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Atuação Multiprofissional 
em Saúde
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3
2/197
Atuação Multiprofissional em Saúde
Autor: Roberto de Barros Silva
Como citar este documento: BARROS, Roberto. Atuação Multiprofissional no Serviço único de Saúde. 
Valinhos: 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Princípios e Diretrizes do SUS 04
Unidade 2: Normas Regulamentadoras do SUS 27
Unidade 3: A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde 63
Unidade 4: Composição e Atuação da equipe de Saúde da Família 86
Unidade 5: Equipe de Saúde Bucal 108
Unidade 6: Centro de atenção Psicossocial, Equipe dos centros de Especialidades e Farmácia Popular 127
Unidade 7: Equipes dos Serviços de Internação Domiciliar 153
Unidade 8: Leis do exercício profissional e Código de Ética 173
2/197
3/197
Apresentação da Disciplina
Esta disciplina visa apresentar aos alunos aspectos cruciais para o entendimento do Serviço Único 
de Saúde, além de promover uma melhor compreensão da atuação dos inúmeros profissionais 
da saúde que exercem suas funções nesse tipo de serviço. A disciplina procura, também, 
apresentar ao estudante quem são esses profissionais e as condutas éticas deles com o objetivo 
de criar uma relação de reflexão com as funções dos mesmos e, com isso, levar o estudante a 
entender e exercer de forma mais ampla, ética e consciente essas funções. Além desse aspecto, 
a importância dessa disciplina reside no fato de que esta irá servir como base para apresentar 
os respectivos códigos legislativos da atuação de cada profissional, além de estabelecer um 
panorama histórico-político dessas legislações e do pensamento ideológico que constituem 
estas. Através dessa apresentação histórica-política, por trás dessa lógica em se entender saúde 
pública e da necessidade de desenvolver esta, o aluno passa a desenvolver uma reflexão crítica 
acerca dos principais dispositivos que constitui a saúde pública e acerca das principais soluções 
para superar aspectos difíceis e problemáticos que existem na realidade desse serviço. Por fim, 
essa disciplina faz entender aspectos que vão além da saúde pública, mas que se adentra nos 
aspectos éticos, humanos e sociais de cada profissional, mostrando que fazer e participar da 
saúde pública é trabalhar ativamente para transformar uma sociedade tão discrepante em 
direitos e tão desigual em termos sociais para uma sociedade mais justa e igualitária.
4/197
Unidade 1
Princípios e Diretrizes do SUS
Objetivos
 » Apresentar o processo de formação do Sistema Único de 
Saúde;
 » Estabelecer os respectivos Princípios e Diretrizes do SUS;
 » Apresentar a dificuldade de se consolidar os respectivos 
princípios e diretrizes do SUS, através de uma análise crítica 
e de ajudar na reflexão para a solução desses obstáculos.
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS5/197
Introdução
Cipriano Vasconcelos e Dario Pasche em 2006 apontavam que o Sistema único de Saúde (SUS) 
pode ser definido como um arranjo organizacional do estado brasileiro que dá a efetivação 
da política de saúde no Brasil, e traduz em ação os princípios e diretrizes dessa política. 
Nesse sentido, pode-se adotar uma perspectiva histórica e política para se compreender 
os princípios e diretrizes do SUS. Histórica, pois envolve a compreensão do processo de 
formulação e implementação do SUS e política, pois envolve a militância no Movimento pela 
Reforma Sanitária Brasileira (RSB). Nesse sentido, o SUS pode ser entendido de uma forma mais 
geral como uma política de estado, a materialização adotada pelo Congresso Nacional, em 
1988, na chamada Constituição Cidadã, de considerar a saúde como um “Direito de Cidadania 
e um Dever do Estado”. Esse processo desencadeou dois fenômenos adicionais e revelou uma 
outra lógica de se entender a questão da saúde. Em primeiro lugar, esse processo resultou da 
ampla mobilização de um conjunto de forças sociais em torno do movimento RSB e revelou 
a aproximação de nosso marco jurídico ao chamado “Estado de Bem Estar Social” (Welfare 
state) e, em segundo lugar, essa aproximação ao Estado de Bem-Estar Social contrapôs a lógica 
liberal ou neoliberal de expansão dos setores privados e contração do domínio público, ou seja, 
se contrapôs a lógica de redução do papel do estado na garantia das condições de vida (saúde) 
da população brasileira.
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS6/197
Posto isso, tal movimento RSB formula 
os princípios que deveriam nortear a 
construção de um sistema de saúde, 
sendo estes os elementos centrais que 
comumente chamamos de princípios e 
diretrizes do SUS. No entanto, embora a 
constituição tenha incorporado os anseios 
e aspirações do movimento, não reconhece 
todas elas. Ocorre, como o produto de um 
processo de negociação travado na arena 
da Assembleia Constituinte, um contexto 
para o SUS que não era, necessariamente, 
o imaginado pelo movimento sanitário, 
pelo menos não consensual em seu bojo 
(como a ampla liberdade para a iniciativa 
privada na saúde e o caráter fortemente 
municipalista do pacto federativo). 
Portanto, é necessário compreender 
o impacto disso em uma sociedade 
capitalista e periférica, como a brasileira, 
na qual vicejam distintas concepções a 
cerca do estado, da política, em suma, da 
natureza das relações estatal-público-
privado.
Para saber mais
Saiba mais em: <http://sistemaunicodesaude.weebly.com/histoacuteria.html>. Acesso em maio 
de 2015.
http://sistemaunicodesaude.weebly.com/histoacuteria.html
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS7/197
O Conceito De Sus
O SUS é, portanto, um projeto que 
consagra os princípios da Universalidade, 
Equidade e Integralidade da Atenção 
à Saúde, também conhecidos como 
“princípios finalísticos” e, além disso, 
os “princípios estratégicos” como a 
Descentralização, a Regionalização, a 
Hierarquização e a Participação Social. 
Os princípios finalísticos implicam em 
conceber como “imagem-objetivo” um 
processo de reforma de um sistema de 
saúde que foi “herdado” do período 
anterior para uma nova forma de sistema, 
capaz de garantir o acesso universal da 
população de forma equitativa e integral 
aos bens e serviço que garantam a saúde e 
o bem estar da população. No que tange os 
princípios estratégicos, pode-se entender 
como sendo as diretrizes políticas, 
organizativas e operacionais que apontam 
como se deve construir o sistema o qual 
se quer conformar. No entanto, deve-
se levar em consideração que durante 
esse processo de luta para formação do 
SUS, nem todos os princípios e diretrizes 
foram tratados com igual importância. Ao 
contrário, em cada etapa de conjuntural 
certa hierarquia de importância constituía-
se entre eles, quer como reflexo da 
heterogeneidade dentro do movimento 
sanitário que davam certa importância 
a um ou outro princípio ou, quer em 
decorrência das opções estratégicas diante 
de determinados obstáculos políticos.
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS8/197
Isso deixa evidente como o conceito de 
cada princípio sofreu ao longo de 20 
anos por conta de uma política e lógica 
neoliberal que interferiu negativamente no 
caráter público de saúde, ou seja, interferiu 
negativamente na visão de saúde como 
um direito da população e um dever do 
estado. No entanto, para entendermos as 
relações dos princípios e as transformações 
das práticas de saúde cabem 
conceituarmos cada um desses princípios 
e o que se entende por Universalidade, 
Equidade, Integralidade, bem como, 
Descentralização, Regionalização, a 
Hierarquização e a Participação Social.
O artigo 196 da Constituição Federal 
afirma que “A saúde é direito de todos e 
dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem a redução 
do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação”. 
A ideia proposta por esse artigo é o 
entendimento do direito a saúde como 
direito à cidadania, além de focar a noção 
no estado à responsabilidade por promover 
a saúde, proteger o cidadãofrente aos 
riscos que ele se expõe e, por fim, assegurar 
a assistência em caso de doença ou 
agravo da saúde. Nesse sentido, para o 
Para saber mais
Saiba mais em: <http://www.webartigos.com/
artigos/o-movimento-sanitario-brasileiro/7591/>. 
Acesso em maio de 2015.
http://www.webartigos.com/artigos/o-movimento-sanitario-brasileiro/7591/
http://www.webartigos.com/artigos/o-movimento-sanitario-brasileiro/7591/
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS9/197
cumprimento dessa responsabilidade 
político-social assumida pelo Estado leva o 
mesmo a formular e implementar políticas 
voltadas, especificadamente, para garantir 
o acesso dos indivíduos e grupos às ações 
e serviços de saúde. Em suma: o eixo da 
política de saúde propõe programas que 
visam assegurar a universalização do 
acesso e a integralidade das ações.
Posto isso, fica fácil perceber a definição de 
Universalidade, como sendo um princípio 
finalístico, um ideal a ser alcançado e 
indica uma das características do sistema 
em construção. Para que o SUS seja 
universal, necessita-se de um processo 
de universalização que torna os serviços 
acessíveis à toda população. Nesse sentido, 
é preciso eliminar algumas barreiras 
jurídicas, econômicas, culturais e sociais 
entre a população e os serviços. Essa 
barreira jurídica, portanto, foi eliminada 
com a constituição federal, pois a mesma 
universalizou os serviços e removeu a 
necessidade do usuário do sistema público 
identificar-se como trabalhador ou 
“indigente”. Cabe fazer a ressalva de que 
essas identificações limitava o indivíduo 
a usufruir do sistema público de saúde 
antes do SUS. Logo, os trabalhadores 
eram aqueles “de carteira assinada”, pois 
contribuíam (e contribuem, ainda hoje) 
para a Previdência Social. Aos que eram 
excluídos do mercado formal de trabalho, 
eram identificados como “indigentes” e 
cabiam a estes os serviços mantidos pelo 
ministério da saúde e educação. Logo, 
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS10/197
para ter o exercício desse direito, o SUS 
necessitou romper as chamadas barreiras 
econômicas, sociais e culturais que se 
interpõem entre os usuários e serviços de 
saúde. Em suma: para garantir o acesso 
universal, ou melhor, a universalização 
do acesso, a construção do SUS tem 
demandado um esforço enorme para a 
garantia do financiamento do sistema e 
para gerenciamento destes recursos com 
o objetivo de se ampliar e qualificar esses 
serviços em todo país. Além dessa medida 
para se romper as barreiras econômicas, 
outras medidas devem ser tomadas como 
a ruptura das barreiras culturais para 
que a universalização dos serviços possa 
ocorrer. Uma dessas medidas encontra-
se na esfera comunicativa, ou seja, é 
necessário romper a barreira da linguagem 
e a comunicação entre os prestadores de 
serviços e os usuários destes. Essa barreira 
ocorre devido as distinções educacionais 
e culturais existentes entre os prestadores 
de serviço e seus usuários. É, justamente, 
a transposição dessa barreira cultural 
entre usuários e sistema de saúde um dos 
maiores desafios para universalização 
do acesso não só aos serviços, mas para 
inclusão de diversos grupos populacionais 
no processo de recuperação e promoção de 
saúde individual e coletiva.
Posto isso, surge em cena o conceito 
de equidade que é um dos princípios 
finalísticos que visa “tratar desigualmente 
os desiguais” com o objetivo de alcançar 
a igualdade. O que norteia o princípio 
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS11/197
da equidade é o reconhecimento 
das desigualdades existentes entre 
indivíduos e grupos sociais e, também, 
o reconhecimento de que essas 
desigualdades são injustas. Nesse sentido, 
tem-se realizado um amplo esforço na 
realização de políticas específicas voltadas 
ao atendimento das necessidades de 
grupos expostos aos riscos diferenciados 
de adoecer e morrer, devido as suas 
especificidades biológicas, sociais, 
políticas, históricas e culturais, como é o 
caso da população indígena, população 
negra, população LGBTT* e outras.
Essa política da equidade ilustra de forma 
clara duas dimensões na reforma de 
saúde. A primeira dimensão diz respeito a 
uma reorientação dos investimentos sob 
uma lógica geográfica territorial, ou seja, 
reorienta o fluxo de investimentos para o 
desenvolvimento desses serviços em várias 
regiões, estados e municípios. A segunda 
dimensão diz respeito à reorientação 
dessas ações para a população usuária 
específica. Essas duas dimensões da 
equidade fazem está se articular em 
conjunto com o outro princípio finalístico 
do SUS, a integralidade do cuidado à 
saúde.
A integralidade são as ações possíveis para 
promoção da saúde, prevenção de riscos 
e assistências aos doentes. Essas ações 
são decorrentes de uma sistematização de 
um conjunto de práticas que vem sendo 
desenvolvidas para o enfrentamento 
dos problemas e para o atendimento das 
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS12/197
necessidades da saúde. A integralidade 
pode ser um atributo do modelo de 
atenção. Entende-se por “modelo de 
atenção integral a saúde”, um modelo que 
abarca todos os aspectos que vão desde os 
estabelecimentos, unidades de prestação 
de serviços, pessoal capacitado e serviços 
necessários, à produção de ações da saúde.
O debate dessas estratégias que objetivam 
essa integralidade não é novo. De certa 
forma, esse debate tem ocorrido em 
várias partes do mundo como: Inglaterra, 
Suécia, Dinamarca, Itália, Canadá e 
foram fundamentais para sistematizar 
os vários “princípios organizativos”, que 
foram assumidos, em nossa legislação. 
Esses princípios são conhecidos como 
“diretrizes estratégicas” para a formação 
do SUS. Essas diretrizes estratégicas são 
um conjunto, portanto, de princípios que 
incluem: descentralização da gestão dos 
recursos, a regionalização e hierarquização 
das unidades de produção de serviço e, por 
fim, a integração das ações promocionais.
A descentralização da gestão significa a 
transferência de poder de decisão sobre a 
política de saúde, ou seja, transferem-se 
as decisões em diferentes instâncias de 
estado, seja na política de saúde federal, 
estadual e municipal, a saber: MS, SES e 
SMS, respectivamente.
A regionalização e a hierarquização 
é a forma de organização dos 
estabelecimentos (unidades de unidades) 
entre si e com os usuários. Nesse sentido, 
a regionalização é uma demarcação 
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS13/197
geográfica para o sistema de saúde e, no 
entanto, para esta demarcação deve-se 
levar em consideração a divisão político 
administrativa do país e as peculiaridades 
geográficas específicas para organizar as 
ações de saúde, subdivisões ou agregações 
do espaço político-administrativo.
A hierarquização dos serviços é a 
organização das unidades referente ao 
grau de complexidade tecnológica de 
serviços. Essa hierarquização pode ser 
entendida, portanto, como uma rede que 
articula as unidades mais simples às mais 
complexas e essa articulação ocorre, em 
última instância, através de um sistema de 
referência e contrarreferência de usuários 
e de informações. Essa rede hierarquizada 
pode estabelecer vínculos específicos 
entre as unidades que prestam serviços 
de determinada natureza, por exemplo: 
unidades de urgências/emergências, ou 
rede de atenção à saúde mental.
A integração são ações que promovem 
prevenção/cura e que estabelecem um 
perfil de ações e serviços do sistema que 
promova intervenções sobre problemas da 
saúde em vários graus da “história social”, 
abarcando intervenções sobre condições 
de vida, riscos e danos à saúde. A diferença 
entre a integralidade e a integração é que, 
enquanto a integralidade é um modelo 
de atenção à saúde, um modelo de como 
a saúde “deve ser”, a integração é um 
processo, ou seja, é “algo a fazer”. Posto 
isso, percebe-se que a integração envolve 
duas dimensões: 1ª) Dimensão “vertical” 
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS14/197
– permite a produção de ações de distinta 
complexidadeem função da natureza do 
problema e 2ª) Dimensão “horizontal” – 
Permite a articulação, no enfretamento do 
problema, de ações de distinta natureza.
Como foi comentado, desde a formação e 
implementação do SUS, ocorreu por duas 
décadas a influência de um pensamento 
neoliberal, ou seja, uma concepção mais 
privativa da saúde em contraposição a 
uma postura mais social que visa a saúde 
enquanto direito. Essa lógica neoliberal 
que permeou o Brasil, pós ditadura, 
promoveu obstáculos em muitos dos 
princípios defendido para o SUS, pelo 
movimento sanitarista. Esses obstáculos 
são colocados abaixo, a título de ciência.
Problemática na universalidade - Devido 
à perspectiva neoliberal, as garantias 
dos serviços deixam de ser universais, ou 
seja, o acesso aos serviços deixa de ser 
universal, pois criou-se uma diferença 
de informação e consciência do direito 
assegurado entre os vários segmentos da 
população e, adicionalmente a isso, criou-
se a necessidade de se estabelecer certa 
“priorização” gerenciais e operacionais do 
sistema, devido as dificuldades financeiras. 
Nesse sentido, o “nó crítico” tem sido, 
portanto, o financiamento.
Problemática da equidade - Essa 
problemática é oriunda da indagação sobre 
a “pertinência” de políticas específicas 
para determinados grupos, vista como um 
“neocorporativismo” ou de “clientelismo”, 
na medida em que atendem pressões de 
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS15/197
movimentos sociais melhores organizados, ou que conseguem estabelecer lobbies, ou anéis 
tecno-burocráticos.
Problemática da integralidade – Existem diferentes concepções sobre o que determina a 
relação saúde-doença e como se deve atuar em diferentes momentos desse processo, em 
torno do qual se vem construindo um amplo debate. As múltiplas perspectivas que tratam a 
problemática do cuidado à saúde, em momentos, privilegiam a dimensão micropolítica quer 
nas relações dos profissionais da saúde, trabalhadores e usuários; quer das equipes.
Logo, o que se pode concluir é que a concepção de um sistema único de saúde e sua 
institucionalização por meio da Constituição foram um dos maiores avanços na luta 
pela construção de um país mais justo e menos desigual. Se ainda existem problemas no 
atendimento público da saúde – e não são poucos, é inegável o fato de que, a despeito disso, 
o SUS contribuiu para o fortalecimento da cidadania nacional, uma vez que o direito ao 
atendimento à saúde é um importantíssimo direito social.
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS16/197
Glossário
SUS: Sistema Único de Saúde.
Bojo: centro de algo, de alguma ideia.
Neoliberalismo: é o ressurgimento de ideias associadas ao liberalismo económico laissez-faire 
que teve início nas décadas de 1970 e 1980.
Para saber mais
Saiba mais em: <http://www.brasilescola.com/sociologia/mas-que-seria-sus-quais-suas-
diretrizes-principios-gerais.htm>
http://www.brasilescola.com/sociologia/mas-que-seria-sus-quais-suas-diretrizes-principios-gerais.htm
http://www.brasilescola.com/sociologia/mas-que-seria-sus-quais-suas-diretrizes-principios-gerais.htm
Questão
reflexão
?
para
17/197
Posto as bases principais para o entendimento dos 
princípios e diretrizes do SUS, como o estudante 
entende a contradição criada pela relação público-
privada e como esse problema poderia ser superado?
18/197
Considerações Finais 
 » Saúde não deve ser vista como mercadoria, mas como direito.
 » O estabelecimento dos princípios e diretrizes do SUS ocorreu por 
conta de uma luta intensa dos movimentos sociais, conhecido como 
Movimento Sanitarista.
 » A lógica privada, dos setores privados iniciou uma contradição ao SUS, 
pois esse setor levou a um oneramento da gestão pública ao observar 
a saúde enquanto mercadoria (visando lucro), ao invés de tomá-la 
enquanto direito (saúde enquanto cidadania).
 » A financeirização da saúde estabelecida pelas fundações privadas 
dentro do SUS distorceu e levou as principais diretrizes e princípios do 
SUS a terem inúmeros problemas na efetividade.
Unidade 1 • Princípios e Diretrizes do SUS19/197
Referências
Souza Araújo, MB; Rocha, P. M. Trabalho em equipe: um desafio para a consolidação da 
estratégia de saúde da família.Ciência e Saúde Coletiva., v. 12, n. 2, p.455-464, 2007.
Teixeira,C. OS PRINCÍPIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Relatório de pesquisa, 2009.
Peduzzi, M. Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Rev Saúde Pública. v. 35, 
n.2, p.103-9, 2001
20/197
1.Quais opções abaixo se relacionam aos princípios finalísticos do SUS?
a) Universalidade, Equidade, Integralidade
b) Descentralização, Regionalização, Hierarquização Participação social
c) Universalidade, Equidade, Regionalização e Participação Social
d) Universalidade, Integridade, Hierarquização e Equidade
e) Equidade, Universalidade, Integridade, Hierarquização e participação social
Questão 1
21/197
2. Qual a melhor definição para o SUS?
a) Um arranjo organizacional do estado brasileiro que dá a efetivação da política de saúde no 
Brasil.
b) É uma política de saúde pública
c) É um sistema de acesso aos serviços de saúde
d) É um sistema privado de acesso a saúde
e) É uma forma de mercantilizar o direito da saúde
Questão 2
22/197
3. Como podemos compreender a formação dos princípios e diretrizes 
do SUS?
a) De forma apenas política;
b) De forma apenas histórica;
c) De forma política ou histórica;
d) De forma política e histórica;
e) Usando, apenas dos critérios de saúde.
Questão 3
23/197
4. O artigo 196 da constituição federal diz: “A saúde é direito de todos 
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas 
que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação”. O que isso significa?
a) O tratamento a saúde deve ser encarado como mercado?
b) Apenas as pessoas que podem pagar pelo serviço de saúde têm direito a esta?
c) Que a saúde, por ser um direito de todos, seria função do estado oferecer o melhor serviço 
e de forma igual a todos os cidadãos independentemente da classe social, cor, orientação 
sexual, gênero
d) Que o acesso aos serviços de saúde devem ser função dos interesses privados, das 
fundações privadas
e) Que o estado deve se ausentar no sentido de promoção, proteção e manutenção da saúde.
Questão 4
24/197
5. Qual o maior problema na eficiência da universalidade do SUS?
a) O serviço público é ineficaz.
b) Devido à perspectiva neoliberal, as garantias dos serviços deixam de ser universais, ou 
seja, o acesso aos serviços deixa de ser universal, pois criou-se uma diferença de informação e 
consciência do direito assegurado entre os vários segmentos da população e, adicionalmente a 
isso, criou-se a necessidade de se estabelecer certa “priorização” gerenciais e operacionais do 
sistema, devido as dificuldades financeiras.
c) Pelo fato de que é impossível igualar todas as diferenças e, por isso a promoção e o acesso 
a saúde deve ser diferenciado.
d) Por que o Estado é ausente em termos de saúde pública
e) Por que os profissionais da saúde são ineficientes.
Questão 5
25/197
Gabarito
1. Resposta: A. 
Os princípios finalísticos seriam aqueles 
que visam à finalidade, objetivo deste. 
São as políticas que norteiam os objetivos 
do SUS. Daí, a Universalidade, Equidade e 
Integralidade, princípios que norteiam o 
objetivo e a política do SUS.
2. Resposta: A.
Nessa questão, a resposta encontra-se 
em Vasconcelos e Dario Pashe que define 
o SUS como um conjunto, um arranjo 
organizacional do estado brasileiro que dá 
a efetivação da política de saúde no Brasil. 
Em suma: um arranjo do estado que leva a 
consolidação política de entender a saúde 
como direito.
3. Resposta: D.
Deve-se compreender a formação dos 
princípios do SUS de forma histórica e 
política, pois como o SUS é uma política 
pública para saúde, está dentro de seu 
cerne tomadas de decisão política e, 
ao mesmo tempo, marcaum período 
importante da história do país, período 
esse marcado pelas lutas sociais, pelo 
movimento sanitarista brasileiro.
4. Resposta: C.
O fato da Constituição Federal tratar 
a saúde enquanto direito, é o estado 
26/197
Gabarito
tomando a responsabilidade para manter, 
prevenir e tratar os cidadãos que por algum 
motivo foi acometido por questões de 
doenças.
5. Resposta: B.
O fato da ideologia neoliberal está 
dentro de um espaço público e, indo 
além, está gerindo a saúde que deve ser 
vista enquanto direito, não enquanto 
mercadoria torna a acessibilidade do 
SUS menos igualitária. A lógica de 
mercado passa a observar o tratamento, 
a manutenção e o acesso ao serviço 
como um dispositivo para garantir um 
lucro e, por conseguinte, não entende 
a saúde enquanto direito. Essa lógica 
completamente antagônica dentro de um 
espaço público deixa o SUS com problemas 
de contradição ideológica por conflitos de 
interesse. Logo, a alternativa correta é a B.
27/197
Unidade 2
Normas Regulamentadoras do SUS
Objetivos
 » Este tópico visa apresentar ao aluno as principais 
Normas Regulamentadoras dos profissionais da saúde 
que exercem suas funções no SUS;
 » Apresentar ao aluno os aspectos históricos dessas 
normas para ajudar na reflexão histórica-política das 
leis que regem as funções desses profissionais;
 » Apresentar alguns conceitos e os artigos da CLT, que 
rege as funções trabalhistas.
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS28/197
Introdução
As normas regulamentadoras – NR - são os 
conjuntos de requisitos e procedimentos 
relativos à segurança e medicina do 
trabalho, de observância obrigatória às 
empresas privadas, públicas e órgãos do 
governo que possuam empregados regidos 
pela consolidação das leis do trabalho CLT.
do trabalho. É importante ressaltar que 
o art 200 da CLT confere ao Ministério 
do Trabalho estabelecer as disposições 
complementares às normas relativas à 
segurança e medicina do trabalho.
Para saber mais
Saiba mais em: 
<http://segurancadotrabalhonwn.com/o-que-e-nr/>
Para saber mais
Saiba mais em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/progestores/leg_sus.pdf>
Essas normas surgiram, primeiramente, 
com a lei nº 6.514 de 22 de dezembro de 
1977 e estabeleceu a redação dos art. 154 
a 201 da Consolidação das Leis de Trabalho 
– CLT, relativas à segurança e medicina 
O Conceito
Historicamente, antes de 1977, a higiene 
era a segurança do trabalho, após essa lei, a 
denominação muda e passa a ser segurança 
e medicina do trabalho. Essas conquistas 
http://segurancadotrabalhonwn.com/o-que-e-nr/
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/progestores/leg_sus.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/progestores/leg_sus.pdf
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS29/197
surgiram das lutas sindicais e representa uma das reivindicações mais antigas que remonta as 
lutas sindicais do século XVIII e, ainda, não perde sua força.
Para saber mais
Saiba mais em: <http://segurancadotrabalhonwn.com/historia-da-seguranca-do-trabalho/>
Segurança do trabalho pode ser entendida como ausência de risco da incolumidade 
psicossomática do trabalhador. Essas variáveis são inversamente proporcionais, ou seja, 
a segurança tende a aumentar quando o risco reduz. Nesse sentido, o objetivo é reduzir 
completamente o risco à integridade física e psicológica do empregado. Nesse sentido, a 
medicina do trabalho compreende o estudo de todas as formas de proteção da saúde do 
trabalhador, no exercício do trabalho, para a prevenção de doenças, melhoria das condições 
físicas e mentais do trabalhador no exercício de suas funções laborais.
Pegando-se a CLT e analisando os seus respectivos artigos (154 à 201), poderemos entender 
as normas regulamentadoras do SUS, tendo em vista que esta encontra-se englobada nesses 
artigos, respectivos. Logo, segue-se:
http://segurancadotrabalhonwn.com/historia-da-seguranca-do-trabalho/
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS30/197
Seção I – Disposições Gerais
Art. 154 – “A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não 
desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam 
incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se 
situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de contratos coletivos de 
trabalho.”
Art 155 – “Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e 
medicina do trabalho”:
I. Estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste 
Capítulo, especialmente os referidos no art. 200;
II. Coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades 
relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive 
a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho;
III. Conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas 
pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho.
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS31/197
Art. 156. “Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua 
jurisdição:”
I. Promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do 
trabalho;
II. Adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, 
determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam 
necessárias;
III. Impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste 
Capítulo, nos termos do art. 201.
Art. 157. Cabe às empresas:
I. cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
II. instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido 
de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III. adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional competente;
IV. facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS32/197
Art. 158. Cabe aos empregados:
I. Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata 
o item II do artigo anterior;
II. Colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único. 
Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a. à observância das instruções 
expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; ao uso dos equipamentos 
de proteção individual fornecidos pela empresa.
Art. 159. Mediante convênio autorizado pelo Ministério do Trabalho, poderão ser delegadas 
a outros órgãos federais, estaduais ou municipais atribuições de fiscalização ou orientação às 
empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo.
 Seção II - da inspeção prévia e do embargo ou interdição
Art.160. “Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e 
aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de 
segurança e medicina do trabalho.”
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS33/197
1º Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações, 
inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia 
Regional do Trabalho.
2º É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos 
projetos de construção e respectivas instalações.
Art.161. “O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que 
demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor 
de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra; indicando na decisão, tomada com a 
brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de 
infortúnios de trabalho”.
1º As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas 
determinadas pelo Delegado Regionaldo Trabalho.
2º A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia 
Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical.
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS34/197
3º Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 
(dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do 
trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso.
4º Responderão por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada 
a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um 
dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em 
consequência, resultarem danos a terceiros.
5º O Delegado Regional do Trabalho, independente de recursos, e após laudo técnico do serviço 
competente, poderá levantar a interdição.
6º Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os empregados 
receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.
Seção III - dos órgãos de segurança e de medicina do trabalho nas 
empresas.
Art.162. “As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, 
estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.”
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS35/197
Parágrafo único: As normas a que se refere este artigo estabelecerão:
a. Classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas 
atividades;
b. O número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo 
em que se classifique, na forma da alínea anterior;
c. A qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho;
d. d. As demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em 
medicina do trabalho, nas empresas.
Art.163. “Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), 
de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do TrabaIho, nos estabelecimentos ou 
locais de obra nelas especificadas”.
Parágrafo Único. O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o 
funcionamento das CIPAs.
Art.164. “Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo 
com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do 
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS36/197
artigo anterior.”
1o Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados.
2o Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, 
do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados 
interessados.
3o O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1(um) ano, permitida uma reeleição.
4o O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, durante o seu 
mandato, tenha participado de menos da metade do número de reuniões da CIPA.
5o O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os 
empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente.
Art.165. “Os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não poderão sofrer despedida 
arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico 
ou financeiro”.
Parágrafo único. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à 
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS37/197
Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, 
sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado.
Seção IV - do equipamento de proteção individual
Art.166. “A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de 
proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, 
sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de 
acidentes e danos à saúde dos empregados”.
Art.167. “O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação 
do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.”
Seção V - das medidas preventivas de medicina do trabalho.
Art.168. “Será obrigatório o exame médico do empregado, por conta do empregador”.
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS38/197
1o Por ocasião da admissão, o exame médico obrigatório compreenderá investigação clínica e, nas 
localidades em que houver, abreugrafia.
2o Em decorrência da investigação clínica ou da abreugrafia, outros exames complementares 
poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e mental 
do empregado para a função que deva exercer.
3o O exame médico será renovado, de seis em seis meses, nas atividades e operações insalubres, e, 
anualmente, nos demais casos. A abreugrafia será repetida a cada dois anos.
4o O mesmo exame médico de que trata que o 1o será obrigatório por ocasião da cessação do 
contrato de trabalho, nas atividades, a serem discriminadas pelo Ministério do Trabalho, desde 
que o último exame tenha sido realizado há mais de 90 (noventa) dias.
5o Todo estabelecimento deve estar equipado com material necessário à prestação de primeiros 
socorros médicos.
Art. 169. “Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude 
de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as 
instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.”
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS39/197
Seção VI - das edificações
Art.170. As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita 
segurança aos que nelas trabalhem.
Art.171. “Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé direito, assim 
considerada a altura livre do piso ao teto”.
Parágrafo único. Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as condições de 
iluminação e conforto térmico compatíveis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução 
ao controle do órgão competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.
Art.172. “Os pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem depressões que 
prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais”.
Art.173. “As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a queda de 
pessoas ou de objetos”.
Art.174. “As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, coberturas 
e passagens dos locais de trabalho deverão obedecer às condições de segurança e de higiene 
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS40/197
do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em perfeito estado de 
conservação e limpeza”.
Seção VII - da iluminação
Art.175. “Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial, 
apropriada à natureza da atividade”.
1o A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar ofuscamento, 
reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
2o O Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos de iluminamento a serem observados.
Seção VIII - do conforto térmico
Art.176. “Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço 
realizado”.
Parágrafo único. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não preencha as 
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS41/197
condições de conforto térmico.
Art.177. “Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de instalações 
geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o trabalho em 
tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, 
de forma que os empregados fiquem protegidos contra as radiações térmicas”.
Art.178. “As condições de conforto térmicodos locais de trabalho devem ser mantidas dentro dos 
limites fixados pelo Ministério do Trabalho”.
Seção IX - das instalações elétricas
Art.179. “O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas 
especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas, em qualquer das fases de 
produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia”.
Art.180. “Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar 
instalações elétricas”.
Art.181. “Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem estar 
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS42/197
familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico”.
Seção X - da movimentação, armazenagem e manuseio de materiais
Art.182. “O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre”:
I. as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de trabalho, os 
equipamentos a serem obrigatoriamente utilizados e as condições especiais a que estão 
sujeitas a operação e a manutenção desses equipamentos, inclusive exigências de pessoal 
habilitado;
II. as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem de materiais, inclusive quanto 
às condições de segurança e higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem e os 
equipamentos de proteção individual;
III. a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de transporte, 
dos avisos de proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à 
saúde das substâncias em movimentação ou em depósito, bem como das recomendações 
de primeiros socorros e de atendimento médico e símbolo de perigo, segundo padronização 
internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados:
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS43/197
IV. Parágrafo Único. As disposições relativas ao transporte de materiais aplicam-se, também, no 
que couber, ao transporte de pessoas nos locais de trabalho.
Art.183. “As pessoas que trabalharem na movimentação de materiais deverão estar 
familiarizados com os métodos racionais de levantamento de cargas”.
Seção XI - das máquinas e equipamentos
Art.184. “As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida 
e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, 
especialmente quanto ao risco de acionamento acidental”.
Parágrafo único. É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de máquinas e 
equipamentos que não atendam ao disposto neste artigo.
Art.185. “Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados com as máquinas 
paradas, salvo se o movimento for indispensável à realização do ajuste”.
Art.186. “O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e medidas 
de segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das 
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS44/197
partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas e equipamentos de grandes 
dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidas de proteção exigidas quando 
motorizadas ou elétricas”.
Seção XII - das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão
Art.187. “As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão deverão 
dispor de válvulas e outros dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão 
interna de trabalho compatível com a sua resistência. Parágrafo único. O Ministério do Trabalho 
expedirá normas complementares quanto à segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob 
pressão, especialmente quanto ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e 
outros meios de eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou 
equipamentos necessários à execução segura das tarefas de cada empregado”.
Art.188. “As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por 
engenheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade com 
as instruções que, para esse fim, forem expedidas”.
1o Toda caldeira será acompanhada de “Prontuário”, com documentação original do fabricante, 
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS45/197
abrangendo, no mínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes realizados 
durante a fabricação e a montagem, características funcionais e a pressão máxima de trabalho 
permitida (PMTP), esta última indicada, em local visível, na própria caldeira.
2o O proprietário de caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar, quando exigido 
pela autoridade competente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas, sistematicamente, 
as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer outras ocorrências.
3o Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão deverão ser submetidos 
à aprovação prévia do órgão regional competente em matéria de segurança do trabalho.
Seção XIII - das atividades insalubres ou perigosas
Art.189. “Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, 
condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima 
dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de 
exposição aos seus efeitos”.
Art.190. “O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e 
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS46/197
adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância 
aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses 
agentes”.
Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo 
do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alergênicos ou 
incômodos.
Art.191. “A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá”:
I. com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de 
tolerância;
II. com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a 
intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, 
notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste 
artigo.
Art.192. “O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância 
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente 
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS47/197
de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da 
região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo”.
Art.193. “São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação 
aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, 
impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco 
acentuado”.
1o O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% 
(trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou 
participações nos lucros da empresa.
2o O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura Ihe seja devido.
Art.194 “O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com 
a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas 
expedidas pelo Ministério do Trabalho”.
Art.195. “A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as 
normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou 
Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.”
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS48/197
1o É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionaisinteressadas requererem 
ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o 
objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas.
2o Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em 
favor de grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não 
houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.
3o O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do 
Trabalho, nem a realização ex-offício da perícia.
Art.196. “Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou 
periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros 
aprovados pelo Ministério do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11.”
Art.197. “Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais 
de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, 
recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente, segundo a 
padronização internacional”.
Parágrafo único. Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste artigo 
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS49/197
afixarão, nos setores de trabalho atingidos, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos 
materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde.
Seção XIV - da prevenção da fadiga
Art.198. “É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover 
individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da 
mulher.”
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de material feita 
por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos 
mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, que evitem 
sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas forças.
Art.199. “Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao 
trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa 
exija que trabalhe sentado.”
Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão à sua 
disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS50/197
Seção XV - das outras medidas especiais de proteção
Art.200. “Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de 
que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, 
especialmente sobre:”
I. medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em obras de 
construção, demolição ou reparos;
II. depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem como 
trânsito e permanência nas áreas respectivas;
III. trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção de 
explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e 
facilidades de rápida saída dos empregados;
IV. proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao 
especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros 
anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas 
e protegidas, com suficiente sinalização;
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS51/197
V. proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, 
com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento e profilaxia de endemias;
VI. proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e não 
ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, 
com especificação das medidas cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos, 
limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos 
sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade, controle 
permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que se façam necessárias;
VII. “higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações sanitárias, 
com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou 
condições de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água potável, condições de 
limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução, tratamento de resíduos industriais”
VIII. Emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo.
Parágrafo único. Tratando-se de radiações ionizastes e explosivos, as normas a que se referem este 
artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico.
Essa legislação das normas regulamentadoras do SUS foi adquirida pela CLT 154 à 200. Segue o 
link para o endereço: <http://www.sato.adm.br/CLT/clt_art_158.htm>.
http://www.sato.adm.br/CLT/clt_art_158.htm
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS52/197
Glossário
NR: Normas Regulamentadoras.
Incolumidade Psicossomática: problemas de saúde de ordem psíquica e que se manifesta de 
maneira orgânica (somática).
Inversamente proporcional: quando se têm duas variáveis que se alternam, ou seja, quando 
uma variável aumenta a outra tende a reduzir e vice-versa.
Questão
reflexão
?
para
53/197
Posto as normas regulamentadoras do SUS, o que 
estudante pode refletir sobre a importância das 
lutas sindicais na consolidação desse processo de 
consolidação da segurança de trabalho?
54/197
Considerações Finais
 » O texto apresentou o conceito do que são normas regulamentadoras.
 » O capítulo mostrou ao estudante a lei que rege essas normas e que se encontra na 
CLT. Além disso, foi conceituado o que é CLT
 » Os processos históricos de 1977, através das lutas sindicais tiveram um impacto 
positivo sobre o entendimento e mudanças a respeito da saúde do trabalho.
 » Os respectivos artigos foram apresentados.
Unidade 2 • Normas Regulamentadoras do SUS55/197
Referências 
Lacaz, F.A. O campo Saúde do Trabalhador: resgatando conhecimentos e práticas sobre as 
relações trabalho-saúde. Cad. Saúde Pública. v. 23, n. 4, p.757-766, 2007.
CLT. http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L6514.htm. Presidência da República, casa civil, 
1977.
Pierantoni, CR.; Varella, TC.; França, T.. Recursos humanos e gestão do trabalho em saúde:da 
teoria para a prática. Observatório de Recursos Humanos em Saúde no Brasil. Estudos e Análises. v. 
2, p.51-80, 2006
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L6514.htm
56/197
1. Quais das opções abaixo definem o que são Normas regulamentadoras?
a) São regras de trabalho.
b) São os conjuntos de requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do 
trabalho, de observância obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo
c) São normas de higiene
d) São regulamentações do trabalho
e) São procedimentos relativos aos setores públicos-privados.
Questão 1
57/197
2. Qual a mudança significativa no conceito de segurança do trabalho após 
1977?
a) Após essa lei, a denominação da segurança em trabalho muda e passa a ser segurança e 
medicina do trabalho.
b) Não ocorreram mudanças nenhuma a relação de trabalho continua sem mudança
c) Não ocorreu nenhuma mudança e o trabalho continua sendo realizado sem nenhum 
direito aos trabalhadores
d) Mudou tudo sem necessidade de lutas sociais
e) Mesmo com as reinvindicações dos sindicalistas do século XVIII, não ocorreram mudanças 
favoráveis aos trabalhadores e não ocorreram mudanças na lógica de segurança do trabalho.
Questão 2
58/197
3. Como se pode entender segurança do trabalho?
a) Ter mais polícia no ambiente de trabalho.
b) Ter mais controle aos trabalhadores paraque estes se sintam mais seguros.
c) Ausência de risco da incolumidade psicossomática do trabalhador.
d) Não existir acidentes físicos ao trabalhador, mesmo que sua situação psicológica esteja 
desgastada no trabalho.
e) Sentir-se bem emocionalmente, mas trabalhar em condições sem proteção e nenhum 
amparo.
Questão 3
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4. Nas disposições gerais o artigo 155 da CLT, inciso II está escrito: 
“Coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais 
atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em 
todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de 
Acidentes do Trabalho”. O que isso significa?
a) Regular todos os aspectos da fiscalização no município
b) Fazer propaganda em território nacional
c) Regular os aspectos da fiscalização no estado
d) Regular todos os aspectos da Fiscalização no país incluindo as campanhas
e) Não regular nada, em termos de fiscalização e se voltar, apenas, às campanhas.
Questão 4
60/197
5. Na seção da prevenção da fadiga, o artigo 199 diz: “Será obrigatória a 
colocação de assentos que assegurem postura correta ao trabalhador, ca-
pazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução 
da tarefa exija que trabalhe sentado.” Isso significa:
a) Que todos os trabalhadores serão obrigados a realizarem suas funções em pé
b) Que todos os trabalhadores terão que ter assentos confortáveis.
c) Que aquele trabalhador que realiza suas funções sentado, tenha assentos confortáveis e 
evite, assim, as posições incômodas
d) Que os contratantes sejam obrigados a disponibilizar os assentos aos trabalhadores que 
exercem suas funções sentados e que estes assentos sejam confortáveis e evitem problemas de 
postura e ergonometria
e) Que os trabalhadores não devem sentar.
Questão 5
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Gabarito
1. Resposta: B.
Normas podem ser entendidas como 
um conjunto de requisitos. Nesse caso, 
os requisitos seriam, exatamente, para 
exercer o trabalho de forma mais segura 
possível. Logo, a opção é a resposta B. São 
os conjuntos de requisitos e procedimentos 
relativos à segurança e medicina do 
trabalho, de observância obrigatória às 
empresas privadas, públicas e órgãos do 
governo.
2. Resposta: A.
O conceito de segurança de trabalho, antes 
de 1977 estava vinculado apenas à questão 
de higiene. Logo, após esse período, o 
conceito muda e as expressões segurança e 
medicina do trabalho torna-se usada.
3. Resposta: C.
A segurança do trabalho não pode ser 
entendida apenas enquanto segurança 
orgânica, somática, mas enquanto 
segurança psíquica, emocional.
4. Resposta: D.
O inciso II do artigo 155 da CLT coloca 
como função do governo federal, nos casos 
de disposição geral para a CLT que essa 
esfera pública deve regular a fiscalização 
das demais atividades relacionadas 
à segurança e medicina do trabalho, 
incluindo campanhas nacionais.
62/197
5. Resposta: D.
No artigo 199 da CLT obriga os 
contratantes oferecerem assentos 
confortáveis e viáveis ergonometricamente 
aos trabalhadores que irão exercer suas 
funções sentados.
Gabarito
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Unidade 3
A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde.
Objetivos
 » Este tópico visa apresentar ao aluno a estrutura do serviço 
Municipal de Saúde;
 » Apresentar ao aluno o conceito do que é Rede de Atenção e sua 
importância para o entendimento dessa estrutura dos serviços;
 » Apresentar faz normas que regem essa estruturação do serviço.
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde64/197
Introdução
Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais deliberadas às necessidades da saúde 
da população. Portanto, para discutir a estrutura/organização dos serviços de saúde, seja no 
âmbito nacional, estadual e municipal (este último será nosso foco), é necessário começar 
por analisar que necessidades de saúde se expressam na população brasileira em cada região. 
Cabe fazer a ressalva de que a situação da saúde dos brasileiros é analisada nos aspectos 
epidemiológicos e demográficos (Mendes, 2011).
Para saber mais
Saiba mais em: <https://conasss.com.br/br/node/170>
Ao analisar a população brasileira sob a perspectiva demográfica, nota-se um crescimento 
exponencial de sua população, embora tenha ocorrido uma baixa da fecundidade. Esse 
crescimento se justifica pela taxa de fecundidade anterior. O percentual, nesse sentido, de 
pessoas idosas está elevando-se e a taxa de 2,7% em 1960 aumentou para 5.4% em 2000 e 
alcançará 19% em 2050 (Brito, 2007). Esse dado de aumento no envelhecimento faz perceber 
a necessidade, por exemplo, de um melhor incremento nos serviços de saúde para o idoso, 
ou seja, melhorar o incremento relativo às condições crônicas, pelo fato dessas condições 
https://conasss.com.br/br/node/170
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde65/197
afetarem em uma taxa maior esses 
indivíduos.
mais usuais de doenças, chamadas 
doenças transmissíveis e de agravos não 
transmissíveis (Mendes, 2011). Essas 
perspectivas de análises são cruciais 
para começarmos a compreender 
como se estrutura o Serviço Municipal 
de Saúde, tendo em vista que essa 
estrutura depende, diretamente, das 
predominâncias das doenças que afligem 
a população. Uma das principais razões 
disso vem no sentido dessa estrutura 
depender especificadamente das atenções 
primárias, secundárias e terciárias da 
saúde. Essas atenções formam uma rede 
e é, exatamente, essa rede que rompe 
com a lógica fragmentada da atenção de 
saúde. Portanto, essa rede de atenção à 
saúde objetiva a promoção de integração 
Link
<http://www.rets.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/o_
territorio_da_saude_a_organizacao.pdf>
O Brasil
A epidemiológica, o Brasil vivencia 
uma espécie de transição singular, 
diferente da transição clássica dos 
países desenvolvidos. Para essa análise 
epidemiológica, considera-se o conceito 
de condições de saúde, agudas e crônicas, 
que se diferenciam das topologias 
http://www.rets.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/o_territorio_da_saude_a_organizacao.pdf
http://www.rets.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/o_territorio_da_saude_a_organizacao.pdf
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde66/197
sistêmica, de ações e serviços de saúde 
com previsão de atenção contínua, 
integral, de qualidade, responsável e 
humanizada, bem como incrementar 
o desempenho do sistema em termos 
de acesso, equidade, eficácia clínica e 
sanitária, e eficiência econômica.
Portanto, essas perspectivas ajudam a 
compreender como os sistemas de saúde 
se estruturam, organizam-se em níveis de 
atenção: primário, secundário e terciário. 
Essa organização, por níveis de atenção, 
leva-se em conta, pelo menos, três 
elementos:
a. Tecnologia Material disponível 
(máquinas e equipamentos de 
diagnóstico e terapêutica)
b. Capacitação de pessoal (tempo de 
formação de cada curso, gasto do 
poder público para formação dessas 
pessoas)
c. Perfil de morbidade da população 
alvo do sistema (doenças mais 
frequentes nesta população).
O nível primário pode ser entendido como 
aquele em que estão os equipamentos com 
menor grau de incorporação tecnológica 
do sistema (os equipamentos de geração 
tecnológica mais antiga). No que tange a 
capacitação pessoal para esse nível, exige 
a necessidade de uma formação geral e 
abrangente. Essa formação permite que 
possa atender os eventos mais prevalentes 
na população e no caso dos médicos são os 
médicos da família e os clínicos gerais.
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde67/197
O nível secundário é aquele que estão os 
equipamentos com grau intermediários 
de inovação tecnológica. A capacitação 
de pessoal para esse nível situa-se em 
áreas especializadas e originárias e é, 
particularmente, ação de médicos. Em 
suma: os serviços de atenção secundária 
devem estar aparelhados com pessoal e 
equipamentos para atender às situações 
que foram encaminhadas pelo nível 
primário.
O nível terciário constitui aquele, o qual 
tem equipamentos de alto graude 
incorporação tecnológica, aqueles de 
última geração e, portanto, os mais caros. 
Por conta desse tipo de especificidade, 
a formação geral tem que ser bem 
especializada e mais intensiva, no caso 
médicos em áreas superespecializadas. 
Em suma: o nível terciário deve estar 
aparelhado para atender a situações 
que o nível secundário não conseguiu 
resolver e eventos mais raros ou aqueles 
que demandam assistência deste nível do 
sistema.
Para que os resultados sejam positivos, é 
necessário que a organização do sistema 
de saúde (estrutura desses serviços) exija 
que um determinado número de pessoas se 
vincule a um determinado serviço (unidade 
básica, ambulatório de especialidade, 
hospital) – a adscrição de clientela – e 
uma distribuição homogênea de serviços 
para garantir que as pessoas possam 
ser atendidas em suas necessidades 
assistenciais. Em outras palavras, a escala 
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde68/197
de distribuição de serviços, ou seja, os 
serviços de atenção primária devem estar 
preparados para atender até 20.000 de 
habitantes, para cada grupo de serviços 
de atenção primária (um certo número 
de unidades básicas). Adicionalmente, 
deve-se existir um serviço secundário de 
referência (ambulatórios de especialidades 
e hospitais gerais) e da mesma forma para 
cada conjunto de serviços de atenção 
secundária (grupo de hospitais) deve haver 
hospital e ambulatórios especializados 
de referência. Nesse contexto, nota-
se que o hospital geral é destinado 
a prestação de atendimentos nas 
especialidades básicas, por especialistas 
e/ou outras especialidades médicas. No 
entanto, o hospital dia é especializado 
no atendimento de curta duração com 
caráter intermediário entre a assistência 
ambulatorial e a internação. Por fim, tem-
se o hospital especializado, destinado 
a prestação de assistência à saúde em 
uma única especialidade/área. Pode-se, 
portanto, dispor de serviços de urgência/
emergência.
Pode-se concluir, portanto, que os 
sistemas de saúde são construções dos 
povos de cada país, geralmente sobre 
a responsabilidade do Estado com o 
objetivo de garantir à população os meios 
necessários para manter e recuperar a 
saúde. São financiados, majoritariamente, 
por fundos públicos e possuem redes de 
serviços para ações individuais e coletivas. 
No geral, o sistema de saúde brasileiro é 
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde69/197
constituído por dois tipos diferentes de 
sistemas, a saber:
1º) Governamental – SUS
2º) Privado – Sistema Supletivo de 
Assistência Médica (SSAM).
Nesse quadro geral, pode-se perceber 
que embora o SUS esteja previsto para 
ser um sistema universal, apenas 75% da 
população depende exclusivamente dele, 
pois os outros 25% são também cobertos 
pelo SSAM. O financiamento do SUS 
conta com recursos do governo federal, 
estadual e municipal que se denomina 
financiamento solidário. Além dessa 
forma de financiamento, o SUS possui 
diversos tipos de serviços que formam duas 
redes:
a. Rede Própria: é integrada pelos 
serviços pertencentes ao governo 
federal, estadual e municipal;
b. Rede Contratada: composta por 
serviços privados que atendem aos 
usuários do SUS.
A rede federal própria é bem diminuta, 
restringindo-se a alguns serviços de 
referência para todo país, como serviços 
de ortopedia prestados, por exemplo, pela 
fundação Sarah e o do Instituto Nacional 
do Câncer (INCA). A rede estadual própria 
é bastante variada em cada estado 
em relação ao tipo de serviços, mas 
geralmente é constituída por hospitais 
especializados (hospitais terciários) que 
são referências de determinadas regiões 
do Estado; alguns hospitais secundários 
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde70/197
(hospitais gerais) e por ambulatórios 
de especialidades. No que tange ao 
município, ou seja, no aspecto municipal 
esses serviços são, também, variáveis 
em cada município, principalmente 
segundo o tamanho dos municípios. Estes 
apresentam uma maior regularidade 
pela presença de Unidades Básicas de 
Saúde (UBS) e ou Centros de Saúde e, em 
municípios de maior porte populacional, é 
complementada por hospitais secundários 
(hospitais gerais).
Essas unidades Básicas de Saúde contêm 
níveis de complexidade também. O Pronto 
atendimento (PA) usado para casos de 
baixa e média complexidade funcionam 24 
horas e são estruturas de complexidade 
intermediária entre as UBS e as portas de 
Urgência Hospitalares. Adicionalmente a 
esta unidade, têm-se os prontos socorros 
(PS) que são destinados a pacientes com ou 
sem risco de morte e, no qual os agravos 
de alta complexidade necessitam de 
atendimento imediato e, pode-se ter ou 
não internação. Nessa divisão, encontra-se 
a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), 
estruturas de complexidade intermediária 
entre a UBS e as portas de urgência 
hospitalares. Estas são integrantes do 
componente pré-hospitalar fixo.
Dentre os serviços, existem aqueles que 
têm inúmeras características distintas. 
Esses serviços podem ser classificados e 
denominados de:
SAMU – Serviço Móvel de Emergência. 
Realiza atendimentos de Urgência/
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde71/197
Emergência em qualquer lugar, pois 
possuem veículos de salvamentos como: 
ambulâncias, motolâncias, e helicóptero.
AMA – Assistência Médica Ambulatorial. 
Esse setor otimiza o atendimento dos 
PAs, promove a humanização por meio 
do acolhimento resolutivo, qualificar a 
captação do portador de doenças crônicas, 
e viabilizar a contra referência para UBS e/
ou ESF.
AME – Ambulatório Médico de 
Especialidades. Esses serviços são centros 
ambulatoriais de diagnóstico e orientação 
terapêutica de alta resolutividade em 
especialidades médicas, com ênfase nas 
necessidades da rede básica.
NIR – Núcleo Integrado de Reabilitação. 
Núcleo voltado para o atendimento 
a pessoas com deficiência. Realizam 
ações de reabilitação, prevenção de 
deficiências secundárias, orientação 
familiar, prescrição, acompanhamento 
e encaminhamento para fornecimento 
de órteses e de meios auxiliares de 
locomoção.
NASF – Núcleo de Apoio a Saúde da 
Família. É constituído de uma equipe 
multiprofissional que apoia as equipes 
de saúde da família na busca por 
resoluções mais efetivas à complexidade 
dos problemas de saúde encontrados no 
território.
NISA – Núcleo Integrado de Saúde 
Auditiva. Esse serviço realiza diagnóstico, 
fornecimento e adaptação de aparelhos 
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde72/197
auditivos acompanhamentos e reabilitação
CEO – Centro de Especialidades 
Odontológicas. Realizam diagnóstico 
bucal, periodontia especializadas, 
cirurgia oral, endodontia e atendimento a 
portadores especiais.
CECCO – Centro de Convivência 
Cooperativa. São unidades de saúde 
não assistencial, que têm como objetivo 
promover a reinserção social e a integração 
no mercado de trabalho de pessoas que 
apresentam transtornos mentais, pessoas 
com deficiências físicas, idosos, crianças, 
adolescentes em situação de risco social e 
pessoal.
SAE – Serviço de Assistência 
Especializada em HIV/AIDS. Serviços 
ambulatoriais que realizam ações de 
assistência, prevenção e tratamento às 
pessoas vivendo com HIV ou AIDS.
UAD – Unidade de Atendimento 
Domiciliar. Equipe multidisciplinar que 
garante atendimento ao domicílio.
CTA – Centros de Testagem e 
Aconselhamento. São serviços de saúde 
que realizam ações de diagnósticos e 
prevenção de doenças sexualmente 
transmissíveis. Nesses serviços, é possível 
realizar testes para HIV, sífilis e hepatite B e 
C.
Mesmo diante de tanto serviço e diante 
dessa estrutura singular do sistema de 
saúde, deve-se levar em consideração 
que, de uma forma geral, a capacidade de 
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde73/197
atendimento da rede de serviço do SUS 
é muito insuficiente diante a demanda 
populacional e isso provoca filas para 
acesso à utilização de vários dos serviços 
oferecidos.
Adicionalmente aisso e fazendo uma 
retrospectiva histórica, em um sentido 
mais amplo, pode-se perceber que a partir 
das definições legais estabelecidas pela 
Constituição Federal de 1988 e da Lei 
Orgânica da Saúde e que iniciou o processo 
de implantação do Sistema Único de 
Saúde, ocorreu de uma forma negociada 
com as representações dos Secretários 
Estaduais e Municipais de Saúde.
Esse processo tem sido orientado pelas 
Normas Operacionais do SUS, instituídas 
por meio de portarias ministeriais, 
definindo assim as competências de 
cada esfera de governo e as condições 
necessárias para que Estados e Municípios 
possam assumir as novas posições no 
processo de implantação do SUS. O 
conteúdo dessas portarias é definido de 
forma compartilhada entre o Ministério e 
os representantes do Conselho Nacional 
de Secretários de Saúde (CONASS) e 
do Conselho Nacional de Secretários 
Municipais de Saúde (CONASEMS).
Desde o início do processo, foram 
publicadas três Normas Operacionais 
Básicas (NOB/SUS 01/91, NOB/SUS 
01/93 e NOB/SUS 01/96). Em 2001, foi 
publicada a primeira Norma Operacional 
da Assistência a Saúde (NOAS/SUS 01/01), 
que foi revista e publicada em 2002, a qual 
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde74/197
se encontra atualmente em vigor (NOAS/
SUS 01/02).
A Norma Operacional Básica tem por 
finalidade primordial promover e consolidar 
o pleno exercício, por parte do poder 
público municipal e do Distrito Federal, da 
função de gestor da atenção à saúde dos 
seus munícipes (Artigo 30, incisos V e VII, 
e Artigo 32, Parágrafo 1º, da Constituição 
Federal), com a consequente redefinição 
das responsabilidades dos Estados, do 
Distrito Federal e da União, avançando na 
consolidação dos princípios do SUS.
 Isso implica aperfeiçoar a gestão dos 
serviços de saúde no país e a própria 
organização do Sistema, visto que 
o município passa a ser, de fato, o 
responsável imediato pelo atendimento 
das necessidades e demandas de saúde do 
seu povo e das exigências de intervenções 
saneadoras em seu território.
A totalidade das ações e de serviços de 
atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve 
ser desenvolvida em um conjunto de 
estabelecimentos, voltado ao atendimento 
integral de sua própria população e 
inserido de forma indissociável no SUS, em 
suas abrangências estadual e nacional.
 Isso significa dizer que, 
independentemente da gerência dos 
estabelecimentos prestadores de serviços 
ser estatal ou privada, a gestão de todo o 
sistema municipal é, necessariamente, da 
competência do poder público e exclusiva 
desta esfera de governo.
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde75/197
Glossário
Adscrição: acréscimo, aditamento que se faz a algo escrito.
Periodontia: tratamento que visa à cura de processos inflamatórios e infecciosos da gengiva.
Indissociável: inseparável.
Questão
reflexão
?
para
76/197
Posto a estruturação dos serviços de saúde, o que o 
aluno entende dessa inter-relação entre os níveis de 
atenção com os princípios e diretrizes do SUS?
77/197
Considerações Finais
 » O sistema de atenção são respostas sociais deliberadas às necessidades 
da saúde.
 » A estruturação do serviço de saúde depende da característica 
demográfica e epidemiológica.
 » Os diferentes tipos de lógica do financiamento do SUS interferem 
negativamente na consolidação de seus princípios e diretrizes.
 » Capacidade de atendimento, mesmo com muitos serviços, é diminuta, o 
que leva a ter filas muito grande de espera.
Unidade 3 • A Estrutura do Serviço Municipal de Saúde78/197
Referências 
Mendes, EV.. As redes de atenção à saúde. Ciência & Saúde coletiva. v. 15, n. 5, p.2297-2305, 
2010.
Merthy, E.E.; Queiroz, MS. Saúde Pública, Rede Básica e o Sistema de Saúde Brasileiro. Cad. 
Saúde Públ, v.9, n.2, p.177-184, 1993.
79/197
1. Das alternativas abaixo, o que melhor define sistema de atenção à saúde?
a) São conjuntos de medidas de intervenção no processo doença-saúde
b) Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais deliberadas às necessidades da 
saúde da população
c) São espaços para manutenção da saúde
d) É uma lógica de manutenção da saúde e prevenção de doenças
e) É o conjunto de resposta às necessidades da saúde da população sem se preocupar com o 
ensejo social.
Questão 1
80/197
2. Quais são os critérios que devemos analisar para discutir a estrutura/or-
ganização dos serviços de saúde?
a) Realizar apenas análises demográficas
b) Realizar apenas análises epidemiológicas
c) Deve-se analisar critérios epidemiológicos e demográficos
d) Deve-se fazer um estudo apenas do perfil de prevalência da doença comum, sem 
considerar outras variáveis
e) Deve-se observar quais são os aspectos tecnológicos possíveis no município.
Questão 2
81/197
3. Quais são os três elementos que se deve levar em conta para os níveis de 
atenção?
a) tecnologia, capacitação e perfil de morbidade
b) Tamanho do território, Epidemiologia e tecnologia
c) Perfil de Morbidade, Epidemiologia e atenção primária
d) Tecnologia, Tamanho de território e capacitação profissional
e) Capacitação profissional, epidemiologia e tecnologia.
Questão 3
82/197
4. Quais são os níveis de atenção?
a) Atenção primária e secundária;
b) Atenção principal e básica;
c) Atenção domiciliar e hospitalar;
d) Atenção primária, secundária e terciária;
e) Atenção básica, específica e ampla;
Questão 4
83/197
5. Qual o tipo de atenção que tem equipamentos de alto grau de 
incorporação tecnológica?
a) Primário
b) Secundário
c) Terciário
d) Básico
e) Amplo.
Questão 5
84/197
Gabarito
1. Resposta: B.
O sistema de atenção à saúde confere 
respostas. Essas respostas devem abranger 
as questões, não apenas, fisiopatológicas, 
mas sociais. Tendo em vista o princípio da 
Universalidade do SUS. 
2. Resposta: C. 
Deve-se analisar, para estruturar e 
organizar os níveis de saúde da população, 
os componentes epidemiológicos e 
demográficos para que, com isso, a 
estruturação e organização sejam 
realizadas de forma ideal.
3. Resposta: A.
Deve-se levar em consideração 3 
elementos para os níveis de atenção, 
seguindo a grau de tecnologia, a 
capacitação, em termos de tempo do 
profissional e o perfil de morbidade da 
própria doença (Epidemiologia).
4. Resposta: D.
Os níveis de atenção seria a atenção 
primária, secundária e terciária. Ambas se 
complementam e, portanto, os serviços vão 
se especializando cada vez mais.
85/197
5. Resposta: C.
É o nível terciário, pois esse é o mais 
específico de todos e, por isso, o mais 
complexo em termos de tecnologia.
Gabarito
86/197
Unidade 4
Composição e Atuação da equipe de Saúde da Família
Objetivos
 » Este tópico visa apresentar ao aluno a 
composição e atuação da equipe de Saúde da 
Família;
 » Apresentar ao aluno o funcionamento das Redes 
de Atenção para ajudá-lo a compreender de 
forma crítica-reflexiva a composição e atuação de 
toda a equipe de saúde da família;
 » Apresentar a importância do estudo demográfico 
e epidemiológico para estabelecer com maior 
eficácia estratégias e planos para consolidação 
da saúde da família.
Unidade 4 • Composição e Atuação da equipe de Saúde da Família87/197
Introdução
Como foi comentado no capítulo anterior, para que toda a estrutura dos serviços de saúde 
pública possa funcionar de forma eficiente e adequada às necessidades dos usuários de 
forma coordenada, é necessário criar estratégias que permitam criar múltiplas respostas para 
enfrentar a relação saúde-doença da população. Dentre essas estratégias, como foi abordado 
no capítulo anterior, a formação de redes é crucial para esse funcionamento. As Redes de 
Atenção à Saúde (RAS) é, justamente, esse arranjo organizativo formado pelos equipamentos e 
conjunto de serviços de saúde em um determinado território geográfico. Segundo o Ministério 
da saúde (Brasil, 2009b; 2011), essas redes são responsáveis não apenas pela oferta dos 
serviços, mas pela comunicação entre esses permitindo, com

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