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PCC de CURRÍCULO TEORIA E PRÁTICA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC) DA DISCIPLINA:CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA
JESSIELLE CAMPOS MIRANDA JACÓ
Matrícula: 201903520819
VITÓRIA
2020
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURRÍCULO ESCOLAR: UMA ELABORAÇÃO SIGNIFICATIVA?
Relatório exigido como parte dos requisitos para a conclusão da disciplina Currículo Teoria e Prática do curso de Pedagogia – Segunda Licenciatura da Faculdade Estácio de Sá – Campus Vitória no primeiro semestre de 2020.
VITÓRIA
2020
1. INTRODUÇÃO 
A análise deste trabalho foi realizada a partir da observação de uma turma de segundo ano dos Anos Iniciais da EMEF Maria Stella de Novaes – Vitória – ES com 25 alunos de idade entre 7 e 8 anos, no período da realização do estágio em Educação Básica. 
O currículo da escola é construído a partir da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e os professores, gestores, coordenadores, pedagogos se atualizam periodicamente através de cursos fornecidos pela Prefeitura de Vitória.
A equipe pedagógica juntamente com os professores se esforça ao máximo para inserir as competências estabelecidas pela BNCC e para que estas sejam sempre presentes nas atividades dos alunos. 
Os conteúdos propostos pelos professores visam o lado lúdico e investigativo para que os alunos construam um pensamento questionador, fazendo assim com que façam parte efetivamente do processo de aprendizagem atuando como agentes dele.
As próprias atividades lúdicas, na medida em que praticadas, processam o desenvolvimento. As atividades lúdicas constituem o centro das atividades curriculares. Os chamados conteúdos educativos (usualmente, denominados escolares) passam por dentro das atividades lúdicas; o que quer dizer que a própria atividade lúdica contém dentro de si os conteúdos educativos, formativos e instrucionais. (LUCKESI, 2000, p.120)
Buscou-se investigar nesse estágio como os professores trabalham com a leitura e como deve ser a prática de leitura para essas crianças. Para Yunes (2009), o ato de leitura não corresponde unicamente ao entendimento do mundo do texto, seja ele escrito ou não. A leitura carece da mobilização do universo de conhecimento do outro – do leitor – para atualizar o universo do texto e fazer sentido na vida, que é o lugar onde o texto realmente está.
Aprender a ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diferentes esferas sociais (jornalística, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária, publicitária, entre outras) para desenvolver uma atitude crítica, quer
dizer, de discernimento, que leve a pessoa a perceber as vozes presentes nos textos e perceber-se capaz de tomar a palavra diante deles.
Segundo Martins (2006), a leitura é uma experiência individual que pode ser caracterizada como sendo a decodificação de signos linguísticos, por meio dos quais o leitor decifra sinais, e também como sendo um processo de compreensão mais abrangente, em que o leitor dá sentido a esses sinais. A autora diz que seria preciso considerar a leitura como um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem. Assim, afirma que a leitura é realizada a partir de um diálogo entre o leitor e o objeto lido, e que esse objeto pode ser de caráter escrito, sonoro, gestual, uma imagem ou até mesmo um acontecimento.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 41), instrumento norteador de apoio às práticas pedagógicas, no tópico Prática de leitura, apresenta a seguinte definição para a leitura:
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita, etc.
Assim, os PCN’s afirmam que não se trata simplesmente de extrair informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor experiente que conseguir analisar sua própria leitura constatará que a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê.
2. COMO DEVE SER A PRÁTICA DE LEITURA NA ESCOLA
Para os PCN’s (1998, p.44), o trabalho com leitura deve ser diário. Há inúmeras possibilidades para isso, pois a leitura pode ser realizada:
 • de forma silenciosa, individualmente; 
• em voz alta (individualmente ou em grupo) quando fizer sentido dentro da atividade;
 • pela escuta de alguém que lê.
Uma prática constante de leitura na escola pressupõe o trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas de leitura de fato. Diferentes objetivos exigem diferentes textos e, cada qual, por sua vez, exige uma modalidade de leitura. Há textos que podem ser lidos apenas por partes, buscando-se a informação necessária; outros precisam ser lidos exaustivamente e várias vezes. Há textos que se pode ler rapidamente, outros devem ser lidos devagar. Há leituras em que é necessário controlar atentamente a compreensão, voltando atrás para certificar-se do entendimento; outras em que se segue adiante sem dificuldade, entregue apenas ao prazer de ler. Há leituras que requerem um enorme esforço intelectual e, a despeito disso, se deseja ler sem parar; outras em que o esforço é mínimo e, mesmo assim, o desejo é deixá-las para depois. 
Uma prática constante de leitura na escola deve admitir várias leituras, pois outra concepção que deve ser superada é a do mito da interpretação única, fruto do pressuposto de que o significado está dado no texto. O significado, no entanto, constrói-se pelo esforço de interpretação do leitor, a partir não só do que está escrito, mas do conhecimento que traz para o texto. É necessário que o professor tente compreender o que há por trás dos diferentes sentidos atribuídos pelos alunos aos textos: às vezes é porque o autor “jogou com as palavras” para provocar interpretações múltiplas; às vezes é porque o texto é difícil ou confuso; às vezes é porque o leitor tem pouco conhecimento sobre o assunto tratado e, a despeito do seu esforço, compreende mal. Há textos nos quais as diferentes interpretações fazem sentido e são mesmo necessárias: é o caso de bons textos literários. Há outros que não: textos instrucionais, enunciados de atividades e problemas matemáticos, por exemplo, só cumprem suas finalidades se houver compreensão do que deve ser feito.
3. METODOLOGIA
Para que possamos sanar essas dificuldades de leitura em sala de aula pensou-se numa roda de leitura de textos literários e não literários e uma leitura compartilhada.
Os objetivos são: 
 - Despertar a atenção pela leitura de uma forma prazerosa; 
 - fazer com que o aluno tenha uma boa interpretação textual; 
 - ampliar o repertório literário;
- interagir com o livro de maneira prazerosa, reconhecendo-o como fonte de múltiplas informações e entretenimento;
- compartilhar experiências leitoras;
- confrontar interpretações;
- estabelecer relações com outros textos;
Material necessário: Livros de literatura infanto-juvenil constantes do acervo da Escola.
A roda de leitura se dará pela mediação do docente, onde haverá indicações de livros variados, contos e crônicas de acordo com a série a ser trabalhada, objetivando a melhoria da oratória dos alunos. 
4. CONCLUSÃO
Percebemos que o professor é o maior responsável quando o assunto é leitura. É ele quem deve estimular e incentivar a prática de leitura dentro da sala de aula. Quando falamos professor, referimo-nos a todos os profissionais da área da educação e não somente ao professor de Língua Portuguesa, o qual muitas vezes é tido como o culpado pelo fracasso da leitura e da escrita. Lembramo-nos que a escola se faz pela interdisciplinaridade e não apenas com uma matéria específica. Hoje os PCN’s focalizam essa interdisciplinaridade, pois contribui para o aprendizado do aluno, fazendocom que ele possa ter pensamento crítico acerca de várias modalidades escolares.
5. BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1997.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura? São Paulo: Brasiliense, 2006 (Coleção Primeiros Passos; 74).
YUNES, Eliana. Apresentação. In: Tecendo um leitor: uma rede de fios cruzados. Curitiba: Aymará, 2009, p.9.
LUCKESI, C. Ludopedagogia: partilhando uma experiência e uma proposta. In: ______. Ludopedagogia. Ensaios. Educação. Educação e Ludicidade. Salvador: FACED; UFBA, 2000.

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