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1 Emil de Souza Sánchez filho D. Sc. ALVENARIA ESTRUTURAL CONCRETO PROTENDIDO Estrutura do curso 2 Concreto Protendido 48 horas Aulas teóricas Notas de aulas = + Objetivos 3 Treinamento técnico Novas técnicas Aplicações práticas Atualização de conceitos Materiais Sistemas de protensão Dimensionamento 4 Concreto Protendido 5 Concreto Protendido A técnica de compensar uma baixa resistência à tração por meio de forças de compressão foi maneira encontrada pelos antigos construtores ao construir as catedrais de alvenaria. Nessas estruturas essa era a maneira de transmitir as forças verticais e horizontais dos arcos. As forças horizontais originavam momentos de flexão nas colunas, que necessitam de pesos adicionais para gerar tensões de compressão de modo a reduzir ou anular as tensões de tração na alvenaria. 6 Concreto Protendido A fabricação de barris de madeira usa essa técnica de restringir as trações por meio de tensões de compressão impostas. Os aros metálicos são aquecidos e daí se dilatam, e após envolverem as peças de madeira adequadamente dispostas formando o barril se contraem, equilibrando as trações provenientes do armazenamento do líquido. Aros metálico de um barril=introdução de uma pré-tensão. Aros de roda de bicicleta 7 Concreto Protendido Estacas pré-moldadas. Aplicações do Concreto Protendido Lajes pré-moldadas alveolares. Dormentes pré-moldados. 8 Concreto Protendido Aplicações do Concreto Protendido Pontes com vigas pré- moldadas. Grandes reservatórios cilíndricos. 9 Concreto Protendido Aduelas pré-moldadas de pontes com conretagem parcial da parte inferior e laterais. Aduelas pré-moldadas de pontes com conretagem total da seção. 10 Concreto Protendido Vantagens do Concreto Protendido São inúmeras as vantagens do Concreto Protendido quando comparado com o Concreto Armado: 1) a protensão completa mantém o elemento estrutural comprimido durante sua vida útil, o que é benéfico para a sua durabilidade reduzindo a corrosão das armaduras; 2) aumenta o momento de inércia da seção; 3) diminui as deformações do elemento estrutural no Estado Limite de Serviço; 11 Concreto Protendido Vantagens do Concreto Protendido 4) aumenta a resistência à força cortante; 5) é adequado para aplicação em reservatórios (diminui ou anula a fissuração); 6) aumenta a resistência às forças dinâmicas; 7) aumenta a esbelteza dos elementos estruturais; 8) tem melhor aspecto estético devido à menor esbelteza; 9) leva a seções com menor peso próprio; 10) é adequado para peças pré-moldadas. 12 Concreto Protendido 13 Execução de tirante externo numa viga. A ideia da protensão Concreto Protendido No início do concreto protendido a utilização de aço de baixa resistência, com tensão de escoamento da ordem de 124 MPa, levavam à uma perda quase total da protensão ao longo do tempo. Esse foi o grande óbice inicial que inibia o uso da protensão em peças de concreto. 14 Concreto Protendido A ideia da protensão Peça original com comprimento L. L δLs δLc=δLcs+δLcc Tração no aço. Perdas devidas às deformações do concreto 15 Concreto Protendido Quando do uso de aço de baixa resistência à tração o alongamento da armadura de protensão δLs que permitiria a introdução da protensão na peça, pois o aço tenderia a se encurtar, era praticamente “perdida” pelas deformações no concreto. δLs ≈ δLc=δLcs+δLcc A ideia da protensão Retração (shrinkage) do concreto : δLcs Fluência (creep) do concreto : δLcc 16 Concreto Protendido Para um aço comum tem-se a tensão de serviço aproximadamente σs=124 MPa e Es=200 GPa; com a lei de Hooke σs =EsƐs tem-se Ɛs =124/(200 X 10 -3)=0,062% As perdas devidas à fluência e retração do concreto são da mesma ordem de grandeza, então Ɛs ≈Ɛc . Isso mostra que ao longo do tempo não há vantagem na protensão com aços comuns (σR ≈ 600 MPa). Eugène Freyssinet, engenheiro francês, em 1928, foi quem primeiro explicou racionalmente essas perdas, concluindo pela necessidade de utilizar-se aços de alta resistência. A ideia da protensão 17 Concreto Protendido Para um aço de alta resistência com tensão de serviço aproximadamente σs=1000 MPa e Es=200 GPa; com a lei de Hooke σs =EsƐs tem-se Ɛs =1000/(200 X 10 -3)=0,50% As perdas do concreto são, por exemplo, Ɛc = Ɛcs +Ɛcc = 0,08% assim δƐ = Ɛs-Ɛc = 0,50-0,08=0,42% δσs = Es.δƐ = 200X10 3 X0,42%=840 MPa A tensão δσs é responsável pela protensão que permanece após a consideração das perdas no concreto (retração e fluência). A ideia da protensão 18 Concreto Protendido A ideia da protensão A partir de 1939, após o desenvolvimento dos sistemas de ancoragem em cunhas macho-fêmea de argamassa cintada de alta resistência, desenvolvidos por Freyssinet, foi que o concreto protendido com protensão posterior tornou-se viável técnica e economicamente. A reconstrução da Europa após a II Guerra Mundial proporcionou um grande desenvolvimento do concreto protendido, especialmente na França, Alemanha e Bélgica. A primeira obra oficialmente executada com concreto protendido foi a ponte sobre o rio Marne em Lucany , iniciada em 1941 e concluída em 1945. 19 Concreto Protendido A primeira obra no Brasil foi a Ponte do Galeão no Rio de Janeiro, calculada por Freyssinet, e executada em 1948, com 380 m de extensão, sendo a mais extensa do mundo naquela época. A ideia da protensão Ancoragem em cunhas macho-fêmea de argamassa cintada de alta resistência. 20 Concreto Protendido A vantagem da protensão Uma viga retangular de concreto armado submetida a um momento de flexão, com a tensão na borda comprimida em regime elástico linear em estado de serviço resiste a um momento: 21580880360 2 1 bd,d,d,bM cc b zM d,880 d,360 c cF sF d G 21 Concreto Protendido Comportamento estrutural à flexão Uma viga retangular de concreto protendido com as mesmas características da viga anterior, submetida a um momento de flexão, com a tensão na borda comprimida em regime elástico linear em estado de serviço resiste a um momento: 2350670 2 1 bd,d,hM cc b zM d,670 c cF sF d G 22 Concreto Protendido Nas duas vigas anteriores assumiu-se que a tensão na borda mais comprimida foi a mesma, concluindo-se que: 1) a viga de concreto protendido resistido pela seção é o dobro do momento da viga de concreto armado; 2) se for adotado um concreto do o dobro da resistência para a viga de concreto protendido a sua resistência será quatro vezes superior à da viga de concreto armado; 3) os diagramas de tensão no concreto mostram que toda a seção da viga protendida fica comprimida, o que não ocorre com a viga de concreto armado; 4) a protensão inibe a formação de fissuras na viga. Comportamento estrutural à flexão 23 Concreto Protendido Comportamento estrutural à flexão No ensaio de viga com de altura h=1,00 m, com cabos de protensão não aderidos, submetida à flexão verificou-se que surgem fissuras espaçadas de 1,2h a 1,6h. Essas fissuras tinham grande abertura e se propagavam em direção à zona comprimida onde se bifurcavam. A armadura passiva de flexão 5Ø10, que ao atingir de modo imediato a tensão de escoamento, não foi capaz de inibir a abertura dessas fissuras. Leonhard 24 Concreto Protendido Comportamento estrutural à flexão No ensaio de viga com de altura h=1,00 m, com cabos de protensão aderidos, submetida à flexão verificou-se que a capacidade resistente da viga aumenta. Foram observadas 16 fissuras entre as forças aplicadas, espaçadas de cerca de 37 cm (espaçamento médio). A aderência dos cabos por meio de injeção de calda de cimento protege as armaduras contra a corrosão, aumentaa resistência da viga e lhe dá maior ductilidade. Leonhard 25 Concreto Protendido As vantagens da protensão 1) As seções são mais esbeltas, daí menor peso próprio permitindo vão maiores e alívio nas cargas das fundações; 2) permite o controle da deformação elástica limitando-a a valores menores do que os das peças de concreto armado; 3) a durabilidade da peça tende a aumentar, pois a protensão anula ou diminui as tensões de tração daí se tem um melhor controle da fissuração; 4) assimila eventuais sobrecargas, que após a sua remoção as eventuais fissuras tendem a se fechar; 5) as peças têm maior resistência à fadiga (a variação de tensões no aço é menor); 6) a protensão é uma prova de carga. 26 Concreto Protendido As vantagens da protensão Alguns autores relatam como desvantagem a exigência de um concreto de maior resistência (que exige maior controle de qualidade), assim como o aço de protensão requerer maiores cuidados contra a corrosão, que os cabos devem ser posicionados corretamente de modo a não gerarem solicitações não previstas no projeto e que a protensão exige pessoal especializado. Na verdade todos esses requisitos são atualmente básicos para o controle de qualidade de uma obra, portanto, não são desvantagens. 27 Concreto Protendido As vantagens da protensão A componente vertical da força de protensão alivia as tensões tangenciais devidas à força cortante. Componente vertical da força de protensão: Pv =P sen α Com a força cortante V (obtida no cálculo estático ) tem-se a resultante vertical: RV=V- Pv As tensões principais ficam: 2 2 1 22 pp 2 2 2 22 pp Tração Compressão A tensão de protensão σp é negativa assim a tensão de tração σ1 fica menor 28 Diagramas das solicitações provenientes da força de protensão e do momento de flexão devido ao carregamento q. A protensão como força externa Concreto Protendido 29 Tensões normais atuantes nas seções da viga devidas ao carregamento são tensão normal tensão de compressão uniformemente distribuída Princípio da Superposição dos Efeitos I My F A P pc , I My A P pcFx , Concreto Protendido A protensão como força externa 30 O somatório dessas tensões leva a uma das seguintes condições: a) tem-se tração na fibra extrema inferior e compressão na fibra extrema superior, com um diagrama bitriangular de tensões; neste caso a linha neutra corta a seção transversal b) a fibra extrema inferior não está tensionada e a fibra extrema superior está comprimida, com um diagrama triangular de tensões; neste caso a linha neutra tangencia a seção transversal c) as duas fibras extremas são comprimidas, com um diagrama trapezoidal de tensões; neste caso a linha neutra situa-se fora da seção transversal 0,0 si 0,0 si 0 is Concreto Protendido A protensão como força externa 31 Diagramas das tensões normais provenientes da força de protensão centrada e do momento de flexão devido ao carregamento q. A P I My LN LN I My A P s I My A P i s s 0i i Concreto Protendido A protensão como força externa 32 Diagramas das solicitações provenientes da força de protensão, do momento de flexão devido ao carregamento q e ao momento de protensão devido à excentricidade e constante ao longo da viga. Com isso acrescenta-se um momento negativo que origina tensões normais a serem somadas com as demais. Concreto Protendido A protensão como força externa CG Z Y P P PP O X Pe Pe 8 2q 33 Diagramas de tensões normais para a força de protensão aplicada com excentricidade e constante ao longo da viga A P I My LN LN s s 0i i I Pe I My I yPe A P s I My I yPe A P i Concreto Protendido A protensão como força externa 34 Concreto Protendido Exemplo 1 A viga biapoiada é protendida com a força indicada. Calcular as tensões nas fibras extremas da seção devidas ao momento de flexão máximo. 2310375750500 mmA Área da seção Momento resistente da seção 33 22 1087546 6 750500 6 mm bh W CG Z Y P P e= m0,145 q= kN/m45 0,50 m 7,30 m 0,75 m PP= kN1 620 O Pe Pe 8 2q 35 Concreto Protendido Exemplo 1 Tensões normais: Momento de flexão: kNm, ,q M 76299 8 30745 8 22 MPa, , W M F 406 1087546 1076299 3 6 Momento solicitante. MPa, A P N 324 10375 106201 3 3 Força de protensão. MPa, W Pe F 015 1087546 145106201 3 3 Momento de protensão MPa, MPa, ,,,x 932 715 015324406 Superposição dos Efeitos 36 Configurações dos cabos de protensão: a) poligonais; b) curvos. a) b) Concreto Protendido A protensão como força externa 37 Concreto Protendido Solicitações devidas à força normal, momento de flexão gerado pelo carregamento e o momento devido à força de protensão aplicada com excentricidade variável ao longo da viga. A protensão como força externa 38 Tensões normais provenientes da força de protensão, aplicando-se o Princípio da Superposição dos Efeitos é dada por: ou raio de giração da seção transversal I yPe A P pcFx , 2 1 r ey A P x A I r Concreto Protendido A protensão como força externa 39 Na verificação de tensões na seção se utiliza também o módulo resistente da seção (módulo de Winkler): com para a fibra extrema superior, onde ys é a distância dessa fibra ao centro de gravidade da seção, e de modo análogo para fibra extrema inferior i i y I W s s y I W W Pe x Concreto Protendido A protensão como força externa 40 Tensões normais para uma força de protensão excêntrica que gera o momento de protensão LN CGZ Y pA sy iy M 2 1 r ey A P s s 2 1 r ey A P i i PeM Concreto Protendido A protensão como força externa 41 A mesma viga do Exemplo 1, mas com um cabo curvo. Concreto Protendido Exemplo 2 P P Pe PP O X 8 2q Os cálculos são os mesmos, e a mudança do formato do cabo não altera os valores da força de protensão e do momento devido à essa força no meio de vão. MPa, MPa, ,,,x 932 715 015324406 42 Calcular as tensões normais nas fibras extremas inferior e superior, na seção S0 do apoio e na seção S1 situada no meio do vão, sendo a excentricidade do cabo e=30 cm, admitindo-se os carregamentos de peso próprio e o devido às cargas permanentes g=6,5 kN/m atuem inicialmente, e que o carregamento devido às sobrecargas q=17,0 kN/m atue numa segunda etapa. Exemplo 3 CG Y Z PP Dados: 2613.2 cmA , 3901.68 cmWW is , m00,18 , kNP 500.1 Concreto Protendido 43 Concreto Protendido mkNg /5,6 Para o carregamento inicial s g gi W M , s g gs W M , A P pc , i Pei W eP , s Pes W eP , tem-se as tensões nas fibras inferior e superior da seção Com a força de protensão resultam para as tensões nessas fibras: Os resultados desses cálculos estão no Quadro 1. Exemplo 3 44 Concreto Protendido Quadro 1 As tensões resultantes são obtidas por superposição de efeitos. Exemplo 3 45 Concreto Protendido Os carregamentos g+q atuando concomitantemente com a força de protensão geram as tensões normais qpgi , qpgs , pg Do Quadro 1 tem-se as tensões Essas tensões são calculadas de modo análogo às tensões geradas pelo carregamento mkNg /5,6 Quadro 2 Exemplo 346 Concreto Protendido A força de protensão aplicada sem uma excentricidade na seção do apoio a mantém com a mesma tensão de compressão durante as duas fases de carregamento. Essa tensão pode ser diminuída ancorando-se o cabo acima do centro de gravidade dessa seção. As tensões são obtidas para cada seção transversal, bastando ter o traçado do cabo para se determinar as diversas excentricidades ao longo de seu comprimento. Neste exemplo a inclinação do cabo é de 1,91o . A componente horizontal da força de protensão aplicada é PP cos Exemplo 3 47 Concreto Protendido Na década de 1960 T. Y. Lin concebeu o conceito de carregamento equivalente introduzido pelo cabo de protensão. Esse enfoque está fundamentado no estudo da teoria dos cabos suspensos, sendo muito útil na análise de deformações dos elementos protendidos. Um comprimento elementar de um cabo curvo, tracionado por uma força em cada extremo, admitida constante ao longo de seu comprimento (despreza-se a força de atrito), transmite ao concreto um carregamento uniformemente distribuído. A protensão como carregamento equivalente do cabo 48 A protensão mobiliza uma carga uniformemente distribuída ao longo do cabo. Concreto Protendido A protensão como carregamento equivalente do cabo 88 22 .qqq M e* Com a protensão surge um carregamento interno transmitido pelo cabo que resistirá ao carregamento externo. 49 Concreto Protendido Para cabo poligonal surge uma força concentrada no ponto de inflexão do cabo. A protensão como carregamento equivalente do cabo Diagrama de corpo livre. Sendo pequeno o ângulo θ tem-se: sen L e L e tgsen 2 2 50 Concreto Protendido A protensão como carregamento equivalente do cabo PcosPcos 1 cosP Psen P P P F Momento sen L PPecosP 2 L Pe F L e PPsenF 4 2 22 51 Cabo curvo: a) carregamento uniformemente distribuído; b) polígono de forças. q P P P P ds a) b) 2 d dV Concreto Protendido A protensão como carregamento equivalente do cabo 52 Para ângulos pequenos onde 222 dd sen d Pd d PdV 2 2 ds d P ds dV q Concreto Protendido A protensão como carregamento equivalente do cabo Equação de equilíbrio: 53 Raio de curvatura Curvatura então d ds 1 3 2 21 y y 3 2 21 y yPP q Concreto Protendido A protensão como carregamento equivalente do cabo 54 Para grandes raios de curvaturas tem-se assim y 1 02 y yPq Concreto Protendido A protensão como carregamento equivalente do cabo 55 Viga de concreto protendido biapoiada, admitindo-se um cabo parabólico simétrico cuja equação é dada por: condições de contorno assim Derivando-se essa expressão: CBxAxy 2 00 00 By Cx 2Axy Ay 2 Concreto Protendido A protensão como carregamento equivalente do cabo 56 No meio do vão do cabo tem-se a flecha máxima Força de tração no cabo Força uniformemente distribuída no cabo 2 2 4 2 f AAf f q P 8 2 2 8 Pf q Concreto Protendido A protensão como carregamento equivalente do cabo 57 Para a viga biapoiada calcular as tensões normais nas fibras extremas inferior e superior, na seção S0 do apoio e na seção S1 situada em 0,25L, onde o cabo tem excentricidade e=24 cm. Para o carregamento de peso próprio e devido às cargas permanentes g=6,5 kN/m atue inicialmente. O carregamento devido às sobrecargas q=17,0 kN/m atuará numa segunda etapa. CG Y Z PP Dados: 2613.2 cmA , 3901.68 cmWW is , m00,18 , kNP 500.1 Concreto Protendido Exemplo 4 58 Calcular para a viga biapoiada, a carga equivalente transmitida pela força de protensão por meio de um cabo parabólico de 2o grau, com excentricidades e0 no meio do vão e eA no apoio. PP S x Y X 2 2 AeAe 0e Ptg Ptg Concreto Protendido Exemplo 5 59 A equação do cabo é dada por: Derivando-se duas vezes essa expressão tem-se Para o carregamento equivalente resulta: 0 2 2 04 ex ee xy A 2 08 ee y A 2 08 eeP yPq Ae Concreto Protendido Exemplo 5 60 Essa formulação é uma generalização das expressões deduzidas para cabo parabólico do 2O grau sem excentricidade na seção do apoio. Força vertical atuando junto à ancoragem donde Momento devido à força de protensão 0 2 2 04 ex ee PxPexM A 2 8 2 0 eeP PtgV A 04 eePV A Concreto Protendido Exemplo 5 61 Concreto Protendido Concreto armado: mecanismo interno resistente à flexão. A protensão como força interna CT TzCzM qg Equações de equilíbrio Por analogia admite-se que o cabo de protensão atue como uma armadura, similar à atuação de uma barra de aço no concreto armado. OBS.: esse conceito só é válido para estruturas isostáticas. 62 Concreto Protendido Exemplo 6 Calcula as tensões nas fibras extremas da seção transversal da viga mostrada no Exemplo 1 considerando a protensão como força interna. Equilíbrio interno: C=Z= 1620 kN kNP 6201 z C Z P=1620 e=0,145 0,75 kNm,M 76229 Excentricidade da força de protensão. 63 Concreto Protendido Exemplo 6 MPa, MPa, ,, W e.C A P c x 942 705 381324 1046875 40101620 10375 101620 3 3 3 3 Ponto de aplicação da força de compressão C: ec=(230+195)-375=40 mm 0,750 mm , Z M zz.ZM 185 6201 1076299 3 C Z z=0,185 m 0,230 0,335 0,04 0,375 64 Concreto Protendido Flexão com tração Mz = Vx = (P.sen)x z y GX P- Força inclinada de em relação a GX l y x P P x y V N G + N = P.cos DMF DFN N = P.cos V = P.sen - 65 Flexão composta 66 A N σN z z F I yM Flexão: Força normal: Princípio da superposição dos efeitos: + - + tF cF tN z z FNx I yM A N + Flexão composta 67 0 z z MÁX x, I yM A N 1) Bitriangular - + + + Triangular Trapezoidal 2) 3) < 0 ( 1 ) = 0 ( 2 ) > 0 ( 3 ) Diagramas de tensões Como N>0 tem-se sempre tensão de tração na fibra superior: A tensão na fibra inferior dependerá dos valores somados: z z MÍN x, I yM A N 67 Flexão composta 68 Compressão Excêntrica e ─ excentricidade num eixo principal de inércia. P z y x e B G > 0 = 0 < 0 0NPsendo A N- N W Pe A P MÍN x, FNx 0 w Pe A P- MÁX x, W Pe W M F y J W Z Flexão composta Caso geral de flexo-compressão z y x n m e P C D B A (P) My GX Mz n m B(y; z) O ponto A situa-se fora dos semieixos GY e GZ. Mz = + Pn My = + Pm P < 0, m < 0, n < 0. A 69 Flexão composta 70 y y F z Z FN J zM J yM A P yz FFNx J Pmz J Pny A P y F z F J Pmz J Pny TENSÃO NO PONTO B: compressão 0 yz x J mz J ny A 1 P Flexão composta 71 0 yz x J mz J ny A 1 P TENSÃO NO PONTO C: Por hipótese situado do outro lado da L.N. POSIÇÃO DA LN: LN X = 0 Lugar geométrico das tensões normais nulas. A 1 J mz J ny J mz J ny A 1 P yzyz x 0 Flexão composta 72 01 2 Y 2 z i mz i ny 01 A J mz A J ny yz Jz = Aiz 2 Jy = Aiy 2 Equação da Linha Neutra Para z = 0 1 + nyo/ iz 2 = 0 .: yo = - iz 2 / nPara y = 0 1 + mzo/ iy 2 = 0 .: zo = - iy 2 / m (yo; zo) Pontos da L.N. sobre GY e GZ 01 yz J Amz J Any Flexão composta A (P) LN GX n m zo y z + _ e r ─ se n < 0 yo > 0 ─ se m < 0 zo > 0 O ponto A e a L.N estão em lados opostos com relação a origem G. ─ se n cresce yo diminui ─ se m cresce zo diminui e a L.N. se aproxima de G, r e a L.N. se afasta de G, r yo e2=m2+n2 r= distância da L.N ao centro de gravidade A= ponto de aplicação da força normal de compressão 73 Flexão composta Núcleo central de inércia (N.C.I) P < 0; e > 0 yo = - iz 2 / n n = e |yo |e = - iz 2 = Jz / A ─ Quando |yo | = |ys |: e = Ki Ki = Jz / Ays = Ws / A ─ Quando |yo | = |yi |: Ks = Wi / A Ws, Wi Módulos de resistência (módulo de Winkler). z y GX LN s A e yo ys yi - + LN s i P/A i 74 Flexão composta 1) Ponto “A” (centro de pressão) no interior do N.C.I: flexão composta com pequena excentricidade. 2) Ponto “A” fora do N.C.I: flexão composta com grande excentricidade. 3) Ponto “A” no contorno do N.C.I: caso limite entre as duas excentricidades anteriores. z y GX s A LN 4) Quando AG: a L.N está no infinito. 5) Quando a L.N passa por G: o ponto “A” está no infinito (flexão pura). P A e y (compressão) ys yi 75 Flexão composta y z G h/6 B (P) LN - i = máx i = o y z G h/6 A (P) LN - i = máx i = o b/6 G h/6 z y h/6 h/2 h/2 b/2 b/2 b/6 A1 B1 Seção retangular 1) Força P < 0 aplicada sobre GY: yA1 = - h /2, Jz = (bh 3) /12 |Ws|= |Wi| = (bh 2) / 6 Ki,y = [(bh 2)/6]/(bh) = h / 6 Ki,y = Ks,y (simetria) 2) Força P<0 aplicada sobre GZ: Ks,z = Ki,z = b / 6 (simetria) 76 Flexão composta Resumindo Compressão centrada P A P G x - Força P no interior do N.C.I P P A G x - e b/6 Força P no contorno do N.C.I P A P G x - e =b/6 2P A Força P fora do N.C.I P A P G x e>b/6 - b + 77 Flexão composta - - 78 Concreto Protendido 79 P Bloco rígid o Bloco rígid o Ap oio Concreto Protendido A protensão é uma força aplicada à peça de concreto com a finalidade de anular ou reduzir as tensões de tração, melhorando assim o seu comportamento estrutural. Entre vários processos de aplicação da protensão o mais comum é por meio de cabos de aço, esticados e ancorados no concreto. 80 Concreto Protendido Aplicação da protensão com cabos de aço Protensão mecânica A protensão mecânica é aplicada por meio de macacos hidráulicos, e pode ser executada com a armadura pré-tracionada ou pós-tracionada. A protensão mecânica em fios, barras, cabos ou cordoalhas de aço tem se revelado como a mais viável técnica e economicamente. 81 Concreto Protendido Classificação a) Concreto protendido com aderência inicial (armadura de protensão pré-tracionada). Executa-se o estiramento da armadura de protensão utilizando-se apoios independentes do elemento estrutural, antes do lançamento do concreto, sendo a ligação da armadura de protensão com os referidos apoios desfeita após o endurecimento do concreto. A ancoragem realiza-se apenas por aderência entre a armadura e o concreto. 82 Concreto Protendido b) Concreto protendido com aderência posterior (armadura de protensão pós-tracionada). Executa-se o estiramento da armadura de protensão após o endurecimento do concreto utilizando-se como apoios partes do próprio elemento estrutural, criando- se posteriormente aderência com o concreto de modo permanente por meio de injeção das bainhas com nata de cimento. c) Concreto protendido sem aderência (armadura de protensão pós-tracionada). Executa-se de modo idêntico ao descrito no item (b), porém, sem a criação de aderência com o concreto após o estiramento. 83 P Blo co rígid o Blo co rígid o Ca bo An co ra gem Concreto Protendido Aplicação de uma força de protensão numa viga por meio de pré-tensão. Os fios são ancorados em apoios rígidos e esticados; a peça é concretada e após a idade estabelecida para a protensão os fios são cortados com maçarico. A força de compressão é transmitida por aderência entre os fios e o concreto. protensão com armadura pré-tracionada 84 Leito de protensão para armadura pré-tracionada P Bloco rígid o Bloco rígid oCa bo An co ra gem D esv iado res Concreto Protendido 85 Ancoragem pela ação de aderência Sistemas de protensão com armadura pré-tracionada Concreto Protendido A força de protensão ancorada é da ordem de três a quatro vezes maior que a força ancorada em barras nervuradas de aço CA, com a mesma seção transversal. A aderência mecânica é aumentada pelas nervuras das armaduras ou de um perfilado que leve a ocorrência de “consoles” ente a armadura de protensão e o concreto. Em cordoalhas de sete fios o deslizamento é impedido por efeito de saca rolhas. Para fios tem-se o efeito Hoyer, que é o encunhamento por meio da variação da seção transversal . 86 P Ca bo Concreto Protendido Protensão com armadura pós-tracionada A protensão pode ser executada com cabos internos ou externos. No primeiro caso os cabos são colocados no interior da peça envolvidos por bainhas metálicas. Após a protensão, aplicada depois do endurecimento do concreto, a bainha é preenchida com argamassa de cimento. Os cabos colocados e normalmente são envolvidos por bainhas de polietileno (ou metálica) a fim de protegê-los contra a corrosão. 87 Concreto Protendido Protensão com armadura pós-tracionada É o tipo de protensão mais utilizado. Os sistemas de protensão são patenteados: Freyssinet; Rudloff; VSL; Tensaiai; Dywidag, etc. Permite a protensão em etapas, sendo essa uma vantagem para que seja adotado em reforços de estruturas. Os cabos podem ser internos ou externos em relação à peça, e a as bainhas podem ou não serem injetadas com calda de cimento. 88 Rosca Barra de aço Material termoplástico Concreto Protendido Protensão por meio de aquecimento da armadura A barra de aço é envolvida por um material termoplástico (enxofre, ligas de baixo ponto de fusão), a peça é concretada com a barra no seu interior, após o endurecimento do concreto a armadura é aquecida por meio de uma corrente elétrica; com o aquecimento o material termoplástico se funde permitindo assim o alongamento da armadura. A barra, ainda aquecida, é ancorada com porcas nas extremidades com roscas. Com o resfriamento a protensão se desenvolve e a aderência é restaurada com a solidificação do material termoplástico. 89 Flange tracionado Aço de alta resistênciaConcreto Concreto Protendido Protensão pelo método PERFLEX É empregada em vigas compostas de concreto e um perfil estrutural de aço de alta resistência. O perfil de aço é carregado e o flange tracionado é então revestido com concreto de alta resistência; após o endurecimento do concreto a carga é removida, a tração no flange de aço é aliviada e o concreto passa a ser comprimido. Em seguida a viga é montada na estrutura e o restante da viga é concretado. A viga de aço deve ser construída com contraflecha. 90 Categorias de cabos e ancoragens Sistemas de protensão com armadura pós-tracionada Bloco fixo Bloco móvel Cabo concentrado com ancoragens concentradas Cabos isolados com ancoragens isoladas Cabos concentrados com ancoragens isoladas Cabos isolados com ancoragens concentradas Concreto Protendido 91 Concreto Protendido Principais formas de ancoragens ativas de fios, barras e cordoalhas: a) pelaação de cunha; b) por pressão direta de placas aparafusadas ou rebitadas; c) por aderência ou por meio de alças. Ancoragens Tipos de ancoragens: 1) ativas, onde são aplicadas as forças de protensão; 2) passivas, onde se tem apenas a ancoragem da força aplicada em outro extremo do cabo de protensão. 92 Protensão com ancoragem móvel Macaco Ancoragem móvel Cabo Concreto Protendido A aplicação da força de protensão é realizada esticando-se uma cordoalha ou fio de cada vez com macacos de pequena capacidade, ou empurrando-se a ancoragem móvel com um conjunto de macacos. Esse sistema é ideal para fábricas de peças pré-moldadas protendidas. As ancoragens empregadas são reaproveitadas, e são geralmente do tipo barrilete /cunha. Barrilete Cunha Fio ou cordoalha 93 Ancoragem com placas aparafusadas Barra Dywidag Placa de ancoragem Porca Concreto Protendido Sistemas de protensão com armadura pós-tracionada. 94 Ancoragem com placas rebitadas (Sistema PRESCON-BBRV) Placas de aço Fios Concreto Protendido Sistemas de protensão com armadura pós-tracionada Os rebites nos extremos dos fios ancoram-se numa placa que se fixa diretamente sobre um bloco metálico. 95 Ancoragem passiva: a) por meio de alças; b) por laço. Fio Fio ou cordoalha Chapa de aço Concreto Protendido Sistemas de protensão com armadura pós-tracionada. a) b) 96 Concreto Protendido Ancoragens passivas por aderência Catálogo da Rudloff: Tipo U 97 Concreto Protendido Ancoragens passivas por aderência Catálogo da Rudloff: Tipo H Faz-se o desdobramento das pontas das cordoalhas que funcionam como comprimento de ancoragem. 98 Ancoragem pela ação de cunha Sistemas de protensão com armadura pós-tracionada Bloco de ancoragem Cone Cordoalha ou fio Concreto Protendido 99 Ancoragem pela ação de cunha Sistemas de protensão com armadura pós-tracionada Concreto Protendido Ancoragem de emenda da STUP 100 Concreto Protendido Monocordoalha engraxada 101 Concreto Protendido Sistema Dywidag 102 Concreto Protendido 103 Concreto Protendido Protensão dos cabos Faz-se uso de macacos hidráulicos adaptados a cada modelo de unidade de protensão, sendo acionados por bomba elétrica de alta pressão. Antes da protensão deve-se verificar se: 1) o aspecto geral do concreto nas zonas de ancoragem é bom; 2) a resistência especificada para o concreto já foi atingida; 3) as condições dos equipamentos que serão utilizados. 104 Concreto Protendido Protensão dos cabos A protensão deve seguir ao plano definido no projeto estrutural. A equipe que realiza a protensão deve ser especializada nesse tipo de serviço. Em geral se emite um relatório após a execução da protensão. Após a protensão e DE ACORDO da fiscalização procede-se o corte dos das extremidades das cordoalhas e faz-se o preenchimento dos nichos das ancoragens. 105 Concreto Protendido Protensão dos cabos Após fixar os cabos ao macaco de protensão uma bomba hidráulica de alta pressão injeta no cilindro um óleo diluído pressurizado. A conexão macaco-bomba é realizada por meio de mangueiras flexíveis; no caso de altas pressões são utilizados tubos de aço ou de cobre sem costura, e com válvulas de alta pressão. A pressão causa um deslocamento relativo entre o pistão e o cilindro, alongando os cabos de protensão fixados ao macaco. Uma válvula de segurança não permite que o pistão se desloque indefinidamente e saia do cilindro. 106 Concreto Protendido Protensão dos cabos O controle da força de protensão é realizado por meio de leituras num manômetro. O alongamento dos cabos é verificado por medidas obtidas numa escala milimétrica tendo-se como referência uma marcação inicial anotada nesses cabos. Esse alongamento é comparado com o alongamento fornecido pelo calculista. Alguns sistemas de protensão têm macacos dotados de dispositivos cilíndricos que ao aplicaram as forças de protensão em seguida cravam as cunhas de ancoragem. 107 Concreto Protendido Protensão dos cabos 1) Colocação do macaco: a) bloco de com as cunhas; b) anéis de cravação; c) aranha; d) macaco; e) bloco traseiro com as cunhas especiais. 108 Concreto Protendido Protensão dos cabos 2) Preparação para a operação de protensão Fixação das cordoalhas no bloco traseiro por meio das cunhas especiais. 109 Concreto Protendido Protensão dos cabos 3) Operação de protensão Aplicar a pressão no pistão do macaco de acordo com o previsto em projeto; os anéis garantem uma cravação uniforme das cunhas e limitam o seu retorno. deslocamento 110 Concreto Protendido Protensão dos cabos 4) Retorno e retirada do macaco e acessórios Retorno do pistão devido à expulsão do óleo da câmara de tensão; retirada do macaco e acessórios. 111 Concreto Protendido Protensão dos cabos Colocação das bainhas e armaduras passivas. 112 Concreto Protendido Protensão dos cabos Após a concretagem da viga os cabos são colocados no interior das bainhas. 113 Concreto Protendido Protensão dos cabos Protensão e ancoragem dos cabos numa viga pré- moldada.
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