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03 fisioterapia hospitalar

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AN02FREV001/REV 4.0 
 72 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
FISIOTERAPIA HOSPITALAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 73 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
FISIOTERAPIA HOSPITALAR 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 74 
MÓDULO III 
 
10 INTERPRETAÇÕES DE EXAMES LABORATORIAIS PARA O 
FISIOTERAPEUTA 
 
 
10.1 INTRODUÇÃO 
 
A interpretação de exames laboratoriais é de suma importância para a 
prática clínica diária, contudo observa-se uma grande deficiência por parte dos 
fisioterapeutas em solicitar e interpretar exames importantes para diagnóstico e 
tratamento dos seus pacientes. 
 
 
10.2 HEMOGRAMA COMPLETO 
 
 
O hemograma é composto de três partes: 
 Série vermelha ou eritrograma; 
 Série branca ou leucograma; 
 Plaquetometria. 
 
Série vermelha: Serve para diagnosticar alterações do sistema eritropoético. 
Estas alterações podem ser: 
 
 Eritrocitoses: hiperplasia reversível decorrente de uma resposta a 
estímulos que intensificam a formação de eritrócitos. 
 Anemias: Perda ou prejuízo na formação dos eritrócitos, hemoglobina 
ou de ambos. 
 
O sangue é composto de duas partes, uma parte líquida e outra de 
elementos figurados ou sólidos. 
Contagem de hemáceas: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 75 
 
Valor abaixo do estipulado denomina-se hipoglobulia e caracteriza uma 
anemia que pode ou não estar associada a uma queda na taxa de hemoglobina 
(Hb). A hemoglobina é uma proteína conjugada que tem como principal função 
transportar O2 e CO2 pelo organismo. É expressa em gramas por 100 ml de sangue 
(g/dl). São valores normais: 13 a 16 g/dl para homens, 11,5 a 14 g/dl para 
mulheres e 11 a 13 g/dl para crianças. 
 
Hematócrito (Ht): 
 
É o valor percentual de hemáceas em 100 ml de sangue. São considerados 
valores normais: 
 Homens: 40 a 52%; 
 Mulheres: 37 a 43%; 
 Crianças: 35 a 39%; 
 Recém-natos: 60 a 62%. 
 
Valores diminuídos podem estar associados a anemias, descompensação 
cardíaca, gravidez e hiper-hidratação. 
Valores aumentados podem ocorrer em casos de policitemia e desidratação. 
 
Importância fisioterapêutica (Ht). 
 Critério de transfusão sanguínea em pacientes cardiopatas ou 
pneumopatas pode ser um fator complicador uma congestão pós-transfusão, 
necessitando de intervenção do fisioterapeuta para eleger uma pressão positiva até 
a estabilização do quadro. A congestão pulmonar é provocada nesse caso por uma 
sobrecarga de volume circulatório, sendo provocado pela transfusão, que acaba por 
acometer os pulmões gerando desconforto respiratório. Assim, o uso de CPAP pode 
minimizar este desconforto evitando maiores consequências como uma intubação. 
 Anemias podem gerar sinais de desconforto respiratório e o 
fisioterapeuta deve saber diferenciar as diversas causas de desconforto e esta não 
tem como intervir, apenas dar suporte de O2 até a transfusão e normalização dos 
valores. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 76 
 
 Parâmetro de desmame da ventilação mecânica e do O2. Determina 
diferentes condutas ao fisioterapeuta. 
 
Interpretação da Série branca: 
 
Contagem global de leucócitos 
 
É o método de contagem utilizado para verificar a quantidade de leucócitos 
em 1mm3 de sangue. Valores de referência (adultos 5000 a 10000/mm3 e 
crianças 6000 a 14000 /mm3). 
Leucopenia: redução dos valores de leucócitos abaixo de 5000/mm3, pode 
acontecer em situações como rubéola, HIV, mononucleose, dengue e febre tifoide. 
Leucocitose: aumento no valor de leucócitos acima de 10000 mm3, mais 
comum em processos bacterianos como pneumonias, meningites, hemorragias, 
abdômen agudo, traumas recentes com edema, etc. 
 
Contagem específica de leucócitos: 
 
Eosinófilos (2 a 4%) 
Neutrófilos: Mielócitos (0%) 
 Metamielócitos (0 a 1%) 
 Bastões ou bastonetes (2 a 5%) 
 Segmentados (55 a 65%) 
Basófilos (0 a 1%) 
Linfócitos (21 a 35%) 
Monócitos (4 a 8%) 
 
Importância fisioterapêutica: diagnóstico de infecções, alergias e inflamações 
que possam justificar sintomas respiratórios ou sistêmicos que interfiram na 
respiração. 
 
Plaquetometria: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 77 
 
É a contagem do número de plaquetas por mm3 de sangue. São valores de 
referência: 200.000 a 400.000/mm3. 
 
Trombocitose é o aumento do número de plaquetas decorrente de 
diversas causas: 
 
 Grandes estímulos medulares; 
 Após hemorragias ou transfusões; 
 Infecções; 
 Cólera, valvopatias, leucemia mieloide crônica, dengue, policitemia Vera, 
etc. 
Trombocitopenia é a redução do número de plaquetas causado por: 
 
 Sofrimento medular; 
 Pneumonias, leucemias, desnutrição grave, meningite, endocardite 
crônica; 
 Distúrbios de coagulação e sob o uso de anticoagulantes. 
 
Importância fisioterapêutica 
 
O número de plaquetas é de suma importância para o fisioterapeuta, pois 
valor inferior a 50.000/mm3 aumenta a probabilidade de sangramentos e valor 
<20.000 pode haver sangramento espontâneo. Esses dados trazem a necessidade 
de uma avaliação minuciosa para pesar risco e benefício da terapia nestes 
momentos. 
 
 
10.3 GLICOSE 
 
 
É a principal fonte de energia do organismo, sendo produto final do 
metabolismo de açúcares e carboidratos. A análise da glicemia é importante para 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 78 
diagnóstico e monitoramento terapêutico da diabetes melitus. 
Valores de referência: 
Recém-natos  40 a 80mg/dl 
Crianças  60 a 100mg/dl 
Adultos  70 a 110 mg/dl 
 
Importância fisioterapêutica 
Pacientes diabéticos: 
 Maior risco de TVP (trombose venosa profunda) e TEP (tromboembolismo 
pulmonar); 
 Maior fadigabilidade devido à alteração de irrigação arterial dos membros 
inferiores (claudicação); 
 Risco de lipotímia na presença de hipoglicemia; 
 Risco de convulsões. 
 
 
11 UREIA E CREATININA 
 
Ureia 
 
É o metabólito principal resultante do catabolismo proteico (principal fonte de 
eliminação do nitrogênio e disseminação de aminoácidos). É produzida pelo fígado e 
passa para a circulação sanguínea para ser degradada ao nível intersticial e 
eliminada pelo suor, trato gastrointestinal e rins. 
 
 
Valores de referência: 10 a 45 mg/dl. 
 
 
Os valores podem estar aumentados (uremia) nos casos de desidratação, 
febre, estresse, queimaduras, hemorragias gastrointestinais, diabetes, insuficiência 
renal, nefropatias, insuficiência cardíaca e obstrução do trato urinário por litíase ou 
obstrução prostática. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 79 
Os valores podem estar diminuídos em casos de insuficiência hepática 
aguda, dietas hipoproteicas, caquexia, gravidez e doença celíaca1. 
 
Creatinina 
 
É um produto metabólico formado pela descarboxilação da creatina-fosfato 
no músculo. É filtrada no glomérulo e seu aumento só é observado após o aumento 
da ureia e seu aumento ocorre quando há aproximadamentemetade ou mais de 
néfrons comprometidos. 
Valores de referência: Crianças  0,3 a 0,7 mg/dl 
 Adultos  0,5 a 1,3 mg/dl 
 
Os valores podem estar aumentados nos casos de redução do fluxo 
sanguíneo renal (ICC, Choque e desidratação), insuficiência renal, uso de drogas e 
nas obstruções do trato urinário. A diminuição dos valores pode ocorrer nos casos 
de desnutrição grave, doença hepática grave, baixo desenvolvimento pondero-
estatural e em pessoas com pouca massa muscular. 
 
Importância fisioterapêutica ureia e creatinina 
 
 Risco de falha no desmame ventilatório; 
 Risco de congestão pulmonar. 
 
 
 
11.1 SÓDIO E POTÁSSIO 
 
 
Sódio 
É o maior cátion do líquido extracelular e desempenha papel fundamental na 
distribuição da água corporal. 
 
Valores de referência: 136 a 146mEq/L 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 80 
Hipernatremia valores aumentados pode ocorrer por desidratação, 
diabetes, acidose diabética e outras. 
Hiponatremia baixa ingestão de sódio, uso abusivo de diuréticos, 
hipotireoidismo, hipoproteinemia, cirrose, síndrome nefrótica e ICC (insuficiência 
cardíaca congestiva)1. 
 
Importância fisioterapêutica 
 
 Risco de oscilação da pressão arterial. 
 
Potássio 
 
É o principal cátion do líquido intracelular. As variações da concentração de 
potássio alteram diretamente a capacidade de contração muscular. Valores 
inferiores a 3,0 e maiores 6,0 mEq/L são associados a sintomas neuromusculares e 
alterações de ritmo cardíaco. 
Valores de referência: 
Adultos: 3,5 a 5,3 mEq/L e RN: 3,7 a 5,9 mEq/L 
 
Importância fisioterapêutica 
 
 Risco de arritmias cardíacas; 
 Distúrbios neuromusculares. 
 
 
11.2 ENZIMAS CARDÍACAS 
 
 
É um conjunto de dosagens enzimáticas que tem o intuito de auxiliar no 
diagnóstico e/ou monitoramento e tratamento de lesões da musculatura cardíaca1. 
 
Creatinoquinase (CK) 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 81 
Enzima de origem essencialmente muscular encontrada nos 
musculoesqueléticos, miocárdio e cérebro que cataliza a fosforilação reversível da 
creatina por ATP. Começa elevar-se de 4 a 6 horas após episódio agudo, atingindo 
o pico em até 36 horas. Retorna ao normal em até cinco dias. 
 
Valores de referência: homens até 183U/L e mulheres até 165U/L. 
 
Valores aumentados IAM, lesões de musculatura esquelética, pós-
operatório de cirurgia cardíaca, miopatias congênitas e adquiridas, AVE, exercícios 
físicos extenuantes, hipotireoidismo, doenças infecciosas, TEP, febre, convulsões e 
neoplasias. 
 
(CKMB)-Creatinoquinase fração MB 
 
É uma isoenzima do CK encontrada exclusivamente na musculatura 
miocárdica. O nível de CKMB começa elevar-se 3 a 6 horas antes do início do IAM e 
atinge seu pico em 12 a 24 horas. Retorna ao normal em aproximadamente 48 
horas. 
Valores de referência: até 25U/L 
Valores Aumentados IAM, miocardites e pós-operatório de cirurgias 
cardíacas. 
 
Mioglobina 
É uma proteína encontrada na musculatura esquelética e miocárdica. É um 
marcador não específico encontrado no sangue após IAM (1 a 4 horas), que retorna 
aos valores normais dentro de aproximadamente 24 horas. 
 
Valores de referência: até 90 g/L. 
Valores aumentados em traumas musculares, injeções intramusculares, 
miopatias, uremias IAM e pós-operatório de cirurgias cardíacas1. 
 
Troponina I 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 82 
É uma proteína muscular cardíaca que se rompe em resposta a danos 
miocárdicos e seus componentes são liberados na corrente sanguínea em 
aproximadamente 4 a 6 horas após IAM. 
 
Valores de referência: <2,0g/ml. 
Valores aumentados: IAM, pós-operatórios de cirurgia cardíaca. 
 
Importância fisioterapêutica 
 
 Monitorização das atividades de reabilitação e pós-operatório de 
cirurgia cardíaca. 
 
 
11.3 GASOMETRIA ARTERIAL 
 
 
O diagnóstico do distúrbio ácido-básico pela gasometria necessita apenas 
de três parâmetros: pH, PCO2 e HCO3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
 
FIGURA 64 - DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS E METABÓLICOS 
 
 
FONTE: Medcurso “Do internato a residência” – A interpretação da gasometria arterial, capítulo 3 pág 
38
2
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Valores normais: 
pH= 7,35 a 7,45 
PCO2= 35 a 45 mmHg 
PO2= 80 a 100 mmHg 
HCO3= 22 a 26 mEq/L 
BE= - 5 a +5 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 84 
 
12 FISIOTERAPIA NO PACIENTE CRÍTICO (UTI) 
 
 
A doença grave pode durar de horas a meses e está diretamente 
relacionada à fisiopatologia e a resposta ao tratamento. A evolução da medicina 
intensiva integrada à equipe multiprofissional aumentou significantemente a 
sobrevida dos pacientes críticos. 
A permanência prolongada na unidade de terapia intensiva (UTI) acarreta 
complicações decorrentes da imobilidade como descondicionamento físico, fraqueza 
muscular, dispneia, depressão, ansiedade e redução da percepção da qualidade de 
vida. 
O fisioterapeuta está envolvido na recuperação de pacientes em condições 
respiratória agudas, subagudas e crônicas e na prevenção e tratamento das 
sequelas do imobilismo. As três grandes áreas de relevância clínica para a 
fisioterapia são: 
 Complicações relacionadas ao descondicionamento; 
 Condições respiratórias como retenção de secreções, atelectasias, 
pneumonias, lesão pulmonar aguda, trauma, prevenção de IOT e falha no desmame 
da ventilação mecânica; 
 Problemas emocionais e de comunicação. 
 
FIGURA 65 - LEITO DE UTI 
 
 
FONTE: (arquivo pessoal). 
 
Bombas para 
infusão de 
medicamentos 
Monitor de 
ECG 
Ventilador 
mecânico 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 85 
 
12.1 INTERVENÇÕES 
 
 
As condutas fisioterapêuticas são cada vez menos guiadas pelo diagnóstico 
clínico e mais guiadas pelas deficiências e capacidade funcional (diagnóstico 
disfuncional). O fisioterapeuta deve ser capacitado para identificar e priorizar 
objetivos e parâmetros de tratamento que sejam seguros a condição do paciente sob 
constante monitorização dos sinais vitais3. 
 
Recomendações: 
 A prioridade do tratamento deve ser determinar a causa da disfunção e 
qual o tratamento apropriado; 
 A monitorização dos sinais vitais durante a intervenção para que a terapia 
seja eficaz e segura ao paciente. 
A doença grave é frequentemente associada à permanência prolongada no 
leito, e é bem documentado o efeito deletério do imobilismo. Normalmente o 
paciente crítico é considerado “doente demais” para tolerar qualquer nível de 
atividade física precoce e a imobilização é inevitavelmente prolongada. Toda essa 
situação se torna mais um fator complicador ao curso da doença. 
A mobilização precoce como vem sido mostrado há 30 anos pode reduzir o 
tempo de ventilação mecânica além de ser à base da recuperação funcional. Cada 
vez mais a atividade física precoce no doente crítico tem se mostrado segura 
quando iniciada após a estabilização hemodinâmica. Na UTI a prescrição de 
exercícios é totalmente baseada na clínica do paciente e quando se pesa os riscos e 
benefícios da mobilização precoce, não há efeitos deletérios da prática relatada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 86 
12.2 POSICIONAMENTO 
 
 
Deve ser usado para aliviar o efeito da gravidade sobre determinadas 
regiões e evitar posturas em que haja favorecimento de deformidades, 
encurtamentos e escaras. O posicionamento também pode otimizar técnicas de 
reexpansão pulmonare facilitar a respiração3. 
 
 
FIGURA 66 - PACIENTE MAL POSICIONADO COM PREJUÍZO NO VOLUME 
EXALADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: (Arquivo pessoal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 87 
FIGURA 67 - PACIENTE APÓS REPOSICIONAMENTO COM GANHO NO VOLUME 
EXALADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: (Arquivo pessoal). 
 
 
Em casos de atelectasias, deve-se posicionar o pulmão acometido de modo 
a favorecer a entrada de ar pela redução da resistência. Por exemplo: se o pulmão 
direito for o acometido, deve-se posicionar este pulmão para cima e o paciente deve 
ficar em decúbito lateral esquerdo. Em casos de desconforto respiratório, o ideal é 
favorecer a ação do músculo diafragma, neste caso o decúbito elevado ou sentado 
melhora a mecânica diafragmática pela redução do peso das vísceras abdominais 
que acabam empurrando o diafragma nas posições supino e lateral. 
 
 
12.3 MOBILIZAÇÃO 
 
 
Por várias décadas a mobilização tem feito parte do tratamento 
fisioterapêutico aplicado ao doente crítico. Essa se refere a uma atividade física 
suficiente para provocar efeitos fisiológicos agudos como melhora da ventilação, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 88 
perfusão central e periférica, circulação, metabolismo muscular e prevenção de 
estase venosa e trombose venosa profunda. 
A estratégia é conciliar repetição com intensidade incluindo movimentos 
ativos e passivos e movimentações no leito, exercícios ativos assistidos e ativos 
livre, sentar no leito com as pernas para fora, ortostatismo, transferência da cama 
para cadeiras, exercícios com a cadeira e deambulação. Essas atividades são 
seguras e de fácil execução para serem aplicadas precocemente. 
Para pacientes lesados medular, a utilização de cintas abdominais melhora a 
capacidade vital e otimiza os exercícios respiratórios. 
A VNI pode ser utilizada durante os exercícios para maior tolerância aos 
mesmos. Para pacientes recém-desmamados da VM, os exercícios com membros 
superiores aumentam os efeitos da fisioterapia respiratória para endurance e 
tolerância a dispneia3. 
 
 
FIGURA 68 - MOBILIZAÇÃO PASSIVA NO PACIENTE DE UTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: (Arquivo pessoal). 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 89 
 
Recomendações: 
 
 Mobilização ativa ou passiva e treinamento muscular devem ser 
instituídos precocemente no paciente de UTI. 
 Posicionamento, órteses, mobilização passiva e alongamentos devem 
ser utilizados para preservar a ADM articular e alongamento muscular em pacientes 
incapacitados de se movimentarem ativamente. 
 Estimulação elétrica muscular deve ser indicada quando há 
disponibilidade de equipamento para pacientes incapacitados de se movimentarem 
ativamente com alto risco de disfunção muscular. 
 Técnicas de posicionamento e transferências de pacientes devem ser 
realizadas pela equipe multiprofissional para se evitar acidentes com sondas e 
cateteres. 
 O fisioterapeuta deve ser responsável pela prescrição e implementação 
de exercícios em conjunto com os demais fisioterapeutas da equipe e com a equipe 
médica responsável. 
 
 
FIGURA 69 - MOBILIZAÇÃO ATIVA NO PACIENTE DE UTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: (Arquivo pessoal). 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 90 
 
 
12.4 CONDIÇÕES RESPIRATÓRIAS 
 
 
As disfunções respiratórias são as causas mais comuns de doença grave 
com necessidade de internação em UTI. 
Os principais objetivos da fisioterapia na disfunção respiratória são melhorar 
a ventilação regional, melhorar a complacência, reduzir a resistência e 
consequentemente o trabalho respiratório e impedir o acúmulo de secreções e uma 
consequente infecção pulmonar. 
O posicionamento e a mobilização são ótimas opções de tratamento para 
otimizar a oxigenação e a ventilação e reduzir distúrbio V/Q (ventilação/perfusão). 
Existem diversos fatores que interferem no clearance mucociliar, por isso é 
importante identificá-los para eleger a melhor técnica de tratamento. 
Para pacientes não intubados, o objetivo é o aumento do volume pulmonar 
para melhora da expansão, redução da resistência e melhora da complacência. São 
recomendações: 
 Aumento do volume inspiratório para aumento do fluxo expiratório 
forçado e tosse eficaz; 
 Tosse assistida manual ou mecanicamente deve ser utilizada para 
pacientes não intubados com fraqueza muscular. A tosse assistida manual é 
realizada com o terapeuta realizando uma compressão torácica ou abdominal 
durante a tosse solicitada ao paciente. A mecânica é realizada com um equipamento 
“máquina de tosse” por meio de uma máscara que gera uma pressão positiva 
seguida de uma negativa auxiliando a expectoração. 
 Aspiração nasotraqueal deve ser utilizada quando falhar os outros 
métodos de remoção de secreção, porém, deve-se ter muita cautela em pacientes 
anticoagulados com risco de sangramentos, lesões de tecidos moles e cirurgias 
recentes de vias aéreas superiores. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 91 
 
FIGURA 70 - MÁQUINA DE TOSSE (IN-EXSUFLATOR). 
 
FONTE: Disponível em: <www.osp-zuim.lj.edus.si>. Acesso em: 30 de Dezembro 2012. 
. 
 
 
Para pacientes intubados ou traqueostomizados, os objetivos principais são 
prevenir atelectasias, reexpansão de áreas colapsadas do pulmão, melhorar 
oxigenação, complacência pulmonar e facilitar a drenagem de secreções para as 
vias aéreas mais centrais. 3 
 
Recomendações: 
 Posicionamento e mobilização; 
 Hiperventilação manual com AMBU e aspiração das secreções; 
 A hiperventilação deve ser utilizada com cautela em pacientes com 
risco de barotrauma ou volutrauma, ou que estejam hemodinamicamente instáveis; 
 Cuidado para não hipoventilar ou hiperventilar demais o paciente; 
 As pressões de vias aéreas devem ser mantidas em níveis seguros 
como determina o consenso de ventilação mecânica; 
 Prevenir as alterações decorrentes da aspiração sempre pré-
oxigenando o paciente e otimizando sedação; 
 Avaliar a necessidade de sistema fechado de aspiração para pacientes 
graves como a síndrome do desconforto respiratório onde tem que se evitar a 
despressurização do sistema. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 92 
Complicações decorrentes de uma intubação orotraqueal e ventilação 
mecânica são comuns e o desmame da ventilação pode ser um grande desafio para 
equipe de fisioterapia de um hospital, então o fisioterapeuta deve tentar ao máximo 
evitar uma intubação. As estratégias vão variar de acordo com o desbalanço entre 
trabalho e capacidade muscular. A fisioterapia pode ajudar a reduzir o trabalho 
respiratório com a remoção de secreções, reexpansão de áreas colapsadas e 
assistência ventilatória não invasiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O desbalanço entre demanda e capacidade muscular determina a 
insuficiência respiratória. 
 
Recomendações: 
 Posicionamento em decúbito elevado deve ser utilizado para otimizar a 
ação muscular e a mecânica respiratória em pacientes com insuficiência respiratória; 
 VNI ou CPAP deve ser utilizado em edema agudo pulmonar cardiogênico 
e na agudização de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); 
 VNI pode ser utilizada em pacientes selecionados em casos de 
insuficiência respiratória aguda e em complicações musculoesquelético, alterações 
da parede torácica e fraqueza muscular. 
Uma parte dos pacientes pode falhar no desmame da ventilação mecânica e 
quando essa situação acontece o fisioterapeuta passa a terque solucionar alguns 
problemas decorrentes desta falha. 
 
Recomendações: 
 É fundamental o seguimento de um protocolo de desmame da VM para 
o sucesso do mesmo; 
Capacidade muscular: 
 Fraqueza; 
 Drogas; 
 Alteração 
morfológica. 
Trabalho muscular 
 Elástico – 
parênquima 
 Resistivo – vias 
aéreas 
 
 
 
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 93 
 Para pacientes que falham no desmame por fraqueza muscular 
respiratória, o treinamento muscular específico deve ser considerado; 
 VNI pode ser considerada uma estratégia de desmame para um grupo 
selecionado de pacientes com retenção de CO2 (Hipercapnia); 
 Pacientes com risco de falência respiratória pós-extubação, a VNI deve 
ser considerada; 
 A fisioterapia respiratória é fundamental para pacientes recém-
extubados e decanulados. 
 
 
13 GASOTERAPIA 
 
13.1 OXIGENOTERAPIA 
 
O efeito do O2 nos pulmões vem sendo estudado há muitos anos, e sabe-se 
que as lesões são resultantes da exposição prolongada a altas concentrações de 
oxigênio (acima de 60%). Normalmente se observa uma redução da complacência 
pulmonar e da capacidade vital. 
As lesões histológicas são diretamente relacionadas ao tempo de terapia. As 
lesões iniciais são congestão e em algumas vezes hemorragia alveolar 
acompanhada por exsudato intra-alveolar e formação de membrana hialina. Estudos 
em cadáveres mostraram um adelgaçamento do septo interalveolar e deposição de 
colágeno e proliferação de fibroblastos no interstício. 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 94 
FIGURA 71 - EXSUDATO ALVEOLAR E CONGESTÃO TECIDUAL 
 
FONTE: Claireaux
4
 
 
 
FIGURA 72 - INÍCIO DA FORMAÇÃO DA MEMBRANA HIALINA 
 
FONTE: Claireaux
4
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 95 
FIGURA 73 - MEMBRANA HIALINA FORMADA 
 
FONTE: Claireaux
4
 
 
 
FIGURA 74 - ADELGAÇAMENTO DA PAREDE INTRA-ALVEOLAR 
 
 
 
FONTE: Claireaux
4 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 96 
 
FIGURA 75 - ESPESSAMENTO DO TECIDO COM DEPOSIÇÃO DE COLÁGENO 
 
 
 
FONTE: Claireaux
4
 
 
 
FIGURA 76 - FIBROSE TECIDUAL 
 
 
FONTE: Claireaux
4
 
 
 
Oxigenoterapia consiste na administração de O2 em uma concentração de 
pressão superior à encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar a 
deficiência de O2 ou hipóxia. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 97 
Sistemas de administração de O2 
Baixo fluxo: São classificados dessa forma, pois o volume minuto do 
paciente pode interferir na concentração de gás ofertada. Os dispositivos que fazem 
parte deste grupo são: (Dean Hess). 
Cateter nasal: Permite fluxos de até 6l/min de O2 que equivale a uma fração 
inspirada máxima (FiO2) de 0,4 ou 40%. 
 
 
FIGURA 77 - CATETERES DE O2 DE VIA ÚNICA E TIPO ÓCULOS 
 
FONTES: Disponível em: <www.fisiorespiratoria.com.br e www.medsonda.com.br>. Acesso em: : 30 
de Dezembro 2012. 
 
 
 
 
FIGURA 78 - LACTENTE COM CATETER DE O2 PARANASAL 
 
 
FONTE: arquivo pessoal. 
 
 
Máscara com reservatório: Apesar de ofertarem maiores concentrações de 
O2 (próximo de100%), este sistema é considerado de baixo fluxo por apresentar 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 98 
variação da fração inspirada ofertada pelo volume minuto. Podem ser de reinalação 
parcial e de não reinalação e permitem fluxos de até 15l/min. 
 
 
FIGURA 79 - MÁSCARA COM RESERVATÓRIO 
 
 
FONTES: Disponível em: <www.medicinaintensiva.com.br, www.kithelp.com e 
www.airproducts.com>. Acesso em: 30 de Dezembro 2012. 
 
 
 
Máscara de nebulização e inalação com O2: A máscara permite fluxo até 
15l/min com FiO2 próxima de 0,6 e o inalador, fluxo ideal é de 6l/min para uma névoa 
eficiente para nebulização de medicamentos. Em lactentes, existe a opção da 
nebulização à distância ou vaporjet, que é o circuito da figura 80 apenas sem a 
máscara transparente. 
 
 
FIGURA 80 - MÁSCARA DE NEBULIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
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 99 
FONTE: Disponível em: <www.newmed.com>. Acesso em: 30 de Dezembro 2012. 
 
 
 
 
FIGURA 81 - INALADOR PARA REDE DE O2 
 
FONTE: Disponível em: <www.fisiorespiratoria.com.br>. Acesso em: 30 de Dezembro 2012. 
 
 
 
 
Alto fluxo: São sistemas onde a FiO2 é fixa, não há interferência do volume 
minuto do paciente. 
Máscara de Venturi: Sistema de arraste de ar, com peças que permitem FiO2 
fixas. Cada cor corresponde a uma concentração diferente de O2. Deve-se utilizar o 
fluxo de O2 que está descrito na peça escolhida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 100 
FIGURA 82 - MÁSCARA DE VENTURI NO PACIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.airproducts.com>. Acesso em: 30 de Dezembro 2012. 
 
 
 
FIGURA 83 - CADA PEÇA COLORIDA CORRESPONDE A UMA FIO2 DIFERENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.airproducts.com>. Acesso em: 30 de Dezembro 2012. 
 
 
Capacete ou capuz: Fornece concentrações precisas de O2. é utilizado em 
pediatria e neonatologia, porém, deve ser indicado para crianças que exijam pouca 
manipulação para evitar oscilações bruscas da FiO2. 
 
 
 
 
 
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 101 
FIGURA 84 - CAPACETE OU CAPUZ DE O2 
 
FONTE: Frey
6
. 
 
 
 
 
Formas de armazenamento: 
Cilindros 
 
FIGURA 85 
 
 
Concentradores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 102 
 
 
 
FIGURA 86 FIGURA 87 
 
 
 
 
 
Oxigênio líquido 
 
 
 
 
FONTE: J. Pneumologia vol.26 nº 6 São Paulo. Nov/Dec.2000 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 103 
 
 
FIGURA 88 
 
Cilindro de O2 líquido domiciliar 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 89 
 
 
 
FONTE: J. Pneumologia vol.26 no.6 São Paulo. Nov/Dec. 2000 
 
 
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 104 
 
13.2 HELIOX 
 
O uso de heliox (He/O2) na prática clínica não é um conceito novo, antes do 
advento dos broncodilatadores, Barach no início dos anos 30, já aventava a hipótese 
da utilização de heliox para pacientes obstrutivos. 
 
Considerações teóricas: 
O gás hélio (He) é inodoro, incolor e biologicamente inerte. Clinicamente o 
que pode ser explorado são as propriedades físicas deste gás. O He é menos denso 
e mais viscoso do que o ar ambiente, O2 ou nitrogênio. As propriedades físicas deste 
gás dependem da proporção presente na mistura. 
A inalação de heliox irá influenciar a mecânica e alterar a convecção dos 
gases nas vias aéreas. O gás para entrar nos alvéolos depende da alteração da 
pressão transpulmonar que permite que ocorra a convecção do ar nas vias aéreas e 
a consequente renovação do gás alveolar. A convecção é altamente dependente da 
resistência destas vias aéreas. A resistência é resultado da configuração anatômica 
e das propriedades físicas do gás inalado. As vias aéreas podem ser comparadas a 
encanamentos com vários tipos de padrão de fluxo aéreo, como laminar, turbulento 
e transicional. O tipo de fluxo pode ser baseado no número de Reynolds (R). Um 
R<2000 sugere um fluxo laminar e acima de 4000 turbulento. 
A pressão necessária para gerar um fluxo gasoso no interior das vias aéreas 
é diretamente proporcional ao comprimento e inversamente proporcional ao raio a 
quarta potência. (Lei de Poiseuille). 
Clinicamente a inalação do heliox reduz a resistência inspiratória e 
expiratória e consequentemente reduz o trabalho respiratório e a energia gasta para 
ventilação, além deotimizar a administração de medicamentos por via inalatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 105 
 
FIGURA 90 - DIFERENÇA DAS DENSIDADES 
 
Linha tracejada Nitrogênio-O2 e linha contínua Heliox. Com o aumento da concentração de 
O2 na mistura de He, a densidade do Heliox tende a se aproximar a do ar ambiente. 
FONTE: Gainnier
7
 
 
 
Indicações 
 
 Obstrução aguda de vias aéreas superiores; 
 Laringite em crianças; 
 Obstrução fixa de vias aéreas por tumores. 
 
O Heliox pode ser utilizado como uma ponte terapêutica até que o 
tratamento definitivo faça efeito. Ainda faltam estudos no assunto para fundamentar 
melhor sua indicação. 
 
 
13.3 OXIDO NÍTRICO INALATÓRIO 
 
O óxido nítrico (NO) é um radical livre, gasoso, inorgânico, incolor, que 
possui sete elétrons do nitrogênio e oito do oxigênio, tendo um elétron 
desemparelhado. Até meados da década de 1980 o NO era considerado apenas 
membro de uma família de poluentes ambientais indesejáveis e carcinógenos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 106 
potenciais. Atualmente o NO constitui um dos mais importantes mediadores de 
processos intra e extracelulares. 
O NO apresenta um papel de grande importância na proteção dos vasos 
sanguíneos. Constitui um importante mediador citotóxico de células imunes efetoras 
ativadas capazes de destruir patógenos e células tumorais. Possui, ainda, um papel 
como mensageiro/modulador em diversos processos biológicos essenciais. 8 
A ação do óxido nítrico se justifica por ser um gás, que na forma inalatória, 
se comporta como um vasodilatador pulmonar seletivo. O NO dentro do alvéolo se 
difunde rapidamente através da membrana alveolocapilar, provocando o 
relaxamento da musculatura lisa do vaso da circulação pulmonar. 9 
 
Benefícios: 
 Vasodilatador seletivo: 
– Somente atua sobre os alvéolos ventilados; 
 Melhoria da oxigenação; 
 Melhoria do shunt intrapulmonar; 
 Desmame para retirar o gás. 
 
Indicações: 
 Hipertensão pulmonar primária (HPP); 
 Hipertensão pulmonar persistente do Neonato (HPPN); 
 Hipertensão pulmonar secundária a cardiopatias congênitas e pré-
transplante cardíaco ou pulmonar; 
 Pós-transplante de coração e pulmão. 
 
Segurança: 
 
Instituto da Segurança Ocupacional e Administração da Saúde dos EUA; 
–25 ppm NO por 8 horas por dia de trabalho; 
–5 ppm NO2 por 8 horas por dia de trabalho; 
Consenso dos Médicos Brasileiros; 
3 ppm de NO2 por 8 horas por dia de trabalho. 
 
 
 
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 107 
 
 
FIGURA 91 - ESQUEMA DE MONTAGEM DO SISTEMA DE NO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Air liquid Medicine. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO III

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