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SKF RELIABILITY SYSTEMS Aplicação das técnicas ODS “Operating Deflection Shape” e Simulação Numérica para diagnóstico de problemas em equipamentos industriais Autor: Silas Santana dos Santos Trabalho apresentado no XIII° Seminário de Preditiva 23 e 24 de maio de 2007 SINOPSE SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 2 Nosso trabalho mostrará casos, desenvolvidos no grupo SKF, de estudos de sistemas dinâmicos através das técnicas de ODS e Simulação Numérica. Estas técnicas têm contribuido muito para facilitar o diagnóstico de problemas em equipamentos industriais, dinâmicos ou estáticos. O tema será abordado de uma forma teorica em um primeiro momento e depois passaremos para a demostração de três casos onde estas técnicas foram bem sucedidas. 1. INTRODUÇÃO A indústria vem desenvolvendo métodos e técnicas para aumentar a produtividade e baixar os custos com a manutenção. A acertividade nas paradas para manutenção dos equipamentos industriais evita perdas com paradas inesperadas e paradas feitas por intervenções incorretas. As técnicas de ODS “Operating Deflection Shape” e Simulação Numérica vem para facilitar e tornar o diagnóstico de problemas em equipamentos mais acertivo e diminuir o custo com as paradas dos equipamentos e a manutenção dos mesmos. A SKF possui cerca de 30 anos de experiência em serviços especializados de engenharia na área de estudos de sistemas dinâmicos, de equipamentos industriais, e, atualmente tem atuação destacada no Brasil em diversos segmentos industriais. 2. ESTUDO POR ODS “Operating Deflection Shape” DE SISTEMAS MECÂNICOS Deflexões excessivas contribui para degradação de equipamentos industriais, diminuindo a peformance e reduzindo a vida útil dos equipamentos. As análises por Operating Deflection Shape (ODS) dão uma estimativa imediata de quanto o equipamento está se deformando, dos pontos de maior deformação e das áreas onde os modos de deflexões (Corpo flexível ou rigido) estão presentes. Devido as características visuais, a análise por ODS mostra os movimentos dos equipamentos e associa os problemas estruturais em função das frequências. O ODS é medido com o equipamento em condição normal de operação. Esta análise mede a resposta dinâmica de um determinado equipamento em uma frequência específica. As medições de fase e amplitude são coletadas em vários pontos da estrutura e do equipamento, depois os sinais coletados são interpolados por uma função matemática. Os modos de deformação das estruturas são extraídos através da medição dos sinais de vibrações mecânicas, estes sinais são tratados e assim extraídas as informações de FFT – Fast Fourier Transform e FRF – Frequency Response Function. A FFT é um codigo numérico que calcula o DFT (Digital Fourier Tranform) de uma amostragem do sinal no tempo. A FRF é uma função medida no domínio da frequência que determina a propriedade dinâmica das máquinas ou estruturas e pode ser conhecida como função de coerência. 2.1. Etapas do estudo por ODS SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 3 O estudo por ODS é feito em 9 etapas, na primeira é feita a determinação da geometria do equipamento ou estrutura que será estudada, depois é desenhada a estrutura seguindo às especificações, em seguida definimos os pontos de medições e suas posições, na quarta etapa criamos a rota de medição, logo depois é definidos os DOF – graus de liberdades do sistema. Na quinta etapa é carregada a rota em um coletor de dados e tomadas as medições no equipamento em condição de operação, nas três últimas etapas é feito todo o pós- processamento. Os dados extraídos são nas formas de FFT e FRF. Figura 1: ETAPAS DO ESTUDO POR ODS 2.2. Dados Gerais dos estudos por ODS • É feita uma malha com um certo número de pontos (para medições) na estrutura do equipamento, cada ponto contendo três graus de liberdade nas direções x, y e z. • São realizadas no total: Um número X (número de pontos X 3 graus de liberdade) de medições de FFT(1) & X (número de pontos X 3 graus de liberdade) medições de FRF(2). Total de medições X + X = 2X, num tempo de 4 horas para medição de cada modelo. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 4 • O conjunto completo do equipamento possui um valor Y de pontos, estes são interpolados em relação aos X pontos medidos por uma função do quarto grau do tipo (aX4+ bX3+c X2 ...). O modelo matemático de ODS é equivalente a um modelo matemático de Elementos Finitos. O número de pontos a serem medidos é equivalente ao número de elementos da malha de um modelo matemático por elementos finitos. A função de interpolação que utilizamos para interpolar os pontos é definida de acordo com o grau de precisão que esperamos para o resultado do estudo. Como em um estudo por elementos finitos, um grande número de pontos e um grau muito elevado para a função de interpolação requer um tempo de processamento muito grande. Por isso é fortemente recomendado fazermos um balanceamento entre o número de pontos medidos e o grau da função de interpolação. 2.3. Tipos de problemas identificados pelo ODS O ODS é uma ferramenta muito potente para a identificação de problemas e como auxílio no diagnóstico de falhas em equipamentos rotativos. A sua grande vantagem é que os problemas existentes são mostratos de uma forma visual e clara. Utilizando as medições de FFT e FRF podemos animar um modelo matemático da estrutura e identificar as seguintes ocorrências: Movimentos globais das máquinas; Movimento relativo entre as partes do sistema; Movimento relativo entre fixações; Movimento relativo na base; Modo de flexão; Modo de torção. 2.4 Objetivos do estudo por ODS O objetivo principal em um estudo por ODS é verificar as frequências principais de vibração mecânica dos equipamentos, obter as deflexões de operação através da técnica de ODS, utilizando o software SKF ME’scopeVES para visualização do comportamento dinâmico do sistema. A base matemática para este estudo são as séries de Fourier e sua transformadas, bem como a determinação de uma função que descreve o fenômeno físico de propragação de energia em uma dada estrutura. 3. SIMULAÇÃO NUMÉRICA - FEA A simulação numérica pode ser considerada como o elo entre o diagnóstico feito pela técnica do ODS e a solução do problema em estudo. Em uma análise por elementos finitos construímos um modelo matemático que descreve o modelo real do equipamento, neste modelo podemos análisar modificações e verificar as configurações que melhor resolverá (1) Fast Fourier Transform (2) Frequency Response Function. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 5 os problemas identificados no estudo por ODS. Com a ampliação e melhorias dos computadores a técnica de Elementos Finitos tem sido empregada com o objetivo de facilitar a solução de problemas complexos e que normalmente com a aplicação de técnicas convencionais levaria muito mais tempo para chegarmos em uma solução para o problema estudado. ODS Simulação Numérica Solução A grande dificuldade atualmente é tranformar a simulação numérica em uma ferramenta de engenharia, ou seja, com um tempo de resposta habil para a proposta de solução de problemas. 3.1. O Estudo por Simulação Numérica Com a utilização da simulação numérica podemos fazer análises do tipo modal, transiente, harmônica, estrutural e dinâmica. Através da simulação podemos propor modificações nas estruturas ou sistemas dinâmicos, do tipo: Estrutural – mudança na massa ou rigidez; Verificação da capacidade de carga das estruturas; Estudo de eixos,engrenamento e rolamentos, para sistemas dinâmicos; Modificação de base e/ou sistemas de fixação dos sistemas mecânicos; Estudar e determinar as cargas que estão atuando nas estruturas; Simulação dos resultados propostos. 4. Estudo de Casos Neste item falaremos de três casos onde aplicamos as técnicas de ODS e Simulação Numérica. O primeiro caso é o estudo de um moinho onde diagnosticamos problemas nos mancais de suporte do pinhão de acionamento, o segundo caso é um estudo de uma cabeadora que apresentava sérios problemas estruturais, e, no terceiro e último caso falaremos de um estudo de um motor, redutor e uma rosca de expansão. 4.1. Estudo do Moinho de Bola O equipamento em estudo apresentava problemas no mancal de suporte do pinhão de acionamento. Com a utilização da técnica de ODS podemos verificar e constatar o comportamento irregular do mancal lado livre do pinhão de acionamento. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 6 Figura 2: MOINHO EM ESTUDO. A figura 3, abaixo, é a representação do modelo matemático desenvolvido para o estudo por ODS do Moinho em questão. Figura 3: MODELO MATEMÁTICO DO MOINHO EM ESTUDO. A figura abaixo mostram a deformação no mancal que gerava os problemas de vibração encontardos neste equipamento. Foi identificado pelo estudo problemas de desalinhamento dinâmico ocasionado por falta de rigidez do mancal. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 7 Figure 4: A FIGURAS MOSTRAM AS DEFORMAÇÕES DEVIDO A BAIXA RIGIDEZ DO MANCAL. O espectro na figura 5, abaixo, mostra a frequência na qual ocorre este fenômeno de deformação do mancal. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 8 Figure 5: O FENÔMENO DE DEFORMAÇÃO DO MANCAL OCORRE A UMA FREQUÊNCIA DE 300 HZ. Depois de feita a análise por ODS, fizemos um estudo por Simulação Numérica onde identificamos todas as frequêncais críticas do sistema. Nesta simulação verificamos a melhor configuração de mancais para solucionar o problema neste equipamento. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 9 Figure 6: MODELO MATEMÁTICO PARA SIMULAÇÃO NUMÉRICA. 4.2. Estudo da Cabeadora O equipamento em estudo apresentava quebra da flange de ligação entre o redutor e o eixo principal da cabeadora. O estudo revelou graves problemas na base do redutor e problemas de cargas cíclicas no sistema. Figura 7: FOTOS DA CABEADORA EM ESTUDO. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 10 A figura abaixo nos mostra o modelo matemático da cabeadora em questão. Figure 8: MODELO MATEMÁTICO DA CABEADORA EM ESTUDO. Na figura abaixo vemos os modos de deformação da base do redutor. O estudo identificou os pontos críticos da estrutura, baseado neste estudo foram feitas modificações na rigidez da base. Figure 9: MODOS DE DEFORMAÇÃO DA ESTRUTURA. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 11 O espectro mostrado na figura 10, abaixo, mostra que havia várias frequências sendo excitadas durante a operação deste equipamento. Figure 10: VÁRIAS FREQUÊNCIAS SÃO EXCITADAS DEVIDO A FALTA DE RIGIDEZ DA BASE. 4.3. Estudo do Expander Este equipamento apresentava sérios problemas estruturais. Durante a operação do mesmo modos naturais eram excitados, gerando níveis elevados de vibração e causando desalinhamento do motoredutor. Figura 11: FOTO DO EXPANDER EM ESTUDO. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 12 As figuras abaixo mostram os modos de deformar da estrutura metálica de sustentação deste equipamento. Figura 12: MODELO MATEMÁTICO DEFORMADO NA FREQUÊNCIA DE RESSONÂNCIA DA ESTRUTURA. Foi proposto a utilização de uma base única para o expander e a utilização de um sistema de amortecimento para tirar o sistema da região de ressonância. Figura 13: MODELO EM ELEMENTOS FINITOS. Após estudo por elementos finitos foi feita a modificação na estrutura e os níveis de vibração caíram da ordem de 37 mm/s para 6 mm/s, valor este que é considerado aceitável pelas normas ISO para este tipo de aplicação. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 13 Figure 14: BASE MODIFICADA SEGUINDO SUGESTÃO DO ESTUDO POR ELEMENTOS FINITOS. A figura abaixo mostra os níveis de deformação depois de feita as modificações estruturais propostas pelo estudo de elementos finitos. Figure 15: MODELO COM BAIXO NÍVEL DE DEFORMAÇÃO DEPOIS DE FEITA AS MODIFICAÇÕES. SKF Reliability Systems XIIIº Seminário de Preditiva 14 5. Biografia do Autor Silas Santana dos Santos é Engenheiro Mecânico formado pela Universidade Federal de Pernambuco com Mestrado em Simulação Numérica de sistemas dinâmicos pela Université de Technologie de Compiègne - France e SKF - France. Atualmente no Brasil é responsável na SKF pelo desenvolvimento da área de Simulação Numérica. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Vibrant Technology, ME’scopeVES 4.0 – Operating Manual 2. Alves, Avelino - Elementos Finitos 3. Santos, Santana Silas - Relatório Final Marine.
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