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Página 1 de 12Fisioter Mov. 2019; 32: e003213 ISSN 0103-5150 Fisioter. Mov., Curitiba, v. 32, e003213, 2019 DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1980-5918.032.AO13 Licenciado sob uma atribuição Creative Commons ARTIGO ORIGINAL Exercícios inspiratórios de carga sobre a função muscular respiratória em pacientes com gastroplastia pós-operatória: ensaio clínico randomizado Exercícios com carga inspiratória na função muscular respiratória no pós-operatório de gastroplastia: um ensaio clínico randomizado Exercícios com carga inspiratória na função respiratória muscular no pós-operatório de gastroplastia: um ensaio clínico aleatorizado Maura Rigoldi Simões da Rocha [ uma], Daniela Faleiros Bertelli Merino [ uma],Maura Rigoldi Simões da Rocha [ uma], Daniela Faleiros Bertelli Merino [ uma],Maura Rigoldi Simões da Rocha [ uma], Daniela Faleiros Bertelli Merino [ uma],Maura Rigoldi Simões da Rocha [ uma], Daniela Faleiros Bertelli Merino [ uma], Stefane Cristina de Souza [ uma], Maria Imaculada de Lima Montebelo [ uma],Stefane Cristina de Souza [ uma], Maria Imaculada de Lima Montebelo [ uma],Stefane Cristina de Souza [ uma], Maria Imaculada de Lima Montebelo [ uma],Stefane Cristina de Souza [ uma], Maria Imaculada de Lima Montebelo [ uma], Irineu Rasera-Júnior [ b] Eli Maria Pazzianotto-Forti Irineu Rasera-Júnior [ b] Eli Maria Pazzianotto-Forti Irineu Rasera-Júnior [ b] Eli Maria Pazzianotto-Forti [uma]* [uma] Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), Piracicaba, SP, Brasil[uma] Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), Piracicaba, SP, Brasil [b] Clínica Bariátrica de Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil[b] Clínica Bariátrica de Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil Resumo Introdução: O período pós-operatório da gastroplastia pode alterar a mecânica respiratória e predispor os pacientes a complicações Introdução: O período pós-operatório da gastroplastia pode alterar a mecânica respiratória e predispor os pacientes a complicações respiratórias. Objetivo: O objetivo foi avaliar os efeitos de exercícios com carga inspiratória na função muscular respiratória e na prevalência respiratórias. Objetivo: O objetivo foi avaliar os efeitos de exercícios com carga inspiratória na função muscular respiratória e na prevalência respiratórias. Objetivo: O objetivo foi avaliar os efeitos de exercícios com carga inspiratória na função muscular respiratória e na prevalência de atelectasias após gastroplastia. Método: 40 participantes foram alocados aleatoriamente em dois grupos: Grupo Controle (GC), seus de atelectasias após gastroplastia. Método: 40 participantes foram alocados aleatoriamente em dois grupos: Grupo Controle (GC), seus de atelectasias após gastroplastia. Método: 40 participantes foram alocados aleatoriamente em dois grupos: Grupo Controle (GC), seus membros foram submetidos a fisioterapia respiratória convencional (PCR) e Grupo de Carga Inspiratória (ILG), seus membros realizaram exercícios com * MRSR: MS, e-mail: maurasimoes@hotmail.com DFBM: PhD, e-mail: daniela.merino@unimep.br SCS: BS, e-mail: stefane.souza@unimep.br MILM: PhD, e-mail : milmonte50@gmail.com IRJ: PhD, e-mail: irineu@bariatrica.com.br EMPF: PhD, e-mail: eli.forti@unimep.br https://orcid.org/0000-0002-5357-2008 https://orcid.org/0000-0002-3977-974X https://orcid.org/0000-0002-9152-2845 https://orcid.org/0000-0001-7844-358X https://orcid.org/0000-0001-6300-2319 https://orcid.org/0000-0003-0989-1092 Fisioter Mov. 2019; 32: e003213Página 2 de 12 Rocha MRS, Merino DFB, Souza SC, Montebello MIL, Rasera-Júnior I, Pazzianotto-Forti EM. 2 carga de pressão inspiratória, com 40% da pressão inspiratória máxima (PImáx), associada à PCR. Os procedimentos de terapia foram conduzidos duas vezes durante o pós-operatório imediato e três vezes no primeiro dia de pós-operatório. Além de avaliar a PImáx, a pressão inspiratória nasal (NIP) e a pressão inspiratória máxima sustentada (SMIP) foram avaliadas antes e após o tratamento. A análise de variância seguida da correção de Bonferroni foi aplicada considerando um nível de significância de 5% (p <0,05). Resultados: Não houve diferença seguida da correção de Bonferroni foi aplicada considerando um nível de significância de 5% (p <0,05). Resultados: Não houve diferença seguida da correção de Bonferroni foi aplicada considerando um nível de significância de 5% (p <0,05). Resultados: Não houve diferença significativa nos valores de NIP e SMIP quando os períodos pré e pós-operatório foram comparados para o ILG; no entanto, esses valores foram significativamente mais baixos para o GC, também com diferenças intergrupos nos valores de NIP. A prevalência de atelectasia foi de 5% para ILG e 15% para GC, sem diferença intergrupos. Conclusão: 5% para ILG e 15% para GC, sem diferença intergrupos. Conclusão: A força muscular inspiratória e a resistência dos músculos respiratórios foram mantidas no grupo que realizou exercícios com carga inspiratória associada à PCR, com baixo índice de atelectasias após gastroplastia. Palavras-chave: Exercícios de respiração. Especialidade em Fisioterapia. Cirurgia bariatrica. Obesidade. Força muscular.Palavras-chave: Exercícios de respiração. Especialidade em Fisioterapia. Cirurgia bariatrica. Obesidade. Força muscular. Resumo Introdução: O pós-operatório de gastroplastia pode alterar a mecânica respiratória e predispor a complicações respiratórias. Objetivo: Analisar Introdução: O pós-operatório de gastroplastia pode alterar a mecânica respiratória e predispor a complicações respiratórias. Objetivo: Analisar Introdução: O pós-operatório de gastroplastia pode alterar a mecânica respiratória e predispor a complicações respiratórias. Objetivo: Analisar Introdução: O pós-operatório de gastroplastia pode alterar a mecânica respiratória e predispor a complicações respiratórias. Objetivo: Analisar os efeitos dos exercícios com carga inspiratória na função respiratória muscular e na prevalência de atelectasias após gastroplastia. Método: 40 os efeitos dos exercícios com carga inspiratória na função respiratória muscular e na prevalência de atelectasias após gastroplastia. Método: 40 os efeitos dos exercícios com carga inspiratória na função respiratória muscular e na prevalência de atelectasias após gastroplastia. Método: 40 voluntários foram alocados aleatoriamente em: Grupo Controle (GC), que recebeu Fisioterapia Respiratória Convencional (FRC) e Grupo Carga Inspiratória (GCI), que executou exercícios com carga inspiratória linear linear pressórica com 40% da pressão inspiratória correta (PImáx), associados à FRC. Os procedimentos foram realizados duas vezes no pós-operatório imediato e três vezes no primeiro dia pós-operatório. Além do PImáx, foram avaliadas a pressão inspiratória nasal (PIN) e a pressão inspiratória máxima sustentada (PImáxS) antes e após o tratamento. Foi realizada análise de variância seguida do ajuste de Bonferroni, e o nível de significância estatística foi de 5% (p <0,05). Resultados: Não houve diferença significativa nos valores de PIN e PImáxS no GCI, quando comparados ou pré-operatórios, (p <0,05). Resultados: Não houve diferença significativa nos valores de PIN e PImáxS no GCI, quando comparados ou pré-operatórios, (p <0,05). Resultados: Não houve diferença significativa nos valores de PIN e PImáxS no GCI, quando comparados ou pré-operatórios, diferentemente do GC, nenhum desses valores foram menores, além da diferença entre os grupos no valor de PIN. A prevalência de atelectasias foi de 5% para GCI e 15% para GC, sem diferenças intergrupos. Conclusão: Houve manutenção da força muscular inspiratória e atelectasias foi de 5% para GCI e 15% para GC, sem diferenças intergrupos. Conclusão: Houve manutenção da força muscular inspiratória e atelectasias foi de 5% para GCI e 15% para GC, sem diferenças intergrupos. Conclusão: Houve manutenção da força muscular inspiratória e resistência dos músculos respiratórios no grupo que executa exercícios com carga inspiratória, associado a FRCcom baixo índice de atelectasias após gastroplastia. Palavras-chave: Exercícios Respiratórios. Fisioterapia. Cirurgia Bariátrica. Obesidade. Força Muscular.Palavras-chave: Exercícios Respiratórios. Fisioterapia. Cirurgia Bariátrica. Obesidade. Força Muscular. Resumen Introdução: O pós-operatório de gastroplastia alterou a mecânica respiratória e predisponiu as complicações respiratórias. Objetivo: Avalie Introdução: O pós-operatório de gastroplastia alterou a mecânica respiratória e predisponiu as complicações respiratórias. Objetivo: Avalie Introdução: O pós-operatório de gastroplastia alterou a mecânica respiratória e predisponiu as complicações respiratórias. Objetivo: Avalie Introdução: O pós-operatório de gastroplastia alterou a mecânica respiratória e predisponiu as complicações respiratórias. Objetivo: Avalie os efeitos de exercícios com carga inspiratória na função respiratória muscular e na prevalência de atelectasias despachadas pela gastroplastia. Método: 40 voluntárias atribuídas em: Grupo Control (GC), que recebeu Fisioterapia Respiratória Convencional (FRC) e gastroplastia. Método: 40 voluntárias atribuídas em: Grupo Control (GC), que recebeu Fisioterapia Respiratória Convencional (FRC) e gastroplastia. Método: 40 voluntárias atribuídas em: Grupo Control (GC), que recebeu Fisioterapia Respiratória Convencional (FRC) e Grupo Carga Inspiratoria (GCI), que executou exercícios com carga inspiratória, com carga inspiradora linear com 40% da presença inspiratória máxima ( PIM) associado à FRC. Ambos os tratamentos são realizados no pós-operatório intermediário e três no pré-operatório. Adira ao PIM, avalie a presidência inspiratória nasal (PIN) e a presidência inspiratória máxima (PImáxS) antes e depois do tratamento. Veja a análise de variação posterior do ajuste de Bonferroni. Se adotar um nível de significância estatística de 5% (p <0,05). Resultados: tratamento. Veja a análise de variação posterior do ajuste de Bonferroni. Se adotar um nível de significância estatística de 5% (p <0,05). Resultados: Nenhum hub diferenciado nos valores de PIN e PImáxS no GCI, comparando no pré-operatório e no pós-operatório, uma diferença do GC, nos valores cuais de valores anteriores ao intervalo de idade menor do que nos grupos de valor no grupo de valores PIN. A prevalência de atelectasias é de 5% para GCI e 15% para GC, sem diferença entre grupos. Conclusão:prevalência de atelectasias é de 5% para GCI e 15% para GC, sem diferença entre grupos. Conclusão: Hub de manutenção da força muscular inspiratória e resistência dos músculos respiratórios no grupo que realiza exercícios com carga inspiratória, associado ao FRC, com baixo índice de atelectasias após gastroplastia. Palabras clave: Ejercicios Respiratorios. Fisioterapia. Cirugía Bariátrica. Obesidad. Fuerza Muscular.Palabras clave: Ejercicios Respiratorios. Fisioterapia. Cirugía Bariátrica. Obesidad. Fuerza Muscular. Fisioter Mov. 2019; 32: e003213 Página 3 de 12 Exercícios inspiratórios de carga sobre a função muscular respiratória em pacientes com gastroplastia pós-operatória 3 Introdução A cirurgia bariátrica é atualmente considerada o padrão-ouro no tratamento de indivíduos com índice de massa corporal (IMC) acima de 40 kg / m 2 devido à sua maior eficácia na perda acima de 40 kg / m 2 devido à sua maior eficácia na perda acima de 40 kg / m 2 devido à sua maior eficácia na perda sustentada ponderada e redução no risco de morte [1]. No entanto, essa intervenção cirúrgica pode causar alterações adicionais na função pulmonar e na contratilidade muscular respiratória. Fatores inerentes ao procedimento, como anestésico, incisões e disfunção diafragmática causadas pela inibição reflexiva do diafragma, levam à paresia diafragmática [2, 3] e ao comportamento pulmonar restritivo [4]. A via de acesso, principalmente por laparotomia, pode comprometer o padrão respiratório devido à dor, inibindo a respiração profunda e a tosse, além de levar a um padrão muscular predominantemente torácico ventilatório, devido à reduzida contribuição diafragmática para a geração do volume corrente [5]. O reflexo mecânico para atenuar a dor na região incisional, associada à irritação das vias aferentes viscerais, também contribui para a promoção da disfunção diafragmática, resultando em redução da mobilidade diafragmática e global [6]. A disfunção diafragmática pode variar de perdas parciais na capacidade de gerar pressão até a perda completa na função diafragmática [7] e, segundo Franco et al. [8], há evidências de que essa é a principal causa na etiologia das complicações pulmonares. Isso pode ser devido ao pico de disfunção que ocorre entre duas e oito horas após a cirurgia, e sua função é restabelecida somente após cerca de quinze dias, de acordo com Romanini et al. [9] Assim, a associação desses fatores contribui para a ocorrência de complicações pulmonares, que ocorrem em 5 a 30% dos casos no pós-operatório de cirurgia abdominal, sendo as principais causas de morbimortalidade, aumento do tempo de hospitalização e custos hospitalares [10]. A atelectasia, a complicação pulmonar mais frequente, aparece alguns minutos após a indução do anestésico e seus efeitos adversos persistem durante o período pós-operatório e podem afetar a recuperação do paciente [11-13]. A fisioterapia respiratória pós-operatória promove benefícios em pessoas obesas, como a restauração de volumes e capacidades pulmonares e a mobilidade diafragmática [14], contribuindo assim para a prevenção de complicações pulmonares [13]. Vários recursos são utilizados para esse procedimento, como equipamentos de carga resistiva inspiratória, envolvendo resistores, orifícios, molas e dispositivos eletrônicos resistivos [15-17], que podem ajudar na prevenção de complicações pulmonares, aumentando a força e a resistência muscular respiratória [18, 19], contribuindo para a recuperação precoce dos fluxos e volumes em pacientes com obesidade mórbida submetidos à cirurgia bariátrica [20] e na redução de atelectasias e pneumonias e tempo de internação [21]. A hipótese deste estudo foi que o uso de equipamentos com carga de pressão inspiratória linear poderia contribuir para uma reversão mais efetiva da disfunção diafragmática encontrada no período pós-operatório de cirurgia bariátrica e, assim, reduzir o risco de complicações pulmonares pós-operatórias. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos dos exercícios com carga inspiratória na força muscular inspiratória, na resistência muscular respiratória e na prevalência de atelectasia em obesos mórbidos no pós-operatório de cirurgia bariátrica. Metodologia Design de estudo Este foi um ensaio clínico randomizado, cego, com participantes obesos mórbidos, candidatos à cirurgia bariátrica eletiva, realizado por 24 meses, incluindo os períodos de recrutamento e acompanhamento médico, começando em março de 2013 e terminando em março de 2015. Aspectos éticos O estudo foi realizado de acordo com a resolução no. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, garantindo as referências bioéticas básicas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Brasil, relatório no. 89/12 e incluídos nos ensaios clínicos sob o n. NCT02682771. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Amostra Critério de inclusão Somente participantes do sexo feminino foram incluídas, pois constituíam a maioria da população submetida Fisioter Mov. 2019; 32: e003213Página 4 de 12 Rocha MRS, Merino DFB, Souza SC, Montebello MIL, Rasera-Júnior I, Pazzianotto-Forti EM. 4 para este procedimento, minimizando possíveis vieses. Os participantes tinham entre 25 e 55 anos, não fumantes, com IMC variando de ≥ 40 kg / m 2 a <55 kg / m 2 e, submetido ao procedimento de bypass gástrico / m 2 a <55 kg / m 2 e, submetido ao procedimento de bypassgástrico / m 2 a <55 kg / m 2 e, submetido ao procedimento de bypass gástrico / m 2 a <55 kg / m 2 e, submetido ao procedimento de bypass gástrico / m 2 a <55 kg / m 2 e, submetido ao procedimento de bypass gástrico laparoscópico em Y de Roux. Como critérios de inclusão adicionais, foram realizados testes de função pulmonar pré-operatórios e radiografias do tórax com resultados dentro dos parâmetros de normalidade, sem histórico de doença pulmonar crônica, sem diagnóstico de síndrome da apneia obstrutiva do sono ou com a necessidade de uso prévio de pressão positiva nas vias aéreas. Critério de exclusão Os critérios de exclusão consideraram participantes que apresentaram instabilidade hemodinâmica, presença de complicações cirúrgicas (fístula na linha de recorte, sangramento gastrointestinal, obstrução intestinal) ou outras complicações menos frequentes que prolongaram o período de internação esperado (três dias), aqueles que não estavam de acordo ao protocolo da equipe cirúrgica, que se recusou a participar do estudo até a sua conclusão ou que não conseguiram entender os procedimentos de avaliação. Avaliações Dados antropométricos A massa corporal foi obtida utilizando uma balança digital modelo Welmy W200 / 5 (Santa Bárbara d'Oeste, São Paulo, Brasil) com capacidade máxima de 200 kg. Os participantes foram solicitados a remover todos os acessórios e sapatos e usar roupas leves. Durante a coleta de dados, os pacientes permaneceram na posição vertical no centro da balança, sem se mover e com os braços esticados na lateral do corpo, distribuindo uniformemente o peso corporal entre os pés [22]. A estatura foi medida usando um estadiômetro embutido na balança. O IMC foi calculado de acordo com a equação: massa corporal (kg) / estatura (m 2) 2com a equação: massa corporal (kg) / estatura (m 2) 2 Força muscular inspiratória Pressão inspiratória máxima A pressão inspiratória máxima (PIM) foi medida para prescrever a carga inspiratória no POWERbreathe K3 ®. A força prescrever a carga inspiratória no POWERbreathe K3 ®. A força prescrever a carga inspiratória no POWERbreathe K3 ®. A força muscular inspiratória foi avaliada pelo PImáx usando um MVD digital 300 ®digital 300 ® manovacuômetro (GlobalMed, RS, Brasil) a partir do volume residual (VR) [23], considerando tentativas mantidas por pelo menos um segundo. Por esta medida, solicitou-se aos participantes que permanecessem sentados, com os pés apoiados e utilizando um clipe nasal. Foram realizadas três a cinco tentativas de inspiração máxima, tecnicamente aceitáveis e reproduzíveis (isto é, sem vazamento de ar e com uma diferença de 10% ou menos entre os valores), e o valor mais alto foi usado na análise [24]. Pressão inspiratória nasal A pressão inspiratória nasal (NIP) foi avaliada pela técnica de Sniff, gerando um pico de pressão nasal durante o procedimento [25]. Um MVD digital 300 ®[25]. Um MVD digital 300 ® foi utilizado o manovacuômetro (GlobalMed, RS, Brasil), com o participante sentado, com os pés apoiados. Uma narina foi mantida livre enquanto a outra foi ocluída com um tampão nasal de silicone e conectada ao manovacuômetro digital usando um cateter de aproximadamente 1 mm de diâmetro [26]. Foi solicitado aos participantes que farejassem o máximo com a boca fechada a partir da capacidade residual funcional (CRF). O procedimento foi repetido dez vezes [27] com intervalos de 30 segundos entre cada sniff. O critério usado para um sniff aceitável foi a geração do maior pico de pressão e duração entre 0 e 5 segundos [28]. Resistência muscular respiratória Pressão inspiratória máxima sustentada O teste incremental para a resistência dos músculos inspiratórios usando o POWERbreathe K3 ®inspiratórios usando o POWERbreathe K3 ® equipamento (Gaiam Ltd; Southam, Warwickshire, Reino Unido) foi realizado de forma pioneira neste estudo. Os participantes estavam em posição sentada usando um clipe nasal, foram instruídos a respirar forte e profundamente, seguido de uma expiração completa, sendo incentivados a atingir o máximo desempenho durante o teste. O dispositivo emitiu um sinal acústico como sinal de um novo ciclo respiratório após o término da expiração e o fluxo de ar interrompido [29]. O teste começou com 30% da PImáx [30, 31] e 10 cmH 2 0 carga [32] adicionada com 30% da PImáx [30, 31] e 10 cmH 2 0 carga [32] adicionada com 30% da PImáx [30, 31] e 10 cmH 2 0 carga [32] adicionada após cada 30 ciclos respiratórios. No final de cada etapa, o participante descansou por 1 minuto antes de começar novamente. O teste continuou até o paciente não conseguir mais gerar a pressão pré-determinada por três respirações consecutivas ou apresentar dispnéia. Assim, quando o participante atendeu a esses critérios, o teste foi interrompido e a maior carga sustentada por pelo menos Fisioter Mov. 2019; 32: e003213 Página 5 de 12 Exercícios inspiratórios de carga sobre a função muscular respiratória em pacientes com gastroplastia pós-operatória 5 15 respirações foram consideradas como o valor da pressão inspiratória máxima sustentada (SMIP). Um diferencial do dispositivo utilizado é que a carga é ajustada digitalmente e fornece os dados de potência (desempenho muscular), volume corrente e índice de treinamento (TI) (intensidade da atividade muscular inspiratória), que auxiliam na avaliação do comportamento das vias respiratórias. músculos [29]. Complicações pulmonares Para todos os participantes em tratamento, a presença de complicações pulmonares pós-operatórias, conforme descrito no prontuário, foi analisada durante o período de hospitalização. Eles foram definidos como: insuficiência respiratória aguda - caracterizada pela necessidade de intubação traqueal e ventilação mecânica -, derrame pleural, pneumotórax, atelectasia e pneumonia. A presença de complicações foi baseada em exames de imagem, em exames clínicos e laboratoriais e na instituição de antibioticoterapia [19]. Radiografias torácicas Radiografias torácicas foram realizadas no dia da alta hospitalar. Os participantes estavam em posição vertical, incidente na região póstero-anterior, de acordo com o protocolo do hospital. Os relatórios radiológicos torácicos foram emitidos pelos radiologistas do hospital, que estavam cegos em relação a quais grupos os participantes haviam sido designados. Todos os participantes cujos relatos mencionaram os termos “atelectasia”, “hipoexpansão pulmonar” ou hipoexpansão dos campos pulmonares, independentemente da localização e dimensão, foram considerados presença de atelectasia. A avaliação pós-operatória foi realizada no dia em que os participantes receberam alta do hospital, ou seja, no segundo dia pós-operatório, conforme protocolo da equipe cirúrgica. Os testes para verificar os valores de NIP e SMIP foram conduzidos novamente. A presença de dor foi verificada usando uma escala visual analógica (EVA) para minimizar sua interferência. A escala variou de zero a dez e as expressões faciais associadas de acordo com cada sensação avaliada, sendo 0 considerado a ausência total de dor e 10 o nível máximo de dor suportado. Assim, antes de iniciar o teste, os participantes classificaram o nível de dor sentida naquele momento [33]. Se a dor Com intensidade relatada maior ou igual a 4, solicitou-se à equipe de enfermagem a aplicação de um analgésico de acordo com a prescrição médica. Após 30 minutos, a participante foi solicitada a classificar sua dor novamente, e a avaliação só começou quando a intensidade era menor ou igual a 3. Designação dos participantes para cada grupo Os participantes avaliados na fase pré-operatória foram randomizados pelo software Excel e divididos em dois grupos: grupo controle (GC) com 21 participantes e grupo carga inspiratória (ILG) com 22 participantes. Os participantes do GC foram submetidos a sessões de fisioterapia respiratóriaconvencional (PCR), que consistiam em exercícios respiratórios com diafragma, inspirações profundas e fracionadas, exercícios respiratórios associados a movimentos dos membros superiores e uso de espirometria de incentivo. Cada exercício foi realizado com uma série de 10 repetições, além de deambulação [34]. Um Respiron ® modelo O aparelho de fluxo dependente clássico Um Respiron ® modelo O aparelho de fluxo dependente clássico Um Respiron ® modelo O aparelho de fluxo dependente clássico Um Respiron ® modelo O aparelho de fluxo dependente clássico (NCS, São Paulo, Brasil) foi utilizado para a realização do exercício de espirometria de incentivo, visando aumentar a expansão pulmonar. A unidade usada neste estudo possuía três câmaras plásticas, cada uma contendo uma pequena esfera colorida que se movia livremente para cima ou para baixo na câmara. Quando o paciente inspirou profundamente, as esferas subiram sucessivamente devido à pressão negativa gerada nas extremidades superiores das câmaras, incentivando visualmente o paciente a respirar profundamente. As instruções de uso foram baseadas nas recomendações da Associação Americana de Cuidados Respiratórios (AARC) [35]. Os participantes foram convidados a realizar inspirações máximas e lentas com fluxo suficiente para elevar e sustentar as três esferas o maior tempo possível. Para esses procedimentos, os participantes estavam preferencialmente sentados ou, quando não era possível, deitados confortavelmente de costas em uma posição semi-vertical de 45º Fowler, com os braços e ombros relaxados. Além da PCR, o ILG foi submetido a exercícios lineares de carga de pressão inspiratória usando o dispositivo POWERbreathe K3. Este é um dispositivo digital usado para treinar os músculos inspiratórios, apresentando uma válvula de resposta rápida controlada eletronicamente, permitindo que a resistência inspiratória seja ajustada. O dispositivo também possui um sistema de armazenamento de dados que Fisioter Mov. 2019; 32: e003213Página 6 de 12 Rocha MRS, Merino DFB, Souza SC, Montebello MIL, Rasera-Júnior I, Pazzianotto-Forti EM. 6 mostra dados anteriores. A resistência utilizada foi de 40% da PImáx medida no pré-operatório. O participante foi instruído a inspirar para superar a resistência do equipamento e depois expirar normalmente. Foram realizadas seis séries de quinze repetições, com intervalo de 30 a 60 segundos entre cada série. As sessões para os dois grupos foram aplicadas com a mesma frequência, ou seja, duas vezes imediatamente após o procedimento e três vezes no primeiro dia de pós-operatório (a cada 6 horas). Deve-se notar que nenhum efeito adverso ocorreu durante o período de intervenção. Cegamento Os pesquisadores responsáveis pela randomização e tratamento dos dados e o radiologista responsável pelos laudos radiográficos torácicos ficaram cegos em relação à avaliação dos tratamentos. A pessoa responsável pelas intervenções estava cega para a avaliação e o avaliador cego para as intervenções. Os participantes estavam cegos para os tratamentos. Análise estatística O tamanho da amostra foi calculado por estatística descritiva, utilizando o software BioEstat versão 5.3, com base nos seis primeiros participantes do grupo intervenção, considerando as variáveis pressão inspiratória nasal (NIP) e pressão inspiratória máxima sustentada (SMIP). A média das diferenças (considerando antes e após a intervenção) e os desvios-padrão das diferenças foram utilizados no cálculo pelo teste t para amostras pareadas, adotando um poder estatístico de 0,05 alfa e 90%. A variável com maior amostra foi considerada para o estudo, que foi o PIN (diferença média = 6,67; desvio padrão ± 9,46 e teste unilateral). Assim, 19 participantes foram designados para cada grupo, resultando em uma amostra constituída de um mínimo de 38 participantes no total. Considerando uma perda amostral de 20%, Os dados foram analisados no software SPSS versão 17.0, e a normalidade da distribuição dos dados foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. As características antropométricas e a idade foram comparadas pelo teste t de Student para dados paramétricos e pelo teste de Mann-Whitney para dados não paramétricos. dados. A análise de variância com medidas repetidas (ANOVA) foi utilizada para comparações intra e intergrupos das variáveis força muscular inspiratória e resistência respiratória, seguida pela correção de Bonferroni. A suposição de esfericidade foi testada usando o teste de Mauchly e, quando nenhuma suposição foi encontrada, a correção de Greenhouse-Geisser (GG) foi aplicada. Os dados foram apresentados em intervalos de confiança considerando um nível de 95%. O teste do qui-quadrado foi utilizado para comparar a prevalência de atelectasia em cada grupo. Todos os testes foram processados considerando um nível de significância de 5%. Além disso, a possível influência do tratamento das variáveis de resultado foi testada usando a medida Tamanho do efeito para analisar os grupos tratados em relação ao grupo controle. Cohen's d O método foi usado para isso na versão Effect Size Cohen's d O método foi usado para isso na versão Effect Size Cohen's d O método foi usado para isso na versão Effect Size Generator 2.3 (Swinburne University of Technology, Centro de Neuropsicologia, Melbourne, Austrália), considerando a média e o desvio padrão das diferenças entre os períodos pré e pós-operatório e o número de participantes em cada grupo. Pontos de corte foram utilizados para interpretar os resultados e classificar o tamanho do efeito. Valores iguais ou superiores a 0,8 representaram um efeito grande, entre 0,2 e 0,8 um efeito moderado e abaixo 0,2 um pequeno efeito [36]. Resultados Dos 47 participantes avaliados, 4 foram excluídos do estudo e dos 43 randomizados, 3 não foram reavaliados, para 40 participantes no total que foram incluídos no estudo (Figura 1). A tabela 1 mostra os resultados obtidos para as idades e características antropométricas dos participantes. Os resultados mostram que não houve diferença entre os grupos para as variáveis idade e características antropométricas (p> 0,05). A Tabela 2 mostra os valores encontrados para as variáveis de força (medidas do NIP) e as variáveis para o teste de resistência muscular respiratória (SMIP, Potência, Volume e Índice de Treinamento) nos períodos pré e pós-operatório. Os valores de NIP, SMIP, Power e TI permaneceram os mesmos para ILG, mas todas as variáveis foram alteradas para o GC. Ao comparar os grupos, houve diferenças nas variáveis NIP, potência e TI devido à diminuição dos valores para o GC. Fisioter Mov. 2019; 32: e003213 Página 7 de 12 Exercícios inspiratórios de carga sobre a função muscular respiratória em pacientes com gastroplastia pós-operatória 7 Avaliada para elegibilidade (n = 47) Excluídos (n = 4) • Incapaz de entender a avaliação (n = 10) Analisado (n = 20) Perdeu no seguimento - recusou a reavaliação (n = 1) Grupo Controle - GC - (n = 21) • Intervenção alocada recebida (n = 21) Perdeu no seguimento - recusou a revisão (n = 1) recusou a intervenção (n = 1) Analisado (n = 20) Randomizado (n = 43) Inscrição Grupo de Carga Inspiratória - ILG (n = 22) • Intervenção alocada recebida (n = 21) Alloca? On Acompanhamento da análise Nota: n: número de participantes no grupo; GC: grupo controle; ILG: grupo de carga inspiratória. Figura 1 - Fluxograma do desenho do estudo de acordo com o CONSORT. Tabela 1 - Idade, características antropométricas e cirurgias dos participantes atribuídos aos grupos GC (n = 21) ILG (n = 22) valor p Anos de idade) 40,45 ± 9,59 36,9 ± 5,92 0,14 Massa corporal (kg) 114,4 ± 14,46 116,83 ± 12,95 0,60 Altura (cm) 161,1 ± 7,81 161,9 ± 6,24 0,69 IMC (kg / m ²)IMC (kg / m ²) 44,02 ± 3,42 44,66 ± 4,06 0,60 Indução anestésica-extubação (min) 130,17 ± 12,75 129,15± 15,35 0,58 Tempo de VM (min) 127. 15 ± 11,75 126 ± 11,22 0,64 Nota: IMC: índice de massa corporal; n: número de participantes; cm: centímetro; Kg: quilograma; m 2 metro quadrado; min: minuto; VM: ventilação mecânica; GC: grupo controle; ILG: grupo de Nota: IMC: índice de massa corporal; n: número de participantes; cm: centímetro; Kg: quilograma; m 2 metro quadrado; min: minuto; VM: ventilação mecânica; GC: grupo controle; ILG: grupo de Nota: IMC: índice de massa corporal; n: número de participantes; cm: centímetro; Kg: quilograma; m 2 metro quadrado; min: minuto; VM: ventilação mecânica; GC: grupo controle; ILG: grupo de carga inspiratória. Valores expressos em média ± desvio padrão - teste t de Student e teste de Mann-Whitney. Fisioter Mov. 2019; 32: e003213Página 8 de 12 Rocha MRS, Merino DFB, Souza SC, Montebello MIL, Rasera-Júnior I, Pazzianotto-Forti EM. 8 Tabela 2 - Valores obtidos para NIP, SMIP, potência, volume e índice de treinamento no pré e pós-operatório Variável Significar Erro padrão IC (95%) valor de p intragrupo intergrupo valor p NIP (cmH 2 0)(cmH 2 0)(cmH 2 0) CG Pré- 76,7 2.9 70,8 82,5 <0,001 0,02 Postar- 57,7 3.8 50. 65,4 ILG Pré- 87,2 2.9 81,3 93 0,13 Postar- 80,6 3.8 72,8 88,3 SMIP (cmH 2 0)(cmH 2 0)(cmH 2 0) CG Pré- 39. 1.9 35 40. 0,004 0,44 Postar- 33 1.3 30,3 35,7 ILG Pré- 42. 2.4 37,1 46,9 0,2 Postar- 38,5 1.8 34,7 42,3 Potência (W) CG Pré- 2.9 0,3 2.3 3.5 0,009 0,002 Postar- 1.9 0,3 1.4 2.4 ILG Pré- 3.1. 0,3 2.5 3.7 0,2 Postar- 2.7 0,3 2.1 3.2. Volume (EU) CG Pré- 1.3 0,1 1.1 1.4 0,005 0,1 Postar- 1 1 0,1 0,9 1.1 ILG Pré- 1.4 0,1 1.2 1.5 0,009 Postar- 1 1 0,1 0,9 1.1 TI (%) CG Pré- 67,9 5.5 56,7 79 0,03 0,01 Postar- 40,7 8,7 23,1 58,2 ILG Pré- 80,7 5.5 69,5 91,8 0,73 Postar- 78,1 8,7 60,6 95,6 Nota: GC: grupo controle; ILG: grupo de carga inspiratória; n: número de participantes; Pré-: período pré-operatório; Pós-: pós-operatório; PNI: pressão inspiratória nasal; cmH 2 O: Nota: GC: grupo controle; ILG: grupo de carga inspiratória; n: número de participantes; Pré-: período pré-operatório; Pós-: pós-operatório; PNI: pressão inspiratória nasal; cmH 2 O: Nota: GC: grupo controle; ILG: grupo de carga inspiratória; n: número de participantes; Pré-: período pré-operatório; Pós-: pós-operatório; PNI: pressão inspiratória nasal; cmH 2 O: centímetros de água; SMIP: pressão inspiratória máxima sustentada; W: watt; L: litro; TI: índice de treinamento; diferença significativa (p <0,05). Valores expressos em média, erro padrão e intervalo de confiança da média - teste ANOVA seguido da correção de Bonferroni. A Tabela 3 mostra o tamanho do efeito do tratamento, sendo observado um grande efeito no NIP e um moderado no SMIP no ILG em relação ao GC. Tabela 3 - Tamanho do efeito do tratamento para os grupos tratados em comparação ao grupo controle para as variáveis NIP e SMIP Cohen's dCohen's d ILG Força muscular inspiratória BELISCAR 1,49 ** IC (95%) SD 0,79 a 2,19 9,64 Resistência muscular respiratória SMIP 0,25 * IC (95%) SD -0,38 a 0,87 10.18 Nota: ILG: grupo de carga inspiratória; IC: intervalo de confiança; DP: desvio padrão; *: Efeito moderado (entre 0,2 e 0,8); **: Ótimo efeito (> 0,8). Tamanho do efeito avaliado pelo método de Cohen d método.método de Cohen d método.método de Cohen d método. A prevalência de atelectasia foi de 15% para o GC e 5% para o ILG, mas sem diferença significativa entre os grupos (p = 0,51). Discussão Este estudo mostrou a manutenção do índice de força, resistência muscular respiratória, potência e treinamento pelo grupo que realizou os exercícios com carga inspiratória associada à PCR. Esses achados foram relevantes, pois a mecânica pulmonar foi alterada diretamente devido à intubação, procedimento anestésico geral, imobilidade, uso de bloqueios neuromusculares e ventilação mecânica invasiva. Além disso, a incisão cirúrgica e a presença de dor são fatores presentes na cirurgia abdominal alta [2, 37-39], tendo a disfunção diafragmática considerada a principal causa de comprometimento pulmonar [40, 41], e esses fatores Fisioter Mov. 2019; 32: e003213 Página 9 de 12 Exercícios inspiratórios de carga sobre a função muscular respiratória em pacientes com gastroplastia pós-operatória 9 poderia explicar os achados no grupo controle, no qual os valores de todas as variáveis estudadas caíram. Assim, a PCR associada aos exercícios respiratórios promoveu ganhos adicionais em relação à função muscular respiratória no pós-operatório após a gastroplastia. A redução da PImáx no pós-operatório reflete a disfunção diafragmática [8] observada neste estudo, causada pela diminuição da PNI. Devemos observar que a PNI é considerada uma técnica alternativa para avaliar a força geral do diafragma e de outros músculos inspiratórios de maneira não invasiva [42, 43]. Este procedimento foi validado de acordo com o PImáx, apresentando precisão e boa correlação, envolvendo risco reduzido de fadiga por permanecer menos tempo no pico de pressão, além de uma execução mais fácil e fisiológica [43]. Além de promover maior conforto, essas vantagens devem ser consideradas ao realizá-lo em pacientes no pós-operatório [44], como neste estudo. De acordo com Siafakas et al. [2], a diminuição do NIP identifica a ineficiência muscular promovida por fatores inerentes ao procedimento cirúrgico, como descrito anteriormente. Por outro lado, a pressão expiratória máxima (PEmáx), embora não tenha sido avaliada neste estudo, diminuiu de acordo com Laghi & Tobim [41] devido à incisão cirúrgica. Casali et al. [20] realizaram exercícios com carga inspiratória resistiva no pós-operatório de cirurgia bariátrica laparoscópica. Apesar da redução significativa dos parâmetros espirométricos, como capacidade vital forçada e força muscular respiratória no segundo dia pós-operatório, a força muscular respiratória do grupo que recebeu a intervenção retornou aos valores basais antes do grupo controle. Ambos os grupos foram acompanhados até os 30 º dia pós-operatório, quando o grupo controle ainda até os 30 º dia pós-operatório, quando o grupo controle ainda até os 30 º dia pós-operatório, quando o grupo controle ainda apresentava perda de 8% da PImáx, enquanto o grupo que utilizou a carga muscular inspiratória apresentou ganho de 13%. Alguns estudos, como os de Kulkarni et al. [18] e Edwards et al. [45] demonstraram que o treinamento muscular inspiratório (TMI) no período pré-operatório aumenta a PImáx, o que pode melhorar as condições respiratórias dos pacientes submetidos à cirurgia. No primeiro estudo realizado com IMT usando um dispositivo de carga de pressão linear por duas semanas pré-operatórias à cirurgia abdominal, foi observado um aumento significativo da força muscular inspiratória e esse valor foi mantido durante o período pós-operatório, quando comparado ao grupo controle e o grupo que usou incentivo espirometria no pós-operatório. Por outro lado, no segundo estudo, após 4 semanas de IMT em indivíduos com sobrepeso e obesidade, além do aumento da PImáx, uma maior distância foi percorrida no teste de caminhada de 6 minutos. O programa de exercícios com carga inspiratória utilizado neste estudo como proposta de intervenção não deve ser entendido como um programa de IMT, pois o tempo utilizado foi muito curto para produzir uma alteração no tipo de fibras musculares. No entanto, a preservação da força muscular respiratória - evidenciada pela manutenção da PImáx - poderia contribuir para a diminuição da dispnéia, tolerância ao exercício e prevenção de complicações pulmonares, uma vez que, segundo Souza et al. [46] a diminuição da força e resistência muscular respiratória pode estar relacionada à intolerância ao exercício e a maiores índices de dispnéia. Cabe ressaltar que o teste de resistência incremental utilizando o dispositivo POWERbreathefoi realizado de forma pioneira neste estudo. A resistência dos músculos respiratórios é definida como a capacidade de sustentar um nível minucioso de ventilação (resistência à ventilação) ou um determinado nível de pressão inspiratória e, às vezes, expiratória. Assim, tanto a pressão inspiratória máxima sustentada (SMIP) durante o teste de carga incremental quanto o tempo até a exaustão na inspiração contra uma carga submáxima constante (tlim) são comumente usados para esse fim [33]. Portanto, o teste incremental foi aplicado e seu resultado foi a pressão inspiratória máxima sustentada (SMIP). Em relação às variáveis que poderiam ser obtidas com o SMIP, o ILG também conseguiu garantir uma diminuição menor na TI, sugerindo a manutenção do desempenho muscular, Os resultados sobre o tamanho do efeito do tratamento, avaliado considerando o Tamanho do Efeito, corroboraram os benefícios da intervenção proposta, demonstrando grande efeito no PNI e efeito moderado no SMIP do ILG quando comparado ao GC. Em relação à baixa prevalência de atelectasia (5%) para o ILG, isso pode ter ocorrido devido à manutenção do volume de reserva expiratório, o qual está associado à capacidade funcional residual, favorecendo maior estabilidade pulmonar. Mesmo o GC, que apresentou uma prevalência de 15%, mostrou a importância da fisioterapia respiratória, uma vez que, segundo Baltieri et al. [47], a incidência de atelectasia no pós-operatório de cirurgia bariátrica pode atingir 37,8%. Deve-se mencionar que todos os casos de atelectasia foram Fisioter Mov. 2019; 32: e003213Página 10 de 12 Rocha MRS, Merino DFB, Souza SC, Montebello MIL, Rasera-Júnior I, Pazzianotto-Forti EM. 10 subclínico, sem impacto funcional e sem comprometimento pulmonar, justificando o início precoce das sessões de fisioterapia e o número de sessões utilizadas, sugerindo a efetividade das intervenções nos dois grupos. Limitações do estudo Devido ao uso pioneiro do POWERbreathe no teste de resistência muscular respiratória incremental, estudos sobre sua validade e reprodutibilidade são fundamentais. Assim, o grupo de pesquisa dos autores está preparando tais estudos. Conclusão Considerando os resultados apresentados, podemos concluir que, apesar do curto tempo de tratamento, exercícios com carga inspiratória, associados à fisioterapia respiratória convencional, foram capazes de manter a força muscular inspiratória e a resistência muscular respiratória dos participantes, o que poderia contribuir para uma reversão anterior da disfunção diafragmática e prevenção de complicações pulmonares, como evidenciado pelos baixos níveis de atelectasia. Referências 1 Trindade EN, Zanella EP, Blume CA, von Diemen V, Cardoso S, Belline V, et al. Cirurgia para tratamento da obesidade mórbida: princípios básicos. Rev HCPA. 2013; 33 (2): 142-9. 2) Siafakas N, Mistrouska I, Bouros D, Georgopoulos D. 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