vista visual, devemos ter uma quantidade de luz satisfatória. Por exemplo, para as atividades que envolvem leitura e escrita, a norma estipula valores mínimos e máximos de 300 e 750 lux, respectivamente. No caso de atividades laborativas, estes níveis adquirem maior importância e maiores valores que no caso das não laborativas; Uma boa distribuição destes níveis pelo local: quanto menor a uniformidade nesta distribuição, maiores os esforços de adaptação do olho em função de pontos mais e menos iluminados. Estes esforços levam a um cansaço visual e uma queda consequente da produtividade do trabalho. A boa uniformidade adquire maior importância no caso de atividades laborativas e perde o significado no caso das não laborativas; A não presença de ofuscamentos dentro do campo visual: ofuscamento significa contrastes fortes e extremos de luminâncias e podem atrapalhar ou até inibir a realização de uma tarefa visual laborativa, realizada normalmente por longos períodos. No caso das não laborativas, os contrastes (e mesmo os deslumbramentos) são absolutamente fundamentais. São eles que criam os jogos de luz e de destaque. São, consequentemente, os grandes responsáveis pela ambientação do espaço. Contrastes de cores, de luminâncias e de claro e escuro; Uma boa reprodução de cor (IRC): as fontes de luz artificial normalmente são comparadas com a luz natural em função de suas capacidades de reproduzir as cores. Em ambos os casos das atividades laborativas e não laborativas, a boa reprodução de cor é sempre desejável; Uma temperatura de cor (K) adequada à função: as aparências de cor quente, neutra e fria das lâmpadas interferem diretamente na ambientação e no estímulo das atividades humanas. Para atividades laborativas, as cores neutras e frias são as mais recomendadas. Para as atividades não laborativas, as quentes são mais acolhedoras e nos levam ao relaxamento, intimidade e descanso. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 10 Uma mutabilidade/flexibilidade da luz: a luz natural caracteriza- se muito por grande mutabilidade não somente em termos de quantidade, mas também de aparência, cor da luz e de sua projeção no espaço (em função das posições do sol). A tecnologia hoje disponível para o controle da luz artificial também propicia estes efeitos por meio dos sistemas de automação e controle, tanto do ponto de vista de sua intensidade quanto de distribuição, espectro e aparência de cor (veja informações sobre os sistemas OSRAM DALI); Uma economia da instalação: não só do ponto de vista de custos iniciais, mas também de manutenção e operação (conta de luz). Sistemas de iluminação - luminárias, lâmpadas e equipamentos complementares adequados proporcionam uma maior racionalidade a todo o projeto e instalação. é sempre desejável, mas torna-se imprescindível no caso das atividades laborativas. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 11 GRANDEZAS E CONCEITOS O que é Luz? Uma fonte de radiação emite ondas eletromagnéticas. Elas possuem diferentes comprimentos, e o olho humano é sensível a somente alguns. Luz é, portanto, a radiação eletromagnética capaz de produzir uma sensação visual. A sensibilidade visual para a luz varia não só de acordo com o comprimento de onda da radiação, mas também com a luminosidade. A curva de sensibilidade do olho humano demonstra que radiações de menor comprimento de onda (violeta e azul) geram maior intensidade de sensação luminosa quando há pouca luz (ex. crepúsculo, noite, etc.), enquanto as radiações de maior comprimento de onda (laranja e vermelho) se comportam ao contrário. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADASProfa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 12 O olho humano possui diferentes sensibilidades para a luz. Durante o dia, nossa maior percepção se dá para o comprimento de onda de 550 nm, correspondente às cores amarelo esverdeadas. Já durante a noite, para o de 510 nm, correspondente às cores verdes azuladas. A sensibilidade visual humana está compreendida entre 380 e 780 nm, mas não varia só de acordo com o comprimento de onda da radiação, mas também com a luminosidade. OSRAM – Curso de Iluminação: Conceitos e Projetos 4.2 Luz e Cores Há uma tendência em pensarmos que os objetos já possuem cores definidas. Na verdade, a aparência de um objeto é resultado da iluminação incidente sobre ele. Por exemplo, sob uma luz branca, a maçã aparenta ser de cor vermelha, pois ela tende a refletir a porção do vermelho do espectro de radiação, absorvendo a luz nos outros comprimentos de onda. Se utilizássemos um filtro para remover a porção do vermelho da fonte de luz, a maçã refletiria muito pouca luz, parecendo totalmente negra. Podemos ver que a luz é composta por três cores primárias. A combinação das cores vermelho, verde e azul permite obtermos o branco (Sistema RGB: R=Red, G=Green, B=Blue). A combinação de duas cores primárias produz as cores secundárias - magenta, amarelo e ciano. As três cores primárias, dosadas em diferentes quantidades, permitem obtermos outras cores de luz. Da mesma forma que surgem diferenças na visualização das cores ao longo do dia (diferenças da luz do sol ao meio-dia e no crepúsculo), as fontes de luz artificiais também apresentam diferentes resultados. As lâmpadas incandescentes, por exemplo, tendem a reproduzir com maior fidelidade as cores vermelha e amarela do que as cores verde e azul, aparentando ter uma luz mais “quente”. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 13 As cores aparentam ser o que refletem do espectro de radiação que incide sobre elas. O branco, reflete tudo, o preto, absorve tudo. O azul, reflete a porção do espectro azul e absorve todo o resto. E, assim por diante. Se a ideia é iluminar as carnes da vitrine de um açougue, não devemos usar uma lâmpada que tenha no seu espectro, preponderantemente, a cor azul, pois ninguém vai querer comprar a carne! A carne ficará com uma cor escura, pois não terá a cor vermelha para refletir. Outro exemplo, uma planta verde, iluminada por uma lâmpada verde, ficará super verde, pois não vai absorver nada, só vai refletir o verde. A sensação de cor está intimamente ligada aos comprimentos de onda das radiações. Sensibilidade do olho – espectro visível (380 a 780 nm). Vamos ver, agora, as principais grandezas fotométricas: Fluxo luminoso - F ( lumen [lm] ) O Fluxo luminoso é a parcela do fluxo radiante que gera uma resposta visual. Eficiência luminosa ( [lm/W] ) É a capacidade da fonte em converter potência em luz. (Pereira) ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 14 OSRAM – Curso de Iluminação: Conceitos e Projetos 4.4 Fluxo Luminoso Símbolo: φ Unidade: lúmen (lm) Fluxo Luminoso é a radiação total da fonte luminosa entre os limites de comprimento de onda mencionados (380 e 780m. É a quantidade de luz emitida por uma fonte, medida em lúmens, na tensão nominal de funcionamento. É chamado também de “pacote de luz”. 4.5 Eficiência Energética Símbolo: ŋw (ou K, conforme IES) Unidade: lm / W (lúmen / watt) 4.5.1 Eficiência energética de lâmpadas As lâmpadas se diferenciam entre si não só pelos diferentes Fluxos Luminosos que irradiam, mas também pelas diferentes potências que consomem. Para poder compará-las, é necessário saber quantos lúmens são gerados por watt consumido. A essa grandeza dá-se o nome de Eficiência Energética (ou “Rendimento Luminoso”). A figura 24 exemplifica as eficiências de alguns tipos de lâmpadas. Como geralmente a lâmpada é instalada dentro de luminárias, o Fluxo Luminoso final disponível é menor do que o irradiado pela lâmpada, devido à absorção, reflexão e transmissão da luz pelos materiais com que são construídas as luminárias. O Fluxo Luminoso emitido pela luminária é avaliado através da Eficiência da Luminária (item 4.5.2). Isto é, o Fluxo Luminoso da luminária em serviço dividido pelo Fluxo Luminoso da lâmpada. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 15 Iluminância (lumen/m2 ou lux [lx]) É a medida da quantidade de luz incidente numa superfície por unidade de área. (Pereira) A 1m de uma vela 1 lux Numa mesa de escritório 500 lux No exterior sob céu encoberto 10.000 lux No sol no verão 100.000 lux 4.6 Nível de Iluminância Símbolo: E Unidade: Lux (lm/m2) A luz que uma lâmpada irradia, relacionada à superfície à qual incide, define uma nova grandeza luminotécnica denominada de Iluminamento, nível de iluminação ou Iluminância (fig. 28). ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 16 Expressa em lux (lx), indica o fluxo luminoso de uma fonte de luz que incide sobre uma superfície situada à uma certa distância dessa fonte. A equação que expressa esta grandeza é: É também a relação entre intensidade luminosa e o quadrado da distância (I/h²) (fig.28). Na prática, é a quantidade de luz dentro de um ambiente, e pode ser medida com o auxílio de um luxímetro. Como o fluxo luminoso não é distribuído uniformemente, a iluminância não será a mesma em todos os pontos da área em questão. Considera-se, por isso, a iluminância média (Em). Existem normas especificando o valor mínimo de iluminância média, para ambientes diferenciados pela atividade exercida, relacionados ao conforto visual. Intensidade luminosa (candela [cd] ou [lm/sr]) É a propagação da luz em uma dada direção dentro de um ângulo sólido unitário. 4.7 Intensidade Luminosa Símbolo: I Unidade: candela (cd) Se a fonte luminosa irradiasse a luz uniformemente em todas as direções, o Fluxo Luminoso se distribuiria na forma de uma esfera. Tal fato, porém, é quase impossível de acontecer, razão pela qual é necessário medir o valor dos lúmens emitidos em cada direção. Essa direção é representada por vetores, cujos comprimentos indicam as Intensidades Luminosas. Portanto, intensidade luminosa é o Fluxo Luminoso irradiado na direção de um determinado ponto. 4.7.1 Curva de distribuição luminosa Símbolo: CDL Unidade: candela (cd) X 1000 lm ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 17 Se, num plano transversal à lâmpada, todos os vetores que dela se originam tiverem suas extremidades ligadas por um traço, obtém- se a Curva de Distribuição Luminosa (CDL). Em outras palavras, é a representação da Intensidade Luminosa em todos os ângulos em que ela é direcionada num plano (fig. 32). Luminância ([cd/m2]) É uma medida física de brilho de uma superfície, sendo através dela que os seres humanos enxergam. 4.8 Luminância Símbolo: L Unidade: cd/m2 Das grandezas mencionadas, até então, nenhuma é visível, isto é, os raios de luz não são vistos, a menos que sejam refletidos em uma superfície e aí transmitam a sensação de claridade aos olhos. Essa sensação de claridade é chamada de Luminância (fig. 33). É a Intensidade Luminosa que emana de uma superfície, pela sua superfície aparente (fig. 34). A equação que permite sua determinação é: na qual: L = Luminância, em cd/m² I = Intensidade Luminosa, em cd ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. MoemaMachado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 18 Tabela resumo: (Pereira) Grandeza Nome Símbolo Significado Unidade Fluxo luminoso Componente do fluxo radiante que gera uma resposta visual. Esfera de Ulbricht: a fonte luminosa é colocada dentro d uma grande esfera, cujo o interior é pintado de branc perfeitamente difusor. Mede-se a iluminância produzida pel luz difusa através de uma pequena abertura, protegendo o raios que saem diretamente da fonte, esta iluminância proporcional ao fluxo luminoso emitido pela fonte. Eficiência Luminosa É a razão entre o fluxo luminoso "φ" produzido por uma fonte e a potência "P" consumida. A eficiência luminosa é deduzida juntamente com a mediçã do fluxo luminoso com a esfera de Ulbricht, medindo-se potência consumida pela fonte luminosa e seu equipamentos auxiliares, através de um wattímetro. Intensidade Luminosa É o fluxo luminoso "φ" emitido por uma fonte numa certa direção, dividido pelo ângulo sólido "ω", no qual está contido. cd Banco fotométrico: a fonte luminosa em exame comparada com uma fonte de intensidade conhecida. No caso de aparelhos de iluminação, a medição é feita por mei de um fotogoniômetro: uma célula fotovoltaica gira em volta do aparelho e mede a intensidade luminosa emitida em todas as direções. Iluminância É o fluxo luminoso incidente "φ" numa dada superfície, dividida pela área "A"da mesma. lux Luxímetro: é formado por uma fotocélula que transforma energia luminosa em energia elétrica, indicada por um galvanômetro cuja a escala está marcada em lux. Luminância É a intensidade luminosa "I" (de uma fonte ou de uma superfície iluminada) por unidade de área aparente "A'" numa dada direção. Luminancímetro: aparelho que reproduz a imagem d superfície projetada e cuja a luminância deve ser medida. A energia elétrica produzida pelo fotosensor é ampliada medida por um galvanômetro calibrado em candelas por m2 Como medir P φ =η ω φ =I A E φ = η I E L φ lm W lm 2 m cd 'A I L = ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 19 LÂMPADAS Lâmpadas Incandescentes A iluminação incandescente resulta do aquecimento de um filamento até um valor capaz de produzir irradiação na porção visível do espectro. O aquecimento se dá pela passagem da corrente elétrica pelo filamento que está dentro de um bulbo onde existe vácuo ou um meio gasoso apropriado (argônio e nitrogênio e em alguns casos criptônio). Este filamento deve possuir um elevado ponto de fusão, baixa pressão de vapor, alta resistência e ductibilidade: Tungstênio. Temperatura de cor agradável, na faixa de 2700 K (amarelada) e reprodução de cor de 100%. As lâmpadas incandescentes estão proibidas no mercado hoje, por não atingirem os níveis mínimos de eficiência energética. (prazo até junho de 2017 para deixarem o mercado) “Em 2010, 70% dos lares brasileiros eram iluminados por lâmpadas incandescentes. Hoje, esse número inverteu. Agora, somente 30% das residências usam as incandescentes, que deixarão de ser comercializadas no Brasil, seguindo uma tendência mundial recomendada pela Agência Internacional de Energia”, disse em nota o responsável pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem, Marcos Borges. (29/06/2016 – globo.com) Acima, incandescente comum e incandescente espelhada. Incandescentes Halógenas Tem o mesmo princípio de funcionamento das incandescentes, porém foram incrementadas com a introdução de gases halógenos. Vantagens: - Tamanho reduzido; - Funcionamento imediato; - IRC 100; (excelente reprodução de cores) - Baixo custo inicial; d ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 20 - Podem ser facilmente controladas por “dimmers”. Desvantagens: - Baixa eficiência luminosa (muita dissipação de calor); - Possibilidade de ofuscamento; - Curta vida útil quando comparadas às fluorescentes; - Sensíveis a choques e vibrações; - Custo de operação elevado; - Sofrem com variação da tensão da rede. As que possuem refletor multifacetado coberto com película dicroica conseguem transferir 65% da radiação infravermelha (térmica) para trás, proporcionando uma luz mais “fria” que aquela obtida com refletores comuns. Lâmpadas de descarga Nessas lâmpadas o fluxo luminoso é gerado pela passagem de corrente através de um gás, ou de uma mistura de gases ou vapores, sem a existência de filamento. As lâmpadas de descarga podem ser: fluorescentes (tubulares, compactas ou eletrônicas); vapor de sódio; vapor de mercúrio ou multi-vapor metálico. • Fluorescentes Forma clássica para iluminação econômica. Vantagens em relação às incandescentes: - Custo de manutenção menor, devido à longa vida útil; - Eficiência luminosa 4 a 6 vezes maior do que as fluorescentes; - Baixa luminância - redução do risco de ofuscamento; - Vida média alta (6.000 a 20.000 horas). - Efeito estroboscópico. Desvantagens em relação às incandescentes: - Custo inicial alto; - Sensibilidade à temperatura do ambiente; - Produção de ruído pelos reatores; - Apenas alguns tipos podem utilizar “dimmers”; d ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 21 - Necessitam equipamento auxiliar (reatores, que fornecem alta voltagem inicial para começar a descarga e rapidamente limitar a corrente; e starters, que proporcionam a tensão necessária para a descarga inicial através de pulsações da corrente). • Lâmpadas de Vapor Mercúrio em Alta Pressão Utilizada para iluminação de grandes áreas internas (armazéns, depósitos, etc.) ou externas. Lâmpadas de descargas com aparência branco-azulada, eficiência de até 55 lm/W, apresentadas em potências de 80 a 1000 W. • Lâmpadas de Vapor de Sódio em Alta Pressão São lâmpadas com altíssima eficiência energética, até 130 lm/W, longa durabilidade e, consequentemente, longos intervalos para reposição. Estão gradualmente substituindo as lâmpadas ineficientes em iluminação pública, como as de vapor de mercúrio. Apresentam-se em versões tubulares e elipsoidais. Estas últimas se diferem pela emissão dourada, indicada para iluminação de locais onde a reprodução de cor não é um fator importante. Amplamente utilizadas na iluminação externa, avenidas, auto- estradas, viadutos, complexos viários, etc., têm seu uso ampliado para área industriais, siderúrgicas e ainda para locais específicoscomo aeroportos, estaleiros, portos, ferrovias, pátios e estacionamentos. As de baixa pressão provocam distorção das cores pela sua emissão monocrática (amarela). • Lâmpadas a Vapor Metálico São lâmpadas que combinam iodetos metálicos, apresentando alta eficiência energética e excelente reprodução de cor. Sua luz, extremamente branca e brilhante, realça e valoriza espaços e ilumina com intensidade, além de apresentar longa durabilidade e baixa carga térmica. Alta Potência: Para a iluminação de grandes áreas, com níveis de iluminância elevados e, principalmente, em locais onde alta qualidade de luz é primordial, as lâmpadas de multivapores metálicos de 250 a 3500W são ideais. As lâmpadas multivapores metálicos apresentam durabilidade variada, com índice de reprodução de cor de até 90%, eficiência energética de até 100 lm/W, temperatura de cor de 3000 a 6000K, em versões elipsoidais, tubulares e compactas. São indicadas para iluminação de estádios de futebol, ginásios poliesportivos, piscinas cobertas, indústrias, supermercados, salas de exposição, salões, saguões de teatros e hotéis, fachadas, praças, 7 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 22 monumentos, aeroportos,locais onde ocorrem filmagens e televisionamentos externos, a exemplo dos “sambódromos”. Baixa Potência: Baseando-se nas características das lâmpadas de multivapores metálicos de alta potência, foram desenvolvidas as de baixa potência de 20 a 70W, em versões compactas. Todas, sem exceção, apresentam pequenas dimensões, alta eficiência, ótima reprodução de cor, vida útil longa e baixa carga térmica. Cada uma, dentro de sua característica, é recomendada tanto para uso interno como externo, na iluminação geral ou localizada. Ideais para shopping centers, lojas, vitrines, hotéis, stands, museus, galerias, jardins, fachadas e monumentos. Lâmpada de Led’s (diodo emissor de luz) O LED (diodo emissor de luz) é constituído por uma série de camadas de material semicondutor. Diferentemente do que ocorre com as lâmpadas incandescentes, o LED emite luz em uma determinada cor. A cor da luz depende do material utilizado em sua composição e varia entre as cores vermelho, amarelo, verde e azul. A cor branca pode ser produzida através da mistura das cores azul, vermelha e verde ou através do LED azul com fósforo amarelo. O LED azul proporciona uma excitação do fósforo, fazendo com que ele emita luz amarela, resultando na luz branca. Com o avanço tecnológico, a eficiência dos LED’s aumentou, consideravelmente, nos últimos anos. Dependendo do tipo de cor, obtemos em torno de 50 a 60 lm/W, incrementando ainda mais a cada ano. A tensão de operação do LED também varia em função da cor, variando de 2V a 4V para uma corrente de condução de até 70mA. A eficiência máxima é obtida pelo uso de uma fonte de corrente contínua (DC). A utilização intensiva de fontes eletrônicas em grandes instalações deve merecer atenção especial para aspectos como distorção harmônica e fator de potência. Os LED’s estão sendo utilizados em semáforos de trânsito, na iluminação interna de automóveis e em outros equipamentos de sinalização. Já existem iniciativas de utilização em iluminação pública. d ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 23 MANUAL DE ILUMINAÇÃO – PROCEL – Agosto 2011 2.2 EQUIPAMENTOS AUXILIARES UTILIZADOS EM ILUMINAÇÃO SOQUETE/BASE Tem como função garantir fixação mecânica e a conexão elétrica da lâmpada. TRANSFORMADOR Equipamento auxiliar cuja função é converter a tensão de rede (tensão primária) para outro valor de tensão (tensão secundária). Um único transformador poderá alimentar mais de uma lâmpada, desde que o somatório das potências de todas as lâmpadas a ele conectadas não ultrapasse a potência máxima do mesmo. REATORES Tem por finalidade provocar um aumento de tensão durante a ignição e uma redução na intensidade da corrente, durante o funcionamento da lâmpada. Em termos construtivos, podem se apresentar de duas formas: reatores eletromagnéticos ou reatores eletrônicos. REATORES ELETROMAGNÉTICOS São os mais comuns nas instalações antigas. Geralmente compostos de núcleo de ferro, bobinas de cobre e capacitores para correção do fator de potência. Devido às suas perdas elétricas, emissão de ruído audível, efeito flicker e carga térmica elevada, não contribuem para o uso eficiente da energia elétrica. REATORES ELETRÔNICOS São os mais procurados por profissionais voltados ao uso eficiente da energia. Trabalham em alta frequência (20 kHz a 50 kHz), sendo mais eficientes que os eletromagnéticos na conversão de potência elétrica em potência luminosa. A qualidade do produto, no entanto, é um fator que deve ser levado em consideração para que se obtenha sucesso na execução do projeto. Os aspectos básicos a serem considerados são o fator de potência (FP) e a distorção harmônica (THD). STARTER Elemento bimetálico com função de pré-aquecer os eletrodos das lâmpadas fluorescentes e fornecer, em conjunto com reator eletromagnético convencional, um pulso de tensão necessário para o acendimento da lâmpada. Os reatores eletrônicos e partida rápida não utilizam starter. IGNITOR Dispositivo eletrônico com função de fornecer à lâmpada um pulso de tensão necessário para o seu acendimento. CAPACITOR Acessório com função de corrigir o fator de potência de um sistema que utiliza reator eletromagnético. Da mesma forma que para cada lâmpada de descarga existe seu reator específico, existe também um capacitor específico para cada reator. DIMMER Tem como função variar continuamente a intensidade da luz de acordo com a necessidade. 5 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 24 Vou inserir, abaixo, parte do livro “Instalações Elétricas”, Hélio Creder, 15º Edição, pois, em um recurso que fiz à FGV, a banca citou o livro. É um dos livros mais famosos de instalações elétricas e muito conceituado. Ainda não consegui comprá-lo e as imagens estão ruins. Mas, “fica a dica”. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 25 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 26 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 27 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 28 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 29 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 30 MANUAL DE ILUMINAÇÃO – PROCEL – Agosto 2011 2.3 TIPOS DE LUMINÁRIAS A seguir, relacionamos os tipos de luminárias, características e aplicações: 2.3.1 FECHADAS (LÂMPADAS FLUORESCENTES) São luminárias que possuem difusores, que podem ser de vidro temperado ou acrílico. Podem ser herméticas ou também podem ser encontradas com vários tipos de elemento de controle de luz (refletores espelhados com proteção visual, difusor prismático, colmeias, etc.); sua manutenção é difícil. Podem ser fixadas sobre a superfície do teto e, em alguns casos, podem ser embutidas. Têm rendimentos moderados, dependendo do tipo de elemento de controle da luz. Os tipos que dispõem de refletores sem elementos de controle de luz apresentam melhor rendimento. 2.3.2 ABERTAS Podem ser encontradas com ou sem elementos de controle de luz; apresentam rendimento superior ao das luminárias fechadas; fácil manutenção; podem ser suspensas, embutidas ou fixadas sobre a superfície do teto. Utilizadas para iluminação geral de ambientes de escritórios, comerciais, depósitos e iluminação localizada (balcões). 2.3.3 SPOTS São utilizados com vários tipos de lâmpadas incandescentes refletoras, halógenas, lâmpadas coloridas e outros dispositivos, como filtros e refletores; são utilizados para iluminação direcional, apresentando grande flexibilidade no direcionamento do fluxo luminoso; possuem fácil manutenção; a fixação pode ser feita sobre superfícies ou embutida. Também se aplicam à Iluminação geral com controle de ofuscamento. 2.3.4 PROJETORES São encontrados em vários tamanhos; possuem bom rendimento luminoso; são fixados sobre as superfícies ou suspensos; podem ser usados com diversos tipos de lâmpadas, desde as incandescentes comuns, halógenas, até as lâmpadas de vapor de sódio; são de fácil manutenção, dependendo das condições do local. Podem ser aplicados a fachadas, depósitos, estacionamentos. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 31 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 32 NBR 15215-1: 2005 – Iluminação Natural – Conceitos básicos e definições Essa Norma é pequena, são 5 páginas, e traz definições muito importantes. Vamos vê-la, integralmente, abaixo. Achei essa introdução muito importante! Muito se pode retirar dela. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 33 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 34 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 35 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 36 Átrio http://slideplayer.com.br/slide/1240214/ ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 37 http://slideplayer.com.br/slide/1240214/ ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 38 Cobertura Shed ou Dente de Serra (Montero) ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 39 http://slideplayer.com.br/slide/1240214/ ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 40 Exemplo Duto de Sol ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 41 http://slideplayer.com.br/slide/1240214/ ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 42 http://slideplayer.com.br/slide/1240214/ ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 43 http://slideplayer.com.br/slide/1240214/ ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 44 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 45 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 46 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 47 (Lamberts & al., Eficiência Energética na Arquitetura, 2012) ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 48 NBR 15215-2: 2005 – Iluminação Natural – Procedimentos de cálculo para a estimativa da disponibilidade de luz natural Notem que, para efeito desta Norma, não é considerado o entorno como fonte de luz. Por isso, sempre digo, cada questão deve ser analisada com cuidado. A Norma, também, não descarta outras fontes, somente diz que, basicamente, a luz natural é composta pela luz direta do sol e a luz difundida na atmosfera. Não vamos nos aprofundar nesta Norma, mas a colocarei aqui, apenas para “passarem o olho”. O que é disponibilidade de luz natural para o efeito dos cálculos presentes na NBR 15215-2? É a quantidade de luz, em um determinado local, em função de suas características geográficas e climáticas, que se pode dispor por um certo período de tempo. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 49 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 50 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 51 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 52 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 53 (…) (...) ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 54 NBR ISO/CIE 8995-1: 2013 – Iluminação de ambientes de trabalho – Parte 1: Interior Introdução Uma boa iluminação propicia a visualização do ambiente, permitindo que as pessoas vejam, se movam com segurança e desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, precisa e segura, sem causar fadiga visual e desconforto. A iluminação pode ser natural, artificial ou uma combinação de ambas. Uma boa iluminação requer igual atenção para a quantidade e qualidade da iluminação. Embora seja necessária a provisão de uma iluminância suficiente em uma tarefa, em muitos exemplos a visibilidade depende da maneira pela qual a luz é fornecida, das características da cor da fonte de luz e da superfície em conjunto com o nível de ofuscamento do sistema. Nesta Norma foi levado em consideração não apenas a iluminância, mas também o limite referente ao desconforto por ofuscamento e o índice de reprodução de cor mínimo da fonte para especificar os vários locais de trabalho e tipos de tarefas. Os parâmetros para criar as condições visuais confortáveis estão propostos no corpo desta Norma. Os valores recomendados foram considerados, a fim de representar um balanço razoável, respeitando os requisitos de segurança, saúde e um desempenho eficiente do trabalho. Os valores podem ser atingidos com a utilização de soluções energeticamente eficientes. Existem também parâmetros ergonômicos visuais, como a capacidade de percepção e as características e atributos da tarefa, que determinam a qualidade das habilidades visuais do usuário e, consequentemente, os níveis de desempenho. Em alguns casos a otimização destes fatores de influência pode melhorar o desempenho sem ser necessário aumentar os níveis de iluminância. Por exemplo, pela melhora do contraste na tarefa, ampliando a visualização de própria tarefa através do uso de equipamentos de auxílio à visão (óculos) e pela provisão de sistemas de iluminação especiais com capacidade de uma iluminação local direcional. NOTA BRASILEIRA Entende-se por equipamentos de auxílio à visão: óculos, lentes, lupas, protetores de tela etc. Vários pontos importantes nessa introdução! Vamos reforçá-los! ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 55 (Lamberts & al., Eficiência Energética na Arquitetura, 2012) Logo na introdução, podemos notar duas novidades em relação à antiga, trazendo, não só o valor da iluminância necessária, como o limite referente ao desconforto por ofuscamento e o índice de reprodução de cor mínimo da fonte. Outro ponto que gostaria de ressaltar é a preocupação com a eficiência energética. Pois buscou-se um balanço razoável entre os requisitos de segurança, saúde e desempenho eficientedo trabalho, ressaltando que os valores podem ser atingidos com a utilização de soluções energeticamente eficientes. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 56 Percebem como conseguimos ler melhor quando temos um contraste adequado? Coloquei o primeiro quadro, acima, com fundo mais escuro de propósito. Exemplos de iluminação local e geral: (Lamberts & al., Eficiência Energética na Arquitetura, 2012) ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 57 Agora, vamos às definições, parte que sempre deve ser lida nas Normas para efeito de concurso. 3 Definições Em geral os termos utilizados nesta Norma estão definidos no Vocabulário de Iluminação CIE (CIE 17.4 – 1987), mas existem alguns termos a mais que estão definidos abaixo: 3.1 tarefa visual: Os elementos visuais da tarefa a ser realizada. 3.2 área da tarefa: A área parcial em um local de trabalho no qual a tarefa visual está localizada e é realizada. 3.3 entorno imediato: Uma zona de no mínimo 0,5 m de largura ao redor da área da tarefa dentro do campo de visão. NOTA BRASILEIRA Entende-se por largura, a área adjacente à área de tarefa, seja esta horizontal, vertical ou inclinada. Ver 4.3.1. 3.4 iluminância mantida (Em): Valor abaixo do qual não convém que a iluminância média da superfície especificada seja reduzida. 3.5 índice de ofuscamento unificado (UGR): Definição da CIE para o nível de desconforto por ofuscamento. 3.6 índice limite de ofuscamento unificado (UGRL): Valor máximo permitido do nível de ofuscamento unificado de projeto para uma instalação de iluminação. 3.7 ângulo de corte: Ângulo medido a partir do plano horizontal, abaixo do qual a(s) lâmpada(s) é(são) protegida(s) da visão direta do observador pela luminária. NOTA BRASILEIRA Incluem-se, além de lâmpadas, outros tipos de fontes luminosas, como leds e outros. 3.8 plano de trabalho: Superfície de referência definida como o plano onde o trabalho é habitualmente realizado. 4 Critérios do projeto de iluminação 4.1 Ambiente luminoso A prática de uma boa iluminação para locais de trabalho é muito mais que apenas fornecer uma boa visualização da tarefa. É essencial que as tarefas sejam realizadas facilmente e com conforto. Desta maneira a iluminação deve satisfazer os aspectos quantitativos e qualitativos exigidos pelo ambiente. Em geral a iluminação assegura: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 58 — conforto visual, dando aos trabalhadores uma sensação de bem-estar, — desempenho visual, ficando os trabalhadores capacitados a realizar suas tarefas visuais, rápida e precisamente, mesmo sob circunstâncias difíceis e durante longos períodos, — segurança visual, ao olhar ao redor e detectar perigos. A fim de satisfazer isto, é requerido que seja dada atenção a todos os parâmetros que contribuem para o ambiente luminoso. Os principais parâmetros são: — distribuição da luminância, — iluminância, — ofuscamento, — direcionalidade da luz, — aspectos da cor da luz e superfícies, — cintilação, — luz natural, — manutenção. Os valores de projeto para os parâmetros quantificáveis de iluminância, desconforto referente ao ofuscamento e reprodução de cor estão estabelecidos na Seção 5 para várias atividades. NOTA Adicionalmente à iluminação, existem outros parâmetros ergonômicos visuais que influenciam o desempenho visual dos operadores, como: a) as propriedades intrínsecas da tarefa (tamanho, forma, posição, cor e refletância do detalhe e do fundo). b) capacidade oftálmica do operador (acuidade visual, percepção de profundidade, percepção da cor). A atenção a estes fatores pode otimizar o desempenho visual sem a necessidade de um incremento dos níveis de iluminância. Então, de novo a importância da qualidade e, não só a quantidade em um projeto de iluminação. É importante pensarmos, também, não só na visualização da tarefa, mas, que sejam realizadas facilmente e com conforto. Em geral, a iluminação deve assegurar conforto, desempenho e segurança visual. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 59 A atenção a estes fatores pode otimizar o desempenho visual sem a necessidade de um incremento dos níveis de iluminância. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 60 4.2 Distribuição da luminância A distribuição da luminância no campo de visão controla o nível de adaptação dos olhos, o qual afeta a visibilidade da tarefa. Uma adaptação bem balanceada da luminância é necessária para ampliar: — a acuidade visual (nitidez da visão), — a sensibilidade ao contraste (discriminação das diferenças relativamente pequenas de luminância), — a eficiência das funções oculares (como acomodação, convergência, contrações pupilares, movimento dos olhos etc.). ILUMINÂNCIA (E) LUMINÂNCIA (L) A luz que uma lâmpada irradia, relacionada à superfície à qual incide, define uma nova grandeza luminotécnica denominada de Iluminamento, nível de iluminação ou Iluminância. Expressa em lux (lx), indica o fluxo luminoso de uma fonte de luz que incide sobre uma superfície situada à uma certa distância dessa fonte. Os raios de luz não são vistos, a menos que sejam refletidos em uma superfície e aí transmitam a sensação de claridade aos olhos. Essa sensação de claridade é chamada de Luminância. É a Intensidade Luminosa que emana de uma superfície, pela sua superfície aparente. Unidade: Lux (lm/m2) Unidade: cd/m2 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 61 A distribuição de luminâncias variadas no campo de visão também afeta o conforto visual e convém que sejam evitadas: — luminâncias muito altas que podem levar ao ofuscamento. — contrastes de luminâncias muito altos causam fadiga visual devido à contínua readaptação dos olhos. — luminâncias muito baixas e contrastes de luminância muito baixos resultam em um ambiente de trabalho sem estímulo e tedioso. — convém que seja dada atenção à adaptação na movimentação de zona para zona no interior do edifício. As luminâncias de todas as superfícies são importantes e são determinadas pela refletância e pela iluminância nas superfícies. As faixas de refletâncias úteis para as superfícies internas mais importantes são: — teto: 0,6 – 0,9 — paredes: 0,3 – 0,8 — planos de trabalho: 0,2 – 0,6 — piso: 0,1 – 0,5 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 62 OSRAM – Curso de Iluminação: Conceitos e Projetos Limitação de Ofuscamento Duas formas de ofuscamento podem gerar incômodos: • Ofuscamento direto, através de luz direcionada diretamente ao campo visual. • Ofuscamento reflexivo, através da reflexão da luz no plano de trabalho, direcionando-a para o campo visual. Considerando que a Luminância da própria luminária é incômoda a partir de 200 cd/m², valores acima deste não devem ultrapassar o ângulo de 45º, como indicado na fig. 35. O posicionamento e a Curva de Distribuição Luminosa devem ser tais que evitem prejudicar as atividades do usuário da iluminação. Proporção Harmoniosa entre Luminâncias Acentuadas diferenças entre as Luminâncias de diferentes planos causam fadiga visual, devido ao excessivo trabalho de acomodação dos olhos, ao passar por variações bruscas de sensação de claridade. Para evitar esse desconforto,recomenda-se que as Luminâncias de piso, parede e teto se harmonizem numa proporção de 1:2:3, e que, no caso de uma mesa de trabalho, a Luminância não seja inferior a 1/3 da do objeto observado (fig. 36). Efeitos Luz e Sombra Deve-se tomar cuidado no direcionamento do foco de uma luminária, para evitar que sejam criadas sombras incômodas, lembrando, porém, que a total ausência de sombras leva à perda da identificação da textura e do formato dos objetos. Uma boa iluminação não significa luz distribuída por igual. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 63 4.3 Iluminância A iluminância e sua distribuição nas áreas de trabalho e no entorno imediato têm um maior impacto em como uma pessoa percebe e realiza a tarefa visual de forma rápida, segura e confortável. Para lugares onde a área específica é desconhecida, a área onde a tarefa pode ocorrer é considerada a área de tarefa. Todos os valores de iluminância especificados nesta Norma são iluminâncias mantidas e proporcionam a segurança visual no trabalho e as necessidades do desempenho visual. 4.3.1 Iluminâncias recomendadas na área de tarefa Os valores dados na Seção 5 são as iluminâncias mantidas sobre a área da tarefa no plano de referência que pode ser horizontal, vertical ou inclinado. A iluminância média para cada tarefa não pode estar abaixo dos valores dados na Seção 5, independentemente da idade e condições da instalação. Os valores são válidos para uma condição visual normal e são levados em conta os seguintes fatores: — requisitos para a tarefa visual, — segurança, — aspectos psicofisiológicos assim como conforto visual e bem-estar, — economia, — experiência prática. Aqui, temos outra novidade da Norma nova: ela traz um único valor de iluminância média mantida para condições normais, podendo ser ajustado caso as condições visuais não sejam normais. A iluminância mantida depende das características de manutenção da lâmpada, da luminária, do ambiente e do programa de manutenção. A NBR 5413 tinha, em sua tabela, 3 valores de iluminância. Os valores de iluminância podem ser ajustados em pelo menos um nível na escala da iluminância, se as condições visuais forem diferentes das assumidas como normais. Convém que a iluminância seja aumentada quando: — contrastes excepcionalmente baixos estão presentes na tarefa, — o trabalho visual é crítico, — a correção dos erros é onerosa, — é da maior importância a exatidão ou a alta produtividade, ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 64 — a capacidade de visão dos trabalhadores está abaixo do normal. — A iluminância mantida necessária pode ser reduzida quando: — os detalhes são de um tamanho excepcionalmente grande ou de alto contraste, — a tarefa é realizada por um tempo excepcionalmente curto. Em áreas onde um trabalho contínuo é realizado, a iluminância mantida não pode ser inferior a 200 lux. 4.3.2 Escala da iluminância Um fator de aproximadamente 1,5 representa a menor diferença signifi cativa no efeito subjetivo da iluminância. Em condições normais de iluminação, aproximadamente 20 lux de iluminância horizontal é exigida para diferenciar as características da face humana, e é o menor valor considerado para a escala das iluminâncias. A escala recomendada das iluminâncias é: 20 – 30 – 50 – 75 – 100 – 150 – 200 – 300 – 500 – 750 – 1 000 – 1 500 – 2 000 – 3 000 – 5 000 lux 4.3.3 Iluminâncias no entorno imediato A iluminância no entorno imediato deve estar relacionada com a iluminância da área de tarefa, e convém que proveja uma distribuição bem balanceada da luminância no campo de visão. Mudanças drásticas nas iluminâncias ao redor da área de tarefa podem levar a um esforço visual estressante e desconforto. A iluminância mantida das áreas do entorno imediato pode ser mais baixa que a iluminância da área da tarefa, mas não pode ser inferior aos valores dados na tabela abaixo. Adicionalmente à iluminância na área de tarefa, deve ser provida uma adaptação adequada da luminância de acordo com 4.2. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 65 4.3.4 Uniformidade A uniformidade da iluminância é a razão entre o valor mínimo e o valor médio. A iluminância deve se alterar gradualmente. A área da tarefa deve ser iluminada o mais uniformemente possível. A uniformidade da iluminância na tarefa não pode ser menor que 0,7. A uniformidade da iluminância no entorno imediato não pode ser inferior a 0,5. Lembrando que este curso é anterior à Norma atual, logo, agora, devemos consultar a NBR ISSO/CIE 8995:2013. OSRAM – Curso de Iluminação: Conceitos e Projetos 4.6.1 Nível Adequado de Iluminância Quanto mais elevada a exigência visual da atividade, maior deverá ser o valor da Iluminância Média (Em) sobre o plano de trabalho. Deve-se consultar a norma NBR-5413 para definir o valor de iluminância média pretendido. Como já foi mencionado anteriormente, deve-se considerar também que, com o tempo de uso, se reduz o Fluxo Luminoso da lâmpada devido tanto ao desgaste, quanto ao acúmulo de poeira na luminária, resultando em uma diminuição da Iluminância. (Fig. 29) Por isso, quando do cálculo do número de luminárias, estabelece-se um Fator de Depreciação (Fd), o qual, elevando o número previsto de luminárias, evita que, com o desgaste, o nível de Iluminância atinja valores abaixo do mínimo recomendado. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 66 4.4 Ofuscamento Ofuscamento é a sensação visual produzida por áreas brilhantes dentro do campo de visão, que pode ser experimentado tanto como um ofuscamento desconfortável quanto como um ofuscamento inabilitador. O ofuscamento pode também ser causado por reflexões em superfícies especulares e é normalmente conhecido como reflexões veladoras ou ofuscamento refletido. É importante limitar o ofuscamento aos usuários para prevenir erros, fadiga e acidentes. O ofuscamento inabilitador é mais comum na iluminação exterior, mas também pode ser experimentado em iluminação pontual ou fontes brilhantes intensas, como uma janela em um espaço relativamente pouco iluminado. No interior de locais de trabalho, o ofuscamento desconfortável geralmente surge diretamente de luminárias brilhantes ou janelas. Se os limites referentes ao ofuscamento desconfortável forem atendidos, o ofuscamento inabilitador não é geralmente um grande problema. 4.4.1 Proteção contra o ofuscamento O ofuscamento é causado por luminâncias excessivas ou contrastes no campo de visão e pode prejudicar a visualização dos objetos. Convém que isto seja evitado, por exemplo, através da proteção contra visão direta das lâmpadas ou por um escurecimento nas janelas por anteparos. NOTA BRASILEIRA Entende-se por anteparos, os elementos que reduzam a intensidade da luminância da superfície, como brises, persianas e outros. Para lâmpadas elétricas, o ângulo de corte mínimo para proteção de visualização direta da lâmpada não pode ser menor que os valores estabelecidos na tabela abaixo: NOTA BRASILEIRA Além de lâmpadas elétricas, incluem-se outras fontes de luz artificial. Não convém que o ângulo de corte mencionado acima seja aplicado para luminárias que não apareçam no campo de visão do trabalhador durante o trabalho de rotina e/ou não causem ao trabalhador qualquer ofuscamento inabilitador perceptível. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 67 Relembrando... 3.7 ângulo de corte: Ângulo medido a partirdo plano horizontal, abaixo do qual a(s) lâmpada(s) é(são) protegida(s) da visão direta do observador pela luminária. (...) 4.4.3 Reflexão veladora e ofuscamento refletido As reflexões especulares em uma tarefa visual, muitas vezes chamadas de reflexão veladora ou ofuscamento refletido, podem alterar a visualização da tarefa e normalmente são prejudiciais. A reflexão veladora e o ofuscamento refletido podem ser evitados ou reduzidos se tomadas as seguintes medidas: — distribuição de luminárias e locais de trabalho (evitando colocar luminárias na zona prejudicada), — acabamento superficial (utilizar superfícies com materiais pouco reflexivos), — luminância das luminárias (limite), — aumento da área luminosa da luminária (ampliar a área luminosa), — teto e as superfícies da parede (clarear, evitar pontos brilhantes). 4.5 Direcionalidade ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 68 A iluminação direcional pode ser utilizada para destacar objetos, para revelar texturas e melhorar a aparência das pessoas em um espaço. Isto está descrito pelo termo “modelagem”. A iluminação direcional de uma tarefa visual pode também aumentar sua visibilidade. 4.5.1 Modelagem A modelagem se refere ao equilíbrio entre a luz difusa e direcional. Isto é um critério válido da qualidade da iluminação em praticamente todos os tipos de ambientes internos. A aparência geral de um ambiente interno é realçada quando sua estrutura, as pessoas e os objetos inseridos nele são iluminados de tal forma que as texturas sejam reveladas de forma clara e agradável. Isto ocorre quando a luz vem notadamente de uma direção; as sombras formadas são essenciais para uma boa modelagem e são formadas sem confusão. Não é recomendado que a iluminação seja tão direcional a ponto de poder produzir fortes sombras, nem convém que seja tão difusa ou o efeito da modelagem se perde por completo, resultando em um ambiente luminoso monótono. (Lamberts & al., Eficiência Energética na Arquitetura, 2012) 4.5.2 Iluminação direcional de tarefas visuais A iluminação em uma direção específica pode revelar os detalhes de uma tarefa visual, aumentando sua visibilidade e fazendo com que a tarefa seja realizada mais facilmente. É particularmente importante para tarefas de texturização finas e gravações/entalhes. 4.6 Aspectos da cor ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 69 As qualidades da cor de uma lâmpada próxima à cor branca são caracterizadas por dois atributos: — a aparência de cor da própria lâmpada, — sua capacidade de reprodução de cor, que afeta a aparência da cor de objetos e das pessoas iluminadas pela lâmpada. Estes dois atributos devem ser considerados separadamente. 4.6.1 Aparência da cor A “aparência da cor” de uma lâmpada refere-se à cor aparente (cromaticidade da lâmpada) da luz que ela emite. Pode ser descrita pela sua temperatura de cor correlata. As lâmpadas normalmente são divididas em três grupos, de acordo com suas temperaturas de cor correlata (Tcp). A escolha da aparência da cor é uma questão psicológica, estética e do que é considerado natural. A escolha depende da iluminância, cores da sala e mobiliário, clima e aplicação. Em climas quentes geralmente é preferencial a aparência da cor de uma luz mais fria, e em climas frios é preferencial a aparência da cor de uma luz mais quente. Essa questão da aparência da cor é interessante, e pode se tornar uma pegadinha na prova. Quanto mais a aparência da cor é quente, menor é sua temperatura e vice-versa. Para não se esquecer, imagina uma madeira em brasa, quando ela começa a esquentar, fica vermelha, e, a medida que, vai esquentando, fica azulada, até ficar branca. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 70 Manual Luminotécnico Prático - OSRAM Temperatura de cor Símbolo: T Unidade: K (Kelvin) Em aspecto visual, admite-se que é bastante difícil a avaliação comparativa entre a sensação de Tonalidade de Cor de diversas lâmpadas. Para estipular um parâmetro, foi definido o critério Temperatura de Cor (Kelvin) para classificar a luz. Assim como um corpo metálico que, em seu aquecimento, passa desde o vermelho até o branco, quanto mais claro o branco (semelhante à luz diurna ao meio-dia), maior é a Temperatura de Cor (aproximadamente 6500K). A luz amarelada, como de uma lâmpada incandescente, está em torno de 2700 K. É importante destacar que a cor da luz em nada interfere na Eficiência Energética da lâmpada, não sendo válida a impressão de que quanto mais clara, mais potente é a lâmpada. Convém ressaltar que, do ponto de vista psicológico, quando dizemos que um sistema de iluminação apresenta luz “quente” não significa que a luz apresenta uma maior temperatura de cor, mas sim que a luz apresenta uma tonalidade mais amarelada. Um exemplo deste tipo de iluminação é a utilizada em salas de estar, quartos ou locais onde se deseja tornar um ambiente mais aconchegante. Da mesma forma, quanto mais alta for a temperatura de cor, mais “fria” será a luz. Um exemplo deste tipo de iluminação é a utilizada em escritórios, cozinhas ou locais em que se deseja estimular ou realizar alguma atividade. Esta característica é muito importante de ser observada na escolha de uma lâmpada, pois dependendo do tipo de ambiente há uma temperatura de cor mais adequada para esta aplicação. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 71 4.6.2 Reprodução de cor É importante tanto para o desempenho visual quanto para a sensação de conforto e bem-estar que as cores do ambiente, dos objetos e da pele humana sejam reproduzidas natural e corretamente, e de modo que façam com que as pessoas tenham uma aparência atrativa e saudável. As cores para segurança de acordo com a ISO 3864 devem sempre ser reconhecíveis e claramente discriminadas. Para fornecer uma indicação objetiva das propriedades de reprodução de cor de uma fonte de luz, foi introduzido o índice geral de reprodução de cor Ra. O valor máximo de Ra é 100. Este valor diminui com a redução da qualidade de reprodução de cor. Não se recomenda a utilização de lâmpadas com Ra inferior a 80 em interiores onde as pessoas trabalham ou permanecem por longos períodos. Pode haver exceções para a iluminação de montagem alta (“high-bay” – iluminação utilizada em alturas de montagem superior a 6 m) e para iluminação externa. Mas mesmo nessas condições devem ser tomadas medidas adequadas para garantir que lâmpadas com uma reprodução de cor mais alta sejam utilizadas em locais de trabalho continuamente ocupados e também onde as cores para segurança têm que ser reconhecidas. Os valores mínimos recomendados do índice geral de reprodução de cor de diferentes tipos de ambientes internos, tarefas ou atividades estão estabelecidos na Seção 5. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 72 OSRAM – Curso de Iluminação: Conceitos e Projetos 4.9 Índice de reprodução de cor Símbolo: IRC ou Ra Objetos iluminados podem nos parecer diferentes, mesmo se as fontes de luz tiverem idêntica tonalidade. As variações de cor dos objetos iluminados sob fontes de luz diferentes podem ser identificadas através de um outro conceito, a Reprodução de Cor, e de sua escala qualitativa, o Índice de Reprodução de Cor (IRC ou RA). O IRC é estabelecido em função da luz natural que tem reprodução fidedigna, ou seja, 100. No caso das lâmpadas, o IRC é estabelecido entre 0 e 100, comparando-se a suapropriedade de reprodução de cor à luz natural (do sol). Portanto, quanto maior a diferença na aparência de cor do objeto iluminado em relação ao padrão, menor é seu IRC. Com isso, explica-se o fato de lâmpadas de mesma Temperatura de Cor possuírem Índice de Reprodução de Cor diferentes (figs. 37 e 38). 4.9.1 Espectro de Radiação Visível Como já mencionamos nos itens 4.1 e 4.2, luz é uma faixa de radiação eletromagnética, com comprimento de onda entre 380 a 780 nm (nanômetros), ou seja, da cor ultravioleta à vermelha, passando pelo azul, verde, amarelo e roxo. As cores azul, vermelho e verde, quando somadas em quantias iguais, definem o aspecto da luz branca. Espectros contínuos ou descontínuos resultam em fonte de luz com presença de comprimentos de ondas de cores distintas. Cada fonte de luz tem, portanto, um espectro de radiação próprio que lhe confere características e qualidades específicas. A cor de um objeto é determinada pela reflexão de parte do espectro de luz que incide sobre ele. Isso significa que uma boa Reprodução de Cor está diretamente ligada à qualidade da luz incidente, ou seja, à distribuição equilibrada das ondas constituintes do seu espectro. Ao lado, apresentam- se alguns espectros de lâmpadas (figs. 39 a 43). ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 73 A professora Ana Seroa (UFF) sempre exemplifica, em suas aulas, o caso da proibição das lâmpadas de sódio na iluminação de estradas, em Londres, para ressaltar a importância da reprodução da cor. Embora as lâmpadas de sódio tenham alta eficiência luminosa, seu rendimento cromático é ruim. Como a lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão emite radiação monocromática amarela, o que não for amarelo, não terá nada para refletir, ficando escuro e causando ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 74 confusão em caso de acidente na estrada. Pois, na hora do socorro, não se conseguia distinguir uma poça de sangue, de uma poça de óleo, por exemplo. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 75 (OSRAM, Manual Luninotécnico Prático) 4.7 Luz natural A luz natural pode fornecer parte ou toda a iluminação para execução de tarefas visuais. A luz natural varia em nível e composição espectral com o tempo e, por esta razão, a iluminação de um ambiente interno sofre variações. A luz natural pode criar uma modelagem e uma distribuição de luminância específica devido ao seu fluxo quase horizontal proveniente das janelas laterais. A luz natural pode também ser fornecida por aberturas zenitais e outros elementos de fenestração. As janelas podem também fornecer um contato visual com o mundo exterior, o qual é preferido pela maioria das pessoas. Evitar o contraste excessivo e desconforto térmico causados pela exposição direta da luz do sol em áreas de trabalho. Fornecer um controle adequado da luz do sol, com persianas ou brises, de tal forma que a luz do sol direta não atinja os trabalhadores e/ou as superfícies no interior do campo de visão. Em interiores com janelas laterais, a disponibilidade da luz natural diminui rapidamente com o distanciamento da janela. Não é recomendável, nestes interiores, que o fator de luz natural seja inferior a 1 % no plano de trabalho a 3 m da parede da janela e a 1 m das paredes laterais. Recomenda-se que uma iluminação suplementar seja fornecida para garantir a iluminância requerida no local de trabalho e o balanceamento da distribuição da luminância no interior da sala. Um acionamento automático ou manual e/ou um sistema de dimerização pode ser utilizado para garantir uma integração apropriada entre a luz artificial e a luz natural. A fim de reduzir o ofuscamento causado pelas janelas, uma proteção deve ser prevista. Muito interessante a Norma nos trazer essa importância da luz natural. Esse pequeno trecho da Norma traz, além da importância da luz natural, importantes conceitos em relação a mesma: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 76 • Caracteriza-se muito por grande mutabilidade não somente em termos de quantidade, mas também de aparência, cor da luz e de sua projeção no espaço (em função das posições do sol). • Conforto visual em virtude do contato propiciado com o mundo exterior. • Requer cuidados com o contraste excessivo. • Requer cuidados com os ganhos térmicos. • Requer cuidados a fim de se prevenir o ofuscamento. • Necessidade de controle através de persianas ou brises. • Em janelas laterais, a disponibilidade da luz natural diminui rapidamente com o distanciamento da janela. • Ideia da iluminação artificial suplementar para garantir uma boa distribuição de luminância. 4.8 Manutenção NOTA BRASILEIRA Recomenda-se consultar a CIE 97:2005. Os níveis de iluminação recomendados para cada tarefa são fornecidos como iluminância mantida. A iluminância mantida depende das características de manutenção da lâmpada, da luminária, do ambiente e do programa de manutenção. Convém que o projeto de iluminação seja desenvolvido com o fator de manutenção total calculado para o equipamento de iluminação selecionado, para o tipo de ambiente e para o cronograma de manutenção especificado. Não se recomenda que o fator de manutenção calculado seja inferior a 0,70. OSRAM – Curso de Iluminação: Conceitos e Projetos 4.5.4 Fator de Depreciação (ou Fator de Manutenção) Símbolo: Fd Unidade: % Todo o sistema de iluminação tem, após sua instalação, uma depreciação no nível de iluminância ao longo do tempo. Esta é decorrente da depreciação do fluxo luminoso da lâmpada e do acúmulo de poeira sobre lâmpadas e luminárias. Para compensar parte desta depreciação, estabelece-se um fator de depreciação que é utilizado no cálculo do números de luminárias. Este fator evita que o nível de iluminância atinja valores abaixo do mínimo recomendado. Para efeitos práticos pode-se utilizar a tabela (Anexo 4). Nesta publicação, iremos considerar uma depreciação de 20% para ambientes com boa manutenção / limpeza (escritórios e afins) e de 40% para ambientes com manutenção crítica (galpões industriais, garagens etc.), dando origem a Fatores de Depreciação, respectivamente, Fd = 0,8 e Fd = 0,6. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 3) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 77 4.9 Considerações sobre energia Convém que a instalação do sistema de iluminação atenda aos requisitos de iluminação de um ambiente específico, de uma tarefa ou de uma atividade sem desperdício de energia. Entretanto, é importante não comprometer os aspectos visuais de uma instalação de iluminação simplesmente para reduzir o consumo de energia. Isto requer que se considere um sistema de iluminação, equipamentos, controles apropriados e a utilização da luz natural disponível. Em alguns países são estabelecidos limites de energia disponível para a iluminação, os quais devem ser observados. Estes limites podem ser alcançados pela seleção criteriosa do sistema de iluminação e pela utilização de acionamento automático ou manual ou dimerização das lâmpadas. Segundo Lúcia Mascaró, até há um tempo atrás, a iluminação natural foi um meio econômico de se economizar energia. Depois, com o advento da iluminação barata, com os tubos fluorescentes, houve dúvida sobre a real necessidade da iluminação natural, tendo em vista que a artificial é bem mais fácil de se controlar. Com a crise energética, há a retomada dos estudos para o desenvolvimento e divulgação das técnicas da iluminação natural. 4.10 Iluminação de estações de
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