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1 Acidente do trabalho Conceito legal (Art. 19 - lei 8.213 de 24/07/91) "Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturba- ção funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho". Art. 20 - Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbi- das: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previ- dência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. Art. 21 - Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar pro- veito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por está dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. Conceito prevencionista Acidente é uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e/ou danos mate- riais. 2 Acidente é azar Não têm problema! Só trabalho bem vestido!! Causas de acidentes do trabalho Causa de acidentes do trabalho são os motivos, as situações, os comportamentos, as ações geradoras dos acidentes. Os acidentes podem ser causados por: Atos inseguros Os atos inseguros são aqueles que decorrem da execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança. Exemplos de atos inseguros: 1. Limpar o corpo com ar comprimido; 2. Fumar em local não permitido; 3. Esmerilhar sem uso de protetor facial. Condições inseguras São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam em risco a integridade física e/ou mental do trabalhador, geralmente tais condi- ções manifestam-se como deficiências técnicas. Exemplo de condições inseguras: 1. Falta de proteção em partes móveis e pontos de agarramento; 2. Latas e garrafas com produtos inflamáveis abertas; 3. Instalações elétricas impróprias ou com defeitos. Maneira de se trajar no local de trabalho É sabido que as partes móveis das máquinas formam pontos de agarra- mento que representam constante fonte de perigo para o operador. Exemplo de partes que poderão ser agarradas: 1. Cabelos compridos e soltos; 2. Roupas soltas; 3. Cordões. Ordem e Limpeza No ambiente de trabalho muitos fatores de ordem física exercem influên- cias de ordem psicológica sobre as pessoas, que trabalhando num ambi- ente desorganizado sentem uma sensação de mal-estar, que poderá tor- nar-se um agravante de um estado emocional já perturbado por outros problemas. São exemplos de ambientes desorganizado: 1. Peças sem condições de uso espalhadas pela oficina; 2. Bancadas sujas com latas abertas e ferramentas espalhadas; 3. Paredes sujas de graxa. 3 Equipamento de proteção individual O equipamento de proteção individual (EPI) é um instrumento de uso pessoal, cuja finalidade é neutralizar a ação de certos acidentes que poderiam, causar lesões ao trabalhador e protegê-lo contra possíveis danos à saúde causados pelas condições de trabalho. O EPI deve ser usado como medida de proteção quando: Não for possível eliminar o risco através da utilização de equipamentos de proteção coletiva; For necessário complementar a proteção individual; Em trabalhos eventuais e em exposições de curto período. De qualquer forma, o uso de EPI deve ser limitado, procurando-se, primeiro, eliminar ou diminuir o risco com a adoção de medidas de proteção geral. Quando seu uso for inevitável, faz-se necessário tomar certas medidas quanto à sua seleção e indicação, pois o uso e fornecimento dos EPI's é disciplinado pela NR-6. A seleção deve ser feita por pessoal compe- tente, conhecedor não só do equipamento, como também das condições em que o trabalho é executado. É preciso conhecer as características, qualidades técnicas e, principalmente, o grau de proteção que o equi- pamento deverá proporcionar. Características e classificação dos EPI's Pode-se classificar os EPI's agrupando-os segundo a parte do corpo que devem proteger. Proteção para a cabeça Estes equipamentos podem ser divididos em protetores para cabe- ça, propriamente ditos, que são usados especificamente para o crâ- nio, e protetores para os órgãos da visão e audição. Proteção para os membros superiores Nos membros superiores situam-se as partes do corpo onde, com maior freqüência, ocorre lesões: as mãos. Grande parte dessas lesões pode ser evitada através do uso de lu- vas que impedem um contato direto com materiais cortantes, abra- sivos, aquecidos ou com substâncias corrosivas e irritantes. Proteção para os membros inferiores As pernas e os pés são partes do corpo que, além de estarem su- jeitos diretamente ao acidente, ainda mantêm o equilíbrio do corpo. Por esta razão os EPI's ganham dupla importância, ou seja, prote- ger diretamente os membros inferiores e evitar a queda, o que pode ter conseqüências graves. 4 Proteção para o tronco Aventais e vestimentas especiais são empregados contra os mais variados agentes agressivos. Proteção das vias respiratórias Sua finalidade é impedir que as vias respiratórias sejam atingidas por gases ou outras substâncias nocivas ao organismo. A máscara é a peça básica do protetor respiratório. Cintos de segurança Não têm a finalidade de proteger esta ou aquela parte do corpo. Os cintos destinam-se a proteger o homem que trabalha em lugares al- tos, prevenindo quedas. Guarda e conservação dos EPI's De um modo geral, os EPI's devem ser limpos e desinfetados a cada vez em que há troca de usuário. É necessário que se ajude o operário a conservar o seu equipamento de proteção individual, não só cons- cientizando-o de quecom a conservação, ele estará protegendo-se, como também oferecendo-Ihe lugar próprio para guardar o EPI após o seu uso. Sempre que possível a verificação e a limpeza desses equipamentos devem ser confiadas a uma pessoa habilitada para este fim. Dependendo do caso, o próprio trabalhador pode se ocupar dessa tarefa, desde que receba orientação para isso. Utilização adequada dos EPI's É muito importante que todos dentro da empresa tenham consciência de quando e como usar os EPI's. Para tanto, os membros da CIPA, o supervisor de segurança, bem como os responsáveis pelo treinamento na empresa devem estar atentos para uma verdadeira conscientização de todos quantos dependem do uso de EPI. Essa utilização deve atender às necessidades específicas, não deve acontecer desnecessariamente ou ser feita de forma incorreta. 5 Obrigações do empregador adquirir o tipo apropriado à atividade do empregado; fornecê-lo, gratuitamente, ao seu empregado; treinar o trabalhador quanto ao seu uso adequado; tornar obrigatório o seu uso; substituir, imediatamente, o danificado ou extraviado; responsabilizar-se pela manutenção e esterilização, no que couber. Obrigações do empregado usar, obrigatoriamente, o EPI indicado, apenas para a finalidade a que se destinar; responsabilizar-se pela guarda e conservação do EPI que Ihe for confiado; comunicar qualquer alteração no EPI que o torne parcial ou totalmente danificado; responsabilizar-se pela danificação do EPI, pelo seu uso inadequado ou fora das atividades a que se destina, bem como pelo seu extravio. 6 Princípios básicos de prevenção de incêndio O fogo É um fenômeno químico denominado combustão, que se caracteriza pela presença do calor e da luz. Para que haja combustão ou queima devem es- tar presentes e devem atuar três elementos: O oxigênio, calor e combustí- vel. Esses três elementos são denominados elementos essenciais do fogo, isso significa que se faltar um deles não haverá fogo. Como são três elementos, que se representados por três pontos e se ligados, formará o chamado triân- gulo do fogo. Rompimento do triângulo de fogo No triângulo de fogo encontramos, em cada um dos lados, os elementos denominados essenciais para o fo- go, e se retirarmos um dos lados desfaz-se a figura geométrica, assim como se retirarmos um dos elemen- tos essenciais, não teremos o fogo. Método de extinção Abafamento É considerado o método mais difícil no combate ao fogo, uma vez que a sua aplicação, na maioria dos casos, só é usada em pequenos incêndios. Esse método tem por base a eliminação ou redução da percentagem de oxigênio na atmosfera que envolve o fogo. O oxigênio é encontrado na atmosfera na proporção de 21%. Assim, quando essa percentagem é limita- da ou reduzida a 15% o fogo deixa de existir. Retirada do material combustível É o método mais simples quanto à sua realização, pois, na maioria das vezes, executada com o empre- go apenas da força física, não exigindo aparelhagem especial. Às vezes, com o simples fechamento de uma válvula ou a limpeza de uma área conseguimos eliminar um grande incêndio. Resfriamento Consiste na retirada de uma quantidade de calor dos corpos que estão incendiando, retirada esta que deve atingir o ponto abaixo do qual o corpo não emita mais vapores ou gases. O agente mais usado e mais eficiente é a água. É aquele que temos em maior capacidade de absorção do calor. 7 Características físico-químicas do fogo Os dados a seguir descrevem algumas características físico-químicas do fogo e são de grande importância para a prevenção de incêndios, principalmente no que se relaciona aos combustíveis, pois são elas que vão determinar quais a medidas preventivas mais adequadas de combate ao incêndio. Ponto de fulgor É a temperatura mínima em que um corpo desprende gases que se queimam em contato com uma fonte externa de calor, não havendo duração prolongada na queima, por não serem os gases em quantidade suficiente. Ponto de combustão É a temperatura na qual um corpo emite gases em quantidade suficiente para que haja chama perma- nente, quando houver contato com uma fonte externa de calor. Ponto de ignição É a temperatura na qual os gases desprendidos por um corpo entram em combustão sem auxílio de fon- te externa de calor. Basta a presença do oxigênio. Combustível Ponto de fulgor °C Ponto de ignição °C Éter -40 160 Álcool 13 371 Gasolina -42 257 Óleo lubrificante 168 417 Óleo diesel 55 300 Condução O calor se propaga de um corpo para outro por contato direto ou através de um meio de calor intermedi- ário. Convecção O calor se propaga através de um meio circulante, líquido ou gasoso, a partir de fonte. Radiação O calor se propaga por meio de ondas caloríficas irradiadas por um corpo em combustão. 8 Classe de incêndios Classe A Fogo em material combustível sólido (papel, madeira, tecidos, fibras, etc.), os materiais classe A, após a queima, deixam cinzas e brasas. Classe B Fogo em gases e líquidos inflamáveis (Gasolina, gás li- quefeito de petróleo, thinner, óleo diesel, querosene, etc) os produtos da classe B não deixam brasas e queimam na superfície. Classe C Fogo em equipamentos elétricos energizados, ou seja, li- gados. Classe D Fogo em metais pirofóricos (magnésio, potássio, alumínio em pó, etc.) Os extintores e as classes de incêndios Fogo classe A Para a extinção do fogo, a melhor escolha está na retirada do calor, ou diminuir a temperatura. Os extin- tores mais usados utilizam água pura ou solução de água com outros produtos. Fogo classe B Para extinção do fogo, a melhor escolha é a retirada do comburente (oxigênio). É que o fogo em líquidos só se desenvolve na superfície dos mesmos, não há aquecimento abaixo da superfície e não há a for- mação de brasa, o melhor agente extintor utilizado é o extintor de gás carbônico ou pó químico seco que impede o contato do oxigênio com a superfície em chama. Fogo classe C São incêndios que atingem equipamentos elétricos energizados, isto é, com a corrente elétrica ligada, a melhor solução é a retirada da temperatura, os extintores utilizados são de gás carbônico ou de pó químico seco. Com a corrente desligada, esse tipo de incêndio passa a ser combatido como se fosse classe A ou B. Fogo classe D Em metais pirofóricos, existem pós especiais para a extinção do fogo, que formam camadas protetoras, impedindo a continuação das chamas. A limalha de ferro fundido se presta ao combate deste tipo de fogo. 9 Higiene do trabalho O ambiente de trabalho pode ser agressivo ao homem pela presença de agentes prejudiciais à saúde. A Higiene do Trabalho tem como objetivo o estudo e a descoberta de formas para controlar, diminuir as possi- bilidades de ocorrência e mesmo eliminar do ambiente de trabalho todos os fatores desfavoráveis, capazes de alterar as condições de trabalhado, resguardando a saúde e o conforto dos trabalhadores durante toda sua vida de trabalho. É apresentada em seguida a seqüência dos trabalhos desenvolvidos em Higiene do Trabalho. Reconhecimento dos riscos existentes no ambiente do trabalho. É a inspeção dos locais de trabalho, com o objetivo de relacionar os riscos existentes. Esses riscos podem ser evidentes (reconhecíveis de imediato) ou potenciais (aqueles que podem se transformar em riscos no decorrer de algum tempo). Avaliação dos riscos ocupacionais É a fase de verificação da extensão dos riscos, em quantidade e qualidade, ou seja, quanto ao número des- ses riscos e quanto ao maior ou menor potencialde risco que cada um pode representar. Controle dos riscos ocupacionais Fase final, após o reconhecimento e avaliação dos riscos ocupacionais, representado pelo conjunto de me- didas que visam eliminar ou reduzir os riscos à saúde. Os agentes ambientais que podem ser prejudiciais à saúde estão classificados em químicos, biológicos e ergonômicos. Físicos - Iluminação, temperatura, ventilação e ruídos. Químicos - Gases, vapores, poeira e fumos. Biológicos - Vírus, bactérias, fungos e parasitas. Ergonômicos - Posição física, ritmo do trabalho, fadiga e trabalhos repetitivos. 10 Higiene no local de trabalho É responsabilidade da empresa zelar pela Higiene do Trabalho. Esta responsabilidade está fixada na Consolidação das Leis do Trabalho, nos artigos do Capítulo V (Segurança e Higiene do Trabalho). Quanto à limpeza dos locais de trabalho, o artigo 220 da CLT determina: "Os locais de trabalho serão mantidos em estado de higiene compatível com o gênero da atividade. O servi- ço de limpeza será realizado, sempre que possível, fora do horário de trabalho e por processos que redu- zam ao mínimo o levantamento de poeiras" A limpeza dos locais de trabalho será realizada, sempre que possível, diariamente. Para ser eficiente, deve compreender os pisos, paredes, janelas, vidraças, tetos e unidades iluminantes. Se o tipo de trabalho desenvolvido provocar muita sujeira, a limpeza deve ser providenciada mais de uma vez no dia. Embora o texto legal determine que a limpeza deve ser executada fora do horário de trabalho, em caso de necessidade a limpeza pode ser efetuada durante o expediente, desde que não prejudique o conforto e a saúde do trabalhador, bem como não prejudique a organização e a execução dos trabalhos normais da em- presa. A limpeza é apenas um dos aspectos a que está obrigada a empresa. Há ainda o fornecimento de água, as instalações sanitárias, os locais para troca e guarda de roupa e os refeitórios. A água deve ser suficiente para atender a todos os funcionários e aos usos necessários ao serviço. A água para beber deve, preferencialmente, ser fornecida por bebedouros de água corrente, filtrada e não muito gelada. Caso seja impossível a instalação de bebedouros, devem ser evitados copos de uso coletivo. As instalações sanitárias são representadas por: latrinas, mictórios, banheiros, lavatórios e chuveiros. As latrinas devem ser na proporção de uma para cada vinte funcionários, com separação de sexos (CLT, art. 214). Os lavatórios devem ser também na proporção de um para cada vinte funcionários, e localizados junto às privadas, banheiros e refeitórios. Essas exigências legais, relacionadas aos locais de trabalho, constituem fatores importantes para a pre- servação da saúde do trabalhador. 11 Vestuário e higiene pessoal Entre os elementos que interessam à Higiene do Trabalho, o vestuário e a higiene pessoal do trabalhador ocupam lugar importante. O vestuário a ser utilizado no trabalho deve atender basicamente aos seguintes princípios: ajudar a manter as condições de conforto térmico (temperatura); proteger o corpo do excesso de calor e de frio; proteger a superfície do corpo de agentes físicos ou químicos irritantes; ser adequado ao tipo de tarefa; não ser cons- tituído de partes que possam enganchar nas máquinas e provocar acidentes. Outras características do vestuário do trabalhador que devem ser observadas, além da adequação à tarefa: não ser apertado, permitindo fácil movimentação e circulação interna do ar; ser confeccionado em tecido cujo contato com a pele não provoque irritações; ser de fácil limpeza e manutenção; ser adequado ao clima e às estações do ano (principalmente verão e inverno). O vestuário, como os equipamentos de proteção individual, permite que o trabalho seja executado com higi- ene e segurança. A higiene pessoal é o conjunto de medidas destinadas à preservação do estado de saúde das partes exter- nas do corpo e à apresentação externa com sinais de limpeza. A finalidade é a preservação da pele e suas funções; preservação das mãos e dos pés; do couro cabeludo; do rosto e barba; da boca e dos dentes; das aberturas naturais. A higiene pessoal deve ser feita em casa e nos locais de trabalho. Os hábitos de higiene pessoal, em espe- cial a higiene das mãos, que devem ser lavadas constantemente, dificultam os contágios e as doenças. 12 Dicas de segurança na oficina Antes de iniciar qualquer intervenção no veículo, certifique-se que o freio de estacionamento esteja apli- cado, as rodas devidamente calçadas e a caixa de mudanças esteja na posição neutra. Utilize corretamente as ferramentas e equipamentos. Observe sempre que sejam adequados aos servi- ços a serem executados e estejam em perfeitas condições. Considere sempre as prescrições/especifi- cações do fabricante das ferramentas e dos equipamentos. Ao executar qualquer serviço no compartimento do motor, certifique-se de que o capô esteja travado na posição aberta e que o motor esteja frio. Se necessário efetuar serviços com o motor aquecido, adote os cuidados necessários, a fim de evitar queimaduras. Ao executar serviços de manutenção/reparo, no compartimento do motor ou no sistema elétrico do veí- culo, desligue os cabos da bateria e/ou a chave geral (Quando existente). Quando da excução de serviços em pontos elevados, no compartimeno do motor, além dos pontos previstos para os pés, normalmente são utilizados também os pneus e as longarinas do chassi. Observe sempre que os pontos a serem pisados e os calçados, estejam limpos e isentos de graxa/óleo, a fim de evitar escorregões e quedas. É recomendado o uso de plataformas, ao invés de escadas, para execu- ção de serviços em pontos altos. Caso seja necessário efetuar algum serviço com o motor em funcionamento, observe inicialmente as prescrições contidas no primeiro item. Dispense também especial atenção às mãos, bem como a cabe- los longos, gravatas, vestuário solto, jóias, etc, que facilmente poderão se enroscar em componentes móveis do motor, tais como: correias, polias, hélice do ventilador, etc. Nunca funcione o motor em recinto fechado e não ventilado. Os gases de escape contém, além de ou- tros componentes nocivos, monóxido de carbono, que é inodoro, incolor e que pode ser letal, se inalado. Quando da intervenção no sistema de arrefecimento do motor, despressurize-o previamente. Para tanto, gire cuidadosamente a tampa até o primeiro estágio, para a liberação do vapor. Não remova a tampa, se a temperatura do motor estiver acima de 90°C. Ao trabalhar sob o veículo, certifique-se de que o mesmo esteja em local plano/nivelado e de que sejam atendidas as prescrições contidas no primeiro item. Para maior segurança retire também a chave do contato. Nunca execute serviço sob o veículo, estando o mesmo apoiado sobre macaco. Utilize sempre cavale- tes de segurança apropriados. Óleos lubrificantes drenados solventes/combustíveis descartados devem ser coletados e armazenados em recepientes apropriados. Jamais despeje-os na rede de esgoto ou na natureza, a fim de preservar o meio ambiente e evitar riscos de explosão e incêndio. Use somente as técnicas recomendadas para giro manual do motor. Não tente girar o motor pressio- nando as correias ou usando as pás do ventilador como alavancas. Sempre use óculos de proteção e botas de segurança ao efetuar reparos. Utilize também protetores au- riculares, quando for necessário executar reparos com o motor em funcionamento. Para evitar acidentes pessoais, sempre solicite a ajuda de outra pessoa, use guincho móvel ou empilha- deira sempre que tiver de levantar componentes com mais de 25Kg. 13 Metrologia Palavra de origem grega, composta de metron - medida e logos - tratado, ciência. É ciência que trata da me- dição e que abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da ciência ou tecnologia. É um conjunto de conhecimentos científicos e tecnológicos abrangendo todos os aspectos teóricos e práti- cos relativos às medições. Desta forma a metrologia ocupa papel de primeira importância e muito justa- mente, pode ser classificada como sendo uma ciência básica. A metrologia, definida como a ciência da me- dição, tem ultimamente recebido muita atenção devido ao interesse de se atingir níveis de qualidade ele- vados nos produtos ou serviços gerados. Aspectos gerais da medição Toda medição é feita comparando-se uma grandeza com outra de mesma espécie, considerada como uni- dade. Por exemplo, se o comprimento de um corredor é igual a três metros, é porque nele a unidade de comprimento metro cabe três vezes. Seguindo o mesmo procedimento, para medir uma superfície temos de usar unidade de área (cm², m², etc.); por sua vez, o volume de um corpo é determinado pelas unidades de volume (m³, cm³, litros, etc.), e assim por diante. Cada grandeza é medida com unidades apropriadas dessa mesma grandeza. Não é possível, por exemplo, medir comprimento de litros. A operação de medição é realizada por um instrumento de medição ou, de uma forma mais genérica, por um sistema de medição, podendo este último ser composta por vários módulos. O processo pode ser es- quematizado conforme: Unidade Entendendo-se por unidade um determinado valor em função do qual outros valores são enunciados. Usando-se a unidade metro, pode-se dizer, por exemplo, qual é o comprimento de um corredor. A unidade é fixada por definição e independe do prevalecimento de condições físicas como temperatura, grau higros- cópico (umidade), pressão, etc. Padrão O padrão é a materialização da unidade; é influenciada por condições físicas, podendo-se dizer que é a materialização da unidade, somente sob condições específicas. O metro padrão, por exemplo, tem o com- primento de um metro, somente quando estão a uma determinada temperatura, a uma determinada pressão e suportado, também, de um modo definido. É óbvio que a mudança de qualquer uma dessas condições alterará o comprimento original. 14 Instrumentos de medição A exatidão relativa das medidas depende, evidentemente, da qualidade dos instrumentos de medição em- pregados. Assim, a tomada de um comprimento com um metro defeituoso dará resultado duvidoso, sujeito a contestações. Portanto, para a tomada de uma medida, é indispensável que o instrumento esteja aferido e que a sua aproximação permita avaliar a grandeza em causa, com a precisão exigida. Operador O operador é, talvez, dos três, o elemento mais importante. É ele a parte inteligente na apreciação das me- didas. De sua habilidade depende, em grande parte, a precisão conseguida. Um bom operador, servindo-se de instrumentos relativamente débeis, consegue melhores resultados do que um operador inábil com exce- lentes instrumentos. Iluminação e limpeza A iluminação deve ser uniforme, constante e disposta de maneira que evite ofuscamento. Nenhum dispo- sitivo de precisão deve estar exposto ao pó, para que não haja desgaste e para que as partes óticas não fiquem prejudicadas por constantes limpezas. O local de trabalho deverá ser o mais limpo e organizado pos- sível, evitando-se que as peças fiquem uma sobre as outras. Normas gerais de medição Medição é uma operação simples, porém só poderá ser efetuada por aqueles que se preparam para tal fim. O aprendizado de medição deverá ser acompanhado por um treinamento, quando o participante será orien- tado segundo as normas gerais de medição. Método A medição pode ser direta ou indireta por comparação. A medição direta e é feita mediante instrumentos, aparelhos e máquinas de medir. Emprega-se a medição direta, por exemplo, na confecção de peças protótipos, isto é, peças originais que se utilizam como refe- rência; ou ainda em produção de pequena quantidade de peças. A medida indireta por comparação consiste em confrontar a peça que se quer medir, com aquela de padrão ou dimensão aproximada. Por exemplo, um eixo pode ser controlado, por medida indireta, usando-se um calibrador para eixos. Um calibrador para eixos, tipo boca fixa, possui duas bocas. O eixo escolhido deve passar pela boca maior, ou seja, pelo lado “passa”, mas não pode passar pelo lado menor que é o lado “não passa”, pintado de vermelho. 15 Cuidados com os instrumentos de medição É dever de todos os profissionais zelar pelo bom estado dos instrumentos de medição, mantendo-se por mais tempo sua real precisão; Evite choques, queda, arranhões, oxidação e sujeira; Não misturar instrumentos; Não submeter a cargas excessivas no uso, medir provocando atrito entre a peça e o instrumento; Não medir peças cuja temperatura, esteja fora da temperatura de referência; Não medir peças sem importância com instrumentos caros; Use proteção de madeira, borracha ou feltro, para apoiar os instrumentos; Deixe a peça adquirir a temperatura ambiente, antes de tocá-la com o instrumento de medição. Será que a medição saiu errada? 16 A definição atual do metro padrão Em 20 de outubro de 1983, na 17ª Reunião do "Le Bureau Internacional Des Poids Et Measures", sediado no bairro de Sevres, Paris-França, foi determinada a nova definição do metro: "Um metro é a distância percorrida pela luz, no vácuo, no intervalo de tempo de 1/299.792.458 de segundo". Esta definição é universal e se aplica a todo tipo de medições, desde o lar até a astronomia. O metro em si não foi alterado, o que ocorreu foi mais uma impressionante melhoria na precisão de sua de- finição. O erro atual de reprodução por este meio corresponde a ± 1,3 x 10 -9 , ou seja ± 0,0013 m. Em terminologia mais atual dizemos 1,3 nm (nanômetros) o que significa um erro de 1,3 mm para 1.000 Quilômetros. Múltiplo e sub-múltiplos do metro Terâmetro Tm 10 12 1 000 000 000 000m Gigâmetro Gm 10 9 1 000 000 000 m Megâmetro Mm 10 6 1 000 000 m Quilômetro km 10 3 1 000 m Hectômetro hm 10 2 100 m Decâmetro dam 10 1 10 m Metro m 1 m 1 m Decímetro dm 10 -1 0,1 m Centímetro cm 10 -2 0,01 m Milímetro mm 10 -3 0,001 m Micrômetro µm 10 -6 0,000 001 m Nanômetro nm 10 -9 0,000 000 001 m Picômetro pm 10 -12 0,000 000 000 001 m Femtômetro fm 10 -15 0,000 000 000 000 001 m Attômetro am 10 -18 0,000 000 000 000 000 001 m 17 Unidades não oficiais Sistema inglês americano Os países anglo-saxões utilizam um sistema de medidas baseado na jarda imperial (yard) e seus derivados são decimais, em particular a polegada inglesa (inch), equivalente a 25,399 956 mm à temperatura de 0°C. Em razão da influência anglo-saxônica na fabricação mecânica, emprega-se freqüentemente, para as medi- das industriais, à temperatura de 20°C, a polegada de 25,4 mm. Polegada A polegada pode ser representada nas seguintes formas: A polegada é representada simbolicamente por dois tracinhos ou aspas ( " ) colocados à direita e um pouco acima do número. A palavra INCH que se encontra escrita na escala e significa polegada. Muito embora a polegada extinguiu-se, na Inglaterra, em 1975, será aplicada em nosso curso, em virtude do grande número de máquinas e aparelhos utilizados pelas indústrias no Brasil que obedecem a esses siste- mas. Uma polegada corresponde a 25,4 mm(vinte e cinco milímetros e quatro décimos), aproximadamente. Antigos padrões de medidas do sistema inglês Polegada Polegada decimal 0,500" Polegada ordinária 1/2" Braça Pé Polegada 18 Régua graduada O mais elementar instrumento de medição utilizado nas oficinas é a régua graduada (escala). É usada para tomar medidas lineares, quando não há exigência de grande precisão. Para que seja completa e tenha caráter universal, deverá ter graduações do sistema inglês. Sistema métrico Graduação em milímetro (mm) 1 mm Sistema inglês Graduação em polegada ( " ) 1" A escala ou régua graduada é construída de aço, tendo sua graduação inicial situada na extremidade es- querda. É fabricada em diversos comprimentos e espessuras. Características de boa régua graduada Ser de aço inoxidável; Ter graduação uniforme; Apresentar traços bem finos, profundos e salientados em preto. Conservação Evitar quedas e contato com ferramentas de trabalho; Evitar flexioná-la ou torcê-la, para que não se empene ou quebre; Limpe-a após o uso, para remover o suor e a sujeira; Aplique-Ihe ligeira camada de óleo fino, antes de guardá-la. Graduação da escala em mm Graduação da escala em polegada Nº de divisões da polegada 19 Graduações da escala Graduações em polegada Intervalo referente a 1" As graduações da escala são feitas dividindo-se a polegada em 2, 4, 8, 16 e 32 partes iguais, existindo em alguns casos escalas com 64 divisões. Dividindo 1" por 2, teremos: = 1/2" Dividindo 1" por 4, teremos = 1/4" Dividindo 1" por 8, teremos = 1/8" Para encontrar os valores das próximas divisões, dividimos o valor da menor divisão da escala por dois. Ex: 1/8" ÷ 2 = 1/16" Graduações em milímetro 1 m = 1.000 mm 1 dm = 100 mm 1 cm = 10 mm A graduação da escala consiste em dividir 1 cm em 10 partes iguais. 0 1/2" 1” 0 1” 1/2" 1/4" 3/4" 0 1” 1/8" 1/4" 3/8" 1/2" 5/8" 3/4" 7/8" 0 1 cm 1 mm 20 8 Exercício de metrologia Régua graduada em polegada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 21 Régua graduada em milímetro 15 16 17 18 19 20 22 Paquímetro Utilizado para a medição de peças, quando a quantidade não justifica um instrumental específico e a precisão requerida não desce a menos de 0,02 mm, 1/128" e 0,001". É um instrumento finamente acabado, com as superfícies planas e polidas. O cursor é ajustado à régua, de modo que permita a sua livre movimentação com um mínimo de folga. Geralmente é construído de aço inoxidável, e suas graduações referem-se a 20°C. A escala é graduada em milímetros e polegadas, podendo a polegada ser fracionária ou milesimal. O cursor é provido de uma escala, chamada nônio ou vernier, que se desloca em frente às escalas da régua e indica o valor da dimensão tomada. Recursos de acesso ao lugar da medida Princípio do nônio A escala do cursor, chamada de nônio (designação dada pelos portugueses em homenagem a Pedro Nunes, a quem é atribuída sua invenção) ou vernier (denominação dada pelos franceses em homenagem a Pierre Vernier, que eles afirmam ser o inventor), consiste na divisão do valor N de uma escala graduada fixa por número de divisões de uma escala graduada móvel. Faces para medição interna Faces para ressalto Orelhas Bicos Faces para medição externa Cursor Nônio Impulsor Vareta de profundidade Parafuso de fixação Escala principal Faces para medição de profundidade Medição externa Medição interna Medição de profundidade Medição de ressaltos 23 Tomando o comprimento do nônio, que é igual a 9,00 mm, e dividindo pelo número de divisões do mesmo (10 divisões), concluímos que cada intervalo da divisão do nônio mede 0,90 mm. Observando a diferença entre uma divisão da escala fixa e uma divisão do nônio, concluímos que cada divisão do nônio é menor 0,10 mm do que cada divisão da escala fixa. Essa diferença é também a apro- ximação máxima fornecida pelo instrumento. Assim sendo num paquímetro 1/20, se fizermos coincidir o 2º traço do nônio com o da escala fixa, o paquí- metro estará aberto em 0,10 mm, coincidindo o 4º traço com 0,20 mm, o 6º traço com 0,30 mm e assim sucessivamente. Cálculo de aproximação (sensibilidade) Para se calcular a aproximação (também chamada sensibilidade) dos paquímetros, divide-se o menor da escala principal (escala fixa), pelo número de divisões da escala móvel (nônio). A aproximação se obtém, pois, com a fórmula: a = aproximação e = menor valor da escala principal (fixa) n = número de divisões do nônio (vernier) O cálculo de aproximação obtido pela divisão do menor valor da escala principal pelo número de divisões do nônio, é aplicado a todo e qualquer instrumento de medição possuidor de nônio, tais como: paquímetros, micrômetros, goniômetro, etc. 0 0,90 mm Nônio (1 mm – 0,90 mm = 0,10 mm) a = e n 0,10 mm 1,00 mm 0 0 24 Principais fontes de erros na medição Força de medição Normalmente, os processos simples de medida envolvem o contato entre o instrumento e a peça, sendo que a força que promove este contato deve ser tal que não cause deformações na peça ou no instrumento. Como exemplo, pode-se citar o paquímetro e o goniômetro, que não possuem controle de força e depen- dem da habilidade do operador para não introduzir na leitura, a influência da deformação. Forma da peça Imperfeições na superfície, retilineidade, cilindricidade e planeza exigem um posicionamento correto do ins- trumento de medição. No caso de peças cilíndricas, por exemplo, deve-se efetuar mais de uma medição do diâmetro de uma secção, para verificar se é circular ou não e medir mais secções diferentes para verificar se a peça é cilíndrica ou cônica. Forma do contato Deve-se sempre buscar um contato entre a peça e o instrumento que gere uma linha ou um ponto. Assim, por exemplo, em uma peça cilíndrica deve-se usar um apalpador plano para ter-se uma linha e, em uma superfície plana, deve-se usar um contato esférico para ter-se um ponto de contato, ou ainda, uma régua tipo fio para ter-se uma linha de contato (no caso de verificação de retilineidade). Paralaxe Quando os traços de uma escala principal e outra secundária (nônio, por exemplo), estiverem em planos diferentes, dependendo da direção de observação, pode-se obter valores de leitura diferentes,que implicam em erro. Assim, como regra geral, a observação da leitura de um instrumento deve ser feita -sempre no melhor posi- cionamento perpendicular da vista. Estado de conservação do instrumento Folgas provocadas por desgaste em qualquer parte do instrumento poderão acarretar erros de conside- ração. Um programa de aferição e calibração periódica serão a garantia de uma medida confiável. Habilidade do operador A falta de prática ou desconhecimento do sistema de medição pode ser uma fonte importante de erros. Escala principal Nônio 25 Sistema inglês ordinário Para efetuarmos leitura de medidas em um paquímetro do sistema inglês ordinário, faz-se necessário co- nhecermos bem todos os valores dos traçosda escala. 1/16" 3/16" 5/16" 7/16" 9/16" 11/16" 13/16" 15/16" 1/8" 3/8" 5/8" 7/8" 1/4" 3/4" 1/2" Assim sendo, se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o traço zero do nônio coincida com o primeiro traço da escala fixa, a leitura da medida será 1/16", no segundo traço, 1/8", no décimo traço, 5/8". Uso do vernier Através do nônio podemos registrar no paquímetro várias outras frações da polegada, e o primeiro passo será conhecer qual a aproximação (sensibilidade) do instrumento. a = e / n a = 1/16" ÷ 8 a = 1/128" Sabendo-se que o nônio possui oito divisões, sendo a aproximação do paquímetro 1/128", podemos conhe- cer o valor dos demais traços. Observando a diferença entre uma divisão da escala fixa e uma divisão do nônio, concluímos que cada divi- são do nônio é menor 1/128" do que cada divisão da escala fixa. Assim sendo, se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o primeiro traço do nônio coincida com o da escala fixa, a leitura da medida será 1/128", o segundo traço 1/64", o terceiro traço 3/128", o quarto traço 1/32", e assim sucessivamente. Nônio 1/128" 8 0 4 1/64" 3/128" 5/128" 3/64" 7/128" 0 1 0 8 1/128" 0 1/16" Escala fixa 26 Processo para colocação de medidas Colocar no paquímetro a medida 33/128". Dividi-se o numerador da fração pelo último algarismo do denominador. O quociente encontrado na divisão será o número de traços por deslocar na escala fixa do nônio (4 traços). O resto encontrado na divisão será a concordância do nônio, utilizando-se da fração pedida (1/128"). Processo para a leitura de medidas 1° Exemplo - Ler a medida abaixo: Multiplica-se o número de traços da escala fixa ultrapassados pelo zero do nônio, pelo último algarismo do denominador da concordância do nônio. O resultado da multiplicação soma-se com o numerador, repetindo- se o denominador da concordância. 33/128" 0 0 1/128" Número de traços ultrapassados pelo zero do nônio Nônio 0 0 33/128" = 1/128" 4 1 128 x = + 33 8 1 4 27 2° Exemplo - Ler a medida abaixo: Observação: Caso o zero do nônio ultrapasse polegadas inteiras acrescenta-se o valor inteiro ultrapassado à leitura final, o valor inteiro não entra no cálculo no processo acima, somente no resultado. Tipos de paquímetros 0 0 5 1 64 21/64" + = Número de traços da escala fixa ultrapassada pelo zero no nônio. Leitura da medida Valor de concordância do nônio x Paquímetro universal Paquímetro de relógio Paquímetro de profundidade Paquímetro de bico longo Paquímetro digital 28 Sistema inglês decimal Graduação de escala fixa Para conhecermos o valor de cada divisão da escala fixa, basta dividirmos o comprimento de 1" pelo núme- ro de divisões existentes. 1" = 1000 milésimo Conforme mostra a figura, no intervalo de 1" temos 40 divisões. Operando a divisão, teremos: 1" ÷ 40 = 0,025". Valor de cada traço da escala = 0,025" Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o zero do nônio coincida com o primeiro traço da escala, a leitura será 0,025", no segundo traço 0,050", no terceiro traço 0,075" no décimo traço 0,250", e assim suces- sivamente. Uso do vernier (nônio) O primeiro passo será calcular a aproximação do paquímetro. Sabendo-se que o menor valor da escala fixa é 0,025" e que o nônio possui 25 divisões, teremos: a = 0,025" 25 = 0,001". Cada divisão do nônio é menor 0,001" do que duas divisões da escala. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1" 0 0,025" 0,350" 0,575" 0,900" 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1" 0 5 10 15 20 25 0 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1" 0 Escala Nônio 5 10 15 20 25 0 1 0,001" 0,006" 0,012" 0,020" 29 Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o primeiro traço do nônio coincida com o da escala, a leitura será 0,001", o segundo traço 0,002", o terceiro traço 0,003". Leitura de medidas Para se efetuar leitura de medidas com paquímetro do sistema inglês decimal. Procede-se da seguinte forma: Observa-se que a quantidade de milésimos corresponde o traço da escala fixa, ultrapassado pelo zero do nônio 0,150". A seguir, observa-se a concordância do nônio 0,009". Somando-se os valores 0,150" + 0,009", a leitura da medida será 0,159". 5 10 15 20 25 0 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1" 0 5 10 15 0 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1" 0 0,150" 0,009" X 0,150" + 0,009" = 0,150" Não utilizar o valor da escala fixa, esta divisão indica o valor correspondente a divisão do nônio a ser utilizada na leitura 5 10 15 0 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 3" 2" 2,150" 0,009" X 2,150" + 0,009" = 3,150" 30 Cuidados especiais com o paquímetro Evite aplicar o paquímetro em esforços excessivos. Tome provi- dências para que o instrumento não sofra quedas ou seja usado no lugar do martelo. Evite danos nas pontas de medição; Procure que as orelhas de medição nunca sejam utilizadas como compasso de traçagem. Nem outras pontas. Limpe cuidadosamente após o uso. Utilize um pano seco para retirar partículas de pó e sujeira, bem como as marcas dos de- dos deixadas pelo manuseio. Proteja o paquímetro ao guardar por longo período. Usando um pa-no "macio embebido em óleo fino anti-ferrugem, aplique sua- vemente em todas as faces do instrumento uma camada bem fina e uniforme. Não exponha o paquímetro diretamente à luz do sol. Guarde em ambiente de baixa umidade, com boa ventilação e livre de poeira. Nunca deixe o paquímetro diretamente no chão. Deixe as faces de medição ligeiramente separadas, de 0,2 a 2 mm. Não deixe o cursor travado. Guarde sempre o paquímetro em sua capa ou em estojo adequado. 31 Paquímetro em polegada ordinária Nº Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 11 14 13 32 Paquímetro em polegada decimal Nº Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 11 33 Exercício prático de medição - Paquímetro (Sistema inglês) 34 Sistema métrico decimal Leitura da escala fixa Valor de cada traço da escala fixa = 1,00 mm. Daí concluímos que, se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o zero do nônio coincida com o pri- meiro traço da escala fixa, a leitura da medida será 1,00 mm, no segundo traço 2,00 mm, no terceiro traço 3,00 mm, e assim sucessivamente. Nônio Nos paquímetros em milímetro o nônio pode ser de dois tipos: 20 divisões e 50 divisões. 0,05 0,15 0,35 0,45 0,85 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0,02 0,26 0,92 1 2 3 4 8 9 Leitura de medidas Conta-se o número de traços da escala fixa ultrapassados pelo zero donônio (5,00 mm) e, a seguir, faz-se a leitura da concordância do nônio (0,10 mm). A medida será 5,10 mm. 0,05 0,15 0,35 0,45 0,85 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Nônio com 20 divisões, cada divisão equivale 0,05 mm 0 10 0 10 20 30 1,00 mm 15,00 mm 24,00 mm 0 10 20 30 5,00 mm 0,10 mm X 0 10 Escala fixa Nônio Conferir quantas divisões o zero do nônio ultrapassou Leitura = 5,00 mm (Escala fixa) + 0,10 mm (Nônio) = 5,10 mm a = e / n a = 1 ÷ 20 Divisões a = 0,05 mm 10 0 Nônio com 50 divisões, cada divisão equivale 0,02 mm 35 Paquímetro em milímetro - 1/50 Nº Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Nº Leitura 4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 11 36 Exercício prático de medição - Paquímetro (Sistema métrico) 37 Micrômetro A precisão da medição que se obtém com o paquímetro, às vezes, não é suficiente. Para medições mais rigorosas, utiliza-se o micrômetro, que assegura uma exatidão de 0,01 mm. O micrômetro é um instrumento de dimensão variável que permite medir, por leitura direta, as dimensões reais com uma aproximação de até 0,001 mm. O princípio utilizado é o sistema parafuso e porca. Assim, se, numa porca fixa, um parafuso der um giro de uma volta, haverá um avanço de uma distância igual ao seu passo. Principais componentes Arco É construído de aço especial e tratado termicamente, a fim de eliminar as tensões, e munido de protetor antitérmico, para evitar a dilatação causada pelo calor das mãos. Faces de medição Apresentam-se rigorosamente planos e paralelos, e em alguns instrumentos são de metal duro, de resistência alta ao desgaste. Trava Permite a fixação de medidas. Bainha Onde é gravada a escala, de acordo com a capacidade de medição do instrumento. Tambor Com seu movimento rotativo e através de sua escala, permite a complementação das medidas. Porca de ajuste Quando necessário, permite o ajuste do parafuso micrométrico. 38 Catraca Assegura uma pressão de medição constante. Tipos e usos Para diferentes usos no controle de peças, encontram-se vários tipos de micrômetros, tantos para medições em milímetros como em polegadas, variando também sua capacidade de medição. Micrômetro para medir espessura de tubos Micrômetro externo com disco para engrenagem Micrômetro externo Micrômetro externo digital 39 Sistema métrico decimal Inicialmente observaremos as divisões da escala da luva. Sabendo-se que, nos micrômetros do sistema métrico, o comprimento da escala da luva mede 25,00 mm, se dividirmos o comprimento da escala pelo número de divisões existentes, encontraremos o valor da dis- tância entre as divisões (0,50 mm), que é igual ao passo do parafuso micrométrico. Estando o micrômetro fechado, dando uma volta completa no tambor rotativo, teremos um deslocamento do parafuso micrométrico igual ao seu passo (0,50mm), aparecendo o primeiro traço na escala da luva. A leitura da medida será 0,50 mm. Dando-se duas voltas completas, aparecerá o segundo traço, e a leitura será 1,00 mm. E assim sucessivamente. 0 25 5 10 15 20 0,50 mm 13,50 mm 22,50 mm 1,00 mm 13,00 mm 21,00 mm 40 Leitura do tambor Sabendo que uma volta no tambor equivale a 0,50 mm, tendo 50 divisões, concluímos que cada divisão equivale a 0,01 mm. Assim sendo, se fizermos coincidir o primeiro traço do tambor com a linha de referência da luva será 0,01 mm, o segundo traço 0,02 mm, o quadragésimo nono traço 0,49 mm. Sabendo a leitura da escala da luva e do tambor, podemos ler qualquer medida registrada no micrômetro. Leitura da escala da luva = 15,50 mm Leitura do tambor = 0,45 mm Leitura total = 15,50 mm + 0,45 mm = 15,95 mm Para efetuarmos a leitura da medida, somamos a leitura de um micrômetro em que a escala da luva apre- senta a posição dos traços de forma diferente. 0,50 = Passo 0,01 41 Uso do nônio Ao utilizarmos micrômetros possuidores de nônio, precisamos conhecer a aproximação do instrumento. a = aproximação e = menor valor da escala do tambor = 0,01 mm n = número de divisões do nônio = 10 divisões a = 0,01 mm 10 = 0,001 mm Cada divisão do nônio é menor 0,001 mm do que cada divisão do tambor. Atualmente não se emprega mais a palavra "micron" nem o símbolo . Usamos a palavra "micrômetro" e o símbolo m. Ex. 0,015 mm = 15 m (quinze micrômetros) Se girarmos o tambor até que o primeiro traço coincida com o do nônio, a medida será 0,001 mm = 1 m, o segundo 0,002 mm = 2 m, o quinto 0,005 m. Leitura de micrômetro com nônio Leitura da escala da luva = 5,50 mm Leitura do tambor = 0,21 mm Leitura no nônio = 0,003 mm Leitura total = 5,713 mm Leitura por estimativa Nos micrômetros não possuidores de nônio, fazemos a leitura por estimativa. Sabendo-se que 0,01 mm = 0,010 mm 2 = 0,005 mm. Leitura da escala da luva = 5,50 mm Leitura do tambor = 0,21 mm Leitura por estimativa = 0,005 mm Leitura total = 5,715 mm 42 Sistema inglês decimal Para efetuarmos leitura com o micrômetro do sistema inglês decimal, é necessário conhecermos inicialmen- te as divisões da escala da luva. 1" 40 = 0,025" Conforme mostra a figura, a escala da luva é formada por uma reta longitudinal (linha de referência), na qual o comprimento de 1" é dividido em 40 partes iguais. Daí concluímos que a distância entre as divisões da escala da luva é igual a 0,025", que corresponde ao passo do parafuso micrométrico. De acordo com os diversos fabricantes de instrumentos de medição, a posição dos traços da divisão da escala da luva dos micrômetros se apresenta de formas diferentes, não alternando, porém, à distância entre si. Estando o micrômetro fechado, se dermos uma volta completa no tambor rotativo, teremos um deslocamen- to do parafuso micrométrico igual ao seu passo 0,025", aparecendo o primeiro traço na escala da luva. A leitura da medida será 0,025". Dando-se duas voltas completas, aparecerá o segundo traço: a leitura da medida será 0,050". E assim su- cessivamente. 0 1" 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0,025" 0,425" 0,800" Linha de referência Borda do tambor 0,025" 43 Cada divisão equivale a 0,001" 0,013" Leitura do tambor Sabendo-se que uma volta no tambor equi- vale a 0,025", tendo o tambor 25 divisões, conclui-se que cada divisão do tambor equi- vale a 0,001". Assim sendo, se fizermos coincidir o pri- meiro traço do tambor com a linha de re- ferência da luva, a leitura será 0,001", o segundo traço 0,002", o vigésimo quarto traço 0,024". Sabendo-se a leitura da escala da luva e do tambor, podemos ler qualquer medida registrada no micrômetro. Leitura da escala da luva = 0,225" Leitura do tambor = 0,016" Leitura total = 0,225" + 0,016" = 0,241" Uso do nônio Ao utilizarmos micrômetros possuidores de nônio, precisamos conhecer a aproximação do instrumento. a = aproximação e = menor valor da escala do tambor = 0,001" a = 0,001" 10 = 0,0001" n = nºde divisões do nônio = 10 divisões Cada divisão do nônio é menor 0,0001" do que cada divisão do tambor. Se girarmos o tambor até que o primeiro traço coincida com o do nônio, a leitura da medida será 0,0001", segundo 0,0002", o quinto 0,0005". Cada divisão do nônio é menor 0,0001" do que cada divisão do tambor. Leitura da escala da luva = 0,250" Leitura do tambor = 0,017" Leitura total = 0,250" + 0,017" + 0,0003 = 0,2673" 44 Leitura por estimativa Grande quantidade dos micrômetros utilizados nas indústrias não possui nônio, obrigando assim a todos que os utilizam a fazer leitura por estimativa. Sendo 0,001" = 0,0010", se girarmos o tambor até que a linha de referência da escala da luva fique na me- tade do intervalo entre o zero do tambor e o primeiro traço, fazemos a leitura, por estimativa 0,0005". Leitura da escala da luva = 0,250" Leitura do tambor = 0,017" Leitura por estimativa = 0,0005" Leitura total = 0,2675" Aferição do micrômetro Antes de iniciarmos a medição de uma peça, devemos fazer a aferição do instrumento. Nos micrômetros de 0 a 1", após a limpeza dos contatores, faz-se o fechamento do micrômetro, através da catraca, até sentir-se o funcionamento da mesma, observando-se a concordância do limite inicial da escala da luva com o zero do tambor. Nos micrômetros de 1" a 2" , 2" , 2" a 3", etc., utiliza-se a barra-padrão para a aferição do instrumento. Não havendo a concordância perfeita, faz-se a regulagem do micrômetro através de uma chave especial, para o deslocamento da luva ou do tambor, de acordo com o tipo do instrumento. 45 Cuidados especiais com o micrômetro Não deixe o instrumento na beira da mesa ou em lugares onde por descuido possa ser derrubado. Isso poderá danificá-lo seria- mente. Nunca faça girar violentamente o micrômetro. Essa prática po- derá acarretar tanto o desgaste prematuro como acidentes. Após o uso, limpe cuidadosamente, retirando sujeiras e marcas deixadas pelos dedos no manuseio. Use um pano macio e seco. Proteja o micrômetro ao guardar por longos períodos. Usando um pano macio embebido em óleo fino anti-ferrugem, aplique suavemente uma camada bem fina e uniforme em todas as fa- ces do instrumento. Não exponha o micrômetro diretamente à luz do sol. Guarde-o em ambiente de baixa umidade, com boa ventilação e livre de poeira. Nunca deixe o micrômetro diretamente no chão. Deixe as faces de medição separadas de 0,1 à 1 mm Não deixe o fuso travado. Guarde-o sempre em seu estojo. 46 Micrômetro em milímetro Nº Leitura 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 47 Exercício prático de medição - Micrômetro (Sistema métrico) 48 Micrômetro em polegada decimal Nº Leitura 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 49 Exercício prático de medição - Micrômetro (Sistema inglês) 50 2 1 3 4 5 6 Relógio comparador É um instrumento de precisão, utilizado em medições lineares. Serve para comparar (medir) folgas, desgas- tes e empenos em componentes ou conjuntos mecânicos. Nomenclatura 1 - Carcaça 2 - Haste de medição 3 - Ponteiros 4 - Mostrador 5 - Aro 6 - Ponta de contato (Apalpador) Carcaça Corpo onde estão alojados os componentes de mecanismo do relógio. Serve de base para fixação do relógio comparador a um suporte, no ato de medição. Haste de medição Haste cilíndrica provida de cremalheira, que transmite seu movi- mento retilíneo alternativo para as engrenagens do mecanismo. Possui em sua extremidade em furo roscado, para acoplamento da ponta de contato (apalpador). Ponteiros Localizado sobre o mostrador, têm por finalidade: Ponteiro grande Registrar em sua escala as variações mais sensíveis do deslocamento da haste de medição. Ponteiro pequeno Registrar em sua escala o número de voltas completas do ponteiro grande. Mostrador Está localizado na frente da carcaça do relógio comparador. Fica protegido por uma tampa de acrílico ou vidro. Na periferia do mostrador (em seu contorno), encontram-se as divisões que registram o desloca- mento do ponteiro pequeno. O mostrador contém inscrições gravadas, relativas ao sistema de medida (mé- trico ou inglês), sensibilidade e amplitude do relógio comparador. Aro Anel móvel que sustenta a tampa de proteção do mostrador e sua escala periférica. Permite o ajuste do ze- ro ao ponteiro grande (aferição) no ato da medição. Ponta de contato (apalpador) Ponta rosqueada na extremidade da haste de medição. Tem por finalidade manter contato com a superfície que será comparada (medida). Recebe em sua extremidade um tratamento especial de endurecimento, a fim de aumentar a sua durabilidade. Sua forma e tamanho variam de acordo com o tipo de medição a que se destina. 51 Funcionamento Um deslocamento de haste de medição faz com que o mecanismo seja acionado. O mecanismo, por sua vez, aciona os ponteiros, que se deslocam em suas referidas escalas. Quando o sentido do deslocamento da haste é de fora para dentro, corres- ponde a um deslocamento do ponteiro maior no sentido horário - variações positivas. Quando o sentido do deslocamento é de fora, em virtude da ação da mola de retorno da haste, o ponteiro maior se movimenta no sentido anti-horário - variações negativas. Acessórios Suporte para relógio comparador Utilizado para fixar o relógio comparador na posição de medição. Essa posição é conseguida colocando-se a haste de medição do relógio, perpendicular à su- perfície por medir. Dos tipos existentes, o mais utilizado em mecânica é o de base magnética. 52 Tampas traseiras para relógio comparador Utilizadas para fixar o relógio comparador no suporte. Para facilitarem a fixação do relógio comparador ao suporte, as tampas apresen- tam-se de vários tipos, sendo o mais utilizado em mecânica o tipo de orelha central. São conhecimentos necessários para que o mecânico o utilize adequadamente, obtendo desta forma me- lhor rendimento em sua aplicação. Amplitude É a medida máxima positiva que pode ser tomada com o instrumento. As medidas por comparar devem ser de, no máximo, a metade do valor da amplitude do relógio comparador, para que se possam avaliar suas variações positivas e negativas. Sensibilidade É a menor medida que pode ser indicada pelo instrumento. Corresponde ao menor deslocamento do pon- teiro grande e que pode ser indicado na escala graduada do instrumento. Sistema de medida A construção dos instrumentos obedece a um dimensionamento em seus mecanismos e graduações rela- cionadas com os sistemas de medição usados industrialmente. As indicações de amplitude, sensibilidade e sistema de medição são gravadas no mostrador do instrumento, para permitir sua identificação. 0,01 - 10,00 mm Sistema de medida Amplitude Sensibilidade 53 Carga inicial ou de medição (Pré-carga) É a cargaimposta na haste de medição, no início das medições efetuadas com o relógio comparador. Tem por finalidade permitir que o deslocamento do ponteiro grande se faça nos dois sentidos: horário e anti- horário. O valor da pré-carga de medição é indicado pela coincidência do ponteiro pequeno com um traço de sua escala. + - 0,01 - 10,00 mm + - 0,01 - 10,00 mm Pré-carga = 5,00 mm 54 Coincidindo o ponteiro maior com o 3º traço, teremos 0,03 mm. Quando a coincidência do ponteiro maior ocorre com o 55º traço, teremos 0,55 mm e assim sucessiva- mente. Quando o ponteiro maior atingir o 100º traço, teremos uma variação de 1,00 mm (cem centésimos), que é igual a 1,00 mm e corresponde a uma volta completa em sua escala. Nessa posição o ponteiro menor terá percorrido um intervalo (distância entre dois traços) da sua escala. A leitura do instrumento se faz, contando-se o número de intervalos ultrapassados pelo ponteiro menor em sua escala, mais o número de divisões registradas pelo ponteiro maior. 0,03 mm Cada divisão equivale a 0,01 mm Cada divisão equivale a 1,00 mm 55 Leitura A carga de medição era 5,00 mm, houve um deslocamento de dois intervalos (2,00 mm) do ponteiro menor em sua escala, mais a coincidência do ponteiro maior registrando o 57º traço de sua escala (0,57 mm). A medida, portanto é de 2,57 mm. É a interpretação do posicionamento dos ponteiros do relógio comparador. Tem por finalidade permitir que se faça uma avaliação da variação. É executada durante a operação de medição. O importante é que no momento da leitura deveremos verificar qual o sentido que o ponteiro grande girou para determinarmos quais as escalas que usaremos para fazer a leitura. Condições de uso O relógio comparador tem que ser utilizado em comparação que tenham no máximo a metade de sua am- plitude. A aferição do relógio é feita no início da comparação, girando-se o aro do mostrador até que o zero da es- cala periférica coincida com o ponteiro maior. O posicionamento correto do instrumento implica maior confiança na medida. A superfície por medir tem que estar limpa, pois em caso contrário trará resultado duvidoso. Antes de se iniciar a comparação, deve-se dar uma carga inicial ou de medição na ponta de contato, para garantir o deslocamento do ponteiro nos dois sentidos: horários e anti-horários. Conservação Evite que o relógio comparador sofra choques. Ao montá-lo no suporte, verifique o aperto de todos os parafusos o suporte. Guarde-o sempre em estojo apropriado. 0,57 mm Escala externa no sentido horário 2,00 mm de deslocamento a partir de 5,00 mm na escala interna. 56 Relógio comparador em polegada Leitura É a interpretação do posicionamento dos ponteiros do relógio comparador. Tem por finalidade permitir que se faça uma avaliação da variação das medidas. É executada no ato da operação de medição. Havendo coincidência do ponteiro maior com o 2º traço, teremos 0,002". Quando a coincidência do ponteiro maior ocorre com o 67º, teremos 0,067", e assim sucessivamente. Quando o ponteiro maior atingir o 100º traço, teremos 0,100", que corresponde a uma volta completa em sua escala. Nesta posição o ponteiro menor terá percorrido um intervalo (distância entre dois traços) em sua escala. Cada divisão equivale a 0,001" Cada divisão equivale a 0,100" 57 A leitura do instrumento se faz, contando-se o número de intervalos ultrapassados pelo ponteiro menor em sua escala, mais o número de divisões registradas pelo ponteiro maior. A carga de medição era de 0,500", houve um deslocamento de três intervalos (0,300") do ponteiro menor em sua escala, mais a coincidência do ponteiro maior registrando o 66º traço de sua escala (0,066"). A me- dida é de 0,366". 0,066" 58 0,01 - 10,00 mm 0,01 - 10,00 mm 0,0 - 10,00 mm 0,01 - 10,00 mm Relógio comparador em milímetro 1 2 3 4 ( ) Ressalto ( ) Ressalto ( ) Ressalto ( ) Ressalto ( ) Rebaixo ( ) Rebaixo ( ) Rebaixo ( ) Rebaixo 1 2 3 4 59 0,001 - 1,000" 0,001 - 1,000" 0, - 1,000" 0,001 - 1,000" Relógio comparador em polegada decimal 1 2 3 4 ( ) Ressalto ( ) Ressalto ( ) Ressalto ( ) Ressalto ( ) Rebaixo ( ) Rebaixo ( ) Rebaixo ( ) Rebaixo 1 2 3 4 60 Transformação de medidas 1ª Transformação - Transformar polegada inteira em milímetros. Para se transformar polegada inteira em milímetros, multiplica-se 25,4 mm, pela quantidade de polegadas por transformar. Ex.: 3 x 25,4 mm = 76,2 mm 2ª Transformação - Transformar fração da polegada em milímetro. Quando o número for fracionário, multiplica-se 25,4 mm pelo numerador da fração e divide-se o resultado pelo denominador. Ex.: 5/8" = (5 x 25,4 mm) 8 = 15,875 mm 3ª Transformação - Transformar polegada inteira e fracionária em milímetro. Quando o número for misto, inicialmente se transforma o número misto em uma fração imprópria e, a seguir, opera-se como no 2° caso. Ex.: 1 3/4" = (1 x 4) + 3 = 7 = (7 x 25,4 mm) 4 = 44,45 mm 4ª Transformação - Transformar milímetro em polegada ordinária Para se transformar milímetro em polegadas, divide-se a quantidade de milímetros por 25,4 mm multiplica- se o resultado por uma das divisões da polegada, dando-se para denominador a mesma divisão tomada, e, a seguir, simplifica-se a fração ao menor numerador. 1º Ex.: (9,525 mm 25,4 mm) x 128 = 48/128" 3/8" 2º Ex.: 9,525 x 5,04 = 48/128" 3/8" 5ª Transformação - Transformar sistema inglês decimal em ordinário. Para se transformar sistema inglês decimal em ordinário, multiplica-se o valor decimal por uma das divisões da polegada, dando-se para denominador a mesma divisão tomada, simplificando-se a fração, quando necessário. Ex.: 0,3125" x 128 = 40/128" 5/16" 6 ª Transformação - Transformar polegada decimal em milímetro. Para se transformar polegada decimal em milímetro, multiplica-se o valor em decimal da polegada por 25,4 mm. Ex.: 0,875" x 25,4 mm = 22,225 mm 7ª Transformação - Transformar um milímetro em polegada decimal. Para se transformar milímetro em polegada decimal, Dividi-se o valor em milímetro por 25,4 mm ou Mul- tiplica-se o valor em milímetro pela constante 0,03937. 1º Ex.: 3,17 mm 25,4 = 0,125" 2° Ex.:3,17 mm x 0,03937 = 0,125" Observação: A constante 0,03937" corresponde à quantidade de milésimos de polegada contida em 1 milímetro. 8ª Transformação - Transformar polegada ordinária e polegada decimal. Para se transformar polegada ordinária em milímetro dividi-se o numerador da fração pelo denominador da mesma. Ex.: 3/8" = 3 8 = 0,375" Simplifica-se Simplifica-se Simplifica-se 61 Cálibre de lâminas O verificador de folga é confeccionado de lâminas de aço temperado, rigorosamente calibradas em diversas espessuras. As lâminas são móveis e podem ser trocadas. São usadas para medir folgas nos mecanismos ou conjuntos.De modo geral, os verificadores de folga se apresentam em forma de canivete. Não exercer esforço excessivo, o que pode danificar suas lâminas. 62 Ferramentas e equipamentos de oficina Martelo de bola O martelo de bola é uma ferramenta de impacto, constituída de um bloco de aço carbono preso a um cabo de madeira. O modelo mais usado pelo mecânico é o martelo de bola. Macete O macete é um martelo com características especiais que evitam as deformações nas peças causadas pelos impactos do mesmo. Os modelos mais utilizados são: Macete de borracha com cabo de madeira; Macete de plastiprene; Macete com cabeça de plástico ou de cobre. Chaves de fenda São ferramentas de uso manual, constituídas de uma haste de aço a um cabo para manuseio, que geral- mente é de plástico. Servem para apertar ou desapertar parafusos em cujas cabeças existe uma fenda ou duas fendas cruzadas (Chave Phillips), onde a chave se encaixe. Na chave de fenda de força, a parte de haste ao cabo é mais grossa e sextavada, onde uma chave pode ser encaixada para auxiliar no torque. 63 Alicates São ferramentas manuais, fabricadas de aço. Os alicates servem para prensar, deformar, cortar e prender momentaneamente certos objetos. Suas características variam com a finalidade de sua utilização. As iso- lações são fabricadas com material isolante e com frisos que dão maior firmeza no manuseio. Depois de prensar o objeto ou prendê-lo por acionamento manual, o alicate de pressão mantém-se fechado, dispensando a permanência da mão que o pressionou. Para desarmá-lo, há uma alavanca especial. O alicate de bomba d'água é utilizado para prender tubos com extremidade roscadas, quando nelas são apertadas ou afrouxadas porcas ou conexões. O alicate de corte diagonal é utilizado para cortar fios metálicos. 64 Há, também, alicates de trava (para sacar anéis) que podem ser de dois tipos: internos ou externos. Am- bos podem ter bico curvo ou bico reto. Chaves Para atender à diversidade de parafusos, porcas e torques diferentes, foram desenvolvidas chaves de di- versos tipos. As mais usadas são: Chave de boca fixa As bocas desse tipo de chave podem ser paralelas ou que formem ângulo com a haste para facilitar o seu emprego em espaços reduzidos. Chave-estrela A chave estrela, também conhecida como chave de estrias, oferece a vantagem de poder aplicar todo o esforço do torque em todas as faces do sextavado da porca ou parafuso que esteja apertando ou afrouxando. Só pode ser aplicada quando o sextavado da porca ou do parafuso está livre para o seu encaixe. Anel externo Anel interno 65 Além das chaves estrela comuns, há as especiais que variam de formato em função de sua aplicação, como a chave estrela para motor de arranque. A chave de boca combinada é a combinação da chave de boca fixa com a chave estrela. Existe ainda, a chave estrela aberta, que possui uma abertura na parte estriada para sua passagem pelo tu- bo de conexão. A chave de boca ajustável só deve ser utilizada quando não existem chaves de boca fixa ou de estrias nas medidas adequadas. 66 A chave-canhão é uma haste de aço com um cabo em uma das extremidades e, na outra, um encaixe sextavado. Chaves soquete são chaves de encaixe que podem ter perfil interno estriado ou sextavado; são utilizadas para afrouxar ou dar apertar final em porcas e parafusos cujos torques solicitem grande esforço. São manipulados com auxílio de cabos de força e acessórios que se acoplam a elas. a - Manivela b - Extensão longa c - Extensão curta d - Cabo de força em 'T" e - Junta universal f - Cabo de força com joelho g - Redução h - Catraca reversível Redução a b c d e f g h 67 As chaves tipo Allen servem para apertar e afrouxar parafusos com sextavado ou quadrado inter- no. Torquímetro É um instrumento que mede o torque aplicado em parafusos e porcas. É usado em conjunto com a chave- soquete e com ferramentas especiais. O seu emprego, nas operações executadas, pelo mecânico de automóveis, é fundamental para garantir a exatidão dos torques, recomendados pelos fabricantes de veículos, o que é indispensável para a segu- rança e confiabilidade do trabalho executado. Os torquímetros usados pelos mecânicos são dos seguintes tipos com haste móvel, de estalo e com mos- trador tipo relógio. No torquímetro de estalo, o torque recomendado é previamente, regulado no dispositivo de ajuste e, quando ao aperto atinge o valor desejado, ele dá um estalo, equivalente ao sinal "pare''. Recomendações O torquímetro deve ser utilizado somente para dar o aperto final. Nunca para afrouxar. O torquímetro deve ser guardado em locais apropriado. 68 Equipamentos de oficina Morsa A morsa é fabricada em aço especial ou de ferro fundido. É utilizada para segurar as peças nas quais se vai trabalhar. Extratores São dispositivos mecânicos ou hidráulicos, fabricados de aço especial, com a finalidade de separar peças montadas com interferência mecânica. Equipamentos de elevação São mecanismos capazes de elevar pesos consideráveis do solo, tais como motores de veículos, cami- nhões e outros equivalentes. São muito usados pelo mecânico de para facilitar as suas tarefas habituais. Os mais utilizados são os elevadores, os macacos e as gruas ou talhas. 69 Macacos Geralmente são de pequeno porte e de fácil remoção, existem em uma grande variedade de formas. Os tipos mais comuns são macacos mecânicos e os hidráulicos. Cavaletes Gruas e macacos são utilizados apenas para suspender e abaixar conjuntos mecânicos ou veículos. Agregados que necessitam ficar elevado do solo devem ficar apoiados em suportes chamados cavaletes Esse tipo de cavalete possui dispositivos que possibilitem ajuste de sua haste de sustentação em várias alturas. Conjunto compressor O conjunto compressor comprime o ar atmosférico em seu próprio depósito, por meio de um motor e de um dispositivo compressor, para que esse ar possa ser utilizado, sob pressão, quando necessário. 70 O mecânico utiliza o compressor para várias finalidades: Acionar equipamentos que dependem de ar comprimido; Encher pneumáticos; Secar peças após lavagem; Desobstruir orifícios, canais e tubulações e outras finalidades. Prensa Serve para unir e separar elementos de conjuntos mecânicos que se ajustam sob interferência mecânica. A prensa pode ser mecânica ou hidráulica. Esmerilhadora A esmerilhadora é utilizada na afiação de broca e ferramentas de corte. Também executa usinagens que não necessitam de acabamento de precisão. Furadeira A furadeira é utilizada para abrir ou alargar furos em peças e equipamentos mecânicos. A furadeira pode ser portátil, de bancada ou de coluna. 71 Programa de qualidade Histórico Nos primórdios
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