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O impacto da Perda da Função Renal no Organismo A Doença Renal Crônica (perda da função renal mantida no tempo) instala-se silenciosamente no organismo. Os rins perdem a capacidade de filtrar, reabsorver e eliminar substâncias tóxicas oriundas do metabolismo. E esta alteração pode trazer consequências graves a longo prazo. Hipertensão Além de constituir um fator de risco, é uma consequência comum da doença renal crônica (hipertensão de causa renal). Um rim que deixa progressivamente de filtrar leva à acúmulo de substâncias no organismo. Algumas têm um grau de toxicidade, como a ureia, que provoca náuseas e vômitos, outras são tão simples como a própria água. A hipertensão arterial ocorre graças à retenção de líquidos e sal. Há tendência para os pés e a região periorbital incharem. Problemas cardiovasculares A doença renal crônica, através da hipertensão arterial, causa desarranjos no sistema cardiovascular. A ICC é consequência natural da IRA/IRC, já que o rim é um dos órgãos que mais tem pequenos vasos e é responsável por controlar a quantidade de líquidos o organismo. Além disso, quando há uma doença vascular disseminada, podem surgir vasoconstrição na artéria renal que diminuem a irrigação. O rim começa a sofrer e a encolher (rim isquêmico), levando a perda irreversível da sua função. Há alterações metabólicas que lesam as células vasculares. Em alguns casos, os medicamentos anti- hipertensivos usados para tratar a doença renal fazem aumentar o potássio, que é um ion fundamental para o organismo, mas que acima de certos níveis, é um fator de risco gravíssimo para problemas de ritmo cardíaco. Hemorragias São uma das alterações que mais surgem em doentes renais crônicas. Por exemplo, gastrites ou úlceras do tubo digestivo com perda de sangue surgem com mais frequência porque têm as mucosas mais frágeis e a função das plaquetas (células do sangue que desempenham um papel fundamental no controle da hemorragia) está diminuída. Em alguma situações mais graves (Síndrome Hepato-renal, ocorrem distúrbios de coagulação sanguínea por diminuição dos fatores de coagulação que o fígado produz. Infecções A doença renal crônica afeta o sistema imunológico e o organismo sofre infeções com facilidade. Os doentes também têm mais tumores que as outras pessoas, porque a depressão da imunidade aumenta o risco de CA. Alterações do metabolismo fósforo-cálcio A medida que o rim vai excretando menos, o fósforo vai se acumulando, o que se traduz em níveis de fósforo elevados no sangue, níveis de cálcio baixos e numa diminuição da produção de vitamina D. Estas alterações induzem respostas hormonais do organismo nem sempre adequadas e fazem deteriorar a qualidade do osso, podendo levar a diversos tipos de doença óssea, em alguns casos com expressão clínica severa. Aumento do stress oxidativo Em muitas doenças renais há um conjunto de agressões oxidativas que levam a processos de inflamação local que, por sua vez, conduzem a uma proliferação reativa de células que acaba por ser patológica. Este processo tem tendência para se autorregenerar e, ao curar, muitas vezes leva à substituição de um tecido saudável e funcionante por um tecido cicatricial, que não tem função (fibrose). Esta situação é comum em doentes hipertensos e, sobretudo, em diabéticos. Anemia O rim fabrica um hormônio, a eritropoietina, que obriga a medula óssea a produzir glóbulos vermelhos. Na doença renal crônica, este hormônio vai lentamente deixando de se produzido, levando à anemia Desnutrição Em fases avançadas de doença renal crônica, a anemia e o aumento da ureia promovem falta de apetite. Por outro lado, à medida que a doença avança, o organismo entra num estado hipercatabólico em que, em vez de armazenar proteínas e gordura, começa a destruí-las ou eliminá-las.
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