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Lei Penal em Branco Noções Introdutórias O estudo da Lei Penal em Branco se situa na doutrina acerca da classificação da lei penal quanto ao seu conteúdo, que pode ser Completa Dispensa complemento valorativo (dado pelo juiz) ou normativo (dado por outra norma). Ex.: art. 121 do CP. Incompleta Depende de complemento valorativo (tipo aberto) ou normativo (norma penal em branco). De Tipo Aberto Depende de complemento valorativo , a ser conferido pelo julgador no caso concreto. Os crimes culposos são descritos em tipos abertos, uma vez que o legislador não enuncia as formas de negligência, imprudência e imperícia, ficando a critério do magistrado na análise do caso concreto Para não ofenderem o princípio da legalidade, a redação típica deve trazer o mínimo de determinação. Norma Penal em Branco Depende de complemento normativo. Própria Imprópria Conceito e Denominações São como “corpos errantes em busca de alma” - Von Liszt Existem fisicamente no universo jurídico, mas não podem ser aplicadas em razão de sua incompletude É também denominada de cega ou aberta Espécie de lei penal cuja definição da conduta criminosa reclama complementação Seja por outra lei; Seja por ato da Administração Pública. O seu preceito secundário é completo Contudo, o preceito primário carece de implementação. Classificação "Própria" ou "Em Sentido Estrito" ou "Heterogênea" ou "Heteróloga Própria" O complemento tem natureza jurídica diversa e emana de órgão distinto daquele que elaborou a lei penal incriminadora Ex.: Lei de Drogas Editada pelo Poder Legislativo federal Complementada por portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Portaria SVS/MS 344/1998), pertencente ao Poder Executivo "Imprópria" ou "Em Sentido Lato" ou "Homogênea" ou "Homóloga Imprópria" O complemento tem a mesma natureza jurídica e provém do mesmo órgão que elaborou a lei penal incriminadora. Legislativo Federal - Legislativo Federal Espécies Homovitelina Código Penal - Código Penal Heterovitelina Código Penal - Código Civil "Inversa" ou "Ao Avesso" ou "Ao revés" Preceito primário é completo, mas o secundário incompleto Nesse caso, o complemento deve ser obrigatoriamente uma lei Sob pena de violação ao princípio da reserva legal. Ex.: Artigos 1.° a 3.° da Lei 2.889/1956, relativos ao crime de genocídio. Ao Quadrado A norma penal requer um complemento que, por sua vez, deve também ser integrado por outra norma Ex.: Art. 38 da Lei 9.605/98, que pune as condutas de destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente. O conceito de floresta de preservação permanente é obtido no Código Florestal, que, dentre várias disposições, estabelece uma hipótese em que a área de preservação permanente será assim considerada após declaração de interesse social por parte do Chefe do Poder Executivo. De Fundo Constitucional O complemento do preceito primário constitui-se em norma constitucional É o que se verifica no crime de abandono intelectual, definido no art. 246 do Código Penal, pois o conceito de “instrução primária” encontra-se no art. 208, inc. I, da Constituição Federal. Observações A revogação do complemento, em regra, GERA ABOLITIO CRIMINIS Pois o complemento INTEGRA a norma Não gerará Abolitio Se o complemento for excepcional ou temporário. Fontes: Anotações Pessoais das Vídeo- Aulas do Curso Carreiras Jurídicas Damásio, Prof. André Estefam e Carreiras Jurídicas CERS, Prof. Rogério Sanches; e Livro Manual de Direito Penal: parte geral, Rogério Sanches, 4ªed., JusPODIVM, 2016.
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