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Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 18 RESUMO O marketing social tem a finalidade de influenciar uma mudança de comportamento, enquanto que o marketing de causas engloba a aliança entre instituições voluntárias e empresas visando benefícios mútuos, sendo ambas utilizadas pelas organizações do terceiro setor. Assim, as ferramentas do marketing são essenciais para estas entidades, a exemplo das ONGs, que desenvolvem trabalhos voltados para o bem-estar social, os quais necessitam da utilização destes instrumentos para a captação de recursos. Este trabalho tem como objetivo geral analisar de que maneira as ferramentas de comunicação de marketing promovem a captação de fundos para a organização. Para isso, se realizou um estudo de caso qualitativo de cunho descritivo, realizado por meio de roteiro de entrevista com o Diretor Vice-Presidente e o 1 Mestranda em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: julianakarlarodrigues@hotmail.com 2 Mestranda em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: patricia.tframos@gmail.com 3 Doutora em Administração pela universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professora do Programa de Pós- Graduação em Administração (PROPAD) da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: lourdesbarbosa@gmail.com 4 Doutora em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professora do Programa de Pós- Graduação em Administração (PROPAD) da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: Taciana.barros@gmail.com 5 Doutora em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professora do Programa de Pós- Graduação em Administração e Desenvolvimento Rural (PADR) da Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: arbr2008@hotmail.com A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO DE MARKETING NA CAPTAÇÃO DE RECURSOS NO TERCEIRO SETOR: UM ESTUDO EM UMA ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL THE IMPORTANCE OF MARKETING COMMUNICATION TOOLS IN THE FUNDRAISING OF THE THIRD SECTOR: A STUDY IN A NON - GOVERNMENTAL ORGANIZATION Juliana Karla Rodrigues de Souza Santos 1 Patrícia Tatiana Ferreira Ramos 2 Maria de Lourdes de Azevedo Barbosa 3 Taciana de Barros Jerônimo 4 Ana Regina Bezerra Ribeiro 5 Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 19 Gerente de Marketing da organização. Os resultados apontaram que os instrumentos de marketing como: a promoção de vendas; eventos e experiência; marketing direto e vendas pessoais são fundamentais no processo de arrecadação de recursos para manter a autossuficiência institucional. PALAVRAS-CHAVE: Ferramentas de Comunicação de Marketing. Captação de Recursos. ONGs. ABSTRACT The Social marketing is meant to influence behavior changes, while the cause marketing encompasses the connection between voluntary institutions and for-profit companies for mutual benefits, both of which are used by third sector organizations. Thus, marketing tools are essential for these corporations, such as NGOs, which develop jobs that aims at social welfare, which need the use of these tools to fundraising. This paper aims to analyze how marketing communication tools promote fundraising for the organizations. For this, a qualitative descriptive case study was carried out through an interview script with the VicePresident Director and the Marketing Manager of the organization. The results pointed out that marketing instruments such as: sales promotion; Events and experience; Direct marketing and personal sales are fundamental in the process of raising resources to maintain the institutional self- sufficiency. KEYWORDS: Marketing Communication Tools. Fundraising. NGOs. INTRODUÇÃO O terceiro setor convive com outros dois setores mais antigos. O primeiro setor, que abarca as atividades desenvolvidas pelo Estado, e o segundo setor, que é formado por instituições privadas que têm como objetivo a geração de ganhos para vantagens particulares (BNDES, 2001). Ou seja, o terceiro setor interage com o primeiro setor (Estado) que é composto por instituições públicas, e com o segundo setor (Mercado), que é formado por empresas privadas que visam o lucro. Conforme Souza (2011), este setor é composto por entidades privadas, porém que não visam o lucro e que tem como finalidade gerar desenvolvimento quanto a aspectos relacionados à cultura, sociedade, economia e política no âmbito em que operam. Desse modo, percebe-se que além de interagir, o terceiro setor também possui semelhanças com os outros dois setores, pois ao mesmo tempo em que é de cunho privado, também visa gerar benefício à coletividade (RIBEIRO, et al. 2016). De acordo com o IBGE (2012), no ano de 2010, existiam 290,7 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (FASFIL). O estudo em questão denota que a maioria delas Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 20 estão concentradas no Sudeste brasileiro (44,2%), em segundo lugar está a região nordeste, com (22,9%) do total, seguido da Região Sul (21,5%) e por último a Região Norte com (4,9%). Conforme o IBGE (2012), a atuação delas está voltada em sua maioria na defesa de direitos e interesses do cidadão e as religiões. Cabe destacar que a instituição referida classificou as entidades nos seguintes parâmetros: habitação, saúde, cultura e recreação, educação e pesquisa, assistência social, religião, associações patronais e profissionais, meio ambiente e proteção animal, desenvolvimento e defesa de direitos e outras instituições privadas sem fins lucrativos não especificadas anteriormente. Diante disso, para que essas instituições mantenham suas atividades é necessário que possuam fontes diversificadas de financiamentos, conforme GETS (2002) estas fontes podem ser agrupadas em duas grandes categorias: institucionais (agências internacionais de financiamento, empresas, fundações, organizações locais e governos) e indivíduos. Atualmente, devido ao cenário de crise, as ONGs de maneira geral, sofrem impacto na arrecadação de fundos para manutenção de suas atividades (VEIGA, 2016), pois as fontes de captação diminuem e há uma necessidade cada vez maior de promover ações para conseguir novos doadores. Adicionalmente, visando à autossuficiência e com o intuito de desenvolver suas campanhas, torna-se necessário utilizar-se do Marketing Social. Segundo Silva e Mazzon (2015, p. 249): O Marketing Social busca promover à equidade de acesso aos serviços de saúde, à redução das desigualdades sociais, a justiça social, o bem-estar social e auxiliar os indivíduos a terem mais clareza dos propósitos das campanhas e, consequentemente, terem uma vida mais feliz e saudável. De acordo com estudo realizado por Schneider e Luce (2014), o marketing social, demostra ser um assunto relevante para investigação, por estar em processo de consolidação e atrair um público de interessados cada vez maior. Segundo pesquisa bibliométrica, desenvolvida por Godoy, Raupp e Tezza (2016), houve um acréscimo de estudos voltados à área de marketing e finanças em organizações do terceiro setor, provavelmente devido à preocupação a respeito do desempenho destas. Além disto, Borba et.al (2012) afirmam que as ferramentas de comunicação do marketing podem ser aplicadas em organizações não governamentais, com a finalidade de auxiliá-las no processo de angariação de fundos para a instituição. Diante do exposto, este artigo tem como problema de pesquisa: investigar como as ferramentas de comunicação do marketing impactam na captação de recursos em uma ONG Ano 14, número 11 | Volume 1 |2018 21 Pernambucana? Partindo desse cenário, o objetivo geral desse artigo é analisar o reflexo do uso dessas ferramentas na captação de fundos para organização não governamental analisada. Segundo Vieira (2013, p.13) “[...] as instituições do terceiro setor precisam se adequar para sobreviver no atual cenário de comunicação em marketing decorrente de um espaço de mídia espontânea cada vez mais disputado [...]”. Dessa forma, este artigo visa contribuir para o aumento do debate no meio acadêmico sobre a importância do uso das ferramentas de comunicação de marketing em organizações do terceiro setor. Assim como, despertar nessas instituições a relevância da utilização destes instrumentos para a manutenção e/ou aumento na captação de recursos institucionais. Vale ressaltar que nessa pesquisa, os termos “ferramentas” e “instrumentos” são equivalentes. O estudo é composto por cinco seções: introdução, que apresenta de maneira sintética o contexto de realização da pesquisa; referencial teórico, que contém contribuições de diversos autores que fundamentaram o desenvolvimento do estudo e abarcam as subseções de Terceiro Setor e Marketing social, captação de recursos e as Ferramentas de comunicação de marketing em ONGs. Posteriormente, se inicia a seção de metodologia, composta pelo detalhamento dos procedimentos metodológicos os quais possibilitaram a realização do estudo de caso; na seção subsequente tem-se a apresentação dos resultados, que abarca uma breve discussão como as ferramentas do marketing são essenciais para a captação de recursos no âmbito das ONGs, por fim, apontam-se as considerações finais e as referências bibliográficas. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Esta seção é composta por uma breve explanação acerca dos conceitos que nortearam a realização do artigo. 2.1 Terceiro Setor e Marketing social O terceiro setor abarca instituições que cunho privado, que não visam o lucro (SOUZA, 2011). Este setor teve início com as instituições sem fins lucrativos de cunho assistencialistas como as Santas Casas de Misericórdia, que apoiaram na realização de atividades as quais o Estado não conseguia realizar plenamente (BNDES, 2001). Contudo, ainda conforme o autor, as ONGs só surgiram entre os anos 60 e 70 em oposição ao regime militar e apenas nos anos 80 de 90, que essas organizações passaram a ter maior visibilidade. Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 22 A década de 90 foi marcada por inúmeras transformações, que inspiraram discussões a respeito da fundação de uma associação que pudesse representar as ONGs no cenário nacional, dessa forma se fundou a associação Brasileira de Organizações não Governamentais (ABONG) que atua até hoje como um forte grupo de representação (ABONG, 2006). Atualmente, um dos grandes desafios para as ONGs é a sua manutenção financeira, pois dependem de recursos de terceiros para sobreviverem. De acordo com Silva, Vasconcelos, Normanha Filho (2011), as fontes de recursos, bem como os recursos podem ser diversos, estando nesse âmbito doadores e pessoas favoráveis ao trabalho desenvolvido. Nesse aspecto, se percebe que o marketing social torna-se um aliado para que essas organizações possam manter suas atividades. O conceito de marketing social se confunde com o de marketing de causa e responsabilidade social, por isso, nesta seção se apresenta as diferenças entre eles, como está demonstrado no Quadro 1: Quadro 1 - Definições de marketing social x marketing de causa x responsabilidade social Marketing Social Marketing de Causas Responsabilidade Social O marketing social é a concepção, implementação e controle dos programas calculados para influenciar a aceitabilidade das ideias sociais e envolvendo considerações de planejamento de produto, preço, comunicação, distribuição e pesquisa de marketing.(KOTLER;ZALTMAN, 1971, p.5, tradução nossa). Trata- se da modalidade de ação mercadológica institucional que tem por objetivo atenuar ou eliminar problemas sociais e carências da sociedade em questões de saúde pública, trabalho, educação, habitação e nutrição. (ALBUQUERQUE, 2006, p. 104) O marketing de causas pode ser elaborado mediante parcerias de cunho estratégico, com uma entidade empenhada com a esfera social ou uma causa específica (THOMPSON e PRINGLE, 2000). [...] a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. (INSTITUTO ETHOS, 2013, p. 78) Fonte: Elaborado pelas autoras (2016) Assim, com base nas definições apresentadas, percebe-se que o marketing social tem como a finalidade influenciar para que mudanças de comportamentos benéficos aconteçam na sociedade. Corroborando com o proposto por Andreasen (1994, p.110, tradução nossa) o qual Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 23 afirma que: “O marketing social é a adaptação de tecnologias de marketing comercial para programas destinados a influenciar o comportamento voluntário de públicos-alvo para melhorar o seu bem-estar pessoal e o da sociedade da qual eles fazem parte”. Contudo, percebe-se que tanto o marketing social, como o marketing de causas podem estar presentes nas organizações do terceiro setor. 2.2 A captação de recursos e as Ferramentas de comunicação de marketing em Ongs Os termos captação ou mobilização de recursos são empregados para descrever um rol de ações de levantamento de recursos que são realizadas por instituições que não visam o lucro como suporte a seu objetivo principal (GETS, 2002). Adicionalmente, Silva, Vasconcelos e Normanha Filho (2011) propõem que não existe uma forma única de arrecadação de fundos, tendo em vista que se torna preciso realizar um planejamento singular para cada uma das instituições, considerando que o aporte de recurso é imprescindível para manutenção das atividades. Nesse sentido, de acordo com a ABONG e Observatório da Sociedade Civil (2014, p. 7) são exemplos de fontes de captações de recursos, no contexto das organizações não governamentais: “financiamentos internacionais, apoio de empresas e fundações privadas, doações individuais e [...] recursos das esferas estadual e municipal de governo” Adicionalmente, em estudo realizado por Borba et. al (2012) as ferramentas de comunicação de marketing são aliadas no levantamento de recursos organizacionais e na divulgação da causa social. Essas ferramentas também nomeadas de mix de comunicação, segundo Kotler e Keller (2006), se decompõem em: 1) propaganda, que se refere a configurações pagas de demonstração e promoção; 2) promoção de vendas, que se trata de uma diversidade de estímulos de curtos períodos para incentivar o comércio de determinado produto; 3) eventos e experiência, que comporta ações que são realizadas pela empresa para estabelecer relações voltadas à marca; 4) relações públicas e assessoria de imprensa, uma gama de atividades direcionadas a promoção ou proteção da imagem ou produto organizacional; 5) marketing direto, uso de ferramentas que visam comunicação direta com o público-alvo e/ou potencial, como telemarketing, mala direta, e-mail e internet; 6) vendas pessoais, relação imediata entre um ou mais possíveis compradores com o intuito de expor produtos/serviços. Vale ressaltar, que aqui se utiliza o mix de comunicação de Kotler e Keller (2006) adaptado a realidade de organizações não governamentais.Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 24 Ainda conforme os autores supracitados são exemplos de ferramentas do marketing direto: o telemarketing e a internet. A respeito do telemarketing, conforme GETS (2002, p.81) este “é um excelente meio de manter contato com os doadores e melhorar o fluxo de doações”. Além disso, Soares (2014) destaca que a internet, principalmente as redes sociais, possibilitaram novas formas de interação entre as pessoas. Nesse sentido, Okada e Souza (2011) declaram que a utilização de técnicas relacionadas à área digital tem sido variada pelo uso de instrumentos em campanhas de comunicação, a exemplo da incorporação da mobilidade e ingresso na web com a melhoria dos programas de busca, gerando novos marcos na comunicação integralizada. Galão, Crescitelli e Baccaro (2011) apontam o marketing digital como uma modalidade complementar do mix de comunicação. Ainda conforme os autores, o marketing digital se caracteriza pela utilização do poderio das redes on-line, como forma de se comunicar por meio digital com o público almejado. Conforme Santos (2014), as ferramentas do marketing digital são utilizadas de forma crescente na captação de fundos organizacionais, como exemplo tem-se o marketing digital aplicado a redes sociais. Em relação às redes sociais, tal qual o “facebook”, há uma diversidade de instrumentos que possibilitam ampla interação entre os usuários e a marca. Desse modo, as entidades que não visam o lucro, devem habituar-se a essas redes, usufruindo de sua aplicação de forma a estimular e integrar seus doadores e novos integrantes por meio do compartilhamento de conteúdos. Nesse sentido, percebe-se que tanto o marketing digital aplicado a redes sociais, quanto às ferramentas de comunicação de marketing são valiosas para a captação de recursos organizacionais por contribuírem para a divulgação do trabalho desenvolvido por estas instituições e consequentemente influenciarem na manutenção e prospecção de doadores. Na seção seguinte, são apresentados os procedimentos metodológicos que nortearam a realização da pesquisa. 3. Procedimentos metodológicos Com o intuito de atingir os objetivos propostos, se desenvolveu uma pesquisa qualitativa, a qual não se preocupa com utilização de padrões pré-concebidos ou que almejem a generalização. Neste tipo de estudo, a coleta de dados é realizada de forma mais aberta e contempla aspectos referentes à subjetividade de seus participantes (FLICK, 2013). Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 25 Quanto à finalidade, o estudo é descritivo, pois visa entender e descrever o fenômeno social. Em relação aos meios, se optou pela realização de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Bibliográfica por se utiliza de fontes de consulta diversificadas e estudo de caso, por abarcar um estudo detalhado e profundo sobre a organização analisada (VERGARA, 2014). A instituição escolhida para sediar o estudo é uma entidade de referência no Estado de Pernambuco, a qual atua há mais de 30 anos no âmbito do apoio a crianças e adolescentes carentes (0-18 anos) em tratamento contra o câncer. A escolha do caso analisado deu-se pelas seguintes razões: a instituição é referência no Estado de Pernambuco, utiliza ferramentas de comunicação de marketing na realização de suas campanhas e os gestores se mostraram receptivos a realização do estudo. Ademais, destaca-se a receptividade dos entrevistados em contribuir para a concretização da pesquisa, embora tenham optado por não divulgar o nome da instituição. A instituição analisada oferece hospedagem ao paciente e seu responsável, além de transporte, alimentação, atendimento nas áreas de odontologia, fisioterapia, terapia ocupacional, dentre outros. É importante ressaltar que a organização não realiza tratamento oncológico, apenas oferece todo suporte necessário para que o tratamento possa ser realizado. Quanto à ferramenta de coleta de dados, se utilizou roteiro de entrevista semiestruturada realizada simultaneamente com o Diretor Vice-Presidente e o gerente de marketing da organização no mês de novembro de 2016. As entrevistas tiveram como foco esses dois indivíduos, por eles serem agentes imprescindíveis para o processo de tomada de decisão referente ao planejamento de marketing da instituição. Antes da realização da entrevista, os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), abarcando informações sobre os objetivos e implicações da pesquisa e concedendo autorização para gravação da entrevista. Segundo Duarte (2004, p. 216): Realizar entrevistas, sobretudo se forem semiestruturadas, abertas, de histórias de vida etc. não é tarefa banal; propiciar situações de contato, ao mesmo tempo formais e informais, de forma a “provocar” um discurso mais ou menos livre, mas que atenda aos objetivos da pesquisa e que seja significativo no contexto investigado e academicamente relevante é uma tarefa bem mais complexa do que parece à primeira vista. Como na entrevista semiestruturada se tem apenas um roteiro, mas não uma rigidez na execução das perguntas, é preciso habilidade por parte do entrevistador para deixar o diálogo fluir “livremente” sem se desviar dos objetivos da pesquisa. A entrevista teve duração de 59 Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 26 minutos e 54 segundos e foi transcrita gerando um material de 18 páginas que foi analisado conforme método de Análise do conteúdo, modalidade temática. Segundo Bardin (2016), esse método consiste basicamente em três fases, são elas: i) pré-análise, que abrange a ordenação dos pensamentos iniciais; ii) exploração do material, que envolve a realização estruturada das decisões já concretizadas; e iii) tratamento dos resultados, inferência e interpretação, que inclui o polimento dos resultados de maneira a apresentar-se de modo significativo. Ainda conforme a autora, a análise temática consiste na separação do material em temas dominantes no texto. Dessa forma, os resultados foram analisados conforme as seguintes categorias: perfil dos entrevistados; contexto de surgimento da ONG e público beneficiário; ferramentas de comunicação de marketing e captação de recursos. 4. RESULTADOS Esta seção é composta pelos resultados obtidos após a execução dos procedimentos metodológicos. Ressalta-se que as falas referentes ao Diretor Vice-Presidente podem aparecer nesta seção com o código E1, enquanto que as expressas pelo gerente de marketing pelo código E2. 4.1 Perfil dos entrevistados Conforme dados levantados na entrevista, no que tange ao perfil dos entrevistados, o Diretor Vice-Presidente é voluntário, tem 44 anos e trabalha na organização desde 2000, mas está neste cargo desde 2008. Além disso, este possui ensino superior em biblioteconomia e especialização em letras com foco em literatura infanto-juvenil. Já o gerente de marketing, tem 29 anos e exerce atividade remunerada na organização. Ademais, este possui ensino tecnólogo completo em marketing e graduação em administração em andamento. 4.2 Contexto de surgimento da ONG e público beneficiário Em relação ao contexto de surgimento da ONG, de acordo com E1 diante de um cenário em que pais e responsáveis de crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer não possuíam estrutura financeira para dar continuidade ao tratamento destes, o número de abandono de crianças e de tratamento era elevado. Dessa forma, um médico da cidade de Recife/PE teve a ideia de instaurar uma casa de apoio, que oferecesse estadia, alimentação e transporte para essas pessoas. Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 27Assim, a instituição surgiu, em 1985, devido à necessidade da existência de um local que pudesse abrigar crianças e adolescentes (0-18), advindos de cidades do interior e/ou de outros estados para realizar tratamento contra o câncer na cidade, a qual a ONG analisada pertence, conforme explanado pelo Diretor Vice-Presidente. No que abrange o público beneficiário, o fragmento seguinte deixa bem claro que a ONG não aceita nenhum paciente que venha da rede privada de saúde, apenas pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde-SUS: “Quero deixar claro que não é convênio, são os pacientes atendidos pelo SUS, então só pode entrar aqui quem realmente for cadastrado no SUS, ninguém com convênio ou particular.” (E2) Conforme E1, ao longo dos anos se percebeu que o público beneficiário necessitava de um suporte mais amplo do que o exposto acima. Nesse sentido, a organização passou a oferecer serviços odontológicos, de fisioterapia, orientação nutricional, terapia ocupacional, sala de aula com professores do Estado, assistência social, além de um alto número de voluntários que desenvolvem atividades lúdicas, por meio da brinquedoteca da instituição. Com isso, o quadro de abandono diminuiu drasticamente e os poucos que ainda ocorrem são em relação ao abandono de tratamento que estão ligados a questões religiosas dos pais ou responsáveis. Demais disso, a ONG em questão não se preocupa apenas com as necessidades básicas de seus beneficiários, mais também em oferecer todo apoio (biopsicossocial) necessário para que eles possam realizar seu tratamento. Os entrevistados destacaram que algumas pessoas acreditam que a ONG presta algum tipo de atendimento oncológico, o que não ocorre. Apesar disso, o apoio prestado visa à humanização deste tipo de tratamento. Sobre isto: [...] ainda tem confusão, as pessoas ainda acham que elas fazem tratamento aqui. Ainda acham que chegam aqui e vão tomar quimioterapia, radioterapia que não faz. (E1) [...] ainda tem muita gente que não conhece ou conhece errado, muita gente pensa que é um hospital, muita gente pensa que a gente cuida da criança na questão do tratamento hospitalar, e a gente não cuida, a gente deixa claro que aqui é um espaço, um albergue, vulgarmente chamando, mas que tenta dar o apoio mais humanizado possível para a criança, que a gente entende que, não é somente o tratamento hospitalar, ambulatorial [...] o principal motivo de a gente existir hoje não é mais somente o abandono do tratamento e sim a humanização dele. Não é só o hospital, ele precisa comer, precisa dormir num local adequado, ela precisa de atividades diárias que quebre aquela rotina hospitalar cansativa e dolorosa. (E2) De acordo com o Diretor, no site institucional são disponibilizados os números de atendimentos realizados mensalmente, abarcando dentre outros: o número de pacientes albergados e em trânsito (são beneficiários que não ficam hospedados, mas tem livre acesso aos Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 28 serviços), novos usuários, número de refeições fornecidas, vale transporte, o número de leite consumido e itens de higiene pessoal. 4.3 Ferramentas de comunicação de marketing e captação de recursos Conforme E1, ao longo dos anos e com o aumento da dificuldade na captação de recursos para instituição, se sentiu a necessidade de se desenvolver um trabalho profissional na área de marketing. Anteriormente, a Diretoria realizava apenas algumas ações pontuais de promoção, porém nada muito estruturado. Dessa forma, no ano de 2012 se iniciou o trabalho efetivo na área de marketing na ONG. O gerente de marketing afirma que uma das grandes questões é que muitos ainda veem o marketing como custo e não como investimento. Além disso, o entrevistado afirmou que quando uma ONG começa a divulgar muito, as pessoas começam a acreditar que esta é autossuficiente. Até mesmo por estar numa área nobre da cidade e por ser de grande porte, há uma associação de que a instituição não precisa de dinheiro. Somado a isso, existe a persistência de uma velha ideia que uma organização deve manter as coisas “feias” para que as pessoas possam de sensibilizar. Todavia, esta não é a filosofia da organização, que preza pela qualidade de vida das crianças atendidas. Ainda segundo E2, a entidade possui dois setores “que são separados e ao mesmo tempo interligados, que são o telemarketing e o marketing”. O setor de telemarketing recebe suporte de uma consultoria que realiza um planejamento da execução do trabalho e que é aprovado pela Diretoria e tem como base as necessidades anuais de manutenção da ONG. Todas as campanhas propostas pela consultoria passam por uma reunião de avaliação e discussão interna. Dessa forma, segundo Kotler e Keller (2006) um dos elementos do mix comunicação é por meio do marketing direto que abrange o uso do telemarketing, pois de acordo com este autor, o marketing direto utiliza-se de ferramentas que visam comunicação direta com o público-alvo e/ou potencial, como telemarketing, mala direta, e-mail e internet. Além disso, o entrevistado destaca que os setores são separados, porque o público do telemarketing é o que possui perfil mais conservador, que doa mensalmente e geralmente há muitos anos. Já o setor de marketing se direciona a criar campanhas de captação de fundos em parceria com agências de publicidade, a divulgação de campanhas sazonais, fortalecer a marca – transparência e confiabilidade –, realizar comunicação interna com colaboradores e voluntários, e ir em busca do público que doa esporadicamente na esperança de torná-los doadores recorrentes. Neste âmbito, embora o maior volume de doações seja oriundo do Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 29 telemarketing, o setor de marketing surgiu para buscar novos públicos com o potencial para ser uma fonte captação tão relevante quando o telemarketing no futuro próximo, conforme os entrevistados. Ademais, em paralelo, existe um setor de eventos, sendo este responsável pela articulação com lugares onde a organização pode colocar um espaço gratuito para venda de produtos e divulgação da entidade por meio da distribuição de jornais institucionais em escolas, empresas, feiras e shoppings center. Nesse âmbito, Kotler e Keller (2006) afirmam que as vendas pessoais, caracterizam-se pela exposição de produtos/serviços, de forma direta entre um ou mais compradores. É importante destacar que o foco da instituição é o levantamento de recursos para sua autossuficiência, dessa forma, o enfoque não é no produto em si, porém no que o retorno da venda pode proporcionar para a manutenção organizacional. Ainda conforme E2, a rotina do que é realizado na instituição é apresentada ao público por meio das redes sociais e campanhas, demonstrando que o dinheiro doado foi realmente aplicado, assim, não são expostos apenas os valores, mas o que foi possível ser realizado com estes. Nesse sentido, o gerente de marketing relatou a dificuldade de divulgar informações nas mídias tradicionais como: rádio, VT e jornal. Por isso, há uma tendência de migração para a utilização das redes sociais como estratégia de divulgação. Outrossim, Soares (2014) aponta que a internet, especialmente, as redes sociais permitiram novos modos de interação entre as pessoas. No tocante a utilização das redes sociais, segundo o entrevistado, as mais utilizadas são: facebook e instagram, seguidas de twitter, youtube e snapchat. Quanto ao número de seguidores, na data de 23/01/2017, havia 11.127 curtidas e 10.970 seguidores na página do facebook, 2.231 seguidores no instagram, 702 seguidores no twitter e 52 subscritos no youtube. Além disso, a rede flick é utilizada como banco de dados que contém fotos dos eventos realizados. Assim,segue-se a tendência apontada por Okada e Souza (2011) quanto ao uso das estratégias digitais em campanhas de marketing, gerando novos pilares de comunicação. As primeiras redes a serem utilizadas foram o facebook e twitter, contudo, com o tempo o rol de redes foi sendo ampliado para o citado anteriormente. De acordo com Santos (2014), o facebook possibilita um leque de ferramentas que proporcionam interações entre o usuário e a marca. Em relação ao twitter, apesar deste ser utilizado com menos frequência, há um esforço para manter uma média de publicação de dois a três conteúdos diários. De acordo com entrevistado, a loja virtual, que está em funcionamento desde novembro de 2015, apesar de não ser a principal fonte de captação, vem sendo uma forma de arrecadação Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 30 complementar, principalmente nos últimos anos, em virtude da crise. Outrossim, torna-se importante destacar que o suporte do site é realizado por uma agência voluntária, isto é, não é cobrado nada à instituição. Segundo Kotler e Keller (2006), a promoção de vendas também se configura como uma ferramenta de comunicação do marketing. Entretanto, aqui a finalidade não é o incentivo da comercialização de um produto, mas o que o valor dessa venda vai resultar em benefícios para manutenção do trabalho social. Também se observou que há uma preocupação da ONG estudada em manter-se atualizada. Por isto, segundo E2, ela permite que as doações possam ser realizadas online (desde 2013), via cartão de crédito e recentemente o paypal. Ainda conforme E2, a entidade também atua em parceria com empresas, em ações de arrecadações específicas, a exemplo do projeto fixo realizado no final do ano, o qual proporciona o estímulo à doação de presentes de Natal as crianças assistidas pela instituição, por parte dos colaboradores e clientes das empresas parceiras. Essas parcerias com empresas corroboram com a visão de Thompson e Pringle (2000), quando estes afirmam que o marketing de causas pode ocorrer por meio de parcerias de caráter estratégico entre uma entidade voluntária e uma empresa. No entanto, na organização analisada, o telemarketing ainda é a principal forma de arrecadação de fundos, corroborando com GETS (2002), o qual afirma que este é um ótimo meio de captação. A ONG também desenvolve eventos relevantes para a arrecadação no período da páscoa e do São João. De acordo com Kotler e Keller (2006) os eventos e experiências, comportam ações direcionadas a marca. Todavia, no estudo em questão, a realização de eventos, não só auxilia no fortalecimento da marca, mais também visa melhorar o levantamento de fundos para a instituição. Por fim, nota-se que a organização em questão utiliza as seguintes ferramentas de comunicação de marketing em prol da captação de recursos: promoção de vendas, eventos e experiência, marketing direto e vendas pessoais. Destas, a que mais impacta na captação de recursos para a instituição analisada é o telemarketing, que está inserido no marketing direto. Adicionalmente, são utilizadas ferramentas que envolvem o marketing digital aplicado a redes sociais, que agem como forma complementar de arrecadação de fundos. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos resultados expostos, se observou que ao promover apoio a seus beneficiários, a ONG visa à mudança no comportamento de abandono de crianças/adolescentes Ano 14, número 11 | Volume 1 | 2018 31 e tratamentos, além de oferecer um suporte humanizado a seus assistidos. Desta forma, para que a instituição possa dar continuidade ao trabalho desenvolvido é necessária à utilização de ferramentas que possam auxiliar no levantamento de fundos. Nesse sentido, constatou-se que as ferramentas de comunicação do marketing impactam consideravelmente na captação de recursos, visto que elas auxiliam na interação da instituição com os doadores assíduos e esporádicos, bem como na consolidação da imagem organizacional. Isto ocorre por meio da utilização da promoção de vendas, eventos e experiência, marketing direto (ênfase no telemarketing) e vendas pessoais, as quais pertencem ao mix de comunicação. Demais disto, são utilizadas ferramentas complementares como o site institucional, facebook, instagram, twitter, snapchat e flick em prol da captação de recursos. Com base na análise da entrevista se pode constatar que a manutenção de uma equipe profissional de marketing é importante para que a organização consiga manter o volume de doações necessário para a realização de suas atividades. Também se observou uma tendência de utilização de instrumentos mais modernos na captação de recursos, devido a uma mudança sutil no perfil dos doadores, que vem aos poucos se interessando por formas de doação mais práticas, como via cartão de crédito. O fato de não ter tido a autorização para revelar o nome da organização, impossibilitou a realização de um estudo documental para corroborar e enriquecer as informações coletadas na entrevista, sendo apontado como limitação da pesquisa. Como sugestão de pesquisas futuras sugere-se a realização de estudo comparativo entre duas ou mais ONGs em relação ao uso das ferramentas de comunicação do marketing e o impacto dessas ferramentas na visão dos doadores. REFERÊNCIAS ABONG: Associação Brasileira de Organizações não Governamentais. Abong comemora seus 15 anos. Antecedentes à criação da Abong. 2006. Disponível em: < http://www.abong.org.br/biblioteca.php?id=7721&it=4422 >. Acesso em: 17 abr.2017. ABONG- Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais; Observatório da Sociedade Civil. O dinheiro das ONGs: Como as Organizações da Sociedade Civil sustentam suas atividades - e porque isso é fundamental para o Brasil. São Paulo: ABONG, 2014. 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