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1 SUMÁRIO 1 A FISIOLOGIA GERAL ............................................................................... 4 2 SISTEMA MUSCULAR ............................................................................... 5 2.1 Classificação ........................................................................................ 6 2.2 Classificação dos músculos ................................................................. 6 2.3 Vascularização e inervação .................................................................. 8 2.4 Anexos musculares .............................................................................. 9 2.5 Principais músculos do corpo humano ................................................. 9 3 SISTEMA CIRCULATÓRIO ...................................................................... 11 3.1 Algumas artérias importantes do corpo humano ................................ 12 3.2 Sistema Venoso ................................................................................. 14 3.3 Algumas veias importantes do corpo humano: ................................... 14 3.4 Coração .............................................................................................. 15 3.5 Circulação coronariana....................................................................... 17 3.6 Circulação sistêmica........................................................................... 17 3.6.1 A Artéria Aorta .............................................................................. 17 3.7 Drenagem venosa .............................................................................. 18 3.8 Drenagem linfática ............................................................................. 18 4 SISTEMA RESPIRATÓRIO ...................................................................... 18 4.1 Vias aéreas ........................................................................................ 19 4.2 Mecânica Respiratória ........................................................................ 21 5 SISTEMA DIGESTÓRIO ........................................................................... 21 6 SISTEMA EXCRETOR ............................................................................. 29 6.1 A eliminação de urina ......................................................................... 32 6.1.1 Ureter ........................................................................................... 32 6.1.2 Bexiga urinária ............................................................................. 32 6.1.3 Uretra ........................................................................................... 32 2 6.1.4 Metabolismo ................................................................................. 32 7 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO .................................................. 35 7.1 Formação dos espermatozóides (espermatogênese) ........................ 38 7.2 Testosterona ...................................................................................... 38 8 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ..................................................... 39 8.1 Vagina ................................................................................................ 39 8.2 Ovários ............................................................................................... 40 8.3 Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de falópio ................................. 40 8.4 Útero................................................................................................... 41 8.5 Hormônios sexuais femininos ............................................................. 41 8.6 Formação dos óvulos (ovulogênese).................................................. 41 9 SISTEMA NERVOSO ............................................................................... 42 9.1 O impulso nervoso ............................................................................. 44 9.2 Sinapses ............................................................................................. 46 9.3 Sinapses elétricas .............................................................................. 46 9.4 Sinapses químicas ............................................................................. 47 9.5 Neurotransmissores ........................................................................... 48 9.6 Tipos de neurônios ............................................................................. 50 9.7 Células da glia (neuróglia) .................................................................. 50 9.8 Origem do sistema nervoso ................................................................ 51 9.9 Divisão do SNC .................................................................................. 52 9.10 Sistema nervoso central .................................................................. 52 9.11 O telencéfalo ................................................................................... 53 9.12 O tronco encefálico ......................................................................... 55 9.13 O cerebelo ....................................................................................... 56 9.14 Tálamo ............................................................................................ 56 9.15 Sistema límbico ............................................................................... 57 3 9.16 A medula espinhal ........................................................................... 57 9.17 Sistema nervoso periférico .............................................................. 58 9.18 Nervos cranianos e suas funções ................................................... 60 10 SISTEMA ENDÓCRINO ........................................................................ 63 10.1 Constituição dos órgãos do sistema endócrino ............................... 63 10.2 Tipos de glândulas endócrinas ........................................................ 64 10.3 Neuro-hipófise ................................................................................. 65 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 68 4 1 A FISIOLOGIA GERAL Para estudar um organismo, não basta saber quais são os órgãos que o compõem, é fundamental compreender todo o seu funcionamento e as atividades desenvolvidas por cada uma dessas estruturas. A Fisiologia é o ramo da Biologia dedicado à compreensão do funcionamento do corpo, sendo responsável por desvendar todos os processos físicos e químicos envolvidos na manutenção da vida. O estudo dessa área iniciou-se na Grécia por volta de 2500 anos atrás. O termo fisiologia é oriundo das palavras gregas phýsis e logos, que significam literalmente “conhecimento da natureza”. Fonte: www.4.bp.blogspot.com Uma das figuras mais influentes no campo da Fisiologia da Antiguidade foi Cláudio Galeno (129-200 d.C.), um médico conhecido por tratar gladiadores. Galeno realizou diversos trabalhos com animais e seguia uma doutrina conhecida como “quatro humores”. Essa doutrina partia da ideia de que o corpo era formado por quatro diferentes fluidos: sangue, fleuma, bile amarela e bile negra. Segundo esse médico, o coração, o fígado e o cérebro eram os principais órgãos do corpo humano. Após Galeno, outra figura que merece destaque é Andreas Versalius (1514- 1564), que publicou, em 1543, a obra intitulada De Humani Corporis Fabrica. Esse trabalho ficou conhecido como um grande marco tanto no estudo da Anatomia como para a Fisiologia moderna, iniciando-se uma nova forma de compreender o funcionamento do corpo. 5 Outro estudo que merece destaque é o de William Harvey (1578-1657). Ele propôs a teoria de que o sangue circulava por todo o organismo graças ao bombeamento garantido pelo coração. Até esse momento, a teoria mais aceita afirmava que o sangueera constantemente produzido, e não que ele circulava. O trabalho de Harvey, sem dúvidas, foi fundamental para a compreensão de diversos outros processos fisiológicos. O maior desenvolvimento dessa área da Biologia aconteceu, no entanto, ao longo do século XIX, em especial na Alemanha e na França. Entre os principais avanços dessa época, podemos destacar o entendimento da teoria celular e o desenvolvimento da Fisiologia Experimental. Nesse último caso, devemos destacar os trabalhos de Claude Bernard, que é considerado o pai da Fisiologia Experimental Contemporânea e destacava a importância da experimentação. No século XX, diversos processos foram desvendados, e o entendimento da Bioquímica e da Biologia Molecular foi fundamental para o aprofundamento do conhecimento em Fisiologia. Com os avanços tecnológicos, essa área continua a crescer e muitos processos ainda serão entendidos. Estudar Fisiologia requer dedicação e conhecimento básico de várias áreas da Biologia, tais como anatomia, morfologia, citologia, bioquímica, ecologia e biofísica. Nessa área são abordados temas como o funcionamento de todos os sistemas do corpo dos seres vivos e como eles são capazes de manter esses organismos em estado de equilíbrio. Nos textos dispostos logo mais abaixo, você conhecerá vários aspectos da Fisiologia, não só a humana, mas também a de diferentes seres. 2 SISTEMA MUSCULAR Podemos entender que o esqueleto precisa de ossos unidos e articulados. Mas para esse conjunto funcionar, também necessitamos de um componente que fixe as partes do esqueleto entre si e seja o motor de todos os movimentos. Esse componente é o sistema muscular, constituído pelos músculos, que são estruturas formadas por feixes de células especiais, as células musculares, denominadas miócitos. 6 2.1 Classificação Existem três tipos de células musculares e, portanto, três tipos de músculos: o liso, o estriado cardíaco e o estriado esquelético. A) Músculo Liso: é involuntário e de movimentos lentos contínuos, pois são controlados pelo sistema nervoso central; B) Músculo Estriado Cardíaco: é o músculo responsável pelas contrações do coração, possui movimentos rápidos, porém involuntários, sendo controlado dessa forma pelo sistema nervoso central através do Bulbo. C) Músculo Estriado Esquelético: é o músculo responsável pelos movimentos do corpo, possui movimentos rápidos, e voluntários, pois é comandado de acordo com a vontade do indivíduo. 2.2 Classificação dos músculos A - Quanto à forma do ventre. Longo: o comprimento predomina sobre a largura. Ex: flexores do carpo e dedo. Fusiforme: um músculo longo em que o diâmetro do ventre é maior que o diâmetro das extremidades. Ex: bíceps braquial. Largo: comprimento e a largura são equivalentes. Ex: glúteo máximo. Em leque: músculo largo em que as fibras de um lado convergem para um tendão. Ex: grande dorsal. Fonte: www.infoescola.com 7 B - Ao número de cabeças. 99% dos músculos só apresentam uma cabeça, não havendo classificação. Só se classificam as exceções. Bíceps – um na região anterior do braço (bíceps braquial) e outro na região posterior da coxa (bíceps femural). Tríceps – um na região posterior do braço (tríceps braquial) e outro na região posterior da perna (tríceps sural = gastrocnêmio + sóleo). Quadríceps – região anterior da coxa. É formado por 04 músculos: reto femural, e vastos (medial intermédio e lateral). Aplica-se injeção intramuscular nos músculos deltoide e glúteo, no adulto. E no vasto lateral em criança de pouca idade. C - Quanto à função: Agonista: quando ele é o principal responsável pela execução do movimento. Ex: flexores do dedo. Antagonista: realizam ações opostas ao agonista, regulando força e velocidade do movimento. Sinergistas: impedem a ação de movimentos indesejados causados pelo agonista durante sua ação. Ex: extensores do carpo. Fixadores ou posturais: ação está relacionada a manutenção do corpo em posição adequada para realizar o movimento. Ex: músculos que mantêm o corpo de pé. D - Ao número de ventres: Monogástricos – apresentam somente um ventre. Correspondem a 99% dos músculos. Digástricos – apresentam dois ventres unidos por um tendão intermediário. Encontrados no pescoço: um da mandíbula para o osso temporal (músculo digástrico) e outro, o osso hioide até a omoplata (músculo Omohioideu). Poligástrico – apresentam vários ventres unidos por tendões intermediários. O único exemplo é o músculo reto do abdômen. E - Ao número de caudas: 8 Monocaudado – apresenta somente uma cauda. Corresponde a 99% dos músculos. Policaudado – apresenta de três a quatro caudas. É encontrado nas extremidades dos membros (músculos extensores e flexores dos dedos). No membro superior, a flexão (ato de dobrar) é feita por músculos anteriores, e a extensão (ato de distender) é feita por posteriores. No membro inferior, flexores são posteriores, e extensores são anteriores. F - À topografia: Axial – localiza-se na cabeça, pescoço, tórax e abdômen. Apendicular – nos membros. G - À inserção: Esquelético – cabeça e cauda inserem-se no esqueleto. 99% dos músculos. Cutâneo – insere-se na tela subcutânea (pelo menos um dos seus tendões). Ex: músculos da expressão facial (músculos da mímica). 2.3 Vascularização e inervação A contração dos músculos esqueléticos obedece aos comandos do sistema nervoso central e que chegam até a eles por meio dos nervos. Esses nervos se forem cortados ou estiverem doentes deixam os músculos sem estímulo para poderem se contrair, causando atrofia, ou seja, a diminuição da massa muscular pela falta de uso. A energia necessária para realizar as contrações vem através do sangue arterial, dentro de cada músculo, na forma de oxigênio e nutrientes. Em injeções intramusculares, os músculos servem de reservatório para o medicamento, e os músculos mais utilizados são o deltoide e o glúteo máximo. Contração isométrica – o músculo entra em estado de tensão e não se encurta, auxiliando o músculo que executará o movimento. Contração isotônica – o músculo entra em estado de tensão e se encurta, executando o movimento desejado. 9 Fonte:www.i.ytimg.com 2.4 Anexos musculares Fáscia Muscular – dispositivo fibroso que envolve um músculo ou grupos de músculos. Tem a função de ajudar o trabalho muscular, evitando gasto desnecessário de energia. Bainha Fibrosa dos Tendões – dispositivo fibroso que se estende de um lado a outro do osso, formando um túnel ósteo-fibroso para a proteção dos tendões. Se essa bainha não existisse, poderia haver o rompimento da epiderme, derme e hipoderme, ou desgaste do tendão, devido o contato com o osso. Bainha Sinovial dos Tendões – tem a função de lubrificar esse tubo ósteo- fibroso para evitar desgaste do tendão devido contato com o osso. Bolsa Sinovial dos Tendões – semelhante à Bainha Sinovial dos Tendões está presente onde tendões entram em contato com osso, ligamento ou quando a pele se move sobre uma superfície óssea, as bolsas sinoviais facilitam os movimentos, minimizando a fricção. 2.5 Principais músculos do corpo humano A – Músculos Da Cabeça. Occipito-frontal: Movimentação do couro cabeludo; Orbicular do olho: Fechamento do olho; 10 Orbicular da boca: Fechamento da boca; Bucinador: Compressão das bochechas contra as maxilas e mandíbula, possibilitando o assobio e o sopro; Masseter, temporal: Elevação da mandíbula, favorecendo a mastigação. B – Músculos Do Pescoço. Plastima: Tração da pele do pescoço, tendo um papel estético. Esternocleidomastóide: Flexão da cabeça, em atuação conjunta com seu par, do outro lado do pescoço; rotação ou inclinação da cabeça, em atuação isolada. C – Músculos Do Dorso. Trapézio: Retração da escápula; Grande dorsal: Extensão e adução do braço. D – Músculos Do Abdomem.Reto abdominal: Flexão do tronco; Oblíquo externo, oblíquo interno e transverso abdominal: Flexão, inclinação e rotação do tronco. E – Músculos Do Tórax. Peitoral maior: Adução do braço; Intercostais internos: Expiração forçada; Intercostais externos: Inspiração; Diafragma: Principal músculo inspiratório. F – Músculos Do Membro Superior. Deltóide: Abdução do membro superior; Bíceps braquial: Flexão e supinação do antebraço; Tríceps braquial: Extensão do antebraço; Flexor do carpo e dedos: Flexão do carpo ou das falanges; Extensor do carpo e dedos: Extensão do carpo ou das falanges. G – Músculos Do Mebro Inferior. 11 Glúteo máximo: Extensão e rotação da coxa; Quadríceps femoral: Extensão da perna; apresenta quatro porções: reto femoral, vasto medial, intermédio e lateral; Adutor da coxa: Adução da coxa; Posterior da coxa: Flexão da perna; Anterior da perna: Participação na dorsiflexão do pé e na extensão dos dedos; Posterior da perna, como gastrocnêmico (músculo da “batata da perna”): Flexão plantar do pé; extensão do pé sobre a perna, com importante função na marcha, entre outras. 3 SISTEMA CIRCULATÓRIO Não é apenas o sistema muscular que precisa receber nutrientes e oxigênio para desempenhar o seu trabalho. A vida de todas as células de todos os sistemas também depende desses recursos, cuja distribuição no complexo organismo, composto de bilhões de células, é uma tarefa realizada por um sistema específico O sistema circulatório é constituído por uma rede de vasos de vários calibres, que são as artérias e as veias, por onde corre o sangue que permeia todo o organismo. O coração atua como uma bomba, impulsionando o sangue para as artérias e recebendo o que chega pelas veias. I- ANGIOLOGIA Sistema Arterial Conjunto de vasos que saem do coração e se ramificam sucessivamente distribuindo-se para todo o organismo. Do coração saem o tronco pulmonar (relaciona- se com a pequena circulação, ou seja, leva sangue venoso para os pulmões através de sua ramificação, duas artérias pulmonares uma direita e outra esquerda) e a artéria aorta (carrega sangue arterial para todo o organismo através de suas ramificações). 12 Fonte: www.colegiobeka.com.br Estrutura 1- Túnica externa: é composta basicamente por tecido conjuntivo. Nesta túnica encontramos pequenos filetes nervosos e vasculares que são destinados à inervação e a irrigação das artérias. Encontrada nas grandes artérias somente. 2- Túnica média: é a camada intermediária composta por fibras musculares lisas e pequena quantidade de tecido conjuntivo elástico. Encontrada na maioria das artérias do organismo. 3-Túnica íntima: forra internamente e sem interrupções as artérias, inclusive capilares. São constituídas por células endoteliais. 3.1 Algumas artérias importantes do corpo humano Sistema do tronco pulmonar: o tronco pulmonar sai do coração pelo ventrículo direito e se bifurca em duas artérias pulmonares, uma direita e outra esquerda. Cada uma delas ramifica-se a partir do hilo pulmonar em artérias segmentares pulmonares. Este sistema leva sangue venoso para os pulmões para que ocorra a troca de gás carbônico por oxigênio. Sistema da aorta (sangue oxigenado): a artéria aorta sai do ventrículo esquerdo e ramifica-se na porção ascendente em duas artérias coronárias, uma direita e outra esquerda que vão irrigar o coração. Logo em seguida a artéria aorta encurva- 13 se formando um arco para a esquerda dando origem a três artérias (artérias da curva da aorta) sendo elas: Tronco braquiocefálico arterial Artéria carótida comum esquerda Artéria subclávia esquerda O tronco braquiocefálico arterial origina duas artérias: Artéria carótida comum direita Artéria subclávia direita Artéria carótida comum (esquerda ou direita): esta artéria se ramifica em: Artéria carótida interna (direita ou esquerda) Artéria carótida externa (direita ou esquerda) Artéria carótida interna: penetra no crânio através do canal carotídeo dando origem a três ramos colaterais: artéria oftálmica, artéria comunicante posterior e artéria coriódea posterior. E mais dois ramos terminais: artéria cerebral anterior e artéria cerebral média. Artéria carótida externa: irriga pescoço e face. Seus ramos colaterais são: artéria tireoide superior, a. lingual, a. facial, a. occipital, a. auricular posterior e a. faríngea ascendente. Seus ramos terminais são: artéria temporal e artéria maxilar. Fonte: www.wreducacional.com.br 14 3.2 Sistema Venoso É constituído por tubos chamados de veias que tem como função conduzir o sangue dos capilares para o coração. As veias, também como as artérias, pertencem a grande e a pequena circulação. O circuito que termina no átrio esquerdo através das quatro veias pulmonares trazendo sangue arterial dos pulmões chama-se de pequena circulação ou circulação pulmonar. E o circuito que termina no átrio direito através das veias cavas e do seio coronário retornando com sangue venoso chama-se de grande circulação ou circulação sistêmica. Em relação à forma: é variável quanto mais cheia mais cilíndrica e quanto mais vazia mais achatada. Fortemente distendidas apresentam a forma nodosa devido à presença de válvulas. Quanto ao calibre pode ser grande, médio ou pequeno calibre. Tributárias ou afluentes: sua formação aumenta conforme está chegando mais perto do coração pela confluência das tributárias. O leito venoso é praticamente o dobro do leito arterial. Situação: São classificadas em superficiais e profundas e também podem receber a denominação de viscerais e parietais dependendo de onde estão drenando se é na víscera ou em suas paredes. Válvulas: são pregas membranosas da camada interna da veia que tem forma de bolso. 3.3 Algumas veias importantes do corpo humano: Veias da circulação pulmonar (ou pequena circulação): As veias que conduzem o sangue que retorna dos pulmões para o coração após sofrer a hematose (oxigenação), recebem o nome de veias pulmonares. São quatro veias pulmonares, duas para cada pulmão, uma direita superior e uma direita inferior, uma esquerda superior e uma esquerda inferior. As quatro veias pulmonares vão desembocar no átrio esquerdo. Estas veias são formadas pelas veias segmentares que recolhem sangue venoso dos segmentos pulmonares. 15 Fonte: www.infoescola.com Veias da circulação sistêmica (ou da grande circulação): duas grandes veias desembocam no átrio direito trazendo sangue venoso para o coração são elas veia cava superior e veia cava inferior. Temos também o seio coronário que é um amplo conduto venoso formado pelas veias que estão trazendo sangue venoso que circulou no próprio coração. Veia cava superior: origina-se dos dois troncos braquiocefálicos (ou veia braquiocefálica direita e esquerda). Cada veia braquiocefálica é constituída pela junção da veia subclávia (que recebe sangue do membro superior) com a veia jugular interna (que recebe sangue da cabeça e pescoço). A veia cava inferior é formada pelas duas veias ilíacas comuns que recolhem sangue da região pélvica e dos membros inferiores. O seio coronário recebe sangue de três principais veias do coração: veia cardíaca magna, veia cardíaca média e veia cardíaca parva ou menor. 3.4 Coração O coração é um órgão oco, formado por um tipo especial de músculo, o músculo estriado cardíaco, que só existe nele e não obedece a comandos voluntários. Essa musculatura é chamada de Miocárdio e está recoberta interna e externamente por membranas, que são finas camadas de tecido. A membrana interna do miocárdio é o endocárdio, e a externa é o epicárdico. O coração fica dentro de um saco fibroso, o pericárdio, que tem função de protegê-lo e fixá-lo. Anatomicamente, o coração se localiza no tórax, atrás do osso esterno, no espaço chamado de mediastino, situado entre os dois pulmões.O coração tem o trabalho de impulsionar o sangue, através do 16 sistema de vasos sanguíneos, a todos os locais do corpo. Dessa forma podemos observar duas etapas no trabalho do coração: A Sístole, momento em que o coração se contrai, expulsando o sangue para as artérias; A Diástole, quando o coração se relaxa, enchendo-se passivamente com o sangue das veias. Essas etapas se sucedem gradativamente num movimento de sístole – diástole – sístole – diástole..., provocando assim a circulação do sangue. O coração não é simplesmente um grande saco muscular contrátil oco, pois, se assim fosse, haveria a mistura do sangue arterial com o venoso da grande e pequena circulação. Essa mistura não ocorre exatamente porque o coração humano, após o nascimento, tem quatro cavidades, a saber: Dois Átrios, um esquerdo e um direito, situados acima e atrás no coração. Essa localização é determinada pela forma e pela posição do coração: um cone com base para cima, situado de modo oblíquo no mediastino, tendo a ponta voltada para frente, para baixo e para a esquerda. O átrio direito recebe o sangue da circulação pulmonar; Dois ventrículos, também um direito e um esquerdo, localizados embaixo e na frente dos átrios. O ventrículo direito impulsiona o sangue para a circulação pulmonar e o esquerdo para a circulação sistêmica. Cada átrio comunica-se com o ventrículo por meio de uma estrutura denominada Valva. Popularmente chamada de válvula. Elas são formadas por duas ou três partes, as cúspides. Do lado direito do coração temos a Valva tricúspide. E do lado esquerdo nos temos a Valva bicúspide (mitral). Os ventrículos expulsam o sangue por meio das artérias. A artéria Pulmonar expulsa o sangue do ventrículo direito para os pulmões, e a artéria aorta, do ventrículo esquerdo para a grande circulação. Ambas possuem valvas em sua origem, tanto a valva pulmonar como a aorta têm três cúspides. 17 Fonte:www.image.slidesharecdn.com 3.5 Circulação coronariana Esse tipo de circulação ocorre devido à necessidade do coração de ser irrigado, e isso é feito pelas artérias coronárias e veias coronárias. Quando as artérias coronárias estão entupidas, ocorre o enfarto do miocárdio. 3.6 Circulação sistêmica A circulação sistêmica ocorre para levar oxigênio dos pulmões para o corpo e retirar o gás carbônico encontrado no corpo e levá-lo aos pulmões para serem eliminados. 3.6.1 A Artéria Aorta A Artéria Aorta sai do ventrículo esquerdo levando o sangue que por meio de seus ramos, será distribuindo para o corpo. A Aorta subdivide-se em: duas artérias subclávias (no braço recebe o nome de braquial, no cotovelo se divide em radial e ulnar), duas artérias carótidas comuns, artéria renal, ilíaca interna e externa, femoral, poplítea (tibial anterior e a tibial posterior). 18 3.7 Drenagem venosa A drenagem do sangue é feita pelas veias, visto que as mesmas possuem válvulas que impedem o refluxo de sangue, fazendo com que o mesmo flua no sentido do coração. No membro superior a drenagem é feita pelas veias cefálica e a basílica, na cabeça a drenagem é feita pelas veias jugulares externas e internas. No membro inferior temos a safena magna (mais longa do corpo – geralmente é retirada e usada como enxerto, formando um caminho alternativo para regiões de vasos sanguíneos que estão obstruídas) e a safena parva, e a femoral. O sangue do intestino é drenado pela veia porta. 3.8 Drenagem linfática Quando o sangue passa nos capilares, ocorre uma perda de líquido que vai para o interstício, que as veias não dão conta de recolher. Esse líquido é chamado de Linfa, é então drenado por um sistema de vasos especiais, os vasos linfáticos, que são estruturas com fundo cego, ou seja, com a forma de dedo de luva. 4 SISTEMA RESPIRATÓRIO O Sistema respiratório é essencial à vida. É por esse sistema que o organismo recebe o oxigênio e elimina o gás carbônico. Para realizar esse trabalho, o sistema é composto por duas partes: Fonte:www.i0.wp.com 19 Uma porção condutora, constituída pelas vias aéreas, que leva o ar do ambiente para dentro dos pulmões e também conduz o ar rico em Co2 para fora do corpo; Uma porção respiratória, nos pulmões, que realiza trocas gasosas. Além disso, o sistema respiratório tem outras estruturas que também desempenham funções importantes. São elas: As pleuras, que revestem os pulmões; Os músculos respiratórios, que realizam os movimentos responsáveis pela entrada e saída de ar das vias respiratórias; 4.1 Vias aéreas As Vias aéreas são estruturas que compõem o trajeto tubular por onde o ar passa desde que entra em nosso organismo até chegar aos alvéolos. Nos pulmões, onde ocorre a troca gasosa. É também por esse mesmo trajeto que o ar sai do nosso corpo para o ambiente, no momento da expiração. Além de conduzir o ar, as vias aéreas ainda o aquecem e o umidificam, o que é muito importante para o bom funcionamento do pulmão. As vias aéreas são formadas por: SUPERIORES – nariz, fossas nasais, faringe; INFERIORES – laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. I. FOSSAS NASAIS As fossas nasais também chamadas de cavidades nasais constituem a primeira parte das vias aéreas. Elas se abrem externamente pelas narinas, situadas no nariz, um órgão composto de ossos e cartilagens. Os pêlos existentes no nariz são chamados de vibrissas. Sua abertura é formada pelas asas do nariz e pelo septo nasal. A cavidade nasal é forrada por uma membrana mucosa cujas células possuem cílios que se mexem ritmicamente e ajudam na limpeza do ar, retendo suas impurezas, no muco que elas produzem. Nas partes laterais das fossas nasais estão às conchas, entre as conchas os seios paranasais. A Inflamação da mucosa dos seios paranasais é a sinusite. II. FARINGE 20 Por meio das coanas, as fossas nasais se abrem para a faringe, um espaço situado posteriormente às fossas nasais, a boca e a laringe. A faringe pertence tanto ao sistema respiratório quanto ao digestório, e é nela que ocorre o cruzamento aéreo- digestivo, onde a comida é deglutida, passa pelo mesmo local em que o ar é inspirado. É isso que pode provocar o engasgo, ou seja, a entrada de alimento no trato respiratório, quando a pessoa fala e deglute ao mesmo tempo. III. LARINGE. Depois de passar pela faringe, o ar chega à laringe – uma estrutura formada por várias cartilagens, com importante função na fonação (falar), já que é nela que se encontram as cordas vocais. IV. TRAQUEIA. A traqueia é um tubo cilíndrico reto, formado por 16 a 20 anéis de cartilagem em forma de C, com a abertura para trás e fechado por uma camada de músculo liso. No seu ponto final a traqueia se divide num ponto chamado Carina, dando origem aos brônquios primários. V. BRÔNQUIOS E BRONQUÍOLOS. Os brônquios primários são dois, um direito e um esquerdo, sendo um para cada pulmão. Nos pulmões eles se subdividem em brônquios secundários ou lobares, assim chamados porque correspondem aos lobos pulmonares. Os brônquios secundários são cinco, sendo três para o pulmão direito e dois para o esquerdo. Após várias divisões dos brônquios, surgem os bronquíolos, com aproximadamente 1 mm de espessura e que, por sua vez, também se subdividem, até surgirem os bronquíolos respiratórios, que tem alvéolos em sua parede. VI. PULMÕES. São órgãos alongados, de aparência esponjosa, divididos em partes denominadas lobos. São dois lobos no pulmão esquerdo (superior e inferior) e três no direito (superior, médio e inferior). Os pulmões são revestidos externamente por uma membrana dupla: a pleura, que tem função de proteger e permitir o deslizamento dois pulmões durante a respiração. A pleura tem um folheto parietal – membrana em contato com as costelas- e um visceral – membrana em contato com os pulmões. 21 Entre esses dois folhetos há um espaço pleural,preenchido pelo líquido pleural, que atua como lubrificante. Os pulmões são constituídos por imensa quantidade de alvéolos – mais de 500 milhões – aos quais chega o ar que passa pelos bronquíolos. Se pudéssemos esticar todos os alvéolos e medir a superfície assim obtida, chegaríamos a 100m2, aproximadamente. Os alvéolos são responsáveis pela troca gasosa (hematose), onde o ar com gás carbônico é eliminado e o ar com o oxigênio é levado para os tecidos pelo sangue. 4.2 Mecânica Respiratória A caixa torácica é relativamente rígida e tem o músculo diafragma em sua abertura inferior. Quando o diafragma se contrai, ele baixa e o volume da caixa torácica aumenta. Esse aumento de volume faz com que a pressão interna na caixa torácica diminua, tornando-se menor que a do ar atmosférico. Isso faz com que o ar penetre pelas vias aéreas para igualar a pressão, e aí ocorre uma inspiração. O processo de expiração é um pouco diferente: o diafragma se relaxa e a elasticidade pulmonar diminui o volume torácico, fazendo com que o ar seja expulso pelas vias aéreas. 5 SISTEMA DIGESTÓRIO Quando ingerimos qualquer alimento, o sistema digestório transforma esse alimento em substâncias microscópicas, que recebem o nome genérico de nutrientes e incluem as proteínas, os lipídios os carboidratos, as vitaminas e os sais minerais. Esses nutrientes são então absorvidos por órgãos do sistema digestório, para serem utilizados na estruturação de nossas células e tecidos e na produção da energia necessária as suas funções. O tubo do sistema digestório leva o alimento da boca até o ânus, transformando-o durante todo o caminho e preparando-o para a absorção nas partes mais distais. Ele é composto pelos seguintes órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. Já as glândulas anexas despejam suas secreções no tubo digestivo, ajudando a transformar o alimento. São elas: as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. 22 I. BOCA A boca, ou cavidade oral é a primeira parte do tubo digestivo. É por ela que o alimento entra em estado bruto, é cortado, triturado e sofre a ação enzimática da saliva. Externamente ela é limitada pelos lábios e bochechas, superiormente pelo palato e inferiormente pelo assoalho. Na parte posterior, a boca se comunica com a faringe. Na boca as estruturas auxiliadoras da digestão são os dentes e a língua, juntamente com as glândulas salivares. Características dos dentes Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes de leite. À medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do tipo permanente. As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os caninos ou presas e os molares. Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrás dele, há três peças dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma única cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois dentes chamados pré-molares, cada um com duas cúspides. Atrás ficam os molares, que têm uma superfície de mastigação relativamente plana, o que permite triturar e moer os alimentos. A língua A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, 23 cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo, azedo ou ácido, salgado e doce. De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea. As glândulas salivares A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimula as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual. Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca. Os sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através do peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias. Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do estômago. II. FARINGE É um órgão muscular situado posteriormente às cavidades nasais, à boca, e à laringe, com a forma de um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento. Sua 24 função é conduzir o bolo alimentar para o esôfago, embora ela também atenda ao sistema respiratório. A faringe é rica em tecido linfoide, ou seja, células do sistema imunológico que protegem o nosso organismo das infecções. É esse tecido, inclusive, que constitui as tonsilas palatinas, popularmente chamadas de amídalas, e a tonsila faríngea, conhecida vulgarmente como adenoide. III. ESÔFAGO É um órgão muscular cilíndrico, em forma de tubo, de aproximadamente 25cm de comprimento, que atravessa o pescoço e o tórax e passa por uma abertura do diafragma, penetrando no abdome, onde tem uma pequena porção. O esôfago conduz o bolo alimentar por meio de movimentos ondulatórios chamados de movimentos peristálticos, que empurram o alimento para adiante, no tubo digestivo. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorrê-lo. IV. ESTÔMAGO Do esôfago, o bolo alimentar chega ao estômago, que é uma dilatação do tubo digestivo. Ele se localiza logo abaixo do diafragma, projetando-se medianamente e à esquerda, na parte superior do abdome. O estômago serve como reservatório para alimentos ingerido, que ali são armazenados e misturados com as secreções gástricas. Forma-se, assim uma massa semilíquida denominada quimo, que vai sendo progressivamente liberada para o intestino delgado, de acordo com sua capacidade de absorção. O estômago está dividido em cinco partes, e segmentos, são elas: Cárdia, a região em que ele se junta ao esôfago; Corpo, a porção central, onde ocorre secreção de enzimas digestivas que se misturam com o bolo alimentar; Fundo, porção mais alta, que serve como reservatório; Antro, porção mais distal, que ajuda na mistura do alimento com as secreções para produzir o quimo; Piloro, que é um esfíncter, um músculo circular. Sua função é regular a velocidade de saída do quimo para o intestino delgado. O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém 25 o pH do interior do estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação. A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as células que o produzem. Fonte: www.biowiki.com.br Por ação do ácido clorídrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas. A pepsina, ao catalisar a hidrólise de proteínas, promove o rompimento das ligações peptídicas que unem os aminoácidos. Como nem todas as ligações peptídicas são acessíveis à pepsina, muitas permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e aminoácidos livres. A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é produzida pela mucosa gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular a caseína, facilitando a ação de outras enzimas proteolíticas. A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas). A mucosa gástrica produz também 26 o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12. O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo. Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão. V. INTESTINO DELGADO O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino. A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas). O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lípase pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre os ácidos nucleicos, separando seus nucleotídeos. O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se em tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em 27 quimiotripsina, enzima ativa. A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas específicas ao longo das cadeias de aminoácidos. A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No suco entérico há enzimas que dão sequência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação das peptidases, resultando em aminoácidos. VI. INTESTINO GROSSO É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus. Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide e reto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal. Ceco, porção inicial onde os restos do quilo não absorvido passam do intestino delgado para o grosso pela válvula ileocecal. É aí que fica o apêndice vermiforme, rico me tecido linfoide e cuja função nos seres humanos não está bem determinada. Colo, a maior parte do intestino grosso, onde ocorre a absorção de sais minerais e água, reduzindo o volume do bolo fecal. Reto, a parte terminal do intestino grosso, onde o resto do quilo não absorvido, e já sob a ação de bactérias que habitam a flora intestinal, é eliminado pelo ânus, na forma de fezes. Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades. As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas. O intestino 28 grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados. VII. GLÂNDULAS ANEXAS Pâncreas O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino. Fígado É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por umacápsula própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal. O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno. As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteroides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação no fígado, como a cirrose. 29 Funções do fígado: Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação da lipase; Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação; Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células; Metabolizar lipídeos; Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras; Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo; Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho- esverdeado presente na bile. 6 SISTEMA EXCRETOR Sistema responsável pela eliminação das substâncias do organismo, filtrando o plasma e produzindo e excretando a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra; a) Rins: cor vermelho-escuro, forma de grão de feijão, possui milhões de néfrons, responsável pela filtração do plasma. b) Par de ureteres: levam a urina até bexiga. c) Bexiga: armazena a urina temporariamente. d) Uretra: elimina a urina, para o ambiente. Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e também por uma camada de gordura. Têm a forma de um grão de feijão 30 enorme e possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e a medula - mais interna. Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região renal. O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que possui, em uma das extremidades, uma expansão em forma de taça, denominada cápsula de Bowman (hoje cápsula Glomerular), que se conecta com o túbulo contorcido proximal, que continua pela alça de Henle (hoje Alça Nefrítica) e pelo túbulo contorcido distal; este desemboca em um tubo coletor. São responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções. O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Glomerular do néfron, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi (hoje Glomérulo Renal). Essa estrutura está presente no Néfron, que é uma longa estrutura tubular dividida em cinco partes. O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão, que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a cápsula de Glomerular, processo denominado filtração. Essas substâncias extravasadas para a cápsula de Glomerular constituem o filtrado glomerular, que é semelhante, em composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, incapazes de atravessar os capilares glomerulares. O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal, cuja parede é formada por células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de sódio. A saída desses íons provoca a remoção de cloro, diminuindo a concentração do líquido dentro desse tubo (hipotônico) do que do plasma dos capilares que o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre o ramo descendente da alça Nefrítica, há passagem de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os capilares sanguíneos (hipertônicos) – ao que chamamos reabsorção. O ramo descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de concentração. Consequentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta. 31 Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça Nefrítica, que é formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares sanguíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água. Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma; porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que aproximadamente 99% do filtrado glomerular é reabsorvido. Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais encontradas. Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao coração. A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em função da menor reabsorção de água. O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma sanguíneo é detectada por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma (pouca água), esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH e, consequentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção do excesso de água, o que torna a urina mais diluída. Certas substâncias, como é o caso do álcool, inibem a secreção de ADH, aumentando a produção de urina, juntamente com ele existe um Hormônio produzido pelo coração que promove a liberação de água pelos rins desobstruindo os vasos 32 sanguíneos tornando mais eficaz a eliminação do álcool, esse hormônio é o FAN (Fator Atrial Natriurético). Além do ADH e do FAN, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do organismo: a aldosterona, produzida nas glândulassuprarrenais. Ela aumenta a reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, possibilitando maior retenção de água no organismo. A produção de aldosterona é regulada da seguinte maneira: quando a concentração de sódio dentro do túbulo renal diminui, o rim produz uma proteína chamada renina, que age sobre uma proteína produzida no fígado e encontrada no sangue denominada angiotensinogênio (inativo), convertendo-a em angiotensina (ativa). Essa substância estimula as glândulas suprarrenais a produzirem a aldosterona. 6.1 A eliminação de urina 6.1.1 Ureter Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais cada vez mais grossos. A fusão dos dutos origina um canal único, denominado ureter, que deixa o rim em direção à bexiga urinária. 6.1.2 Bexiga urinária A bexiga urinária é uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa, cuja função é acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de ¼ de litro (250 ml) de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra. 6.1.3 Uretra A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar e, no homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses anéis se relaxa e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos. 6.1.4 Metabolismo Em condições de equilíbrio dinâmico, como as exigidas para a homeostasia, o volume total dos líquidos corporais e as quantidades totais de solutos e suas 33 concentrações permanecem relativamente constantes. A ingestão de água deve ser cuidadosamente contrabalançada pelas perdas diárias que ocorrem a partir do organismo. A evaporação de líquido do trato respiratório e a difusão através da pele constituem as denominadas perdas insensíveis através da pele. O restante das perdas ocorre principalmente através das fezes, do suor e da urina excretada pelos rins constituindo as perdas sensíveis de água. Os líquidos corporais totais encontram-se distribuídos em dois compartimentos principais: o líquido extracelular e o líquido intracelular. Por sua vez, o líquido extracelular é subdividido em líquido intersticial e plasma sanguíneo. No ser humano adulto a água corresponde a cerca de 60% da massa corporal. À medida que o indivíduo envelhece, a porcentagem de líquido em relação à massa corporal diminui gradualmente. O líquido contido em cada célula tem sua própria mistura de diferentes constituintes; todavia, as concentrações destas substâncias são razoavelmente semelhantes de uma célula para outra. Os líquidos intersticiais possuem aproximadamente a mesma composição, exceto pelas proteínas, que são encontradas em maior concentração no plasma. O sangue contém tanto líquido extracelular (o líquido no plasma) quanto líquido intracelular (o líquido contido nos eritrócitos). Todavia, o sangue é considerado como um compartimento líquido separado, uma vez que é contido numa câmara própria, o sistema circulatório. O volume sanguíneo é especialmente importante no controle da dinâmica cardiovascular. O hematócrito refere-se à fração do sangue constituída pelos eritrócitos. Como o plasma e o líquido intersticial são separados apenas pelas membranas altamente permeáveis dos capilares, suas composições iônicas são semelhantes. Entretanto, o plasma apresenta maior concentração de proteínas. O líquido intracelular é separado do líquido extracelular por uma membrana celular seletiva que é altamente permeável a água, mas não à maioria dos eletrólitos existentes no organismo. A membrana celular mantém uma composição líquida no interior das células que é semelhante para as diferentes células do organismo. Em contraste com o líquido extracelular, o líquido intracelular contém apenas pequenas quantidades de íons sódio, cloreto e quase nenhum cálcio. Inversamente, contém grandes quantidades de íons potássio e fosfato. Um problema frequentemente observado no tratamento de pacientes gravemente enfermos reside na dificuldade de manter líquidos adequados no 34 compartimento intracelular, no compartimento extracelular ou em ambos. As quantidades relativas de líquido extracelular distribuída entre o plasma e os espaços intersticiais são determinadas principalmente pelo equilíbrio das forças hidrostática e coloidosmótica através da membrana capilar. Por outro lado, a distribuição de líquido entre os compartimentos intracelular e extracelular é determinada principalmente pelo efeito osmótico dos solutos que atuam através da membrana celular. As membranas celulares são altamente permeáveis a água, de modo que o líquido intracelular permanece isotônico em relação ao líquido extracelular. A osmose refere-se à difusão efetiva de água de uma região onde ela exista em alta concentração, para uma região em que esta concentração de água for menor. A osmose de moléculas de água através de uma membrana seletivamente permeável pode ser impedida pela aplicação de uma pressão em sentido oposto ao da osmose. A quantidade precisa de pressão necessária para impedir a osmose é denominada pressão osmótica. Quando uma célula é colocada numa solução de igual concentração ou isotônica, o volume da célula permanece inalterado. Quando uma célula é colocada numa solução de menor concentração, o volume da célula aumenta. Fonte: www.cespu.pt Quando uma célula é colocada numa solução de maior concentração, o volume da célula diminui. Quando uma solução salina isotônica é adicionada ao líquido extracelular, não ocorre osmose através das membranas celulares. Quando adiciona-se uma solução hipertônica ao líquido extracelular ocorre osmose de água das células para o compartimento extracelular. Quando uma solução hipotônica é 35 adicionada ao líquido extracelular, parte da água extracelular difunde-se para o interior das células até que os compartimentos intracelular e extracelular tenham a mesma osmolaridade. São administrados muitos tipos de soluções por via venosa com o objetivo de proporcionar nutrição a indivíduos que não podem ingerir quantidades adequadas de alimentos. Quando essas soluções são administradas, suas concentrações de substâncias osmoticamente ativas costumam ser ajustadas para torná-las quase isotônicas, ou são administradas com velocidade lenta o suficiente para não comprometer o equilíbrio osmótico dos líquidos corporais. 7 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO É o sistema responsável pela perpetuação da espécie, sendo o masculino formado por: Testículos ou gônadas Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, Uretra. Pênis Escroto Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais. Fonte: www.s3.amazonaws.com 36 Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra). Na extremidade do pênis encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. Com a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio -acompanhado de estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rijo, com considerável aumento do tamanho (ereção). O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio). Quando a glande não consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se que a pessoa tem fimose. A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozoides não ejaculadossão reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo. Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais. Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozoides, entrarão na composição do sêmen. O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os espermatozoides e é constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não proteico, cloretos, colina (álcool de cadeia aberta considerado como integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas (hormônios produzidos em numerosos tecidos do corpo. Algumas prostaglandinas atuam na contração da musculatura lisa do útero na dismenorréia – cólica menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo vasodilatação em artérias do cérebro, o que talvez justifique as cefaleias – dores de cabeça – da enxaqueca. São formados a partir de ácidos graxos insaturados e podem ter a sua síntese interrompida por analgésicos e anti-inflamatórios). Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozoides. 37 Glândulas Bulbo Uretrais: sua secreção transparente é lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozoides. Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato sexual. Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os ductos seminíferos. Esses ductos são formados pelas células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozoides. Em meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga) produzem os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários: Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo pubiano. Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo. Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do tamanho das fibras musculares. Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz. Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a osteoporose. Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozóides são armazenados. Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: A bolsa escrotal também chamada de saco escrotal é uma bolsa revestida de pele situada entre as coxas, embaixo do pênis, em seu interior ficam os testículos. Um espermatozoide leva cerca de 70 dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal. 38 7.1 Formação dos espermatozóides (espermatogênese) Esse processo leva a formação de espermatozoides a partir de células precursoras chamadas de espermatogônias, localizadas na parede do túbulo seminífero. A partir da puberdade as espermatogônias começam a se multiplicar intensamente por mitose, isso continuará até os fins da vida de um homem, mas diminui a intensidade com o aumento da idade. 7.2 Testosterona Efeito na Espermatogênese A testosterona faz com que os testículos cresçam. Ela deve estar presente, também, junto com o folículo estimulante, antes que a espermatogênese se complete. Efeito nos caracteres sexuais masculinos Depois que um feto começa a se desenvolver no útero materno, seus testículos começam a secretar testosterona, quando tem poucas semanas de vida apenas. Essa testosterona, então, auxilia o feto a desenvolver órgãos sexuais masculinos e características secundárias masculinas. Isto é, acelera a formação do pênis, da bolsa escrotal, da próstata, das vesículas seminais, dos ductos deferentes e dos outros órgãos sexuais masculinos. Além disso, a testosterona faz com que os testículos desçam da cavidade abdominal para a bolsa escrotal; se a produção de testosterona pelo feto é insuficiente, os testículos não conseguem descer; permanecem na cavidade abdominal. A secreção da testosterona pelos testículos fetais é estimulada por um hormônio chamado gonadotrofina coriônica, formado na placenta durante a gravidez. Efeito nos caracteres sexuais secundários Faz com que os pêlos cresçam na face, ao longo da linha média do abdome, no púbis e no tórax. Origina, porém, a calvície nos homens que tenham predisposição hereditária para ela. Estimula o crescimento da laringe, de maneira que o homem, após a puberdade fica com a voz mais grave. 39 Estimula um aumento na deposição de proteína nos músculos, pele, ossos e em outras partes do corpo, de maneira que o adolescente do sexo masculino se torna geralmente maior e mais musculoso do que a mulher, nessa fase. 8 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas (trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma função protetora. Fonte: www.estudopratico.com.br 8.1 Vagina A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém internamente, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante. A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que fecha parcialmente o orifício vulvo vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais. A vagina é o local onde o pênis deposita os espermatozoides na relação sexual. Além de possibilitar a penetração do pênis, possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do parto, a saída do bebê. A genitália externa ou vulva é 40 delimitada e protegida por duas pregas cutaneomucosas intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pelos pubianos. Mais internamente, outra prega cutaneomucosa envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris, formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem. 8.2 Ovários São as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios sexuais femininos que serão vistos mais adiante. No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células -os ovócitos primários - encontram-se dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gameta feminino): fenômeno conhecido como ovulação. Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte- se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário. O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhidopor finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias. 8.3 Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de falópio São dois ductos que unem o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é formado por células ciliadas. Os batimentos dos cílios microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta feminino até o útero. 41 8.4 Útero Órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pêra invertida. É revestido internamente por um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio. 8.5 Hormônios sexuais femininos A pituitária (hipófise) anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta praticamente nenhum hormônio gonadotrópico até à idade de 10 a 14 anos. Entretanto, por essa época, começa a secretar dois hormônios gonadotrópicos. No início, secreta principalmente o hormônio folículo-estimulante (FSH), que inicia a vida sexual na menina em crescimento; mais tarde, secreta o harmônio luteinizante (LH), que auxilia no controle do ciclo menstrual. 1. Hormônio Folículo-Estimulante: causa a proliferação das células foliculares ovarianas e estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a desenvolverem-se e a crescer. 2. Hormônio Luteinizante: aumenta ainda mais a secreção das células foliculares, estimulando a ovulação. Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os hormônios adrenocorticais e o hormônio masculino testosterona, são ambos compostos esteroides, formados, principalmente, de um lipídio, o colesterol. Os estrogênios são, realmente, vários hormônios diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que têm funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse motivo, são considerados juntos, como um único hormônio. 8.6 Formação dos óvulos (ovulogênese) Inicia-se antes do nascimento da mulher, em torno do terceiro mês de vida intrauterina. As células precursoras dos gametas, as ovogônias, que vinham se multiplicando ativamente por mitose durante o início da fase fetal feminina. Param de 42 se dividir, crescem, duplicam seu DNA e entram em meiose. Essas células são chamadas de ovócito primário ou ovócito 01, permanecem estacionados na prófase 01 da meiose até ser estimulado pelo hormônio FSH. Esses ovócitos são cobertos por uma camada de células envoltórias, constituindo assim o folículo de ovariano. Ao nascer a mulher tem cerca de 05 milhões de folículos em cada ovário: porém mais da metade degenera antes da puberdade. Após essa idade, aproximadamente a cada 28 dias, alguns folículos são estimulados a se desenvolver por ação do FSH. 9 SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacita o organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais. No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou da neuroglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsabilidade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. 43 Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida. Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios. Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de estímulos, funcionando, portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal. Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados próximo da coluna vertebral. Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP). O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann (encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC) Em muitos axônios, esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina - invólucro principalmente lipídico (também possui como constituinte a chamada proteína básica da mielina) que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina, que acarretam a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de Schwann, a parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo desta célula, constitui o chamado neurilema. 44 Fonte: www.static.todamateria.com.br 9.1 O impulso nervoso A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do líquido extracelular para o interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao líquido extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente para dentro. Porém esse bombeamento não é equitativo: para cada três íons sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois íons potássio são bombeados para o líquido intracelular. Somando-se a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é praticamente impermeável ao sódio, impedindo que esse íon se mova a favor de seu gradiente de concentração (de fora para dentro); porém, é muito permeável ao potássio, que, favorecido pelo gradiente de concentração e pela permeabilidade da membrana, se difunde livremente para o meio extracelular. Em repouso: canais de
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