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Transcrição Proteínas Séricas - Bioquímica Química

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Bioquímica Clínica 
Modulo 1
Aula 5 – Proteínas Séricas 
No nosso soro em primeiro lugar temos a albumina, produzida no fígado e logo depois temos as gamaglobulinas que são nossas imunoglobulinas, proteínas essenciais para nossa defesa. Hepatograma é quando o médico ele pede todos os exames em conjunto para avaliar a função hepática, então tem TGO, TGP, mas também tem proteína total e albumina, pois isso me dar uma ideia da função primordial do parenquima hepático, se ele está produzindo as proteínas que ele deveria produzir ou se está havendo um problema. 
Hepatócitos são células multinucleadas, tem retículo endoplasmático rugoso, muito desenvolvido porque eles são extremamente produtores de proteínas, então essas proteínas plasmáticas são produzidas por esses hepatócitos, caem no espaço entre os hepatócitos, chamado “disse”, depois cai nos sinusóides hepáticos antes de ir para o sangue. Além dessas proteínas produzidas pelo fígados, teremos as imunoglobulinas produzidas pelos linfócitos e os hormônios. 
Podemos fazer três medidas diferentes quando avaliamos essas proteínas: Podemos fazer medidas qualitativas, semiquantitativas e quantitativas. Não necessariamente uma é melhor que a outra depende do objetivo do seu exame. Um exemplo de medida qualitativa é a eletroforese ou coloração com biureto para identificar proteinúria. As técnicas semiquantitativas o melhor exemplo é quando quantificamos a eletroforese, teremos o padrão de bandas, só que agora scaneio e vejo o número de pixels que cada banda tem e transformo em gráficos, então pego algo qualitativo que vou quantificar por isso chamo de semiquantitativo. Os quantitativos que são os mais utilizados, temos os dois grupos mais fortes, o grupo colorimétrico e o grupo imunometrico, os métodos colorimétricos são bem mais baratos que os métodos imunometricos, toda vez que eu tenho a presença do anticorpo num reagente o exame fica mais caro. Dentro do método imunometrico temos um mundo de possibilidade como ELISA, ensaios imunoradiometricos, nefolometria e a turbidimetria. 
Na nefolometria e a turbidimetria, também são baseadas em anticorpos, mas diferente das outras técnicas, nessas não se faz necessário conjugar algo ao anticorpo, tornando a técnica menos cara. Os dois métodos usam propriedades da luz, na turbidimetria geralmente temos uma fonte de luz, os anticorpos e os antígenos formariam um complexo nessa solução, esses imunocomplexos fazem o tubo ficar turvo, assim terá uma luz eu ficará retida e outra luz que irá passar, a máquina irá contabilizar essa luz que passou, contabilizando a turbidez. No caso da nefolometria a grande diferença é a propriedade da luz, em vez de medir a quantidade de luz que passa, iremos medir a quantidade de luz que reflete, em vez de ser um detector, tem vários detectores que contabilizam a luz refletida pelos imunocomplexos. 
A albumina está presente em maior quantidade entre as proteínas, ela é bem pequenininha, por isso migra primeiro na eletroforese, fazemos a eletroforese sempre correndo para o polo positivo e a albumina é extremamente negativa, essas coisas a ajudam a migrar lá na frente no gel de eletroforese. Ela participa do transporte de substâncias, tudo aquilo que ela transporta no momento que está ligado a ela, está inativo. É responsável pela pressão oncótica do plasma. É menor proteína do plasma. Produzida no fígado. 
As globinas, iremos focar nas imunoglobulinas, possuem funções variados no plasma e são produzidas por vários tecidos (no caso das imunoglobulinas, principalmente pelos plasmócitos). 
Na eletroforese temos uma matriz polimérica e nessa matriz separamos as proteínas que queremos de acordo com o gradiente de densidade. Hoje na pratica clínica agarose de alta resolução vem sendo mais utilizada que o acetato de celulose que era o mais comum. 
 Sabemos que mudanças muito pequenas nas proteínas são suficiente para causar uma transformação muito grande na sua função, nesses casos em que queremos analisar pequenas modificações, a eletroforese n-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ão é suficiente sendo necessário método imunometricos, porque os anticorpos são tão específicos que a mudança de um anticorpo na proteína já é suficiente para ser necessário o uso de outro anticorpo na detecção desta proteína com aa trocados. Agora quando eu quero avaliar um conjunto de proteínas a eletroforese é vantajosa. Eletroforese de proteínas séricas é mais pedido em idosos. 
Exceto a albumina, quanto maior a quantidade da fração da proteína menos ela migra na eletroforese. 
A eletroforese é uma técnica de separação de proteínas a partir de suas cargas elétricas. u As globinas são fracionadas de acordo com a mobilidade eletroforética: Bandas u Alfa u Beta u Gama u. Técnicas como a imunoeletroforese também podem separar globinas individuais. u O densitômetro quantifica proteínas - padrão linear.
Albumina
Todas as Proteínas elas podem responder ou não a eventos inflamatórios, as proteínas que respondem a eventos inflamatórios chamamos de proteínas de fase aguda, responder ao evento inflamatório é você ter seus níveis aumentados ou diminuídos, porque a síntese daquela proteína foi influenciada pelo processo inflamatório. Quem responde a inflamação é proteína de fase aguda. E as proteínas podem responder a inflamação aumentando seus níveis, sendo assim proteínas de fase aguda positiva. Se os níveis dela diminuem elas são proteínas de fase aguda negativa. 
A albumina diminui os níveis séricos dela em processos inflamatórios, isso acontece por três mecanismos principais, primeiro durante o processo inflamatório a liberação de mediadores, que chamamos de citocinas, algumas dessas citocinas, vão no fígado e impedem a transcrição da albumina. O segundo processo seria pela vasodilatação que faz com que albuminas que estavam dentro do vaso, vão para fora do vaso.O terceiro mecanismo seria a formação de um terceiro espaço (pensando fisiologicamente a água migra entre dois espaços, o espaço intracelular e o extracelular e tem alguns processos que desencadeiam a formação do terceiro espaço, que a água antes não ia pois não existia. Quando temos uma queimadura, a bolha é o terceiro espaço, na síndrome nefrotica, o peritônio todo forma um terceiro espaço). 
A própria pressão coloidosmotica é importante para a síntese dela no fígado também, então se a pressão hidrostática aumenta a pressão coloidosmotica precisa aumentar para responder, então fígado produz mais albumina para que essa pressão aumente. Todos os tecidos são capazes de separar a albumina daquela substância que ela carrega. 
A albumina não ajuda muito no diagnostico de nada, ela não é um bom marcador de diagnóstico. A grande importância da albumina está no manejo do paciente, submeto o paciente a uma conduta e para ver se aquele tratamento está sendo adequado eu verifico os níveis de albumina. Posso ter a hiperalbuminemia, não acontece com frequência, o que acontece é o paciente sofrendo de uma desidratação e assim a albumina se concentra por ter menos solvente, não existe por exemplo um câncer que aumenta os níveis de albumina. É muito comum quando o paciente tem câncer avaliarmos o status performance, que é por exemplo dizer se o paciente anda, se ele está numa cadeira de rodas, se é um paciente se responder estímulos, um dos padrões que avaliamos o status performance é com a albumina, em algumas quimioterapias, elas causam muita caqueixa, a perda da massa muscular, então o médico precisa ter um grande cuidado para não matar o paciente com a quimioterapia, então avaliamos os níveis de albumina, chega uma hora que a terapia é tão agressiva que os níveis de albumina abaixam muito e assim é recomendado para a quimioterapia para não matar o paciente. 
A Hipoalbuminemia pode acontecer de maneiras diferentes temos algumas hipoalbuminemias que cursam com microalbuminúria e outras que cursam sem microalbuminúria. Quando eu falo em microalbuminúria, falo em perda renal, perda na urina, então crio mais um mecanismo de perda da albumina, antes tínhamos falado de três: citocinas, vasodilatação e terceiro espaço, agora falamos de mais um, que é a perda renal. Então temos microalbuminúria nos pacientes que perdem 30 a 300 mg de albumina na urina em 24 horas, acima de 300 chamamos de perda maciça proteica que acontece em algumas doenças como a síndrome nefrótica. A albumina também é importante para avaliar status proteico do paciente, existe parâmetros clínicos que o médico observa como edema da pálpebra do olho. 
Hoje sabemos que as proteínas que migram na fração pré albumina, que também são proteínas de fase aguda negativa, elas são mais informativas da avaliação do status nutricional do que a própria albumina. O problema da albumina é que ela possui um tempo de meia vida alto, ela tem o tempo de 15 dias, então o paciente com o status nutricional ruim ele só terá a albumina alterada, 15 dias depois. Existem duas proteínas que migram antes dela que são transtirretina e PTN ligadora do retinol. 
Mecanismos de perda renal de microalbuminúria, existem algumas doenças que perdem albumina além dos três mecanismos citados acima, perde também pela urina, acontece ou por problema glomerular, em que o glomérulo fica frouxo demais ou o glomérulo é lesionado, ou por um problema tubular que pode está muito sobrecarregado reabsorvendo uma substâncias e as outras substâncias acabam não sendo reabsorvidas indo para urina. Normalmente o túbulo reabsorve as albuminas quando elas passam pelo glomérulo. Isso pode acontecer por exemplo na diabetes mellitus, esse individuo ele terá tanta glicose, no tubo contorcido proximal que eu não consigo reabsorver mais nada, então passa albumina e essa albumina que passa causará microalbuminuria. Acontece também em indivíduos com hipertensão, em que o fluxo sanguíneo está muito rápido e muito forte pressionando o glomérulo, causando lesão glomerular e esse fluxo é tão rápido que não permite a reabsorção. Outra doença que cursa com microalbuminúria é o lúpus eritematoso sistêmico, que é uma doença autoimune, extremamente inflamatória, onde o paciente não pode ter contato com a luz do sol, pois essa luz induz placas eritematosas e descamatosas por todo o seu corpo, ela é muito conhecida pelo sinal do paciente ficar com o rosto vermelho em formato de borboleta. No LES acontece a formação de imunocomplexos grandes que vão para a parede do glomérulo e lá junto com a pressão sanguínea começa a lesionar os glomérulos, abrindo um espaço maior nos glomérulos, fazendo com que mais albumina seja perdida desenvolvendo a nefrite lúpica, que é uma das principais consequências do paciente com lúpus, que precisam ir para hemodiálise. 
Todos os casos anteriores cursam com microalbuminúria mas na síndrome nefrótica, acontece perda maciça de proteínas. A síndrome nefrótica não é uma doença, ela é um conjunto de sinais e sintomas, isso porque o paciente diabético, o paciente com hipertensão e o com lúpus pode ter síndrome nefrótica. O mais característico nesse paciente é o anasarca, que é o edema generalizado, é como se o individuo fosse todo um terceiro espaço, tem edema palpebral, ascite que é o edema no peritônio, edema digital. 
No número por exemplo teríamos os imunocomplexos pressionando o glomérulo e hipertensão sistêmica que também pressiona o glomérulo. No número dois o caso da diabetes mellitus e na síndrome nefrótica temos todo o nefron comprometido. 
Também podemos ter perda de albumina por sangramentos do TGI, se tivemos sangramentos no TGI não temos microalbuminúria, se eu tiver perda gastrointestinal essas proteínas irão sair nas fezes, não na urina. Nem toda hipoalbuminemia cursa com microalbuminúria, mas pra eu ter microalbuminúria eu preciso ter hipoalbuminemia. 
Observamos a albumina em dois compartimentos no soro e na urina. No soro ela é importante no manejo de pacientes de oncologia, importante no manejo de pacientes que tem função hepática diminuída, pacientes com sangramentos intestinais, distúrbios inflamatórios intestinais. É importante na urina na hipertensão, no LES, na diabetes. 
Doenças que cursam com albuminúria significativa: - Síndrome nefrótica - Glomerulonefrite crônica - Diabetes mellitus - LES - Perda gastrintestinal. 
Fração Alfa 1
Alfa – 1 glicoproteína ácida (AGA)
É uma proteína extremamente glicosilada e essa glicosilação dificulta a sua observação na eletroforese. A própria carga negativa dos carboidratos dar essa função ácida. Ela é extremamente negativa devido a esses carboidratos, é uma proteína rica em serina (sítios de glicosilação). Participa do sistema imune inato, inibindo a entrada na célula de vírus e parasitas e além disso participa da formação do colágeno. O colágeno é uma tripla hélice e na formação dessa estrutura AGA ajuda. Ela também é um cofator da proteína lipase (função metabólica). Ela também se liga e inativa vários compostos, então não é só a albumina que tem essa função de se ligar aos compostos lipofílicos e medicamentos. 
A importância dela é no monitoramento do paciente que possui colite ulcerativa (inflamação do colon com formação de ulceras) está dentro dos distúrbios inflamatórios intestinais e pode gerar a enteropatite com perda proteica, se não fizer o manejo adequado terá perda proteica devido ao estouramento da ulcera. Normalmente atinge o intestino grosso na porção final, no final do colon descendente, isso difere ela da doença de crohn, essas duas patologias são doenças inflamatórias do intestino e terão um começo clínico muito parecido necessitando de um diagnóstico diferencial. A colite ulcerativa geralmente ela atua somente no final do intestino grosso enquanto na doença de crohn tem o que chamamos de doença de saltos então tem um pedaço do intestino normal e outro com lesão e assim sucessivamente, além disso Crohn atinge o íleo que geralmente a colite ulcerativa não atinge. 
Os pacientes eles são tratados com derivados aminossalicilatos,entre eles o mais usado é 5-AZA, então o paciente que começa o tratamento é acompanhado os níveis da AGA dele, a tendência são os níveis dessa proteína diminuir, porém pode acontecer desses níveis voltarem a subir e isso indica que o remédio não está mais fazendo efeito e assim se faz necessário adicionar outro medicamentos como inibidores de interferon. 
A alfa glicoproteína ácida também está presente em pacientes com síndrome de Cushing, acontece por causa do excesso de corticoesteroides, tem três tipos a ACTH dependente quando há um tumor hipofisário liberando muito ACTH que estimula a adrenal a liberar corticoesteroide, esse paciente também pode ter o tipo ACTH independente nesse caso o tumor está na adrenal, além disso podemos ter o Cushing iatrogênico que é o mais comum, que são mulheres que tem doenças autoimunes, então essas mulheres começam a tomar corticoides por muito tempo e acabam desenvolvendo a síndrome de Cushing, ela terá a face de lua, terá a formação de estrias violáceas pelo corpo e o acumulo de gordura na nuca e a barriga em pendulo. 
Os níveis de alfa 1 glicoproteína ácida diminuídos encontramos na síndrome nefrotica, nessa síndrome nefrotica existe uma vasodilatação geral, o paciente está todo edemaciado, acontece que todas as proteínas pequenas passam para o espaço e todas proteínas grandes acabam retidas, a AGA não é uma proteína muito grande então ela acaba passando. Em enteropatias com perda proteica e hepatopatias graves que é onde acontece a formação dessa proteína. 
A alfa 1 glicoproteina difere da albumina por ser uma proteína de fase aguda positiva. 
Alfa-1 antitripsina (AAT)
É a maior representante da alfa 1, sozinha ela representa 70% do conteúdo da fração, a alfa 1 é uma inibidora potente, principalmente da elastase neutrofilica pulmonar. Nosso sistema imunológico precisa ter um equilíbrio, nosso sistema respiratório é rico em polimorfonucleares, os quais são responsáveis por eliminar as sujeiras que chegam por nossos pulmões, eles fazem isso pela elastase neutrofilica, a proteína que desliga essa elastase é a AAT, então depois que o patógeno foi eliminado a AAT vai lá e desliga essa enzima, o problema é que existe uma doença chamada de deficiência de alfa 1 antitripsina, que se manifesta a partir da proteína elastase, digerindo o próprio tecido, ela vai degradando o parênquima pulmonar, e assim esses pacientes desenvolvem enfisema pulmonar, que é uma doença progressiva, uma doença muito mais associada a fumantes, mas como ela é progressiva, isso significa que o paciente vai cada vez mais perdendo o parênquima pulmonar e consequentemente vai perdendo sua capacidade de respirar. A deficiência da alfa 1 antitripsina não é homogênea, ela varia clinicamente, tem alguns pacientes que progridem tanto que ativa elastases hepáticas, podendo ter tanto comprometimento pulmonar, quanto hepático essa manifestação clinica vai depender do genótipo que aquele paciente tem. 
Existem três tipos de alelos que são os alelos mais frequentes nessa deficiência, a gente tem o alelo M, alelo S e alelo Z, os portadores do alelo M são os portadores que tem produção fisiológica mantida de AAT, principalmente pessoas que produzem o normal. Os que tem o alelo S já possuem um pouco de comprometimento e os que tem o alelo Z são os que possuem muito comprometimento. 
Os alelos podem se combinar de forma diferente nos genótipos, o individuo que terá o genótipo PI (inibidor de pancrease) PIMMA – individuo normal, sem comprometimento. PIMS – pode ser que ele fique no limite inferior da referencia mas normalmente isso aqui não é o suficiente para manifestação clinica. PISS – comprometimento apenas pulmonar. PISZ – Pulmonar e hepático. PIZZ – Pulmonar e hepático. 
Então depois que você percebe que o individuo tem baixos níveis de alfa 1 tripsina você genotipa esse individuo, isso será extremamente importante para saber como fará o seguimento, como fazer o manejo desse paciente (O consenso americano diz que se o médico achar que o paciente já tem características de imagem clássicas de alfa 1 tripsina ele já pega o fator de tripsina , tripsina intravenosa proteína recombinante para suprir o que não tem, ao mesmo que pede o genótipo). O pior que mesmo com o tratamento com tripsina recombinante o quadro não tem recuperação, os danos já feito são irreversíveis. 
Não podemos esquecer que apesar de termos falado de uma doença que cursava com níveis diminuídos de alfa1 antitripsina, mas não podemos esquecer que a AAT é uma proteína de fase aguda positiva, então ela está elevada em processos inflamatórios no geral, em processos neoplásicos, pós cirurgia, artrites, vasculites. 
Ceruloplasmina
Proteína que está na divisória entre a fração alfa 1 e alfa 2, a maior parte do cobre que absorvemos está preso na ceruloplasmina, que também é sintetizada pelo fígado e é uma proteína de fase aguda tardia, só tem seus níveis aumentados quando o processo inflamatório já está instalado a determinado tempo. A principal função dela é a incorporação do ferro a transferrina, o ferro tem uma capacidade de oxidorredução muito alta, então ele não pode circular livre na nossa corrente sanguínea, para não circular livre, ele circula na molécula a transferrina, e o cobre participa dessa incorporação do fero na transferrina e a ceruloplasmina ajuda. 
Na doença de Wilson existe uma ATPase importante para colocar o cobre na ceruloplasmina, nessa doença as pessoas possuem mutações nessa ATPase, com isso o cobre não consegue se ligar a ceruloplasmina, quanto mais cobre tem na ceruloplasmina mais estável ela fica. Na doença de Wilson os níveis de cobre livres estarão muito alto e os níveis de cruloplasmina diminuídos. Se não tem cobre a ceruloplasmina fica instável e é degradada. Esse paciente precisará de uma terapia quelante, não irá poder comer alimentos ricos em cobres como chocolate, e assim é usada a ceruloplasmina e o cobre no segmento desse paciente. Esse paciente quando não diagnosticado ele terá a formação do anel de Kayser-fleischer, que se trata da deposição do cobre ao redor da íris, muitas vezes quem dar o diagnóstico dessa doença é o oftalmologista, através da visualização do anel de Kayser-fleischere, a medida que o paciente toma os quelantes e diminui a ingestão, esse anel vai sumindo. 
Como temos muito cobre no sangue e esse cobre não é solúvel, esse metal começa a se depositar em tecidos e acaba prejudicando os pacientes, os principais lugares são o fígado e cérebro, então esse paciente tem tendência de desenvolver problemas hepáticos e tendência a ter perda de cognição e perda da capacidade motora. Degeneração no cérebro, fígado e íris. 
Fração alfa 2
Haptoglobina (Hpt)
Possui um papel fundamental principalmente nas anemias hemolíticas, é responsável pelo transporte de 10% das hemoglobinas pra o sistema reticulo endotelial, após lise das hemácias. Então células de Kupffer, macrófagos hepáticos, tem a capacidade do SER de aproveitar essa hemoglobina, obter os aminoácidos e usar o ferro. Esse 10% de ferro ligado a haptoglobina é estratégico porque impede a perca desse ferro e assim podemos reciclar e também para não perder pela filtração renal. Na anemia hemolítica devido a hemólise essa hemoglobina será liberada e 10% serão capturados pela haptoglobina, então medimos os reservatórios livres de haptoglobina então quando temos AH os reservatórios de haptoglobina livre diminuem. 
Ele é o marcador mais sensível para avaliar anemia hemolítica, mas ainda assim não consigo utilizar esse marcador sozinho, preciso usar a lactato desidrogenase e a própria hemoglobina. 
Alfa 2 – Macroglobulina (AMG)
Ela é a maior de todas as proteínas dessa aula e é inibidor de protease, como inibidor de protease inibe diversas cascatas como cicinas, complemento, coagulação, fibrinólise. Ela tem a capacidade de transportar pequenos peptídeos pró inflamatórios. Uma das ações dos polimofonucleares é a ativação do peróxido de hidrogênio e a AMG tem a capacidade de impedir a liberação de peróxido de hidrogênio. 
Os níveis já estão comumente aumentadosem mulheres devido ao estrógeno e também em crianças. É uma proteína de fase aguda negativa, ela é negativa porque no inicio da inflamação a gente tem a liberação de uma citocina chamada IL beta tem mecanismo repressor da síntese de alfa 2 macroglobulina. 
Essa proteína é importante na síndrome nefrotica, pois quando avaliamos o perfil eletroforetico de pacientes com essa patologia, ela é tão grande que ela é uma das poucas proteínas que não conseguem passar pelo vaso, então ela fica retida, então não há um aumento de alfa 2, o que acontece é as outras proteínas elas vão embora. Está muito aumenta na coagulação intravascular disseminada, como mecanismo de rebote, o organismo começa a coagular rapidamente e como ela é uma inibidora do processo de coagulação o organismo começa a produzir muito ela. 
Os níveis plasmáticos da alfa 2 macroglobulina estarão diminuídos na pancreatite, no mieloma múltiplo, diabetes mellitus, carcinoma prostático e doença pulmonar. Proteína de fase aguda negativa. 
O Eletroferograma da síndrome nefrotica parece muito com o da enteropatia com perda proteica, a grande diferença são os dois picos. Nos dois gráficos teremos diminuição acentuada de albumina, retenção mas nem tão acentuada da fração gama. 
Fração Beta 1
Transferrina
Ela é a principal transportadora de ferro, pode circular na forma de apotransferrina, sem nenhum ferro, ou de transferrina, pode ter um (monovalente) ou dois ferros (bivalente). A saturação gira em torno de 33%, ou seja do pool total de transferrinas que temos pelo corpo 33% estão ocupadas e o resto estão livres. Também é uma proteína de fase aguda negativa, isso complica um pouco, pois quando avaliamos o status nutricional de ferro do individuo com inflamação. 
Fração Beta 2
Beta 2-microglobulina (BMG)
Ela é bem utilizada na pratica clinica, é uma molécula de baixo peso molecular e está na superfície de todas as células nucleadas porque faz parte do complexo de apresentação de antígeno do tipo 1 (MHC I). É um marcador de atividade linfocitária, então tem muitas doenças em que a etiopatogenese tem como base linfócitos e a BMG será utilizada como em linfomas, mieloma múltiplo, utilizada muito como marcador de prognóstico e manejo. Além dessa função de marcador de atividade linfocitária em neoplasias eu também posso utilizar a minha beta 2 para avaliar função renal, quando avaliamos um marcador de função renal, ele precisa de algumas características como: precisa ser filtrado no glomérulo e ele precisa não reagir com nenhuma parte do túbulo para que eu consiga detectar ele na urina. A BGM tem essas carcteristicas, ela também é utilizada para acompanhar transplantes renais, por exemplo se um individuo receptor de um rim, pós transplantes tem níveis aumentados de beta 2 microglobulina, isso é ruim pois a beta 2 está ligada a atividade linfocitária, então está tendo muita atividade linfocitica no receptor, provavelmente um processo de rejeição. BMG aumentado em vasculites, hepatites e doença de Crohn (bom pesquisar) e sarcoidose. Também é um marcador tumoral para células b do pâncreas (junto do CA19).
Proteína C reativa (CRP)
Existem duas formas de avaliar provas inflamatórias inespecíficas, marcador dizendo que há inflamação no individuo mas não diz onde, existem dois mais utilizados atualmente um é a proteína C reativa e o outro é a velocidade de hemossedimentação. 
Hoje a CRP vem sendo mais utilizada pois também usamos a proteína C ultra sensível que dar alguma informações adicionais como o risco de desenvolver doença cardiovascular. É a proteína é uma opsonina e responde muito rápido ao processo inflamatório, as vezes pode aumentar antes mesmo da sintomatologia. A proteína C convencional é usada em emergências para saber se o paciente está com inflamação naquele momento, e podemos fazer a proteína C ultra sensível para avaliar o risco cardiovascular (não é um marcador de infarto). Nível acima de 0,1 tem um nível baixo mas pode desenvolver algum evento cardiovascular; acima de 0,3 o risco de doença cardiovascular é altíssimo sendo necessário mudar a rotina drasticamente, 
Complemento C1q, C1r, C1s, C3, C4 e C5
O complemento é uma cascata de proteínas do nosso sistema imune inato que visa nos defender de agentes patógenos. No final C9 e C8 fazem o complexo de ataque a membrana e assim a célula que sofreu a ação dessas proteínas sofre perda de osmolaridade e morre. Normalmente avaliamos o nível sérico três proteínas C1r, C3 e C4 elas três juntas me dão uma ideia de qual via esse paciente possui defeituosa que pode ser a via clássica, a via das lectinas ou a via alternativa. É utilizado também para mensurar os níveis de C3 e C4 pois há problemas congênitos que faz com que pessoas nasçam com níveis baixos dessas duas proteínas. Mas a principal utilidade do SC é no lúpus eritematoso sistêmico, no lúpus temos formação de imunocomplexos formados por autoanticorpos, esses autoanticorpos tem a habilidade de sequestrar C3 e C4 no interior desses imunocomplexos então nos pacientes com lúpus em atividade essas proteínas estarão com níveis diminuídos pois estarão presos nos imunocomplexos. O paciente com lúpus, toda vez que o médico pede para fazer a dosagem de C3 e C4, se os níveis de proteína do complemento aumentaram após o tratamento do paciente com lúpus, isso é BOM, pois as proteínas não estão mais presas nos imunocomplexos. 
Fração Gama
Anticorpo monoclonal ele derivou de um clone linfocitário e anticorpos policlonais derivam de vários clones linfocitários. Na policlonal aquele patógeno excita uma resposta imnologica muito forte, fazendo com que vários linfócitos sejam chamados para atuar contra aquele patógen, atuando em várias frentes, vários epítopos gerando clones diferentes, linfócitos que irão responder a aquele patógeno e na resposta monoclonal, o que tem é um linfócito que produz determinado tipo de anticorpo e produz uma resposta contra aquele antígeno ou patógeno.

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