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2 Impacto da Perda da Função Renal

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O impacto da Perda da Função 
Renal no Organismo
A Doença Renal Crônica (perda da função
renal mantida no tempo) instala-se
silenciosamente no organismo.
Os rins perdem a capacidade de filtrar, reabsorver
e eliminar substâncias tóxicas oriundas do
metabolismo.
E esta alteração pode trazer consequências graves
a longo prazo.
Hipertensão
Além de constituir um fator de risco, é uma
consequência comum da doença renal crônica
(hipertensão de causa renal).
Um rim que deixa progressivamente de filtrar leva
à acúmulo de substâncias no organismo. Algumas
têm um grau de toxicidade, como a ureia, que
provoca náuseas e vômitos, outras são tão simples
como a própria água.
A hipertensão arterial ocorre graças à retenção de
líquidos e sal. Há tendência para os pés e a região
periorbital incharem.
Problemas cardiovasculares
A doença renal crônica, através da hipertensão
arterial, causa desarranjos no sistema cardiovascular.
A ICC é consequência natural da IRA/IRC, já que o rim
é um dos órgãos que mais tem pequenos vasos e é
responsável por controlar a quantidade de líquidos o
organismo.
Além disso, quando há uma doença vascular
disseminada, podem surgir vasoconstrição na artéria
renal que diminuem a irrigação.
O rim começa a sofrer e a encolher (rim isquêmico),
levando a perda irreversível da sua função.
Há alterações metabólicas que lesam as
células vasculares.
Em alguns casos, os medicamentos anti-
hipertensivos usados para tratar a doença renal
fazem aumentar o potássio, que é um ion
fundamental para o organismo, mas que acima de
certos níveis, é um fator de risco gravíssimo para
problemas de ritmo cardíaco.
Hemorragias
São uma das alterações que mais surgem em
doentes renais crônicas.
Por exemplo, gastrites ou úlceras do tubo
digestivo com perda de sangue surgem com mais
frequência porque têm as mucosas mais frágeis e a
função das plaquetas (células do sangue que
desempenham um papel fundamental no controle da
hemorragia) está diminuída.
Em alguma situações mais graves (Síndrome
Hepato-renal, ocorrem distúrbios de coagulação
sanguínea por diminuição dos fatores de coagulação
que o fígado produz.
Infecções
A doença renal crônica afeta o sistema
imunológico e o organismo sofre infeções
com facilidade.
Os doentes também têm mais tumores que as
outras pessoas, porque a depressão da imunidade
aumenta o risco de CA.
Alterações do metabolismo fósforo-cálcio
A medida que o rim vai excretando menos, o
fósforo vai se acumulando, o que se traduz em
níveis de fósforo elevados no sangue, níveis de
cálcio baixos e numa diminuição da produção de
vitamina D.
Estas alterações induzem respostas
hormonais do organismo nem sempre adequadas e
fazem deteriorar a qualidade do osso, podendo
levar a diversos tipos de doença óssea, em alguns
casos com expressão clínica severa.
Aumento do stress oxidativo
Em muitas doenças renais há um conjunto
de agressões oxidativas que levam a processos de
inflamação local que, por sua vez, conduzem a
uma proliferação reativa de células que acaba por
ser patológica.
Este processo tem tendência para
se autorregenerar e, ao curar, muitas vezes leva à
substituição de um tecido saudável e funcionante
por um tecido cicatricial, que não tem função
(fibrose).
Esta situação é comum em doentes
hipertensos e, sobretudo, em diabéticos.
Anemia
O rim fabrica um hormônio, a eritropoietina, que
obriga a medula óssea a produzir glóbulos vermelhos.
Na doença renal crônica, este hormônio vai
lentamente deixando de se produzido, levando à
anemia
Desnutrição
Em fases avançadas de doença renal crônica, a
anemia e o aumento da ureia promovem falta de
apetite.
Por outro lado, à medida que a doença avança,
o organismo entra num estado hipercatabólico em
que, em vez de armazenar proteínas e gordura,
começa a destruí-las ou eliminá-las.

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