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30.04 Síndrome Choque DEFINIÇÃO - Diminuição do fluxo sanguíneo efetivo = diminuição de débito cardíaco a ponto de chegar pouco o oxigênio nos tecidos e alterando. - Inicialmente a lesão tecidual é reversível, só que mais tarde, se torna irreversível, ou seja, se demorar muito para interferir na situação, a lesão não terá como ser desfeita, mesmo que consiga restabelecer o débito cardíaco do paciente, a lesão será tão grave que a morte é eminente. TIPOS DE CHOQUE Cada tipo tem seu tratamento e prognóstico mas os sintomas são muito parecidos. 1ª esse tipo explica o que está acontecendo para o DC estar baixo - Choque hipovolêmico → DC baixo porque falta volume de sangue, ex: animal com diarréia, ou com hemorragia. Tratamento → reposição do volume sanguíneo com soro. - Choque cardiogênico → DC baixo por ter um problema no coração, como arritmia, cardiomiopatia dilatada. Tratamento → de acordo com a doença cardíaca. - Choque distributivo → paciente tem o volume sanguíneo bom mas está mal distribuído, como no caso de vasodilatação periférica absurda, onde o sangue vai até a periferia mas não consegue voltar para o coração, diminuindo o DC. Tratamento → repõe um pouco do volume sanguíneo e vasoconstritor. - Choque obstrutivo → obstrução de veias e artérias importantes, por exemplo quando há uma dilatação gástrica comprimindo a cava, e o sangue não está voltando pro coração, tratamento seria a descompressão do estômago. Outro exemplo seria a presença de tumor comprimindo a horta, tratamento é retirar o tumor. Tratamento → desobstruir. 2ª classificação mais generalista, baseado na etiopatogenia, ou seja, porque o paciente entrou em choque: - Choque Hemorrágico → entrou em choque porque está perdendo sangue. Tratamento → transfusão de sangue. *Choque hemorrágico é um tipo de choque hipovolêmico mas sendo específico para a perda de sangue, dessa forma ajuda no diagnóstico e no tratamento. - Choque Séptico → causa vasodilatação. Tratamento → vasoconstritor e antibioticoterapia *Choque séptico é um tipo de choque distributivo, mas pelo fato de informar que é uma infecção generalizada, ajuda no tratamento. - Choque Neurogênico → afeta o sistema nervoso e causa a perda do controle vascular (vasodilatação). Tratamento → vasoconstritor, tratar a causa do problema neurológico e proteção do sistema nervoso. *Também é um tipo de choque distributivo. - Choque Anafilático → reação alérgica que e causa edema generalizado, ou seja, líquido extravasa para fora do vaso, diminuindo o volume sanguíneo e DC, somado a vasodilatação (muito grave). Tratamento → fluidoterapia, antialérgico e vasoconstritor. *Choque misto, ou seja, considerado como choque hipovolêmico e distributivo. CLASSIFICAR CORRETAMENTE É MUITO IMPORTANTE PARA INSTRUIR NO DIAGNÓSTICO E NO TRATAMENTO, ALÉM DE AVALIAR MELHOR O PROGNÓSTICO. Sintomas: - Basicamente todos os choques, apresentam os sintomas muito parecidos, porque o organismo, não diferencia um do outro. Portanto, qualquer tipo de choque, o corpo identifica como HIPOVOLEMIA, mesmo em alguns casos em que não há hipovolemia como sintoma. Para o diagnóstico, a gente analisa a resposta do organismo contra a hipovolemia, não ela em si, como a taquicardia, mucosa pálida em alguns casos. - Taquicárdico, taquipneico, pálido, hipotenso, produzindo pouca urina, aumento de TPC. - Associar os sintomas com o histórico e os exames complementares para fechar diagnóstico de qual choque. Fisiopatologia: - Resposta do organismo → ativa três mecanismos: 1. Sistema nervoso SIMPÁTICO → ativação de três hormônios → Cortisol, Adrenalina e Noradrenalina. Cortisol = hiperglicemiante; uma das primeiras coisas que acontecem, para dar suporte energético ao trabalho muscular da vasoconstrição, da taquicardia, dá musculatura respiratória em taquipneicos. * Para identificar se o trauma é grave, é preciso medir a glicemia. Se um animal que foi atropelado, estiver com a sua glicemia normal, dificilmente ele irá morrer, mas se o nível estiver alto, mesmo que o animal aparenta estar bem, indica que o trauma foi muito grave e provavelmente irá descompensa depois. Essa avaliação não é a melhor mas é a mais indicada para casos de baixo orçamento. Em um animal diabético, é considerado um fator de risco, o trauma sempre será muito grave. Com estoque de energia, o corpo já pode responder ao problema, com a ajuda da Adrenalina e da Noradrenalina, que vão causar taquicardia, aumento da força de contra (inotropismo), e vasoconstrição (mucosas pálidas, aumento do tpc, extremidades frias, hipotermia), para redistribuir o volume para os orgão mas importantes e para tentar combater possíveis quedas de pressão. 2. Sistema Nervoso CENTRAL → Liberação de ACTH e Vasopressina. ACTH= libera cortisol e aldosterona, que age no rim retendo sódio e água, causando oligúria ou anúria dependendo da intensidade. Vasopressina= ADH → para de produzir urina. 3. Sistema Renina Angiotensina Aldosterona. *Quando o DC cai muito a pressão de sangue da entrada do capilar não consegue ser 25, e também começa a cair a pressão, e se a pressão de entrada no capilar for muito baixa, ele não consegue oxigenar todas as células e se isso ocorrer vai ter anaerobiose (falta pouco tempo para a célula morrer) resultando na eliminação de ácido lático causando acidose metabólica. Por isso se calcula ácido lático na emergência, porque mostra que as células estão fazendo anaerobiose e acidemia (pH alto) → mostra a gravidade do quadro e quanto mas rápido intervir maior são as chances de sucesso. Essa é forma mas segura de avaliar a gravidade do quadro. Privação de oxigênio - Vasoconstrição seletiva: diminui a circulação da pele, animal fica pálido, intestino fica lento e para de funcionar, animal para de comer e tem vômito e diarréia, Fraqueza muscular, animal não quer mais levantar Para de produzir urina Insuficiência hepática causa icterícia Muda a respiração Coração e cérebro PRIVAÇÃO DE OXIGÊNIO - Primeira resposta ao eventos do choque, é a mudança do formato do capilar, grosso na entrada, por onde o sangue chega, e fino no final por onde o sangue volta para o coração, como se fosse um cone. Na entrada, a parte mais larga, a pressão fica mais forte, aumentando um pouco a oxigenação das células dessa região. Porém diminui o retorno venoso para o coração. Além dá formação de edema na entrada devido ao sangue “parado” nessa parte e assim diminui a volemia do paciente, concluindo na piora do DC, pois agora ele tem dois problemas (hipovolemia e pior retorno venoso) - Seguindo esse caminho, o corpo responde com outra transformação, abrindo outro caminho pela mudança de pH→ shunt, ou seja, o sangue vai direto da arteríola para vênula, sem passar pelo capilar. Isso faz com que aumente o DC = melhora do paciente mas as células periféricas vão morrer, disparando o nível de lactato, porém a hora que a pressão normalizar, o organismo gasta o lactato e volta tudo ao normal (tira o shunt e oxigena o capilar. - Se não houver nenhuma intervenção até esse ponto, o sangue que ficou parado no capilar, coagula e forma trombo, e assim quando a pressão voltar, o sangue não vai conseguir passar pelo capilar, ou seja, essa parte não tem mas salvação, e se isso acontecer em muitos lugares de um órgão a chance de morte é iminente, mesmo que o coração ainda esteja funcionando, porque essa parte é irreversível. *Combinação catastrófica = lactato alto com plaqueta baixa = muita anaerobiose, e as plaquetas que existiam já foram usadas para formar trombo (CID = coagulação intravascular disseminada). Prognóstico muito ruim. Então quando tem um paciente que está com o lactato alto e que o número de plaquetas começaram a diminuir, já se adm um anticoagulante para evitar a formação de trombos. ESTADIAMENTO DO CHOQUE - Estadiamento que deve serfeito assim que o paciente chegar, para saber se está em choque, ou está em um quadro que pode evoluir para um choque. ESTÁGIO COMPENSADO Hipermetabolismo Cronotropismo positivo discreto (normal) Inotropismo positivo Taquipnéia discreta (normal) Aumento da resistência vascular sistêmica Aumento do consumo de oxigênio TPC < 1seg Mucosas hipercoradas Atividade mental normal Ex: Poodle de 5 anos, que foi atropelado, chegou na clínica com FC 130, FR 28, TPC -1s, mucosa normocorada, animal com comportamento normal, andando (aparentemente tudo normal!). Conduta tomada → analisar Glicemia (130), PA (normal), Lactato (normal),US (normal), FAST (sem acúmulo de sangue), Hemogasometria (normal), hemograma (normal), raio x (normal). O certo é → fazer US e Raio x (se não houver hemorragia, não é necessário se preocupar com o hematócrito). Porque deixar o animal internado? Animal não está hipovolêmico, porque não alterou FC e FR, porém como esse cão sofreu um trauma de multi pancadas, nas próximas horas (8Hrs muito rápido - sempre monitorar no mínimo por 8hrs- e depois diminui a velocidade) ele terá um edema (todo trauma causa edema, leve ou grave, e o tamanho do edema varia de acordo com o organismo), e o prognóstico dependerá de qual é o tamanho do edema que o organismo vai produzir e o quanto ele vai beber de água, se ele bebeu uma quantidade maior que o edema, ele ficará bem, mas se o edema for muito maior que a ingestão de água, o líquido intravascular var extravasar deixando o animal hipovolêmico. Por isso que se o animal for liberado, ele pode fazer um grande edema, dormir e não acordar. O edema não é visível, geralmente acontece na musculatura, e nas vísceras, não é palpável. Na internação, no mínimo por 8hrs, mas o ideal é por 24hrs → dar analgésico, tipo tramadol ou dipirona, deve diminuir a FC e FR, se isso não acontecer, ou se essas frequências aumentarem, indica que o organismo está fazendo edema, perdendo volume intravascular, e está tendo taquicardia para compensar a perda de volume = animal está descompensado (ativando o sis. nervoso simpático, no intuito de continuar ofertando oxigênio para as células) e se essa situação durar por muito tempo ele descompensa. Deixa o animal com acesso venoso, com fluido desligada ou muuuuuito lenta, dando água e sempre acompanhando com a observação clínica (não precisa encher o animal de exames), PA, mucosas, FR… ESTÁGIO DESCOMPENSADO INICIAL Vasocontrição seletiva Hipóxia tecidual Cronotropismo positivo progressivo (cão) Inotropismo negativo (fatores pancreáticos) Quebra da barreira intestinal Taquipnéia (shunt pulmonar) Hipotensão arterial Redução do consumo de oxigênio TPC > 2 seg Mucosas hipocoradas Oligúria ou anúria hipotermia Menor atividade mental - Estágio mais fácil de diagnosticar → animal muito taquicárdico, taquipneico, pressão baixa, TPC aumentado, pálido, sem produzir urina, gelado e apático. O ideal é entrar rápido com um tratamento mais agressivo - Na hora que baixa o DC, começa diminuir o fluxo de sangue no intestino (quebra dá barreira intestinal), e o sistema imunológico intestinal para de funcionar, levando as bactérias dessa região cair na circulação, podendo desenvolver sepse. Portanto alguns pacientes que têm algum tipo de choque, acaba morrendo de sepse → por isso alguns atendimentos incluem antibioticoterapia de forma profilática. - Todo tratamento de choque começa com fluido e oxigênio. Tratamento agressivo fluidoterapia com Ringer Lactato → muito rápido/15min. - ex: animal de 20kg, 400gts/min. - peso x 20 → com o intuito de levar oxigenação para os vasos que estavam fazendo shunt. e oxigenar o capilar e as células = ser agressivo na velocidade e não no volume → e para fazer rápido precisa pegar mas de um acesso. ESTÁGIO DESCOMPENSADO Perda da Autorregulação Vasodilatação generalizada Bradicardia Inotropismo negativo Hipotensão arterial Mucosas pálidas ou cianóticas TPC inviável Anúria Hipotermia Coma - Estágio que o corpo já não aguenta mais, onde ele já está a muito tempo fazendo vasoconstrição, taquicardia, e acaba as reservas biológicas, estoque de glicogênio, capacidade de contração, estoque de hormônios como adrenalina e noradrenalina, e dessa forma o sis. nervoso simpático para de funcionar. - O animal que estava em vasoconstrição, fará vasodilatação, taquicardia → bradicardia, PA muito baixa, pálido a cianótico, a ponto que não dá mais para fazer TPC, nenhuma produção de urina, gelado e em como. - Prognóstico MUITO ruim → chances de sobreviver muito baixa → grandes chances de estar na fase irreversível. DOSAGEM DE LACTATO - Valor normal → até 2,2 a 2,4 (depende do aparelho) - Dois protocolos mais defendidos. - O melhor e mais utilizado nos EUA → dosagem de hora em hora → $$$ 50 reais A cada uma hora, deve diminuir 20% do lactato e ajusta o tratamento conforme o resultado. - Golden Hours → protocolo bom e mais barato → dosagem na hora que o animal chega e nas 6hrs e 24 hrs depois. 1- Quanto maior o nível de quando o animal chegou, mais grave é o seu quadro. 2- 6hrs → o nível deve abaixar no mínimo 50%. Se baixar, por exemplo, apenas 30%, significa que devemos intensificar o tratamento. 3- 24hrs → o valor deve ter sido normalizado. Se isso não aconteceu significa que a resposta ao tratamento não está sendo boa e deve melhorar ele. E se o valor der maior que o avaliado no exame de 6hrs, significa que dificilmente o paciente irá sobreviver → se tornou irresponsível ao tratamento. TRATAMENTO O TRATAMENTO DO CHOQUE SEMPRE SE INICIA COM OXIGENIOTERAPIA E FLUIDOTERAPIA , EXCETO NO CHOQUE CARDIOGÊNICO Fluidoterapia - Cristalóide Isotônico → Ringer com Lactato, Solução Fisiológico (Na 0,9% = cloreto de sódio a 0,9%). - Todos vão tomar, nenhum protocolo é feito sem esse soro, a questão vai ser se vamos adm só esse ou associar com outro. - É o único soro que consegue tratar as células → sem o ringer lactato terá mas morte celular. - Para adm apenas esse soro, é necessário repor mais ou menos 4 vezes o valor que o animal perdeu (geralmente dá muito soro e fica inviável de fazer) → a explicação por ter que fazer uma grande quantidade, é que ¾ mais ou menos do soro administrado vai sair do vaso em 1hr → edema. O animal que tiver recebido esse soro terá uma melhora mas depois vai ter queda de pressão de novo e se isso acontecer, será necessário associar com outro tipo de soro. - Portanto os cristalóides não são eficientes para manter a pressão. - Velocidade → Teste de carga = 60 ml/kg/hr → coloca na bomba de infusão → peso x 60 → por 15 min! Ex: Animal de 20 kg → 20 x 60 = 1l 200ml → coloca 1l 200 por hora na bomba de infusão e quando der 15 min. para e mede a pressão de novo. Se a pressão estiver boa, coloca na velocidade de manutenção e monitora. Se a pressão não melhorou, faz mas 15min. nessa velocidade, é possível fazer esse procedimento 3 vezes. - Teste de carga causa edema, diminui fatores plasmáticos, da acidose hiperclorêmica (esses dois soros possuem muito cloro, que estimula a liberação de bicarbonato) porém é a melhor conduta a ser tomada. - Qual o soro deve ser utilizado? Ringer com Lactato (SEMPRE), mas se não tiver pode ser feito com Solução Fisiológica e se não tiver nenhum dos dois, não pode fazer nenhum outra solução, porque, o glicofisiológico ou glicose 5% aumenta os níveis de glicose que já estavam altos, deixando o sangue muito viscoso, diminuindo o DC e levando o animal a morte; o ringer lactato simples também não pode pois tem muito cloro a ponto de matar o animal por acidose. Ex: paciente de 45 kg descompensado no choque → oxigenioterapia e fluidoterapia com ringer lactato e fazer até 4 acessos → muito difícil, então só fazemos esse método para pacientes menores, e se não tiver bomba de infusão, peso x 20, e coloca no equipo. - Portanto, se nãotem como fazer a fluido na velocidade necessário, porque o volume é muito grande, devemos associar o ringer com soluções hipertónicas. - Cristalóide Hipertônicos → Solução Hipertônica (cloreto de sódio a 7,5% → não vem pronto, tem que ser feito na hora que for usar → 0,9% é solução fisiológica. 20% solução salina. Queremos 7,5%. → 7,5-0,9= 6,6 ml e 20-7,5= 12,5ml → pega um seguiringa coloca 12,5 de solução fisiológica + 6,6 de solução salina = seringa cheia de solução hipertônica → faz quantas seringas precisar para completar o volume que deve ser administrado. (SIM ESSA MERDA TA CERTA, pq ele faz um x, onde o centro é 7,5) Ex: Animal de 30 Kg → 2 a 4 ml/Kg ⇒ 30 x 3 = 90 ml. Uma seringa tem 19 ml de solução hipertônica. 90 19= 4 → vo precisar de 4 seringas mais ou menos.÷ - Solução com muito sal = atrai água , na hora que entra na veia ele puxa líquido para circulação, restabelecendo a pressão. - Usada nos casos de animais muito grandes, onde o volume de ringer é muito grande para se adm, então se dá a solução hipertônica antes em um volume muito baixa (2 a 4 ml/kg) em 5 min., para normalizar a pressão por 1 hora (depois volta a PA volta a cair), porém nesse tempo é possível pegar outro acesso com calma, além de diminuir pela metade a velocidade que deve ser administrado o ringer lactato (diminui pela metade o número de gotas → no caso do paciente de 45 kg, ao invés de quatro acessos, agora precisamos pegar apenas dois). - Também é usada nos casos onde o paciente chega e precisa ir rapidamente para a cirurgia, pois a pressão melhora em 5 min. - Colóides Sintéticos → Dextrana (não se usa mais), Amido, Gelatina - Substância sintética, que não é do próprio organismo, que gera uma resposta imunomediada. - Já foi o melhor soro mas hoje está praticamente proibido. - Substância que melhor estabiliza a pressão mas só se faz como último recurso (depois de tentar os fármacos vasoativos → adrenalina, noradrenalina) pois o corpo reconhece o colóide como corpo estranho, desencadeando processo inflamatório e com ele a perda de função dos órgãos. - Colóide de escolha → de preferência AMIDO hidroxietílico (tem sua resposta inflamatória menor) ou GELATINA (líquido estéril como a gelatina que a gente come mesmo, mas não endurece, e dessa forma quando é usada, não sai do vaso). - Hemocomponentes → derivados de sangue → Concentrado de hemácia, Plasma, Albumina. - Situações onde se usa hemocomponentes: ● Grandes Hemorragias → onde há perda de mais 30% da volemia (hipotensão - se a pressão está boa quer dizer que o animal não perdeu 30%) → esse paciente precisará de transfusão mesmo que sua pressão já estabilize. Soro indicado → concentrado de hemácia e pode ser usado sangue total. Como transfundir → V (ml)= 70 gato/ 90 cão x Peso x % de sangramento e divide por 100 Ex: Cão 8Kg q sangrou 50% ⇒ Transfusão de sangue total → V= 90 x 8 x 50=36000 ml100 360÷ = ● Proteína baixa → quando a albumina está menor do que 1, precisa fazer Albumina, principalmente. Soro indicado → albumina, vem em frascos e é muito caro, então podemos usar plasma, porém não é muito eficiente. ● Coagulopatias → quando o animal não está conseguindo coagular (sangramento difuso), é preciso dar fatores de coagulação ou plaquetas. Soro indicado → plasma, e se plaqueta estiver baixa, associa com concentrado de plaqueta, cada um em um acesso, não pode colocar os dois juntos. ● Anemia intensa → Hemoglobina < 4 = transfusão. Hemoglobina 4 - 7 = começa fluido lento enquanto espera pela transfusão. Hemoglobina 7 - 21 = observação. Soro indicado → concentrado de hemácia e pode ser usado sangue total. *não deve se evitar usar sangue total pois aumenta as reações transfusionais e com isso a mortalidade. Transfusão → V= 70 gato/ 90 cão x peso x (hematócrito desejado - obtido) dividido pelo hematócrito do doador. - Hemoglobina Sintética → NÃO TEM NO BRASIL. - Hemoglobina de origem de proteína bovina, que transporta oxigênio se não há possibilidade de transfusão. - Dura por 24hrs. TRATAMENTO DE CHOQUE Choque hemorrágico - A coisa mais importante é determinar quantos % o animal perdeu de sangue para determinar a melhor conduta: *Em todos os casos, tentar para o sangramento. 1. Animal com hemorragia mas com todos os parâmetros normais → coloca no oxigênio, pega acesso venoso, instalado RL (lentinho) 2. Hipovolemia com vasoconstrição → coloca no oxigênio + acesso venoso + teste de carga (RL ou Hipertônica, até normalizar os parâmetros) sem transfusão → se não normalizar com a fluido, faz vasoativos. 3. A principal mudança é à queda da pressão = perdeu mais de 30%, portanto o tratamento inclui ao o oxigênio e o teste de carga, a transfusão (faz oxigênio, teste de carga e pede uma bolsa de sangue → de preferência concentrado de hemácia mas pode ser sangue total). A porcentagem que devemos colocar na fórmula, se der para contar a FC pelo pulso facilmente, é de 40. Se o teste de carga não funcionar, fármacos vasoativos e se não funcionar colóide e se não funcionar corticóide → hidrocortisona ou fludrocortisona (em quase todas as transfusões se faz corticoide junto para diminuir as chances de reações transfusionais e processos inflamatórios, mas no choque hemorrágico segura um pouco). 4. A diferença do grau três para o grau quatro, é o pulso, que vai estar filiforme (não consegue contar a FC facilmente, considera a porcentagem com 50 para colocar na fórmula. . Ex: Cão 6Kg, hipotensão, hemorragia, FC contável pelo pulso → coloca no oxigênio, teste de carga, faz transfusão … V= 90 x 6 x 40= 21600/100= 216 *Enquanto não tiver certeza que a hemorragia parou não pode deixar à pressão subir mais que 90 mmHg porque se aumentar, os vasos que já tinham coagulado voltam à sangrar. Quando o animal estiver estável, começa à observação clínica e é possível associar aos fatores de prognóstico… lactato, glicemia ou hemogasometria. Choque Séptico Têm grande taxa de mortalidade e seu tratamento é muito caro. Pode ser primária ou secundária à uma outra doença que teve uma complicação. Infecção que causa disfunção de um órgão à ponto de ameaçar a vida do paciente. É muito importante pois afeta todos os sistemas orgânicos simultaneamente, potencializa processo inflamatórios orgânicos que leva à perda de função parcial ou total, paciente pode morrer de disfunção de qualquer órgão mas existe à sensibilidade individual e à afinidade do agente, ou seja, à sepse vai afetar o sistema que mais é sensível, que sempre apresenta alterações ao longo da vida. Diagnóstico: existem três padrões mundiais… SEPSIS 1 → primeira e mais antiga. Sepse = infecção associada à uma resposta inflamatória sistêmica. SIRS (síndrome de resposta inflamatória sistêmica)= inflamação sistêmica mas sem infecção. Para fazer o diagnóstico de SIRS é necessário avaliar as seguintes variáveis, FC, FR ou CO2, Temperatura e Leucócitos, e se 2 desses 4 parâmetros estiverem alterados, o paciente é positivo para SIRS. Sempre medicar o animal antes de avaliar esses parâmetros no caso dele apresentar dor, pois algumas alterações podem ser por isso. E se junto a essas duas ou mais alterações, o paciente estiver com hipotensão, dizemos que ele têm choque séptico. *Infecção = presença de qualquer agente infeccioso se multiplicando no corpo. SIRS = inflamação sistêmica Se juntar os dois = sepse Se cair a pressão por causa disso = choque séptico. Sempre que o paciente tiver sepse com alteração no grau de consciência ou pressão baixa ou alteração na função real por diminuição de DU ou creatinina alta ou alteração respiratória ou alteração na coagulação ou lactato alto, é obrigatório internar, o melhor é sempre internar mas se não tiver como pode mandar para casa com atb, e se tiver com alguma dessas alterações (pode ser só uma) e mesmo assim o tutor quiser levar para casa, têm que assinar um termo,pois o paciente está sofrendo risco eminente de vida. SEPSIS 2 ou PIRO → diagnóstico muito bom pois conta com atendimento de 4 tipos de médicos especialistas mas é inviável para à maioria dos pacientes. NÃO É FEITO. SEPSIS 3 ou técnica SOFA → avalia seis variáveis, respiração (hemogasometria), coagulação/ plaquetas (hemograma), fígado/ bilirrubina, PA, escala de glasgow (grau de consciência ), creatinina (função renal), na teoria, se houver que seja uma alteração nessas variáveis, o paciente já deveria ficar internado, porém é inviável principalmente para os animais. Então, o indicado é, se à pontuação somar 2 pontos do mesmo sistema o paciente é internado, se forem de sistema diferentes, procura à causa e trata em casa → Avaliação caso a caso. Se o paciente somar no mínimo 3 pontos, ele tem q ficar internado. Esse diagnóstico é feito também como monitoramento porém é caro. Quick SOFA → NÃO É USADO NA VET. é uma forma de deixar mais barato e no intuito de fazer um diagnóstico precoce da sepse. Se algum paciente tiver, alteração respiratória ou glasgow ou pressão baixa, deve fazer o SOFA completo. A FORMA UTILIZADA HOJE EM DIA É → SEPSIS 1 para diagnóstico (triagem) e se o animal tiver sepse, faz o SOFA na internação (monitoramento), de acordo com o dinheiro do tutor mas se ele tiver muita grana, faz SOFA direto. Tratamento - Oxigenioterapia - Fluidoterapia com Ringer Lactato - Aferir a PA: Normotenso → ATB (Cefalosporina com Metronidazol) + monitoração por SOFA Hipotenso → ATB + Teste de carga com RL + Hipertônica → vasoativo → colóide → corticóide - A pressão têm que estar entre 90 a 120 mmHg, não ultrapassar disso! TRATAMENTO EMERGENCIAL DA ICCE (edema pulmonar - choque cardiogênico) - Tipo de choque mais comum → insuficiência de valva mitral causando ICC esquerda. Teoria → valva mitral com disfunção e ao invés do sangue ir para aorta, grande parte dele volta para o átrio na contração do ventrículo esquerdo, no começo o átrio aumenta de tamanho e segura o aumento de volume mas depois de um tempo acaba tendo refluxo de sangue para o pulmão, com uma determinada pressão, e esse sangue se choca com o sangue que está chegando (fluxo venoso), gerando à HIPERTENSÃO PULMONAR. À hipertensão pulmonar de origem cardiogênica é causada por esse refluxo. O sangue que chega no coração, têm pressão do refluxo somada pressão venosa, ou seja, aumento grande de pressão nos capilares pulmonares, se a pressão dentro do capilar aumenta a pressão para sair líquido extravascular desses capilares também aumenta → sai líquido dos vasos para os alvéolos, esse líquido não volta para o capilar = edema pulmonar. Tratamento *Diminuir a pressão pulmonar: FUROSEMIDA (diminui volume - diurético) ou BENAZEPRIL (vasodilatador - inotrópico) - Oxigênio → animal com dispnéia durante uma crise = choque (saturação baixa SpO2 <90, PaO2 < 60 → hemogasometría PaO2 / FiO2 no ar ambiente = <300) - Fluidoterapia com Glicose 5% bem lentinho → porque é o único fluido que não tem sal. - Acesso venoso → FUROSEMIDA → dose em bolus e depois infusão contínua, se não der para fazer infusão contínua pode dar metade da dose a cada uma ou duas horas mas o efeito não é igual. A furosemida só pode ser administrada (pq se não ela não funciona) e só irá funcionar se à pressão estiver normal → porque é um diurético de alça e o líquido do filtrado glomerular só chega na alça de Henle se a pressão estiver boa, se à pressão estiver baixa, o líquido é reabsorvido no túbulo contorcido proximal, e o animal não urina. Sempre medir a pressão: Normotenso → aplicar vasodilatador Hipotenso → teste de carga diferente → usa glicose 5% dose 5 - 10 ml/Kg e abre todo o equipo → ex: cão 5kg, fazer de 25 à 50ml o mais rápido que puder. Quando a pressão estiver boa novamente, pode vasodilatar mas se permanecer hipotenso, adm DOBUTAMINA, para melhorar o bombeamento cardíaco, e se mesmo assim não melhorar, associa com NORADRENALINA, pode ser dopamina mas é bem pior, em infusão contínua. Aí quando à pressão normalizar, faz vasodilatador → Amlodipina ou Hidralazina (os melhores), Isossorbida (dá para comprar na farmácia), Nitroprussiato (se os outros não funcionarem). A pressão têm que estar no mínimo a 90 mmHg para usar o vasodilatador. - Os animais que chegam com dispnéia, geralmente estão com dor e angustiados, é necessário tranquilizar e fazer analgesia, com opióide em dose baixa (morfina, butorfanol ou metadona) ou opióide fraco.
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