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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – Campus Vitória “O Show do Truman” e a Filosofia Truman Burbank (Jim Carrey) é um homem que tem sua vida filmada 24 horas por dia e 7 dias por semana interruptamente desde o início da sua vida. Acontece que ele foi o "sorteado" entre cinco recém-nascidos para um reality show colossal que se propôs a ser o "primeiro show real" da história. E para a ideia de Christof (Ed Harris) de reprodução da era moderna funcionar, foi construído um gigantesco estúdio cinematográfico do mundo, a ilha chamada Seaheaven (que ao lado da Muralha da China são as únicas construções vistas da Lua) com toda a concepção de mundo real. Casas, ruas, sol, mar. Tudo ali é "fabricado" artificialmente da forma mais crível possível para simular uma vida real que Truman se sinta confortável para ser fadado a viver e não querer sair disso. É um mundo dentro de outro mundo com uma verossimilhança assustadora com cerca de 5 mil câmeras espalhadas ao seu redor e milhares de figurantes que interagem com Truman dentro de um roteiro pré estabelecido e podem ir e vir de acordo com sua necessidade, menos Truman, claro, que é a estrela do show. O filme começa a partir do episódio 10.909, onde Truman começa a revelar uma crise existencial, não aceitando mais aquele cotidiano que é apresentado a ele. A trama pode ser comparada na filosofia com as áreas de pensamentos de diversos filósofos. O primeiro fator mais pertinente a ser trabalhado é a crise existencial do Truman, que é um membro importante dos pensamentos existencialistas, e como seguinte, podemos tomar o conceito de angústia dito por Heidegger, que se faz presente quando o homem desperta para a consciência da vida e percebe que ela não tem sentido ou uma finalidade. Podemos comparar também com o pensamento do filósofo René Descartes, no momento em que Truman, a partir de erros técnicos de gravação, percebe que o mundo em que habita pode não ser tão real quanto parece, e assim é sujeito a duvidar de tudo, assim como dizia Descartes. “Já se passaram vários anos desde que me dei conta de que havia aceitado, mesmo desde a minha juventude, muitas opiniões falsas como verdadeiras, e que, consequentemente, o que depois baseei em tais princípios era altamente duvidoso; e desde aquela época eu estava convencido da necessidade de me comprometer uma vez em minha vida de me livrar de todas as opiniões que eu havia adotado, e de começar outra vez o trabalho de construir desde a fundação...” (René Descartes, Meditation I, 1641) Agora, coloquemos os pensamentos de Immanuel Kant em destaque. O princípio da dignidade da pessoa humana é um valor moral e espiritual inerente à pessoa, ou seja, todo ser humano é dotado desse preceito, e tal constitui o princípio máximo do estado democrático de direito. O filósofo Kant, vem falar que na dignidade humana as pessoas deveriam ser tratadas como um fim em si mesmas, e não como um meio (objetos), e que assim formulou tal princípio: "No reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma dignidade." (KANT. Idem, p 65.) No contexto do longa, Truman não possui dignidade humana, pois ele é usado como um meio de um reality show ganhar fama. Por fim, Jean-Paul Sartre também é comparado, já que um dos conceitos fundamentais da filosofia existencialista sartriana é o de liberdade, uma vez que, para o filósofo, o homem está condenado a ser livre e toda a sua existência decorre desta condição. Mas no contexto do filme, Truman agiu sobre sua vontade própria, mas ao mesmo tempo, como seu “mundo real” era manipulado, o direito da liberdade lhe é negada, o que vai contra os pensamentos de Sartre, no qual ele diz que não há nada que possa eximir o homem da sua condição de ser livre. Aluna: Júlya Gabriella A. de Paiva Turma: IV ‘F’ https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_democr%C3%A1tico_de_direito
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