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Medula Espinhal

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MEDULA ESPINHALBIANCA IZABEL AMARAL OLIVEIRA
· Medula óssea dentro dos ossos;
· Medula suprarrenal, dentro da glândula;
· Medula espinhal, dentro do canal vertebral.
É o órgão mais simples do sistema nervoso central e onde o tubo neural foi menos modificado durante o desenvolvimento. A medula espinhal é uma massa cilindroide, de tecido nervoso, situada dentro do canal vertebral sem ocupá-lo completamente. No homem adulto, mede 45 cm, sendo um pouco menor na mulher. Cranialmente a medula limita-se com o bulbo, ao nível do forame magno, caudalmente seu limite situa-se na 2ª vértebra lombar (L2). A medula termina afilando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. 
Forma da medula: possui forma cilíndrica e parte antero-posterior achatada. Possui duas dilatações (intumescência cervical e intumescência lombar) que não permitem um calibre uniforme. 
Tais intumescências correspondem às áreas em que fazem conexão com grossas raízes nervosas que formam os plexos braquial e lombossacral, destinadas à inervação
dos membros superiores e inferiores respectivamente. A formação destas intumescências se deve à maior quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram/saem destas áreas. 
A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que a percorrem em toda a extensão (sulco mediano posterior, fissura intermédia anterior, sulco lateral anterior e sulco lateral posterior) e existe também o sulco intermédio posterior, situado entre o mediano posterior e o lateral posterior e que continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais.
Na medula, a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta ou de um H. Nela, temos de cada lado, três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que são as colunas anterior, posterior e lateral. A coluna lateral, entretanto, só aparece na medula torácica e parte da medula lombar. Temos também, a coluna intermédia que se localiza entre a anterior e a posterior e pode ser dividida em coluna intermédia lateral e coluna intermédia central. Na coluna anterior encontramos uma cabeça e uma base, enquanto na coluna posterior encontramos uma base, um pescoço e um ápice (onde fica a substância gelatinosa que são pequenos neurônios e células neurogliais).
CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS MEDULARES
· Neurônios radiculares: seu axônio sai da medula para constituir a raiz ventral. Se localizam na substância cinzenta intermédia lateral (T1 a L2 ou da S2 a S4) e são pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo. Destinam-se a inervação do músculo liso, cardíaco ou de glândulas.
Os neurônios radiculares somáticos/neurônios motores inferiores destinam-se a inervação do musculo estriado esquelético e se localizam na coluna anterior. Nos mamíferos, são divididos em alfa (são grandes e de axônio grosso, inervam fibras musculares de contração dos músculos) e gama (são menores e com axônios mais finos, inervam as fibras intrafusais). Para execução de um movimento voluntário tanto alfa quanto gama são ativados simultaneamente (coativação alfa-gama).
· Neurônios cordonais: seus axônios ganham a substancia branca e tomam direção ascendente ou descendente passando a constituir as fibras que formam os funículos da medula. Os axônios do neurônio cordonal se denomina homolateral quando passa um funículo localizado ao mesmo lado de seu corpo ou heterolateral quando passa por um funículo localizado do lado oposto a seu corpo. 
Os neurônios cordonais de projeção possuem um axônio ascendente longo que termina fora da medula (tálamo, cerebelo, etc) integrando as vias ascendentes da medula.
Os neurônios cordonais de associação possui um axônio que ao passar pela substancia branca, se bifurca em um ramo ascendente e outro descendente ambos terminando na substancia cinzenta. Constituem um mecanismo de integração de segmentos medulares permitindo os reflexos intersegmentares na medula. As fibras nervosas formadas por esses neurônios estão em torno da subs. cinzenta (fascículos próprios).
· Neurônios de axônio curto: devido ao tamanho reduzido, o axônio está somente na subs. cinzenta. Seus prolongamentos ramificam-se próximo ao corpo celular e fazem conexão entre as fibras aferentes, que penetram pelas raízes dorsais e os neurônios
motores, interpondo-se em vários arcos reflexos medulares. Fibras que chegam na medula trazendo impulsos do encéfalo terminam em neurônios internunciais.
Os neurônios medulares são se distribuem uniformemente na subs. cinzenta, mas agrupam-se em núcleos ora mais ora menos definidos. Esses núcleos são representados em cortes.
Na coluna anterior: {tais núcleos aparecem na coluna cervical e lombar onde se originam os plexos braquial e lombossacral}.
· Núcleo medial: existem em toda a extensão da medula e seus neurônios inervam a musculatura relacionada com o esqueleto axial.
· Núcleo lateral: suas fibras inervam a musculatura apendicular (membros superior e inferior).
Na coluna posterior:
· Núcleo torácico: evidente na região torácica e lombar alta (L1 – L2). Relaciona-se com a propriocepção inconsciente e contém neurônios cordonais de projeção, cujos axônios vão ao cerebelo.
· Substância gelatinosa: mais complexa. Recebe fibras sensitivas que entram pela raiz dorsal e nela funciona o chamado portão da dor, mecanismo que regula a entrada de impulsos dolorosos no sistema nervoso. Para o funcionamento do portão da dor são importantes as fibras que chegam à substância gelatinosa vindas do tronco encefálico.
No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula (ou canal do epêndima), resquício da luz do tubo neural.
A substância branca é formada por fibras, a maior parte delas mielínicas, que sobem e descem na medula e podem ser agrupadas de cada lado entre três funículos:
· Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior;
· Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior;
· Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este último ligado à substância cinzenta pelo septo mediano posterior. Na parte cervical da medula, o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme.
Se seccionamos uma fibra mielínica, o segmento distal sofre degeneração walleriana. 
Se a área de degeneração se localiza acima do ponto de secção, concluímos que o trato degenerado é ascendente, ou seja, o corpo do neurônio localiza-se em algum ponto abaixo
da lesão. Se a área de degeneração se localiza abaixo, concluímos que o trato é descendente. Temos assim, tratos e fascículos descendentes e ascendentes. que constituem as vias ascendentes e vias descendentes da medula. A técnica de neuroimagem permite identificar os principais tratos no indivíduo.
VIAS DESCENDENTES
Formadas por vias que originam do córtex ou de outras áreas do tronco encefálico e terminam fazendo sinapse com os neurônios medulares. Para essas vias usa-se a divisão morfofuncional de Kuyper. A classificação das vias motoras descendentes é dada em dois sistemas:
· Lateral: compreende dois tratos, o corticoespinhal e o rubroespinhal, ambos conduzem impulsos nervosos aos neurônios da coluna anterior relacionando-se com esses neurônios diretamente ou através de neurônios internunciais. No nível da decussação das pirâmides no bulbo, os tratos corticoespinhais se cruzam, o que significa que o córtex de um hemisfério cerebral comanda os neurônios motores situados na medula do lado oposto visando a realização de movimentos voluntários. Assim a motricidade voluntária é cruzada. Um pequeno número de fibras, no entanto, não se cruza na decussação das pirâmides e continua em posição anterior, constituindo o trato corticoespinhal anterior, localizado no funículo anterior da medula e faz parte do sistemamedial. O trato corticoespinhal lateral localiza-se no funículo lateral da medula, atinge até a medula sacral. O trato rubroespinhal, liga-se aos neurônios motores situados lateralmente na coluna anterior, os quais, controlam os músculos responsáveis pela motricidade da parte distal dos membros (músculos intrínsecos e extrínsecos da mão e do pé). Neste sentido, ele se assemelha ao trato corticoespinhal lateral, que também controla esses músculos.
· Medial: são: o trato corticoespinhal anterior, tetoespinhal, vestíbuloespinhal e os reticuloespinhais pontino e bulbar. Os nomes referem-se aos locais onde eles se originam. Todos esses tratos terminam na medula em neurônios internunciais através dos quais eles se ligam aos neurônios motores situados na parte medial da coluna anterior e, controlam a musculatura axial (do tronco e pescoço), assim como a musculatura proximal dos membros. Os tratos vestibuloespinhais e reticuloespinhais são importantes para manutenção do equilíbrio e da postura básica, sendo que estes últimos controlam a motricidade voluntária da musculatura axial e proximal. O trato reticuloespinhal pontino promove a contração da musculatura extensora (antigravitária) do membro inferior necessária para a manutenção da postura ereta. Isso dá estabilidade ao corpo para fazer movimentos com os membros superiores. Já o trato reticuloespinhal bulbar, promove o relaxamento da musculatura extensora do membro inferior. O trato teto-espinhal é relacionado a reflexos em que a movimentação decorre de estímulos visuais. O trato corticoespinhal anterior, cruza o plano mediano e termina em neurônios motores situados do lado oposto àquele no qual entrou na medula. O trato corticoespinhal anterior é muito menor que o lateral. Suas fibras vão penetrando na coluna anterior e ele termina mais ou menos ao nível da metade da medula torácica. 
VIAS ASCENDENTES
As fibras que formam as vias ascendentes da medula relacionam-se direta ou indiretamente com as fibras que penetram pela raiz dorsal do nervo espinhal, trazendo impulsos aferentes de várias partes do corpo. 
DESTINO DAS FIBRAS DA RAIZ DORSAL
Cada filamento radicular da raiz dorsal, ao ganhar o sulco lateral posterior, divide-se em dois grupos de fibras: um grupo lateral e outro medial. As fibras do grupo lateral são mais finas e dirigem-se ao ápice da coluna posterior, enquanto as fibras do grupo medial dirigem-se à face medial da coluna posterior. Antes de penetrar na coluna posterior, cada uma dessas fibras se bifurca, dando um ramo ascendente e outro descendente sempre mais curto, além de grande
número de ramos colaterais mais finos. Todos esses ramos terminam na coluna posterior da medula, exceto um grande contingente de fibras do grupo medial, cujos ramos ascendentes muito longos, terminam no bulbo. Estes ramos constituem as fibras dos fascículos grácil e cuneiforme, que ocupam os funículos posteriores da medula e terminam fazendo sinapse nos núcleos grácil e cuneiforme, situados, respectivamente, nos tubérculos do núcleo grácil e do núcleo cuneiforme do bulbo.
Convém acentuar que os impulsos nervosos que chegam por uma única fibra podem seguir mais de um dos caminhos abaixo:
· Sinapses com neurônios motores, na coluna anterior: para a realização de arcos reflexos monossinápticos (arco reflexo simples), sendo mais conhecidos os reflexos de estiramento ou miotáticos, dos quais o reflexo patelar é um exemplo.
· Sinapse com neurônios internunciais: para a realização de arcos reflexos polissinápticos, que envolvem pelo menos um neurônio internuncial, cujo axônio se liga ao neurônio motor. Um exemplo é o reflexo de flexão ou de retirada,
no qual um estímulo doloroso causa a retirada reflexa da parle afetada. Os reflexos polissinápticos podem, ser muito complexos, envolvendo grande número de neurônios internunciais.
· Sinapse com neurônios cordonais de associação: para a realização de arcos reflexos
intersegmentares, dos quais um exemplo é o reflexo de coçar.
· Sinapse com os neurônios pré-ganglionares: para a realização de arcos reflexos viscerais.
· Sinapse com neurônios cordonais de projeção: os axônios vão constituir as vias ascendentes da medula, através das quais os impulsos que entram pela raiz dorsal são levados ao tálamo e ao cerebelo.
Conclui-se que as fibras que formam as vias ascendentes da
medula são ramos ascendentes de fibras da raiz dorsal (fascículos grácil e cuneiforme) ou axônios de neurônios cordonais de projeção situados na coluna posterior. Em qualquer destes casos, as fibras ascendentes reúnem-se em tratos e fascículos com características e funções próprias.
Vias ascendentes do funículo posterior
No funículo posterior existem dois fascículos, grácil, situado medialmente, e cuneiforme, situado lateralmente, separados pelo septo intermédio posterior.
· Fascículo grácil: inicia-se no limite caudal da medula e é formado por fibras que penetram na medula pelas raízes coccígea, sacrais, lombares e torácicas baixas, terminando no núcleo grácil, situado no tubérculo do núcleo grácil do bulbo. Conduz impulsos provenientes dos membros inferiores e da metade inferior do tronco e pode ser identificado em toda a extensão da medula.
· Fascículo cuneiforme: evidente apenas a partir da medula torácica alta, e formado por fibras que penetram pelas raízes cervicais e torácicas superiores, terminando no núcleo cuneiforme situado no tubérculo do núcleo cuneiforme do bulbo. Conduz impulsos originados nos membros superiores e na metade superior do tronco. Do ponto de vista funcional, não há diferença entre os fascículos grácil e cuneiforme; sendo assim, o funículo posterior da medula e funcionalmente homogêneo, conduzindo impulsos nervosos relacionados com:
- Propriocepção consciente ou sentido de posição e de movimento (cinestesia): permite sem o auxílio da visão, situar uma parte do corpo ou perceber o seu movimento. A perda da propriocepção consciente, que ocorre, por exemplo, após lesão do funículo posterior, faz com que o indivíduo seja incapaz de localizar, sem ver, a posição de seu braço ou de sua perna. Ele será também incapaz de dizer se o neurologista fletiu ou estendeu o seu hálux ou o seu pé;
- Tato discriminativo (ou epicrítico): permite localizar e descrever as características táteis de um objeto. Testa-se tocando a pele simultaneamente com as duas pontas de um compasso e verificando-se a maior distância dos dois pontos tocados, que é percebida como se fosse um ponto só (discriminação de dois pontos);
- Sensibilidade vibratória: percepção de estímulos mecânicos repetitivos. Testa-se tocando a pele de encontro a uma saliência óssea com um diapasão, quando o indivíduo deverá dizer se o diapasão está vibrando ou não. A perda da
sensibilidade vibratória é um dos sinais precoces da lesão do funículo posterior;
- Estereognosia: capacidade de perceber, com as mãos, a forma e o tamanho de um objeto. A estereognosia depende de receptores tanto para tato como para propriocepção.
VIAS ASCENDENTES DO FUNÍCULO ANTERIOR
No funículo anterior localiza-se o trato espinotalâmico anterior, formado por axônios de neurônios cordonais de projeção situados na coluna posterior. Estes axônios cruzam o plano mediano e fletem-se cranialmente para formar o trato espinotalâmico anterior, cujas fibras nervosas terminam no tálamo e levam impulsos de pressão e tato leve (trato protopático). Esse tipo de tato, ao contrário daquele que segue pelo funículo posterior, é pouco discriminativo e permite, apenas de maneira grosseira, a localização da fonte do estímulo tátil. A sensibilidade tátil tem, pois, duas vias na medula, uma direta, no funículo posterior, e outra cruzada, no funículo anterior. Por isso. dificilmente se perde toda a sensibilidade tá-
til nas lesões medulares, exceto, naquelas em que há transecção do órgão.
VIAS ASCENDENTES DO FUNÍCULO LATERAL
Trato espinotalâmico lateral: neurônios cordonais de projeção, situados na coluna posterior, emitem axônios que cruzam o plano mediano na comissura branca, ganham o funículo lateral, onde se fletem cranialmentepara constituir o trato espinotalâmico lateral, cujas fibras terminam no tálamo. O tamanho deste trato aumenta à medida que ele sobe na medula
pela constante adição de novas fibras. O trato espinotalâmico lateral conduz impulsos de temperatura e dor. O trato espinotalâmico lateral constitui a principal via através da qual os impulsos de temperatura e dor chegam ao cérebro. Junto dele seguem também as fibras espinorreticulales, que também conduzem impulsos dolorosos. Essas fibras fazem sinapse na chamada formação reticular do tronco encefálico, onde se originam as fibras retículotalâmicas, constituindo-se assim a via espino-retículo-talâmica. Essa via conduz impulsos relacionados com dores do tipo crônico e difuso (dor em queimação), enquanto a via espinotalâmica se relaciona com as clores agudas e bem localizadas da superfície corporal.
Trato espinocerebelar posterior: neurônios cordonais de projeção, situados no núcleo torácico da coluna posterior, emitem axônios que ganham o funículo lateral do mesmo lado., fletindo-se cranialmente para formar o trato espinocerebelar posterior. As fibras deste trato penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior, levando impulsos de propriocepção inconsciente originados em fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos.
Trato espinocerebelar anterior: neurônios cordonais de projeção, situados na coluna posterior e na substância cinzenta intermédia, emitem axônios que ganham o funículo lateral do mesmo lado ou do lado oposto, fletindo-se cranialmente para formar o tratoespinocerebelar anterior. As fibras deste trato penetram no cerebelo, principalmente pelo pedúnculo cerebelar superior. Admite-se que as fibras cruzadas na medula tornam a se cruzar ao entrar no cerebelo, de tal modo que o impulso nervoso termina no hemisfério cerebelar situado do mesmo lado em que se originou. Ao contrário do trato espinocerebelar posterior, que veicula somente impulsos nervosos originados em receptores periféricos, as fibras do trato espinocerebelar anterior informam também eventos que ocorrem dentro da própria medula, relacionados com a atividade elétrica do trato corticoespinhal. Assim, através do trato espinocerebelar anterior, o cerebelo é informado de quando os impulsos motores chegam à medula e qual sua intensidade. Essa informação é usada pelo cerebelo para controle da motricidade somática.
CONEXÕES COM OS NERVOS ESPINHAIS
A medula é o maior condutor de informações que sai e entra no encéfalo através dos nervos espinhais.
Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, fazem conexão pequenos filamentos nervosos denominados filamentos radiculares, que se unem para formar as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. As duas raízes, se unem para formar os nervos espinhais, ocorrendo essa união entre um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal. A conexão com os nervos espinhais marca a segmentação da medula que, não é completa, uma vez que não existem septos ou sulcos transversais separando um segmento do outro. Considera-se segmento medular de um determinado nervo a parte da medula onde fazem conexão os filamentos radiculares que entram na composição deste nervo. 
Existem 31 pares de nervos espinhais, aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 
· oito cervicais;
· doze torácicos; 
· cinco lombares;
· cinco sacrais;
· um coccígeo. 
Existem oito pares de nervos cervicais, mas somente sete vértebras. O primeiro par cervical (C1) emerge acima da 1º vértebra cervical (entre ela e o osso occipital). Já o 8ª par (C8) emerge abaixo da 7ª vértebra, o mesmo acontece com os nervos espinhais abaixo de C8, que emergem, de cada lado, sempre abaixo da vértebra correspondente.
No adulto, a medula não ocupa todo o canal vertebral, já que termina no nível da 2ª vértebra lombar. Abaixo desse nível, o canal vertebral contém apenas as meninges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinhais que, dispostas em torno do cone medular e filamento terminal constituem, em conjunto, a chamada cauda equina. A diferença de tamanho entre a medula e o canal vertebral, bem como a disposição das raízes dos nervos espinhais mais caudais, formando a cauda equina, resultam de ritmos de crescimento diferentes, em sentido longitudinal, entre medula e coluna vertebral. 
Até o quarto mês de vida intrauterina, medula e coluna crescem no mesmo ritmo. Por isso, a medula ocupa todo o comprimento do canal vertebral, e os nervos, passando pelos respectivos forames intervertebrais, dispõem-se horizontalmente, formando com a medula um ângulo reto. 
A partir do quarto mês, a coluna começa a crescer mais do que a medula, sobretudo em sua porção caudal. Como as raízes nervosas mantêm suas relações com os respectivos forames intervertebrais, há o alongamento das raízes e diminuição do ângulo que elas fazem com a medula. Estes fenômenos são mais pronunciados na parte caudal da medula, levando à formação da cauda equina.
 Ainda como consequência da diferença de ritmos de crescimento entre coluna e medula, há um afastamento dos segmentos medulares das vértebras correspondentes. Assim, no adulto, as vértebras T11 e T12 não estão relacionadas com os segmentos medulares de mesmo nome, mas sim com segmentos lombares. Assim, uma lesão da vértebra T12 pode afetar a medula lombar. Já uma lesão da vértebra L3 irá afetar apenas as raízes da cauda equina.
Para saber a correspondência entre vertebra e medula existe a seguinte regra: entre os níveis das vértebras C2 e T10, adiciona-se 2 ao número do processo espinhoso da vértebra e tem-se o número do segmento medular subjacente. Exemplo: o processo espinhoso da vértebra C6 está sobre o segmento medular C8; o da vértebra T10 sobre o segmento T12. 
Aos processos espinhosos das vértebras T11 e T12 correspondem os cinco segmentos lombares, enquanto ao processo espinhoso de L1 correspondem os cinco segmentos sacrais.
ENVOLTÓRIOS DA MEDULA
Como todo o sistema nervoso central a medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges, que são: 
· Dura-máter;
· Pia-máter;
· Aracnoide.
DURA-MÁTER
A meninge mais externa é a dura-máter formada por fibras colágenas que a tornam espessa e resistente. Ela envolve toda a medula. Cranialmente a dura-máter espinhal continua com a dura-máter craniana, caudalmente termina em um fundo-de-saco no nível da vértebra S2. Prolongamentos laterais da dura-máter embainham as raízes dos nervos espinhais continuando com o tecido conjuntivo (epineuro) que envolve estes nervos. Os orifícios necessários à passagem de raízes ficam então obliterados, não permitindo a saída de liquor.
ARACNOIDE
A aracnoide espinhal se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende um folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas, as trabéculas aracnóideas que unem este folheto à pia-máter.
PIA-MÁTER
A pia-máter é a meninge mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente ao tecido nervoso da superfície da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal. Este filamento perfura o fundo-do-saco dural e continua caudalmente até o hiato sacral. Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser denominado filamento da dura-máter espinhal. Ao inserir-se no periósteo da superfície dorsal do cóccix, constitui o ligamento coccígeo. A pia-máter forma, de cada lado da medula, uma prega longitudinal denominado ligamento denticulado, que se dispõe em um plano frontal ao longo de toda
a extensão da medula. A margem medial de cada ligamento continua com a pia-máter
da face lateral da medula ao longo de uma linha contínua que se dispõe entre as raízes dorsais e ventrais. A margem lateral apresenta cerca de 21 processos triangulares, que se inserem firmemente na aracnoide e na dura-máter em pontos que se alternam com a emergência dos nervos espinhais. Os dois ligamentos denticulados são elementos de fixaçãoda medula e importantes pontos de referência em cirurgias deste órgão.
ESPAÇOS ENTRE AS MENINGES
Em relação às meninges, existem três cavidades ou espaços: 
· Epidural: situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral. Contém tecido adiposo e um grande número de veias que constituem o plexo venoso vertebral interno.
· Subdural: situado entre a dura-máter e a aracnoide, é uma fenda estreita contendo pequena quantidade de líquido, suficiente apenas para evitar a aderência das paredes.
· Subaracnóideo: é o mais importante e contém uma quantidade razoavelmente grande de líquido cerebroespinhal ou liquor.
Sabe-se que o saco dural e a aracnoide que o acompanha terminam em S2, ao passo que a medula termina mais acima, em L2. Entre estes dois níveis, o espaço subaracnóideo é maior, contém maior quantidade de liquor e nele se encontram apenas o filamento terminal e as raízes que formam a cauda equina. Não havendo perigo de lesão da medula, esta área é ideal para a introdução de uma agulha no espaço subaracnóideo, o que é feito com as seguintes finalidades:
1. retirada de liquor para fins terapêuticos ou de diagnóstico nas punções lombares (ou raquidianas).
2. medida da pressão do liquor.
3. introdução de substâncias que aumentam o contraste em exames de imagem, visando o diagnóstico de processos patológicos da medula na técnica denominada mielografia.
4. introdução de anestésicos nas chamadas anestesias raquidianas.
5. administração de medicamentos.
ANESTESIA NOS ESPAÇOS MENÍNGEOS
A introdução de anestésicos nos espaços meníngeos possui a finalidade de bloquear as raízes nervosas que as atravessam, é um procedimento de rotina na prática médica. Em geral são feitas anestesias raquidianas e anestesias epidurais. 
Nas raquidianas, o anestésico é introduzido no espaço subaracnóideo por meio de uma agulha que penetra no espaço entre as vértebras L2-L3, L3-L4 ou L4-L5. Em seu trajeto, a agulha perfura o ligamento interespinhoso, o ligamento amarelo, a dura-máter e a aracnoide. 
As epidurais, são feitas geralmente na região lombar introduzindo o anestésico no espaço epidural que atinge os forames intervertebrais, pelos quais passam as raízes dos nervos espinhais. Essas anestesias hoje são usadas quase somente em partos.
ESTRUTURA DA MEDULA:
Existem diferenças entre os vários níveis da medula no que diz respeito à forma, localização e tamanho dos elementos. A quantidade de substância branca em relação à cinzenta é tanto maior quanto mais alto o nível considerado o nível das intumescências lombares e cervicais, a coluna anterior mais dilatada; a coluna lateral só existe de T1 até L2. Estes e outros critérios permitem identificar aproximadamente o nível de uma secção de medula.BIANCA IZABEL AMARAL OLIVEIRA

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