Buscar

Primeiros socorros unidade 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

- -1
PRIMEIROS SOCORROS
UNIDADE 2 - VÍTIMA COM 
INTERCORRÊNCIAS NEUROLÓGICAS: COMO 
APLICAR OS PRIMEIROS SOCORROS 
CORRETAMENTE?
Ana Paula Felizatti
- -2
Introdução
Quando ocorrem situações que envolvem perda de consciência, há uma alta probabilidade da presença de
intercorrências neurológicas.
Você saberia como agir se alguém desmaiasse próximo a você, por exemplo? Aliás, você sabia que um simples
desmaio pode trazer consequências graves se o socorro não for imediato? As ações do socorrista nessas
situações são importantes para que a vítima possa ter menos sequelas e as chances de sobrevivência
aumentadas.
Além de desmaios, as vertigens também são consequências de intercorrências neurológicas e merecem atenção
no contexto de primeiros socorros. Algumas situações são mais graves, como é caso da vítima em coma, síncope
ou estado convulsivo.
Você sabe qual é a diferença entre esses casos e como escolher a ação correta em cada situação? É importante
que o socorrista tenha conhecimento sobre os conceitos teóricos e práticos para diferenciar o tipo de emergência
e saber como agir para auxiliar a vítima da melhor forma. Assim, quando o paciente estiver passando por
intercorrências neurológicas que resultem em perda da consciência, é preciso estabelecer o tipo de situação que
ele está vivenciando e como o socorrista deve agir.
Desmaios, convulsões e outras intercorrências podem ocorrer em qualquer local, incluindo salas de aulas,
academias, supermercados e, até mesmo, nas ruas, pois podem ser consequências de diversos fatores, tanto
internos quanto externos.
Por isso, analisar a causa do problema faz parte do socorro bem-sucedido.
Dessa forma, ao fim deste capítulo, seremos capazes de reconhecer os diversos tipos de intercorrências do
sistema neurológico, bem como as atividades de primeiros socorros intrínsecas a eles.
Vamos aos estudos!
2.1 Primeiros socorros em distúrbios neurológicos
As intercorrências neurológicas são emergências que precisam de primeiros socorros e podem ocorrer em
qualquer local, a qualquer momento. Portanto, é essencial que o socorrista esteja preparado para reconhecer os
tipos de emergências, a fim de agir com exatidão e eficiência (SANTOS, 2014).
A perda da consciência é um processo complexo, que envolve a interrupção da oxigenação das células cerebrais,
que, ao detectar o problema, desliga o corpo da vítima. Esse desligamento, por sua vez, pode ter causas simples,
como a desidratação; ou causas mais complexas, como a presença de tumores e doenças neurológicas. Durante a
admissão de alunos ou funcionários, por exemplo, é importante que se conheça a pré-disposição para
determinadas situações (BRASIL, 2003; ROSALES, 2017).
Um caso simples é uma criança em idade escolar que costuma desmaiar após exposição ao sol. É dever dos
professores e supervisores, portanto, evitar que essa criança tenha atividades longas de forma tão exposta. Por
outro lado, também se deve garantir que as emergências que não puderem ser evitadas sejam corretamente
atendidas com técnicas efetivas de primeiros socorros. Por isso, a importância do reconhecimento prévio do
ambiente é um utensílio útil para a adequação dos primeiros socorros e de materiais necessários (SANTOS,
2013).
Além disso, o posicionamento da vítima, a avaliação do nível de consciência e a possibilidade de início de um
estado convulsivo, ou pré-desmaio e vertigem, são importantes passos para a realização do auxílio.
A partir de agora, serão discutidos os primeiros socorros em Acidente Vascular Encefálico (AVC) e em distúrbios
neurológicos de modo geral, para que possamos melhor entender quanto a essas situações.
- -3
2.1.1 Casos de distúrbios neurológicos e AVC
Os distúrbios neurológicos são aqueles que acometem as funções cerebrais, influenciando o equilíbrio e a
consciência da vítima. A perda de tônus musculares e de noção espacial são características desse problema, que
pode ter tempo de duração e gravidade distintos, de acordo com a causa e as ações tomadas durante o socorro
(ORTIZ, 2000).
A ação do socorrista deve ser imediata para que a vítima não sofra quedas bruscas devido a perda da
consciência. Todavia, deve-se atentar para a real necessidade de prestar auxílio, além da chamada do serviço de
emergência.
O Acidente Vascular Cerebral, ou AVC, é um dos principais distúrbios. Ele ocorre pela eminência de problemas no
cérebro, como aneurismas, hemorragias e traumas. Ou seja, ocorre devido a patologias nos vasos encefálicos,
como lesões e alteração da permeabilidade vascular. Devido a esse comprometimento, o fluxo de hemácias
(células vermelhas que carregam oxigênio) é retardado ou dificultado, gerando deficiências.
Além disso, ele também é o resultado da falta de oxigenação no cérebro devido ao rompimento (AVC
hemorrágico) ou obstrução (AVC isquêmico) da artéria carreadora.
No , há um bloqueio da circulação sanguínea pelos vasos cerebrais, ou seja, pelo entupimento deAVC isquêmico
vasos, causando um déficit sanguíneo que compromete as funções cerebrais. Já o ocorre peloAVC hemorrágico
rompimento de vasos sanguíneos, gerando processos hemorrágicos no cérebro (ORTIZ, 2000).
A figura a seguir demonstra com maior clareza essa diferença.
- -4
Figura 1 - A ocorrência de um AVC pode ter duas causas principais: o entupimento ou a ruptura de veias 
sanguíneas cerebrais.
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2018.
No Brasil, o AVC é a doença com maior número de óbitos em adultos, sendo considerada a mais incapacitante.
Sua identificação inclui a verificação de determinados sintomas, antes da perda total de consciência, como os que
você poderá ver clicando nas abas a seguir:
Fraqueza
A vítima se sente fadigada, sem energia.
Redução da visão
A visão se torna escurecida e há dificuldade de foco.
Problemas para falar
A fala se torna confusa ou não audível.
Tontura
A vítima tem seu equilíbrio corporal afetado.
Dores de cabeça
A falta de oxigenação causa dores na região da cabeça.
Anisocoria
As pupilas dilatam de forma diferente entre si.
Assimetria facial
A face sofre distorção em apenas um dos lados.
O método mais eficaz para auxiliar uma vítima em AVC é a velocidade de detecção do problema e o rápido
- -5
O método mais eficaz para auxiliar uma vítima em AVC é a velocidade de detecção do problema e o rápido
chamado do auxílio médico. É fundamental que o socorro seja acionado antes da perda da consciência do
paciente, visto que, uma vez que a vítima estiver inconsciente, o AVC estará efetivamente ocorrendo. Portanto, a
análise cuidadosa dos sintomas é a melhor maneira de fornecer os primeiros socorros, já que, durante a sua
ocorrência, apenas o auxílio médico especializado poderá agir (ORTIZ, 2000; BRASIL, 2003).
Também há uma tríade de ações importantes para a detecção do AVC em uma vítima com os sintomas descritos
anteriormente. As ações incluem uma conversa direcionada com a vítima, pedindo que determinadas ações
sejam realizadas. Por exemplo: deve-se ordenar com clareza que a vítima tente sorrir, falar e levantar os braços.
As frases devem ser curtas e completas, como “sorria!”, “fale seu nome” ou “levante seu braço direito”.
Em casos de incapacidade, deve-se acionar o serviço de emergência imediatamente, informando sobre a
eminência de um AVC, pois, quanto maior o tempo de espera, maior é o número de células mortas por falta de
oxigenação, em que, consequentemente, há, também, maiores sequelas e a probabilidade de óbito (SANTOS,
2014).
É importante ressaltar que o socorrista tem ação limitada à identificação do problema, mas rápido acionamento
do serviço de emergência. Nesse contexto, a avaliação da vítima e o reconhecimento dos sintomas é primordial
para que a chance de redução de sequelas seja aumentada, visto que o tempo é essencial para o tratamento
médico.
Durante a espera do serviço de emergência, recomenda-se algumas ações básicas, as quais incluem evitar que a
vítima faça esforços ou ingira alimentos e o afrouxamento das vestimentas para acomodação. Além disso, o
socorrista deve tentar acalmar a situaçãoe o ambiente. Já a realização da massagem cardíaca em vítimas que já
estão em estado inconsciente e com ausência de respiração e batimentos é uma ação igualmente essencial
(BRASIL, 2003; ORTIZ, 2000).
Deve-se, portanto, analisar os sinais vitais em busca de anormalidades e iniciar os protocolos de Suporte Básico
de Vida sempre que necessário.
Na sequência, veremos com mais profundidade quanto ao socorro em casos de vítimas de desmaios ou vertigens.
2.2 Socorro da vítima em estado inconsciente de desmaio 
(síncope) ou vertigem
O desmaio, também conhecido como síncope, é uma das intercorrências neurológicas de maior ocorrência. Em
muitos casos, o auxílio é prestado erroneamente, gerando agravamento da situação. Afinal, apesar de algumas
situações serem relativamente simples, outras podem se tornar graves se o socorro não for realizado da melhor
forma (BRASIL, 2003).
Clique no vídeo a seguir para assistir a uma videoaula sobre o desmaio.
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.78/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/44388221
VOCÊ QUER LER?
A compreensão do funcionamento do AVC pode ser essencial para a ação de primeiros
socorros. Assim, pode-se consultar diversos manuais e protocolos para compreender esse
grande problema que afeta a saúde pública. Roberto de Magalhães Carneiro de Oliveira e Luiz
Augusto Franco de Andrade escreveram um artigo importante sobre o assunto. Você pode ler
no link: < >.http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-3/acidente.pdf
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.78/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/44388221/entry_id/0_g6wqjkpe?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1565662560&entry_id=0_g6wqjkpe
http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-3/acidente.pdf
- -6
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.78/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/44388221
/ e n t r y _ i d / 0 _ g 6 w q j k p e ?
wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1565662560&entry_id=0_g6wqjkpe
Antes de partirmos para a situação em si, é preciso entender quanto os termos “desmaio” e “síncope”, que são
comumente utilizados e podem gerar confusão. A principal diferença entre os dois é o tempo de duração da
perda da consciência, visto que, em casos de desmaios, a perda é mais rápida; já em casos de síncopes, ela se dá
de forma longa. Contudo, de modo geral, são utilizados como sinônimos (RODRIGUES, 2014).
Nas palavras de Moraes (2010, p. 46), desmaio é:
[...] qualquer tipo de perda de consciência de curta duração que não necessite manobras de
reanimação. A causa fundamental de um desmaio é a diminuição da atividade cerebral. Para manter
a oxigenação cerebral o corpo se desliga, mantendo um metabolismo basal (mínima atividade com
mínimo gasto de energia).
Já Rodrigues (2014, p. 303) esclarece que desmaio é “[...] uma perda súbita, transitória, e autolimitada da
consciência e dos tônus posturais, podendo resultar em quedas, e na maioria das vezes, está associada a
diminuição do fluxo sanguíneo cerebral global”.
A ocorrência de um desmaio ou síncope pode ser atribuída a diversos fatores, podendo ser desde cansaço
excessivo ou fome até problemas cardíacos graves, causando um decaimento de oxigenação e do fluxo sanguíneo
no cérebro, além de, consequentemente, a perda da consciência. Algumas das razões de desmaio que devem ser
consideradas incluem nervosismo, fortes emoções, privação do sono, calor, queda da pressão, hipoglicemia,
hemorragias, dor, ambientes mal ventilados, disritmias ou drogas.
Os episódios de síncope podem ser divididos entre síncope situacional ou vasovagal.
A é a perda abrupta da consciência devido a situações específicas, como visualização desíncope situacional
ferimentos, sangue, defecção etc. Já a é a perda da consciência abrupta que ocorre junto asíncope vasovagal
sudorese, palidez, náuseas e outros sintomas (BRASIL, 2003; RODRIGUES, 2014).
De maneira geral, são situações que ocorrem principalmente por dois motivos principais: hipotensão e
hipoglicemia.
No caso de , ocorre uma queda brusca da pressão arterial. Por outro lado, em casos de ,hipotensão hipoglicemia
há uma queda brusca da concentração de açúcar no sangue.
Dessa forma, é importante que o socorrista faça a avaliação do ambiente, tranquilize as pessoas ao redor e
identifique a causa do desmaio. Com isso, poderá selecionar as ações necessárias.
Ademais, deve-se considerar a situação pós e pré-desmaio, sendo que, na situação pré-desmaio, alguns sintomas
podem ser identificados, como fraqueza, náuseas, tremor, baixa temperatura da pele, pulso fraco e vertigem.
Usualmente, a queda de pressão pode ocorrer devido a esforço físico, calor excessivo ou ambiente fechados. Já a
queda da glicemia pode ser causada por dietas restritivas ou longos períodos sem alimentação. Em ambos os
casos, destaca-se a ocorrência de vertigem, ou tontura, como é conhecida.
A vertigem é o temo médico correto para a tontura, quando a vítima sente uma sensação de movimento
giratório, causando perda de equilíbrio e, até mesmo, quedas bruscas. Ela é consequência da perda do equilíbrio
corporal, que, por sua vez, depende de uma complexa rede de sinais cerebrais, incluindo reflexos visuais e
auditivos. Quando a perturbação do equilíbrio corporal se apresenta na forma de movimentos oscilatórios
circulares, ou seja, com caráter rotatório, a vertigem se caracteriza.
Nesse caso, é importante saber diferenciar a vertigem do desmaio, pois, a primeira, contempla um estado de
tontura; enquanto que a segunda é o caso de desfalecimento.
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.78/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/44388221/entry_id/0_g6wqjkpe?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1565662560&entry_id=0_g6wqjkpe
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.78/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/44388221/entry_id/0_g6wqjkpe?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1565662560&entry_id=0_g6wqjkpe
https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.78/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/44388221/entry_id/0_g6wqjkpe?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1565662560&entry_id=0_g6wqjkpe
- -7
Para avaliação da vítima em desmaios, é importante que se considere alguns questionamentos para a elucidação
das ações adequadas, como analisar a postura da vítima pré-evento, considerando se ela estava realizando
alguma atividade e se o ambiente possui facilitadores, como excesso de calor ou situações que possam causar
medo, por exemplo.
Uma descrição adequada também é essencial para auxiliar nos primeiros socorros, a fim de informar o serviço de
resgate. Questionamentos sobre como a vítima caiu, a coloração da pele, o tempo de duração do desmaio, se
houve movimentação involuntária, vômito, náuseas e outras secreções podem ser de grande ajuda nesse
contexto (RODRIGUES, 2014).
Entre as ações necessárias para a realização dos primeiros socorros, no caso de a vítima apresentar os sintomas
do desmaio, é adequado a realização de procedimentos para estabilização. O posicionamento da vítima sentada,
por exemplo, permite que quedas sejam evitadas e, consequentemente, lesões. Portanto, deve-se colocar a
cabeça da vítima entre os joelhos, se possível, no entanto, caso não consiga sentá-la, deve-se deitar a vítima com
as pernas para cima, a cerca de 20 cm (RODRIGUES, 2014; BRASIL, 2003).
VOCÊ SABIA?
O desmaio é considerado um sistema de defesa do corpo, como se o nosso cérebro entendesse
que o corpo chegou ao limite e precisa ser desligado. Sendo assim, durante o pré-desmaio, as
funções vitais desaceleram para evitar um colapso pela falta de circulação e a pressão
sanguínea cai, causando a perda da consciência. Para saber mais sobre o que ocorre com nosso
corpo durante um desmaio, confira o link: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016
>./02/160223_desmaio_explicacao_ciencia_fn
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160223_desmaio_explicacao_ciencia_fn
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160223_desmaio_explicacao_ciencia_fn
- -8
Figura 2 - O posicionamentoda vítima sem consciência é uma das primeiras etapas dos primeiros socorros.
Fonte: corbac40, Shutterstock, 2018.
Todavia, se a vítima já estiver desmaiada, outras ações são necessárias. Ela deve ser mantida em decúbito dorsal,
ou seja, de costas; e a respiração deve ser avaliada para uma possível liberação das vias aéreas. Em seguida, a
obtenção de informações sobre os sinais vitais é uma etapa importante para a avaliação, devendo-se observar
atentamente os batimentos cardíacos, a respiração e a temperatura (SANTOS, 2014).
- -9
Figura 3 - Os sinais vitais devem ser sempre observados para avaliação da vítima.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em SANTOS, 2014.
O ambiente controlado e com ventilação suficiente, sem tumultos e agitações desnecessárias, também é um
ponto positivo. Se necessário, o processo de ventilação pode ser realizado com o auxílio de papéis, como revistas
e jornais.
Caso as roupas do paciente estiverem apertadas ou justas, o afrouxamento pode auxiliar a retomada da
respiração, sempre respeitando a intimidade e a dignidade da vítima.
Não se deve forçar a alimentação ou a ingestão de líquidos para evitar o afogamento. Nesse contexto, a presença
de vômito também deve ser alvo de atenção, a fim de evitar que a vítima engasgue. Por isso, em caso de vômito
constante, recomenda-se que ela seja virada de lado.
A vítima ainda pode sofrer lesões durante a queda, e isso deve ser avaliado com calma e atenção para se buscar
possíveis ferimentos ou traumas. Uma vez estabilizada, deve-se chamar o auxílio médico para resgate.
Segundo Moraes (2010), a lista de ações para primeiros socorros em casos de desmaios ou síncopes, podem ser
resumidas em posicionar a vítima sentada, colocar a cabeça dela entre as próprias pernas, realizar pressão com
as mãos na região da nuca e monitorar os sinais vitais.
O autor destaca, porém, os cuidados a serem realizados pós-desmaio, como elevar os membros inferiores a 20
- -10
O autor destaca, porém, os cuidados a serem realizados pós-desmaio, como elevar os membros inferiores a 20
cm, monitorar sinais de pulso e respiração, afrouxar as roupas e os acessórios da vítima e não fornecer líquidos
ou alimentos.
Dessa forma, podemos entender que o desmaio não é uma doença, mas pode ser indicativo de diversos
problemas de saúde. Adicionalmente, as causas e as consequências devem ser conhecidas para a diferenciação de
situações de um desmaio ou vertigem relativamente simples, como devido ao calor; e de situações mais graves,
como o coma (SANTOS, 2014; KARREN, 2013).
Uma análise importante é a busca de sinais que a vítima tenha distúrbios de glicemia ou pressão, podendo ter
medicamentos em seus pertencentes que precisam ser aplicados imediatamente. Todavia, essas ações só devem
ser realizadas por socorristas com experiência, visto que a aplicação incorreta pode agravar a situação (MORAES,
2010).
Aliás, caso a vítima acorde, ela não deve se sentar imediatamente, devido ao risco de acidente vascular
encefálico. Esse processo deve ser realizado com calma e gradualmente (RODRIGUES, 2014).
A seguir, trataremos um pouco mais sobre o estado de coma.
2.3 Socorro da vítima em coma
A perda do nível de consciência possui níveis, de acordo com a gravidade e com o tempo de apagamento e de
recuperação. Um caso de perda de consciência com alto nível de gravidade, por exemplo, já faz com que a
situação se encaixe no coma.
Para a compreensão dos primeiros socorros nesses casos, devemos nos atentar para as definições corretas. O
coma se caracteriza como o oposto do estado de consciência, em que a vítima perde o autoconhecimento e não
reconhece o ambiente, com ausência total ou parcial do nível de consciência, sem a capacidade de responder aos
estímulos externos. Além disso, pode se agravar para morte cerebral (RODRIGUES, 2014).
A ocorrência de coma pode ter diversas causas, podendo ser devido a abuso de drogas, problemas neurológicos e
cardíacos ou lesões internas. Também não é uma perda de consciência transitória, não possui curta duração nem
recuperação imediata, como ocorre no caso de desmaios ou síncopes. Por isso, os primeiros socorros são de
extrema importância, visto que o tempo para a vítima receber o auxílio tem direta relação com o nível de
sequelas sofridas.
- -11
Figura 4 - O estado de coma e o estado de desmaio ou síncope se diferenciam essencialmente pela duração dos 
sintomas, a recuperação e a perda da consciência.
Fonte: Elaborada pela autora, baseado em SANTOS, 2014; RODRIGUES, 2014.
Os primeiros socorros em casos de coma são relativamente limitados, já que a atenção envolve apenas o cuidado
para que a vítima esteja posicionada corretamente e a coleta de informações para que o resgate médico possa
agir com maior efetividade e agilidade. A análise dos sinais vitais cuidadosa e a restauração dos batimentos
cardíacos e da respiração também são essenciais nesse contexto. Já a realização de massagem cardíaca e a
ventilação devem ser consideradas em casos de batimentos cardíacos e respiração lentos (BRASIL, 2003;
RODRIGUES, 2014).
Caso os batimentos e a respiração da vítima estejam dentro da normalidade, ela deve ser posicionada
confortavelmente, sendo que alguns fatores podem ser analisados para auxiliar o atendimento médico posterior,
como a análise da abertura ocular, bem como respostas motoras e verbais. Essa avaliação, conhecida como
Escala de Coma de Glasgow, utiliza pontuações para a avaliação do estado de consciência da vítima.
Para a análise da abertura ocular, deve-se avaliar se a vítima é capaz de abrir os olhos espontaneamente ou com
estímulos verbais ou dolorosos. Já para a avaliação das respostas verbais, deve-se avaliar se a vítima consegue
elaborar respostas, seu estado de orientação e confusão, assim como se as palavras e os sons emitidos fazem
sentido. Por fim, para a análise das respostas motoras, deve-se analisar se há resposta sob determinados
estímulos, a localização do estímulo e as consequências da retirada desse estímulo (RODRIGUES, 2014).
O conhecimento sobre a causa do coma também é indispensável para prestação de primeiros socorros. Caso a
seja um problema neurológico, o socorrista deve se atenta para que não ocorra engasgamento ou vômito,
realizando o posicionamento correto.
Já para casos de coma alcoólico ou abuso de drogas, por exemplo, é importante que o vômito seja induzido e que
a glicose seja ministrada, se possível, visando elevar o nível glicêmico da vítima. Aliás, para verificar se o coma é
em resultado de abuso alcoólico, o odor da vítima pode auxiliar, assim como a análise do ambiente e o
questionamento de pessoas ao redor (RODRIGUES, 2014; KARREN, 2013).
Vale ressaltar, ainda, que o estado de coma pode ser grave, fazendo com que a vítima venha a óbito. Portanto, a
- -12
Vale ressaltar, ainda, que o estado de coma pode ser grave, fazendo com que a vítima venha a óbito. Portanto, a
agilidade no atendimento é crucial. Dentro das ações possíveis, o socorrista deve realizar a análise do ambiente e
a avaliação da vítima, bem como manobras para estabilização e reconhecimento das causas.
Entretanto, além do coma, também temos situações de estado convulsivo, que também requerem atenção por
parte do socorrista. Veremos sobre o assunto a seguir.
2.4 Socorro à vítima em estado convulsivo
O estado convulsivo ocorre devido a distúrbios que causam danos neurológicos, como em casos de epilepsia,
tumores, traumatismos cranianos, alcalose, febre elevada, edemas cerebrais, intoxicações ou hemorragias
cranianas, por exemplo. Outras situações também podem gerar convulsões, como vítimas com distúrbios
hormonais ou de metabolismo (diabetes e insuficiência renal). Além disso, também há fatores comuns, como
música alta, odores fortes, abstinência de droga/álcool, estresse, falta de sono e outras situações, que, apesar de
não serem usuais, podem engatilhar uma reação convulsiva em vítimas susceptíveis (BRASIL, 2003; RODRIGUES,
2014).
A convulsão é o excesso de impulsos elétricos em determinadas áreas do cérebro, podendo ser parciais(quando
apenas um dos hemisférios é afetado) ou total (quando os dois hemisférios são atingidos pelo desequilíbrio de
cargas elétricas). Os sintomas da crise e a gravidade são dependentes da região cerebral afetada. Sendo assim,
quando se tratam de pequenas áreas, sintomas mínimos ou ausentes são notados, mas quando grandes áreas são
acometidas, a crise pode ser bastante grave e longa (MORAES, 2010).
A vítima em convulsão apresenta contrações violentas dos músculos, de modo involuntário, podendo ou não
perder a consciência. Em estado de pré-convulsão, observa-se que o tronco, o rosto, as pernas e os braços sofrem
contorção, além de rigidez e espasmos musculares.
VOCÊ O CONHECE?
Alessandra Gorgulho é uma neurocientista brasileira que trabalha em conjunto com grandes
universidades estrangeiras. O grupo liderado pela brasileira construiu um marca-passo
cerebral para amenizar crises convulsivas, em que ondas elétricas são traduzidas e
estabilizadas antes que as crises se iniciem. O aparelho foi aprovado nos EUA em 2015 e vem
auxiliando centenas de pessoas a controlarem os sintomas epiléticos, incluindo as crises de
convulsão (FOLHA, 2014).
- -13
Para que o socorrista identifique uma vítima em estado convulsivo, alguns sintomas podem auxiliar, além de
indicar se a ocorrência é de convulsão parcial ou total. Clique no recurso a seguir e conheça quais são esses
sintomas.
• Inconsciência
A vítima não responde a estímulos verbais e motores, permanecendo sem consciência dos atos.
• Queda demasiada
A vítima pode cometer atos involuntários violentos contra si própria, não tendo controle ou noção
corporal e emocional de ação e reação, com característica agitação psicomotora.
• Olhar característico
A vítima mantém o olhar vago ou fixado em algum ponto, na parte superior ou lateral, podendo, também,
revirar os olhos constantemente.
• Suor
A sudorese excessiva na vítima é um sinal do estado convulsivo, podendo caracterizar alterações na
temperatura corporal.
• Midríase
A midríase, ou presença de pupilas dilatas, é uma característica importante para ser observada,
caracterizando uma reação do corpo à convulsão.
• Cianose dos lábios
A vítima apresenta lábios com coloração azulada.
• Boca com secreção espumosa
A boca da vítima começa a soltar saliva com característica semelhante a uma espuma branca.
• Movimentos involuntários no músculo da boca
A vítima morde os lábios e a língua.
• Relaxamento esfincteriano
A vítima passa por excreção involuntária de fezes e urina.
• Espasmos musculares
VOCÊ QUER LER?
O estado convulsivo gera uma série de reações no corpo da vítima, devido a descarga elétrica e
alterações no equilíbrio motor e psíquico. A revista Mundo Estranho reuniu uma série de
processos que ocorrem em determinadas regiões do corpo durante a crise convulsiva, criando
um material didático e bastante interessante. Ele está disponível no link: <
https://mundoestranho.abril.com.br/saude/o-que-acontece-no-corpo-durante-uma-convulsao
/>.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
https://mundoestranho.abril.com.br/saude/o-que-acontece-no-corpo-durante-uma-convulsao
- -14
• Espasmos musculares
Há contração e flexão muscular.
É importante destacar, contudo, que em vítimas de convulsão parcial, pode não ocorrer perda da consciência,
visto que a área responsável pode não ser atingida pelas descargas em desequilíbrio
Usualmente, o tempo de uma convulsão é de apenas alguns minutos (entre dois e cinco), sendo gradativamente
menos violenta com o passar do tempo, tendo um pico de alta agressividade no início, para, então, reduzir. Crises
com longo tempo de duração, ultrapassando 20 ou 30 minutos são emergências clínicas que podem gerar lesões
cerebrais e sistêmicas permanentes.
Assim, dependendo da gravidade e da intensidade, a crise pode durar apenas alguns segundos e sequer ser
percebida. No entanto, também há casos extremos.
Figura 5 - No estado convulsivo, a vítima passa por tremores e contrações involuntárias, além da presença de 
saliva espumosa.
Fonte: Luciano Cosmo, Shutterstock, 2018.
É comum que a vítima também não se lembre do ataque convulsivo, perdendo a memória, a qual só é recuperada
após um período.
Os principais riscos associados ao estado convulsivo são associados aos ataques violentos devido as contrações
involuntárias, que podem gerar ferimentos e lesões, além de sangramentos na língua, que podem causar
afogamento (RODRIGUES, 2014; BRASIL, 2003).
Os primeiros socorros para a vítima em convulsão são mais complexos e exigem atenção e cuidados especiais. É
•
VOCÊ SABIA?
Uma simples crise convulsiva pode causar problemas sérios para a saúde. Por isso, o
Ministério da Saúde elaborou e divulgou materiais de apoio para primeiros socorros nesses
casos, a fim de conscientizar a população sobre a importância da prestação de socorro
imediatamente, evitando que haja sequelas graves. Um folder informativo e com informações
resumidas, porém efetivas, pode ser consultado em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas
>./57convulcoes.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/57convulcoes.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/57convulcoes.html
- -15
Os primeiros socorros para a vítima em convulsão são mais complexos e exigem atenção e cuidados especiais. É
importante que o socorrista registre o tempo de duração da convulsão, além da posição da contração e dos
membros que são contraídos, quais sintomas surgem, além da verificação do nível de consciência (BRASIL,
2003).
Durante a crise convulsiva, também é de obrigação do socorrista amparar a vítima para evitar a queda brusca ou
lesões na cabeça que agravem a situação. Deve-se, portanto, acomodar a vítima delicadamente no chão,
atentando-se para estabilizar a cabeça e evitar que ela se debata no chão. Outro ponto importante é a remoção
de próteses dentárias e qualquer objeto que possa causar ferimentos, como chaves, talheres e objetos
pontiagudos (BRASIL, 2003).
O afastamento da vítima de ambientes perigosos também é um ponto essencial para um efetivo atendimento.
Assim, evita-se que, durante a crise, o paciente se debata e atinja locais inseguros, podendo sofrer quedas,
queimaduras ou lesões graves. Contudo, vale destacar que o socorrista não deve segurar a vítima para evitar as
contrações características da convulsão, mas deve assegurar que ela não se machuque. O afrouxamento das
roupas é uma boa estratégia para evitar sufocamento na região do pescoço e cintura (RODRIGUES, 2014).
Caso a vítima tenha secreção ou vômitos frequentes, a ação mais adequada é o posicionamento da face para o
lado, evitando que ocorra asfixia. Além disso, um dos sintomas mais frequentes dos ataques convulsivos é o
descontrole da mandíbula, e, por isso, deve-se atentar para a remoção e não inserção de objetos rígidos na boca,
evitando que durante mordidas involuntárias ocorra quebra de dentes e lesões na boca. Todavia, a inserção de
algo macio, como pano ou espumas, evita que isso ocorra mais efetivamente, sendo uma das ações para
primeiros socorros com sucesso.
Durante toda a crise o socorrista deve permanecer ao lado da vítima, controlando a situação e verificando as
condições para que ela não se machuque.
VOCÊ QUER VER?
Observar as ações de socorro durante uma crise convulsiva pode ser mais efetivo do que
apenas ler as instruções de ação. Vários canais voltados para primeiros socorros elaboram
vídeos explicativos sobre o assunto, podendo ser facilmente encontrados nas plataformas de
compartilhamento. A Cruz Vermelha, por exemplo, uma das principais instituições voltadas
para primeiros socorros, elaborou um vídeo sobre o tema, que pode ser conferido
gratuitamente em: < >.https://www.youtube.com/watch?v=gLHPC42vI1Q
https://www.youtube.com/watch?v=gLHPC42vI1Q
- -16
Após a crise, é importante manter a vítima deitada para que retome os sentidos e o autocontrole, acionando o
serviço de emergência e passando as informações verificadas durante a crise.
No fim, é comum que a vítima se sinta sonolenta, por isso, a posição para que possa adormecer e se recuperar é
conhecidacomo Posição Lateral de Segurança (PLS) ou Posição de Recuperação. Ou seja, a vítima deve ser
posicionada lateralmente, com uma das mãos sob a cabeça, e as pernas sobrepostas, sendo que a perna que
permanece voltada para cima deve ser posicionada em um ângulo de 90º, conforme representado na figura a
seguir.
Figura 6 - A Posição de Recuperação garante que a vítima desperte em uma posição adequada.
Fonte: NoPainNoGain, Shutterstock, 2018.
CASO
Renato, de 32 anos, é fisioterapeuta e professor. Durante um acidente de moto, teve a cabeça
atingida por um objeto de madeira que estava no solo. Com isso, ele sofreu um desmaio de
apenas alguns segundos, levantando-se rapidamente e dispensando o auxílio médico, dirigindo-
se para a escola onde ministra suas aulas. Mais tarde, Renato começa a sentir fortes dores de
cabeça, mas toma apenas um medicamento, o que, por sua vez, não melhora o quadro. Assim,
durante uma de suas aulas, Renato desmaia novamente e inicia uma crise convulsiva, que dura
alguns segundos.
Os alunos, presentes no momento e preparados para o atendimento em primeiros socorros,
elaboram todas as ações para evitar que ele se machuque, mas, ao retomar a consciência,
Renato dispensa novamente o atendimento médico.
Já em casa, o homem começa a sentir novamente os sintomas da crise convulsiva, que, dessa
vez, torna-se mais longa e severa. Com isso, ele é levado ao hospital, onde detectam uma
hemorragia intracraniana que estava ocasionando as crises, em resultado do acidente ocorrido
mais cedo.
Devido à demora pelo acionamento do serviço médico, ou seja, a incorreta finalização dos
primeiros socorros, Renato tem outro ataque convulsivo gravíssimo durante os procedimentos
médicos e acaba ficando paraplégico devido ao comprometimento das funções cerebrais.
- -17
Além disso, deve-se buscar por ferimentos ou sangramentos para que sejam estabilizados até que o socorro
médico chegue ao local. Vale ressaltar, ainda, que é imprescindível que o socorro deve ser acionado
independente da vítima retomar a consciência.
A figura a seguir mostra o processo de socorro que deve ser realizado para manter a segurança da vítima e
prezar pela sua recuperação.
Figura 7 - As ações de primeiros socorros em crises convulsivas envolvem diversas etapas.
Fonte: Elaborada pela autora, baseado em BRASIL, 2003.
De modo geral, podemos resumir as ações de primeiros socorros, as quais você poderá ver, clicando nos ícones a
seguir.
Proteger a vítima de objetos e riscos do ambiente.
Afrouxar roupas e acessórios, principalmente no pescoço.
Verificar a possibilidade de lesão medular ou trauma na cabeça, para, em caso negativo, lateralizar a vítima.
Manter a movimentação da vítima livre.
Não inserir objetos na boca da vítima para evitar mordedura.
Não segurar a língua da vítima (a vítima não enrola a língua).
Monitorar os sinais vitais e os aspectos da crise.
Manter-se próximo.
Orientar a vítima durante a recuperação pós-crise.
Não fornecer líquidos ou alimento.
Jamais dispensar o atendimento médico, mesmo se a vítima aparentar estar recuperada.
Vale lembrar que as crises convulsivas podem ser sinais de doenças mais graves, por isso, a chamada do resgate
médico não pode ser negligenciada. Além disso, apesar das ações de primeiros socorros em crises convulsivas
aparentarem simplicidade, com ações rápidas e sem alta complexidade, o socorrista não deve agir sem ter
conhecimento prévio e treinamento. Afinal, o episódio pode piorar e se agravar devido a ações inadequadas e
irresponsáveis. É importante, também, que o socorrista mantenha sua própria segurança, visto que vítimas de
crises convulsivas podem ter sangramentos (BRASIL, 2003).
A diferenciação entre desmaio ou síncope, vertigem, coma, convulsão e AVC — que são os principais
acometimentos de fundo neurológico — também é de extrema importância para que o socorrista decida sobre a
ação mais efetiva, visando o melhor atendimento à vítima.
- -18
ação mais efetiva, visando o melhor atendimento à vítima.
Síntese
Neste capítulo, conceitos importantes sobre primeiros socorros em vítimas com o estado de consciência
comprometido foram abordados, em que noções sobre as causas e os sintomas de desmaios ou síncopes, coma,
convulsão e AVC foram esclarecidos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Compreender as razões e as consequências de desmaios, identificando possíveis causas e as melhores 
ações de primeiros socorros.
• Compreender os tipos e as causas principais de desmaios e síncopes, bem como suas consequências.
• Realizar a avaliação da vítima com estado de consciência comprometido pela observação dos sintomas e 
do ambiente.
• Analisar corretamente os sintomas de pré e pós-desmaio para avaliar as ações necessárias de primeiros 
socorros.
• Reconhecer episódios de vertigem e agir para amenizar possíveis desmaios ou síncopes.
• Compreender os conceitos e causas de coma e a limitação dos primeiros socorros, assim como a 
importância do acionamento do resgate.
• Identificar as etapas do início do estado convulsivo e os sintomas associados.
• Compreender o funcionamento da crise convulsiva e as melhores ações para prestação de auxílio.
• Compreender a necessidade da chamada de emergência mesmo após a vítima se sentir recuperada.
Bibliografia
BBC BRASIL. O que acontece dentro do corpo de alguém que desmaia. 23 fev. 2016. Disponível em: <http://www.
>. Acesso em: 02/02/2018.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160223_desmaio_explicacao_ciencia_fn
BRASIL. Ministério da Saúde. Desmaio e convulsão. Brasília: Biblioteca Virtual em Saúde, jun. 2004. Disponível
em: < >. Acesso em: 02/02/2018.http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/57convulcoes.html
______. Ministério da Saúde. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro: Núcleo de Biossegurança, Fundação
Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), 2003.
CRUZ VERMELHA. Primeiros Socorros – Convulsão. 11 set. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com
>. Acesso em: 02/02/2018./watch?v=gLHPC42vI1Q
FALCÃO, L. F. dos R.; BRANDÃO, J. C. M. Primeiros socorros. São Paulo: Martinari, 2010.
KARREN, K. J. Primeiros socorros para estudantes. 10. ed. São Paulo: Manole, 2013.
MORAES, M. V. Atendimento Pré-Hospitalar. 1. ed. São Paulo: Iatria, 2010.
OLIVEIRA, R. de M. C. de; ANDRADE, L. A. F. de. Acidente vascular cerebral. Revista Bras Hipertens, v. 8, jul./set.
de 2001. Disponível em: < >. Acesso em: 02/02http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-3/acidente.pdf
/2018.
ORTIZ, K. Z. Distúrbios Neurológicos Adquiridos: linguagem e cognição. 2. ed. São Paulo: Manole, 2010.
RODRIGUES, M. M.; BERTOLUCCI, P. H. F. Neurologia para o clínico-geral. São Paulo: Manole, 2014.
ROSALES, S. Prevenção e primeiros socorros. São Paulo: Vergara Brasil Ltda, 2007.
SAIONETI, L. O que acontece no corpo durante uma convulsão?. Mundo Estranho, 8 nov. 2017. Disponível em: <
>. Acesso em: 02https://mundoestranho.abril.com.br/saude/o-que-acontece-no-corpo-durante-uma-convulsao/
/02/2018.
SANTOS, E. F. Manual de primeiros socorros da educação física aos esportes: o papel do educador físico no
•
•
•
•
•
•
•
•
•
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160223_desmaio_explicacao_ciencia_fn
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160223_desmaio_explicacao_ciencia_fn
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/57convulcoes.html
https://www.youtube.com/watch?v=gLHPC42vI1Q
https://www.youtube.com/watch?v=gLHPC42vI1Q
http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-3/acidente.pdf
https://mundoestranho.abril.com.br/saude/o-que-acontece-no-corpo-durante-uma-convulsao/
- -19
SANTOS, E. F. Manual de primeiros socorros da educação física aos esportes: o papel do educador físico no
atendimento de socorro. 1. ed. Rio de Janeiro: Galenus, 2014.
	Introdução
	2.1 Primeiros socorros em distúrbios neurológicos
	2.1.1 Casos de distúrbios neurológicos e AVC
	2.2 Socorro da vítima em estado inconsciente de desmaio (síncope) ou vertigem
	2.3 Socorro da vítima em coma
	2.4 Socorro à vítima em estado convulsivo
	Inconsciência
	Queda demasiada
	Olhar característico
	Suor
	MidríaseCianose dos lábios
	Boca com secreção espumosa
	Movimentos involuntários no músculo da boca
	Relaxamento esfincteriano
	Espasmos musculares
	Síntese
	Bibliografia

Continue navegando