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Apostila TP501 - Ynoguti, 2011
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Definição 1.6. Um evento que não contém elementos é chamado de evento nulo, e é denotado por φ. Observe que o evento nulo é o complemento do espaço amostral S : φ = Sc. Definição 1.7. A união de eventos A e B, denotada por A∪B, é aquele que contém todos os pontos em A e B. Verifique no exemplo anterior quais são os eventos Ao ∪Ae, Ao ∪B, Ae ∪ B). Observe que A ∪B = B ∪A. Definição 1.8. A interseção dos eventos A e B, denotada por A ∩ B ou simples- mente AB, é o evento que contém pontos comuns a A e a B. Este evento também é conhecido como evento conjunto AB. Observe que AB = BA. Na figura 1.2 abaixo, tem-se estes conceitos mostrados graficamente em diagramas de Venn. Definição 1.9. Se os eventos A e B são tais que AB = φ então A e B são ditos eventos disjuntos ou mutuamente exclusivos. Isto quer dizer que A e B não podem ocorrer simultaneamente. (A e Ac são mutu- amente exclusivos). Estes conceitos são mostrados de forma gráfica na Figura 1.2. Luciano Pencil Luciano FreeText Importante!!!! Luciano c_importante Luciano c_importante Luciano FreeText O operador para o complemento tambem pode ser representado por uma barra. 4 Probabilidade ts a) b) c) d) AAA A BBB SSSS Ac Figura 1.2: Representação do a) complemento, b) união, c) interseção de eventos, e d) eventos disjuntos. 1.2.1 Lei de De Morgan. Teorema 1.1. Se A e B são eventos em um espaço amostral então: A+B = AB (1.1) Equivalentemente, podemos escrever: AB = A+B (1.2) Demonstração. A lei de De Morgan pode ser facilmente demonstrada por meio de dia- gramas de Venn: AA BB A+B A B AB Figura 1.3: Demonstração da lei de De Morgan. Observação A aplicação repetida da equação (1.1) leva ao seguinte: se em uma identidade de con- juntos substituimos todos os conjuntos pelos seus complementos, todas as uniões por intersecções, e todas as intersecções por uniões, a identidade é preservada. Exemplo 1.2. Seja a identidade Probabilidade 5 A(B + C) = AB +AC (1.3) Usando (1.1) segue que A(B + C) = A+B + C = A+B C Similarmente AB +AC = AB AC = (A+B)(A+ C) e desde que os dois lados de (1.3) são iguais, seus complementos também o são. Portanto A+B + C = (A+B)(A+ C) (1.4) Estas identidades podem ser facilmente conferidas por meio de diagramas de Venn. 1.2.2 Princípio da Dualidade. Sabemos que S = φ e φ = S. Além disso, se em uma identidade como (1.3) todas as barras forem removidas, a identidade é preservada. Isto leva à seguinte versão da lei de De Morgan: Proposição 1.1. Se em uma identidade de conjuntos substituímos todas as uniões por intersecções, todas as intersecções por uniões, e os conjuntos S e φ pelos conjuntos φ e S respectivamente, a identidade é preservada. Aplicando o teorema acima às identidades A(B + C) = AB +AC S = A+ S obtemos as identidades A+BC = (A+B)(A+ C) φ = φA 1.3 Definições de Probabilidade. 1.3.1 Frequência Relativa. Embora o resultado de um experimento aleatório seja imprevisível, existe uma regula- ridade estatística sobre este, e a definição por freqüência relativa baseia-se nesta regu- laridade. 6 Probabilidade Definição 1.10. A probabilidade P (A) de um evento A é dada pelo limite P (A) = lim n→∞ nA n (1.5) onde nA é o número de ocorrências de A e n é o número de tentativas. Observações importantes 1. Segue da definição que 0 ≤ P (A) ≤ 1. 2. Se A e B são dois eventos mutuamente exclusivos P (A+B) = P (A) + P (B) = lim n→∞ nA + nB n (1.6) 3. Se A1, A2, ..., AN não forem mutuamente exclusivos então: P (A1 +A2 + ...+AN ) < P (A1) + P (A2) + . . .+ P (AN ) (1.7) 1.3.2 Axiomática. Definição 1.11. A aproximação axiomática para a probabilidade é baseada nos três postulados seguintes e nada mais: 1. A probabilidade P (A) de um evento A é um número positivo associado a este evento P (A) ≥ 0 (1.8) 2. A probabilidade do espaço amostral é igual a 1 P (S) = 1 (1.9) 3. Se os eventos A e B são mutuamente exclusivos, então P (A+B) = P (A) + P (B) (1.10) Propriedades: P (φ) = 0 evento impossível P (Ac) = 1− P (A) Ac complemento de A P (A+B) = P (A) + P (B)− P (AB) ≤ P (A) + P (B) probabilidade da união Exemplo 1.3. Determinar a probabilidade de obtenção de uma cara e duas coroas em 3 arremessos de uma moeda ideal. Luciano c_importante Luciano Pencil Luciano Pencil Luciano c_importante Luciano Pencil Luciano FreeText P(A+B)=P(A)+P(B)-P(AB) Probabilidade 7 Solução. Neste caso, os resultados possíveis são: 1) ca, ca, ca 5) co, ca, ca 2) ca, ca, co 6) co, ca, co 3) ca, co, ca 7) co, co, ca 4) ca, co, co 8) co, co, co São possíveis 8 resultados mutuamente exclusivos ⇒ P (Ai) = 1/8 ∴ P (1ca, 2co) = P (A4) + P (A6) + P (A7) = 3/8. 1.3.3 Clássica. Definição 1.12. A probabilidade P (A) de um evento A é determinada a priori sem experimentação real, e é dada pela expressão P (A) = nA n (1.11) onde: n: número de resultados possíveis, nA: número de resultados favoráveis ao evento A. Versão melhorada da definição clássica Definição 1.13. A probabilidade de um evento é igual à razão entre seus resulta- dos favoráveis e o número total de resultados, desde que todos os resultados sejam equiprováveis. Exemplo 1.4. Arremesso de um dado P (ímpar) = 3/6 = 1/2. 1.4 Cálculo de probabilidades usando métodos de conta- gem. Em muitos experimentos com espaços amostrais finitos, os resultados podem ser assu- midos como sendo equiprováveis. A probabilidade de um evento é então a razão entre o número de resultados no evento de interesse e o número total de resultados no espaço amostral. O cálculo das probabilidades se reduz a contar o número de resultados de um evento. Luciano c_importante Luciano Pencil Luciano FreeText Fim da Aula 1 Luciano Pencil Luciano FreeText Este eh o caso de um dado ou de um baralho! Luciano Pencil 8 Probabilidade Suponha que um teste de múltipla escolha tem k questões e para a questão i o estudante precisa selecionar uma entre ni respostas possíveis. Qual é o número total de modos de responder a todo o teste? A resposta à questão i pode ser vista como a especificação da i-ésima componente de uma k-upla, de modo que a questão acima é equivalente a: quantas k-uplas ordenadas distintas (x1, . . . , xk) são possíveis se xi é um elemento de um conjunto com ni elementos distintos? O número de k-uplas ordenadas distintas (x1, . . . , xk) com componentes xi, de um conjunto com ni elementos distintos é dado por número de k-uplas ordenadas distintas = n1n2 . . . nk (1.12) Muitos problemas de contagem podem ser colocados como problemas de amostra- gem onde selecionamos bolas em urnas ou objetos em populações. Iremos agora usar a Equação 1.12 para desenvolver fórmulas combinatoriais para vários tipos de amostra- gem. 1.4.1 Amostragem com reposição e ordenação. Suponha que escolhemos k objetos de um conjunto A que tem n objetos distintos, com reposição. Iremos nos referir ao conjunto A como a população. O experimento produz uma k-upla ordenada (x1, . . . , xk), onde xi ∈ A, i = 1, 2, . . . , k. A Equação 1.12, com n1 = n2 = . . . = nk = n implica que número de k -uplas ordenadas distintas = nk (1.13) Exemplo 1.5. Uma urna contém cinco bolas numeradas. Suponha que selecionamos duas bolas da urna com reposição. Quantos pares ordenados distintos são possíveis? Qual é a probabilidade de retirar duas vezes a mesma bola? Solução. A Equação 1.13 diz que o número de pares ordenados é 52 = 25. Na Tabela abaixo temos os pares possíveis. Cinco dos resultados possíveis são de bolas com o mesmo número. Se supomos que todos os resultados possíveis são equiprováveis, então a probabilidade de retirar a mesma bola duas vezes é 5/25 = 0, 2. (1,1) (1,2) (1,3) (1,4) (1,5) (2,1) (2,2) (2,3) (2,4) (2,5) (3,1) (3,2) (3,3) (3,4) (3,5) (4,1) (4,2)