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Estéfany de Paula Paiva NEUROANATOMIA FUNCIONAL Meio externo: neurônio aferente = neurônio pseudounipolar, entra na medula (nervo espinal) ou tronco encefálico (nervo craniano) cerebelo = propriocepção inconsciente neurônio eferente = sistema nervoso somático = neurônio motor Meio interno: neurônio aferente = neurônio pseudounipolar, entra, principalmente, na medula (nervo espinal) ou tronco encefálico (nervo craniano) e vai para o CÉREBRO (tira cerebelo) neurônio eferente = sistema nervoso autônomo = dois neurônios, um no SNC e outros no SNP (forma uma gânglio que pode ser do simpático ou do parassimpático) Dor nível consciente, pressão arterial e O2 no sangue são inconscientes. AULA 1 - MEDULA ESPINHAL (4 e 14) - A maioria das partes posteriores são sensitivas e as anteriores são motoras (há exceções). - Coluna lateral = inervação visceral. CÁP. 4 - Anatomia Macroscópica da Medula Espinhal e seus Envoltórios GENERALIDADES - A medula espinhal é uma massa cilindroide, de tecido nervoso, situada dentro do canal vertebral, sem entretanto ocupá-lo completamente. - Cranialmente, a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital. Estéfany de Paula Paiva - O limite caudal da medula tem importância clínica e, no adulto, termina geralmente na 2' vértebra lombar (L2). - A medula termina afilando-se para formar um cone, o cone medular que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. Cauda equina (são raízes de nervos espinais) se forma devido ao padrão de crescimento diferente entre a medula e a coluna vertebral. FORMA E ESTRUTURA GERAL DA MEDULA - Apresenta duas dilatações denominadas intumescência cervical e intumescência lombar, situadas nos níveis cervical e lombar, respectivamente. Estas correspondem às áreas em que fazem conexão com a medula as grossas raízes nervosas que formam os plexos braquial (C5 à T1) e lombossacral (L1 à S2) destinadas à inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente. - A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que a percorrem em toda a extensão: sulco mediano posterior; fissura mediana anterior; sulco lateral anterior e sulco lateral posterior. Na medula cervical e torácica alta existe, ainda, o sulco intermédio posterior, situado entre o mediano posterior e o lateral posterior, e que continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais - Na medula, a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de um H, nele se distingue cornos e que são as colunas anterior, posterior e lateral (essa última só aparece na medula torácica e parte da medula lombar) - A substância branca é formada por fibras, em sua maioria, mielínicas e podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões: funículo anterior, funículo lateral e funículo posterior (este último, na parte cervical da medula, é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil - medial - e fascículo cuneiforme - lateral). Estéfany de Paula Paiva CONEXÕES COM OS NERVOS ESPINHAIS - SEGMENTOS MEDULARES - Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, fazem conexão pequenos filamentos nervosos: filamentos radiculares, se unem → raízes ventral e raízes dorsal dos nervos espinhais, se unem → nervos espinhais - Existem 31 pares de nervos espinhais, aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e, geralmente, 1 coccígeo. - Existem 8 pares de nervos cervicais, mas somente 7 vértebras. O primeiro par cervical (C 1) emerge acima da 1' vértebra cervical, portanto entre ela e o osso occipital. Já o 8º par (C8) emerge abaixo da T1 vértebra, o mesmo acontecendo com os nervos espinhais abaixo de C8, que emergem, de cada lado, sempre abaixo da vértebra correspondente. Estéfany de Paula Paiva TOPOGRAFÍA VÉRTEBRO MEDULAR - No adulto, a medula não ocupa todo o canal vertebral, uma vez que termina no nível da 21 vértebra lombar (L2). Abaixo desse nível, o canal vertebral contém apenas as meninges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinhais que, dispostas em tomo do cone medular e filamento terminal constituem, em conjunto, a chamada cauda equina. - Assim, uma lesão da vértebra T12 pode afetar a medula lombar. Já uma lesão da vértebra L3 irá afetar apenas as raízes da cauda equina, sendo o prognóstico completamente diferente nos dois casos. ● importante para lesões e herpes zóster - regra prática para saber a correspondência entre vértebra e medula: entre os níveis das vértebras C2 e T10, adiciona-se 2 ao número do Estéfany de Paula Paiva processo espinhoso da vértebra e tem-se o número do segmento medular subjacente. Assim, o processo espinhoso da vértebra C6 está sobre o segmento medular C8; o da vértebra T10 sobre o segmento T12. Aos processos espinhosos das vértebras T11 e T12 correspondem os cinco segmentos lombares, enquanto ao processo espinhoso de L1 correspondem aos cinco segmentos sacrais. ENVOLTÓRIOS DA MEDULA Meninges, que são: - dura-máter: mais externa; cranialmente, a dura-máter espinhal é contínua com a dura-máter craniana, caudalmente termina em um fundo-de-saco no nível da vértebra S2; embainham as raízes dos nervos espinhais, continuando com o tecido conjuntivo (epineuro) que envolve estes nervos e não permite a saída de líquor. - aracnóide: entre a dura-máter e a pia-máter - pia-máter: mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente ao tecido nervoso da superfície da medula e penetra na fissura mediana anterior, a pia máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal e vai até o hiato sacral. Forma, de cada lado da medula, uma prega longitudinal denominada ligamento denticulado, que se dispõe em um plano frontal ao longo de toda a extensão da medula. Os dois ligamentos denticulados são elementos de fixação da medula e importantes pontos de referência em certas cirurgias deste órgão. *Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser denominado filamento da dura-máter espinhal. Este, ao inserir-se no periósteo da superfície dorsal do cóccix, constitui o ligamento coccígeo. ESPAÇOS ENTRE AS MENINGES CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS A EXPLORAÇÃO ClÍNICA DO ESPAÇO SUBARACNÓIDEO Sabe-se que o saco dural e a aracnóide que o acompanha terminam em S2, ao passo que a medula termina mais acima, em L2. Entre estes dois níveis, o espaço subaracnóideo é maior, contém maior quantidade de liquor e nele se encontram apenas o filamento terminal e as raízes que formam a cauda equina, sendo importante para: a) retirada de liquor para fins terapêuticos ou de diagnóstico nas punções lombares (ou raquidianas); b) medida da pressão do líquor; e) introdução de substâncias que aumentam o contraste em exames de imagem, visando o diagnóstico de processos patológicos da medula na técnica denominada mielografia; Estéfany de Paula Paiva d) introdução de anestésicos nas chamadas anestesias raquidianas, como será visto no próximo item; e) administração de medicamentos. ANESTESIAS NOS ESPAÇOS MENÍNGEOS - Anestesias raquidianas: O anestésico é introduzido no espaço subaracnóideo por meio de uma agulha que penetra no espaço entre as vértebras L2-L3, L3-L4 ou L4-L5. Sucessivamente, a pele e a tela subcutânea, o ligamento interespinhoso, o ligamento amarelo, a dura-máter e a aracnóide. - Anestesias epidurais (ou peridurais): São feitas geralmente na região lombar, introduzindo-se o anestésico no espaço epidural, onde ele se difunde e atinge os forames intervertebrais, pelos quais passam as raízes dos nervos espinhais. Confirma-se que a ponta da agulha atingiu o espaço epidural quando se observa súbita baixa de resistência, indicando que ela acabou de perfurar o ligamento amarelo. *Considerar diferenças etárias. Cáp. 14 - Estruturada Medula Espinhal INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ESTRUTURA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: GLOSSÁRIO a) substância cinzenta - tecido nervoso constituído de neuróglia, corpos de neurônios e fibras predominantemente amielínicas; b) substância branca - tecido nervoso formado de neuróglia e fibras predominantemente mielínicas; c) núcleo - massa de substância cinzenta dentro de substância branca, ou grupo delimitado de neurônios com aproximadamente a mesma estrutura e mesma função; d) formação reticular - agregação de neurônios separados por fibras nervosas que não correspondem exatamente às substâncias branca ou cinzenta e ocupa a parte central do tronco encefálico; e) córtex - substância cinzenta que se dispõe em uma camada fina na superfície do cérebro e do cerebelo; t) trato - feixe de fibras nervosas com aproximadamente a mesma origem, mesma função e mesmo destino. As fibras podem ser mielínicas ou amielínicas. Na denominação de um trato. usam-se dois nomes: o primeiro indicando a origem e o segundo a terminação das fibras. Pode, ainda, haver um terceiro nome indicando a posição do trato. Assim, trato corticoespinhal lateral indica um trato cujas fibras se originam no córtex cerebral, terminam na medula espinhal e se localizam no funículo lateral da medula. g) fascículo - usualmente o termo se refere a um trato mais compacto. Entretanto, o emprego do tenno fascículo, em vez de trato, para algumas estruturas deve-se mais à tradição do que a uma diferença fundamental existente entre eles; Estéfany de Paula Paiva h) lemnisco - o termo significa fita. É empregado para alguns feixes de fibras sensitivas que levam impulsos nervosos ao tálamo; i} funículo - o tenno significa cordão e é usado para a substância branca da medula. Um funículo contém vários tratos e fascículos; j) decussação - formação anatômica constituída por fibras nervosas que cruzam obliquamente o plano mediano e que têm aproximadamente a mesma direção. O exemplo mais conhecido é a decussação das pirâmides; k) comissura - formação anatômica constituída por fibras nervosas que cruzam perpendicularmente o plano mediano e que têm, por conseguinte, direções diametralmente opostas. O exemplo mais conhecido é o corpo caloso; l) fibras de projeção - fibras de projeção de uma determinada área ou órgão do sistema nervoso central são fibras que saem fora dos limites desta área ou deste órgão; m) fibras de associação - fibras de associação de uma determinada área ou órgão do sistema nervoso central são fibras que associam pontos mais ou menos distantes desta área ou deste órgão sem, entretanto, abandoná-lo. n) modulação - mudança da excitabilidade de um neurônio causada por axônios de outros neurônios não relacionados com a função do primeiro. Por exemplo, um axônio pode mudar a excitabilidade de um neurônio motor sem se relacionar diretamente com a motricidade; o) neuroimagem funcional - técnica que permite estudar o estado funcional de áreas do SNC em indivíduos sem anestesia. Baseia-se no fato de que quando os neurônios são ativados há aumento do metabolismo e do fluxo sanguíneo, o que é detectado pelo equipamento. ESTRUTURA DA MEDULA: ASPECTOS GERAIS Entre a fissura mediana anterior e a substância cinzenta, localiza-se a comissura branca, local de cruzamento de fibras. Existem diferenças entre os vários níveis da medula no que diz respeito à forma, localização e tamanho destes elementos. Assim, a quantidade de substância branca em relação à cinzenta é tanto maior quanto mais alto o nível considerado. No nível das intumescências lombares e cervicais, a coluna anterior é mais dilatada: a coluna lateral só existe de TI até L2. Estes e outros critérios permitem identificar aproximadamente o nível de uma secção de medula. SUBSTÂNCIA CINZENTA DA MEDULA DIVISÃO DA SUBSTÂNCIA CINZENTA DA MEDULA Considera-se duas linhas que tangenciam os contornos anterior e posterior do ramo horizontal do H, dividindo a substância cinzenta em coluna anterior, coluna posterior e substância cinzenta intermédia. Por sua vez, a substância cinzenta intermédia pode ser Estéfany de Paula Paiva dividida em substância cinzenta intermédia central e substância cinzenta intermédia lateral por duas linhas anteroposteriores. CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS MEDULARES Neurônios radiculares: - O axônio, muito longo, sai da medula para constituir a raiz ventral. - Neurônios radiculares viscerais são os neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo, cujos corpos localizam-se na substância cinzenta intermédia lateral, de TI a L2 (coluna lateral), ou de S2 a S4. Destinam-se à inervação de músculos lisos, cardíacos ou glândulas. - Os neurônios radiculares somáticos destinam-se à inervação de músculos estriados esqueléticos e têm seu corpo localizado na coluna anterior. São também denominados neurônios motores inferiores. - São identificados dois tipos de neurônios radiculares somáticos: alfa e gama. Os neurônios alfa são muito grandes e seu axônio, bastante grosso, destina-se à inervação de fibras musculares que contribuem efetivamente para a contração dos músculos, são extrafusais. Cada neurônio alfa, juntamente com as fibras musculares que ele inerva, constitui uma unidade motora. Estéfany de Paula Paiva - Os neurônios gama são menores e possuem axônios mais finos (fibras eferentes gama), responsáveis pela inervação motora das fibras intrafusais para a execução - de um movimento voluntário, eles são ativados simultaneamente com os motoneurônios alfa (coativação alfa-gama). Isso permite que os fusos neuromusculares continuem a enviar informações proprioceptivas ao sistema nervoso central, mesmo durante a contração muscular desencadeada pela atividade dos neurônios alfa. Neurônios cordonais: - São aqueles cujos axônios ganham a substância branca da medula, onde tomam direção ascendente ou descendente, passando a constituir as fibras que formam os funiculos da medula. - pode passar ao funículo situado do mesmo lado onde se localiza o seu corpo, ou do lado oposto. No primeiro caso, diz-se que ele é homolateral (ou ipsilateral); no segundo caso, heterolateral (ou contralateral). - Os neurônios cordonais de projeção possuem um axônio ascendente longo, que termina fora da medula (tálamo, cerebelo etc.), integrando as vias ascendentes da medula. - Os neurônios cordonais de associação possuem um axônio que, ao passar para a substância branca, se bifurca em um ramo ascendente e outro descendente, ambos terminando na substância cinzenta da própria medula. Constituem, pois, um mecanismo de integração de segmentos medulares, situados em níveis diferentes, permitindo a realização de reflexos intersegmentares na medula. Se dispõem em torno da substância cinzenta, onde formam os chamados fascículos próprios, existentes nos três módulos da medula. Neurônios de axônio curto (ou interneurônios) - axônio destes neurônios permanece sempre na substância cinzenta. - ramificam-se próximo ao corpo celular e estabelecem conexão entre as fibras aferentes, que penetram pelas raízes dorsais e os neurônios motores, interpondo-se, assim, em vários arcos reflexos medulares. - muitas fibras que chegam à medula trazendo impulsos do encéfalo terminam em neurônios internunciais (papel na fisiologia medular) Estéfany de Paula Paiva - Tipo especial: a célula de Renshaw, localizada na porção medial da coluna anterior. Os impulsos nervosos provenientes da célula de Renshaw inibem os neurônios motores. - Os impulsos nervosos que saem pelos neurônios motores são capazes de inibir o próprio neurônio através do ramo recorrente e da célula de Renshaw (ramo recorrente faz sinapse com a célula de Renshaw). Este mecanismo é importante para a fisiologia dos neurônios motores. (auto-regulação) Estéfany de Paula Paiva ORGANIZAÇÃO DOS NEURÔNIOS - SUBSTÂNCIA CINZENTA → Coluna anterior Neurônios Motores Inferiores (alfa) (somáticos): Grupo Medial = Lâmina IX - Musculatura do esqueleto axial - toda extensão da medula Grupo Lateral = Lâmina IX - Musculutura do esqueleto apendicular (organizaçãosomatotópica) Grupo Central = Lâmina IX - Núcleos dos nn. Frênico e acessório - Núcleo do n, pudendo Estéfany de Paula Paiva SUBSTÂNCIA BRANCA DA MEDULA Destino das fibras da raiz dorsal do nervo espinal: - Subir diretamente em direção ao bulbo - Fazer sinapse diretamente com neurônios motores (arco reflexo simples - reflexo miotático, reflexo de estiramento) - Fazer sinapse com interneurônios (arco reflexo polissináptico - reflexos de retirada) - Fazer sinapse com neurônios cordonais de associação (fascículo próprio) - Fazer sinapse com neurônios cordonais de projeção (vias ascendentes) Vias ascendentes normalmente são sensitivas e descendentes motoras (não é regra). - Sistema lateral - musculatura apendicular (funículo lateral) - SIstema medial - musculatura axial (funículo anterior) - PArte cervical da medula - inerva membros superiores - Parte torácica - esqueleto axial Estéfany de Paula Paiva - Parte lombar - membros inferiores Quanto mais alto o corte na medula, mais substância branca tem na região medular, devido ao maior número de fibras que passam. Estéfany de Paula Paiva IDENTIFICAÇÃO DE TRATOS E FASCÍCULOS - As fibras da substância branca da medula agrupam-se em tratos e fascículos que formam verdadeiros caminhos, ou vias, por onde passam os impulsos nervosos que sobem e descem - não existem na substância branca septos delimitando os diversos tratos e fascículos, e as fibras da periferia de um trato se dispõem lado a lado com as do trato vizinho. - Identificação por degeneração de lesão: Se a área de degeneração se localiza acima do ponto de secção, concluímos que o trato degenerado é ascendente, ou seja, o corpo do neurônio localiza-se em algum ponto abaixo da lesão. Se a área de degeneração localiza-se abaixo, concluímos, por raciocínio semelhante, que o trato é descendente. VIAS DESCENDENTES - são formadas por fibras que se originam no córtex cerebral ou em várias áreas do tronco encefálico e terminam fazendo sinapse com os neurônios medulares. - Algumas terminam nos neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo, constituindo as vias descendentes viscerais. Outras terminam fazendo sinapse com neurônios da coluna posterior e participam dos mecanismos que regulam a penetração dos impulsos sensoriais no sistema nervoso central. - O mais importante termina direta ou indiretamente nos neurônios motores somáticos, constituindo as vias motoras descendentes somáticas. - classificação das vias descendentes motoras em dois sistemas, lateral e medial(= anteromedial). → Sistema lateral - compreende dois tratos: o corticoespinhal, que se origina no córtex e o rubroespinhal, que se origina no núcleo rubro do mesencéfalo. (Ambos conduzem impulsos nervosos aos neurônios da coluna anterior da medula, relacionando-se com estes neurônios diretamente ou através de neurônios internunciais) - No nível da decussação das pirâmides no bulbo, os tratos corticoespinhais se cruzam, o que significa que o córtex de um hemisfério cerebral comanda os neurônios motores situados na medula do lado oposto, visando a realização de movimentos voluntários. Assim, a motricidade voluntária é cruzada - Um pequeno número de fibras, no entanto, não se cruza na decussação das pirâmides e continua em posição anterior, constituindo o trato corticoespinhal anterior, localizado no funiculo anterior da medula e faz parte do sistema medial. - O trato corticoespinhal lateral localiza-se no funículo lateral da medula, atinge até a medula sacral e, como suas fibras vão pouco a pouco terminando na substância cinzenta, quanto mais baixo, menor o número delas. - O trato rubroespinhal no homem ficou reduzido a um número muito pequeno de fibras. → Sistema medial - São os seguintes os tratos do sistema medial da medula: trato corticoespinhal anterior, tetoespinhal, vestibuloespinhal e os retículoespinhal pontino e bulbar. Os nomes referem-se aos locais onde eles se originam Estéfany de Paula Paiva - Todos esses tratos terminam na medula em neurônios internunciais, através dos quais eles se ligam aos neurônios motores situados na parte medial da coluna anterior e, deste modo, controlam a musculatura axial, ou seja, do tronco e pescoço, assim como a musculatura proximal dos membros. VIAS ASCENDENTES As fibras que formam as vias ascendentes da medula relacionam-se direta ou indiretamente com as fibras que penetram pela raiz dorsal do nervo espinhal, trazendo impulsos aferentes de várias partes do corpo. → Destino das fibras da raiz dorsal - Cada filamento radicular da raiz dorsal, ao ganhar o sulco lateral posterior, divide-se em dois grupos de fibras: um grupo lateral e outro medial. ● lateral são mais finas e dirigem-se ao ápice da coluna posterior. Antes de penetrar na coluna posterior, cada uma dessas fibras se bifurca, dando um ramo ascendente e outro descendente sempre mais curto, além de grande número de ramos colaterais mais finos. ● medial dirigem-se à face medial da coluna posterior. - Todos esses ramos terminam na coluna posterior da medula, exceto um grande contingente de fibras do grupo medial, cujos ramos ascendentes, muito longos, terminam no bulbo. Estes ramos constituem as fibras dos fascículos grácil e cuneiforme. que ocupam os funículos posteriores da medula e terminam fazendo sinapse nos núcleos grácil e cuneiforme, situados, respectivamente, nos tubérculos do núcleo grácil e do núcleo cuneiforme do bulbo Conclusão: as fibras que formam as vias ascendentes da medula são ramos ascendentes de fibras da raiz dorsal (fascículos grácil e cuneiforme) ou axônios de neurônios cordonais de projeção situados na coluna posterior. Em qualquer destes casos, as fibras ascendentes reúnem-se em tratos e fascículos com características e funções próprias Estéfany de Paula Paiva → Sistematização das vias ascendentes da medula → Vias ascendentes do funículo posterior - No funículo posterior existem dois fascículos, grácil situado medialmente, e cuneiforme, situado lateralmente, separados pelo septo intermédio posterior (são os prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos situados nos gânglios espinhais) ● fascículo grácil: é formado por fibras que penetram na medula pelas raízes coccígea. sacrais, lombares e torácicas baixas. Logo, conduz, impulsos provenientes dos membros inferiores e da metade inferior do tronco e pode ser identificado em toda a extensão da medula. ● fascículo cuneiforme: evidente apenas a partir da medula torácica alta. é formado por fibras que penetram pelas raízes cervicais e torácicas superiores. Conduz, portanto, impulsos originados nos membros superiores e na metade superior do tronco. - Do ponto de vista funcional, não há diferença entre os fascículos grácil e cuneiforme; sendo assim, o funículo posterior da medula é funcionalmente homogêneo, conduzindo impulsos nervosos relacionados com: propriocepção consciente ou sentido de posição e de movimento (cinestesia), tato discriminativo (ou epicrítico), sensibilidade vibratória e estereognosia (capacidade de perceber, com as mãos, a forma e o tamanho de um objeto). → Vias ascendentes do funículo anterior - No funículo anterior localiza-se o trato espinotalâmico anterior. formado por axônios de neurônios cordonais de projeção situados na coluna posterior. - Estes axônios cruzam o plano mediano e fletem-se cranialmente para formar o trato espinotalâmico anterior, cujas fibras nervosas terminam no tálamo e levam impulsos de pressão e tato leve (tato protopático) - é pouco discriminativo e permite, apenas de maneira grosseira, a localização da fonte do estímulo tátil. → Vias ascendentes do funículo lateral - Trato espinotalâmico lateral - neurônios cordonais de projeção, situados na coluna posterior, emitem axônios que cruzam o plano mediano na comissura branca, ganham o funículo lateral, onde se fletem cranialmente para constituir o trato espinotalâmico lateral cujas fibras terminam no tálamo. - O tamanho deste trato aumenta à medida que ele sobe na medula pela constante adição de novas fibras. Conduz impulsosde temperatura e dor. Junto dele seguem também as fibras espinorreticulares, que também conduzem impulsos dolorosos. Essas fibras fazem sinapse na chamada formação reticular do tronco encefálico. onde se originam as fibras retículotalâmicas, constituindo-se assim a via espino-retículo-talâmica. Essa via conduz impulsos relacionados com dores do tipo crônico e difuso (dor em queimação), enquanto a via espinotalâmica se relaciona com as dores agudas e bem localizadas da superfície corporal. - Trato espinocerebelar posterior - neurônios cordonais de projeção, situados no núcleo torácico da coluna posterior, emitem axônios que ganham o funículo lateral do mesmo lado, fletindo-se cranialmente para formar o trato espinocerebelar posterior. As fibras deste trato penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar Estéfany de Paula Paiva inferior, levando impulsos de propriocepção inconsciente originados em fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos; - Trato espinocerebelar anterior - neurônios cordonais de projeção, situados na coluna posterior e na substância cinzenta intermédia, emitem axônios que ganham o funículo lateral do mesmo lado ou do lado oposto, fletindo-se cranialmente para formar o trato espinocerebelar anterior. As fibras deste trato penetram no cerebelo, principalmente pelo pedúnculo cerebelar superior, informam quando os impulsos motores chegam à medula e qual sua intensidade. Essa informação é usada pelo cerebelo para controle da motricidade somática.
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