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Nome do curso Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS Unidade Acadêmica de Educação Continuada – UAEC Cursos de Pós-Graduação Unisinos EAD MBA em Controladoria e Finanças Todos os direitos reservados. UAEC EAD Coordenação Revisão Projeto gráfico Diagramação Colaboração 1ª edição Carmem Lisiane Escouto de Souza Andréia Ferreira Ramos da Silva Jozelina Silva da Silva Mendes Barbara Elisa Dapper Barbara Elisa Dapper Patrícia Silveira Trindade Saymon Luan Andres Daniela Ramos Cristiane Amaral 2015 [DIEHL, Carlos Alberto Gestão Estratégica de Custos / Carlos Alberto Diehl]. São Leopoldo: Unidade Acadêmica de Educação Continuada – UNISINOS, 2015. SUMÁRIO PARTE I - AS MUDANÇAS AMBIENTAIS E A GESTÃO ESTRATÉGICA: DESAFIOS NA FORMA DE VER CUSTOS 5 1 O AMBIENTE E A ESTRATÉGIA ..................................... 5 1.1 Conceitos em Custos ................................................ 8 1.2 Gestão Estratégica de Custos ................................. 11 2 ANÁLISE DE POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO ....... 13 2.1 Liderança em Custos e GEC .................................... 14 2.2 Diferenciação e GEC ............................................... 16 2.3 Enfoque e GEC ........................................................ 18 REFERÊNCIAS ............................................................... 21 PARTE II __________________________________ 22 1 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR ................................ 22 1.1 Análise da Cadeia de Valor ..................................... 24 1.2 Estrutura de Custos dos Concorrentes ................... 27 1.3 Custos ao Longo das Cadeias de Valor Externa e Interna .......................................................................... 27 1.4 Custos Setoriais – Economias e Deseconomias de Escala ............................................................................ 28 1.5 Decisão Fazer x Comprar – Externalização (Análise Diferencial) ................................................................... 28 1.6 Importância para o Cliente ..................................... 29 1.7 Ritmo de Evolução da Tecnologia ........................... 30 1.8 Posição Competitiva da Atividade .......................... 30 1.9 Fornecedores Capacitados ...................................... 31 1.10 Arquitetura ........................................................... 31 1.11 Análise Quantitativa da Externalização ............... 32 1.12 Decisões Possíveis quanto à Externalização ........ 34 1.13 Benefícios da Integração Vertical ........................ 35 1.14 Custos da Integração Vertical .............................. 36 1.15 Ilusões da Integração Vertical ............................. 37 2 DETERMINANTES DE CUSTOS ................................... 39 2.1 Determinantes de Custos Estruturais..................... 39 2.2 Escala ...................................................................... 40 2.3 Escopo (Integração) ............................................... 44 2.4 Experiência ............................................................. 46 2.5 Tecnologia .............................................................. 46 2.6 Complexidade ......................................................... 47 2.7 Determinantes de Custos Operacionais ................. 47 2.8 Participação da Força de Trabalho ......................... 48 2.9 Gestão da Qualidade ............................................... 48 2.10 Utilização da Capacidade ...................................... 48 2.11 Eficiência do Layout .............................................. 50 2.12 Configuração do Produto ...................................... 50 2.13 Exploração da Ligação com Fornecedores/ Clientes ...................................................................................... 51 2.14 Análise dos Determinantes de Custos .................. 51 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................. 54 REFERÊNCIAS ............................................................... 55 MBA em Controladoria e Finanças 5 PARTE I - AS MUDANÇAS AMBIENTAIS E A GESTÃO ESTRATÉGICA: DESAFIOS NA FORMA DE VER CUSTOS 1 O AMBIENTE E A ESTRATÉGIA Uma organização é um conjunto articulado de pessoas e grupos com vistas a atingir um determinado objetivo. Naturalmente, você deve observar, que qualquer organização, seja ela com ou sem fins lucrativos1, busca atingir seus objetivos da melhor forma possível, seja com o menor esforço (recursos) com o maior resultado possíveis. Assim, qualquer que seja o objetivo da organização, ela buscará sempre melhorar seu resultado e, partindo da situação atual (Ponto A), atingir um ponto no qual terá melhor desempenho – Ponto B (Figura 1). Ou seja, ela será mais competitiva. 1 Uma entidade sem fins lucrativos é aquela cujo objetivo principal não é a obtenção de lucro, mas outro resultado; muitas vezes, a prestação de um serviço social (ONGs, igrejas, associações comunitárias, etc). Isso significa que, embora ela possa produzir resultados econômicos positivos, chamado nessas organizações de “sobra” (não de “lucro”), tal resultado não é distribuído na forma de dividendos, mas reinvestido. Gestão Estratégica de Custos 6 Figura 1: Evolução do Desempenho de uma Organização A forma como a organização busca melhorar seu desempenho, o caminho que ele percorre para isso, é chamado de “estratégia”. Assim, estratégia pode ser considerada como “o conjunto de decisões de longo prazo, que envolve o comprometimento de recursos organizacionais para ação concreta sobre o ambiente competitivo, visando o desempenho da organização através do alcance de determinados objetivos” (DIEHL, 2004). A competitividade de uma organização pode ser medida por sua lucratividade (PORTER, 1997). E a lucratividade de uma organização é decorrência de determinados critérios ou fatores competitivos (SLACK, 1993): Qualidade, Flexibilidade, Confiabilidade, Velocidade e Custo. A combinação desses fatores é particular para cada organização, sendo que alguns desses critérios terão importância maior, dependendo do setor e organização. Também podem variar ao longo do tempo, naturalmente em um prazo mais EVOLUÇÃO DA EMPRESA A B AMANHÃ mais competitivo (OBJETIVO) HOJE menos competitivo (SITUAÇÃO ATUAL) CAMINHO (ESTRATÉGIA) MBA em Controladoria e Finanças 7 longo para que se possa manter a constância estratégica, necessária para obtenção de resultados. Sendo a lucratividade uma medida do desempenho de uma organização, é importante entendermos do que ela decorre. Pode-se dizer, em linhas gerais, que a lucratividade de uma organização é consequência de sua produtividade, ou seja, da forma como ela usa os recursos que possui. Esquematicamente: 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒂𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔 = (𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂𝒔 – 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐𝒔) 𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔 1 𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 (𝒈𝒆𝒓𝒂𝒍) = 𝑺𝒂í𝒅𝒂𝒔 [𝒓𝒆𝒔𝒖𝒍𝒕𝒂𝒅𝒐𝒔] 𝑬𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂𝒔 [𝒊𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐𝒔] 2 𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 (𝒏𝒆𝒈ó𝒄𝒊𝒐) = 𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂𝒔 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐𝒔 3 Assim, a maneira mais adequada de medir, operacionalmente, a competitividade de uma empresa é usar indicadores relacionados à produtividade total. Nem sempre é possível ao gestor usar, na sua unidade organizacional, medidas tão diretas quanto receitas e custos totais. Mas, entre as alternativas existentes, deve usar indicadores que as representem o melhor possível. A redução de custos em um processo produtivo (de bens ou serviços) pode ser obtida por quatro meios (PAIVA et al., 2004): Economiade Escala: é a possibilidade de obtenção de menores custos por operar instalações de maior escala (capacidade), devido, por exemplo, a menores custos de aquisição, menores taxas de juro, etc. Gestão Estratégica de Custos 8 Curva de Experiência: reduções de custos obtidas custos devido à experiência acumuladas na operação – total acumulado de produção. Produtividade: ganhos obtidos pela otimização no uso de recursos. Economia de Escopo: ganhos obtidos em redução de custos em vista da produção de produtos/serviços diferentes em uma mesma instalação. Também é possível obter melhorias de custos por meio de melhoria de processos (padronização, simplificação, combinação ou eliminação de atividades), melhoria na qualificação do quadro funcional (treinamento, educação, substituição) e avanços tecnológicos em gestão e equipamentos (novos softwares, novos modelos de gestão, adaptação, reforma e substituição de equipamentos, etc.). Agora que entendemos o contexto no qual há exigência por melhor desempenho em custos, é necessário esclarecermos alguns conceitos antes de avançarmos. 1.1 Conceitos em Custos Os conceitos a seguir são básicos para entender a gestão de custos2. 2 Baseado em (SOUZA; DIEHL, 2009) MBA em Controladoria e Finanças 9 Gasto O gasto é um valor usado pela empresa na aquisição de outros bens ou serviços. Ele corresponde a um esforço financeiro e pode ser efetivado no momento da aquisição ou posteriormente. Custo É a parte do gasto que se agrega ao produto. É a parcela do esforço produtivo que é transferida ao produto. Em uma visão mais ampla, pode incluir também as perdas, isto é, aquela parcela do esforço produtivo que deveria ter sido agregada ao produto (bens ou serviços) e não o foi devido a erros operacionais ou características intrínsecas das tecnologias utilizadas. Investimento É um esforço financeiro feito pela organização, com vistas a retornos em momentos futuros. Simplificadamente, um investimento é qualquer valor que a organização aplica visando a esse benefício futuro, como ativos imobilizados, como máquinas, prédios e equipamentos, entre outros. Despesa Na contabilidade financeira, despesas são consideradas custos do período, isto é, são agregados ao custo da empresa no momento da venda do produto. Em termos gerenciais, custos e despesas não guardam diferenças. Gestão Estratégica de Custos 10 Depreciação A depreciação é um tipo de custo ou despesa que visa constituir um fundo de reserva, cujo objetivo é a reposição do capital permanente. Pode ser entendida como uma poupança que vai sendo construída para permitir, por exemplo, a compra de um novo veículo quando aquele que está em uso estiver exaurido (depreciado). Desembolso O desembolso é a saída de numerário do caixa da empresa. Pode ser devido a um gasto anteriormente realizado, cujo pagamento (liquidação) não foi feito a vista. Perdas Considera-se como o consumo de recursos acima do que é necessário para a efetivação do produto. Nesse sentido, é preciso definir claramente o que será considerado “consumo necessário”. Alguns processos, por impossibilidade técnica e/ou por aproveitamento econômico, não usam os recursos de forma totalmente eficiente. Isso não significa, necessariamente, que essas perdas não devam ser monitoradas. A Figura 2 ilustra a relação entre os conceitos abordados. MBA em Controladoria e Finanças 11 Figura 2: Relação entre diversos conceitos contábeis. Compreendidos os conceitos básicos, podemos avançar na gestão de custos, com visão estratégica. Para isso, introduzimos a seguir o conceito de Gestão Estratégica de Custos (GEC). 1.2 Gestão Estratégica de Custos A partir dos anos 1980 a indústria automotiva norte- americana passou a sofrer forte concorrência de empresas japonesas, que estavam invadindo o mercado americano, oferecendo automóveis de melhor qualidade a preços mais baixos e obtendo ainda boas margens de lucro. Esse prenúncio de crise levou um conjunto de empresas do setor a criar um grupo de estudos para avaliar a competitividade das montadoras do país, o grupo CAM-I (Computer-Aided Manufacturing - International). Entre as conclusões da pesquisa estava a de que os sistemas de gestão de custos norte- americanos eram inadequados e ofereciam informações defasadas e distorcidas (JOHNSON; KAPLAN, 1993). Perda Produto (custo) Desembolso 30 dias MP (gasto) Investimento Gestão Estratégica de Custos 12 A partir dessas pesquisas, várias propostas surgiram. Entre essas, destacamos a proposta de Gestão Estratégica de Custos (SHANK; GOVINDARAJAN, 1997). Esta apresenta a GEC como uma nova forma de abordar custos, que contemple uma visão sistêmica de custos e extrapole as fronteiras organizacionais. Para isso, apresenta três temas-chave que devem ser tratados pelas organizações: a Análise do Posicionamento Estratégico, a Análise da Cadeia de Valor e os Determinantes (ou direcionadores ou condutores) de Custos. A seguir, trataremos da Análise do Posicionamento estratégico e na semana seguinte, abordaremos os dois outros temas. MBA em Controladoria e Finanças 13 2 ANÁLISE DE POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO O posicionamento estratégico de uma organização é a forma pela qual ela executa sua estratégia, com vista a elevar sua competitividade. Para que o posicionamento de uma organização seja consistente, é necessário que as estratégias funcionais, isto é, as estratégias de cada área sejam coerentes com a estratégia geral da organização. Isto é também verdade em relação a custos. Portanto, a estratégia funcional de custos e, consequentemente, a gestão de custos na organização, deve apoiar seu posicionamento estratégico. Em decorrência disso, cada tipo de estratégia genérica demanda uma postura adequada de sua gestão de custos. A seguir, iremos apresentar aspectos da gestão de custos que suportam, de forma coerente, cada posição, usando para isso a abordagem das estratégias genéricas (PORTER, 1997). É necessário observar que, para as três estratégias genéricas sugeridas, há duas fontes de vantagem competitiva: custos mais baixos e diferenciação. É, em especial, em relação a elas que as atividades de GEC são pensadas. Para cada posicionamento e, portanto, fonte de vantagem competitiva, há ações e controles que são mais adequados. Para uma visão geral de artefatos utilizados pela GEC ver (WRUBEL et al., 2011). O Quadro 1 mostra a relação entre a GEC e vantagem competitiva buscada. Na sequência, são discutidas as características da GEC para as estratégias genéricas. Gestão Estratégica de Custos 14 Quadro 1: Vantagem competitiva x GEC Vantagem Competitiva Diferenciação Custos Papel do custo do produto na avaliação do desempenho Não importante Muito importante Importância do orçamento flexível para controle de custos Moderada a baixa Alta a muito alta Importância percebida das reuniões de orçamento Moderada a baixa Alta a muito alta Importância da analise de custos de Mercado Critica para o sucesso Não formalizada Importância dos custos para precificação Baixa Alta Importância da análise do custo dos concorrentes Baixa Alta Fonte: Adaptado de SHANK, GOVINDARAJAN (1997). 2.1 Liderança em Custos e GEC O posicionamento por Liderança em Custos é aquele no qual a gestão de custos apresenta maior responsabilidade. Entre os papeis desempenhados nele pela GEC, destacam-se os que seguem. Melhorar flexibilidade e conformidade O papel da GEC é apontar custos que decorrem da falta ou excesso de flexibilidade (gerando ociosidade) ou aqueles gerados por falta de conformidade (ex: refugos, retrabalhos, etc.). MBA em Controladoria e Finanças 15 Instalaçõesem escala eficiente Estudos de custos devem apontar a escala mais eficiente de operação e eventuais perdas por operar em escalas menores ou maiores que a melhor faixa. Evitar contas marginais de clientes Aponta aqueles compradores, existentes ou potenciais, cujos custos de aquisição e manutenção superam as receitas líquidas obtidas, sendo, portanto, recomendável gerenciá-los ou eliminá-los. Minimização de custos em P&D, Assistência, força de vendas, publicidade, etc. Indicar atividades, ainda que indiretas, onde se podem minimizar custos, seja por compartilhamento de custos (ex: CSC – Centros de Serviços Compartilhados), otimização ou simples redução ou eliminação desses itens. Perseguição incansável de reduções de custo Nesse item, a GEC deve focar suas em apontar ganhos decorrentes da experiência e aprendizagem, técnicas para aumento da eficiência e produtividade (ex: aumento da utilização), redução de custos de estoque e tempos de ciclo, identificação e eliminação de atividades que não agregam valor. Também se incluem ações na área da qualidade, que possam reduzir perdas e, portanto, os custos. Controle de custos extremamente rígido Um aspecto importante na gestão de custos, nesse posicionamento, é o monitoramento frequente e rigoroso dos gastos Gestão Estratégica de Custos 16 da organização, tanto produtivos quanto administrativos. Também deve apontar aqueles gestores que tem melhor desempenho em termos da gestão dos custos. 2.2 Diferenciação e GEC Nesse posicionamento a GEC apoia mais na manutenção dos custos em patamares suportáveis, que não corroam a vantagem de margem obtida pela organização, em vista da diferenciação. Destacamos os seguintes aspectos: Aumento do valor para o cliente Identificar aquelas atividades que estão gerando valor para o cliente e, portanto, asseguram a diferenciação e margem superior. Redução do custo total do cliente Uma das razões pelas quais um comprador opta por um produto diferenciado é que, mesmo pagando um preço superior, poderá ter um custo total de propriedade (TCO – Total Cost of Ownership3) menor. O TCO inclui: TCO = CM + PC + F + M + O + CD – VD 4 CM = Custo dos Materiais secundários ou complementares PC = Preço de Compra F = Frete e transporte 3 Para uma introdução ao tema, ver (PEREZ et al., 2010) MBA em Controladoria e Finanças 17 M = Custos de manutenção O = Custos de operação CD = Custos de Descarte VD = Valor de Descarte Deve-se considerar ainda o rendimento do serviço ou bem adquirido. Um exemplo interessante para isso é a aquisição de um automóvel. Um comprador pode adquirir uma versão movido à Diesel, com preço maior. No entanto, o combustível no Brasil tem menor custo (levando a menor custo de operação), o custo de manutenção é menor e o valor de revenda (ou descarte) é maior. É importante observar ainda que, para o caso, especialmente, de clientes finais, o valor percebido do bem pode ser mais importante que o valor real. Manter paridade de custos com os concorrentes A diferenciação possibilita a obtenção de preços-prêmio pelo produto oferecido, ou seja, preços acima da média do mercado. No entanto, a margem potencialmente superior poder ser corroída se os custos forem muito maiores que os da concorrência. Assim, a GEC deve monitorar os custos dos concorrentes, a fim de manter paridade ou proximidade de custos com eles. Rígido controle de custos das atividades não envolvidas na diferenciação Embora o gestor de custos, com visão estratégica, tenha cuidado na alteração de recursos e, portanto, custos de uma Gestão Estratégica de Custos 18 determinada atividade, aquelas não envolvidas nas competências que geram a diferenciação devem ser objeto de atenção permanente. Uma vez que essas atividades não são fundamentais na geração de valor/diferenciação, devem ter seus custos reduzidos ao mínimo necessário, em moldes similares aqueles apregoados para a Liderança em Custos. 2.3 Enfoque e GEC O Enfoque é um posicionamento estratégico que pode tanto usar a vantagem de custos como de diferenciação, mas restringe sua ação a um segmento-alvo (nicho) de mercado. Em vista disso, algumas ações podem ser tomadas para adequar os custos. Entre elas, destacamos: Rigoroso controle de custos nas atividades não relacionadas com o segmento-alvo – eliminação ou redução. Identificação de oportunidades de redução de custos específicas para o segmento alvo. Casos onde nichos podem oferecer oportunidades interessantes são: Empréstimos consignados (desconto em folha): redução de custos de análise de crédito, redução de custos de cobrança, redução de custos de inadimplência. MBA em Controladoria e Finanças 19 Alimentos dietéticos: redução dos custos de certos ingredientes; atendimento focado. Além da análise de posicionamento, há, em relação à Missão Estratégica, algumas medidas que são mais adequadas em termos de assertividade. O Quadro 2 e o Quadro 3 a seguir resumem essas ideias (SHANK; GOVINDARAJAN, 1997). Quadro 2: Sistemas de Controle de GEC x Missão Estratégica MISSÃO ESTRATÉGICA CONSTRUIR MANTER COLHER ANÁLISE DE INVESTIMENTOS MENOS FORMAL VISAM RETORNO A LONGO PRAZO MAIS FORMAL VISAM RETORNO A CURTO PRAZO PAPEL DO ORÇAMENTO PLANEJAMENTO CONTROLE LIMITE DE CONTROLE ALTO, GRANDE AUTONOMIA BAIXO, PEQUENA AUTONOMIA TIPO DE CONTROLE COMPORTAMENTO OPERACIONAL RELATÓRIOS MAIS POLÍTICOS, ESTRATÉGICOS MAIS OPERACIONAIS Gestão Estratégica de Custos 20 Quadro 3: Remuneração Executiva x Missão Estratégica MISSÃO ESTRATÉGICA ITEM DA REMUNERAÇÃO CONSTRUIR MANTER COLHER % VARIÁVEL DA REMUNERAÇÃO ALTA BAIXA CRITÉRIO DE BÔNUS ÊNFASE EM NÃO- FINANCEIROS ÊNFASE EM FINANCEIROS DETERMINAÇÃO DE BÔNUS MAIS SUBJETIVA MAIS OBJETIVA FREQÜÊNCIA POUCO FREQUENTE MUITO FREQUENTE Compreendida o que é a GEC e sua relação com o posicionamento estratégico, a seguir discutiremos sua relação com a Análise da Cadeia de Valor e os Determinantes de Custos. MBA em Controladoria e Finanças 21 REFERÊNCIAS JOHNSON, H. T.; KAPLAN, R. S. Contabilidade Gerencial: a restauração da relevância da contabilidade nas empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1993. PAIVA, E. L. et al. Estratégia de Produção e de Operações - conceitos, melhores práticas, visão de futuro. Porto Alegre: Bookman, 2004. PEREZ, G. et al. Aplicação das Teorias dos Custos de Transação e do Custo Total de. XVIII Congresso Brasileiro de Custos. Belo Horizonte: ABC. 2010. PORTER, M. E. Estratégia Competitiva - técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1997. SHANK, J. K.; GOVINDARAJAN, V. A Revolução dos Custos: como reinventar e redefinir sua estratégia de custos para vencer em mercados crescentemente competitivos. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. SLACK, N. Vantagem Competitiva em Manufatura. São Paulo: Atlas, 1993. SOUZA, M. A.; DIEHL, C. A. Gestão de Custos - uma abordagem integrada entre contabilidade, engenharia e administração. São Paulo: ATLAS, 2009. 307 p. WRUBEL, F. et al. Uma proposta para a validação de categorias sobre Gestão Estratégica de Custos. RBGN - Revista Brasileira de Gestão de Negócios, São Paulo, v. 13, n. 40, p. 332-348, jul-set 2011. Gestão Estratégica de Custos 22 PARTE II 1 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR A Cadeia de Valor de uma organização é o conjunto de atividades relevantes executadas por uma ou mais organizações, cujo objetivo final é atender um cliente. O valor total percebido pelo cliente final é o somatório do valor agregado por cada etapa. Assim como o custo total percebido é o somatório do custo de cada etapa, o qual corresponde à sua remuneração. O primeiroaspecto que devemos entender é que o grau de integração de uma cadeia de valor depende dos setores envolvidos e das vantagens de custo ou diferenciação possíveis de obter. Não há, a priori, para uma cadeia, um número ótimo de etapas que deva ser executada por cada organização. Assim, em algumas cadeias, há um alto grau de especialização, com cada organização realizando poucas tarefas, muito especificas, enquanto em outras cadeias, poucas empresas realizam, cada uma, várias etapas do processo de agregação de valor. Essa configuração pode mudar ao longo do tempo; uma cadeia que é mais integrada (com menos empresas realizando mais atividades) pode se transformar em uma cadeia mais desintegrada (mais empresas realizando menos atividades cada uma). É papel do gestor analisar se em sua cadeia a configuração, isto é, o grau de integração, incluindo sua própria organização, é o mais adequado. MBA em Controladoria e Finanças 23 Nesta análise o gestor deve considerar a cadeia como um todo, contemplando as atividades realizadas internamente (Figura 1). Esta preocupação é importante por duas razões: 1) atividades que atualmente são internas podem se tornar mais interessantes se realizarem externamente, ou vice-versa; 2) a ligação, ou seja, os elos entre as diferentes etapas, são pontos nos quais há possibilidade de redução de custos; portanto, entender suas conexões é basilar para sua exploração. Figura 1: Cadeia de valor integral Adicionalmente, há outro aspecto a ser observado: eventualmente, na intenção de reduzir os custos de sua própria atividade, o gestor pode, ao fazê-lo, transferir seus próprios custos a outros participantes da cadeia, mesmo elevando os custos totais (Figura 2). EMPRESA A Q U ISIÇ Ã O P & D O P ER A Ç Ã O M A R K ETIN G D ISTR IB U IÇ Ã O SER V IÇ O S Gestão Estratégica de Custos 24 Figura 2: Transferência de custos na cadeia de valor 1.1 Análise da Cadeia de Valor A análise da cadeia de valor compreende uma série de passos e atividades que auxiliam na sua gestão. Estas etapas são discutidas a seguir. 1. Identificar a cadeia de valor da indústria ou unidade e estimar custos, receitas e ativos às atividades de valor Para cada etapa relevante da cadeia de valor, estimar custos e receitas obtidas, independente se executadas em uma mesma organização. 2. Diagnosticar os direcionadores de custo associados a cada atividade de valor CUSTO "CORRIGIDO" $$ $ $ $ $ $ CUSTO ORIGINAL $ $ $ $ $ $ MBA em Controladoria e Finanças 25 Identificar em cada etapa, quais determinantes ou direcionadores (ver próxima seção) são mais representativos dos seus respectivos custos. 3. Desenvolver vantagem competitiva pelo gerenciamento dos direcionadores, reconfiguração da cadeia ou exploração de elos (Ação). Após a adequada caracterização de cada etapa da cadeia de valor, o gestor deve avaliar a necessidade de reconfigurar a cadeia ou explorar suas ligações. O primeiro caso, reconfiguração da cadeia, não se restringe, por exemplo, a mudança de fornecedores. Se a organização adquire seus principais insumos de fornecedores que pertencem a setores onde há muita concentração (ex: cimento, aço, etc.) a simples troca de fornecedor não irá mudar significativamente seus custos, pois empresas desse setor tem muito poder de barganha. Assim, o gestor deve avaliar mesmo a possibilidade de interagir cadeia acima ou cadeia abaixo. Ou seja, adquirir seus insumos dos fornecedores dos fornecedores ou de clientes dos seus fornecedores (Figura 3). Gestão Estratégica de Custos 26 Figura 3: Reconfiguração da cadeia de valor A exploração de elos pode ocorrer de duas formas: otimização e coordenação. A otimização se refere à melhoria no uso dos recursos, por exemplo, o uso de equipamentos de transporte mais eficientes no consumo de combustível ou com melhor aproveitamento de espaço. Já a coordenação refere-se à articulação entre compradores e fornecedores para a realização de certas atividades (ex: embalagem e desembalagem, inspeção) de forma mais econômica, evitando redundâncias e antecipando necessidades. Com frequência, essas escolhas envolvem trade-offs, isto é, compensações. Por exemplo, o custo de frete pode ser reduzido pela consolidação de cargas ou compra de volumes maiores. No primeiro caso, isso poderia levar a tempos maiores de reposição e no segundo a maiores estoques, com suas consequências, inclusive econômicas. Entre as formas de explorar os elos, bons exemplos podem ser a melhoria da previsão de vendas da cadeia, que pode reduzir necessidades de estoques. Também a realização de melhor controle EMPRESA A Q U ISIÇ Ã O P & D O P ER A Ç Ã O M A R K ETIN G D ISTR IB U IÇ Ã O SER V IÇ O S MBA em Controladoria e Finanças 27 de qualidade, internamente, pode reduzir necessidade de assistência técnica em campo. Para apoiar estas análises, algumas atividades podem contribuir. 1.2 Estrutura de Custos dos Concorrentes O gestor, isto é, você, deve analisar os custos dos concorrentes. Isso vai além de simplesmente entender quanto custa para o concorrente cada produto (bem ou serviço) que ele oferece. É importante, entre outras coisas, entender quanto desses custos são fixos ou variáveis; quais são seus principais itens de custos; como se comportam seus custos em relação ao período, ao volume, custos de insumos, etc. 1.3 Custos ao Longo das Cadeias de Valor Externa e Interna Mensurar os custos em cada etapa da cadeia de valor, tanto interna quanto externa, avaliando sua compatibilidade com o valor agregado e com sua localização na cadeia. Verificar, também, se o crescimento dos custos de cada etapa, ao longo do tempo, é coerente com a evolução da cadeia. Outro ponto a observar e avaliar é se há mudança na forma de executar as atividades que possam interferir, positiva ou negativamente nos custos. Mudanças tais como novas tecnologias, Gestão Estratégica de Custos 28 novos modais, políticas de gestão (pessoal, estocagem, investimentos) podem influenciar os custos da cadeia como um todo. 1.4 Custos Setoriais – Economias e Deseconomias de Escala Os setores econômicos (ou indústrias) possuem comportamentos que não seguem, necessariamente, a tendência macroambiental geral. Embora muitas medidas macroeconômicas (ex: evolução do PIB, inflação, etc.) se refiram a uma medida única, na verdade, tratam-se de um valor agregado. Ou seja, representam um valor médio. Na realidade, cada setor pode ter comportamento muito diverso da média, em vista de suas peculiaridades. Acordos sindicais coletivos, carência ou excesso de algum fator produtivo (mão-de-obra, matéria-prima, etc.) podem impactar de forma muito significativa e diferenciada um setor. Ademais, avanços tecnológicos e a própria natureza dos processos operativos tem impactos específicos em cada setor. Assim, monitorar as mudanças de um setor e suas consequências sobre os custos pode oferecer ao gestor percepções importantes sobre ações a serem adotadas. 1.5 Decisão Fazer x Comprar – Externalização (Análise Diferencial) Uma decisão que faz parte do cotidiano do gestor é a opção entre comprar (no mercado) ou produzir internamente (quando possível). No entanto, embora essa avaliação seja, frequentemente, baseada somente em valores de custos, vários aspectos estratégicos MBA em Controladoria e Finanças 29 contribuem significativamente, inclusive por seu impacto nos gastos totais. Para avaliá-la, o modelo SVA pode auxiliar (Figura 4). Figura 4: Análise do Valor Estratégico (SVE) Fonte: Adaptado de (FINE et al., 2002). 1.6 Importância para o Cliente A importância de um componente ou serviço para o cliente é aspecto determinante da decisão de externalizar e em que grau. Atividadesque são realizadas na presença do comprador ou tem impacto direto em sua percepção são candidatas a se manter internas. Para avaliar a importância que determinado componente ou atividade tem para o cliente podem se usar pesquisas de opinião, clínicas ou análises como o QFD (Desdobramento da Função Qualidade). Importância para o Cliente Ritmo de Evolução da Tecnologia Alta Média Baixa Rápido Médio Lento Posição Competitiva Arquitetura Fornecedores Capacitados Decisões Possíveis •Produzir internamente •Investir •Terceirizar parcialmente •Associar-se com/ adquirir •Produzir parcialmente internamente •Dividir-se •Desenvolver fornecedores •Terceirizar Vantagem Paridade Desvantagem Nenhum Poucos Muitos Integral Modular Gestão Estratégica de Custos 30 Por exemplo, vigilância é um serviço normalmente pensado como passível de externalização. No entanto, nos casos onde esses profissionais (escolas, shoppings, etc.) interagem diretamente com o cliente, pode ser adequado mantê-los internamente. 1.7 Ritmo de Evolução da Tecnologia Velocidades maiores de evolução dificultam readquirir a capacidade de operação. Também se a tecnologia é exclusiva da organização ou restrita a poucas empresas, patenteada ou não, deve ser mantida interna. Tecnologias maduras, cuja evolução é lenta e são de domínio público são mais fáceis de externalizar e, se necessário, reinternalizar. Por exemplo, serviços de limpeza geral tem lenta evolução tecnológica, podendo ser facilmente externalizáveis. 1.8 Posição Competitiva da Atividade Ainda que possa não ser uma atividade-fim, aquelas em cujo desempenho a empresa tem vantagem devem ser mantidas externamente. Em geral, esses são os casos onde há pessoal, projeto e processo qualificados. Não há sentido em transferir a outro que a fará em condições piores de tempo, qualidade etc. e, eventualmente, mesmo com custos maiores. No entanto, com frequência, atividades cujo volume realizado pela organização é pequeno, tendem a ser mais bem executadas por externos, pela sua experiência acumulada, vantagens na negociação MBA em Controladoria e Finanças 31 de volumes maiores e insumos e acesso a certas fontes mais interessantes. Na dúvida, o gestor deve procurar benchmarks com os quais possa comparar seu desempenho. Um exemplo é fabricação de peças de aço, quando não atividade-fim da organização. Empresas que adquirem volumes maiores podem obtê-los diretamente da fábrica ou distribuidores, não necessitando recorrer a varejistas, com vantagens significativas de custos. 1.9 Fornecedores Capacitados Quanto maior o número de fornecedores capacitados, mais próximo de commodity se encontra o componente ou serviço e menor o risco de dependência. Essa é prejudicial não somente pelo aspecto econômico, mas também por eventuais prejuízos em termos de tempo, qualidade, entrega, etc. Serviços de portaria não armada, por exemplo, são casos onde, em geral, há grande quantidade de fornecedores capacitados, havendo pequeno risco de dependência e boas possibilidades de concorrência. 1.10 Arquitetura Produtos modulares são mais fáceis de terceirizar, pois as diferentes atividades ou componentes podem ser mais facilmente Gestão Estratégica de Custos 32 transferidos a terceiros e após consolidados/ montados em um produto final. Montagem de computadores, em especial desktops, são casos onde é razoavelmente fácil externalizar a fabricação de componentes. Alguns softwares, operando em módulos, também podem ser externalizados, ficando a organização-mãe responsável por sua consolidação, somente. 1.11 Análise Quantitativa da Externalização Outro aspecto a ser avaliado na externalização é o custo da realização da etapa da cadeia (Figura 5). Figura 5: Decisão Comprar x Fazer CUSTO TOTAL Q FAZER COMPRAR ? ? INTERNOEXTERNO CTP = CF + CVu x Q Premissa: Caq>CV CTAq = CaqxQCTAq > CTP CTAq < CTP Se Caq<CV COMPRAR! (SEMPRE) MBA em Controladoria e Finanças 33 Onde: CTAq = custo total de aquisição CTP = custo total de produção (interno) Caq = custo unitário de aquisição (por hora, peça, metro, kg, etc.) CF = custo fixo total da operação (interno) CVu = custo variável unitário Q = quantidade necessária (em horas, peças, metros, kg, etc.) Como regra muito geral, volumes pequenos de componentes ou serviços, em relação ao normal do mercado, tendem a ser antieconômicos se realizados internamente. Já, volumes maiores compensam se realizados internamente. Isso se dá por dois motivos: 1) um volume elevado de operação dilui os custos fixos internos; 2) a aquisição de insumos em volumes elevados possibilita melhores condições. De forma também muito geral, o custo variável interno é menor que o custo de aquisição, pois esse incorpora, além do próprio custo variável do fornecedor, seu custo fixo, margem de lucro e tributos. No entanto, nos poucos casos onde o fornecedor oferecer um custo de aquisição menor que o custo variável interno, a opção é claramente por comprar/externalizar. Isso pode ocorrer quando, por sua posição competitiva, o fornecedor pode obter de seus próprios fornecedores condições muito mais vantajosas. Gestão Estratégica de Custos 34 Um aspecto que pode distorcer a análise, quando da avaliação de externalizar algo internamente realizado, são os custos fixos não- elimináveis. Por exemplo, ao externalizar a manutenção, o gestor pode supor que todos os custos fixos a ela associados serão eliminados. Porém, a realidade é bem diferente. Custos fixos tais como prédios, parcela de recursos indiretos (refeitórios, recursos humanos, atividades administrativas) poderão não ser afetados ou muito pouco afetados. 1.12 Decisões Possíveis quanto à Externalização Feita a análise estratégica e econômica, o gestor deverá avaliar se realizará a atividade internamente ou externamente e em que formato. Há várias alternativas: Produzir internamente. Investir para internalizar. Terceirizar parcialmente. Associar-se com/ adquirir que realiza a etapa. Produzir parcialmente internamente. Dividir-se em duas ou mais organizações. Desenvolver fornecedores. MBA em Controladoria e Finanças 35 Externalizar: terceirizar ou subcontratar4. Finalmente, uma discussão acessória, mas não menos importante é um conceito difundido de “atividade-fim”. De forma bem geral, pode se dizer que a atividade última de uma organização é seu resultado e, em uma empresa com fins lucrativos, o lucro. Portanto, uma atividade-meio ou não considerada como fim último, mas que contribui significativamente para o resultado (lucro) não deve ser externalizada simplesmente pelo fato de não ser atividade-fim. Muitas vezes, essa avaliação esconde uma fragilidade de análise e não um julgamento consistente. A seguir, são discutidos os benefícios, custos e ilusões da integração vertical, com base, principalmente, em (PORTER, 1997). 1.13 Benefícios da Integração Vertical Alguns benefícios podem ser obtidos quando a organização opta por operar de forma mais integrada, listados a seguir. Economias possíveis: operações combinadas; controle e coordenação internos; acesso à informação; ganhos por evitar o mercado; relacionamentos estáveis. Aprofundamento da tecnologia. Oferta e/ou Demanda asseguradas. 4 Simplificadamente, a terceirização implica a realização, por terceiros, nas dependências do contratante, do serviço contratado. Já a subcontratação significa a realização das atividades nas dependências do próprio contratado. Há implicações de gestão, legais, etc, diferentes para cada opção Gestão Estratégica de Custos 36 Poder de negociação e redução das distorções nos custos de insumos. Maior habilidade em efetuar a diversificação. Barreiras demobilidade e entradas elevadas para novos entrantes. Entrada em um negócio com retornos mais altos. Defesa contra o fechamento de fontes de fornecimento. Integração para frente e para trás – apresentam ainda alguns benefícios específicos: Integração para frente (a jusante): melhor habilidade em diferenciar o produto; acesso aos canais de distribuição; melhor acesso às informações de mercado; realização de preços mais altos. Integração para trás (a montante): conhecimento patenteado; diferenciação. 1.14 Custos da Integração Vertical A maior integração vertical também traz alguns custos adicionais potenciais, enumerados a seguir. Superação de barreiras de mobilidade. Maior alavancagem operacional. MBA em Controladoria e Finanças 37 Flexibilidade reduzida para mudança de sócios – mudanças em todas as etapas tem que ser aceitas. Maiores barreiras de saída (maiores ativos). Investimento de capital para operar. Fechamento do acesso às pesquisas e know-how dos fornecedores e compradores. Manutenção do equilíbrio entre as diferentes etapas. Incentivos desestimulantes – fornecimento ou venda assegurada. Exigências gerenciais distintas entre as etapas. 1.15 Ilusões da Integração Vertical Algumas ilusões são assumidas por alguns gestores no momento de integrar ou desintegrar uma cadeia. Uma boa posição em um mercado é automaticamente transferida a outro. Sai sempre mais barato fazer as coisas internamente ou externamente. Sempre faz sentido a integração de um negócio competitivo. A integração pode salvar um negócio estrategicamente deficiente. Gestão Estratégica de Custos 38 A experiência qualifica automaticamente para outro negócio – pode ser transferida. Encerrada essa discussão, passa-se agora aos Determinantes de Custos. MBA em Controladoria e Finanças 39 2 DETERMINANTES DE CUSTOS5 Determinantes6 de custos são indicadores que medem os fatores que geram os custos, ou seja, as causas dos custos. Há uma tendência de considerar que os custos são dependentes, fundamentalmente, do volume de operação, o que pode não ser verdade. A importância de cada determinante é diferente entre os setores e entre as organizações. Também variam ao longo do tempo, podendo aumentar ou diminuir seu impacto nos custos com o passar dos anos. Para cada determinante, há uma estrutura de análise mais adequada, artefatos de gestão que fornecem a avaliação mais exata. Há dois tipos de Determinantes: os estruturais e os de execução ou operacionais, discutidos a seguir. 2.1 Determinantes de Custos Estruturais Os determinantes estruturais são aqueles que atuam em mais longo prazo; uma vez escolhido seus níveis, seus efeitos são mais duradouros. São as atividades que determinam a estrutura econômica subjacente da organização. Para os determinantes de custos estruturais, nem sempre mais significa melhores custos. Por 5 Essa seção, além do trabalho original de Shank e Govindarajan (1993), baseia-se também em (BESANKO et al., 2006). 6 Shank e Govindarajan (1993) originalmente nominaram Direcionadores; Porter (1997) chama- os condutores. Gestão Estratégica de Custos 40 exemplo, uma escala demasiada em uma operação pode levar a deseconomias de escala. 2.2 Escala A escala refere-se à capacidade potencial de operação da instalação. Pode ser medida em toneladas, passageiros, peças, etc, por um determinado período de tempo. Em alguns setores, em especial de capital intensivo (siderurgia, petróleo, etc.) os custos podem ser reduzidos ao se operar em instalações de maior porte (Figura 6). Isso ocorre por alguns fatores: Figura 6: Economia de escala Fonte: Adaptado de BESANKO, BRAEUTIGAM (2004). Escala (capacidade) Q’ Q’’ Q (escala mínima eficiente (un./ ano) C M e ( cu st o m é d io = $ / u n id ad e ) Deseconomias administrativas: controle, talentos não replicáveis, etc. Inflação de demanda MBA em Controladoria e Finanças 41 Indivisibilidade e diluição de custos fixos: alguns custos fixos tem pequena elevação quando aumenta a escala de operação. Assim, organizações maiores terão mais chances de diluir os seus custos fixos por volumes potencialmente maiores. Outro aspecto a ser considerado é que há recursos (equipamentos, pessoas) cuja capacidade mínima de operação é muito elevada e são impossíveis de serem divididos em unidades menores. Portanto, seu uso em pequenas operações pode levar a ociosidades elevadas. Também a possibilidade de, em maior escala, optar por tecnologias mais automatizadas e modernas pode auxiliar na obtenção de tecnologias potencialmente mais econômicas. Aumento da produtividade de insumos variáveis, principalmente por especialização. Recursos especializados em geral são mais eficientes, seja pela dedicação exclusiva, seja pelo investimento anterior em qualificação (ex: médicos-cirurgiões). Gestão de estoques: organizações maiores tem volume de estoques proporcionalmente menor que as com menor escala. Assim, todos os custos associados são também menores. Lei do quadrado do cubo: em especial para equipamentos, a lei do quadrado do cubo aponta que a produção de um determinado produto aumenta com o volume do equipamento utilizado. Porém, o custo do equipamento aumenta com a área a ser utilizada. Isso Gestão Estratégica de Custos 42 aponta que, enquanto o volume produtivo aumenta à razão cúbica o custo do equipamento aumenta ao quadrado. Exemplo: tanque para produção de detergente líquido7. Figura 7: Volume e área de um tanque cilíndrico Tabela 1: Características físicas dos tanques A e B Fórmula Tanque A (l) Tanque B (l) Aumento Volume π x r2 x h 31.416 251.327 8, 0 veze s Área necessária 2 x π x r (h+r) 69,12 276,46 4, 0 veze s Raio (r) (m) 1 2 Altura (h) (m) 10 20 Neste caso, enquanto foi possível aumentar oito vezes o volume a ser processado, o custo de material para fabricação do 7 Com base em http://www.somatematica.com.br/emedio/espacial/espacial16.php http://www.somatematica.com.br/emedio/espacial/espacial16.php MBA em Controladoria e Finanças 43 equipamento irá crescer somente quatro vezes. Portanto, a diluição desse custo será duas vezes maior no caso B do que no de A. Além dos aspectos da operação em si, outras economias de escala podem ser obtidas. Compras: descontos obteníveis por compras em maior quantidade, bem como redução proporcional de custos de transporte. Isso se aplica também a serviços, incluindo os financeiros (ex: juros). Propaganda: obtenção de menores custos de propaganda por cliente, bem como maior parcela de clientes atingidos, atingindo os custos fixos de produção das campanhas. P&D: diluição dos custos de pesquisa e desenvolvimento de produtos por um maior número de compradores. Também há possibilidade de, com o aumento do tamanho, algumas deseconomias surgirem. São elas: Custos da mão-de-obra: empresas maiores em geral tem melhor pacote de remuneração e benefícios. Isso decorre por estarem mais sujeitas à ação de sindicatos, pela necessidade de atrair trabalhadores de locais mais distantes e pela menor satisfação com seu trabalho, em vista de ser, em geral, menos abrangente e, portanto, mais monótonos. Gestão Estratégica de Custos 44 Incentivos e burocracia: em organizações maiores é mais difícil monitorar o desempenho de cada empregado e, portanto, mais difícil de assegurar que ele esteja sendo mais produtivo. Adicionalmente, organizações maiores tendem a ter maior burocracia, mesmo proporcionalmente. Diluição de recursos especializados e/ou qualificados: recursos desse tiposão de difícil replicação e, quando possível, podem elevar significativamente os custos. Exclusão por conflito de interesses: uma organização maior pode ser impedida de atuar em todo o mercado, especialmente na área de serviços, se houver dificuldade de trabalhar com clientes que sejam concorrentes. Isso pode ocorrer, por exemplo, com agências de propaganda. Inflação de demanda: a maior necessidade de fatores de produção (insumo, mão-de-obra, energia, etc.) pode elevar os preços nos respectivos mercados. 2.3 Escopo (Integração) O escopo de uma instalação tem a ver com a variedade de produtos e serviços ou atividades que uma mesma organização desempenha. Economias de escopo podem ser obtidas se houver ganhos em produzir os produtos e serviços ou atividades conjuntamente, isto é, na mesma instalação, em relação a realiza-los separadamente. Matematicamente: MBA em Controladoria e Finanças 45 CT (Qx) + CT (Qy) > CT (Qx, Qy) CT = custo total Qx = quantidade produzida de X Qy = quantidade produzida de Y Ou seja, é mais econômico produzir X e Y na mesma instalação do que cada um em instalações separadas (Figura 8). Figura 8: Economia de escopo As fontes de economias de escopo podem ser as mesmas das economias de escala. CT (Qy) CT (Qx) CT (Qx, Qy) Q Custo Unitário Gestão Estratégica de Custos 46 2.4 Experiência Em alguns setores a experiência acumulada é um importante fator na redução de custos, pela aprendizagem obtida. Porém, a estabilidade e, portanto, melhoria contínua, obtida por meio dela pode levar a uma inércia, o que dificultará mudanças quando necessárias. 2.5 Tecnologia A tecnologia em um setor pode explicar mais o nível de custos do que outros fatores. Por exemplo, no caso da aviação civil, a tecnologia tem impacto determinante sobre o consumo de combustível, a manutenção e o financiamento das aeronaves. Esses três itens representam a maior parte dos custos de uma empresa deste setor (DIEHL; MIOTTO; SOUZA, 2010). O uso de tecnologias com maior grau de automação também pode reduzir o custo de mão-de-obra, o que pode ser importante com empregados cuja remuneração seja elevada por sua especialização, qualificação ou escassez. Do ponto de vista de tecnologias operativas, diferentes processos podem apresentar custos muito distintos. É bem conhecido que processos com caráter mais contínuo tendem a reduzir os custos operacionais (Figura 9). Processos de produção do tipo Projeto (construção civil), Sob Encomenda (gráficas) e Lote ou Batelada (alimentos) são considerados intermitentes, enquanto processos Em Massa (montadoras de automóveis) ou Contínuos (petróleo, petroquímica) são do tipo contínuo. MBA em Controladoria e Finanças 47 Figura 9: Processos contínuos e intermitentes e comportamento de custos 2.6 Complexidade A complexidade está relacionada com a estrutura organizacional. Uma adequada estrutura pode reduzir os custos pela otimização de recursos e oportunidades. Por outro lado, uma estrutura por demais complexa pode impor custos burocráticos adicionais, bem como diminuir velocidade de resposta. 2.7 Determinantes de Custos Operacionais Já os determinantes operacionais ou de execução medem as escolhas feitas no momento da execução das atividades. Seu efeito, em termos de tempo, é de menor alcance. São as atividades que Custo unitário Volume produtivo Processo contínuo Processo intermitente Gestão Estratégica de Custos 48 definem os processos e capacidade da organização, diretamente relacionadas com habilidades de execução com sucesso. Para os determinantes de custos operacionais, mais significa melhores custos. Por exemplo, maior utilização da capacidade levará a menores custos, pela diluição dos custos fixos. 2.8 Participação da Força de Trabalho A participação da força de trabalho, seu engajamento nos processos organizacionais pode reduzir significativamente os custos. No entanto, seu alcance é diferente em distintos negócios e depende também da estrutura organizacional. Em setores onde há maior uso de capital humano, o nível de engajamento terá um impacto maior na redução de custos. 2.9 Gestão da Qualidade Mais gestão da qualidade significa menor chance de erros e maior acerto na especificação dos requisitos do produto ou serviço a ser oferecido ao comprador. Em vista disso também poderá haver menores perdas nos processos. 2.10 Utilização da Capacidade A maior utilização de uma mesma capacidade reduz os custos ao diluir os custos fixos (Figura 10), que, por definição, permanecem constantes para a amplitude de produção. MBA em Controladoria e Finanças 49 Figura 10: Diluição dos custos fixos pela utilização O aumento da utilização não deve ser confundido com o aumento da capacidade (escala). A confusão entre esses conceitos pode levar à decisão de aumentar a escala, mesmo quando não há previsão de absorção da produção adicional pelo mercado, o que leva à ociosidade, elevando os custos. Ademais, para cada negócio e tecnologia, há escalas mais eficientes; a elevação da capacidade para além do ponto mínimo da curva de escala irá levar a organização para custos unitários potencialmente maiores (ver Figura 6). A Figura 11 ilustra essas diferenças. $0 $30 $60 $90 0% 20% 40% 60% 80% 100% C u s to (C $ ) Ocupação Custo Fixo Unitário (CFu) Custo Fixo Unitário (CFu) Gestão Estratégica de Custos 50 Figura 11: Economias de escala e de utilização 2.11 Eficiência do Layout A maior eficiência do layout pode reduzir tempos de ciclo, necessidades de estoque, mão-de-obra e espaço. Neste último aspecto, vários itens podem estar incluídos, tais como locação de espaço, depreciação imobiliária, climatização, manutenção, iluminação, etc. 2.12 Configuração do Produto A correta configuração do produto pode levar à economia de operações, redução da necessidade de estoques e melhoria nas vendas, com efeitos na redução de custos e aumento das receitas. C ap acid ad e: 1 2 .0 0 0 p ç/ d ia C ap : 6 .0 0 0 p ç/ d ia 8000 12.000 6.000 8000 80% 50% 60% 80% Diferença de Escala Diferença de Utilização Diferença de Escala e de Utilização MBA em Controladoria e Finanças 51 2.13 Exploração da Ligação com Fornecedores/ Clientes A exploração da ligação com fornecedores e clientes ocorre mediante maior contato com eles, bem como iniciativas conjuntas, que podem ocorrer nas áreas de logística, pesquisa e desenvolvimento, propaganda, aquisição, entre outras. Esse tópico já foi mais explorado quando abordamos a análise da cadeia de valor. 2.14 Análise dos Determinantes de Custos Para a análise de determinantes de custos, o gestor deve, em primeiro lugar, avaliar o impacto potencial de cada um deles sobre os custos do seu negócio. Após, deverá identificar o determinante (indicador) que o auxiliará a mensurar o comportamento dos custos desse. O Quadro 1 mostra uma visão geral das atividades e seus possíveis determinantes. Já o quadro seguinte (Quadro 2) mostra indicadores possíveis para cada determinante aqui estudado. Gestão Estratégica de Custos 52 Quadro 1: Atividades e possíveis determinantes ATIVIDADES ESTRUTURAIS DETERMINANTES DE CUSTOS ESTRUTURAIS Construir fábricas # fábricas, escala, grau de centralização, Estruturar a gestão Estilo e filosofia de gestão Agrupar empregados # e tipo de unidades de trabalho Estabelecer complexidade # linhas de produto, # processos únicos, # peças únicas Integrar verticalmente Escopo, poder de compra, poder de venda Selecionar e usar tecnologias de processo Tipos de tecnologia de processo, experiência ATIVIDADES DE EXECUÇÃO DETERMINANTES DE CUSTOS DE EXECUÇÃO Usar empregados Grau de envolvimentoFornecer qualidade Abordagem de qualidade Fornecer layout de fábrica Eficiência do layout Projetar e produzir produtos Configuração de produtos Fornecer capacidade Utilização de capacidade Fonte: Adaptado de HANSEN, D.R, MOWEN (2001) MBA em Controladoria e Finanças 53 Quadro 2: Determinantes e seus indicadores Determinante Indicador Escala Quantidade produzida por período Escopo (integração) Receita por segmento; número total de produtos; Experiência Quantidade produzida acumulada Tecnologia Idade dos equipamentos; vida útil de equipamentos; grau de ocupação; Complexidade Número de níveis organizacionais; tempos médios de decisão; diversidade de equipamentos; diversidade de cargos e funções; Participação da força de trabalho Quantidade produzida/Horas trabalhadas; Número de sugestões por empregado; participação em atividades voluntárias ou extras; absenteísmo; rotatividade; Gestão da qualidade Taxa de refugos; retrabalho; reclamações de clientes; Utilização da capacidade/ eficiência Taxa de ocupação; eficiência técnica e econômica; produtividade; Eficiência do lay out Tempo de ciclo; espaço total percorrido pelo produto ou cliente; tempos de setup; tempos não produtivos; Configuração do produto Número de diferentes itens por produto/serviço; número de etapas de montagem/ fabricação/ atendimento; Exploração da ligação com fornecedores/ compradores Custo transporte; número de iniciativas conjuntas; reduções de custos de insumos; tempo de relacionamento (fidelização); participação nas compras do cliente; diferenças nos custos ou preços médios do mercado; Gestão Estratégica de Custos 54 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como visto, a GEC possibilita a melhor gestão dos custos de uma organização, ao considerar, explicitamente três temas-chave: Posicionamento Estratégico, Análise da Cadeia de Valor e Análise dos Determinantes. Ao extrapolar a visão sobre custos para além do limite organizacional e oferecer uma visão sistêmica sobre eles, permite que o gestor tenha uma ação mais efetiva. MBA em Controladoria e Finanças 55 REFERÊNCIAS BESANKO, D. A.; BRAEUTIGAM, R. R. Microeconomia: uma abordagem completa. Rio de Janeiro: LTC, 2004. 584 p. BESANKO, D. et al. A Economia da Estratégia. 3a. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. DIEHL, C. A.; MIOTTO, G. R.; SOUZA, M. A. D. Análise da Tecnologia das Aeronaves como Determinante de Custos no Setor de Aviação Comercial Brasileiro. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, São Paulo, v. 12, 2010. FINE, H. C. et al. A fórmula da resposta rápida. HSM Management, São Paulo, n. 33, p. 108-118, jul./ago. 2002., São Paulo, n. 33, p. 108-118, jul./ago 2002. HANSEN; D.R; MOWEN, M. M. Gestão de Custos - contabilidade e controle. São Paulo: Pioneira Thomson, 2001. 783 p. PORTER, M. Estratégia Competitiva - técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1997. Nome do curso PARTE I - AS MUDANÇAS AMBIENTAIS E A GESTÃO ESTRATÉGICA: DESAFIOS NA FORMA DE VER CUSTOS 1 O Ambiente e a Estratégia 1.1 Conceitos em Custos 1.2 Gestão Estratégica de Custos 2 Análise de Posicionamento Estratégico 2.1 Liderança em Custos e GEC 2.2 Diferenciação e GEC 2.3 Enfoque e GEC Referências PARTE II 1 Análise da Cadeia de Valor 1.1 Análise da Cadeia de Valor 1.2 Estrutura de Custos dos Concorrentes 1.3 Custos ao Longo das Cadeias de Valor Externa e Interna 1.4 Custos Setoriais – Economias e Deseconomias de Escala 1.5 Decisão Fazer x Comprar – Externalização (Análise Diferencial) 1.6 Importância para o Cliente 1.7 Ritmo de Evolução da Tecnologia 1.8 Posição Competitiva da Atividade 1.9 Fornecedores Capacitados 1.10 Arquitetura 1.11 Análise Quantitativa da Externalização 1.12 Decisões Possíveis quanto à Externalização 1.13 Benefícios da Integração Vertical 1.14 Custos da Integração Vertical 1.15 Ilusões da Integração Vertical 2 Determinantes de Custos 2.1 Determinantes de Custos Estruturais 2.2 Escala 2.3 Escopo (Integração) 2.4 Experiência 2.5 Tecnologia 2.6 Complexidade 2.7 Determinantes de Custos Operacionais 2.8 Participação da Força de Trabalho 2.9 Gestão da Qualidade 2.10 Utilização da Capacidade 2.11 Eficiência do Layout 2.12 Configuração do Produto 2.13 Exploração da Ligação com Fornecedores/ Clientes 2.14 Análise dos Determinantes de Custos Considerações Finais Referências
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