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Atuação Multiprofissional em Saúde W B A 0 12 8 _v 1_ 3 2/197 Atuação Multiprofissional em Saúde Autor: Roberto de Barros Silva Como citar este documento: BARROS, Roberto. Atuação Multiprofissional no Serviço único de Saúde. Valinhos: 2015. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Princípios e Diretrizes do SUS 04 Unidade 2: Normas Regulamentadoras do SUS 27 Unidade 3: A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde 63 Unidade 4: Composição e Atuação da equipe de Saúde da Família 86 Unidade 5: Equipe de Saúde Bucal 108 Unidade 6: Centro de atenção Psicossocial, Equipe dos centros de Especialidades e Farmácia Popular 127 Unidade 7: Equipes dos Serviços de Internação Domiciliar 153 Unidade 8: Leis do exercício profissional e Código de Ética 173 2/197 3/197 Apresentação da Disciplina Esta disciplina visa apresentar aos alunos aspectos cruciais para o entendimento do Serviço Único de Saúde, além de promover uma melhor compreensão da atuação dos inúmeros profissionais da saúde que exercem suas funções nesse tipo de serviço. A disciplina procura, também, apresentar ao estudante quem são esses profissionais e as condutas éticas deles com o objetivo de criar uma relação de reflexão com as funções dos mesmos e, com isso, levar o estudante a entender e exercer de forma mais ampla, ética e consciente essas funções. Além desse aspecto, a importância dessa disciplina reside no fato de que esta irá servir como base para apresentar os respectivos códigos legislativos da atuação de cada profissional, além de estabelecer um panorama histórico-político dessas legislações e do pensamento ideológico que constituem estas. Através dessa apresentação histórica-política, por trás dessa lógica em se entender saúde pública e da necessidade de desenvolver esta, o aluno passa a desenvolver uma reflexão crítica acerca dos principais dispositivos que constitui a saúde pública e acerca das principais soluções para superar aspectos difíceis e problemáticos que existem na realidade desse serviço. Por fim, essa disciplina faz entender aspectos que vão além da saúde pública, mas que se adentra nos aspectos éticos, humanos e sociais de cada profissional, mostrando que fazer e participar da saúde pública é trabalhar ativamente para transformar uma sociedade tão discrepante em direitos e tão desigual em termos sociais para uma sociedade mais justa e igualitária. 4/197 Unidade 1 Princípios e Diretrizes do SUS Objetivos » Apresentar o processo de formação do Sistema Único de Saúde; » Estabelecer os respectivos Princípios e Diretrizes do SUS; » Apresentar a dificuldade de se consolidar os respectivos princípios e diretrizes do SUS, através de uma análise crítica e de ajudar na reflexão para a solução desses obstáculos. Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS5/197 Introdução Cipriano Vasconcelos e Dario Pasche em 2006 apontavam que o Sistema único de Saúde (SUS) pode ser definido como um arranjo organizacional do estado brasileiro que dá a efetivação da política de saúde no Brasil, e traduz em ação os princípios e diretrizes dessa política. Nesse sentido, pode-se adotar uma perspectiva histórica e política para se compreender os princípios e diretrizes do SUS. Histórica, pois envolve a compreensão do processo de formulação e implementação do SUS e política, pois envolve a militância no Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira (RSB). Nesse sentido, o SUS pode ser entendido de uma forma mais geral como uma política de estado, a materialização adotada pelo Congresso Nacional, em 1988, na chamada Constituição Cidadã, de considerar a saúde como um “Direito de Cidadania e um Dever do Estado”. Esse processo desencadeou dois fenômenos adicionais e revelou uma outra lógica de se entender a questão da saúde. Em primeiro lugar, esse processo resultou da ampla mobilização de um conjunto de forças sociais em torno do movimento RSB e revelou a aproximação de nosso marco jurídico ao chamado “Estado de Bem Estar Social” (Welfare state) e, em segundo lugar, essa aproximação ao Estado de Bem-Estar Social contrapôs a lógica liberal ou neoliberal de expansão dos setores privados e contração do domínio público, ou seja, se contrapôs a lógica de redução do papel do estado na garantia das condições de vida (saúde) da população brasileira. Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS6/197 Posto isso, tal movimento RSB formula os princípios que deveriam nortear a construção de um sistema de saúde, sendo estes os elementos centrais que comumente chamamos de princípios e diretrizes do SUS. No entanto, embora a constituição tenha incorporado os anseios e aspirações do movimento, não reconhece todas elas. Ocorre, como o produto de um processo de negociação travado na arena da Assembleia Constituinte, um contexto para o SUS que não era, necessariamente, o imaginado pelo movimento sanitário, pelo menos não consensual em seu bojo (como a ampla liberdade para a iniciativa privada na saúde e o caráter fortemente municipalista do pacto federativo). Portanto, é necessário compreender o impacto disso em uma sociedade capitalista e periférica, como a brasileira, na qual vicejam distintas concepções a cerca do estado, da política, em suma, da natureza das relações estatal-público- privado. Para saber mais Saiba mais em: <http://sistemaunicodesaude.weebly.com/histoacuteria.html>. Acesso em maio de 2015. http://sistemaunicodesaude.weebly.com/histoacuteria.html Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS7/197 O Conceito De Sus O SUS é, portanto, um projeto que consagra os princípios da Universalidade, Equidade e Integralidade da Atenção à Saúde, também conhecidos como “princípios finalísticos” e, além disso, os “princípios estratégicos” como a Descentralização, a Regionalização, a Hierarquização e a Participação Social. Os princípios finalísticos implicam em conceber como “imagem-objetivo” um processo de reforma de um sistema de saúde que foi “herdado” do período anterior para uma nova forma de sistema, capaz de garantir o acesso universal da população de forma equitativa e integral aos bens e serviço que garantam a saúde e o bem estar da população. No que tange os princípios estratégicos, pode-se entender como sendo as diretrizes políticas, organizativas e operacionais que apontam como se deve construir o sistema o qual se quer conformar. No entanto, deve- se levar em consideração que durante esse processo de luta para formação do SUS, nem todos os princípios e diretrizes foram tratados com igual importância. Ao contrário, em cada etapa de conjuntural certa hierarquia de importância constituía- se entre eles, quer como reflexo da heterogeneidade dentro do movimento sanitário que davam certa importância a um ou outro princípio ou, quer em decorrência das opções estratégicas diante de determinados obstáculos políticos. Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS8/197 Isso deixa evidente como o conceito de cada princípio sofreu ao longo de 20 anos por conta de uma política e lógica neoliberal que interferiu negativamente no caráter público de saúde, ou seja, interferiu negativamente na visão de saúde como um direito da população e um dever do estado. No entanto, para entendermos as relações dos princípios e as transformações das práticas de saúde cabem conceituarmos cada um desses princípios e o que se entende por Universalidade, Equidade, Integralidade, bem como, Descentralização, Regionalização, a Hierarquização e a Participação Social. O artigo 196 da Constituição Federal afirma que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. A ideia proposta por esse artigo é o entendimento do direito a saúde como direito à cidadania, além de focar a noção no estado à responsabilidade por promover a saúde, proteger o cidadãofrente aos riscos que ele se expõe e, por fim, assegurar a assistência em caso de doença ou agravo da saúde. Nesse sentido, para o Para saber mais Saiba mais em: <http://www.webartigos.com/ artigos/o-movimento-sanitario-brasileiro/7591/>. Acesso em maio de 2015. http://www.webartigos.com/artigos/o-movimento-sanitario-brasileiro/7591/ http://www.webartigos.com/artigos/o-movimento-sanitario-brasileiro/7591/ Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS9/197 cumprimento dessa responsabilidade político-social assumida pelo Estado leva o mesmo a formular e implementar políticas voltadas, especificadamente, para garantir o acesso dos indivíduos e grupos às ações e serviços de saúde. Em suma: o eixo da política de saúde propõe programas que visam assegurar a universalização do acesso e a integralidade das ações. Posto isso, fica fácil perceber a definição de Universalidade, como sendo um princípio finalístico, um ideal a ser alcançado e indica uma das características do sistema em construção. Para que o SUS seja universal, necessita-se de um processo de universalização que torna os serviços acessíveis à toda população. Nesse sentido, é preciso eliminar algumas barreiras jurídicas, econômicas, culturais e sociais entre a população e os serviços. Essa barreira jurídica, portanto, foi eliminada com a constituição federal, pois a mesma universalizou os serviços e removeu a necessidade do usuário do sistema público identificar-se como trabalhador ou “indigente”. Cabe fazer a ressalva de que essas identificações limitava o indivíduo a usufruir do sistema público de saúde antes do SUS. Logo, os trabalhadores eram aqueles “de carteira assinada”, pois contribuíam (e contribuem, ainda hoje) para a Previdência Social. Aos que eram excluídos do mercado formal de trabalho, eram identificados como “indigentes” e cabiam a estes os serviços mantidos pelo ministério da saúde e educação. Logo, Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS10/197 para ter o exercício desse direito, o SUS necessitou romper as chamadas barreiras econômicas, sociais e culturais que se interpõem entre os usuários e serviços de saúde. Em suma: para garantir o acesso universal, ou melhor, a universalização do acesso, a construção do SUS tem demandado um esforço enorme para a garantia do financiamento do sistema e para gerenciamento destes recursos com o objetivo de se ampliar e qualificar esses serviços em todo país. Além dessa medida para se romper as barreiras econômicas, outras medidas devem ser tomadas como a ruptura das barreiras culturais para que a universalização dos serviços possa ocorrer. Uma dessas medidas encontra- se na esfera comunicativa, ou seja, é necessário romper a barreira da linguagem e a comunicação entre os prestadores de serviços e os usuários destes. Essa barreira ocorre devido as distinções educacionais e culturais existentes entre os prestadores de serviço e seus usuários. É, justamente, a transposição dessa barreira cultural entre usuários e sistema de saúde um dos maiores desafios para universalização do acesso não só aos serviços, mas para inclusão de diversos grupos populacionais no processo de recuperação e promoção de saúde individual e coletiva. Posto isso, surge em cena o conceito de equidade que é um dos princípios finalísticos que visa “tratar desigualmente os desiguais” com o objetivo de alcançar a igualdade. O que norteia o princípio Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS11/197 da equidade é o reconhecimento das desigualdades existentes entre indivíduos e grupos sociais e, também, o reconhecimento de que essas desigualdades são injustas. Nesse sentido, tem-se realizado um amplo esforço na realização de políticas específicas voltadas ao atendimento das necessidades de grupos expostos aos riscos diferenciados de adoecer e morrer, devido as suas especificidades biológicas, sociais, políticas, históricas e culturais, como é o caso da população indígena, população negra, população LGBTT* e outras. Essa política da equidade ilustra de forma clara duas dimensões na reforma de saúde. A primeira dimensão diz respeito a uma reorientação dos investimentos sob uma lógica geográfica territorial, ou seja, reorienta o fluxo de investimentos para o desenvolvimento desses serviços em várias regiões, estados e municípios. A segunda dimensão diz respeito à reorientação dessas ações para a população usuária específica. Essas duas dimensões da equidade fazem está se articular em conjunto com o outro princípio finalístico do SUS, a integralidade do cuidado à saúde. A integralidade são as ações possíveis para promoção da saúde, prevenção de riscos e assistências aos doentes. Essas ações são decorrentes de uma sistematização de um conjunto de práticas que vem sendo desenvolvidas para o enfrentamento dos problemas e para o atendimento das Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS12/197 necessidades da saúde. A integralidade pode ser um atributo do modelo de atenção. Entende-se por “modelo de atenção integral a saúde”, um modelo que abarca todos os aspectos que vão desde os estabelecimentos, unidades de prestação de serviços, pessoal capacitado e serviços necessários, à produção de ações da saúde. O debate dessas estratégias que objetivam essa integralidade não é novo. De certa forma, esse debate tem ocorrido em várias partes do mundo como: Inglaterra, Suécia, Dinamarca, Itália, Canadá e foram fundamentais para sistematizar os vários “princípios organizativos”, que foram assumidos, em nossa legislação. Esses princípios são conhecidos como “diretrizes estratégicas” para a formação do SUS. Essas diretrizes estratégicas são um conjunto, portanto, de princípios que incluem: descentralização da gestão dos recursos, a regionalização e hierarquização das unidades de produção de serviço e, por fim, a integração das ações promocionais. A descentralização da gestão significa a transferência de poder de decisão sobre a política de saúde, ou seja, transferem-se as decisões em diferentes instâncias de estado, seja na política de saúde federal, estadual e municipal, a saber: MS, SES e SMS, respectivamente. A regionalização e a hierarquização é a forma de organização dos estabelecimentos (unidades de unidades) entre si e com os usuários. Nesse sentido, a regionalização é uma demarcação Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS13/197 geográfica para o sistema de saúde e, no entanto, para esta demarcação deve-se levar em consideração a divisão político administrativa do país e as peculiaridades geográficas específicas para organizar as ações de saúde, subdivisões ou agregações do espaço político-administrativo. A hierarquização dos serviços é a organização das unidades referente ao grau de complexidade tecnológica de serviços. Essa hierarquização pode ser entendida, portanto, como uma rede que articula as unidades mais simples às mais complexas e essa articulação ocorre, em última instância, através de um sistema de referência e contrarreferência de usuários e de informações. Essa rede hierarquizada pode estabelecer vínculos específicos entre as unidades que prestam serviços de determinada natureza, por exemplo: unidades de urgências/emergências, ou rede de atenção à saúde mental. A integração são ações que promovem prevenção/cura e que estabelecem um perfil de ações e serviços do sistema que promova intervenções sobre problemas da saúde em vários graus da “história social”, abarcando intervenções sobre condições de vida, riscos e danos à saúde. A diferença entre a integralidade e a integração é que, enquanto a integralidade é um modelo de atenção à saúde, um modelo de como a saúde “deve ser”, a integração é um processo, ou seja, é “algo a fazer”. Posto isso, percebe-se que a integração envolve duas dimensões: 1ª) Dimensão “vertical” Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS14/197 – permite a produção de ações de distinta complexidadeem função da natureza do problema e 2ª) Dimensão “horizontal” – Permite a articulação, no enfretamento do problema, de ações de distinta natureza. Como foi comentado, desde a formação e implementação do SUS, ocorreu por duas décadas a influência de um pensamento neoliberal, ou seja, uma concepção mais privativa da saúde em contraposição a uma postura mais social que visa a saúde enquanto direito. Essa lógica neoliberal que permeou o Brasil, pós ditadura, promoveu obstáculos em muitos dos princípios defendido para o SUS, pelo movimento sanitarista. Esses obstáculos são colocados abaixo, a título de ciência. Problemática na universalidade - Devido à perspectiva neoliberal, as garantias dos serviços deixam de ser universais, ou seja, o acesso aos serviços deixa de ser universal, pois criou-se uma diferença de informação e consciência do direito assegurado entre os vários segmentos da população e, adicionalmente a isso, criou- se a necessidade de se estabelecer certa “priorização” gerenciais e operacionais do sistema, devido as dificuldades financeiras. Nesse sentido, o “nó crítico” tem sido, portanto, o financiamento. Problemática da equidade - Essa problemática é oriunda da indagação sobre a “pertinência” de políticas específicas para determinados grupos, vista como um “neocorporativismo” ou de “clientelismo”, na medida em que atendem pressões de Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS15/197 movimentos sociais melhores organizados, ou que conseguem estabelecer lobbies, ou anéis tecno-burocráticos. Problemática da integralidade – Existem diferentes concepções sobre o que determina a relação saúde-doença e como se deve atuar em diferentes momentos desse processo, em torno do qual se vem construindo um amplo debate. As múltiplas perspectivas que tratam a problemática do cuidado à saúde, em momentos, privilegiam a dimensão micropolítica quer nas relações dos profissionais da saúde, trabalhadores e usuários; quer das equipes. Logo, o que se pode concluir é que a concepção de um sistema único de saúde e sua institucionalização por meio da Constituição foram um dos maiores avanços na luta pela construção de um país mais justo e menos desigual. Se ainda existem problemas no atendimento público da saúde – e não são poucos, é inegável o fato de que, a despeito disso, o SUS contribuiu para o fortalecimento da cidadania nacional, uma vez que o direito ao atendimento à saúde é um importantíssimo direito social. Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS16/197 Glossário SUS: Sistema Único de Saúde. Bojo: centro de algo, de alguma ideia. Neoliberalismo: é o ressurgimento de ideias associadas ao liberalismo económico laissez-faire que teve início nas décadas de 1970 e 1980. Para saber mais Saiba mais em: <http://www.brasilescola.com/sociologia/mas-que-seria-sus-quais-suas- diretrizes-principios-gerais.htm> http://www.brasilescola.com/sociologia/mas-que-seria-sus-quais-suas-diretrizes-principios-gerais.htm http://www.brasilescola.com/sociologia/mas-que-seria-sus-quais-suas-diretrizes-principios-gerais.htm Questão reflexão ? para 17/197 Posto as bases principais para o entendimento dos princípios e diretrizes do SUS, como o estudante entende a contradição criada pela relação público- privada e como esse problema poderia ser superado? 18/197 Considerações Finais » Saúde não deve ser vista como mercadoria, mas como direito. » O estabelecimento dos princípios e diretrizes do SUS ocorreu por conta de uma luta intensa dos movimentos sociais, conhecido como Movimento Sanitarista. » A lógica privada, dos setores privados iniciou uma contradição ao SUS, pois esse setor levou a um oneramento da gestão pública ao observar a saúde enquanto mercadoria (visando lucro), ao invés de tomá-la enquanto direito (saúde enquanto cidadania). » A financeirização da saúde estabelecida pelas fundações privadas dentro do SUS distorceu e levou as principais diretrizes e princípios do SUS a terem inúmeros problemas na efetividade. Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS19/197 Referências Souza Araújo, MB; Rocha, P. M. Trabalho em equipe: um desafio para a consolidação da estratégia de saúde da família.Ciência e Saúde Coletiva., v. 12, n. 2, p.455-464, 2007. Teixeira,C. OS PRINCÍPIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Relatório de pesquisa, 2009. Peduzzi, M. Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Rev Saúde Pública. v. 35, n.2, p.103-9, 2001 20/197 1.Quais opções abaixo se relacionam aos princípios finalísticos do SUS? a) Universalidade, Equidade, Integralidade b) Descentralização, Regionalização, Hierarquização Participação social c) Universalidade, Equidade, Regionalização e Participação Social d) Universalidade, Integridade, Hierarquização e Equidade e) Equidade, Universalidade, Integridade, Hierarquização e participação social Questão 1 21/197 2. Qual a melhor definição para o SUS? a) Um arranjo organizacional do estado brasileiro que dá a efetivação da política de saúde no Brasil. b) É uma política de saúde pública c) É um sistema de acesso aos serviços de saúde d) É um sistema privado de acesso a saúde e) É uma forma de mercantilizar o direito da saúde Questão 2 22/197 3. Como podemos compreender a formação dos princípios e diretrizes do SUS? a) De forma apenas política; b) De forma apenas histórica; c) De forma política ou histórica; d) De forma política e histórica; e) Usando, apenas dos critérios de saúde. Questão 3 23/197 4. O artigo 196 da constituição federal diz: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. O que isso significa? a) O tratamento a saúde deve ser encarado como mercado? b) Apenas as pessoas que podem pagar pelo serviço de saúde têm direito a esta? c) Que a saúde, por ser um direito de todos, seria função do estado oferecer o melhor serviço e de forma igual a todos os cidadãos independentemente da classe social, cor, orientação sexual, gênero d) Que o acesso aos serviços de saúde devem ser função dos interesses privados, das fundações privadas e) Que o estado deve se ausentar no sentido de promoção, proteção e manutenção da saúde. Questão 4 24/197 5. Qual o maior problema na eficiência da universalidade do SUS? a) O serviço público é ineficaz. b) Devido à perspectiva neoliberal, as garantias dos serviços deixam de ser universais, ou seja, o acesso aos serviços deixa de ser universal, pois criou-se uma diferença de informação e consciência do direito assegurado entre os vários segmentos da população e, adicionalmente a isso, criou-se a necessidade de se estabelecer certa “priorização” gerenciais e operacionais do sistema, devido as dificuldades financeiras. c) Pelo fato de que é impossível igualar todas as diferenças e, por isso a promoção e o acesso a saúde deve ser diferenciado. d) Por que o Estado é ausente em termos de saúde pública e) Por que os profissionais da saúde são ineficientes. Questão 5 25/197 Gabarito 1. Resposta: A. Os princípios finalísticos seriam aqueles que visam à finalidade, objetivo deste. São as políticas que norteiam os objetivos do SUS. Daí, a Universalidade, Equidade e Integralidade, princípios que norteiam o objetivo e a política do SUS. 2. Resposta: A. Nessa questão, a resposta encontra-se em Vasconcelos e Dario Pashe que define o SUS como um conjunto, um arranjo organizacional do estado brasileiro que dá a efetivação da política de saúde no Brasil. Em suma: um arranjo do estado que leva a consolidação política de entender a saúde como direito. 3. Resposta: D. Deve-se compreender a formação dos princípios do SUS de forma histórica e política, pois como o SUS é uma política pública para saúde, está dentro de seu cerne tomadas de decisão política e, ao mesmo tempo, marcaum período importante da história do país, período esse marcado pelas lutas sociais, pelo movimento sanitarista brasileiro. 4. Resposta: C. O fato da Constituição Federal tratar a saúde enquanto direito, é o estado 26/197 Gabarito tomando a responsabilidade para manter, prevenir e tratar os cidadãos que por algum motivo foi acometido por questões de doenças. 5. Resposta: B. O fato da ideologia neoliberal está dentro de um espaço público e, indo além, está gerindo a saúde que deve ser vista enquanto direito, não enquanto mercadoria torna a acessibilidade do SUS menos igualitária. A lógica de mercado passa a observar o tratamento, a manutenção e o acesso ao serviço como um dispositivo para garantir um lucro e, por conseguinte, não entende a saúde enquanto direito. Essa lógica completamente antagônica dentro de um espaço público deixa o SUS com problemas de contradição ideológica por conflitos de interesse. Logo, a alternativa correta é a B. 27/197 Unidade 2 Normas Regulamentadoras do SUS Objetivos » Este tópico visa apresentar ao aluno as principais Normas Regulamentadoras dos profissionais da saúde que exercem suas funções no SUS; » Apresentar ao aluno os aspectos históricos dessas normas para ajudar na reflexão histórica-política das leis que regem as funções desses profissionais; » Apresentar alguns conceitos e os artigos da CLT, que rege as funções trabalhistas. Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS28/197 Introdução As normas regulamentadoras – NR - são os conjuntos de requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo que possuam empregados regidos pela consolidação das leis do trabalho CLT. do trabalho. É importante ressaltar que o art 200 da CLT confere ao Ministério do Trabalho estabelecer as disposições complementares às normas relativas à segurança e medicina do trabalho. Para saber mais Saiba mais em: <http://segurancadotrabalhonwn.com/o-que-e-nr/> Para saber mais Saiba mais em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/progestores/leg_sus.pdf> Essas normas surgiram, primeiramente, com a lei nº 6.514 de 22 de dezembro de 1977 e estabeleceu a redação dos art. 154 a 201 da Consolidação das Leis de Trabalho – CLT, relativas à segurança e medicina O Conceito Historicamente, antes de 1977, a higiene era a segurança do trabalho, após essa lei, a denominação muda e passa a ser segurança e medicina do trabalho. Essas conquistas http://segurancadotrabalhonwn.com/o-que-e-nr/ http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/progestores/leg_sus.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/progestores/leg_sus.pdf Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS29/197 surgiram das lutas sindicais e representa uma das reivindicações mais antigas que remonta as lutas sindicais do século XVIII e, ainda, não perde sua força. Para saber mais Saiba mais em: <http://segurancadotrabalhonwn.com/historia-da-seguranca-do-trabalho/> Segurança do trabalho pode ser entendida como ausência de risco da incolumidade psicossomática do trabalhador. Essas variáveis são inversamente proporcionais, ou seja, a segurança tende a aumentar quando o risco reduz. Nesse sentido, o objetivo é reduzir completamente o risco à integridade física e psicológica do empregado. Nesse sentido, a medicina do trabalho compreende o estudo de todas as formas de proteção da saúde do trabalhador, no exercício do trabalho, para a prevenção de doenças, melhoria das condições físicas e mentais do trabalhador no exercício de suas funções laborais. Pegando-se a CLT e analisando os seus respectivos artigos (154 à 201), poderemos entender as normas regulamentadoras do SUS, tendo em vista que esta encontra-se englobada nesses artigos, respectivos. Logo, segue-se: http://segurancadotrabalhonwn.com/historia-da-seguranca-do-trabalho/ Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS30/197 Seção I – Disposições Gerais Art. 154 – “A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de contratos coletivos de trabalho.” Art 155 – “Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho”: I. Estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200; II. Coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; III. Conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho. Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS31/197 Art. 156. “Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição:” I. Promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho; II. Adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; III. Impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do art. 201. Art. 157. Cabe às empresas: I. cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II. instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III. adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV. facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS32/197 Art. 158. Cabe aos empregados: I. Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; II. Colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único. Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a. à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. Art. 159. Mediante convênio autorizado pelo Ministério do Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais ou municipais atribuições de fiscalização ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo. Seção II - da inspeção prévia e do embargo ou interdição Art.160. “Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.” Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS33/197 1º Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho. 2º É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações. Art.161. “O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra; indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho”. 1º As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado Regionaldo Trabalho. 2º A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical. Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS34/197 3º Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso. 4º Responderão por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros. 5º O Delegado Regional do Trabalho, independente de recursos, e após laudo técnico do serviço competente, poderá levantar a interdição. 6º Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício. Seção III - dos órgãos de segurança e de medicina do trabalho nas empresas. Art.162. “As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.” Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS35/197 Parágrafo único: As normas a que se refere este artigo estabelecerão: a. Classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades; b. O número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se classifique, na forma da alínea anterior; c. A qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho; d. d. As demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho, nas empresas. Art.163. “Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do TrabaIho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas”. Parágrafo Único. O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPAs. Art.164. “Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS36/197 artigo anterior.” 1o Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados. 2o Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. 3o O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1(um) ano, permitida uma reeleição. 4o O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, durante o seu mandato, tenha participado de menos da metade do número de reuniões da CIPA. 5o O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente. Art.165. “Os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro”. Parágrafo único. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS37/197 Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. Seção IV - do equipamento de proteção individual Art.166. “A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados”. Art.167. “O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.” Seção V - das medidas preventivas de medicina do trabalho. Art.168. “Será obrigatório o exame médico do empregado, por conta do empregador”. Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS38/197 1o Por ocasião da admissão, o exame médico obrigatório compreenderá investigação clínica e, nas localidades em que houver, abreugrafia. 2o Em decorrência da investigação clínica ou da abreugrafia, outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva exercer. 3o O exame médico será renovado, de seis em seis meses, nas atividades e operações insalubres, e, anualmente, nos demais casos. A abreugrafia será repetida a cada dois anos. 4o O mesmo exame médico de que trata que o 1o será obrigatório por ocasião da cessação do contrato de trabalho, nas atividades, a serem discriminadas pelo Ministério do Trabalho, desde que o último exame tenha sido realizado há mais de 90 (noventa) dias. 5o Todo estabelecimento deve estar equipado com material necessário à prestação de primeiros socorros médicos. Art. 169. “Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.” Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS39/197 Seção VI - das edificações Art.170. As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita segurança aos que nelas trabalhem. Art.171. “Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé direito, assim considerada a altura livre do piso ao teto”. Parágrafo único. Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as condições de iluminação e conforto térmico compatíveis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução ao controle do órgão competente em matéria de segurança e medicina do trabalho. Art.172. “Os pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais”. Art.173. “As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas ou de objetos”. Art.174. “As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, coberturas e passagens dos locais de trabalho deverão obedecer às condições de segurança e de higiene Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS40/197 do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em perfeito estado de conservação e limpeza”. Seção VII - da iluminação Art.175. “Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza da atividade”. 1o A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. 2o O Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos de iluminamento a serem observados. Seção VIII - do conforto térmico Art.176. “Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço realizado”. Parágrafo único. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não preencha as Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS41/197 condições de conforto térmico. Art.177. “Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as radiações térmicas”. Art.178. “As condições de conforto térmicodos locais de trabalho devem ser mantidas dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho”. Seção IX - das instalações elétricas Art.179. “O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia”. Art.180. “Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas”. Art.181. “Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem estar Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS42/197 familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico”. Seção X - da movimentação, armazenagem e manuseio de materiais Art.182. “O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre”: I. as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de trabalho, os equipamentos a serem obrigatoriamente utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas a operação e a manutenção desses equipamentos, inclusive exigências de pessoal habilitado; II. as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem de materiais, inclusive quanto às condições de segurança e higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem e os equipamentos de proteção individual; III. a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de transporte, dos avisos de proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à saúde das substâncias em movimentação ou em depósito, bem como das recomendações de primeiros socorros e de atendimento médico e símbolo de perigo, segundo padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados: Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS43/197 IV. Parágrafo Único. As disposições relativas ao transporte de materiais aplicam-se, também, no que couber, ao transporte de pessoas nos locais de trabalho. Art.183. “As pessoas que trabalharem na movimentação de materiais deverão estar familiarizados com os métodos racionais de levantamento de cargas”. Seção XI - das máquinas e equipamentos Art.184. “As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental”. Parágrafo único. É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de máquinas e equipamentos que não atendam ao disposto neste artigo. Art.185. “Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados com as máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à realização do ajuste”. Art.186. “O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e medidas de segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS44/197 partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas e equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidas de proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas”. Seção XII - das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão Art.187. “As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão deverão dispor de válvulas e outros dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência. Parágrafo único. O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipamentos necessários à execução segura das tarefas de cada empregado”. Art.188. “As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por engenheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade com as instruções que, para esse fim, forem expedidas”. 1o Toda caldeira será acompanhada de “Prontuário”, com documentação original do fabricante, Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS45/197 abrangendo, no mínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes realizados durante a fabricação e a montagem, características funcionais e a pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta última indicada, em local visível, na própria caldeira. 2o O proprietário de caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar, quando exigido pela autoridade competente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas, sistematicamente, as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer outras ocorrências. 3o Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão deverão ser submetidos à aprovação prévia do órgão regional competente em matéria de segurança do trabalho. Seção XIII - das atividades insalubres ou perigosas Art.189. “Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”. Art.190. “O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS46/197 adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes”. Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alergênicos ou incômodos. Art.191. “A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá”: I. com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; II. com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo. Art.192. “O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS47/197 de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo”. Art.193. “São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado”. 1o O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 2o O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura Ihe seja devido. Art.194 “O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho”. Art.195. “A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.” Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS48/197 1o É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionaisinteressadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. 2o Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. 3o O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex-offício da perícia. Art.196. “Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11.” Art.197. “Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente, segundo a padronização internacional”. Parágrafo único. Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste artigo Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS49/197 afixarão, nos setores de trabalho atingidos, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde. Seção XIV - da prevenção da fadiga Art.198. “É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.” Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas forças. Art.199. “Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que trabalhe sentado.” Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão à sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir. Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS50/197 Seção XV - das outras medidas especiais de proteção Art.200. “Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:” I. medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em obras de construção, demolição ou reparos; II. depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas; III. trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos empregados; IV. proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização; Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS51/197 V. proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento e profilaxia de endemias; VI. proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos, limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade, controle permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que se façam necessárias; VII. “higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução, tratamento de resíduos industriais” VIII. Emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo. Parágrafo único. Tratando-se de radiações ionizastes e explosivos, as normas a que se referem este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico. Essa legislação das normas regulamentadoras do SUS foi adquirida pela CLT 154 à 200. Segue o link para o endereço: <http://www.sato.adm.br/CLT/clt_art_158.htm>. http://www.sato.adm.br/CLT/clt_art_158.htm Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS52/197 Glossário NR: Normas Regulamentadoras. Incolumidade Psicossomática: problemas de saúde de ordem psíquica e que se manifesta de maneira orgânica (somática). Inversamente proporcional: quando se têm duas variáveis que se alternam, ou seja, quando uma variável aumenta a outra tende a reduzir e vice-versa. Questão reflexão ? para 53/197 Posto as normas regulamentadoras do SUS, o que estudante pode refletir sobre a importância das lutas sindicais na consolidação desse processo de consolidação da segurança de trabalho? 54/197 Considerações Finais » O texto apresentou o conceito do que são normas regulamentadoras. » O capítulo mostrou ao estudante a lei que rege essas normas e que se encontra na CLT. Além disso, foi conceituado o que é CLT » Os processos históricos de 1977, através das lutas sindicais tiveram um impacto positivo sobre o entendimento e mudanças a respeito da saúde do trabalho. » Os respectivos artigos foram apresentados. Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS55/197 Referências Lacaz, F.A. O campo Saúde do Trabalhador: resgatando conhecimentos e práticas sobre as relações trabalho-saúde. Cad. Saúde Pública. v. 23, n. 4, p.757-766, 2007. CLT. http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L6514.htm. Presidência da República, casa civil, 1977. Pierantoni, CR.; Varella, TC.; França, T.. Recursos humanos e gestão do trabalho em saúde:da teoria para a prática. Observatório de Recursos Humanos em Saúde no Brasil. Estudos e Análises. v. 2, p.51-80, 2006 http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L6514.htm 56/197 1. Quais das opções abaixo definem o que são Normas regulamentadoras? a) São regras de trabalho. b) São os conjuntos de requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo c) São normas de higiene d) São regulamentações do trabalho e) São procedimentos relativos aos setores públicos-privados. Questão 1 57/197 2. Qual a mudança significativa no conceito de segurança do trabalho após 1977? a) Após essa lei, a denominação da segurança em trabalho muda e passa a ser segurança e medicina do trabalho. b) Não ocorreram mudanças nenhuma a relação de trabalho continua sem mudança c) Não ocorreu nenhuma mudança e o trabalho continua sendo realizado sem nenhum direito aos trabalhadores d) Mudou tudo sem necessidade de lutas sociais e) Mesmo com as reinvindicações dos sindicalistas do século XVIII, não ocorreram mudanças favoráveis aos trabalhadores e não ocorreram mudanças na lógica de segurança do trabalho. Questão 2 58/197 3. Como se pode entender segurança do trabalho? a) Ter mais polícia no ambiente de trabalho. b) Ter mais controle aos trabalhadores paraque estes se sintam mais seguros. c) Ausência de risco da incolumidade psicossomática do trabalhador. d) Não existir acidentes físicos ao trabalhador, mesmo que sua situação psicológica esteja desgastada no trabalho. e) Sentir-se bem emocionalmente, mas trabalhar em condições sem proteção e nenhum amparo. Questão 3 59/197 4. Nas disposições gerais o artigo 155 da CLT, inciso II está escrito: “Coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho”. O que isso significa? a) Regular todos os aspectos da fiscalização no município b) Fazer propaganda em território nacional c) Regular os aspectos da fiscalização no estado d) Regular todos os aspectos da Fiscalização no país incluindo as campanhas e) Não regular nada, em termos de fiscalização e se voltar, apenas, às campanhas. Questão 4 60/197 5. Na seção da prevenção da fadiga, o artigo 199 diz: “Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao trabalhador, ca- pazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que trabalhe sentado.” Isso significa: a) Que todos os trabalhadores serão obrigados a realizarem suas funções em pé b) Que todos os trabalhadores terão que ter assentos confortáveis. c) Que aquele trabalhador que realiza suas funções sentado, tenha assentos confortáveis e evite, assim, as posições incômodas d) Que os contratantes sejam obrigados a disponibilizar os assentos aos trabalhadores que exercem suas funções sentados e que estes assentos sejam confortáveis e evitem problemas de postura e ergonometria e) Que os trabalhadores não devem sentar. Questão 5 61/197 Gabarito 1. Resposta: B. Normas podem ser entendidas como um conjunto de requisitos. Nesse caso, os requisitos seriam, exatamente, para exercer o trabalho de forma mais segura possível. Logo, a opção é a resposta B. São os conjuntos de requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo. 2. Resposta: A. O conceito de segurança de trabalho, antes de 1977 estava vinculado apenas à questão de higiene. Logo, após esse período, o conceito muda e as expressões segurança e medicina do trabalho torna-se usada. 3. Resposta: C. A segurança do trabalho não pode ser entendida apenas enquanto segurança orgânica, somática, mas enquanto segurança psíquica, emocional. 4. Resposta: D. O inciso II do artigo 155 da CLT coloca como função do governo federal, nos casos de disposição geral para a CLT que essa esfera pública deve regular a fiscalização das demais atividades relacionadas à segurança e medicina do trabalho, incluindo campanhas nacionais. 62/197 5. Resposta: D. No artigo 199 da CLT obriga os contratantes oferecerem assentos confortáveis e viáveis ergonometricamente aos trabalhadores que irão exercer suas funções sentados. Gabarito 63/197 Unidade 3 A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde. Objetivos » Este tópico visa apresentar ao aluno a estrutura do serviço Municipal de Saúde; » Apresentar ao aluno o conceito do que é Rede de Atenção e sua importância para o entendimento dessa estrutura dos serviços; » Apresentar faz normas que regem essa estruturação do serviço. Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde64/197 Introdução Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais deliberadas às necessidades da saúde da população. Portanto, para discutir a estrutura/organização dos serviços de saúde, seja no âmbito nacional, estadual e municipal (este último será nosso foco), é necessário começar por analisar que necessidades de saúde se expressam na população brasileira em cada região. Cabe fazer a ressalva de que a situação da saúde dos brasileiros é analisada nos aspectos epidemiológicos e demográficos (Mendes, 2011). Para saber mais Saiba mais em: <https://conasss.com.br/br/node/170> Ao analisar a população brasileira sob a perspectiva demográfica, nota-se um crescimento exponencial de sua população, embora tenha ocorrido uma baixa da fecundidade. Esse crescimento se justifica pela taxa de fecundidade anterior. O percentual, nesse sentido, de pessoas idosas está elevando-se e a taxa de 2,7% em 1960 aumentou para 5.4% em 2000 e alcançará 19% em 2050 (Brito, 2007). Esse dado de aumento no envelhecimento faz perceber a necessidade, por exemplo, de um melhor incremento nos serviços de saúde para o idoso, ou seja, melhorar o incremento relativo às condições crônicas, pelo fato dessas condições https://conasss.com.br/br/node/170 Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde65/197 afetarem em uma taxa maior esses indivíduos. mais usuais de doenças, chamadas doenças transmissíveis e de agravos não transmissíveis (Mendes, 2011). Essas perspectivas de análises são cruciais para começarmos a compreender como se estrutura o Serviço Municipal de Saúde, tendo em vista que essa estrutura depende, diretamente, das predominâncias das doenças que afligem a população. Uma das principais razões disso vem no sentido dessa estrutura depender especificadamente das atenções primárias, secundárias e terciárias da saúde. Essas atenções formam uma rede e é, exatamente, essa rede que rompe com a lógica fragmentada da atenção de saúde. Portanto, essa rede de atenção à saúde objetiva a promoção de integração Link <http://www.rets.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/o_ territorio_da_saude_a_organizacao.pdf> O Brasil A epidemiológica, o Brasil vivencia uma espécie de transição singular, diferente da transição clássica dos países desenvolvidos. Para essa análise epidemiológica, considera-se o conceito de condições de saúde, agudas e crônicas, que se diferenciam das topologias http://www.rets.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/o_territorio_da_saude_a_organizacao.pdf http://www.rets.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/o_territorio_da_saude_a_organizacao.pdf Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde66/197 sistêmica, de ações e serviços de saúde com previsão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do sistema em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária, e eficiência econômica. Portanto, essas perspectivas ajudam a compreender como os sistemas de saúde se estruturam, organizam-se em níveis de atenção: primário, secundário e terciário. Essa organização, por níveis de atenção, leva-se em conta, pelo menos, três elementos: a. Tecnologia Material disponível (máquinas e equipamentos de diagnóstico e terapêutica) b. Capacitação de pessoal (tempo de formação de cada curso, gasto do poder público para formação dessas pessoas) c. Perfil de morbidade da população alvo do sistema (doenças mais frequentes nesta população). O nível primário pode ser entendido como aquele em que estão os equipamentos com menor grau de incorporação tecnológica do sistema (os equipamentos de geração tecnológica mais antiga). No que tange a capacitação pessoal para esse nível, exige a necessidade de uma formação geral e abrangente. Essa formação permite que possa atender os eventos mais prevalentes na população e no caso dos médicos são os médicos da família e os clínicos gerais. Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde67/197 O nível secundário é aquele que estão os equipamentos com grau intermediários de inovação tecnológica. A capacitação de pessoal para esse nível situa-se em áreas especializadas e originárias e é, particularmente, ação de médicos. Em suma: os serviços de atenção secundária devem estar aparelhados com pessoal e equipamentos para atender às situações que foram encaminhadas pelo nível primário. O nível terciário constitui aquele, o qual tem equipamentos de alto graude incorporação tecnológica, aqueles de última geração e, portanto, os mais caros. Por conta desse tipo de especificidade, a formação geral tem que ser bem especializada e mais intensiva, no caso médicos em áreas superespecializadas. Em suma: o nível terciário deve estar aparelhado para atender a situações que o nível secundário não conseguiu resolver e eventos mais raros ou aqueles que demandam assistência deste nível do sistema. Para que os resultados sejam positivos, é necessário que a organização do sistema de saúde (estrutura desses serviços) exija que um determinado número de pessoas se vincule a um determinado serviço (unidade básica, ambulatório de especialidade, hospital) – a adscrição de clientela – e uma distribuição homogênea de serviços para garantir que as pessoas possam ser atendidas em suas necessidades assistenciais. Em outras palavras, a escala Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde68/197 de distribuição de serviços, ou seja, os serviços de atenção primária devem estar preparados para atender até 20.000 de habitantes, para cada grupo de serviços de atenção primária (um certo número de unidades básicas). Adicionalmente, deve-se existir um serviço secundário de referência (ambulatórios de especialidades e hospitais gerais) e da mesma forma para cada conjunto de serviços de atenção secundária (grupo de hospitais) deve haver hospital e ambulatórios especializados de referência. Nesse contexto, nota- se que o hospital geral é destinado a prestação de atendimentos nas especialidades básicas, por especialistas e/ou outras especialidades médicas. No entanto, o hospital dia é especializado no atendimento de curta duração com caráter intermediário entre a assistência ambulatorial e a internação. Por fim, tem- se o hospital especializado, destinado a prestação de assistência à saúde em uma única especialidade/área. Pode-se, portanto, dispor de serviços de urgência/ emergência. Pode-se concluir, portanto, que os sistemas de saúde são construções dos povos de cada país, geralmente sobre a responsabilidade do Estado com o objetivo de garantir à população os meios necessários para manter e recuperar a saúde. São financiados, majoritariamente, por fundos públicos e possuem redes de serviços para ações individuais e coletivas. No geral, o sistema de saúde brasileiro é Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde69/197 constituído por dois tipos diferentes de sistemas, a saber: 1º) Governamental – SUS 2º) Privado – Sistema Supletivo de Assistência Médica (SSAM). Nesse quadro geral, pode-se perceber que embora o SUS esteja previsto para ser um sistema universal, apenas 75% da população depende exclusivamente dele, pois os outros 25% são também cobertos pelo SSAM. O financiamento do SUS conta com recursos do governo federal, estadual e municipal que se denomina financiamento solidário. Além dessa forma de financiamento, o SUS possui diversos tipos de serviços que formam duas redes: a. Rede Própria: é integrada pelos serviços pertencentes ao governo federal, estadual e municipal; b. Rede Contratada: composta por serviços privados que atendem aos usuários do SUS. A rede federal própria é bem diminuta, restringindo-se a alguns serviços de referência para todo país, como serviços de ortopedia prestados, por exemplo, pela fundação Sarah e o do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A rede estadual própria é bastante variada em cada estado em relação ao tipo de serviços, mas geralmente é constituída por hospitais especializados (hospitais terciários) que são referências de determinadas regiões do Estado; alguns hospitais secundários Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde70/197 (hospitais gerais) e por ambulatórios de especialidades. No que tange ao município, ou seja, no aspecto municipal esses serviços são, também, variáveis em cada município, principalmente segundo o tamanho dos municípios. Estes apresentam uma maior regularidade pela presença de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e ou Centros de Saúde e, em municípios de maior porte populacional, é complementada por hospitais secundários (hospitais gerais). Essas unidades Básicas de Saúde contêm níveis de complexidade também. O Pronto atendimento (PA) usado para casos de baixa e média complexidade funcionam 24 horas e são estruturas de complexidade intermediária entre as UBS e as portas de Urgência Hospitalares. Adicionalmente a esta unidade, têm-se os prontos socorros (PS) que são destinados a pacientes com ou sem risco de morte e, no qual os agravos de alta complexidade necessitam de atendimento imediato e, pode-se ter ou não internação. Nessa divisão, encontra-se a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), estruturas de complexidade intermediária entre a UBS e as portas de urgência hospitalares. Estas são integrantes do componente pré-hospitalar fixo. Dentre os serviços, existem aqueles que têm inúmeras características distintas. Esses serviços podem ser classificados e denominados de: SAMU – Serviço Móvel de Emergência. Realiza atendimentos de Urgência/ Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde71/197 Emergência em qualquer lugar, pois possuem veículos de salvamentos como: ambulâncias, motolâncias, e helicóptero. AMA – Assistência Médica Ambulatorial. Esse setor otimiza o atendimento dos PAs, promove a humanização por meio do acolhimento resolutivo, qualificar a captação do portador de doenças crônicas, e viabilizar a contra referência para UBS e/ ou ESF. AME – Ambulatório Médico de Especialidades. Esses serviços são centros ambulatoriais de diagnóstico e orientação terapêutica de alta resolutividade em especialidades médicas, com ênfase nas necessidades da rede básica. NIR – Núcleo Integrado de Reabilitação. Núcleo voltado para o atendimento a pessoas com deficiência. Realizam ações de reabilitação, prevenção de deficiências secundárias, orientação familiar, prescrição, acompanhamento e encaminhamento para fornecimento de órteses e de meios auxiliares de locomoção. NASF – Núcleo de Apoio a Saúde da Família. É constituído de uma equipe multiprofissional que apoia as equipes de saúde da família na busca por resoluções mais efetivas à complexidade dos problemas de saúde encontrados no território. NISA – Núcleo Integrado de Saúde Auditiva. Esse serviço realiza diagnóstico, fornecimento e adaptação de aparelhos Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde72/197 auditivos acompanhamentos e reabilitação CEO – Centro de Especialidades Odontológicas. Realizam diagnóstico bucal, periodontia especializadas, cirurgia oral, endodontia e atendimento a portadores especiais. CECCO – Centro de Convivência Cooperativa. São unidades de saúde não assistencial, que têm como objetivo promover a reinserção social e a integração no mercado de trabalho de pessoas que apresentam transtornos mentais, pessoas com deficiências físicas, idosos, crianças, adolescentes em situação de risco social e pessoal. SAE – Serviço de Assistência Especializada em HIV/AIDS. Serviços ambulatoriais que realizam ações de assistência, prevenção e tratamento às pessoas vivendo com HIV ou AIDS. UAD – Unidade de Atendimento Domiciliar. Equipe multidisciplinar que garante atendimento ao domicílio. CTA – Centros de Testagem e Aconselhamento. São serviços de saúde que realizam ações de diagnósticos e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Nesses serviços, é possível realizar testes para HIV, sífilis e hepatite B e C. Mesmo diante de tanto serviço e diante dessa estrutura singular do sistema de saúde, deve-se levar em consideração que, de uma forma geral, a capacidade de Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde73/197 atendimento da rede de serviço do SUS é muito insuficiente diante a demanda populacional e isso provoca filas para acesso à utilização de vários dos serviços oferecidos. Adicionalmente aisso e fazendo uma retrospectiva histórica, em um sentido mais amplo, pode-se perceber que a partir das definições legais estabelecidas pela Constituição Federal de 1988 e da Lei Orgânica da Saúde e que iniciou o processo de implantação do Sistema Único de Saúde, ocorreu de uma forma negociada com as representações dos Secretários Estaduais e Municipais de Saúde. Esse processo tem sido orientado pelas Normas Operacionais do SUS, instituídas por meio de portarias ministeriais, definindo assim as competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que Estados e Municípios possam assumir as novas posições no processo de implantação do SUS. O conteúdo dessas portarias é definido de forma compartilhada entre o Ministério e os representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). Desde o início do processo, foram publicadas três Normas Operacionais Básicas (NOB/SUS 01/91, NOB/SUS 01/93 e NOB/SUS 01/96). Em 2001, foi publicada a primeira Norma Operacional da Assistência a Saúde (NOAS/SUS 01/01), que foi revista e publicada em 2002, a qual Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde74/197 se encontra atualmente em vigor (NOAS/ SUS 01/02). A Norma Operacional Básica tem por finalidade primordial promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes (Artigo 30, incisos V e VII, e Artigo 32, Parágrafo 1º, da Constituição Federal), com a consequente redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, avançando na consolidação dos princípios do SUS. Isso implica aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde no país e a própria organização do Sistema, visto que o município passa a ser, de fato, o responsável imediato pelo atendimento das necessidades e demandas de saúde do seu povo e das exigências de intervenções saneadoras em seu território. A totalidade das ações e de serviços de atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve ser desenvolvida em um conjunto de estabelecimentos, voltado ao atendimento integral de sua própria população e inserido de forma indissociável no SUS, em suas abrangências estadual e nacional. Isso significa dizer que, independentemente da gerência dos estabelecimentos prestadores de serviços ser estatal ou privada, a gestão de todo o sistema municipal é, necessariamente, da competência do poder público e exclusiva desta esfera de governo. Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde75/197 Glossário Adscrição: acréscimo, aditamento que se faz a algo escrito. Periodontia: tratamento que visa à cura de processos inflamatórios e infecciosos da gengiva. Indissociável: inseparável. Questão reflexão ? para 76/197 Posto a estruturação dos serviços de saúde, o que o aluno entende dessa inter-relação entre os níveis de atenção com os princípios e diretrizes do SUS? 77/197 Considerações Finais » O sistema de atenção são respostas sociais deliberadas às necessidades da saúde. » A estruturação do serviço de saúde depende da característica demográfica e epidemiológica. » Os diferentes tipos de lógica do financiamento do SUS interferem negativamente na consolidação de seus princípios e diretrizes. » Capacidade de atendimento, mesmo com muitos serviços, é diminuta, o que leva a ter filas muito grande de espera. Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde78/197 Referências Mendes, EV.. As redes de atenção à saúde. Ciência & Saúde coletiva. v. 15, n. 5, p.2297-2305, 2010. Merthy, E.E.; Queiroz, MS. Saúde Pública, Rede Básica e o Sistema de Saúde Brasileiro. Cad. Saúde Públ, v.9, n.2, p.177-184, 1993. 79/197 1. Das alternativas abaixo, o que melhor define sistema de atenção à saúde? a) São conjuntos de medidas de intervenção no processo doença-saúde b) Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais deliberadas às necessidades da saúde da população c) São espaços para manutenção da saúde d) É uma lógica de manutenção da saúde e prevenção de doenças e) É o conjunto de resposta às necessidades da saúde da população sem se preocupar com o ensejo social. Questão 1 80/197 2. Quais são os critérios que devemos analisar para discutir a estrutura/or- ganização dos serviços de saúde? a) Realizar apenas análises demográficas b) Realizar apenas análises epidemiológicas c) Deve-se analisar critérios epidemiológicos e demográficos d) Deve-se fazer um estudo apenas do perfil de prevalência da doença comum, sem considerar outras variáveis e) Deve-se observar quais são os aspectos tecnológicos possíveis no município. Questão 2 81/197 3. Quais são os três elementos que se deve levar em conta para os níveis de atenção? a) tecnologia, capacitação e perfil de morbidade b) Tamanho do território, Epidemiologia e tecnologia c) Perfil de Morbidade, Epidemiologia e atenção primária d) Tecnologia, Tamanho de território e capacitação profissional e) Capacitação profissional, epidemiologia e tecnologia. Questão 3 82/197 4. Quais são os níveis de atenção? a) Atenção primária e secundária; b) Atenção principal e básica; c) Atenção domiciliar e hospitalar; d) Atenção primária, secundária e terciária; e) Atenção básica, específica e ampla; Questão 4 83/197 5. Qual o tipo de atenção que tem equipamentos de alto grau de incorporação tecnológica? a) Primário b) Secundário c) Terciário d) Básico e) Amplo. Questão 5 84/197 Gabarito 1. Resposta: B. O sistema de atenção à saúde confere respostas. Essas respostas devem abranger as questões, não apenas, fisiopatológicas, mas sociais. Tendo em vista o princípio da Universalidade do SUS. 2. Resposta: C. Deve-se analisar, para estruturar e organizar os níveis de saúde da população, os componentes epidemiológicos e demográficos para que, com isso, a estruturação e organização sejam realizadas de forma ideal. 3. Resposta: A. Deve-se levar em consideração 3 elementos para os níveis de atenção, seguindo a grau de tecnologia, a capacitação, em termos de tempo do profissional e o perfil de morbidade da própria doença (Epidemiologia). 4. Resposta: D. Os níveis de atenção seria a atenção primária, secundária e terciária. Ambas se complementam e, portanto, os serviços vão se especializando cada vez mais. 85/197 5. Resposta: C. É o nível terciário, pois esse é o mais específico de todos e, por isso, o mais complexo em termos de tecnologia. Gabarito 86/197 Unidade 4 Composição e Atuação da equipe de Saúde da Família Objetivos » Este tópico visa apresentar ao aluno a composição e atuação da equipe de Saúde da Família; » Apresentar ao aluno o funcionamento das Redes de Atenção para ajudá-lo a compreender de forma crítica-reflexiva a composição e atuação de toda a equipe de saúde da família; » Apresentar a importância do estudo demográfico e epidemiológico para estabelecer com maior eficácia estratégias e planos para consolidação da saúde da família. Unidade 4 • Composição e Atuação da equipe de Saúde da Família87/197 Introdução Como foi comentado no capítulo anterior, para que toda a estrutura dos serviços de saúde pública possa funcionar de forma eficiente e adequada às necessidades dos usuários de forma coordenada, é necessário criar estratégias que permitam criar múltiplas respostas para enfrentar a relação saúde-doença da população. Dentre essas estratégias, como foi abordado no capítulo anterior, a formação de redes é crucial para esse funcionamento. As Redes de Atenção à Saúde (RAS) é, justamente, esse arranjo organizativo formado pelos equipamentos e conjunto de serviços de saúde em um determinado território geográfico. Segundo o Ministério da saúde (Brasil, 2009b; 2011), essas redes são responsáveis não apenas pela oferta dos serviços, mas pela comunicação entre esses permitindo, com
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