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ENGENHARIA CIVIL CAROLLINE ZONTA GABRIEL HENRIQUE CUSTÓDIO GIOVANI ADAMAVICIUS JULIO DUTRA KAICK ALBUQUERQUE PALLOMA SANTOS CUIDADOS EM CONSTRUÇÕES SUJEITAS A MARESIA COTIA/SP MAIO/2020 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Efeito da maresia numa peça de ferro utilizada para ancoramento.. 7 Figura 2 - Armadura corroída pela ação da maresia ........................................ 8 Figura 3 - Classes de agressividade ambiental - NBR 6118 ........................... 12 Figura 4 - Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto - NBR 6118 ................................................................................................. 12 Figura 5 - Correspondência entre a classe de agressividade e cobrimento nominal - NBR 6118 .................................................................................................. 13 Figura 6 - Requisitos para o concreto, em condições especiais de exposição .................................................................................................................................. 16 Figura 7 - Teor máximo de íons cloreto para proteção das armaduras do concreto - NBR 12655 ............................................................................................... 16 Figura 8 - Ponte Morandi ................................................................................ 23 Figura 9 - Queda da ponte Morandi ................................................................ 24 Figura 10 - Escalas da ponte .......................................................................... 25 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 5 2. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MARESIA ................................................. 6 3. POR QUE DANIFICA OS MATERIAIS? .................................................. 8 4. AÇÃO DA MARESIA NOS PRINCIPAIS TIPOS DE MATERIAS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................................................... 9 4.1 Materiais metálicos ............................................................................... 9 4.2 Alvenaria e recobrimentos .................................................................... 9 4.3 Madeira .............................................................................................. 10 5. PRINCIPAIS NBRs QUE REGEM A CONSTRUÇÃO CIVIL EM ÁREAS LITORÂNEAS ............................................................................................................ 11 5.1 ABNT NBR 6118 – Estruturas de Concreto Armado – Procedimento 11 5.2 ABNT NBR 12655 – Cimento Portland - Preparo, Controle, Recebimento e Aceitação – Procedimento ............................................................ 13 6. PRINCIPAIS FORMAS DE PREVENÇÃO A MARESIA ........................ 17 6.1 Evitar materiais que acumulam ferrugem .............................................. 17 6.2 Utilização de concreto menos permeável ........................................... 17 6.3 Aplicação de aditivos plastificantes .................................................... 18 6.4 Verificação da elevação do local ........................................................ 18 6.5 Ambientes ventilados ......................................................................... 18 6.6 Fundações .......................................................................................... 18 6.7 Manutenção ........................................................................................ 18 7. MATERIAIS INDICADOS PARA CONSTRUÇÕES PRÓXIMAS A MARESIA 19 7.1 Madeira .............................................................................................. 19 7.2 Alumínio ............................................................................................. 19 7.3 Aço inoxidável .................................................................................... 20 7.4 Galvalume .......................................................................................... 20 7.5 Concreto ............................................................................................. 20 7.6 Impermeabilizantes ............................................................................ 20 7.6.1 Rígida .............................................................................................. 21 7.6.2 Flexível ............................................................................................ 21 7.6.3 Semiflexível ..................................................................................... 22 8. AVARIAS HISTÓRICAS CAUSADAS PELA MARESIA ........................ 23 8.1 Ponte Morandi .................................................................................... 23 8.2 A queda da ponte ............................................................................... 23 8.3 A causa .............................................................................................. 24 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 27 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 28 5 1. INTRODUÇÃO A maresia é o nome dado ao fenômeno que ocorre nas áreas litorâneas e é caracterizada por uma névoa fina, úmida e salgada que se desloca acima das cidades desses locais. Essa névoa é formada pela água do mar e o sal presente nela, que se dissipa no ar quando uma onda se movimenta. Devido a composição da maresia, ela é responsável por grandes danos materiais as pessoas que habilitam naquela região. Como enferrujamento de carros, portões, deterioração de materiais metálicos etc. Para a construção civil, a maresia é um fator determinante que causa mudanças significativas em projetos de construções na região litorânea. Já que ela pode ocasionar danos a estrutura, alvenaria e acabamentos nas construções tanto de residências e apartamentos, como complexos viários e pontes. A engenharia civil precisa reinventar-se a cada dia, utilizando de normas, pesquisas e materiais adequados para atender a solicitação dos mais diversos clientes e contratantes, além de melhorar a vida daqueles que habitam ou utilizam os serviços construídos. 6 2. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MARESIA Maresia é o nome dado ao fenômeno de formação de uma névoa fina, úmida e salgada que se desloca sobre as cidades do litoral, e por toda a em costa. Essa “nuvem” é formada por gotículas de água do mar com quantidade de sal, que sobem ao ar toda vez que uma onda se movimenta. Pelo fato das gotículas não serem constituídas por água pura (afinal, o oceano é um composto de diversos minerais, seres vivos e sais, principalmente sais) a maresia é responsável por enferrujar carros, emperrar portões, rachar vigas de concreto e pela deterioração de cadeiras de praia, assim como qualquer outra estrutura de ferro, concreto, metal ou similar. Para que ocorra esse fenômeno da ferrugem, é preciso que átomos de ferro se unam ao oxigênio do ar, em uma reação conhecida como oxidação. Para esses processos se iniciar, é necessário que alguma substância crie um caminho para que os elétrons dos átomos de ferro se liguem aos de oxigênio. A presença dos sais na composição da maresia acelera a formação da ferrugem, devido ao fato de aumentar a condutividade elétrica do sistema. Os danos e prejuízos causados aos seres humanos e seu patrimônio pela maresia são altíssimos, além da ferrugem o crescimento de mofo no interior das casas, onde as gotículas da maresia aumentam os níveis de umidade, combinado com o ar molhado e as altas temperaturas do litoral, que criam um ambiente propício aos fungos e bolores. Por isso, para evitar prejuízos, é indicado o uso de tintas especiais com fungicidas na fórmula, assimcomo a aplicação de revestimentos antioxidantes em portões e grades, onde as áreas de ferro exposto ou de pintura desgastada ficam mais vulneráveis à ação da ferrugem, podendo emperrar. Nos carros, o ideal é nunca deixar áreas danificadas sem pintura e lavar sempre o veículo para remover o sal, pois o seu maior inconveniente é o risco de ferrugem em partes expostas da lataria, em especial, as áreas onde ocorreram riscos ou batidas. 7 Figura 1 - Efeito da maresia numa peça de ferro utilizada para ancoramento As reações da ferrugem são divididas em três tipos: Ânodo (oxidação do ferro): Fe(s) → Fe2+ + 2e- Cátodo (redução do oxigênio): O2 + 2 H2O + 4 e- → 4 OH- Reação Global: 2 Fe(s) + O2 + 2 H2O → 4 Fe(OH)2 → Fe(OH)3 8 3. POR QUE DANIFICA OS MATERIAIS? Executar um projeto no litoral exige alguns cuidados especiais, a névoa salina se aloja nas superfícies expostas e causam diversos problemas nas estruturas. Os materiais, e especificamente o concreto e os metais são os materiais mais afetados na região litorânea. Um dos efeitos mais conhecidos da maresia é a potencialização da corrosão de componentes metálicos. A corrosão metálica envolve a perda de elétrons que, na forma de íons, reagem com outras espécies existentes no meio corrosivo formando óxidos, sais e hidróxidos que são conhecidos como produtos de corrosão. Ela acontece de maneira espontânea e pode variar a velocidade de acordo com o tipo de material. Mas esse não é o único problema ocasionado pela maresia, ela também pode ocasionar fissuras e manchas de corrosão, além de risco de desprendimento de fragmentos de concreto, os chamados desplacamentos. O alcance da maresia varia de acordo com o local. Normalmente, utiliza-se um raio de 5 km de distância do mar, mas é necessário realizar um estudo aprofundado. Isso porque a movimentação e a disposição das gotículas variam significativamente conforme as características locais, como topografia e parâmetros meteorológicos, em destaque a direção e a velocidade dos ventos. Figura 2 - Armadura corroída pela ação da maresia 9 4. AÇÃO DA MARESIA NOS PRINCIPAIS TIPOS DE MATERIAS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 4.1 Materiais metálicos Um dos efeitos mais conhecidos da maresia é a potencialização da corrosão de componentes metálicos. A corrosão metálica envolve a perda de elétrons que, na forma de íons, reagem com outras espécies existentes no meio corrosivo formando óxidos, sais e hidróxidos que são conhecidos como produtos de corrosão. Os materiais metálicos são materiais amplamente utilizados na construção civil, compondo desde detalhes em portas ou janelas até componentes estruturais de edificações, e por isso requerem um cuidado especial. Os metais oxidam e enferrujam facilmente, perdendo com muita rapidez sua beleza e, principalmente, sua vida útil. Sendo parte das estruturas de concreto, as ferragens necessitam de um estudo adequado, tanto para a construção quanto para reparos, já que podem sofrer se não estiverem bem cobertas e protegidas pelo revestimento. Estudos afirmam que 20% do ferro produzido todo ano seja para repor os corroídos e as grades, postes e corrimões que podem ter na cidade vida útil de 20 a 30 anos, mas quando expostos ao mar devem ser trocados a cada cinco. 4.2 Alvenaria e recobrimentos Quando expostos à maresia, deve-se redobrar a atenção à alvenaria e seus acabamentos. O recobrimento de concreto envolto na armadura para ambientes sujeitos a atuação da maresia deve ser bem maior que em situações normais, por exemplo, afinal a corrosão nestes ambientes é bem maior. Os cloretos presentes na atmosfera desses locais penetram no concreto armado, chegando às barras de aço, que acelera o processo de oxidação. Elas ganham volume devido ao produto da ferrugem até romper com o cobrimento do concreto, o que acelera ainda mais o decaimento da estrutura. O concreto e as argamassas também sofrem um lento processo onde a umidade penetra-o, causando infiltrações e fragilizando azulejos. O simples cuidado na relação entre água-cimento na produção do concreto é um fator 10 que influencia na duração do concreto. Isto demonstra a importância do estudo correto do recobrimento e da alvenaria. 4.3 Madeira A madeira é considerada também um material muito utilizado na construção civil. Isto é, de forma temporária em canteiro de obras e definitiva em esquadrias, estruturas de cobertura, forros e pisos. Sendo assim, merece também uma atenção em situações de maresia. Não é todo o tipo de madeira que é adequado para a construção próxima à praia, pois há opções mais ou menos permeáveis. A madeira pode sofrer ataques de microrganismos e apodrecer. O eucalipto, por exemplo, é uma madeira extremamente permeável e absorve com facilidade a umidade. Então, dilata facilmente e perde a resistência no clima litorâneo. Outra contraindicação são as madeiras de baixa densidade, independentemente da estrutura em que são aplicadas. O principal exemplo são os compensados. Elas apresentam uma porosidade maior e, portanto, alta permeabilidade. As paredes de madeira devem ser tratadas com verniz específico para exteriores, com filtro solar e alta resistência à maresia. Mesmo assim, o material deve ser repintado com certa frequência. Outra opção para garantir a durabilidade do material é escolher a madeira correta para seu uso. Essa regra também vale, por exemplo, na hora de escolher o madeiramento para a cobertura e telhado. 11 5. PRINCIPAIS NBRs QUE REGEM A CONSTRUÇÃO CIVIL EM ÁREAS LITORÂNEAS Em particular, nas regiões litorâneas a agressividade do ambiente é muito grande e o concreto pode experimentar problemas que diminuem sua durabilidade e vida útil. Dessa forma, a garantia da durabilidade de uma estrutura de concreto de uma determinada edificação somente será atingida se certas premissas ligadas às características do concreto, do projeto e execução e interação com o meio ambiente forem cumpridas. Assim uma estrutura de concreto de boa qualidade é aquela com: • Concreto bem projetado estruturalmente, ou seja, que siga as prescrições da NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto. • Concreto como material tecnologicamente adequado, ou seja, que siga as prescrições da NBR12655 – Preparo, controle e recebimento. 5.1 ABNT NBR 6118 – Estruturas de Concreto Armado – Procedimento Em relação à durabilidade de estruturas de concreto armado, a conformidade do projeto está relacionada aos parâmetros considerados. De forma geral, a NBR 6118 – Estruturas de concreto armado – Procedimento (ABNT, 2014) estabelece, principalmente, os aspectos de qualidade do concreto. Os principais parâmetros da qualidade que devem ser considerados da durabilidade da estrutura durante a elaboração do projeto dizem respeito ao cobrimento das armaduras e à classe de resistência mecânica do concreto. 12 Figura 3 - Classes de agressividade ambiental - NBR 6118 A partir da determinação da classe de agressividade ambiental, é possível determinar a relação água/cimento máxima e a classe de resistência do concreto. Figura 4 - Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto - NBR 6118 Deve-se determinar o cobrimento mínimo nominal, devendo este parâmetro ser estabelecido como critério de aceitação da construção. Para garantir o cobrimento mínimo, o projeto deve considerar o cobrimento nominal, que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução. 13 Figura 5 - Correspondência entre a classe de agressividade e cobrimento nominal - NBR 6118 5.2 ABNT NBR 12655 – Cimento Portland - Preparo, Controle, Recebimento e Aceitação – Procedimento A NBR 12655 determina os requisitos para o preparo, a composição química e o controle tecnológico do concreto fresco e endurecido. Além disso, ela determina os critérios para a aceitaçãoou não de um concreto a ser utilizado em uma obra. Essa NBR se aplica aos concretos de massa específica normal, dos mais pesados aos mais leves, quando utilizados em estruturas pré-moldadas e pré-fabricadas ou moldadas em um canteiro de obras. Essa norma, entre outras coisas, determina uma série de fatores importantes, como quais são as responsabilidades dos profissionais da obra, métodos de preparo do concreto etc. Alguns dos termos presentes na NBR12655 são: • Concreto de cimento Portland: material formado pela mistura homogênea de cimento, agregados miúdo e graúdo e água, com ou sem a incorporação de componentes minoritários (aditivos químicos, pigmentos, metacaulim, sílica ativa e outros materiais pozolânicos), que desenvolve suas propriedades pelo endurecimento da pasta de cimento (cimento e água). Para os efeitos desta Norma, o termo “concreto” se refere sempre a “concreto de cimento Portland”. 14 • Concreto fresco: concreto que está completamente misturado e que ainda se encontra em estado plástico, capaz de ser adensado por um método escolhido. • Concreto endurecido: concreto que se encontra no estado sólido e que desenvolveu resistência mecânica. • Concreto preparado pelo executante da obra: quando a dosagem e a elaboração do concreto são realizadas no canteiro de obras pelo construtor. • Elemento pré-moldado: elemento moldado previamente e fora do local de utilização definitiva na estrutura. • Elemento pré-fabricado: elemento pré-moldado executado industrialmente, em instalações permanentes de empresa destinada para este fim. • Concreto normal (C): concreto com massa específica seca, determinada acordo com a ABNT NBR 9778, compreendida entre 2 000 kg/m3 e 2 800 kg/m3. • Concreto pesado ou denso (CD): concreto com massa específica seca, determinada de acordo com a ABNT NBR 9778, superior a 2 800 kg/m3. • Etapas de preparo do concreto: as etapas de preparo do concreto são as seguintes: a) caracterização dos materiais componentes do concreto; b) estudo de dosagem do concreto; c) ajuste e comprovação do traço de concreto; d) elaboração do concreto. • Elaboração do concreto: operações iniciadas com o recebimento e o armazenamento dos materiais, sua medida e mistura, bem como verificação das quantidades utilizadas destes materiais. Esta verificação tem por finalidade comprovar que o proporcionamento dos materiais atende ao traço especificado e deve ser feita no mínimo uma vez ao dia, ou quando houver alteração do traço. Ainda segundo a NBR12655, algumas das atribuições de incumbências são: • Ao profissional responsável pelo projeto estrutural: cabem a este profissional as seguintes responsabilidades, a serem explicitadas nos 15 contratos e em todos os desenhos e memórias que descrevem o projeto tecnicamente, com remissão explícita para determinado desenho ou folha da memória: a) registro da resistência característica à compressão do concreto, fck, obrigatório em todos os desenhos e memórias que descrevem o projeto tecnicamente; b) especificação de fckj para as etapas construtivas, como retirada de cimbramento, aplicação de protensão ou manuseio de pré-moldados; c) especificação dos requisitos correspondentes à durabilidade da estrutura e elementos pré-moldados, durante sua vida útil, inclusive da classe de agressividade adotada em projeto; d) especificação dos requisitos correspondentes às propriedades especiais do concreto, durante a fase construtiva e vida útil da estrutura. • Responsável pelo recebimento e pela aceitação do concreto: os responsáveis pelo recebimento e pela aceitação do concreto são o proprietário da obra e o responsável técnico pela obra, designado pelo proprietário. A documentação comprobatória do cumprimento desta Norma (relatório de ensaios, laudos e outros) deve estar disponível e ser arquivada pelo prazo de cinco anos. Em relação aos requisitos para o concreto e métodos de verificação, destacamos, principalmente: • Os materiais componentes do concreto não podem conter substâncias prejudiciais em quantidades que possam comprometer a durabilidade do concreto ou causar corrosão da armadura e devem ser adequados para o uso pretendido do concreto. • Cimento Portland: o cimento Portland deve cumprir, conforme seu tipo e classe, com os requisitos constantes das ABNT NBR 5732, ABNT NBR 5733, ABNT NBR 5735, ABNT NBR 5736, ABNT NBR 5737, ABNT NBR 11578, ABNT NBR 12989 ou ABNT NBR 13116. O tipo de cimento deve ser especificado levando-se em consideração detalhes arquitetônicos e executivos, a aplicação do concreto, o calor de hidratação do cimento, 16 as condições de cura, as dimensões da estrutura e as condições de exposição naturais ou peculiares de trabalho da estrutura. A NBR 12655 define os seguintes parâmetros para condições especiais de exposição, onde devem ser atendidos os requisitos mínimos de durabilidade para a máxima relação água/cimento e a mínima resistência característica. Figura 6 - Requisitos para o concreto, em condições especiais de exposição Se um concreto com armadura for exposto a cloretos provenientes de agentes químicos de degelo, sal, água salgada, água do mar ou respingos ou borrifação desses três agentes, os requisitos da Tabela 3 para a relação água/cimento e a resistência característica à compressão do concreto devem ser satisfeitos. Não é permitido o uso de aditivos contendo cloretos em sua composição em estruturas de concreto armado ou protendido. Figura 7 - Teor máximo de íons cloreto para proteção das armaduras do concreto - NBR 12655 17 6. PRINCIPAIS FORMAS DE PREVENÇÃO A MARESIA Muitas pessoas sonham em ter uma casa no litoral. Devido a este sonho, há muitas construções nessa área, mas, por ser uma região diferente dos grandes centros, por exemplo, acontecem diversas interferências na natureza e, por estar próxima ao mar, muitas patologias diferentes do habitual acabam aparecendo. Por esses pontos, é necessário tomar grandes cuidados para acontecer a prevenção a essas patologias, já que estas podem prejudicar gravemente as construções. 6.1 Evitar materiais que acumulam ferrugem Alguns pontos não possibilitam o não uso desse tipo de material, como a armadura de concreto em uma viga. Porém, deve-se evitar acabamentos com estes tipos de materiais, principalmente em decks e varandas onde ficam mais expostos. O concreto, fibras sintéticas ou naturais, inox e alumínio são alguns objetos que podem substituir nestes aspectos. 6.2 Utilização de concreto menos permeável A utilização de um concreto menos permeável é de suma importância para que a armação contida no seu interior, não sofra com a maresia extremamente corrosiva, que entra pelos poros do concreto. Com o menos permeável, haverá menos poros e menores, impedindo que substâncias que cause patologias no aço e na estrutura passem, chegando ao interior. Outro benefício é impedir que haja rachaduras e trincas nas paredes. Este concreto é obtido através do acréscimo de cimento e diminuição de água, e também pode ser utilizado alguns aditivos. Em áreas externas onde se utiliza um revestimento com verniz ou tinta, que ajuda na impermeabilidade, é necessário fazer uma manutenção periódica para que mantenha sua qualidade fazendo a impermeabilização, na área onde mais sofre com os efeitos da maresia. 18 6.3 Aplicação de aditivos plastificantes Estes aditivos criam um revestimento no grão de cimento e essa camada diminui os poros, um dos fatores determinantes para o desempenho impermeável do concreto. 6.4 Verificação da elevação do local Em regiões litorâneas, nem todos os problemas são causados por ferrugem. É preciso saber a localização da construção, para que não haja um alagamento com o aumento do nível da maré, pois em épocas de maré alta, é possível que a construção seja atingida. 6.5 Ambientes ventiladosA ventilação é muito importante para deixar a casa sem umidade acumulada, que causa mofo, e pode trazer problemas de saúde a quem fica no local. Uma boa área iluminada pela luz solar também é importante. O acúmulo de umidade também pode fazer com que ela penetre o concreto e suas armações. 6.6 Fundações Um problema que ocorre no litoral paulista é o péssimo solo, caracterizado por areia até uma profundidade de 12 metros, seguido de argila marinha até aproximadamente 40 metros de profundidade, e então outra camada de areia até os 50 metros de profundidade. Após toda essa extensão, existe uma camada de rochas onde se pode haver solo resistente. Edifícios construídos sem o devido estudo, apresentaram desníveis e patologias pelo fato de o solo ter cedido. Para que seja feita uma construção segura nestas áreas, é necessário um estudo preciso do solo, para a construção de uma fundação eficiente que atenda a demanda daquela obra. 6.7 Manutenção Uma importante forma de prevenção é a manutenção da construção pronta, que deve ser feita periodicamente, como: pintar a casa; passar novamente uma camada de verniz que ajudam muito a manter os poros dos materiais longe de corrosão e revalidar a impermeabilidade. Também é necessário analisar, ver se houve alguma diferença na construção como o aparecimento de rachaduras, bolhas por conta da umidade, mofos, ferrugem etc. todas esses pontos devem ser identificados para se tomar os devidos cuidados o quanto antes. 19 7. MATERIAIS INDICADOS PARA CONSTRUÇÕES PRÓXIMAS A MARESIA Há materiais que, por sua resistência à umidade e capacidade de isolamento térmico, são mais adequadas para o litoral. Conheça alguns deles nos tópicos a seguir. 7.1 Madeira As madeiras mais maciças, como o ipê, a maçaranduba e a teca, são as mais seguras para locais com maresia. No entanto, devem receber o tratamento adequado com o lixamento da superfície e aplicação de resinas impermeáveis, como o verniz. Com isso, não se sujeitam aos danos estruturais causados pela umidade. A grande vantagem da madeira é a sua maior capacidade de isolamento térmico, o que é essencial diante do calor das praias. Para ampliar o conforto, ela pode ser integrada a mantas térmicas com ação reflexiva da radiação solar nas áreas mais expostas. 7.2 Alumínio O alumínio se apresenta como um dos principais metais para o uso em construções no litoral, pois é muito mais resistente à corrosão. Mesmo quando oxida, pode ser facilmente recuperado, pois, forma apenas uma fina camada de oxidação branca ― removível com uma lixa fina. Ademais, é um material extremamente versátil. Ele pode ser pintado com diversos esmaltes sintéticos para melhorar a resistência e mudar sua aparência estética. Portanto, pode ser utilizado em diversos locais de uma construção, como as janelas, as maçanetas, entre outros. No entanto, por ser muito maleável, não pode ser empregado em estruturas de sustentação, como as vigas e os pilares. 20 7.3 Aço inoxidável O aço inoxidável é uma liga de ferro com a adição de carbono e cromo. Com isso, pode―se reduzir a interação com as moléculas de oxigênio que geram a ferrugem. Como apresenta uma excelente resistência mecânica, pode ser facilmente integrado às estruturas de sustentação tanto sozinho quanto com o concreto. 7.4 Galvalume O Galvalume é um liga metálica constituída por zinco, alumínio e silício. Foi criada para aumentar a resistência desses metais à corrosão, sendo um dos materiais mais resistentes nesse sentido. Por ser extremamente maleável, é utilizado principalmente na fabricação de telhas e chapas. Entretanto, está contraindicado nas estruturas de sustentação. 7.5 Concreto O concreto é outro material muito importante para as construções litorâneas, pois pode ser utilizado para fabricar as mais diversas estruturas desde as vigas da fundação até as telhas. No entanto, há diferentes tipos de concreto no mercado e é importante estar atento à porosidade de cada opção. Quanto maior ela for, mais susceptível a estrutura estará à ação da umidade. Assim, o concreto mais poroso pode ser utilizado em locais onde ele não está associado a estruturas metálicas, como as telhas. Entretanto, quando ligado a armaduras metálicas, será preciso protegê―las e, assim, o concreto deve ser o mais impermeável quanto possível. Para isso, eles podem ser associados a aditivos ou materiais impermeabilizantes. Falaremos mais deles a seguir. 7.6 Impermeabilizantes Juntamente com o isolamento térmico, a impermeabilização é uma das ações mais importantes nas construções no litoral. Afinal, devido à maior umidade do ar e à maresia, as estruturas estão sob maior risco de danos químicos. Nesse sentido, é 21 importante fazer um projeto detalhado. A seguir, explicaremos os principais tipos e sistemas. Atualmente, existem três tipos de impermeabilização no mercado: a rígida a semiflexível e a flexível. Elas devem ser escolhidas de acordo com a exposição da superfície ao calor e ao estresse mecânico. 7.6.1 Rígida A impermeabilização rígida geralmente é feita com o acréscimo de aditivos aos materiais tradicionais da construção, como o gesso, o cimento e a argamassa. Assim, diversos efeitos podem ser conquistados, como: • aumento da tensão superficial do material, fazendo com que a água seja repelida ao entrar em contato com a estrutura. Esse é o caso dos aditivos hidrofugantes; • redução da porosidade do material. Desse modo, as moléculas interagem mais fortemente entre si, impedindo a penetração da água. No entanto, isso apresenta um lado negativo. Quando expostos à variação de calor, as estruturas ficam mais susceptíveis a fissuras, comprometendo a eficiência da impermeabilização. Desse modo, não podem ser utilizados em superfícies em contato direto com o sol. 7.6.2 Flexível Esses impermeabilizantes são chamados de flexíveis, pois contam com maiores elasticidade e conformidade. Ou seja, quando as estruturas se dilatam devido à ação do calor, o impermeabilizante é capaz de se adaptar e proteger a superfície mesmo diante do surgimento de fissuras. Eles funcionam de modo diferente das anteriores, pois não são aditivos aos aglomerantes da construção civil. Em vez disso, eles são aplicados em camadas sobre as superfícies já prontas. Nesse sentido, apresentam―se em dois subtipos principais, as mantas e as membranas. As mantas devem ser aplicadas a quente para aderir às superfícies. Talvez, seja o tipo mais conhecido devido às mantas asfálticas ― um dos impermeabilizantes mais populares no mercado e que são utilizados nas vias rodoviárias. 22 Em espessuras menores e com armaduras especiais, podem ser empregados na construção civil para as áreas que entram em contato direto com o sol e necessitam de alta capacidade de vedação, como as lajes. Já as membranas são instaladas a frio por diferentes processos. Devem ser aplicadas em diversas camadas a fim de apresentar a eficiência máxima. Por serem mais práticas, têm se tornado mais populares. Podem ser utilizadas em áreas externas, lajes etc. 7.6.3 Semiflexível Por fim, temos o tipo semiflexível, que nada mais são do que aditivos que suportam uma maior variação de temperatura. Apesar dessa vantagem, ainda não podem ser utilizados em estruturas submetidas a uma dilatação térmica mais intensa. Entretanto, são opções mais seguras para reforçar a proteção de vigas e de fundações. No litoral, portanto, a elaboração de um projeto de impermeabilização adequado é essencial para evitar os danos causados pela umidade. 23 8. AVARIAS HISTÓRICAS CAUSADAS PELA MARESIA 8.1 Ponte Morandi Gênova possui terreno acidentado, o que justifica os vários túneis e pontes espalhados pela cidade. Uma delas é a ponte Morandi, com 1,18km de extensão, que foi inaugurada em 1967, um período de crescimento econômico do país. Ela levao nome do engenheiro civil que a projetou, Riccardo Morandi. Ele também era um dos mais visionários na área da arquitetura do século XX. Pela ponte Morandi passa a rodovia A10, que liga o Norte da Itália ao Sul da França. Além de ser muito movimentada, ela era um importante ponto de ligação entre as regiões. Ali debaixo havia casas, empresas e indústrias. Figura 8 - Ponte Morandi 8.2 A queda da ponte Na manhã do dia 14 de agosto de 2018, um trecho (entre 100 e 200 metros) da ponte Morandi desabou em Gênova, deixando, além de vários mortos e feridos, famílias desoladas e pessoas no mundo inteiro chocadas. Foram 39 mortos. O colapso ocorreu durante uma tempestade com ventos fortes. Algumas testemunhas ainda afirmaram ter visto raios na ponte. Ventos fortes, antigamente, 24 eram causa da queda de muitas pontes. Porém, este problema não é mais tão recorrente. Figura 9 - Queda da ponte Morandi 8.3 A causa O engenheiro Riccardo Morandi, projetista do viaduto que desabou em Gênova no dia 14 de agosto, advertiu em 1979 que a ponte necessitava de manutenção constante pela corrosão a que estava exposta como consequência do ar vindo do mar e da poluição. Morandi escreveu um relatório, que foi publicado pelo jornal La Verità, no qual chamava atenção sobre a corrosão a que a obra estava exposta: “Tarde ou cedo, e talvez dentro de alguns anos, será necessário recorrer a um tratamento para eliminar qualquer rastro de óxido nos reforços mais expostos, para depois cobrir tudo com elastômeros de altíssima resistência química”, advertiu no documento publicado há quase quarenta anos. Morandi afirmou que a estrutura tinha sido construída em concreto sólido, mas que sofria uma degradação rápida como consequência da “alta salinidade” procedente dos ventos do mar, situado a apenas 2 quilômetros de distância. Este ar, misturado com a fumaça das chaminés das fábricas industriais localizadas na redondeza, gerava 25 uma deterioração dos materiais e uma “perda de resistência” que era preciso levar em conta. “As superfícies externas das estruturas, mas especialmente as expostas ao mar e, portanto, mais diretamente atacadas pelos vapores ácidos das chaminés, começam a mostrar fenômenos de agressão de origem química”, comentava Morandi em seu relatório. Figura 10 - Escalas da ponte Finalmente, o engenheiro concluía insistindo na necessidade de proteger “a superfície de concreto, para aumentar sua resistência química e mecânica à abrasão” e sugeria usar “resinas e elastômeros sintéticos” para proteger esta ponte, que foi inaugurada em 1967. 26 Entretanto, não foi dada a devida importância e atenção à manutenção da ponte, resultando no desabamento, deixando ao menos 43 mortos, por motivos claros de negligência. 27 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os danos causados pela maresia são enormes e requerem grandes cuidados desde o projeto, que inclui toda a análise de solo do local onde será realizada a obra e na escolha dos materiais adequados para cada finalidade. A escolha deve ser feita analisando cada tipo de material e verificando qual a reação destes perante a maresia, que está em todo o ar na região litorânea. Uma falha nesse período pode ser fatal para toda a construção e ocasionar grandes acidentes e mortes daqueles que estiverem por perto no momento. Para um engenheiro civil, a responsabilidade é enorme e deve ser tratada como prioridade para que tudo ocorra bem. Por isso, é necessário a utilização das normas regulamentadoras em todo o processo construtivo, garantindo que haja segurança para os trabalhadores do local e também para os usuários, seja da construção ou do serviço prestado a comunidade. 28 REFERÊNCIAS ENGENHARIA 360. ENTENDA A TRAGÉDIA DA QUEDA DA PONTE MORANDI, EM GENOVA – ITALIA. Disponível em: https://engenharia360.com/entenda-a-tragedia-da-ponte-morandi/ Acesso em 29maio2020 VEJA. PROJETISTA DE PONTE QUE DESABOU EM GÊNOVA ALERTOU SOBRE RISCOS HÁ 40 ANOS. Disponível em: https://veja.abril.com.br/mundo/projetista-de-ponte-que-desabou-em-genova-alertou- sobre-riscos-ha-40-anos/ Acesso em 29maio2020 GRUPO RB E AJ ENGENHARIA E FACILITIES. ENTENDA OS IMPACTOS DA MARESIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL. Disponível em: http://www.gruporbengenharia.com.br/ver-noticias/entenda-os-impactos-da-maresia- na-construcao-civil/49 Acesso em 29maio2020 CONSTRUINDO DECOR. MARESIA – UM PERIGOSO AGENTE DE OXIDAÇÃO E CORROSÃO DA ESTRUTURA. Disponível em: http://construindodecor.com.br/maresia/ Acesso em 29maio2020 ENGENHARIA 360. OS RISCOS DE SE CONSTRUIR EM ÁREAS LITORÂNEAS. Disponível em: https://engenharia360.com/os-riscos-de-se-construir- em-areas-litoraneas/ Acesso em 29maio2020 EPEC. PROBLEMAS DA MARESIA EM EDIFICAÇÕES E SUAS SOLUÇÕES!. Disponível em: https://epec-ufsc.com.br/laudo-tecnico/problemas-da- maresia-em-edificacoes-e-suas-solucoes/ Acesso em 29maio2020 CIVILIZAÇÃO ENGENHEIRA. ENTENDA OS IMPACTOS DA MARESIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL. Disponível em: https://civilizacaoengenheira.wordpress.com/2018/03/07/entenda-os-impactos-da- maresia-na-construcao-civil/ Acesso em 29maio2020. POINTER BLOG. 5 CUIDADO ESSENCIAIS NO PLANEJAMENTO DE CONSTRUÇÕES NO LITORAL. Disponível em: https://engenharia360.com/entenda-a-tragedia-da-ponte-morandi/ https://veja.abril.com.br/mundo/projetista-de-ponte-que-desabou-em-genova-alertou-sobre-riscos-ha-40-anos/ https://veja.abril.com.br/mundo/projetista-de-ponte-que-desabou-em-genova-alertou-sobre-riscos-ha-40-anos/ http://www.gruporbengenharia.com.br/ver-noticias/entenda-os-impactos-da-maresia-na-construcao-civil/49%20Acesso%20em%2029maio2020 http://www.gruporbengenharia.com.br/ver-noticias/entenda-os-impactos-da-maresia-na-construcao-civil/49%20Acesso%20em%2029maio2020 http://construindodecor.com.br/maresia/ https://engenharia360.com/os-riscos-de-se-construir-em-areas-litoraneas/ https://engenharia360.com/os-riscos-de-se-construir-em-areas-litoraneas/ https://epec-ufsc.com.br/laudo-tecnico/problemas-da-maresia-em-edificacoes-e-suas-solucoes/ https://epec-ufsc.com.br/laudo-tecnico/problemas-da-maresia-em-edificacoes-e-suas-solucoes/ https://civilizacaoengenheira.wordpress.com/2018/03/07/entenda-os-impactos-da-maresia-na-construcao-civil/ https://civilizacaoengenheira.wordpress.com/2018/03/07/entenda-os-impactos-da-maresia-na-construcao-civil/ 29 https://pointer.com.br/blog/planejamento-de-construcoes-no-litoral/ Acesso em 30maio2020 AECWEB. MARESIA: ENTENDA O QUE É E COMO PROTEGER AS CONSTRUÇÕES DO SEU EFEITO. Disponível em: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/maresia-entenda-o-que-e-e-como- proteger-as-construcoes-do-seu-efeito/16748 Acesso em 30maio2020 INFOESCOLA. MARESIA. Disponível em: https://www.infoescola.com/curiosidades/maresia/ Acesso em 30maio2020 NORMA BRASILEIRA. ABNT NBR 12655. Disponível em: http://files.israel- tecnico-qualidade.webnode.com/200001290-4323c441bd/NBR%2012655%20- %2015_aula.pdf Acesso em 31maio2020 IFRN. ABNT NBR 6118. Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/abnt- 6118-projeto-de-estruturas-de-concreto-procedimento Acesso em 31maio2020 https://pointer.com.br/blog/planejamento-de-construcoes-no-litoral/ https://www.aecweb.com.br/revista/materias/maresia-entenda-o-que-e-e-como-proteger-as-construcoes-do-seu-efeito/16748%20Acesso%20em%2030maio2020 https://www.aecweb.com.br/revista/materias/maresia-entenda-o-que-e-e-como-proteger-as-construcoes-do-seu-efeito/16748%20Acesso%20em%2030maio2020 https://www.infoescola.com/curiosidades/maresia/ http://files.israel-tecnico-qualidade.webnode.com/200001290-4323c441bd/NBR%2012655%20-%2015_aula.pdf http://files.israel-tecnico-qualidade.webnode.com/200001290-4323c441bd/NBR%2012655%20-%2015_aula.pdf http://files.israel-tecnico-qualidade.webnode.com/200001290-4323c441bd/NBR%2012655%20-%2015_aula.pdf https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/abnt-6118-projeto-de-estruturas-de-concreto-procedimentohttps://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/abnt-6118-projeto-de-estruturas-de-concreto-procedimento
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