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1 Cadeia de Suprimentos – Introdução A busca pela eficiência e eficácia, melhoria contínua nos processos, redução das incertezas de fornecimento e entrega de mercadorias e satisfação das necessidades dos consumidores, são objetivos perseguidos pelas empresas que aceitaram o desafio de competir no mercado globalizado. Nos tempos atuais muito se fala em Gestão da Cadeia de Suprimentos. Existe uma grande diferença entre logística e cadeia de suprimento. A logística, como vimos anteriormente, trata da movimentação e da armazenagem de produtos e, para tais operações, utiliza modais de transporte, sistemas de informação, recursos humanos e outras ferramentas para executar suas actividades. Desse modo, a logística é apenas uma parcela envolvida com as actividades existentes em uma cadeia de suprimentos. “Logística é a parte dos processos da cadeia de suprimentos que planeia, implementa e controla o efetivo fluxo e estocagem de bens, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender as necessidades dos clientes.” (Council of Supply Chain Management Professionals, 2013). O que é uma cadeia de suprimentos? Segundo Pires apud Monteiro (2006), uma cadeia de suprimentos pode ser definida como a integração dos processos de negócio desde a aquisição de matéria-prima até o consumo do produto final, envolvendo fornecedores e clientes. A cadeia de suprimentos não inclui apenas fabricantes e fornecedores, mas também distribuidores, varejistas e os próprios clientes. Uma cadeia de suprimentos é, na verdade uma rede de empresas. Hausman (2000), cadeia de suprimentos pode ser definida como um grupo de empresas interligadas por vários processos, e assim obter o produto final. “Uma cadeia de suprimento engloba todos os estágios envolvidos, diretamente ou indiretamente no atendimento de um pedido de um cliente.” (Chopra, Meindl 2002). 2 Cadeias de suprimentos se iniciam nas matérias-primas ainda não processadas e terminam no cliente final usando os produtos oferecidos pela cadeia. Neste sentido, uma cadeia de suprimentos liga diversas empresas, pelas quais fluem materiais e informações. Todos os distribuidores, prestadores de serviços e até mesmo os clientes são considerados elos da cadeia de suprimentos. Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management – SCM) A gestão da cadeia de suprimentos é uma ferramenta eficiente que possibilita a uma empresa colocar-se a frente de seus concorrentes no mercado global, reduzindo custos operacionais, aproximando-as de seus fornecedores buscando melhorias tanto na qualidade dos serviços prestados como na redução de custos operacionais e nos conflitos de informações gerados ao longo de toda cadeia de suprimentos. Para o Supply Chain Council, uma Cadeia de Suprimentos abrange todos os esforços envolvidos na produção e liberação de um produto final, desde o, (primeiro) fornecedor do fornecedor até o (ultimo) cliente do cliente, quatro processos básicos definem esses esforços, que são: Planear (plan), abastecer (source), fazer (make) e entregar (delivery). 3 A gestão da cadeia de suprimentos é uma actividade complexa e multidisciplinar (áreas de administração, estatística, engenharia, etc.). Gerir adequadamente a cadeia é vital para o sucesso organizacional, isso porque as empresas hoje competem entre cadeias de suprimentos. A gestão de uma cadeia de suprimentos envolve o planeamento e gestão de todas as actividades de aquisição, compras e produção, bem como todas as outras actividades logísticas. Mais importante que isso, gerenciar uma cadeia de suprimentos envolve a coordenação e colaboração com parceiros, que podem ser fornecedores, intermediários, prestadores de serviços logísticos e clientes. Em sua essência, a gestão da cadeia de suprimentos é uma função que integra o suprimento e a demanda dentro e entre as empresas. Quando se fala de gestão da cadeia de suprimentos é preciso olhar esses dois aspectos: Visão do Cliente Visão da Empresa Clientes precisam que os produtos estejam disponíveis no momento da compra, com grande variedade, qualidade e preços competitivos. A empresa precisa coordenar fornecedores, distribuidores e varejistas para disponibilizar os produtos aos clientes a preço competitivo. Sem cadeias de suprimentos eficientes, o mundo praticamente para, pois elas são responsáveis, por colocar comida na sua mesa, providenciar a cama em que você dorme, o carro em que você anda, a roupa que você veste e, provavelmente, até o chão em que você pisa, entre outras coisas. Entender seu funcionamento e como geri-la da melhor maneira possível, então, é tarefa obrigatória a todo empreendedor. Gerenciar uma cadeia de suprimentos é coordenar todas as relações existentes entre os elos da cadeia de suprimento (fornecedor, fabricante, distribuidor, varejista, cliente). 4 Objetivos da gestão da cadeia de suprimentos Como vimos anteriormente, hoje em dia dizemos que a competição ocorre no nível das cadeias de suprimentos. Segundo Chopra e Meindl (2011), “a gestão da cadeia de suprimentos deve buscar a maximização dos ganhos da cadeia como um todo”. O objetivo primaz de uma cadeia de suprimentos é dar suporte às demais estratégias competitivas e metas de determinada organização, devendo por esse motivo, estar em conformidade com as estratégias competitivas da empresa, administrando as relações entre os seus membros integrantes, de forma a obter um aumento da lucratividade para todos os seus membros. O objetivo da cadeia de suprimentos é gerar a satisfação do cliente, atendendo a todos os seus requisitos no menor tempo possível, com foco na redução de custos e aumento na qualidade do produto. Factores-chaves de desempenho da cadeia de suprimentos Para entendermos como uma empresa pode melhorar o desempenho de sua cadeia de suprimento em termos de responsividade e eficiência, devemos examinar os quatros factores-chaves de desempenho da cadeia: estoque, transporte, instalações e informação. • Estoque é um importante fator-chave da cadeia de suprimento porque as mudanças de suas políticas podem alterar drasticamente a eficiência e responsividade da cadeia. Um grande estoque, no entanto, aumentará os custos do varejista, tornando-o, dessa maneira, menos eficiente. A redução de seu estoque fará com que o varejista seja mais eficiente, mas comprometerá sua responsividade. • Transporte significa movimento de estoque de um ponto a outro na cadeia de suprimento. O transporte pode ser feito a partir de várias combinações de meios e rotas, cada uma com características particulares de desempenho. As escolhas sobre o transporte exercem um forte impacto na responsividade e na eficiência da cadeia de suprimento 5 • Instalações são os locais na rede da cadeia de suprimento onde o estoque é armazenado, montado ou fabricado. Os dois tipos de instalações principais são locais de produção e os locais de armazenamento. • Informação consiste em dados ou analises a respeito de estoque, transporte, instalações e clientes, que fazem parte da cadeia de suprimento. A informação é potencialmente o maior fator-chave de desempenho da cadeia de suprimento. A informação propicia ao gerenciamento a oportunidade de tornar as cadeias mais responsivas e eficientes. A informação pode ainda tornar essa cadeia de suprimento mais eficiente fornecendo aos gerentes a oportunidade de escolher o tipo de transporte mais barato, sem deixar de atender às exigências necessárias de serviços. Uma estrutura para organização dos factores-chave O objectivo de estratégia da cadeia de suprimentos é a conquista do equilíbrio entre responsividade e eficiência que resulta no alinhamento estratégico com a estratégia competitiva. Para alcançar esse objectivo, a empresa utiliza os quatros factores-chaves da cadeia de suprimento.Esses factores, vão determinar a responsividade e a eficiência de toda cadeia de suprimentos. Desafios da gestão da cadeia de suprimentos • Desenvolver relacionamentos baseados em benefícios mútuos; • Uso de indicadores de desempenho que avaliem toda a cadeia de suprimentos; • Integração de sistemas de informação; • Desenvolvimento de recursos humanos com habilidades multidisciplinares e visão sistêmica. 6 As actividades da cadeia de suprimentos A cadeia de suprimentos envolve todas as atividades relacionadas à produção e expedição de um produto final, desde o fornecedor do fornecedor até o cliente do cliente (Pires, 2004). Segundo Pablo Rojas (2012), as actividades da cadeia de suprimentos estão ligadas à estratégia da empresa e são divididas em: planeamento, compras, produção. Planeamento: deve ser feito sob consideração de três aspectos: • Previsão de demanda: criação de previsões realistas de onde e quanto produto será necessário. • Precificação: para manter-se competitiva, a empresa precisa continuar aprimorando suas eficiências por intermédios de menos gastos com estoques e, ao mesmo tempo, utilizar da melhor maneira possível seus activos. • Gestão de inventario: determinação da quantidade de material que será armazenada e de seu fluxo para atingir as metas planeadas. Compras: definição de fornecedores, observando a velocidade na entrega, a qualidade do produto fornecido e a flexibilidade de produção. Para isso, deve-se considerar dois aspectos: • Seleção de fornecedores: avaliação dos possíveis fornecedores não só pelo melhor preço, mas também pela garantia de um fluxo correcto de materiais. • Contas a pagar: integração do fluxo de materiais com as actividades de contas a pagar. 7 Produção: seu foco deve ser a demanda de produtos pelo mercado e o desejo dos clientes. • Desenvolvimento de produtos: idealização de produtos que possam ser desenvolvidos com custos logísticos acessíveis. Função de compras Etapas do processo de compra A área de compra é dividida é duas partes: Procurement (aquisição) e Purchasing/Ordering (compra). Procurement Formalização das especificações • Funcionais: Descreve a funcionalidade que o produto/serviços deve ter para determinado utilizador. • Técnicas: Propriedades técnicas e as características do produto. As especificações funcionais e técnicas comportam: • Especificações de qualidade; • Especificações logísticas; • Especificações de manutenção; • Requisitos legais e ambientais. Selecção dos Fornecedores A seleção de fornecedores impacta diretamente no setor financeiro e na relação de uma empresa com os seus clientes. Especificações Seleccionar Fornecedores Contratação 8 Pesquisa de Mercado – Inclui: • Subcontratação total ou parcial? • Critérios de qualificação preliminar dos potenciais fornecedores • Solicitação das propostas (Cotações) • Analise das propostas • Selecção do fornecedor Ao realizar a qualificação de fornecedores, é importante ter em mente que não basta apenas avaliar sua documentação. Desta forma, a qualificação de fornecedores deve considerar três etapas principais a serem desenvolvidas com os fornecedores: Avaliação inicial: dados cadastrais; licença de funcionamento ou específicas de sua atividade e certificações (como ISO 9001, ISO 14001, ISO 45001, SASSMAQ e entre outras). Monitoramento do desempenho: atendimento ao prazo de entrega; se o pedido de compras está compatível com a nota fiscal; a qualidade do material recebido; Reavaliação: as reavaliações são importantes na qualificação de fornecedores para evidenciar se os documentos e certificações do fornecedor continuam em conformidade. Geralmente essas reavaliações ocorrem em periodicidade anual ou semestral. Entretanto, cada empresa define uma sistemática própria a ser seguida, mas é fundamental que se tenham registros de que realmente ocorreram. Contratação • Elaboração do contrato: termos de referências entre as partes; • Definição de termos e condições especificas em função da política de compras, cultura da empresa e características do produto; • O contrato inclui: preço, condições de entrega, condições de pagamento, prazo de entrega e de recebimento, clausulas de penalizações e condições de garantia. 9 Purchasing/Ordering Monitorização • A monitorização da encomenda pode incluir: • Deslocações as instalações dos fornecedores; • Negociações sobre alterações de natureza técnicas; • Confirmação da data de entrega; • Verificar se os produtos entregues respeitam as especificações acordadas. Elementos da qualidade de um produto • Características operacionais principais; • Características operacionais adicionais; • Confiabilidade; • Conformidade; • Durabilidade; • Assistência técnica; • Estética; • Qualidade percebida. Avaliação O processo de compra não termina com a entrega do produto ou serviço. • Pode haver necessidade de atender as reclamações; • Ativação de cláusulas de penalizações; • Organização dos documentos. Encomenda Monitorização Avaliação
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