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Poder Executivo - Unidade 1

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Direito Constitucional III 
Prof. Paulo Cavalcanti site: drpaulocavalcanti.com 
Nota Introdutória 
 
Exercendo funções típicas, o órgão executivo, pratica atos de chefia de Estado, chefia de 
governo e atos de administração. 
Atipicamente, o Executivo legisla, por exemplo, via medida provisória (art. 62) e julga, 
no “contencioso administrativo”, exercido em caso de defesa de multa de trânsito, do IPEM, 
da SEMAB, TIT etc. 
O sistema de governo adotado pela CF/88, mantido pelo plebiscito previsto no art. 2.º do 
ADCT, é o presidencialista, influenciado, historicamente, pela experiência norte-americana. 
Trata-se, inclusive, de tradição do direito constitucional pátrio, vivenciada durante toda a 
República, com exceção do período de 1961 a 1963. Como se recorda, a Emenda 
Constitucional n. 4, de 02.09.1961, à Constituição de 1946, instituiu o parlamentarismo, 
sendo revogada pela Emenda n. 6, de 23.01.1963, restauradora do regime presidencialista, 
tendo em vista o resultado do referendo realizado em 6 de janeiro de 1963, que decidiu pelo 
retorno ao presidencialismo. 
site: drpaulocavalcanti.com 
Poder Executivo 
Presidencialismo Versus Parlamentarismo 
 
No sistema presidencialista, as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo 
encontram-se nas mãos de uma única pessoa, o Presidente da República. Já no 
parlamentarismo, a função de Chefe de Estado é exercida pelo Presidente da República 
(República parlamentarista) ou Monarca (Monarquia parlamentarista), enquanto a função de 
Chefe de Governo, pelo Primeiro-Ministro, chefiando o Gabinete. Vejamos algumas outras 
características: 
 
 presidencialismo: criação norte-americana; eleição do Presidente da República pelo povo, 
para mandato determinado; ampla liberdade para escolher os Ministros de Estado, que o 
auxiliam e podem ser demitidos ad nutum, a qualquer tempo; 
 
 parlamentarismo: produto de longa evolução histórica; adquiriu os contornos atuais no 
final do século XIX, recebendo forte influência inglesa; o Primeiro-Ministro, que é quem 
exerce, de fato, a função de Chefe de Governo, é apontado pelo Chefe de Estado, só se 
tornando Primeiro-Ministro com a aprovação do Parlamento; o Primeiro-Ministro, 
também, não exerce mandato por prazo determinado, pois poderá ocorrer a queda de 
governo por dois motivos, a saber: se perder a maioria parlamentar pelo partido a que 
pertence, ou através do voto de desconfiança; possibilidade de dissolução do 
Parlamento, declarando-se extintos os mandatos pelo Chefe de Estado e convocando-se 
novas eleições. site: drpaulocavalcanti.com 
Poder Executivo 
Executivo Monocrático, Colegial, Diretorial e Dual — Conceito 
 
Como anota José Afonso da Silva, “Maurice Duverger mostra que o Executivo reveste 
na prática formas as mais diversas, encontrando-se executivo monocrático (Rei, Imperador, 
Ditador, Presidente), executivo colegial (para ele, é o exercido por dois homens com poderes 
iguais, como os cônsules romanos), executivo diretorial (grupo de homens em comitê, como 
era na Ex-URSS e ainda é na Suíça) e executivo dual (próprio do parlamentarismo, um Chefe 
de Estado e um Conselho de Ministros, ou seja, um indivíduo isolado e um comitê)”. 
Podemos afirmar, então, que o art. 76 da CF/88 consagra a figura, segundo Duverger, de 
um executivo monocrático, na medida em que as funções de Chefe de Estado e de Governo 
são exercidas por um só indivíduo, no caso o Presidente da República, auxiliado pelos 
Ministros de Estado. 
site: drpaulocavalcanti.com 
Poder Executivo 
O exercício do Poder Executivo no Brasil - Âmbito federal 
 
O Poder Executivo no Brasil, estabelece o art. 76, é exercido pelo Presidente da 
República, auxiliado pelos Ministros de Estado. 
Como visto, há um acúmulo do exercício das funções de Chefe de Estado e de Governo 
na figura de uma única pessoa, no caso, o Presidente da República. As regras serão detalhadas 
individualmente. Antes, porém, teceremos alguns comentários sobre o executivo estadual, 
distrital, municipal e dos Territórios Federais. 
site: drpaulocavalcanti.com 
Poder Executivo 
O exercício do Poder Executivo no Brasil - Âmbito estadual 
 
Em âmbito estadual, o Poder Executivo é exercido pelo Governador de Estado, auxiliado 
pelos Secretários de Estado, sendo substituído (no caso de impedimento) ou sucedido (no 
caso de vaga), pelo Vice-Governador, com ele eleito, observando-se algumas outras regras: 
 
 eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado: será realizada no primeiro 
domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo 
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse 
ocorrerá em 1.º de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no 
art. 77 (art. 28, caput); 
 
 mandato: o mandato é de 4 anos, permitindo-se a reeleição para um único período 
subsequente (art. 28, caput, c/c o art. 14, §5º); 
 
 perda do mandato: perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função 
na Administração Pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso 
público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V (art. 28, §1º); 
site: drpaulocavalcanti.com 
Poder Executivo 
O exercício do Poder Executivo no Brasil - Âmbito estadual 
 
Em âmbito estadual, o Poder Executivo é exercido pelo Governador de Estado, auxiliado 
pelos Secretários de Estado, sendo substituído (no caso de impedimento) ou sucedido (no 
caso de vaga), pelo Vice-Governador, com ele eleito, observando-se algumas outras regras: 
 
 subsídios do Governador, Vice-Governador e Secretários de Estado: o subsídio do 
Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado será fixado por lei de 
iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI; 39, § 4.º; 
150, II; 153, III; e 153, §2º, I (art. 28, § 2.º, acrescentado pela EC n. 19/98). 
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Poder Executivo 
O exercício do Poder Executivo no Brasil - Âmbito distrital 
 
 eleição: o art. 32, §2º, dispõe que a eleição do Governador e do Vice-Governador do DF, 
observadas as regras do art. 77, coincidirá com a dos Governadores Estaduais; 
 
 mandato: 4 anos, permitindo-se a reeleição para um único período subsequente (art. 32, 
§2º, c/c o art. 14, §5º). 
site: drpaulocavalcanti.com 
Poder Executivo 
O exercício do Poder Executivo no Brasil - Âmbito municipal 
 
O art. 29, I a III, fixa as seguintes regras sobre o Poder Executivo municipal: 
 
 eleição: do Prefeito, do vice-Prefeito, para mandato de 4 anos, mediante pleito direto e 
simultâneo realizado em todo o País no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao 
término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 no caso de 
Municípios com mais de 200 mil eleitores, sendo permitida a reeleição para um único 
período subsequente (art. 14, §5º); 
 
 posse: do Prefeito e do Vice-Prefeito em 1.º de janeiro do ano subsequente ao da eleição; 
 
 perda do mandato: perderá o mandato o Prefeito que assumir outro cargo ou função na 
Administração Pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso 
público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V (art. 28, §1º — primitivo parágrafo 
único, transformado em §1º pela EC n. 19/98, c/c o art. 29, XIV, inciso renumerado pela 
EC n. 1/92). 
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Poder Executivo 
Atribuições conferidas ao Presidente da República – Regras Gerais 
 
O art. 84 atribui ao Presidente da República competências privativas, tanto de natureza 
de Chefe de estado (representando a República Federativa do Brasil nas relações 
internacionais e, internamente, sua unidade, previstas nos incisos VII, VIII e XIX do art. 84) 
como de Chefe de Governo (prática de atos de administração e de natureza política — estes 
últimos quando participa do processo legislativo — conforme se percebe pela leitura das 
atribuiçõesprevistas nos incisos I a VI; IX a XVIII e XX a XXVII).  Ler o art. 84 da 
CF/88. 
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Poder Executivo 
Atribuições conferidas ao Presidente da República – Regras Específicas 
 
Diante dessas informações, surgem duas indagações: 
 
1ª  As atribuições conferidas ao Presidente da República estão taxativamente previstas 
no art. 84? 
 2ª  Poderiam elas ser delegadas? 
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Poder Executivo 
Atribuições conferidas ao Presidente da República – Regras Específicas 
 
Respostas: 
 
1ª  Devemos dizer que o rol do art. 84 é meramente exemplificativo, pois, conforme o 
seu inciso XXVII, compete privativamente ao Presidente da República exercer não só as 
atribuições definidas nos incisos precedentes bem como outras previstas na CF/88. 
 
 2ª  Devemos respondê-la afirmativamente. 
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Poder Executivo 
Atribuições conferidas ao Presidente da República – Regras Específicas 
 
No entanto, resta observar que o Presidente da República somente poderá delegar as 
atribuições previstas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao 
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, devendo todos observar os 
limites traçados nas respectivas delegações (cf. art. 84, parágrafo único), quais sejam, as 
atribuições de: 
 
 dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento da administração federal, 
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
 
 dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou de cargos públicos, quando 
vagos; 
 
 conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em 
lei; 
 
 prover os cargos públicos federais, na forma da lei. 
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Poder Executivo 
O poder regulamentar e a realidade dos denominados ―decretos autônomos‖ 
 
Passamos agora, dada a importância, a comentar o inciso IV do art. 84, que atribui 
competência privativa ao Presidente da República para sancionar, promulgar e fazer publicar 
leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução. 
Trata-se do poder regulamentar, que se perfaz mediante decretos regulamentares. Como 
regra geral, o Presidente da República materializa as competências do art. 84 por decretos. É 
o instrumento através do qual se manifesta. No tocante às leis, algumas são autoexecutáveis. 
Outras precisam de regulamento para que seja dado fiel cumprimento aos seus preceitos. Para 
tanto, são expedidos os decretos regulamentares. 
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Poder Executivo 
O poder regulamentar e a realidade dos denominados ―decretos autônomos‖ 
 
Neste ponto, devemos enfrentar questão tormentosa: poderiam existir decretos 
autônomos, independentes de lei preexistente? 
 
Sabe-se que o conteúdo e a amplitude do regulamento devem sempre estar definidos em 
lei, subordinando-se aos preceitos nela previstos. Quando o regulamento extrapolar a lei, 
padecerá de vício de legalidade, podendo, inclusive, o Congresso Nacional sustar os atos 
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (art. 49, V). 
Isso porque, ao contrário da lei, fonte primária do direito, o regulamento se caracteriza 
como fonte secundária. Outro entendimento feriria o princípio da legalidade previsto no art. 
5.º, II, da CF/88, bem como o princípio da separação de Poderes, previsto no art. 2.º e elevado 
à categoria de cláusula pétrea (art. 60, §4º, III), uma vez que a expedição de normas gerais e 
abstratas é função típica do legislativo. Quando o constituinte originário atribui função atípica 
de natureza legislativa ao Executivo, ele o faz de modo expresso, por exemplo, no art. 62 
(medidas provisórias). 
Apesar de grande parte da doutrina manifestar-se pela inexistência de acolhida 
constitucional dos regulamentos autônomos, o STF não desconhece essa realidade e admite, 
até mesmo, o controle por ADI genérica, na hipótese de decreto autônomo revestido de 
indiscutível conteúdo normativo. 
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Poder Executivo 
Condições de elegibilidade 
 
As condições de elegibilidade definidas pela Constituição de 1988 para o cargo de 
Presidente e Vice-Presidente da República são: 
 
 ser brasileiro nato (art. 12, §3º, I); 
 estar no pleno exercício dos direitos políticos (art. 14, §3º, II); 
 alistamento eleitoral (art. 14, §3º, III); 
 domicílio eleitoral na circunscrição (art. 14, §3º, IV); 
 filiação partidária (arts. 14, § 3.º, V, e 77, §2º); 
 idade mínima de 35 anos (art. 14, §3º, VI, “a”); 
 não ser inalistável nem analfabeto (art. 14, §4º); 
 não ser inelegível nos termos do art. 14, §7º. 
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Poder Executivo 
Processo eleitoral 
 
As regras para a eleição do Presidente e Vice-Presidente da República estão previstas no 
art. 77 da CF/88. 
A data da eleição já está previamente fixada no art. 77, caput, na redação determinada 
pela EC n. 16/97, qual seja, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último 
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato 
presidencial vigente. 
Não haverá segundo turno se o candidato à Presidência da República (juntamente com o 
Vice-Presidente) for eleito em primeiro turno, o que se dá quando obtém a maioria absoluta 
de votos, não computados os em branco e os nulos. 
Na hipótese de nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-
á nova eleição no último domingo de outubro do ano anterior ao do término do mandato 
presidencial vigente, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito, 
agora em segundo turno, aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. 
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Poder Executivo 
Processo eleitoral 
 
Havendo necessidade de segundo turno, se antes de realizado ocorrer morte, desistência 
ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior 
votação (e não o Vice do referido candidato!). Nesta hipótese, havendo empate em segundo 
lugar, ou seja, se dentre os remanescentes houver dois candidatos com a mesma votação, o 
desempate será empreendido levando-se em consideração a idade, sendo chamado o mais 
idoso (cf. art. 77, §§3º e 4º). 
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Poder Executivo 
Posse e mandato 
 
Eleito o Presidente da República, juntamente com o Vice-Presidente (art. 77, §1º), 
tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, 
defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, 
sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil (art. 78). 
O mandato do Presidente da República é de 4 anos, tendo início em 1.º de janeiro do ano 
seguinte ao da sua eleição (art. 82), sendo atualmente, em decorrência da EC n. 16/97, 
permitida a reeleição, para um único período subsequente, do Presidente da República, dos 
Governadores de Estado e do Distrito Federal, dos Prefeitos e de quem os houver sucedido ou 
substituído no curso dos mandatos (art. 14, §5º, na redação determinada pela EC n. 16/97). 
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Poder Executivo 
Impedimento e vacância dos cargos – Sucessão Natural 
 
 
site: drpaulocavalcanti.com 
Poder Executivo 
Impedimento e vacância dos cargos – Sucessão Natural 
 
O Presidente da República será sucedido pelo Vice-Presidente no caso de vaga, ou 
substituído, no caso de impedimento (art. 79). 
A vacância nos dá uma ideia de impossibilidade definitiva para assunção do cargo 
(cassação, renúncia ou morte), enquanto a substituição tem caráter temporário (por exemplo: 
doença, viagem, férias etc.). 
Assim, tanto na vacância como no impedimento, o Vice-Presidente assumirá o cargo, na 
primeira hipótese, até final do mandato e, no caso de impedimento, enquanto este durar. 
Na hipótese de vacância do cargo de Presidente da República,ou seja, quando o Vice 
assume de modo definitivo, não haverá eleição de novo Vice. Aquele que foi eleito com o 
Presidente passa a ser o Presidente interino, e, havendo necessidade de sua substituição, 
deverá ser observada a regra do art. 80, qual seja, serão sucessivamente chamados ao 
exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o 
do Supremo Tribunal Federal. 
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Poder Executivo 
Impedimento e vacância dos cargos – Sucessão Natural 
 
Podemos afirmar, então, que o Vice-Presidente da República aparece como o sucessor e 
o substituto natural do Presidente da República e, além de outras atribuições que lhe forem 
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que for por ele convocado 
para missões especiais (art. 79, parágrafo único). 
O art. 77, §1º, estabelece que “a eleição do Presidente da República importará a do Vice-
Presidente com ele registrado”. Por esse motivo a preocupação normativa de sempre se dar 
destaque, também, para o Vice, que será eleito juntamente — e aí a noção de implicabilidade 
— com o Presidente. Ao se votar no Presidente, automaticamente estará sendo votado no 
Vice. Por isso a relevância de sua análise. 
site: drpaulocavalcanti.com 
Poder Executivo 
Substitutos eventuais ou legais 
 
Pode haver um impedimento temporário tanto do Presidente como do Vice-Presidente da 
República, quando, por exemplo, ausentarem-se do País. 
Ainda, é possível pensar em vaga de ambos os cargos. Imaginemos, em tese, apenas para 
fins didáticos, uma tragédia, por exemplo, a morte do Presidente e do Vice-Presidente. Nesse 
caso, os cargos serão declarados vagos. 
O cargo também será declarado vago, tanto do Presidente como do Vice-Presidente, se 
deixarem de assumi-lo no prazo de 10 dias contados da data fixada para a posse, qual seja, 1.º 
de janeiro do ano seguinte ao da eleição (art. 82), salvo motivo de força maior (art. 78, 
parágrafo único, c/c o art. 79, caput). 
Ocorrendo impedimento ou vaga do cargo de Presidente da República, assumirá o Vice-
Presidente, de modo temporário ou definitivo, neste caso, completando o mandato (sucessor, 
assumindo a titularidade do cargo). 
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Poder Executivo 
Substitutos eventuais ou legais 
 
E em caso de impedimento, tanto do Presidente como do Vice-Presidente, ou vacância 
dos respectivos cargos? Quem deverá assumi-los? Por qual período? 
De acordo com o art. 80, serão sucessivamente chamados ao exercício da presidência, 
nas hipóteses de impedimento do Presidente e do Vice ou de vacância dos respectivos cargos: 
 
■ o Presidente da Câmara dos Deputados; 
■ o Presidente do Senado Federal; 
■ o Presidente do STF. 
 
Trata-se do que poderíamos chamar de substitutos eventuais ou legais. 
Havendo impedimento do Presidente e do Vice-Presidente da República, por exemplo, 
em virtude de viagem de ambos, referidos substitutos eventuais assumem até o motivo do 
impedimento cessar. 
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Poder Executivo 
Substitutos eventuais ou legais 
 
Concluindo, os substitutos eventuais ou legais deverão ser brasileiros natos (e nesse 
sentido há regra expressa na Constituição), bem como ter idade mínima de 35 anos 
(entendimento este, conforme sustentamos, estabelecido por interpretação para o Presidente 
da Câmara, havendo previsão expressa apenas para os demais). 
Ainda, os substitutos eventuais ou legais não poderão assumir a Presidência da 
República se se enquadrarem em qualquer situação de impedimento de seu exercício fixada 
pela Constituição para o próprio Chefe do Executivo. Assim, exemplificando, se aqueles 
indicados no art. 80 forem réus (e observem: réus, não investigados) em ação penal, não 
poderão assumir a função de Presidente da República (interpretação do art. 86, §1º, I, da 
CF/88), pois, se o fizerem, estarão violando a Constituição. 
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Poder Executivo 
Substitutos eventuais ou legais 
 
E como fica no âmbito estadual? 
Em caso de impedimento ou de vacância do cargo de Governador de Estado, e diante da 
não assunção pelo Vice-Governador, serão chamados para governar, seguindo a simetria com 
o modelo fixado no art. 80: 
 
■ Presidente da Assembleia Legislativa; 
■ Presidente do TJ local. 
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Poder Executivo 
Substitutos eventuais ou legais 
 
E no Distrito Federal? 
Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador ou de vacância dos 
respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da chefia do Poder 
Executivo: 
 
■ Presidente da Câmara Legislativa; 
■ Presidente do TJ do Distrito Federal e Territórios. 
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Poder Executivo 
Substitutos eventuais ou legais 
 
E como seria na hipótese de Municípios? 
Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito ou de vacância dos respectivos 
cargos, será chamado para o exercício da Prefeitura: 
 
■ Presidente da Câmara Municipal; 
■ e, em muitos casos, há a previsão de inclusão, na linha sucessória, do Vice-Presidente 
da Câmara Municipal (por exemplo, em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Curitiba etc.). 
 
Não nos parece razoável, na hipótese de impedimento do Chefe do Legislativo local ou 
na situação de não assunção, que o Presidente do TJ assuma, já que não existe Judiciário 
municipal. 
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Poder Executivo 
Mandato-tampão: eleição direta e indireta (art. 81) 
 
Já vimos que os substitutos eventuais ou legais assumem o cargo no caso de 
impedimento do Presidente e do Vice, ou no caso de vaga de ambos os cargos. 
Na primeira hipótese (impedimento), o afastamento será apenas temporário. Na segunda, 
porém, no caso de vaga de ambos os cargos, esta será definitiva e, para não deixar o cargo 
vazio, duas situações surgem: 
 
■ vacância de ambos os cargos (de Presidente e de Vice) nos 2 primeiros anos do 
mandato: de acordo com o art. 81, caput, far-se-á eleição 90 dias depois de aberta a última 
vaga. Trata-se de eleição direta, pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com 
valor igual para todos; 
 
■ vacância nos últimos 2 anos do mandato: nessa hipótese, a eleição para ambos os 
cargos será feita 30 dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei (art. 
81, §1º). Ou seja, eleição indireta! Exceção à regra do art. 14, caput, só permitida na medida 
em que introduzida pelo poder constituinte originário. 
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Poder Executivo 
Mandato-tampão: eleição direta e indireta (art. 81) 
 
Durante o processo eleitoral e de transição, conforme mencionado, o cargo será 
exercido, temporariamente, pelos substitutos eventuais (art. 80). Após a nova eleição, nas 
duas situações (eleição quando a vaga se der no primeiro ou no segundo biênio do mandato 
presidencial) os eleitos (novo Presidente e novo Vice-Presidente da República) deverão 
apenas completar o período de seus antecessores (art. 81, § 2.º). Trata-se do denominado 
“mandato-tampão”. 
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Poder Executivo 
Ausência do País do Presidente e do Vice-Presidente da República e licença do 
Congresso Nacional 
 
Conforme acabamos de ver, a Constituição estabeleceu mecanismos para evitar a 
“acefalia” do Poder Executivo, seja por meio das atribuições do Vice-Presidente (que assume 
o cargo de modo temporário ou definitivo), seja na forma do art. 80, pelos Presidentes da CD, 
do SF ou do STF (de modo temporário). 
O Estado não poderá ficar sem o comando no Executivo, tanto é assim que se 
estabelecem mecanismos de substituição e sucessão. 
Por esse motivo (necessidade de liderança), nos termos do art. 83, o Presidente e o Vice-
Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, que se implementa 
por decreto legislativo (art. 49, III, da CF), ausentar-se do País por período superior a 15 dias, 
sob pena de perda do cargo. Se a ausência se der poraté 15 dias (já que a regra do art. 83 fala 
em período que exceder a 15 dias), entendemos que não haverá necessidade de autorização 
pelo Congresso Nacional. 
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Poder Executivo 
Ausência do País do Presidente e do Vice-Presidente da República e licença do 
Congresso Nacional 
 
Naturalmente, durante o período de afastamento, o cargo será ocupado pelo Vice, ou, na 
forma do art. 80, pelos substitutos eventuais ou legais. 
Tanto a previsão de substituição como a necessidade de autorização para o afastamento, 
bem como a consequência em caso de descumprimento, segundo o STF, são normas de 
reprodução obrigatória que, pela simetria, deverão ser integralmente reproduzidas no âmbito 
dos demais entes federativos. 
site: drpaulocavalcanti.com 
Poder Executivo 
Ministros de Estado 
 
Como já visto, os Ministros de Estado são meros auxiliares do Presidente da República 
no exercício do Poder Executivo e na direção superior da administração federal (arts. 76, 84, 
II, e 87). 
Os Ministros de Estado dirigem Ministérios e são escolhidos pelo Presidente da 
República, que os nomeia, podendo ser demitidos (exonerados) a qualquer tempo, ad nutum, 
não tendo qualquer estabilidade (art. 84, I). Os requisitos para assumir o cargo de Ministro de 
Estado, cargo de provimento em comissão, são, de acordo com o art. 87, caput: 
 
■ ser brasileiro, nato ou naturalizado (exceto o cargo de Ministro de Estado da Defesa, 
que, de acordo com a EC n. 23, de 02.09.1999, deverá ser preenchido por brasileiro nato, 
conforme se observa pelo inciso VII do §3º do art. 12, acrescentado pela aludida emenda); 
■ ter mais de 21 anos de idade; 
■ estar no exercício dos direitos políticos. 
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Poder Executivo 
Ministros de Estado 
 
Isso posto, colocamos uma relevante pergunta: o ato de escolha e nomeação de Ministro 
de Estado pode ser controlado pelo Poder Judiciário? 
 
Essa questão ganhou relevância com um fato que gerou bastante polêmica e de 
conhecimento de todos, qual seja, a nomeação do ex-Presidente da República Luiz Inácio 
Lula da Silva, por meio de Decreto da então Presidente da República Dilma Rousseff, que 
circulou em uma edição extra do Diário Oficial de 16.03.2016, para exercer o cargo de 
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil. Alegava-se que o único objetivo daquela nomeação 
era o de lhe conferir prerrogativa de foro no STF (art. 102, I, “c”, CF/88), retirando os autos 
do juízo da denominada Operação Lava-Jato, sob a responsabilidade do Juiz Sérgio Moro, em 
Curitiba. 
Referido ato de nomeação e outras questões relacionadas foram judicializados no STF, 
destacando-se os MS 34.070 e 37.071, as ADPFs 390 e 391 e a Rcl 23.457. 
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Poder Executivo 
Ministros de Estado 
 
Essa questão de suposto desvio de finalidade também foi levantada durante o governo 
do Presidente Michel Temer (que sucedeu, de modo definitivo, Dilma Rousseff em razão da 
condenação desta no processo de impeachment), tendo em vista o ato de nomeação de 
Moreira Franco para o cargo de Ministro de Estado (MS 34.609 e 34.615, pedido de liminar 
negado pelo Min. Celso de Mello, j. 14.02.2017, pendente o julgamento de mérito). 
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Poder Executivo 
Ministros de Estado 
 
No meu entender, o ato de escolha, nomeação e exoneração de Ministro de Estado é, de 
fato, discricionário, por se tratar de cargo de confiança do Presidente da República, tanto é 
que são demissíveis ad nutum, qual seja, sem qualquer procedimento ou garantia de 
contraditório. 
Dessa forma, haveria, em regra e em tese, apenas a possibilidade de eventual controle 
judicial sobre os requisitos formais previstos no art. 87, caput, da CF/88, ou seja, o controle 
da legalidade da nomeação e não do mérito da escolha. 
Contudo, em se caracterizando desvio de finalidade no ato de nomeação (ou seja, ato 
com finalidade diversa de auxílio do Presidente da República na forma do art. 76 da CF/88), 
que não se presume e tem de ser cabalmente demonstrado, nesse caso específico, entendo ser 
possível o controle judicial, já que se trata de ato nulo e, então, sob esse aspecto, passível de 
controle (art. 2.º, “e” e parágrafo único, “e”, da Lei n. 4.717/65 — Lei da Ação Popular). 
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Poder Executivo 
Atribuições dos Ministros de Estado 
 
Competem aos Ministros de Estado, além de outras atribuições estabelecidas na 
Constituição e na lei, as elencadas no parágrafo único do art. 87 da CF/88: 
 
■ exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da 
administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados 
pelo Presidente da República; 
■ expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; 
■ apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério; 
■ praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo 
Presidente da República. 
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Poder Executivo 
Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional 
 
O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional são órgãos superiores de 
consulta do Presidente da República, por este convocados e presididos (art. 84, XVIII), sendo 
os seus pareceres e manifestações meramente opinativos porque não vinculam as decisões a 
serem tomadas pelo Chefe do Executivo Federal. 
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Poder Executivo 
Conselho da República 
 
Conforme anota José Afonso da Silva, o Conselho da República “foi inspirado no 
Conselho de Estado instituído nos arts. 144 a 149 da Constituição da República Portuguesa, e 
surgiu no bojo da proposta parlamentarista, que, tendo caído, o deixou de herança dentro do 
presidencialismo, com certeza para não merecer a menor atenção do Presidente da República, 
que, no personalismo do sistema, não costuma consultar senão seus próprios botões (às 
vezes)”. 
A Lei n. 8.041/90 regula a organização e o funcionamento do Conselho da República, 
cujas competências constitucionais foram definidas no sentido de se pronunciar sobre (art. 90, 
I e II, CF/88): 
 
■ a intervenção federal, o estado de defesa e o estado de sítio; 
■ questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. 
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Poder Executivo 
Conselho da República 
 
Além dos integrantes já indicados acima, o Presidente da República poderá convocar 
Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho da República, quando constar da 
pauta questão relacionada com o respectivo Ministério (art. 90, §1º, CF/88). Neste caso, 
contudo, o Ministro convocado não terá direito a voto (art. 5.º, parágrafo único, da Lei n. 
8.041/90). 
Finalmente, além de outras prescrições estabelecidas na referida lei regulamentadora, 
cabe destacar que a participação no Conselho da República é considerada atividade relevante 
e não remunerada (art. 3.º, § 4.º, da Lei n. 8.041/90). 
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Poder Executivo 
Conselho de Defesa Nacional 
 
O Conselho de Defesa Nacional, por sua vez, também consoante as lições de José 
Afonso da Silva, previsto nos arts. 423 e 424 do Anteprojeto da Comissão Afonso Arinos, 
“vem como substituto do famigerado Conselho de Segurança Nacional do regime militar” e é 
órgão de consulta (superior) do Presidente da República nos assuntos relacionados com a 
soberania nacional e a defesa do Estado democrático. 
A lei n. 8.183/91 regula a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa 
Nacional, competindo-lhe, nos termos da Constituição: 
 
■ opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, bem como sobre 
a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; 
■ propor os critérios e as condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do 
território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteirae nas 
relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; 
■ estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a 
independência nacional e a defesa do Estado democrático. 
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Poder Executivo 
Conselho de Defesa Nacional 
 
Na mesma linha do previsto para o Conselho da República, a participação, efetiva ou 
eventual, no Conselho de Defesa Nacional constitui serviço público relevante, e seus 
membros não poderão receber remuneração sob qualquer título ou pretexto (art. 7.º da Lei n. 
8.183/91). 
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Crimes de responsabilidade 
 
Os detentores de altos cargos públicos poderão praticar, além dos crimes comuns, os 
crimes de responsabilidade, vale dizer, infrações político-administrativas (crimes, portanto, 
de natureza política), submetendo-se ao processo de impeachment. 
Historicamente, sob forte influência do modelo norte-americano, previu-se o crime de 
responsabilidade na Constituição de 1891, sendo originariamente regulamentado pelas Leis 
ns. 27 e 30, de 1892. 
Atualmente, conforme desenvolveremos a seguir, a matéria está prevista na Lei n. 
1.079/50 e nas interpretações sobre o rito do processo de impeachment estabelecidas no 
julgamento de várias ações promovidas durante o procedimento envolvendo Dilma Rousseff, 
destacando-se: ADPF 378, Rel. p/ o ac. Min. Barroso, j. 17.11.2015, DJE de 08.03.2016, e 
embargos declaratórios rejeitados em 16.03.2016, DJE de 04.08.2016; ADI 5.498 (liminar 
indeferida em 14.04.2016) e os MS 34.127, 34.128, 34.130 e 34.131 (liminares questionando 
o procedimento indeferidas em 15.04.2016). 
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Poder Executivo 
Crimes de responsabilidade 
 
Na Constituição Federal de 1988, o art. 85 prescreve que os atos do Presidente da 
República que atentarem contra a Constituição serão considerados crimes de 
responsabilidade. Exemplifica como hipóteses de crime de responsabilidade os atos que 
atentarem contra: 
 
a) a existência da União; 
b) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos 
Poderes constitucionais das unidades da Federação; 
c) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
d) a segurança interna do País; 
e) a probidade na administração; 
f) a lei orçamentária; 
g) o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
 
Por sua vez, o parágrafo único do art. 85 dispõe que referidos crimes serão definidos em 
lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. 
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Crimes de responsabilidade 
 
Nesse sentido, recepcionada, em grande parte, pela CF/88 (art. 85, parágrafo único), a 
citada lei n. 1.079/50, estabelecendo normas de processo e julgamento, foi alterada pela Lei 
n. 10.028, de 19.10.2000, que ampliou o rol das infrações político-administrativas, 
notadamente em relação aos crimes contra a lei orçamentária. 
Segundo entendeu o STF, “a aplicação subsidiária do Regimento Interno da Câmara dos 
Deputados e do Senado ao processamento e julgamento do impeachment não viola a reserva 
de lei especial imposta pelo art. 85, parágrafo único, da Constituição, desde que as normas 
regimentais sejam compatíveis com os preceitos legais e constitucionais pertinentes, 
limitando-se a disciplinar questões interna corporis” (ADPF 378). 
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Crimes de responsabilidade 
 
Além do Presidente da República (art. 52, I), também poderão ser responsabilizados 
politicamente e destituídos de seus cargos através do processo de impeachment: o Vice-
Presidente da República (art. 52, I); os Ministros de Estado, nos crimes conexos com aqueles 
praticados pelo Presidente da República (art. 52, I); os Ministros do STF (art. 52, II); os 
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público 
(art. 52, II, nos termos da EC n. 45/2004); o Procurador-Geral da República (art. 52, II) e o 
Advogado-Geral da União (art. 52, II), bem como Governadores e Prefeitos (art. 31 — 
Câmara dos Vereadores). 
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Crimes de responsabilidade - Procedimento 
 
Concentraremos nossa análise no processo de impeachment definido na CF para o 
Presidente da República, seguindo as regras procedimentais descritas na Lei n. 1.079/50. 
O STF, ao reanalisar o tema, agora envolvendo a ex-Presidente da República Dilma 
Rousseff, basicamente reafirmou o rito aplicado ao processo de impeachment de Fernando 
Collor (ADPF 378, Rel. p/ o ac. Min. Barroso, j. 17.11.2015, DJE de 08.03.2016), tendo por 
premissa a segurança jurídica e a manutenção das regras outrora definidas, observando-se 
algumas particularidades constantes da CF/88, distintas em relação à Constituição de 1946, 
que era a que vigorava quando foi editada a Lei n. 1.079/50. 
Para entender o papel de cada uma das Casas nesse procedimento bifásico, é 
fundamental a análise comparativa dos textos constitucionais. 
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Crimes de responsabilidade - Procedimento 
 
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Crimes de responsabilidade – Procedimento - Câmara dos Deputados 
 
A acusação poderá ser formalizada por qualquer cidadão no pleno gozo de seus direitos 
políticos, devendo a denúncia estar assinada com firma reconhecida e acompanhada dos 
documentos que a comprovem, ou da declaração de impossibilidade de apresentá-los, com a 
indicação do local onde possam ser encontrados, além de, se for o caso, rol das testemunhas, 
em número de, no mínimo, cinco. 
Conforme entendeu o STF, antes da apreciação pelo Plenário da Câmara dos Deputados 
(art. 52, I, da CF/88), de acordo com o art. 19 da Lei n. 1.079/50, assegura-se ao Presidente 
da Câmara dos Deputados a competência para proceder a “... exame liminar da idoneidade da 
denúncia popular, „que não se reduz à verificação das formalidades extrínsecas e da 
legitimidade de denunciantes e denunciados, mas se pode estender (...) à rejeição imediata da 
acusação patentemente inepta ou despida de justa causa, sujeitando-se ao controle do Plenário 
da Casa, mediante recurso (...)‟” (MS 20.941-DF, Sepúlveda Pertence, DJ de 31.08.1992). 
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Crimes de responsabilidade – Procedimento - Câmara dos Deputados 
 
Esse exame liminar independe de defesa prévia, não havendo violação à garantia da 
ampla defesa e aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil em tema de direito de 
defesa, e será implementado pelo Presidente da Câmara quando entender conveniente. 
Assim, observa-se que foi dado a um único parlamentar, o Presidente da Câmara dos 
Deputados, um extraordinário poder: a) competência para definir quando irá apreciar o 
pedido de impeachment; b) em seguida, conforme jurisprudência do STF, o poder de indeferir 
liminar e monocraticamente o pedido na hipótese de acusação patentemente inepta ou despida 
de justa causa; c) finalmente, havendo recurso contra essa decisão, em razão do “poder de 
agenda”, o Presidente da Câmara dos Deputados poderá pautar o recurso quando bem 
entender. 
Admitida a acusação, será constituída uma comissão especial para emissão de parecer, 
não sendo possível a apresentação de candidaturas ou chapas avulsas para sua formação. 
Conforme decidiu o STF (ADPF 378), “é incompatível com o art. 58, caput e §1º, da 
Constituição que os representantes dos partidos políticos ou blocos parlamentares deixem de 
ser indicados pelos líderes, na forma do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, para 
serem escolhidos de fora para dentro, pelo Plenário, em violação à autonomia partidária”. 
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Crimes de responsabilidade – Procedimento - Câmara dos Deputados 
 
A votação para formação da comissão especial somente pode se dar por voto aberto,tendo em vista os princípios democrático, representativo e republicano. 
Segundo entendimento do STF, “no impeachment, todas as votações devem ser abertas, 
de modo a permitir maior transparência, controle dos representantes e legitimação do 
processo. (...). Além disso, o sigilo do escrutínio é incompatível com a natureza e a gravidade 
do processo por crime de responsabilidade. Em processo de tamanha magnitude, que pode 
levar o Presidente a ser afastado e perder o mandato, é preciso garantir o maior grau de 
transparência e publicidade possível” (ADPF 378 MC, Rel. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, j. 
16.12.2015, Plenário, DJE de 08.03.2016). 
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Crimes de responsabilidade – Procedimento - Câmara dos Deputados 
 
Do recebimento da denúncia será notificado o denunciado para manifestar-se, querendo, 
no prazo de 10 sessões. 
Elaborado e votado o parecer da comissão especial (voto aberto), independentemente do 
seu conteúdo, a denúncia será apreciada pelo Plenário da Câmara, que poderá autorizar ou 
não a instauração de processo de impeachment contra o Presidente da República. Essa 
autorização depende do quórum constitucional qualificado de 2/3 de seus membros (art. 51, I, 
da CF/88). 
Assim, analisando a mudança de redação dos dispositivos constitucionais de 1946 e 
1988, estabeleceu o STF, seguindo o voto do Min. Barroso, os papéis da Câmara e do 
Senado: “apresentada denúncia contra o Presidente da República por crime de 
responsabilidade, compete à Câmara dos Deputados autorizar a instauração de processo (art. 
51, I, da CF/1988). A Câmara exerce, assim, um juízo eminentemente político sobre os fatos 
narrados, que constitui condição para o prosseguimento da denúncia. Ao Senado compete, 
privativamente, processar e julgar o Presidente (art. 52, I), locução que abrange a realização 
de um juízo inicial de instauração ou não do processo, isto é, de recebimento ou não da 
denúncia autorizada pela Câmara” (ementa do acórdão — ADPF 378). 
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Crimes de responsabilidade – Procedimento - Câmara dos Deputados 
 
Dessa forma, é o Senado Federal que admite ou não a acusação contra o Presidente da 
República. A Câmara dos Deputados simplesmente autoriza o procedimento a se desenvolver. 
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Crimes de responsabilidade – Procedimento - Senado Federal 
 
 
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Poder Executivo 
Crimes de responsabilidade – Procedimento - Senado Federal 
 
O procedimento no Senado Federal é trifásico. Conforme decidiu o STF, “diante da 
ausência de regras específicas acerca dessas etapas iniciais do rito no Senado, deve-se seguir 
a mesma solução jurídica encontrada pelo STF no caso Collor, qual seja, a aplicação das 
regras da Lei n. 1.079/1950 relativas a denúncias por crime de responsabilidade contra 
Ministros do STF ou contra o PGR (também processados e julgados exclusivamente pelo 
Senado)” (ADPF 378). Vejamos cada uma dessas etapas: 
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Poder Executivo 
Crimes de responsabilidade – Procedimento - Senado Federal 
 
JUÍZO DE ACUSAÇÃO (judicium accusationis: maioria simples e voto aberto do 
Pleno) - Depois de autorizado o processamento pela Câmara dos Deputados, também será 
constituída uma comissão especial no Senado Federal para elaboração de parecer. 
Independentemente de seu conteúdo, haverá discussão e votação nominal do parecer, pelo 
Plenário do Senado Federal, por voto aberto, em um só turno e por maioria simples (Lei n. 
1.079/50, art. 47, 1.ª parte). 
Se o Plenário do Senado não admitir a denúncia, dar-se-á a extinção anômala do 
processo, com o consequente arquivamento dos autos (art. 48 da Lei n. 1.079/50). Por outro 
lado, aprovado o parecer, reputar-se-á passível de deliberação a denúncia popular oferecida 
(art. 47 da Lei n. 1.079/50). 
Nesse momento o processo está formalmente instaurado no Senado Federal, passando a 
ser presidido pelo Presidente do STF, conforme determina o art. 52, parágrafo único, da CF. 
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Crimes de responsabilidade – Procedimento - Senado Federal 
 
De acordo com o art. 86, §1.º, II, o Presidente da República ficará suspenso de suas 
funções pelo prazo de até 180 dias. Trata-se de suspensão cautelar, automática e temporária. 
Se decorrido esse prazo e o julgamento não estiver concluído, cessará imediatamente o 
afastamento, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. (Naturalmente, se o 
julgamento for concluído em prazo menor e não houver a imposição da pena de perda do 
cargo (condenação), o Presidente da República voltará a exercer as suas funções, podendo, 
então, ficar afastado por prazo menor que 180 dias). 
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Crimes de responsabilidade – Procedimento - Senado Federal 
 
JUÍZO DE PRONÚNCIA (maioria simples e voto aberto) Aplicando-se as regras 
processuais, passa a haver ampla instrução probatória para, ao final, o Plenário do Senado 
Federal, depois de colhidas as provas, discutir e votar o parecer da comissão especial (em um 
só turno, por voto aberto e maioria simples). 
Se o Senado entender que não procede a acusação, o processo será arquivado (art. 55 da 
Lei n. 1.079/50). Se, por outro lado, o Senado aprovar o parecer, considerar-se-á procedente a 
acusação (art. 44, 2.ª parte, da Lei n. 1.079/50), passando para a última fase de julgamento. 
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Poder Executivo 
Crimes de responsabilidade – Procedimento - Senado Federal 
 
JUDICIUM CAUSAE (fase de julgamento: 2/3 e voto aberto) O julgamento do 
Presidente da República deverá ser realizado pelo Plenário do Senado Federal, por voto 
aberto, só sendo admitida a condenação se atingido o quórum constitucional de 2/3 dos 81 
Senadores, ou seja, o número mínimo de 54, que responderão SIM ou NÃO à seguinte 
pergunta formulada pelo Presidente do STF: “Cometeu o acusado os crimes que lhe são 
imputados, e deve ser ele condenado à perda do seu cargo e à inabilitação temporária, por 
oito anos, para o desempenho de qualquer outra função pública, eletiva ou de nomeação?” 
(CF, art. 52, parágrafo único; Lei n. 1.079/50, art. 68). 
No caso de condenação, as sanções impostas no processo de impeachment serão 
veiculadas por resolução do Senado Federal (art. 52, I, CF/88), nos termos da sentença 
lavrada nos autos da denúncia, que, assinada pelo Presidente do STF (que preside o 
procedimento) e pelos Senadores (que funcionam como juízes), passará a fazer parte 
integrante da referida resolução (como exemplo, cf. Res. n. 101/92 — Collor de Mello — e 
Res n. 35/2016 — Dilma Rousseff). 
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Poder Executivo 
Crimes de responsabilidade – Procedimento - Senado Federal 
 
Na sistemática atual, ao contrário do que acontecia com as Leis ns. 27 e 30, de 1892, a 
condenação pelo crime de responsabilidade implicará a imposição de duas penas autônomas: 
a perda do cargo e a inabilitação para o exercício de função pública por 8 anos, sendo esta 
última, portanto, não mais acessória, como era antes. Havendo renúncia ao cargo quando já 
fora instaurado o processo (art. 15 da Lei n. 1.079/50), este deverá seguir até o final, podendo 
ser aplicada a pena da inabilitação. 
Havendo condenação pela prática do crime de responsabilidade, deverá ser aplicada a 
pena de perda do cargo com inabilitação por 8 anos para o exercício de função pública, sem 
prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (art. 52, parágrafo único, CF/88). Na hipótese 
de absolvição, naturalmente, não fará sentido impor a pena de inabilitação, que pressupõe a 
prática do crime. 
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Poder Executivo 
Crime de responsabilidade: admite-se o controle judicial? 
 
O Poder Legislativo, seja a Câmara dos Deputados no juízo de autorização, seja o 
Senado Federal no julgamento de mérito, realiza julgamentode natureza política. 
Assim, por esse aspecto (mérito), não se admite o controle judicial, sob pena de se violar 
o princípio da separação de poderes. 
O constituinte originário definiu que compete ao Senado Federal processar e julgar o 
Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade. Assim, admitir a 
revisão do julgamento de mérito pelo STF significaria inequívoca violação da Constituição. 
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Poder Executivo 
Crimes comuns - Conceito e procedimento 
 
As regras procedimentais para o processamento dos crimes comuns estão previstas na 
Lei n. 8.038/90 e nos arts. 230 a 246 do RISTF. 
Da mesma forma como ocorre nos crimes de responsabilidade, também haverá um 
controle político de admissibilidade, a ser realizado pela Câmara dos Deputados, que 
autorizará ou não o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo STF, através do voto de 
2/3 de seus membros (art. 86, caput). 
Importante anotar, segundo decidiu a Corte, que “o juízo político de admissibilidade por 
dois terços da Câmara dos Deputados em face de acusação contra o Presidente da República, 
nos termos da norma constitucional aplicável (CRFB, art. 86, caput), precede a análise 
jurídica pelo Supremo Tribunal Federal, se assim autorizado for a examinar o recebimento da 
denúncia, para conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva suscitada pelo 
denunciado” (Inq. 4.483 — QO, Plenário, j. 21.09.2017). 
Dessa forma, “somente após a autorização da Câmara dos Deputados, o STF 
determinará, nos termos do art. 4.º da Lei 8.038/90, a notificação do denunciado para, no 
prazo de 15 dias, apresentar sua resposta à acusação”. 
Ainda, “não cabendo ao STF proferir juízo de admissibilidade sobre denúncia oferecida 
contra o presidente da República antes da autorização da Câmara dos Deputados, igualmente 
não cabe proferir juízo antecipado a respeito de eventuais teses defensivas, cuja ambiência 
própria é o momento previsto no art. 4.º da Lei 8.038/1990, o qual prevê a apresentação de 
resposta à acusação após o oferecimento da denúncia” (Inf. 878/STF). site: drpaulocavalcanti.com 
Poder Executivo 
Crimes comuns - Conceito e procedimento 
 
Pois bem, admitida a acusação contra o Presidente da República, por 2/3 da Câmara dos 
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o STF (crime comum). 
A denúncia, nos casos de ação penal pública, será ofertada pelo Procurador-Geral da 
República. Em caso de não ter formado a sua opinio delicti, deverá requerer o arquivamento 
do inquérito policial. Nos casos de crime de ação privada, haverá necessidade de oferta da 
queixa-crime pelo ofendido, ou de quem por lei detenha tal competência. 
A expressão “crime comum”, segundo posicionamento do STF, abrange “todas as 
modalidades de infrações penais, estendendo-se aos delitos eleitorais, alcançando até mesmo 
os crimes contra a vida e as próprias contravenções penais”. 
Recebida a denúncia ou queixa-crime, o Presidente da República ficará suspenso de suas 
funções por 180 dias, sendo que, decorrido tal prazo sem o julgamento, voltará a exercê-las, 
devendo o processo continuar até decisão final (art. 86, §1º, I, CF/88). 
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Poder Executivo 
Imunidade presidencial 
 
De acordo com a regra do art. 86, §4º, o Presidente da República, durante a vigência do 
mandato, não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
Dessa forma, ele só poderá ser responsabilizado (e entenda-se a responsabilização pela 
prática de infração penal comum — ilícitos penais) por atos praticados em razão do exercício 
de suas funções (in officio ou propter officium). 
Assim, as infrações penais praticadas antes do início do mandato ou durante a sua 
vigência, porém sem qualquer relação com a função presidencial (ou seja, não praticadas in 
officio ou propter officium), não poderão ser objeto da persecutio criminis, que ficará, 
provisoriamente, inibida, acarretando, logicamente, a suspensão do curso da prescrição. 
Trata-se da irresponsabilidade penal relativa, pois a imunidade só abrange ilícitos penais 
praticados antes do mandato, ou durante, sem relação funcional. 
No tocante às infrações de natureza civil, política (crimes de responsabilidade), 
administrativa, fiscal ou tributária, poderá o Presidente da República ser responsabilizado, 
pois a imunidade (irresponsabilidade penal relativa) restringe-se apenas à persecutio criminis 
por ilícitos penais que não tenham sido cometidos in officio ou propter officium, como vimos. 
Quando praticados em relação à função presidencial, aí sim poderá o Presidente da 
República sofrer a persecução penal. 
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Poder Executivo 
Imunidade presidencial 
 
Por fim, observar que, oferecida a denúncia no STF, havendo autorização da Câmara, 
julgando-se procedente o pedido formulado pelo Procurador-Geral da República, a 
condenação aplicada será a prevista no tipo penal, e não a perda do cargo (como pena 
principal), que só ocorrerá no caso de crime de responsabilidade. 
No caso de crime comum, a perda do cargo dar-se-á por via reflexa, em decorrência da 
suspensão temporária dos direitos políticos, enquanto durarem os efeitos da sentença criminal 
condenatória, transitada em julgado. 
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Prisão 
 
Nos termos do art. 86, §3º, enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações 
comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. 
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