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SIMULADO 29-08

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A DOR PASSA. A APROVAÇÃO FICA!
29 DE AGOSTO DE 2020
1
VERDE
1º DIA
CADERNO
SIMULADO EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:
1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação,
dispostas da seguinte maneira:
a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) Proposta de Redação;
c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às 
questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição.
2.
as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência,
comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis.
3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão.
4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
5.
6. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação.
7. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
8. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES
e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO.
9. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar
término das provas.
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01 ================================
We’re the island of happy days, vivid nights and 
dreams that come true. Paradise in Jamaica can be what-
ever you want it to be – lose yourself in the adventure 
and take it all in. Get back to nature in the magic of our 
rainforests, which seem to be as alive as any of the trop-
ical animals that live there. Take your loved ones to hike 
the Blue Mountains and look at the world through new 
eyes. Meet our friendly people, try our food and watch 
the sunset over the Caribbean Sea to the sound of slow 
reggae rhythms and good times. Join us, in the Home of 
All Right.
[...]
Disponível em: <http://www.visitjamaica.com/things-to-do>. Acesso 
em: jan. 2018. Fragmento.
Normalmente, turistas informam-se antes da viagem sobre o 
local que vão visitar. O fragmento de um site sobre a Jamaica 
A comenta sobre aspectos históricos de grande destaque. 
B enumera os principais pontos turísticos a visitar no país. 
C informa sobre hábitos religiosos exóticos dos habitantes.
D apresenta aspectos gerais de destaque da cultura do país.
E recomenda medidas de segurança básicas para os turistas.
QUESTÃO 02 ================================
“How can we effect change in the world when only 
half of it is invited or feel welcome to participate in the 
conversation?”
“It is time that we all see gender as a spectrum in-
stead of two sets of opposing ideals.”
Disponível em: <https://www.bustle.com/articles/40868-9-most- pow-
erful-quotes-from-emma-watsons-un-speech-on- gender-equality-video>. 
Acesso em: jan. 2018.
Muitas pessoas famosas se engajam em campanhas de in-
teresse geral e utilizam sua imagem para propagar os ideais 
que defendem. As frases da atriz inglesa Emma Watson de-
notam que ela defende
A a extinção da violência contra as mulheres.
B o direito à educação de qualidade.
C a proibição da venda de armas.
D a legalização do aborto.
E a igualdade de gêneros.
QUESTÃO 03 ================================
To the Editor: Re “The World Is Inside Your Hospital” 
(Op-Ed, Jan. 1):
Published: January 7, 2018
I applaud Tom Brokaw for calling attention to the 
great diversity of national origins in the United States 
health care delivery system. My husband had myeloma, 
like Mr. Brokaw, and frequently interacted with doctors, 
nurses and certified nursing assistants in hospitals and 
doctors’ offices as well as chemotherapy and radiation 
centers. He and I appreciated the intelligence and tenaci-
ty of the people delivering health care, who often had in-
spirational stories of their own or their parents’ migration 
to the United States and of overcoming great obstacles.
I would also like to call attention to another segment 
of the work force where there is a preponderance of im-
migrants: in assisted-living facilities and nursing homes. 
During her journey with dementia, my mother was treat-
ed with great kindness by people (mostly women) who 
often had low-paying jobs. As the United States popula-
tion ages, we will not be well served by our increasingly 
restrictive immigration policies.
Annette Evans
Boca Raton, Fla, January 7, 2018
Disponível em: <https://www.nytimes.com/2018/01/07/opinion/immigra-
tion- health-care.html?rref=collection%2Fsectioncollection%2Fopinion-letters&ac 
tion=click&contentCollection=letters&region=stream&module=stream_ 
unit&version=latest&contentPlacement=1&pgtype=sectionfront>. Acesso em: 
jan. 2018. Fragmento.
No que diz respeito à presença de imigrantes que trabalham 
no sistema de saúde dos EUA, a autora da carta enviada ao 
The New York Times busca
A apresentar versão diferente da notícia publicada pelo jor-
nal, com dados que contradizem suas informações.
B expor sua indignação com os serviços prestados por imi-
grantes que trabalham em hospitais e clínicas no país.
C reforçar a necessidade da proibição da contratação de 
imigrantes para trabalhar em hospitais e clínicas no país.
D destacar a boa qualidade e a necessidade dos serviços 
prestados por imigrantes que trabalham em hospitais e 
clínicas no país.
E responsabilizar os imigrantes que trabalham em hospi-
tais e clínicas no país pelo aumento do número de mor-
tes de pacientes.
QUESTÃO 04 ================================
CD
N
O anúncio é parte de uma campanha publicitária contrária à 
saída do Reino Unido da Comunidade Europeia. A combina-
ção da linguagem verbal com a linguagem não verbal sugere
A resignação.
B ambição.
C gratidão.
D ousadia.
E cautela.
QUESTÃO 05 ================================
Edward Albee occasionally expressed exasperation 
at being forever identified as the author of Who’s Afraid 
of Virginia Woolf? “The play,” he wrote in a programme 
note to the 1996 Almeida production, “has hung about 
my neck like a shining medal of some sort.”
[…]
Albee’s protective attitude to his play stemmed in 
part, I suspect, from the fact that it is widely misunder-
stood. The searing Mike Nichols 1966 film, starring Eliza-
beth Taylor and Richard Burton, stamped it in the public 
mind as a liquorfuelled marital slugfest. But the play, I 
am convinced, is as much about the state of the Union as 
about marriage. Albee was a deeply political writer who 
once told me he liked plays to be “useful, not merely dec-
orative”. It is also significant that he wrote the play in the 
early 1960s when America was slowly emerging from the 
narcoleptic Eisenhower years and when a fragile Cold War 
peace depended on the balance of terror. Albee’s play 
embraces not only history and science but even religion.
Disponível em: <https://www.theguardian.com/stage/2016/sep/18/
whos-afraid-of-virginia-woolf-edward-albee>. Acesso em: jan. 2018. Fragmento.
Com base nas informações do fragmento, é possível inferir 
que a peça “Quem tem medo de Virginia Woolf?”, de Edward 
Albee, tem como característica
A ser a obra que mais orgulhou o autor.
B o destaque aos aspectos decorativos.
C ser largamente compreendida por todos.
D a adequação ao contexto social de sua época.
E a fiel semelhança com o filme homônimo de 1966.
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
Leia a tirinha para responder às questões 01 e 02.
G
ATU
RRO
, N
IK ©
 2018 N
IK / D
IST. BY AN
D
REW
S M
CM
EEL SYN
D
ICATIO
N
QUESTÃO 01 ================================Gaturro transforma-se em
A uma criatura maldosa.
B uma vítima da bruxa.
C um ser irreconhecível.
D um ser que mente.
E um companheiro da bruxa.
QUESTÃO 02 ================================
No terceiro quadrinho, o termo “eso” refere-se diretamente a
A “tarde o temprano”.
B “convirtiéndose”.
C “que soy”.
D “pensás”.
E “una bruja”.
Leia o texto para responder às questões de 03 a 05.
La eficacia de la vacuna de la gripe pincha esta 
temporada
[…]
La epidemia de gripe continúa al alza — se llegará al 
pico de incidencia en las próximas semanas — y la receta 
que hay para combatirla, la vacuna trivalente recomen-
dada especialmente a varios grupos de riesgo, no ter-
mina de alcanzar la eficacia deseada. La vacuna, que se 
diseña a partir de las cepas que circularon la temporada 
anterior, suele tener una efectividad que oscila entre el 
40% y el 60% pero, este año, en lo que va de curso gripal 
— arranca en octubre y se prolonga hasta abril — apenas 
llega al 25% de eficacia.
La tradicional vacuna de la gripe se diseña cada año 
a partir de tres cepas del virus. Al administrarse la vacuna 
con los virus, el sistema inmunitario genera anticuerpos 
que protegen contra esos microorganismos incluidos en 
el preparado biológico. La Organización Mundial de la Sa-
lud (OMS) es la encargada de determinar, a través de una 
gran red mundial de laboratorios de vigilancia de la gri-
pe, qué cepas del virus son las que más circulan y decidir 
con cuáles de ellas se fabricará la vacuna, que se renueva 
en cada temporada. Como el proceso de elaboración de 
la vacuna lleva unos meses, la OMS decide los microor-
ganismos que incluirá en la inmunización según los virus 
que más hayan circulado la temporada anterior.
El problema es que el virus de la gripe es rebelde y 
tiene una alta capacidad de mutación, una habilidad que 
complica la eficacia de la vacuna porque puede ocurrir 
—y, de hecho, ocurre — que los virus con los que se hizo 
el preparado biológico seis meses atrás ya no sean exac-
tamente los mismos que circulan ahora.
El origen de la baja eficacia de la vacuna este año ra-
dica, según los expertos consultados, en dos elementos: 
las dos cepas que más circulan responden poco o nada a 
la inmunización porque una de ellas ha sufrido una mu-
tación y la otra ni está en la vacuna.
[…]
Disponível em: <https://elpais.com/elpais/2018/ 01/12/cien-
cia/1515788713_905451.html>.
QUESTÃO 03 ================================
Nota-se, pelo texto, que a eficácia da vacina tem diminuído, 
porque
A o vírus está resistente à vacina.
B a vacina alcança pequena parte da população.
C a vacina tem sido fabricada de forma errada.
D o vírus tem alta capacidade de mutação.
E a OMS inclui vírus de outras doenças na vacina.
QUESTÃO 04 ================================
Um adjetivo usado para caracterizar o vírus é
A “consultados”.
B “inmunitario”.
C “tradicional”.
D “trivalente”.
E “rebelde”.
QUESTÃO 05 ================================
O pronome “esta”, usado no título, garante a interpretação de
A retomada direta de termo feminino.
B pequeno espaço de tempo.
C proximidade no espaço.
D atualidade no tempo.
E curto período.
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 06 a 45
QUESTÃO 06 ================================
A velhice
O neto:
Vovó, por que não tem dentes?
Por que anda rezando só?
E treme, como os doentes 
Quando têm febre, vovó?
Por que é branco o seu cabelo?
Por que se apoia a um bordão?
Vovó, por que, como o gelo,
É tão fria a sua mão?
Por que é tão triste o seu rosto?
Tão trêmula a sua voz?
Vovó, qual é seu desgosto?
Por que não ri como nós?
BILAC, Olavo. A velhice. In: Poesias infantis. São Paulo: Poeteiro, 2014, 
e-book. Fragmento.
Tomando como base a leitura de três estrofes de “A velhice”, 
de Olavo Bilac, o emprego recorrente de pontos de interro-
gação permitem concluir que o neto
A pretende encontrar a cura para as moléstias sofridas pela avó.
B não entende a razão de a avó sofrer tanto com doenças. 
C tem dificuldade de aceitar o envelhecimento da avó. 
D considera inútil a avó rezar, já que ela não melhora.
E deseja eliminar as doenças e a tristeza da avó.
QUESTÃO 07 ================================
A saúde entre dois mundos
Africanos e seus descendentes atuavam como sangradores e parteiras, 
funções essenciais para a sociedade brasileira no século XIX
No Rio de Janeiro do século XIX, os médicos, cirur-
giões e boticários eram em sua maioria brancos e per-
tenciam a classes sociais mais abonadas. Já os sangrado-
res, curandeiros, parteiras e amas de leite eram quase 
sempre escravos, libertos e pessoas livres empobrecidas, 
entre elas imigrantes e africanos livres. Era essa popula-
ção desfavorecida que tratava dos problemas de saúde 
mais urgentes de quem precisava, não importava se ricos 
ou pobres. Os sangradores ofereciam seus serviços pelas 
ruas e praças das cidades e em lojas de barbeiros, en-
quanto as parteiras trabalhavam em ambientes domés-
ticos, cuidando de questões relacionadas não apenas ao 
parto, mas também a abortos e doenças genitais.
Entre 1808 e 1828, a Fisicatura-mor, órgão criado 
pelo governo central e sediado no Rio de Janeiro, na-
quela época a capital do Império, fiscalizava e regula-
mentava as “artes de cura”, incluindo tanto as atividades 
praticadas por médicos como aquelas desenvolvidas por 
pessoas sem formação acadêmica. O órgão estabelecia 
que os médicos deveriam diagnosticar e tratar de doen-
ças internas do corpo, enquanto cirurgiões se ocupavam 
de moléstias externas. Já os boticários manipulavam os 
medicamentos receitados por médicos e cirurgiões. “Ofi-
cialmente, sangradores e parteiras deveriam lidar com 
casos simples de doença e fazer apenas o que médicos 
ou cirurgiões mandassem. Porém, a população recorria 
a eles porque partilhava de suas concepções de doença 
e saúde”, observa a historiadora Tânia Salgado Pimenta, 
pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswal-
do Cruz e professora do Programa de Pós-graduação em 
História das Ciências e da Saúde (COC/Fiocruz). [...]
Em relação à sangria, Tânia Pimenta esclarece que, 
desde Hipócrates (460 a.C. a 370 a.C.), a medicina acadê-
mica concebia que o corpo humano era formado por qua-
tro “humores”: sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra 
provenientes, respectivamente, do coração, sistema res-
piratório, fígado e baço. De acordo com ela, sobretudo a 
partir de Galeno (século II), os médicos acreditavam que 
o desequilíbrio entre esses elementos em partes do cor-
po poderia ser combatido através da sangria, assim como 
por meio de remédios que fizessem o indivíduo vomitar, 
evacuar ou urinar. Por isso, a sangria servia para tratar do-
enças como cólera, além de febres, tosses e constipações, 
também consideradas enfermidades naquela época. 
“Eram os terapeutas populares e não os médicos que se 
ocupavam dessa atividade, considerada inferior por causa 
da necessidade de tocar o corpo do paciente e mexer com 
sangue”, afirma Tânia. De acordo com ela, muitos dos san-
gradores também atuavam como barbeiros, aproveitan-
do seus instrumentos de corte tanto para fazer incisões 
como para cortar o cabelo e a barba de homens. Se fos-
sem escravos, os sangradores faziam arranjos com seus 
senhores, dando-lhes parte dos rendimentos obtidos com 
a atividade. Tânia relata que, no decorrer do século XIX, 
estudantes das duas primeiras faculdades de medicina 
criadas no Brasil em 1832, em Salvador e no Rio de Ja-
neiro, passaram a assumir essa tarefa, desqualificando o 
trabalho da população afrodescendente.
[...]
QUEIROZ, Christina. A saúde entre dois mundos. In: Revista Pesquisa 
FAPESP, ed. 261, nov. 2017. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp. 
br/2017/11/20/a-saude-entre-dois-mundos/?cat=humanidades>. Acesso 
em: jan. 2018. Fragmento.
Com base na leitura do artigo de Christina Queiroz, pode-se 
concluir que
A a função das parteiras não se restringia à realização de 
partos, mas também ao tratamento de doenças genitais 
e à prática de abortos.
B a sangria era uma práticacomum no século XIX e, geral-
mente, era feita por pessoas comuns, mas em locais com 
boa aparência e higiene.
C apenas os médicos realizavam sangrias, porque estavam 
habilitados a tocar o corpo dos pacientes e a lidar com 
humores (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra).
D os boticários manipulavam os medicamentos receitados 
por médicos, mas também realizavam pequenas cirur-
gias, função que a rigor era dos cirurgiões.
E até a criação das primeiras faculdades de Medicina, em 
1832, as pessoas que ficassem doentes tinham de em-
preender uma longa viagem até a metrópole portuguesa.
QUESTÃO 08 ================================
Alguma coisa no ar – um som, um cheiro, uma carta 
anunciava a chegada de tio Zózimo. O menino descon-
fiava farejando, tinha os ouvidos muito abertos, os olhos 
muito agudos, as narinas pegavam um cheirinho diferen-
te no ar, a pele mesmo sentia os sinais de que ele estava 
para chegar. Deve ser assim que aparelhos de precisão 
apontam a proximidade de um ciclone, antes mesmo 
dele chegar já lhe dão um nome.
DOURADO, Autran. O risco do bordado. Rio de Janeiro: Difel, 1981. 
Fragmento.
Considerando a leitura do texto, em qual dos fragmentos a 
seguir o verbo “dever” foi empregado com o mesmo sentido 
da obra de Autran Dourado?
A Você deve muito dinheiro?
BELLOTTO, Tony. Bellini e o demônio. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. 
Fragmento.
B Contenta-se com a renda mofina do jornal e deve os ca-
belos da cabeça.
RAMOS, Graciliano. São Bernardo. 88. ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. 
Fragmento.
C Essa coisa de chamar a decrepitude de “melhor idade” 
deve ter sido invenção dela.
GALERA, Daniel. Cordilheira. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. Frag-
mento.
D Diga ao camarada Luiz Carlos para não esquecer que a 
Revolução para surtir efeito e se consolidar deve ser san-
grenta.
AMADO, Jorge. Navegação de cabotagem. Rio de Janeiro: Record, 1992. 
Fragmento.
E Eu sempre falo que a gente deve ser enérgico, nunca de-
sanimar, que se entregar é covardia, porém quando a coi-
sa desanda mesmo não tem vontade, não tem paciência 
que faça desgraça parar.
ANDRADE, Mário de. Túmulo, túmulo, túmulo. In: Os contos de Belazarte. Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 2013. Fragmento.
QUESTÃO 09 ================================
– Ah, que lindo, meu filho! Você está apaixonado?
– Mãe!
– Moleque chato – ela disse e começou a arrumar a mesa.
Achei melhor excluir aquela mensagem. Era a Beatriz, a 
nerdezinha da turma. Fala sério!
TRIGO, Luiza. Meus 15 anos. Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2014, e-book. 
Fragmento.
No trecho da obra Meus 15 anos, de Luiza Trigo, o diálogo das 
personagens é marcado pela linguagem
A informática.
B acadêmica.
C romântica.
D coloquial.
E regional.
QUESTÃO 10 ================================
Contudo, dão-se às vezes casos que fazem pensar 
que a vida não é nada simples, e que os seus caminhos 
são de tal modo semeados de desvios e armadilhas que 
muito é de espantar que não nos percamos nela a todo 
o momento. Uma coisa que muito me tem feito refletir, 
como se fosse maravilha, vem a ser o mais corriqueiro 
que se pode conceber: o desastre de viação.
Explico melhor. Um homem sai de casa, pela manhã, 
despede-se da família, vai trabalhar, passa a manhã ocu-
pado, sai para almoçar, volta ao emprego, leva a tarde nos 
seus afazeres, sai à hora, ou mais tarde, se fez serão, con-
versa com os amigos, passa pelo café, compra o jornal, 
toma o autocarro ou o elétrico, desce na paragem, vai 
pela sua rua, já vê a porta de casa – e de repente vem um 
automóvel e dá com ele no chão, malferido, senão pior.
E que fez durante o dia o condutor deste carro? Saiu 
de casa, se calhar também de manhã, entrou no auto-
móvel, ligou o motor, arrancou, circulou pela cidade, foi 
trabalhar, entrou e saiu do escritório, viu gente, conver-
sou, e em certa altura, ao fim do dia, teve de passar por 
uma rua que até nem ficava no seu caminho, mas havia 
obras, sentidos proibidos – e de repente surge-lhe um 
peão da direita, sente uma pancada, vê um vulto pelo ar. 
Uma desgraça.
SARAMAGO, José. Coincidências. In: A bagagem do viajante. São 
Paulo: Companhia das Letras, 2014. Fragmento.
Na crônica de José Saramago, qual dos trechos em destaque 
contém uma antítese?
A “Toma o autocarro ou o elétrico”
B “Surge-lhe um peão da direita”
C “Entrou e saiu do escritório”
D “A vida não é nada simples”
E “Como se fosse maravilha”
QUESTÃO 11 ================================
Um conto de palavras que valessem mais por sua 
modulação que por seu significado. Um conto abstrato 
e concreto como uma composição tocada por um grupo 
instrumental; límpido e obscuro, espiral azul num campo 
de narcisos defronte a uma torre a descortinar um lago 
assombrado em que o atirar uma pedra espraia a água 
em lentos círculos sob os quais nada um peixe turvo que 
é visto por ninguém e no entanto existe como algas do 
oceano. Um conto-rastro de uma lesma também evento 
do universo qual a luz de um quasar a bilhões de anos-
-luz; um conto em que os vocábulos são como notas in-
determinadas numa pauta; que é como bater suave e es-
paçado de um sino propagando-se nos corredores de um 
mosteiro [...]. Um conto noturno com a fulguração de um 
sonho que, quanto mais se quer, mais se perde; é preciso 
resistir à tentação das proparoxítonas e do sentido, a vida 
é uma peça pregada cujo maior mistério é o nada.
SANT’ANNA, S. Um conto abstrato. In: O voo da madrugada. São Paulo: 
Cia. das Letras, 2003.
Utilizando o recurso da metalinguagem, o narrador busca 
definir o gênero conto pelo procedimento estético que es-
tabelece uma 
A cadeia de imagens, enfatizando a ideia de sobreposição 
de sentidos. 
B confluência de cores, destacando a importância do espaço. 
C composição de sons, valorizando a construção musical 
do texto. 
D percepção de sombras, endossando o caráter obscuro da 
escrita. 
E hierarquia de palavras, fortalecendo o valor unívoco dos 
significados. 
QUESTÃO 12 ================================
Certa vez, eu jogava uma partida de sinuca, e só ha-
via a bola sete na mesa. De modo que a mastiguei lenta-
mente saboreando-lhe os bocados com prazer. Refiro-me 
à refeição que havia pedido ao garçom. Dei-lhe duas ta-
cadas na cara. Estou me referindo à bola. Em seguida, 
saí montando nela e a égua, de que estou falando agora, 
chegou calmamente à fazenda de minha mãe. Fui encon-
trá-la morta na mesa, meu irmão comia-lhe uma perna 
com prazer e ofereceu-me um pedaço: “Obrigado”, disse 
eu, “já comi galinha no almoço”.
Logo em seguida, chegou minha mulher e deu-me 
na cara. Um beijo, digo. Dei-lhe um abraço. Fazia calor. 
Daí a pouco minha camisa estava inteiramente molhada. 
Refiro-me a que estava na corda secando, quando come-
çou a chover. Minha sogra apareceu para apanhar a ca-
misa.
Não tive remédio senão esmagá-la com o pé. Estou 
falando da barata que ia trepando na cadeira. Malaquias, 
meu primo, vivia com uma velha de oitenta anos. A ve-
lha era sua avó, esclareço. Malaquias tinha dezoito filhos, 
mas nunca se casou. Isto é, nunca se casou com uma mu-
lher que durasse mais de um ano. Agora, sentado à nossa 
frente, Malaquias fura o coração com uma faca. Depois 
corta as pernas e o sangue do porco enche a bacia.
Nos bons tempos passeávamos juntos. Eu tinha um 
carro. Malaquias tinha uma namorada. Um dia rolou a 
ribanceira. Me refiro a Malaquias. Entrou pra pretoria 
adentro arrebentando porta e parou resfolegante junto 
do juiz pálido de susto. Me refiro ao carro. E a Malaquias.
FERNANDES, M. Trinta anos de mim mesmo. São Paulo: Abril Cultural, 
1973.
Nesse texto, o autor reorienta o leitor no processo de lei-
tura, usando como recurso expressões como “refiro-me/me 
refiro”, “estou me referindo”, “de que estou falando agora”, 
“digo”, “estou falando da”, “esclareço”, “isto é”. Todas elas 
são expressões linguísticas introdutoras de paráfrases, que 
servem para 
A confirmar. 
B contradizer. 
C destacar. 
D retificar. 
E sintetizar. 
QUESTÃO 13 ================================A arte de Luís Otávio Burnier
O movimento natural do corpo segue as leis cotidianas: o 
menor esforço para o maior efeito. Etienne Decroux inverte 
a frase e cria o que, para ele, seria uma das mais importan-
tes leis da arte: o maior esforço para o menor efeito. “Se eu 
pedir a um ator que me expresse alegria, ele me fará assim 
(fazia uma grande máscara de alegria com o rosto), mas se 
eu cobrir o seu rosto com um pano ou uma máscara neutra, 
amarrar seus braços para trás e lhe pedir que me expresse 
agora a alegria, ele precisará de anos de estudo”, dizia.
CAFIERO, C. Revista do Lume, n. 5, jul. 2003.
No texto, Carlota Cafiero expõe a concepção elaborada por 
Etienne Decroix, que desafia o ator a estabelecer uma comu-
nicação com o público sem as expressões convencionais, por 
meio da 
A estética facial. 
B mímica corporal. 
C amarra no corpo. 
D função da máscara. 
E simbologia do tecido. 
QUESTÃO 14 ================================
— A ponto: ele é orelhudo, cabano, de orelhas vistosas. 
Aquelas orelhas…
— Testão. Cara quadrada… A testa é rugas só.
— Cabelo corrido, mas duro, meio falhado, enralado…
— Mas careca ele não é.
— Cabeçona comprida. O branco do olho amarelado.
— Os olhos são pretos. Dum preto murucego. [...]
— Ah, e os beiços muito finos. Ele não ri quase nunca… 
O queixo todo vem p’r’ adiante… Gogó enorme… 
As bochechas estão cavacadas de ocas.
— O queixo é que é desconforme de grande!
— Pescoço renervado, o cordame de veias… [...]
— Ele parece uma pessoa que já faleceu há que anos.
— Tem os ombros repuxados para cima, demais…
— É crocundado.
— Sempre andou com os joelhos dobrados, os olhos 
abaixados para o chão.
— Sempre coxeou…
— Ruimatismos.
— Desde faz tempo, as pernas foram ficando afracadas.
Agora, final, morreram murchas de todo.
— Ficou leso tal, de paralítico.
— Só pode andar é na cadeira, carregado…
— Ah, mas nem não anda, nunca. Não sai do quarto.
 Faz muitos anos que ele não sai.
— A Iàs-Flôres disse que ele tem as pernas inteiras 
de veias rebentadas…
— Ruimatismos. [...]
— Ele só fala baixo. A voz tem uma seriedade tristonh’…
— Ele ouve pouco. Surdoso.
ROSA, João Guimarães. Cara-de-Bronze. In: No Urubuquaquá, 9. ed. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. Fragmento.
Com base no fragmento do conto “Cara-de-Bronze”, de Guima-
rães Rosa, pode-se concluir que provavelmente as personagens
A provenham de outro país.
B estejam no hospital.
C morem na periferia.
D sejam enfermeiras.
E vivam no interior.
QUESTÃO 15 ================================
Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Poeta fui de rápido destino
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau de arara.
Quero, por isso, falar com você
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí matando
[...]
Homem comum, igual a você,
[...]
Mas somos muitos milhões de homens comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonhos e margaridas.
FERREIRA GULLAR. Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 
(fragmento).
No poema, ocorre uma aproximação entre a realidade social 
e o fazer poético, frequente no Modernismo. Nessa aproxi-
mação, o eu lírico atribui à poesia um caráter de 
A força emotiva e capacidade de preservação da memória 
social. 
B agregação construtiva e poder de intervenção na ordem 
instituída. 
C denúncia retórica e habilidade para sedimentar sonhos e 
utopias. 
D ampliação do universo cultural e intervenção nos valores 
humanos. 
E identificação com o discurso masculino e questionamen-
to dos temas líricos. 
QUESTÃO 16 ================================
Helena tinha os predicados próprios a captar a con-
fiança e a afeição da família. Era dócil, afável, inteligente. 
Não eram estes, contudo, nem ainda a beleza, os seus 
dotes por excelência eficazes. O que a tornava superior 
e lhe dava probabilidade de triunfo, era a arte de aco-
modar-se às circunstâncias do momento e a toda a casta 
de espíritos, arte preciosa, que faz hábeis os homens e 
estimáveis as mulheres. Helena praticava de livros ou de 
alfinetes, de bailes ou de arranjos de casa, com igual inte-
resse e gosto, frívola com os frívolos, grave com os que o 
eram, atenciosa e ouvida, sem entono nem vulgaridade. 
Havia nela a jovialidade da menina e a compostura da 
mulher feita, um acordo de virtudes domésticas e manei-
ras elegantes.
Além das qualidades naturais, possuía Helena al-
gumas prendas de sociedade, que a tornavam aceita a 
todos, e mudaram em parte o teor da vida da família. 
Não falo da magnífica voz de contralto, nem da correção 
com que sabia usar dela, porque ainda então, estando 
fresca a memória do conselheiro, não tivera ocasião de 
fazer-se ouvir. Era pianista distinta, sabia desenho, falava 
correntemente a língua francesa, um pouco a inglesa e a 
italiana. Entendia de costura e bordados e toda a sorte 
de trabalhos feminis. Conversava com graça e lia admira-
velmente. Mediante os seus recursos, e muita paciência, 
arte e resignação, — não humilde, mas digna, — conse-
guia polir os ásperos, atrair os indiferentes e domar os 
hostis.
ASSIS, Machado de. Helena. Porto Alegre: L&PM, 1999. Fragmento.
A característica do Romantismo presente no fragmento da 
obra Helena, de Machado de Assis, é
A a idealização da mulher. 
B a preocupação social.
C a religiosidade.
D o nacionalismo.
E o pessimismo.
QUESTÃO 17 ================================
Apuram o passo, por entre campinas ricas, onde 
pastam ou ruminam outros mil e mais bois. Mas os va-
queiros não esmorecem nos eias e cantigas, porque a 
boiada ainda tem passagens inquietantes: alarga-se e re-
comprime-se, sem motivo, e mesmo dentro da multidão 
movediça há giros estranhos, que não os deslocamentos 
normais do gado em marcha — quando sempre alguns 
disputam a colocação na vanguarda, outros procuram o 
centro, e muitos se deixam levar, empurrados, sobrena-
dando quase, com os mais fracos rolando para os lados 
e os mais pesados tardando para trás, no coice da pro-
cissão.
– Eh, boi lá!... Eh-ê-ê-eh, boi!... Tou! Tou! Tou...
As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas 
e touros, batendo com as caudas, mugindo no meio, na 
massa embolada, com atritos de couros, estralos e guam-
pas, estrondos e baques, e o berro queixoso do gado jun-
queira, de chifres imensos, com muita tristeza, saudade 
dos campos, querência dos pastos de lá do sertão...
"Um boi preto, um boi pintado,
cada um tem sua cor. 
Cada coração um jeito 
de mostrar seu amor". 
Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando... 
Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito... 
Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando... 
ROSA J. G. O burrinho pedrês. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 
1968. 
Próximo do homem e do sertão mineiros, Guimarães Rosa 
criou um estilo que ressignifica esses elementos. O fragmen-
to expressa a peculiaridade desse estilo narrativo, pois 
A demonstra a preocupação do narrador com a verossimi-
lhança. 
B revela aspectos de confluência entre as vozes e os sons 
da natureza. 
C recorre à personificação dos animais como principal re-
curso estilístico. 
D expressa o fluir do rebanho e dos peões por meio de re-
cursos sonoros e lexicais 
E produz um efeito de legitimidade atrelada à reprodução 
da linguagem regional. 
QUESTÃO 18 ================================
Lá no meu sertão pros caboclo lê 
Têm que aprender um outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê
Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, i o ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto ê
A, bê, cê, dê
Fê, guê, lê, mê
Nê, pê, quê, rê
Tê, vê e zê
[...]
GONZAGA, Luiz. ABC do sertão. Disponível em: <https://www.letras. mus.br/
luiz-gonzaga/47079/>. Acesso em: jan. 2018. Fragmento.
Os versos da letra de música deLuiz Gonzaga dizem respeito 
à variação linguística
A escolar.
B social.
C histórica.
D regional.
E situacional.
QUESTÃO 19 ================================
Deram fim à festa os saltos, os páreos de carreira, 
as lutas romanas e a distribuição dos prêmios de ginásti-
ca, que a mão egrégia da Sereníssima Princesa e a pouco 
menos do Esposo Augusto alfinetavam sobre os peitos 
vencedores. [...]
Aristarco arrebentava de júbilo. [...]
Uma coisa o entristeceu, um pequenino escândalo. 
Seu filho Jorge, na distribuição dos prêmios, recusara-se 
a beijar a mão da princesa, como faziam todos ao receber 
a medalha. Era republicano o pirralho! Tinha já aos quin-
ze anos as convicções ossificadas na espinha inflexível do 
caráter! Ninguém mostrou perceber a bravura. Aristarco, 
porém, chamou o menino à parte. Encarou-o silencio-
samente e — nada mais. E ninguém mais viu o republi-
cano! Consumira-se naturalmente o infeliz, cremado ao 
fogo daquele olhar! Nesse momento as bandas tocavam 
o hino da monarquia jurada, última verba do programa.
[...]
POMPEIA, Raul. O Ateneu. 16. ed. São Paulo: Ática, 1996. Fragmento.
Ao se negar a beijar a mão da princesa, Jorge, além de con-
trário ao sistema monárquico, revela sua rebeldia em relação
A ao pai. 
B à festa. 
C à ginástica.
D ao colégio.
E ao prêmio.
QUESTÃO 20 ================================
 O adolescente
A vida é tão bela que chega a dar medo.
Não o medo que paralisa e gela,
estátua súbita,
mas
esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz
o jovem felino seguir para frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.
Medo que ofusca: luz!
Cumplicentemente,
as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo:
Adolescente, olha! A vida é nova...
A vida é nova e anda nua
– vestida apenas com o teu desejo!
QUINTANA, M. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 1998.
Ao abordar uma etapa do desenvolvimento humano, o poe-
ma mobiliza diferentes estratégias de composição. O princi-
pal recurso expressivo empregado para a construção de uma 
imagem da adolescência é a 
A hipérbole do medo. 
B metáfora da estátua. 
C personificação da vida. 
D antítese entre juventude e velhice. 
E comparação entre desejo e nudez. 
QUESTÃO 21 ================================
Num casarão antigo, situado na Alameda Santos nú-
mero 8, nasci, cresci e passei parte de minha adolescência. 
Ernesto Gattai, meu pai, alugara a casa por volta de 1910, 
casa espaçosa, porém desprovida de conforto. Teve mui-
ta sorte de encontrá-la, era exatamente o que procurava: 
residência ampla para a família em crescimento e, o mais 
importante, o fundamental, o que sobretudo lhe convi-
nha era o enorme barracão ao lado, uma velha cochei-
ra, ligada à casa, com entrada para duas ruas: Alameda 
Santos e Rua da Consolação. Ali instalaria sua primeira 
oficina mecânica. Impossível melhor localização!
Para quem vem do centro da cidade, a Alameda 
Santos é a primeira rua paralela à Avenida Paulista, onde 
residiam, na época, os ricaços, os graúdos, na maioria no-
vos ricos.
Da Praça Olavo Bilac até o Largo do Paraíso, era 
aquele desparrame de ostentação!
Palacetes rodeados de parques e jardins, construí-
dos, em geral, de acordo com a nacionalidade do proprie-
tário: os de estilo mourisco, em sua maioria, pertenciam 
a árabes, claro! Os de varandas de altas colunas, que 
imitavam os “palázzos” romanos antigos, denunciavam 
– logicamente – moradores italianos. Não era, pois, di-
fícil, pela fachada da casa, identificar a nacionalidade do 
dono.
O proprietário do imóvel que meu pai alugou era 
um velho italiano, do Sul da Itália, Rocco Andretta, co-
nhecido por seu Roque e ainda, para os mais íntimos, por 
tzi Ró (tio Roque). Dono de uma frota de carroças e bur-
ros para transportes em geral, fora intimado pela Prefei-
tura a retirar seus animais dali; aquele bairro tornava-se 
elegante, já não comportava cocheiras e moscas. O velho 
Rocco fizera imposições ao candidato: reforma e limpeza 
do barracão, pinturas e consertos da casa por conta do 
inquilino.
GATTAI, Zélia. Anarquistas, graças a Deus. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2009. Fragmento.
Entre os recursos usados por Zélia Gattai para organizar a se-
quência dos eventos narrados, destaca-se o emprego de 
A comentários quanto às características físicas e psicológicas 
das pessoas.
B referências a pontos geográficos conhecidos em São Paulo.
C advérbios de modo para indicar a progressão dos fatos.
D tempos verbais para organizar os acontecimentos.
E frases curtas para deixar o texto dinâmico.
QUESTÃO 22 ================================
Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações, 
nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se se-
meia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? Não 
há um homem que em um sermão entre em si e se resol-
va, não há um moço que se arrependa, não há um velho 
que se desengane. Que é isto? Assim como Deus não é 
hoje menos onipotente, assim a sua palavra não é hoje 
menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de 
Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tan-
tos pregadores, por que não vemos hoje nenhum fruto 
da palavra de Deus? Esta, tão grande e tão importante 
dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pre-
gando-me a mim. A mim será, e também a vós; a mim, 
para aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir.
VIEIRA, A. Sermões Escolhidos, v. 2. São Paulo: Edameris, 1965.
No Sermão da sexagésima, padre Antônio Vieira questiona 
a eficácia das pregações. Para tanto, apresenta como estra-
tégia discursiva sucessivas interrogações, as quais têm por 
objetivo principal 
A conduzir o interlocutor à sua própria reflexão sobre os 
temas abordados nas pregações. 
B apresentar questionamentos para os quais a Igreja não 
possui respostas. 
C inserir argumentos à tese defendida pelo pregador sobre 
a eficácia das pregações. 
D questionar a importância das pregações feitas pela Igreja 
durante os sermões. 
E provocar a necessidade e o interesse dos fiéis sobre o 
conteúdo que será abordado no sermão. 
QUESTÃO 23 ================================
Só é meu 
O país que trago dentro da alma. 
Entro nele sem passaporte 
Como em minha casa. 
[...] 
As ruas me pertencem. 
Mas não há casas nas ruas, 
As casas foram destruídas desde a minha infância. 
Os seus habitantes vagueiam no espaço 
À procura de um lar. 
Só é meu 
O mundo que trago dentro da alma. 
BANDEIRA, M. “Um poema de Chagall”. In: Estrela da vida inteira: poemas 
traduzidos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1993 (fragmento). 
CHAGALL, M. Eu e a aldeia. Nova York, 1911. Disponível em: pintoresonline.
com.br
A arte, em suas diversas manifestações, desperta sentimen-
tos que atravessam fronteiras culturais. Relacionando a te-
mática do texto com a imagem, percebe-se a ligação entre a 
A alegria e a satisfação na produção das obras modernistas 
B lembrança e o rancor relacionados ao seu ofício original. 
C saudade e o refúgio encontrados pelo homem na natureza. 
D memória e a lembrança passadas no íntimo do enunciador. 
E exaustão e o medo impostos ao corpo de todo artista. 
QUESTÃO 24 ================================
Cientistas solucionam origem 
de partículas de água em Saturno 
O telescópio espacial Herschel resolveu 1um proble-
ma que ficou sem solução durante 14 anos. 2A origem 
dos vapores de água na atmosfera superior de Saturno 
encontra-se nas partículas que saem de uma de suas 
luas, a Enceladus, e chegam até o planeta. 
3A descoberta faz com que a Enceladus torne- se co-
nhecida, a partir de agora, como a única lua do Sistema 
Solar capaz de influenciar 5a composição bioquímica do 
planeta que orbita.
4O volume despejado a cada segundo não é pouco. 
A Enceladus chega a expelir aproximadamente 250 kg de 
vapores de água que se formam na região polar sul. Des-
se total, uma parte é perdida no espaço e entre 3% a 5% 
deslocam-se até Saturno. 
6O fenômeno, de certo modo, pôde ser compre-
endido graças ao 9avanço da tecnologia. Os astrônomos 
não conseguiram detectá-loaté o momento por causa da 
7transparência dos vapores. Coube às ondas infraverme-
lhas do Herschel 8esse encargo e achado. 
A primeira vez que um telescópio da ESA (Agência 
Espacial Europeia) detectou água na atmosfera superior 
de Saturno foi em 1997. 
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 26 jul. 2011. 
Um texto é construído pela articulação dos vários elementos 
que o compõem. Tal articulação pode se dar por meio de pa-
lavras ou de expressões que remetem a outras ou, ainda, a 
segmentos maiores já apresentados ou a serem ainda apre-
sentados no decorrer do texto. 
A análise do modo como esse texto foi construído revela que 
a expressão 
A “A descoberta” (ref. 3) retoma “um problema que ficou 
sem solução durante 14 anos.” (ref. 1), segmento que 
aparece na primeira frase do texto. 
B O “um problema” (ref. 1) remete o leitor para “A origem 
dos vapores de água na atmosfera superior de Saturno” 
(ref. 2), segmento que se encontra na frase seguinte. 
C “O volume despejado” (ref. 4) retoma “a composição quí-
mica do planeta que orbita.” (ref. 5), segmento apresen-
tado na frase imediatamente anterior. 
D “O fenômeno” (ref. 6) remete o leitor para “transparên-
cia dos vapores” (ref. 7), segmento que é apresentado na 
frase seguinte. 
E O “esse encargo e achado” (ref. 8) retoma “avanço da tec-
nologia” (ref. 9), segmento presente na porção anterior 
do texto. 
QUESTÃO 25 ================================
Texto I
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da 
tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. 
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas 
em [pânico
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo 
e o ódio.
ANDRADE, Carlos Drummond de. A flor e a náusea. In: A rosa do povo. 
21. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000. Fragmento.
O poema de João Cabral de Melo Neto remete às imagens 
da “flor” e da “náusea” presentes no poema “A flor e a náu-
sea”, de Drummond, que também é referido por seu primeiro 
nome.
Trata-se de uma relação
A metalinguística.
B intertextual.
C metafórica.
D paródica.
E irônica.
QUESTÃO 26 ================================
Língua portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
BILAC, Olavo. Língua portuguesa. In: Tarde. Belém: NEAD; UNAMA, [s.d.].
Com base na leitura do soneto de Olavo Bilac, conclui-se que 
a língua portuguesa
A é muito difícil de ser ensinada nas escolas.
B precisa ser aprendida sem sentimentalismo.
C está relacionada com a identidade de um povo.
D apesar de bonita, é falada por pessoas incultas.
E tende a desaparecer, pois é a “última flor do Lácio”.
QUESTÃO 27 ================================
Três dias depois
Sem assunto
Olá, Leo, tudo bem?
Lembranças,
Emmi
15 minutos depois
Fw:
Olá, Emmi,
sim, tudo bem. E contigo?
Leo
Oito minutos depois
Re:
Também, obrigada. Fora o calor. Isso é normal? Esta-
mos no fim de maio. 35 °C em maio – isso acontecia 
antigamente? Isso não acontecia antigamente! E no 
mais? Em geral, tudo em ordem?
20 minutos depois 
Fw:
Sim, obrigado, Emmi, tudo ótimo. Você tem razão: 35 °C 
a gente só tinha antigamente no fim de julho, começo 
de agosto, talvez um ou dois dias no ano, não mais do 
que isso. Ok, quatro ou cinco dias, que seja. Mas não em 
maio, em maio ainda não!
GLATTAUER, Daniel. @mor. Tradução de Eduardo Simões. Rio de Janeiro: 
Objetiva, 2012, e-book. Fragmento.
Nos e-mails trocados entre as personagens da obra de Daniel 
Glattauer, a função da linguagem predominante é a
A fática.
B poética. 
C conativa.
D referencial.
E metalinguística.
QUESTÃO 28 ================================
Eram esses os nossos lugares à mesa na hora das re-
feições, ou na hora dos sermões: o pai à cabeceira; à sua 
direita, por ordem de idade, vinha primeiro Pedro, seguido 
de Rosa, Zuleika, e Huda; à sua esquerda, vinha a mãe, em 
seguida eu, Ana, e Lula, o caçula. O galho da direita era um 
desenvolvimento espontâneo do tronco, desde as raízes; já 
o da esquerda trazia o estigma de uma cicatriz, como se a 
mãe, que era por onde começava o segundo galho, fosse 
uma anômala, uma protuberância mórbida, um enxerto 
junto ao tronco talvez funesto, pela carga de afeto; podia-
-se quem sabe dizer que a distribuição dos lugares na mesa 
(eram caprichos do tempo) definia as duas linhas da família.
[...]
NASSAR, Raduan. Lavoura arcaica. 3. ed. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2002. Fragmento.
Com base na leitura do fragmento da obra de Raduan Nassar, 
pode-se concluir que os membros da família considerados 
virtuosos e regidos pela moral são
A a mãe, o narrador, Ana e Lula.
B Ana, a mãe, Rosa e Zuleika.
C o narrador, Pedro, Huda e Lula.
D Pedro, Rosa, Zuleika e Huda.
E Zuleika, Lula, Pedro e a mãe.
QUESTÃO 29 ================================
Orgulho machadiano
Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, 
diz em suas “Memórias Póstumas” que não teve filhos 
e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa 
miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: 
a postura de muitos brasileiros frente a intolerância reli-
giosa é uma das faces mais perversas de uma sociedade 
em desenvolvimento. Com isso, surge a problemática do 
preconceito religioso que persiste intrinsecamente liga-
do à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja 
pela lenta mudança de mentalidade social.
É indubitável que a questão constitucional e sua 
aplicação estejam entre as causas do problema. Confor-
me disse Aristóteles, a poética deve ser utilizada de modo 
que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na 
sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, 
no Brasil, a perseguição religiosa rompe essa harmonia; 
haja vista que, embora esteja previsto na Constituição o 
princípio da isonomia, no qual todos devem ser tratados 
igualmente, muitos cidadãos se utilizam da inferioridade 
religiosa para externar ofensas e excluir socialmente pes-
soas de religiões diferentes.
Segundo informam as pesquisas, a religião afro-bra-
sileira é a principal vítima de discriminação, destacando-
-se o preconceito religioso como o principal impulsiona-
dor do problema. De acordo com Durkheim, o fato social 
é a maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa 
linha de pensamento, observa-se que a preparação do 
preconceito religioso se encaixa na teoria do sociólogo, 
uma vez que se uma criança vive em uma família com 
esse comportamento, tende a adotá-lo também por con-
ta da vivência em grupo. Assim, a continuação do pensa-
mento da inferioridade religiosa, transmitido de geração 
a geração, funciona como base forte dessa forma de pre-
conceito, perpetuando o problema no Brasil.
Portanto, a intolerância religiosa é um mal para a 
sociedade brasileira. Sendo assim, cabe ao Governo Fe-
deral construir delegacias especializadas em crimes de 
ódio contra religião, a fim de atenuar a prática do pre-
conceito na sociedade, além de aumentar a pena para 
quem o praticar. Ainda cabe à escola criar palestras sobre 
as religiões e suas histórias, visando a informar crianças 
e jovens sobre as diferenças religiosas no país, diminuin-
do, assim, o preconceito religioso. Ademais, a socieda-
de deve se mobilizar em redes sociais, com o intuito de 
conscientizar a população sobre os males da intolerância 
religiosa. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um 
país desenvolvido socialmente, e criar um legado de que 
Brás Cubas pudesse se orgulhar.
FERREIRA, Larissa Cristine. Orgulho machadiano. In: G1, 11 abr. 2017. 
Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-nota-
-mil-do-enem-2016.ghtml>. Acesso em: jan. 2018.
A redação de Larissa Cristine Ferreira recebeu nota máxima 
no ENEM de 2016. Das conjunções em destaque, qual indica 
conformidade?
A Que
B Se
C Embora
D Segundo
E Portanto
QUESTÃO 30 ================================
M
IN
IS
TÉ
RI
O
 D
A 
SA
Ú
D
E
No cartaz referente à campanha contra a gripe, o emprego de 
verbos no modo imperativo (“vacine-se”, “proteja-se”, “vá”) 
revela que a função da linguagem predominante é a
A fática.
B poética.
C conativa.
D expressiva.
E referencial.
QUESTÃO 31 ================================
Texto I
Que de trinta, trezentos ou três mil, só está quase 
pronta a boiada quando as alimárias se aglutinam em 
bicho inteiro – centopeia –, mesmo prestes assim para 
surpresas más.
– Tchou!... Tchou!... Eh, booôi!...
E, agora, pronta de todo está ela ficando, cá que 
cada vaqueiro pega o balanço de busto, sem-querer e 
imitativo, e que os cavalos gingam bovinamente. De-
vagar, mal percebido, vão sugados todos pelo rebanho 
trovejante – pata a pata, casco a casco, soca soca, fasta 
vento, rola e trota, cabisbaixos, mexe lama, pela estra-
da, chifres no ar...
A boiada vai, como um navio.
ROSA, João Guimarães. O burrinho pedrês. In: Sagarana. Rio de Janei-
ro: Nova Fronteira, 2015. Fragmento.
Texto II
Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
BANDEIRA, Manuel. Trem de ferro. In: Antologia poética. 8. ed. Rio de Janei-
ro: J.Olympo, 1976. Fragmento.
No trecho do conto de Guimarães Rosa e nos versos do poe-
ma de Manuel Bandeira, um dos aspectos mais relevantes é
A o narrador.
B a forma.
C o tema.
D o ritmo.
E a rima.
QUESTÃO 32 ================================
Na cabeceira da mesa, a toalha manchada de Coca-Cola, 
o bolo desabado, ela era a mãe. A aniversariante piscou.
Eles se mexiam agitados, rindo, a sua família. E ela 
era a mãe de todos. E se de repente não se ergueu, como 
um morto se levanta devagar e obriga mudez e terror aos 
vivos, a aniversariante ficou mais dura na cadeira, e mais 
alta. Ela era a mãe de todos. E como a presilha a sufocas-
se, ela era a mãe de todos e, impotente à cadeira, despre-
zava-os. E olhava-os piscando. Todos aqueles seus filhos e 
netos e bisnetos que não passavam de carne de seu joe-
lho, pensou de repente como se cuspisse. Rodrigo, o neto 
de sete anos, era o único a ser a carne de seu coração, 
Rodrigo, com aquela carinha dura, viril e despenteada. 
Cadê Rodrigo? Rodrigo com olhar sonolento e intumesci-
do naquela cabecinha ardente, confusa. Aquele seria um 
homem. Mas, piscando, ela olhava os outros, a aniversa-
riante. Oh o desprezo pela vida que falhava. Como?! como 
tendo sido tão forte pudera dar à luz aqueles seres opa-
cos, com braços moles e rostos ansiosos? Ela, a forte, que 
casara em hora e tempo devidos com um bom homem a 
quem, obediente e independente, ela respeitara; a quem 
respeitara e que lhe fizera filhos e lhe pagara os partos e 
lhe honrara os resguardos. O tronco fora bom. Mas dera 
aqueles azedos e infelizes frutos, sem capacidade sequer 
para uma boa alegria. Como pudera ela dar à luz aqueles 
seres risonhos, fracos, sem austeridade? O rancor roncava 
no seu peito vazio. Uns comunistas, era o que eram; uns 
comunistas. Olhou-os com sua cólera de velha. Pareciam 
ratos se acotovelando, a sua família. Incoercível, virou a 
cabeça e com força insuspeita cuspiu no chão.
LISPECTOR, Clarice. Feliz aniversário. In: Laços de família. Rio de Janeiro: 
Rocco Digital, 2013, e-book. Fragmento.
Ao afirmar que os filhos eram “carne de seu joelho”, a narra-
dora dá a entender que a personagem
A achava os filhos muito feios.
B não demonstrava nem tinha amor pelos filhos.
C desejava que os filhos fossem crianças de novo.
D considerava os joelhos dos filhos parecidos com os seus. 
E segurava os filhos, quando eram bebês, sobre os joelhos.
QUESTÃO 33 ================================
M
IN
IS
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RI
O
 D
A 
SA
Ú
D
E
M
IN
IS
TÉ
RI
O
 D
A 
SA
Ú
D
E
Levando em consideração os elementos verbais e não ver-
bais da tirinha, pode-se afirmar que o humor decorre da
A fisionomia zangada de Armandinho no terceiro quadrinho.
B crítica do pai ao fato de Armandinho não vestir um agasa-
lho para enfrentar o frio.
C falta de objetividade do pai ao dar as dicas para Armandi-
nho encontrar o objeto.
D postura de Armandinho, que pretende encontrar um ob-
jeto escondido pelo pai.
E utilização das expressões “está frio” e “está quase conge-
lando”, que geram ambiguidade.
QUESTÃO 34 ================================
Entre as muitas consequências do advento da inter-
net, prolifera uma curiosa fusão das linguagens, ou tal-
vez, melhor dizendo, a criação de novas funções e novos 
gêneros da linguagem. O primeiro deles já é quase arque-
ológico de tão popular: o e-mail. Ainda bem que não sou 
saudosista — se eu vivesse chorando o passado, diria que 
o e-mail enterrou para todo o sempre o gênero de escrita 
que em boa medida me ensinou a escrever: a carta.
A carta é uma forma literária clássica, cuja compo-
sição é em si uma lenta divisão do tempo — ela era es-
crita para ser entregue pelo menos dois ou três dias mais 
tarde. A carta pressupunha um tempo lento, cadenciado; 
escrever uma carta era também fazer uma síntese e um 
retrospecto de uma semana, de um mês, de aconteci-
mentos demorados que, linha a linha, o escriba organiza-
va na cabeça. Uma carta punha ordem e perspectiva no 
mundo; os fatos se organizavam em bloco e eram expli-
cados em parágrafos. Não lembro de nenhum momento 
em que senti necessidade de escrever rsrsrs para indicar 
que eu estava rindo naquele momento; no máximo, um 
discreto ponto de exclamação. Quem escreve carta é 
sempre um “narrador”, alguém a distância, e não uma 
pessoa ao vivo.
No entanto, a carta também era uma conversa. O 
amigo ou a namorada ou o tio ou o pai abriam o envelope 
(outro ritual — sempre evitei rasgar o selo; havia um ob-
jeto chamado “corta-papel”, hoje peça de museu), sen-
tavam numa cadeira, tranquilos, e ficavam sabendo com 
um grau razoável de ordem da vida do outro. Às vezes 
tinham vida longa, passavam de mão em mão pela famí-
lia e amigos, Veja como o Toninho está bem! — e às ve-
zes, secretas, eram imediatamente trancadas na gaveta 
para uma releitura solitária, suspirante e saudosa. Carta 
não tinha vírus nem pegadinhas; se por acaso chegassem 
fotos obscenas ou sugestões de invasão de privacidade, 
era bem possível que o envelope fosse parar na polícia 
— ou nos filmes policiais, em que cartas anônimas sem-
pre brilharam como personagens poderosas. Sim, cartas 
eram conversas, mas sóbrias, com a noção de hierarquia 
e de espaço, o tempo e o espaço sempre organizados: 
Curitiba, 7 de novembro de 1956. Querida Maria: — e 
seguiam-se as notícias.
[...]
TEZZA, Cristóvão. Cartas, blogues, e-mails. In: Um operário em férias: 100 
crônicas escolhidas. Seleção de Christian Schwartz. Rio de Janeiro: Record, 2013. 
Fragmento.
De acordo com o trecho da crônica de Cristóvão Tezza, infere-se 
que o surgimento do e-mail 
A provocou a evolução do gênero textual carta.
B favoreceu a organização do tempo e do espaço pelos 
usuários.
C introduziu uma tecnologia que colaborou com o afasta-
mento familiar.
D tornou o processo de escrita rápido, mas também mais 
desorganizado.
E dificultou o processo de comunicação, já que esta se tor-
nou instantânea.
QUESTÃO 35 ================================
O verdadeiro nome de Geraldo Viramundo, embora 
ele afirmasse ser José Geraldo Peres da Nóbrega e Silva, 
era realmente Geraldo Boaventura, e assim está lançado 
no livro de nascimentos em Rio Acima. Seu pai, um por-
tuguês, tinha vindo para o Brasil em 189**, na primeira 
leva de imigrantes que sucedeu ao decreto de nova polí-
tica imigratória da República recém-proclamada, e se ca-
sou no Rio com uma italiana naquele mesmo ano. Como 
ele foi acabar morando em Rio Acima, só Deus sabe.
Boaventuratinha junto à estrada sua casinhola, à 
frente da qual duas portas se abriam para o pomposa-
mente chamado “Armazém Boaventura – Secos e Molha-
dos”, não mais que uma venda, de cujos proventos vivia 
a família toda – e eram treze filhos.
Geraldo vinha a ser o caçula.
[...]
SABINO, Fernando. O grande mentecapto. 31. ed. Rio de Janeiro: 
Record,1979. Fragmento.
Na biografia constante na obra O grande mentecapto, de Fer-
nando Sabino, o destaque é dado para a
A ascensão social da família da personagem em Rio Acima. 
B intencional mudança de nome pela personagem.
C imigração para o Brasil no final do século XIX.
D grande quantidade de filhos de Boaventura.
E ascendência europeia da personagem.
QUESTÃO 36 ================================
Às vezes a gente parece que finge que trabalha; o 
leitor lê a crônica e no fim chega à conclusão de que não 
temos assunto. Erro dele. Quando não tenho nenhum 
frete a fazer, sempre carrego alguma coisa, que é o peso 
de minha alma; e olhem lá que não é pouco. O leitor pen-
sa que troto com meu carrinho vazio; e eu mesmo disfar-
ço um pouco assobiando; mas no fim da crônica estou 
cansado do mesmo jeito. A grande vantagem do leitor é 
que ele pode largar a crônica no meio, ou no começo, e 
eu tenho de ir tocando com ela, mesmo sentindo que es-
tou falando sozinho. Ouço, em imaginação, o bocejo do 
leitor, e sinto que ele me põe de lado e vai ler outra coisa, 
ou nada. Que me importa: tenho de escrever, vivo disso.
[...]
BRAGA, Rubem. Faço questão do córrego. In: As boas coisas da vida. 4. 
ed. Rio de Janeiro: Record, 1991. Fragmento.
No trecho da crônica de Rubem Braga, a função da lingua-
gem predominante é a
A fática, pois o autor procura estabelecer contato com o 
leitor. 
B conativa, pois o autor pretende convencer o leitor a ler a 
crônica.
C expressiva, pois o autor revela seu estado de ânimo, suas 
emoções.
D metalinguística, pois o autor utiliza a crônica para falar 
sobre a crônica.
E referencial, pois o autor transmite uma informação obje-
tiva sobre a realidade.
QUESTÃO 37 ================================
Nos últimos 30 anos, a independência da mulher 
deixou de ser uma hipótese para ser um fato, e tudo o 
que aprendemos sobre relacionamento entre homens e 
mulheres, até segunda ordem, está cancelado. Estamos 
reaprendendo a conviver segundo as novas regras do 
jogo. [...] Para quem está ficando adulto agora, as regras 
são claras: não se fazem mais moças como antigamente. 
Hoje toda adolescente estuda ou trabalha, investindo no 
seu próprio pé-de-meia e contando consigo mesma para 
seus projetos futuros. Em resumo: está descolando um 
emprego antes de descolar um marido.
Mas faz pouco tempo que o mundo é assim. Quem 
está comemorando bodas de prata ainda pegou uma 
época em que, se a mulher trabalhava, era moderna, e 
se não trabalhava, era normal. Tudo bem ficar em casa 
cuidando da educação das crianças e da administração 
da casa. Era, e ainda é, uma atividade essencial e valiosa, 
mas não é profissão.
Ninguém é remunerado por buscar os filhos no co-
légio ou fazer o almoço. Ninguém declara imposto de 
renda por cerzir meias ou arrumar armários. As mulheres 
topavam a dependência total, do pai para o marido. E os 
maridos topavam a adoção, sem contestar. Não conheço 
nenhum caso de um homem, 30 anos atrás, chegar para 
a mulher e dizer: “Amor, deixa essa musse de limão pra lá 
e vai procurar um emprego. E não se preocupe: eu lavo a 
roupa pra você”. Nada disso. Estava bom para ambas as 
partes, e hoje, separadinhos da silva, pagam caro por ter 
nascido na pré-história. Eles perdem 1/3 do salário, elas 
ganham 1/3 de humilhação. Uma pena, mas lei é lei.
Encerradas as cenas de um casamento medieval, 
entramos na era do casamento liberal. Oba! Todos saem 
cedo, ele para um lado, ela para o outro, filhos na creche 
desde os 4 meses, cada um preservando sua individua-
lidade, seu emprego e sua graninha. Bem diferente da 
vovó e do vovô. Mas as separações continuam a todo va-
por e o legislativo vai ter que decidir: nossas filhas tam-
bém serão sustentadas pelo ex?
Pouco provável. Já se conheceram independentes, 
pois despeçam-se com um aperto de mão civilizado e 
desapareçam da vida um do outro, resolvendo juntos 
apenas as questões relacionadas com os filhos. Pensão 
alimentícia, só para as crianças. Se ela tem uma formação 
profissional e tem saúde, é hipocrisia querer herdar o pa-
ternalismo que tanto se lutou para romper.
[...]
MEDEIROS, Martha. Quanto vale um ex. In: Topless. Porto Alegre: 
L&PM, 2011. Fragmento.
Na crônica, Martha Medeiros avalia as diferenças nos relacio-
namentos ao longo do tempo. Uma das características mar-
cantes é que, atualmente, as mulheres costumam
A estar mais submissas aos maridos.
B não querer filhos para priorizar a carreira.
C dispensar os maridos dos afazeres domésticos.
D abandonar o trabalho para cuidar da casa e dos filhos. 
E se estabelecer profissionalmente antes do casamento.
QUESTÃO 38 ================================
O comportamento do público, em geral, parece indi-
car o seguinte: o texto da peça de teatro não basta em si 
mesmo, não é uma obra de arte completa, pois ele só se re-
aliza plenamente quando levado ao palco. Para quem pen-
sa assim, ler um texto dramático equivale a comer a massa 
do bolo antes de ele ir para o forno. Mas ele só fica pronto 
mesmo depois que os atores deram vida àquelas emoções; 
que cenógrafos compuseram os espações, refletindo exter-
namente os conflitos internos dos envolvidos; que os figuri-
nistas vestiram os corpos sofredores em movimento.
LACERDA, R. Leitores. Metáfora, n. 7, abr. 2012.
Em um texto argumentativo, podem-se encontrar diferentes 
estratégias para guiar o leitor por um raciocínio e chegar a 
determinada conclusão. Para defender sua ideia a favor da 
incompletude do texto dramático fora do palco, o autor usa 
como estratégia argumentativa a 
A comoção. 
B analogia. 
C identificação. 
D contextualização. 
E enumeração. 
QUESTÃO 39 ===============================
As pombas...
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas 
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E a tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, 
Ruflando as asas, sacudindo as penas, 
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam, 
Os sonhos, um por um, céleres voam, 
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam, 
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
CORREIA, Raimundo. As pombas. In: Alguns poemas. São Paulo: Poeteiro, 
2014, e-book. Fragmento.
O soneto “As pombas”, de Raimundo Correia, faz parte do 
Parnasianismo brasileiro, já que apresenta versos decassíla-
bos com predominância de descrição e vocabulário seleto. 
Quanto à organização, verifica-se que, nas duas quadras, o 
sujeito poético descreve o revoar das pombas e, nos dois ter-
cetos, estabelece uma comparação entre tal movimento e
A a velhice. 
B o casamento. 
C a busca de emprego.
D a sensação de se apaixonar. 
E os sonhos da adolescência.
QUESTÃO 40 ===============================
M
U
SEO
 N
ACIO
N
AL CEN
TRO
 DE ARTE REIN
A SO
FÍA
PICASSO, Pablo. Guernica. Óleo sobre tela, 349,3 x 776,6 cm, 1937. Madrid: 
Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía
O Cubismo foi um movimento artístico que teve como um 
de seus principais expoentes o pintor Pablo Picasso, autor de 
Guernica, que mostra os horrores do bombardeio à cidade 
basca de Guernica, em 26 de abril de 1937, durante a Guerra 
Civil Espanhola. O traço cubista é revelado pelo(a)
A inclusão de figuras geometricamente decompostas. 
B expressão facial desesperada das figuras humanas.
C imagem do olho e da lâmpada como símbolo de lucidez. 
D jogo de luz e sombra provocado pelas variações da cor 
cinza.
E presença de animais quadrúpedes misturados aos seres 
humanos.
QUESTÃO 41 ===============================
O Arnestonos convidou prum samba, ele mora no Brás 
Nós fumo, não encontremos ninguém
Nós vortemos com uma baita de uma reiva
Da outra vez, nós num vai mais
[...]
BARBOSA, Adoniran. Samba do Arnesto, 78rpm, 1952. Disponível em: <ht-
tps://www.ouvirmusica.com.br/demonios-da-garoa/ 468220/>. Acesso em: jan. 
2018. Fragmento.
No trecho da letra de música de Adoniran Barbosa, o registro 
linguístico tem o objetivo de
A criticar as pessoas que cometem desvios da norma-pa-
drão da língua portuguesa.
B reduzir a importância das pessoas que vivem no interior, 
consideradas caipiras.
C fazer com que o leitor se sinta incomodado com os des-
vios gramaticais. 
D troçar das pessoas que não tiveram acesso à educação 
formal.
E exaltar a simplicidade de Arnesto e seus respectivos ami-
gos.
QUESTÃO 42 ===============================
Desta varanda sem parapeito contemplo os dois crepúscu-
los. Contemplo minha vida fugindo a passo de lobo, quero 
[detê-la, serei mordido?
Olho meus pés, como cresceram, moscas entre eles 
[circulam.
Olho tudo e faço a conta, nada sobrou, estou pobre, pobre, 
[pobre,
mas não posso entrar na roda,
não posso ficar sozinho,
a todos beijarei na testa,
flores úmidas esparzirei,
depois... não há depois nem antes.
[...]
ANDRADE, Carlos Drummond de. Os rostos imóveis. In: José. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2012. Fragmento.
Levando em consideração os versos do poema de Drum-
mond, conclui-se que o tema abordado é
A o entardecer.
B a natureza.
C a tristeza.
D a morte.
E o tempo.
QUESTÃO 43 ================================
Vozes veladas, veludosas vozes, 
Volúpias dos violões, vozes veladas, 
Vagam nos velhos vórtices velozes 
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
Tudo nas cordas dos violões ecoa
E vibra e se contorce no ar, convulso... 
Tudo na noite, tudo clama e voa 
Sob a febril agitação de um pulso.
SOUSA, Cruz e. Violões que choram... In: Faróis. São Paulo: Poeteiro, 2014, 
e-book. Fragmento.
Predomina, nos versos de Cruz e Sousa, a função da linguagem 
A fática, já que se busca testar o canal de comunicação. 
B apelativa, já que o leitor é incitado a participar de uma 
ação.
C poética, já que o enfoque é dado à forma artística da 
mensagem.
D metalinguística, já que se trata de um poema sobre o 
próprio poema.
E referencial, já que há informações sobre acontecimentos 
e fatos reais.
QUESTÃO 44 ================================
MINISTÉRIO DA CULTURA. Disponível em : www.facebook.com. Acesso em : 
21 ago. 2014 (adaptado)
Todo texto pressupõe um determinado propósito comunica-
tivo, orientado em função dos interlocutores envolvidos na 
interação. Levando em consideração os recursos verbais e 
não verbais empregados, esse anúncio destina-se a 
A incentivar a prática da leitura em ambientes familiares. 
B associar a leitura a invenções e conquistas pessoais. 
C despertar o interesse da população por novos livros. 
D promover políticas de combate ao analfabetismo. 
E divulgar a leitura literária entre crianças e jovens. 
QUESTÃO 45 ================================
S. Paulo, 25-VI-32
Carlos
recebi os oitenta fachos, muito obrigado e é incrível. 
Minha gratidão é enorme, mas fiquei safado do cobre vir 
acompanhado apenas dum cartão seu. Já estou mesmo 
acostumado com as suas cartas de ano em ano mas já 
que estava com a mão na pena, escrevesse pelo menos 
uma delas, que sempre elas vêm gordas de pedaços de 
você, pedaços de nada, conversinhas nossas, não tem 
importância pro mundo e são ventura nossa. Desta vez 
você errou duma vez. Deu prazer, deu dinheiro inespera-
do, mas a ventura ficou no meio porque você faltou.
Outro dia pensei em você. Fui num chá oferecido 
pela Rádio Educativa Paulista e de repente me obriga-
ram a dizer uns versos diante do microfone. Está claro 
que a coisa assim inesperada foi mais desagradável que 
boa, disse, disse o “Rondó pra você”, nem sei como disse. 
Mas assim que acabei, inda estava agradecendo as pal-
mas dos presentes, pulou você no meio do chá, feito um 
saci. — Sou eu, Mário. Estou aqui no quartel-general re-
volucionário!... — Fale mais alto. — Como vai?... — Não 
entendo! — Se lembra? que alegria, que angústia, querer 
falar e não poder, e a Revolução no que deu, quem sabe 
se você não estava do lado de lá escutando eu sussur-
rar meus versos, que bobagem! Mário, sim, mas quem 
sabe?... pensei em você. Depois inda me obrigaram a di-
zer “Eco e o descorajado”. Disse mais firme e disse tam-
bém mais distraído, porque então uma bruta curiosidade 
amorosa de espiar do outro lado o microfone me afas-
tava todo dos meus versos. Vinha você, vinha o Manuel 
Bandeira, o Augusto Meyer etc. vinham as almas preferi-
das que podiam me escutar, acabei triste.
Agora não sei mais o que escrever. Fui obrigado a 
interromper a carta e este restinho vai na secretária bem 
sentado. Ciao. Um abraço carinhoso do sempre 
Mário
ANDRADE, Mário de. A lição do amigo: cartas de Mário de Andrade a 
Carlos Drummond de Andrade. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1988. Fragmento.
Na carta destinada ao amigo Carlos Drummond de Andrade, 
o principal assunto abordado por Mário de Andrade é
A o chá oferecido pela Rádio Educativa Paulista.
B a garantia do sustento por meio da escrita.
C o dinheiro enviado por Drummond.
D a dificuldade de falar em público.
E a saudade que sentia do amigo.
REDAÇÃO
TEXTO I
A partir de agora o Brasil possui uma política específica para o desenvolvimento da agricultura orgânica. Decre-
to 7.794 que institui a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), publicado nesta terça-feira (21) 
no Diário Oficial da União, aponta para um futuro de valorização da atividade, que vai desenvolver programas e ações 
para o desenvolvimento sustentável. O documento define como diretrizes da política a promoção do uso sustentável dos 
recursos naturais, a valorização da agrobiodiversidade e dos produtos da sociobiodiversidade, o estímulo às experiências 
locais de uso e conservação dos recursos genéticos vegetais e animais, e a ampliação da participação da juventude rural 
na produção orgânica e de base agroecológica.
Disponível em: < http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2012/08/brasil-estabelece-lei-de-politica-para-o-desenvolvimento-da-agricultura-sustentavel> 
Acesso em 20 ago. 2018
TEXTO II
O conceito de agroecologia consolidou-se na ECO 92, quando diversas ações para implantar o Desenvolvimento 
Sustentável no planeta foram lançadas. Há muitas explicações sobre o termo, mas podemos defini-lo como um conjunto 
de ações que visam sistematizar a abordagem da agricultura em diversos aspectos, criando modelos justos, economica-
mente viáveis e sustentáveis ecologicamente.
Simplificando todos os significados e conceitos, a agroecologia tem como principal objetivo a produção limpa de ali-
mentos mais saudáveis e naturais. Para isso, sua filosofia é composta de princípios, entre eles destacam-se: uso racional 
dos recursos naturais e a utilização de produtos orgânicos na manutenção de plantações.
Disponível em: < https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/conceito-e-definicao-de-agroecologia/> Acesso em 20 ago. 2018
TEXTO III
Disponível em: < http://aspta.org.br/2014/03/conheca-os-produtos-da-gente/> Acesso em 20 ago. 2018
TEXTO IV
Um dos constituintes importantes do sistema agroalimentar é a agricultura, a qual passou por processo de “moder-
nização” e industrialização, principalmente a partir de meados de 1960. Essa transformação na agricultura, denominada 
“Revolução Verde”, intensificou o uso dos recursos naturais na produção agrícola, elevando-o a um patamar industrial de 
exploração, com consequente acentuação do processo de degradação ecológica, cultural e de exploração social. Dado 
o caráter intensivo em capital de tal modelo de agricultura, muitas regiões e grande parte dos agricultores – sobretudo 
os camponeses e agricultores familiares – foram alijados do processo de modernização tecnológica. Apesar do relativo 
sucesso nos quesitos produção e produtividade, esse modelo reproduziuas desigualdades distributivas na propriedade e 
na renda, bem como gerou êxodo rural, desemprego nos campos e nas cidades, marginalização urbana, exclusão social e 
econômica e desarticulação regional dos processos de desenvolvimento econômico. Há tendência para o esvaziamento 
do campo e a expansão da monocultura concentrada em poucas espécies, como a soja, o milho e a cana-de-açúcar.
Disponível em: < http://www.agroecologia.org.br/files/2017/09/144174_politica-nacional_WEB.pdf/> Acesso em 20 ago. 2018
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
QUESTÃO 46 ================================
O salário médio dos trabalhadores do setor indus-
trial na China já ultrapassou o de países como Brasil e 
México e está se aproximando da renda média da força 
de trabalho na Grécia e em Portugal, segundo levanta-
mento da consultoria Euromonitor, publicado na edição 
de sábado (25/02/2017) do jornal britânico “Financial Ti-
mes”. Considerando os trabalhadores chineses como um 
todo, a renda por hora é superior a de todos os grandes 
países da América Latina, com exceção do Chile. Em rela-
ção aos países menos desenvolvidos da zona do euro, o 
chinês recebe 70% do salário médio.
O salário médio por hora na indústria chinesa tripli-
cou entre 2005 e 2016, para US$ 3,60, segundo o Euro-
monitor. No mesmo período, o salário no setor industrial 
no Brasil caiu de US$ 2,90 para US$ 2,70. No México, a 
queda foi de US$ 2,20 para US$ 2,10. Os dados foram 
compilados junto à Organização Internacional do Traba-
lho, à Eurostat (o órgão de estatísticas da União Europeia) 
e a agências de estatísticas nacionais. Em seguida, foram 
convertidos para o dólar e ajustados pela inflação. O cus-
to de vida em cada país não foi levado em consideração.
[...]
Disponível em: <http://epocanegocios.globo.com/Economia/noticia/ 
2017/02/salario-medio-de-setor-industrial-na-china-ja-supera-o- do-brasil.
html>. Acesso em: nov. 2017. Fragmento adaptado.
O trecho de texto reproduzido aqui trata do salário médio do 
setor industrial em alguns países ou regiões do mundo. De 
acordo com o texto, o salário médio pago aos trabalhadores 
industriais chineses é
A mais convidativo para empresas transnacionais do que o 
salário médio pago aos brasileiros.
B o mesmo desde a abertura econômica iniciada na década 
de 1970.
C menor do que o salário médio dos trabalhadores latino-ame-
ricanos.
D equivalente a 70% do salário médio dos industriários da 
União Europeia.
E ascendente há uns doze anos, enquanto o de outros paí-
ses ficou estável.
QUESTÃO 47 ================================
Bela Gil adere de vez às fraldas de pano para o filho 
e lança linha “fofa”
“É a máquina de lavar que trabalha, não você”. 
Quem garante é Bela Gil, que assina uma nova coleção 
de fraldas e absorventes de pano. A linha resulta de uma 
parceria dela com uma empresa de produtos ecológicos 
e está à venda pelo site sob encomenda. O próximo lote 
tem entrega prevista para 25 de novembro de 2017.
“Mesmo com o dia corrido, se você se organiza, não 
dá trabalho. Você economiza dinheiro e não prejudica o 
ambiente”, diz Bela, respondendo sobre a preocupação 
mais comum dos pais de bebês pequenos: perder um 
tempo precioso e o pouco de energia que resta por causa 
de um punhado de panos sujos.
Proposta I – Dissertação - Argumentativa (MODELO ENEM)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base 
nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, 
redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade 
escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A relevân-
cia do incentivo para a agroecologia no Brasil, apresentando 
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, 
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
INSTRUÇÕES:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 
linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou 
do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconside-
rado para efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a reda-
ção que:
• se a redação tiver menos de 8 linhas, sendo considerada insuficiente.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• Apresentar partes do texto deliberadamente desconectadas com o tema 
proposto.
RASCUNHO
[...] Em 2007, o frevo foi reconhecido como Patrimô-
nio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Históri-
co e Artístico Nacional (IPHAN). No ano de 2012, o frevo 
foi inscrito na Lista Representativa do Patrimônio Cultural 
Imaterial da Humanidade da UNESCO.
[...]
Disponível em: <portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo. do?i-
d=17232&sigla=Institucional&retorno=detalheInstitucional>. Acesso em: nov. 
2017. Fragmento adaptado.
Sobre a linguagem corporal do frevo, pode-se afirmar que 
A é fruto da interação de atores sociais distintos em um pe-
ríodo de notórias mudanças.
B apesar de sua popularidade, não é valorizado pelos ór-
gãos patrimoniais nacionais.
C apresenta as mesmas origens e sentidos atribuídos aos 
antigos sambas de roda.
D é considerado um símbolo do carnaval brasileiro, não 
obstante suas raízes atuais.
E destaca-se por sua inventividade e pela parca influência 
africana em suas origens.
QUESTÃO 49 ================================
A década de 1930 foi a década do rádio […]. Possuir 
um rádio era estar em contato com o mundo. Ciente de 
tal situação, o próprio governo de Getúlio Vargas criou, 
em 1934, […] o programa Hora do Brasil.
SIEBERT, C. História do estado do Rio de Janeiro. São Paulo: FTD, 2005. 
p. 66. Fragmento adaptado.
A criação do programa Hora do Brasil contempla 
A uma tendência em declínio na América do Sul. 
B um desejo de entreter os estratos campesinos. 
C uma estratégia sem paralelo em outros países. 
D um anseio propagandístico do governo vigente. 
E uma artimanha sem grande repercussão social.
QUESTÃO 50 ================================
É possível falar em comportamento moral somente 
quando o sujeito que assim se comporta é responsável 
pelos seus atos, mas isto, por sua vez, envolve o pres-
suposto de que [este indivíduo] pôde fazer o que queria 
fazer, ou seja, de que pôde escolher entre duas ou mais 
alternativas, e agir de acordo com a decisão tomada.
[...]
VÁZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. 3.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
1978. p. 8. Fragmento.
Considerando a perspectiva do texto, o comportamento mo-
ral pressupõe
A as noções de liberdade e responsabilidade do indivíduo. 
B uma determinação exterior que impede a autonomia dos 
indivíduos.
C a impossibilidade de responsabilização dos indivíduos 
pelos seus atos.
D a dificuldade da tomada de decisão em função do grande 
número de alternativas.
E que as decisões tomadas pelos indivíduos não podem ser 
revistas ou modificadas.
Vale esclarecer que entre as tradicionais e as novas 
fraldas de pano, chamadas de “modernas”, vai uma boa 
distância.
As tradicionais são pedaços de tecido quadrados 
que, dobrados ao meio, envolvem o bebê. Para atá-las 
ao corpo, são usados alfinetes de gancho ou fitas ade-
sivas. Sobre esses panos, é colocada uma calça plástica. 
Depois de usadas, se desmonta todo o pacote e os itens 
são lavados separadamente. Essas fraldas são vendidas 
em pacotes de 5 ao custo de R$ 30.
As modernas são já recortadas do formato de uma 
calcinha, com elásticos costurados nas bordas e botões 
para fechar. Há diversos tamanhos e os modelos mais co-
muns têm duas partes: um revestimento e um miolo com 
tecido mais absorvente. Um modelo importado da China 
custa cerca de R$ 30.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/11/
1935190-bela-gil-adere-de-vez-as-fraldas-de-pano-para-o-filho-e-lanca-linha-
-fofa. shtml>. Acesso em: dez. 2017. Fragmento adaptado.
No texto, há a seguinte afirmação: “Vale esclarecer que en-
tre as tradicionais e as

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