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DIMENSIONAMENTO SEGUNDO A NBR-8800 Combinações de Ações Disciplina: Estruturas de Aço Prof. MSc. Igor Lima TIPOS DE AÇOS ESTRUTURAIS • Segundo a composição química, os aços utilizados em estruturas são divididos em dois grupos: aços-carbono e aços de baixa liga. Os dois tipos podem receber tratamentos térmicos que modificam suas propriedades mecânicas. TIPOS DE AÇOS ESTRUTURAIS • O aço-carbono é o aço mais empregado nas construções, e o aumento da sua resistência é obtido, principalmente, através do acréscimo de carbono em relação ao ferro puro. Este acréscimo de carbono na composição do aço, conforme anteriormente mencionado, implica em algumas modificações em suas propriedades, como a redução da sua ductilidade, dificultando a soldagem. TIPOS DE AÇOS ESTRUTURAIS • Os aços de baixa liga são aços-carbono acrescidos de elementos de liga (Nióbio, Manganês, Cobre, Silício, etc.) em pequenas quantidades, com teor de carbono da ordem 0,20%. Estas adições garantem ao aço a elevação da sua resistência mecânica, permitindo ainda, uma boa soldabilidade. PROPRIEDADES MECÂNICAS Constantes Físicas • Módulo de Elasticidade: E = 205000 MPa • Coeficiente de Poisson: n = 0,3 • Coeficiente de Dilatação Térmica: b = 12 x 10-6 °C-1 • Peso Específico: ɣa = 77 kN/m³ Normas • Dimensionamento de Estruturas de Aço com Perfis Formados a Frio segundo a ABNT NBR14762/2010 • Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios segundo a ABNT NBR8800/2008 • A norma brasileira faz as seguintes caracterizações quanto aos estados limites: "estados a partir dos quais a estrutura apresenta desempenhos inadequados às finalidades da construção". Estados Limites • O estado limite último determina a paralisação parcial ou total da estrutura, em função de deficiências relativas a: a) perda de equilíbrio b) ruptura ou deformação plástica; c) transformação da estrutura em sistema hipostático; d) instabilidade por deformação e) instabilidade dinâmica (ressonância). Estados Limites Estado limite último Estados Limites • O estado limite de utilização representa situações de comprometimento da durabilidade da construção ou o não respeito da condição de uso desejada, devido a: Estados Limites a) Danos estruturais localizados que comprometem a estética ou a durabilidade da estrutura − fissuração; b) Deformações excessivas que afetem a utilização normal da construção ou o seu aspecto estético − flechas; c) Vibrações excessivas que causem desconforto a pessoas ou danos a equipamentos sensíveis • As ações são classificadas pela norma como as causas que produzem esforços e deformações nas estruturas, de acordo com a seguinte definição: • Permanentes: pequenas variações • Variáveis: variação significativa • Excepcionais: duração extremamente curta e baixa probabilidade de ocorrência; Ações Método dos Estados Limites Fórmula 01 Q1 – ação variável básica; Qj – demais ações variáveis; ɣqj – coeficiente de majoração de cargas variáveis; ψ0 - fator de combinação; G – ações permanentes; ɣg – coeficiente de majoração de cargas permanentes; E – ações excepcionais. De acordo com a NBR 8800/08 [3], as combinações de cargas normais e aquelas referentes a situações provisórias de construção podem ser dadas por: As ações excepcionais (E), tais como explosões, choques de veículos, efeitos sísmicos etc., são combinadas com outras ações de acordo com a equação: Fórmula 02 Ações Ações MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES Exemplos • Calcular os esforços solicitantes críticos na Treliça abaixo: Peso Próprio Sobrecarga Vento A B C D Exemplo A O esforço normal em um elemento de uma treliça de aço de um edifício comercial assume os seguintes valores, para diferentes ações consideradas: EXERCÍCIOS Supondo-se que não sabemos qual a ação variável preponderante, obtém- se as seguintes combinações de ações (últimas normais): Exemplo B Uma viga de edifício comercial está sujeita a momentos fletores oriundos de diferentes cargas: • peso próprio de estrutura metálica Mg1 = 10 kNm • peso de outros componentes não-metálicos permanentes Mg2 = 50 kNm • ocupação da estrutura Mq = 30 kNm • vento Mv = 20 kNm Calcular o momento fletor solicitante de projeto Md. EXERCÍCIOS Onde: - peso próprio de estrutura metálica : ɣg = 1,25 (1,0) - peso de outros componentes não-metálicos permanentes moldados em loco: ɣg = 1,35 (1,0) - ocupação da estrutura: ɣq =1,5 e ψ0 = 0,7 - vento: ɣq =1,4 e ψ0 = 0,6 Resolução B As solicitações Mg1 e Mg2 são permanentes e devem figurar em todas as combinações de esforços. As solicitações Mq e Mv são variáveis e devem ser consideradas, uma de cada vez, como dominantes nas combinações. Têm-se então as seguintes combinações: 1,25 Mg1 + 1,35 Mg2 + 1,5 Mq + 1,4 x 0,6 Mv • (1,25x10)+(1,35x50)+(1,5x30)+(1,4x0,6x20) = 141,80 kNm 1,25 Mg1 + 1,35 Mg2 + 1,4 Mv + 1,5 x 0,7 Mq • (1,25x10)+(1,35x50)+(1,4x20)+(1,5x0,7x30) = 139,5 kNm O momento fletor solicitante de projeto é então Md = 141,8 kNm. EXERCÍCIOS Exemplo C Uma viga de edifício comercial está sujeita a esforços oriundos de diferentes cargas: • peso próprio de estrutura metálica Mg1 = 50 kN • peso de outros componentes não-metálicos permanentes Mg2 = 30 kN • Sobrecarga 01 Mq = 35 kN • Sobrecarga 02 Mq = 45 kN • vento Mv = 15 kN Calcular o esforço solicitante de projeto Rd. EXERCÍCIOS Onde: - peso próprio de estrutura metálica : ɣg = 1,25 (1,0) - peso de outros componentes não-metálicos permanentes: ɣg = 1,5 (1,0) - Sobrecarga 01: ɣq =1,5 e ψ0 = 0,7 - Sobrecarga 02 : ɣq =1,3 e ψ0 = 0,7 - vento: ɣq =1,4 e ψ0 = 0,6 1 Comb = 1,25 x 50 + 1,5 x 30 + 1,5 x 35 + 1,3x0,7x45 + 1,4x0,6x15 = 213,55 kN 2 Comb = 1,25 x 50 + 1,5 x 30 + 1,3 x 45 + 1,5 x 35x0,7 + 1,4x0,6x15 = 215,35 kN 3 Comb = 1,25 x 50 + 1,5 x 30 + 1,4 x 15 + 1,5 x 35x0,7 + 1,3x0,7x45 = 206,20 kN Exemplo C Uma viga de edifício comercial está sujeita a esforços oriundos de diferentes cargas: • peso próprio de estrutura metálica Mg1 = 50 kN • peso de outros componentes não-metálicos permanentes Mg2 = 30 kN • Sobrecarga 01 Mq = 35 kN • Sobrecarga 02 Mq = 45 kN • vento Mv = 15 kN Calcular o esforço solicitante de projeto Rd. Onde: - peso próprio de estrutura metálica : ɣg = 1,25 (1,0) - peso de outros componentes não-metálicos permanentes: ɣg = 1,5 (1,0) - Sobrecarga 01: ɣq =1,5 e ψ0 = 0,7 - Sobrecarga 02 : ɣq =1,3 e ψ0 = 0,7 - vento: ɣq =1,4 e ψ0 = 0,6 Exemplo D Caso a carga permanente tivesse sinal contrário das variáveis: EXERCÍCIOS Surge uma nova combinação, pois uma ação variável pode sempre ser considerada não atuando. • Exemplo E - Determine, com base em combinações últimas normais, os valores extremos de carregamento de cálculo, para uma avaliação adequada do momento fletor no meio do vão da viga simplesmente apoiada apresentada na figura abaixo, considerando as seguintes ações (valores característicos nominais): Onde: • - g = 20kN/m (permanente): ɣg = 1,4 ou ɣg = 1,0 • - q1 = 15kN/m (sobrecarga): ɣq =1,5 e ψ0 = 0,7 • - q2 = 30kN/m (vento 1); ɣq =1,4 e ψ0 = 0,6 EXERCÍCIOS ...) 7m • Exemplo F EXERCÍCIOS • Exemplo G - A treliça da figura abaixo está submetida a ações F1=20kN (permanente, ɣg=1,25 ou ɣg=1,0); F2=40kN (sobrecarga 1, ɣq=1,5, ψ0=0,7); F3=50kN (sobrecarga 2, ɣq=1,2, ψ0=0,6) e F4=35kN (vento, ɣq=1,4, ψ0=0,6). Quando atuam, separadamente cada um dos grupos de ações Fi, as barras 2-4, 3-4 e 3-5 são solicitadas pelos valores apresentados na tabela abaixo (positivo= tração e negativo = compressão). Determinar, com base em combinações últimas normais, os valores extremos dos esforços normais atuantes nessas barras. EXERCÍCIOS BARRA F1 F2 F3 F4 2-4 3-4 3-5 3,214 F1 0,872 F1 -3,928 F1 0 0 F2 1,071 F3 0,872 F3 1,749 F3 -3,214 F4 -0,872 F4 3,928 F4 • Exemplo G • F1=20kN (permanente,ɣg=1,25 ou ɣg=1,0); • F2=40kN (sobrecarga 1, ɣq=1,5, ψ0=0,7); • F3=50kN (sobrecarga 2, ɣq=1,2, ψ0=0,6) e • F4=35kN (vento, ɣq=1,4, ψ0=0,6). EXERCÍCIOS BARRA PP SC 1 SC 2 VENTO 2-4 3-4 3-5 64,28 17,44 -78,56 0 0 40 53,55 43,60 87,48 -112,49 -30,52 137,48 BARRA 2-4 I 64,28*1,25 + 53,55*1,2 = 144,61 (T) II 64,28*1,0 - 112,49*1,4 = -93,21 (C) • Exemplo G • F1=20kN (permanente, ɣg=1,25 ou ɣg=1,0); • F2=40kN (sobrecarga 1, ɣq=1,5, ψ0=0,7); • F3=50kN (sobrecarga 2, ɣq=1,2, ψ0=0,6) e • F4=35kN (vento, ɣq=1,4, ψ0=0,6). EXERCÍCIOS BARRA PP SC 1 SC 2 VENTO 2-4 3-4 3-5 64,28 17,44 -78,56 0 0 40 53,55 43,60 87,48 -112,49 -30,52 137,48 BARRA 3-4 I 17,44*1,25 + 43,60*1,2 = 74,12 (T) II 17,44*1,00- 30,52*1,4 = -25,3 (C) • Exemplo G • F1=20kN (permanente, ɣg=1,25 ou ɣg=1,0); • F2=40kN (sobrecarga 1, ɣq=1,5, ψ0=0,7); • F3=50kN (sobrecarga 2, ɣq=1,2, ψ0=0,6) e • F4=35kN (vento, ɣq=1,4, ψ0=0,6). EXERCÍCIOS BARRA PP SC 1 SC 2 VENTO 2-4 3-4 3-5 64,28 17,44 -78,56 0 0 40 53,55 43,60 87,48 -112,49 -30,52 137,48 BARRA 3-5 I -78,56*1,0 + 40*1,5+ 87,48*1,2*0,6 + 137,48*1,4*0,6 = 159,89 (T) II -78,56*1,0 + 87,48*1,2 + 40*1,5*0,7 + 137,48*1,4*0,6 = 183,86 (T) III -78,56*1,0 + 137,48*1,4 + 40*1,5*0,7 +87,48*1,2*0,6 = 218,88 (T) IV -78,56*1,25 = -98,20 (C) Exercícios • Exemplo H – Determinar as cargas normais máximas atuantes nas barras da treliça abaixo: Tração(+) e Compressão(-) Ação Permanente Vento A B C E (ɣg=1,25 ou ɣg=1,0); (ɣq=1,5, ψ0=0,7). (ɣq=1,4, ψ0=0,6). C A B B E B A B D D Sobrecarga CHAVE: ABCDEFGHI Bibliografia ABNT NBR 14762, Dimensionamento de Estruturas de Aço com Perfis Formados a Frio, ABNT, Rio de Janeiro, 2010; ABNT NBR 8800, Projeto e Execução de Estruturas de Aço de Edifícios, ABNT, Rio de Janeiro, 2008; Ferreira, W. G., Dimensionamento de Elementos de Perfis da Aço Laminados e Soldados, Vitória, 2004; Rodrigues, G. J. O., Estruturas Metálicas – Notas de aula , Belo Horizonte, 2010; Pfeil, W. Pfeil, M., Estruturas de Aço, Ed. LTC, Rio de Janeiro, 2000; Pinheiro, A. C. F. B., Estruturas Metálicas, Ed. Edgard Blücher, São Paulo, 2001;
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