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Fundamentos da Agricultura - EAD

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Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pesso-
as, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras 
e nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretora de Ensino a Distância: 
Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani/
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira/
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim/ 
Mariana Tait Romancini 
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta / 
Heber Acuña Berger/ 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes/
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
UNIDADE
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ENSINO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
CONCEITO DE AGRICULTURA .................................................................................................................................. 5
ABORDAGEM HISTÓRICA DA AGRICULTURA ......................................................................................................... 5
ORIGEM E EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA ............................................................................................................... 6
MODELOS DE AGRICULTURA .................................................................................................................................. 9
FATORES QUE INFLUENCIAM A AGRICULTURA ................................................................................................... 12
INTRODUÇÃO À 
AGRICULTURA
PROF.A JANAINA MIYASHIRO SIMON 
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INTRODUÇÃO
Neste estudo discutiremos os fundamentos da agricultura, apresentando elementos fun-
damentais que estarão relacionados à introdução da agricultura, seu conceito, aspectos relacio-
nados ao solo, manejos e atividades agrícolas. A unidade 1 tem como objetivos conceituar agri-
cultura e mostrar a expressiva importância do setor agrícola para um país. Buscará, de modo 
sucinto, abordar a história, origem e evolução da agricultura. Apresentará os modelos de agricul-
tura, intensiva e extensiva, familiar e industrial. E os fatores naturais e humanos que in� uenciam 
a agricultura, dando ênfase nos fatores climáticos. O material terá como base o livro Introdução 
à Agronomia de Antônio Carlos de Souza Abboud, e demais autores referenciados ao � nal de 
cada unidade.
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CONCEITO DE AGRICULTURA
A palavra agricultura é originária do latim agercultūra, em que ager consiste em campo, 
território; e cultūra, cultivo, signi� cando portanto, cultivo dos campos. A agricultura é a ativida-
de de cultivo do solo e é caracterizada pelo conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas. 
Esta inclui os trabalhos relacionados com o tratamento do solo e a plantação de vegetais. As 
atividades agrícolas destinam-se à produção de alimentos e à obtenção de verduras, legumes, 
frutas, hortaliças e cereais. É uma prática econômica que garante a subsistência alimentar do ser 
humano, produz matérias primas que são transformadas em produtos secundários em outros 
campos da atividade econômica, produtos primários utilizados por indústrias, comércio e setor 
de serviços, caracterizando-se como base para a manutenção da economia mundial. É uma das 
principais formas de transformação do espaço geográ� co, e uma das práticas mais antigas rea-
lizadas na história. A agricultura no Brasil é formada pelos complexos agrícolas, desenvolvidos 
pelas diferentes regiões do país que englobam os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de 
Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 
Destacando a produção de soja, a carne para exportação e também a cana-de-açúcar.
ABORDAGEM HISTÓRICA DA AGRICULTURA
A atividade agrícola é responsável pela primeira grande transformação no espaço geográ-
� co, também é um dos primeiros ofícios da humanidade. Essa atividade surgiu há cerca de 12 mil 
anos, no período Neolítico, quando as comunidades primitivas passaram de um modo de vida 
nômade, baseado na caça e coleta de alimentos, para um modo de vida sedentário, caracterizado 
pelo cultivo de alimentos e pela domesticação de animais. Propiciaram o desenvolvimento das 
grandes civilizações, onde inicialmente, a atividade agrícola era praticada às margens de grandes 
rios, como o Tigre e Eufrates (na antiga Mesopotâmia, atual Iraque), o Nilo (no Egito), o Yang-T-
sé-Kiang (na China), o Ganges e o Indo (na Índia).
A agricultura nos mostra a grande importância dos diversos produtos que o 
meio ambiente pode nos fornecer. Os números relativos à agricultura levam em 
conta a área plantada ou colhida, estimando a quantidade produzida e a produ-
tividade, avaliando a produção por área. Também pode ser feita a aferição do 
valor de venda para avaliar a importância relativa de um produto agrícola.
REFLITA
Qual a importância e o que a agricultura influencia no seu dia a dia? 
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A história da agricultura é marcada por uma série de transformações nos métodos e na 
tecnologia. A maior transformação nas atividades produtivas ocorreu a partir da geração dos 
excedentes da produção, onde com o aperfeiçoamento dos métodos e técnicas proporcionaram a 
obtenção de excedentes de alimentos. Com isso possibilitou o desenvolvimento do comércio e das 
cidades. Inicialmente o comércio era baseado na troca de produtos, nos locais onde ocorriam as 
trocas, desenvolveram-se as primeiras cidades. Com a criação do comércio e do surgimento das 
cidades, a produção de excedentes proporcionou à humanidade tempo para dedicar-se a outras 
atividades, como a construção, mineração, aperfeiçoamento da caça, pesca e coleta, criação de 
ferramentas e objetos e tecnologia para a melhoria na qualidade de vida e condições de trabalho. 
Essas atividades propiciaram uma transformação mais rápida e profunda no espaço geográ� co.
ORIGEM E EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA
A agricultura teve papel fundamental na construção das primeiras civilizações, visto que 
todos os agrupamentos humanos já encontrados praticavam algum tipo de manejo e cultivo dos 
solos. Inicialmente, a humanidade caracterizada por ser essencialmente nômade, passou por um 
lento processo de sedentarização, devido ao uso e apropriação do meio natural, com novas técni-
cas, possibilitando o conhecimento da domesticação de plantas e animais. 
Acredita-se que as culturas anuais, como hortaliças e cereais, foram as primeiras a serem 
domesticadas. As plantas perenesforam exploradas por vários anos sob a forma extrativista, e 
ainda perduram até hoje. Relatos antigos referentes à origem das plantas cultivadas referem-se 
que a agricultura surgiu nos vales férteis dos grandes rios do Oriente próximo, região denomina-
da de Crescente fértil, uma área de aproximadamente 500.000 quilômetros quadrados que hoje 
correspondem às regiões do Iraque, Síria, Jordânia, Cisjordânia, Egito, Líbia e parte da Turquia. 
Essa região possui um clima que facilita o desenvolvimento de plantas anuais, com invernos 
amenos, umidade, e verões quentes e secos. Com o clima favorável, essa região favoreceu o de-
senvolvimento de culturas fundadoras, como, cevada, trigo, lentilha, grão de bico e ervilhaca, e 
também o linho, planta que produz � bras. 
Sugestão de leitura: Origem e evolução de plantas cultivadas / editores técni-
cos, Rosa Lía Barbieri, Elisabeth Regina Tempel Stumpf. – Brasília, DF : Embrapa 
Informação Tecnológica, 2008. 909 p. : il.
Sugestão de filme: AGRICULTURA a origem. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oWezdS9Gp_Q
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O desenvolvimento da sociedade, de vários povos e etnias teve como base a domesticação 
de plantas. À medida que as plantas passavam a ser semeadas e colhidas, algumas características 
foram se modi� cando saindo, portanto de sua forma silvestre. Com o passar dos anos algumas 
plantas se reproduziam no mesmo lugar em que eram cultivadas, o que resultava em fonte de 
alimento a cada estação de crescimento.
Os homens começaram a passar mais tempos nas proximidades de campos onde cres-
ciam plantas que produziam grãos, aprendendo a distinção entre plantas cultiváveis das demais, 
que não eram aproveitáveis. Percebendo então quais as plantas que produziam grãos, passou-se 
a proteger essas plantas contra a competição de outras mais agressivas e sem a utilidade para 
alimentação. 
A agricultura permitiu a criação da civilização. Foi através do surgimento da agricultura 
que possibilitou a produção de excedentes de alimentos e consequentemente os agrupamentos 
humanos, que se tornaram estáveis e criaram normas de convivência, possibilitando também o 
surgimento da urbanização. Com o surgimento da industrialização e da modernidade, as práti-
cas agrícolas, com a utilização de técnicas modernas e a mecanização, passaram a depender das 
indústrias para o desenvolvimento do meio técnico. 
Figura 1 - Evolução da agricultura. Fonte: Vazquez (2011).
Após as três revoluções industriais, a prática da agricultura atual vem sendo fundamen-
tada em procedimentos avançados, com técnicas modernas em manejo dos solos, máquinas e 
colheitadeiras, e avanços propiciados pelo desenvolvimento da biotecnologia. Com o desenvol-
vimento e modernização de técnicas produtivas, gradativamente foi possível o aumento da pro-
dutividade (quantidade de produção por unidade de área) e a diminuição das perdas em razão 
de fatores naturais. As principais técnicas responsáveis pelo aumento da produtividade foram:
- Seleção de sementes, adequadas ao tipo de solo, clima, relevo e altitude;
- Utilização de defensivos agrícolas químicos (inseticidas, fungicidas e herbicidas);
- Aperfeiçoamento de tecnologias de irrigação e drenagem dos terrenos;
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- Fertilização e correção do solo, adaptando os nutrientes ao tipo de cultura;
- Mecanização de todas as etapas da atividade agrícola (preparação do solo, plantio, adu-
bação, combate a pragas e colheita);
- Desenvolvimento da biotecnologia, tornando as plantas e sementes mais resistentes.
Contudo, podemos observar que não há somente técnicas modernas sobre o meio rural, 
os avanços coexistem no espaço rural, apesar das grandes e mais desenvolvidas propriedades 
ocuparem a maior parte do espaço. Existem sistemas agrícolas modernos ao mesmo tempo em 
que existem formas de cultivos tradicionais. A partir da agricultura, é possível a produção de ali-
mentos e produtos primários utilizados pelas indústrias, pelo comércio e pelo setor de serviços, 
tornando a base para a manutenção da economia mundial.
Agricultura no Brasil
Do período do descobrimento do Brasil, em 1500, a meados do século XX, a agricultura 
era responsável pela produção de alimentos baratos para a população urbana, e auxiliava no equi-
líbrio da balança comercial através de produtos e subprodutos agropecuários e � orestais. Ainda, 
nessa época, o que diz respeito a compra de produtos e serviços nacionais a agricultura brasileira 
o fazia visando o desenvolvimento industrial e por isso ocorria a transferência de mão de obre 
agrícola para urbana. Os ciclos de desenvolvimento da cana de açúcar, da pecuária, do café, da 
borracha e da soja são marcas desse período.
O ciclo da cana-de-açúcar, século XVI a XIX foi uma das fases de maior desenvolvimen-
to econômico da agricultura, passando a ser por muito tempo a base da economia colonial. A 
produção de tabaco e algodão também teve destaque nesse período. O ciclo da cana-de-açúcar 
representou o alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil entre os séculos XVI e 
XVII. Com o � m do ciclo da cana de açúcar, surgiu o ciclo do ouro ou ciclo da mineração, tendo 
sua grande importância durante os primeiros 60 anos do século XVIII. A atividade da mineração 
deslocou o centro da economia e a estrutura político-administrativa para a região Sul e Sudeste 
promovendo, a mudança da capital do Estado do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro. 
Com o grande crescimento da população e a consolidação do mercado interno, houve a 
necessidade de uma produção de alimentos interna que pudesse suprir as necessidades dos novos 
habitantes. Durante a descoberta do ouro nas Minas Gerais a pecuária se estabeleceu pelo cer-
rado do planalto central e pela bacia do rio São Francisco. No início do século XVIII passaram a 
se formar as primeiras fazendas de gado nos pampas e o consumo de charque integrou a região 
economicamente ao resto da colônia, principalmente ao Sudeste.
No início do século XIX, 1800 a 1930, surgiu o ciclo do café, motor da economia bra-
sileira. Porém, em 1929, com a crise internacional houve uma acentuada redução da demanda 
internacional pelo café brasileiro, com uma enorme pressão negativa sobre o preço, chegando a 
inviabilizar a tomada de empréstimos externos para absorver os estoques excedentes de café. 
De 1866 a 1913 surge outro importante ciclo para a agricultura brasileira, o ciclo da bor-
racha, tendo grande comércio na Europa e nos Estados Unidos. A grande demanda e a pequena 
oferta levaram ao rápido aumento na cotação internacional do produto. A borracha natural che-
gou a representar 40% das exportações do Brasil possuindo a mesma parcela de participação que 
o café durante o seu ciclo. O � m desse ciclo começou com as bruscas quedas na cotação interna-
cional da borracha, devido ao aumento da oferta de látex, propiciada pela produção de milhares 
de seringueiras que foram contrabandeadas para o Oriente.
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Por volta de 1960 viviam, no meio rural, cerca de 50% da população do país, ou seja, 
mais ou menos 70 milhões de pessoas que exerciam uma grande pressão por alimentos que, em 
alguns casos, por não serem produzidos no Brasil eram importados. A pressão da sociedade por 
alimentos produzidos no país levou ao estabelecimento de uma proposta que associava aumento 
na produção de alimentos básicos com a redistribuição de terras como forma de promoção de 
justiça social via reforma agrária. Após a metade do século XX, surgiram a modernização da 
agricultura e a revolução verde, ligados à necessidade de políticas que levassem a obtenção de 
ganhos de produtividade da terra, do capital, da mão-de-obra e aumento da e� ciência econômica 
através da especialização das unidades produtivas. 
Noperíodo 1970 a 2015, foi desenvolvida uma série de instrumentos de política agrícola 
a � m de dar suporte ao crescimento da produção e da produtividade, destacando a pesquisa agro-
pecuária. A pesquisa agropecuária nacional teve contribuição no estabelecimento de um novo 
modelo cuja base tecnológica era o uso de calcário para correção de solo, seguido do uso inten-
sivo dos fertilizantes, das sementes selecionadas (sementes genéticas, registradas, certi� cadas e 
� scalizadas), uso de agrotóxicos para controle de plantas daninhas, pragas e doenças (herbicidas, 
inseticidas e fungicidas). A pesquisa também contribuiu para o melhoramento genético vegetal 
e animal. 
Atualmente, com base em resultados de pesquisas, temos a agricultura de precisão, sis-
tema de manejo integrado de informações e tecnologias, fundamentado nos conceitos de que as 
variabilidades de espaço e tempo in� uenciam nos rendimentos dos cultivos. Esse tipo de agricul-
tura visa o gerenciamento mais detalhado do sistema de produção agrícola e de todos os proces-
sos envolvidos na produção.
MODELOS DE AGRICULTURA 
A agricultura pode ser dividida em três estágios: 
• Agricultura antiga ou arcaica: Geralmente de subsistência, utiliza a força humana ou 
animal para lavrar e cultivar o solo com ferramentas simples como foice, enxada e arado rudi-
mentar. Na agricultura arcaica não se utiliza fertilizantes ou produtos químicos modernos, por 
isso colhe-se em menor quantidade. Este método de produção está em declínio com o passar dos 
anos, mas ainda é utilizado em áreas remotas do globo.
Agricultura de mercado: voltada para gerar o maior lucro possível para agricul-
tores. 
• Agricultura mecanizada: prática da agricultura feita totalmente por máquinas.
• Agricultura científica: tem por base o estudo científico para identificar a me-
lhor forma de cultivo a ser realizada.
• Agricultura especializada: especializada em determinadas regiões, levando 
em conta o clima, o relevo, o tipo de solo, para que o cultivo seja feito da melhor 
forma possível e sem custo elevado tanto para quem produz como para quem 
consome.
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• Agricultura moderna: Pode ser de subsistência ou não. Nesta modalidade de pro-
dução, utiliza-se maquinário agrícola moderno tais como: tratores, máquinas colhedoras, etc. 
Também, se utiliza técnicas e produtos químicos modernos, como fertilizantes, inseticidas, fun-
gicidas entre outros.
• Agricultura contemporânea: É caracterizada pela grande utilização de meios tecnoló-
gicos, que ampliaram a quantidade e a qualidade da produção. Com máquinas potentes, e usu-
fruindo de inovações tecnológicas, boa parte dos trabalhadores tiveram seus postos de trabalho 
realocados, ou seja, deixaram de empregar sua força de trabalho diretamente no trato da terra, e 
agora exercem outras funções, tais como operar máquinas agrícolas, consertá-las e gerir a pro-
priedade. Uma das maiores conquistas da agricultura contemporânea foi à invenção dos trans-
gênicos, que permitem aumentar a produção, diminuir os custos, facilitar o manuseio ou então 
produzir alimentos com melhores qualidades. Além da modernização e mecanização ocorre a 
informatização. A agricultura contemporânea gerou o surgimento de novas pro� ssões, tais como: 
administração rural, biotecnologia, engenharia de alimentos, engenharia de computação para a 
agropecuária, engenharia agrônoma, entre outros. A produção é direcionada tanto para o mer-
cado interno quanto para o externo. Agricultura contemporânea tem as seguintes características: 
Pouca mão de obra, porém assalariada; Industrialização das atividades agropecuárias; Produção 
de transgênicos.
Agricultura intensiva 
Quanto aos Sistemas agrícolas, temos:
Figura 2 - Modelos de agricultura. Fonte: Ribeiro (2017).
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Tem-se por agricultura intensiva o sistema de produção agrícola que faz uso intenso de 
técnicas de produção. Esse tipo de agricultura objetiva o aumento da produtividade e a diminui-
ção das perdas por causas naturais, como, por exemplo, secas ou pragas. Utiliza pouca mão de 
obra quali� cada, porém pouco utilizada em virtude da mecanização. Uma característica da agri-
cultura intensiva é a mecanização das etapas de produção agrícola. Há a utilização de:
- fertilizantes do solo, 
- seleção de sementes, 
- biotecnologia, 
- mecanização da produção,
- irrigação, 
- processos de drenagem e demais técnicas modernas de produção agrícola.
É comumente utilizada em países desenvolvidos, mas também é praticada em países sub-
desenvolvidos, especialmente quando a produção é destinada ao mercado externo (exportação). 
Um exemplo de agricultura intensiva é a agricultura industrial, que se caracteriza pela mecani-
zação do trabalho agrícola e a dependência de fatores de produção externos, como combustíveis 
fósseis, fertilizantes e pesticidas. A industrialização da agricultura tem por base a perspectiva de 
que o setor agrícola não difere de outras indústrias, racionalizando então o uso de recursos visan-
do alcançar uma maior e� ciência nos processos de produção. 
Agricultura extensiva
A agricultura extensiva é praticada nos casos em que o produtor não possui recursos � -
nanceiros para investir em métodos e técnicas modernas de produção. Sua prática é comum nos 
países subdesenvolvidos, onde a produção é destinada ao consumo interno. Esse tipo de agricul-
tura pode ser praticado tanto em pequenas propriedades quanto nas grandes propriedades com 
o predomínio da mão de obra e baixa mecanização. Outra característica da agricultura extensiva 
é a falta de investimento em alta tecnologia.
Segundo a Constituição brasileira, materializada na Lei no 11.326 de julho de 2006, 
considera-se agricultor familiar àquele que desenvolve atividades econômicas 
no meio rural e que atende alguns requisitos básicos, tais como: não possuir 
propriedade rural maior que 4 módulos fiscais; utilizar predominantemente mão 
de obra da própria família nas atividades econômicas de propriedade; e possuir 
a maior parte da renda familiar proveniente das atividades agropecuárias de-
senvolvidas no estabelecimento rural. 
REFLITA
O módulo fiscal é uma unidade territorial agrária, fixada por cada município 
brasileiro baseados na Lei Federal no 6.746/79. O tamanho do módulo fiscal, para 
cada município, é determinado levando-se em consideração: o tipo de explora-
ção predominante no município e a renda obtida com ela; outras explorações 
importantes (seja pela renda ou área ocupada) existentes no município; e o 
conceito de “propriedade familiar”, definido pela Lei no 6.746/79. O módulo fiscal 
varia de 5 a 100 hectares, conforme o município. 
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Um exemplo de agricultura extensiva é a agricultura familiar, nela a gestão da proprieda-
de é compartilhada pela família, caracterizada pela atividade agropecuária e a diversi� cação da 
produção. A fonte de renda familiar surge do trabalho em equipe realizado no campo. Esse tipo 
de agricultura colabora para geração de renda e emprego no campo.
E quanto aos tipos de agricultura, podemos encontrar:
• Sistema de roça (itinerante): É um tipo de agricultura voltado a produção para sub-
sistência. É caracterizada por utilizar técnicas arcaicas de plantio, colheita e tratamento de solo, 
praticada em pequenas propriedades por agricultores familiar, e pela prática do policultivo. Pra-
ticada na América Latina, África e Sudeste Asiático.
• Agricultura ecológica: visa a redução dos agroquímicos, agricultura em pequenas pro-
priedades, comercialização direta com os consumidores, conservação dos recursos naturais e res-
peito à natureza. A agricultura ecológica trata-se de uma mudança técnica e cultural mais ampla, 
com baixo impacto ambiental e uma visão racional de agricultura, com policultivos,integração 
de culturas e animais.
• Sistema de jardinagem: Caracterizada pela Rizicultura irrigada, uso intensivo do solo 
e agricultura familiar. Praticada na China, Índia, Vietnã e Tailândia, por apresentarem pouco 
espaço disponível para a agricultura, e áreas de relevo e vales. Utiliza terraceamento e construção 
de diques.
• Empresa agrícola: unidade técnico-económica que utiliza mão-de-obra e fatores de 
produção próprios, produz produtos agrícolas, sujeitas a uma única gestão. Empresas que pro-
duzem alimentos.
• Plantation: É um tipo de produção agrícola centrada na produção em larga escala. Ca-
racterizada pela exploração colonial, cultivo de cultura tropical e pela monocultura. Praticada na 
América, África e Ásia.
FATORES QUE INFLUENCIAM A AGRICULTURA
São três fatores principais que in� uenciam a atividade agrícola: fatores naturais, humano 
e econômico. O fator natural está relacionado ao solo, relevo, água e ao clima (temperatura, umi-
dade e luz solar); o fator humano, à mão de obra e seu desenvolvimento; e o fator econômico, ao 
valor da terra e o nível de tecnologias aplicadas na produção.
Fatores naturais
• Solo
Para favorecer a agricultura, o solo deve apresentar boas condições, sendo este tão im-
portante para os seres vivos, assim como a importância da água e do ar. O Brasil é constituído 
por diversos tipos de solos agrícolas, os mais férteis são solos argilosos de cor escura (chamados 
Massapê) e solos originários do basalto, ricos em ferro (terra-roxa ou latossolo vermelho). Pro-
blemas relacionados com práticas inadequadas afetam o solo, prejudicando sua fertilidade, como, 
por exemplo, a erosão, a lixiviação e a laterização.
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A erosão consiste na devastação do solo por meio do seu deslocamento. Pode ser ocasio-
nada por fenômenos naturais e pela ação do homem. A chuva provoca a erosão através da grande 
quantidade de água in� ltrada no solo, que tira a sua estabilidade, levando ao deslocamento. Ven-
to, vulcões e alterações climáticas também podem provocar a erosão. O homem pode provocar 
a erosão do solo quando retira sua superfície vegetal para práticas agrícolas, e deixando o solo 
exposto e livre para as in� ltrações de água. A mineração também é uma ação que provoca a ero-
são, podendo abalar a estrutura de solos vizinhos da região escavada. 
A lixiviação ocorre nas regiões tropicais úmidas, onde a lavagem da superfície do solo, e 
os nutrientes que se encontram nesta parte são arrastados, acabando com a sua fertilidade. A la-
terização ocorre com a formação da camada ferruginosa que se forma com o aumento de óxidos 
e hidróxidos de ferro e alumínio no solo. Esta camada prejudica a fertilidade do solo e as práticas 
agrícolas.
• Relevo 
O relevo pode in� uenciar a agricultura, onde geralmente, vertentes inclinadas são desfa-
voráveis à agricultura e planícies favoráveis a agricultura.
As áreas planas de baixa e média altitude são mais favoráveis à prática agrícola porque são 
espaços onde o solo é geralmente mais fértil. E a utilização de máquinas é mais fácil em terrenos 
planos.
Áreas montanhosas de elevada altitude e declives acentuados são pouco propícias à práti-
ca da agricultura, devido a maior inclinação das vertentes que reduz a fertilidade do solo, uma vez 
que as águas das chuvas arrastam consigo os nutrientes minerais e orgânicos empobrecendo-o. A 
temperatura diminui tornando os solos gelados a partir de determinados limites de altitude. Há 
di� culdade em utilizar máquinas agrícolas em terrenos com declives acentuados.
• Água 
A degradação da água é o principal fator que interfere na produção agrícola. A irrigação 
é uma prática agrícola muito importante para a agricultura, pois possibilita o aumento da pro-
dutividade agrícola. As técnicas de irrigação se não utilizadas adequadamente podem resultar 
em um solo encharcado e afrouxado, com muita quantidade de água nas raízes, impedindo a sua 
produtividade. 
A excessiva quantidade de nutrientes fertilizantes que são usados em um ambiente aquá-
tico (eutro� zação) pode causar a reprodução rápida de algas que podem prejudicar o ecossistema, 
absorvendo todo o oxigênio, di� cultando a vida dos outros organismos aquáticos, e consequen-
temente a degradação da água. A presença de recursos hídricos próximos à área de produção 
proporciona solos mais favoráveis à agricultura. E chuvas escassas afetam negativamente na pro-
dução. 
Para combater os declives acentuados das vertentes recorre-se à construção 
de Socalcos, que são patamares construídos nas vertentes das elevações.
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• Clima 
Por ser uma atividade econômica que se desenvolve ao ar livre a agricultura, resulta em 
uma extrema dependência das condições meteorológicas. 
Figura 3 - Componente dos sistemas climáticos, seus processos e suas interações. Fonte: IPCC (2007).
O sistema climático resulta de interações com troca de energia entre os constituintes que 
desencadeiam em fenômenos como a precipitação e a evaporação, que afetam os parâmetros me-
teorológicos, como o tempo e o clima. O clima é fundamental para o desenvolvimento das plan-
tas. A temperatura pode interferir de forma bené� ca ou malé� ca no desenvolvimento da planta. 
A temperatura do ar e do solo afeta todos os estágios do processo de crescimento das plantas, 
onde cada planta tem seu limite térmico mínimo, ótimo e máximo para cada um dos estágios de 
crescimento.
A umidade do solo e do ar também exercem in� uencia no cultivo agrícola. A umidade do 
solo é a umidade signi� cativa para a lavoura, e é controlada pela precipitação, taxa de evaporação 
e pelas características do solo. O suprimento de umidade pode variar desde o ponto de murcha-
mento, quando não há água disponível para o uso do vegetal, até a capacidade de campo, quando 
o vegetal � ca com seus poros preenchidos, predominando o encharcamento.
O clima pode ser definido como a média das condições meteorológicas em uma 
determinada região. O tempo e o clima de uma região são determinados por 
diversos fatores e processos que atuam entre si. Portanto o sistema climático 
consiste em um sistema complexo e dinâmico, onde a interação entre os seus 
constituintes resulta no estado do tempo, num determinado momento.
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A umidade do ar afeta o poder evaporante do ar, condicionando a transpiração. Am-
bientes muito secos levam a um aumento excessivo na transpiração da maioria das plantas. Em 
outros casos, porém, pode provocar danos indiretos resultantes de desordens � siológicas. Além 
desses aspectos, seu efeito sobre a interação entre as plantas e microrganismos também é muito 
importante, especialmente com fungos e bactérias, causadores de doenças.
As chuvas afetam a disponibilidade hídrica dos solos, que por sua vez in� uencia a absor-
ção de água pelas raízes e o status hídrico das culturas. Em períodos de pouca chuva, a seca induz 
as plantas a fecharem seus estômatos e assim a � xarem menos CO2, afetando negativamente a 
fotossíntese. Por outro lado, períodos com chuvas excessivas levam à redução da oxigenação dos 
solos, reduzindo a atividade radicular, ou seja, a absorção de água e nutrientes. Tanto as secas 
quanto o encharcamento dos solos levam à redução da produtividade das culturas.
Fator humano
O fator humano está ligado diretamente com a força de trabalho empregada no plantio, 
nos cuidados e na colheita. É possível veri� car o tipo de mão de obra aplicada, a quantidade, a 
quali� cação e também as relações de trabalho estabelecidas entre o empregado e o empregador, 
as quais são determinadas pelo nível tecnológico inserido na produção. As tradições culturais 
transmitidas de geração em geração in� uenciam nas espécies cultivadas e nas técnicas utilizadas 
para o cultivo.
REFLITA
As limitaçõesclimáticas, edáficas, e bióticas são diferentes, por exemplo, nos 
trópicos e no hemisfério norte, não podendo utilizar a solução dos problemas 
existentes nesses países, no Brasil, o que ocorria antigamente, onde transpú-
nhamos as práticas dos países Europeus e na América do Norte, e não éramos 
bem sucedidos. Os desafios de nosso país são diferentes, condicionados ao cli-
ma tropical, pelas características dos nossos solos, e nossa grande biodiver-
sidade. O Brasil, sendo de grandes dimensões continentais, possui diferenças 
regionais marcantes.
Efeito estufa: ocorre quando a radiação solar que sai da atmosfera da Terra 
é retida por causa da concentração dos gases componentes da atmosfera. 
Esse efeito é indispensável para manter a temperatura e o clima da Terra, e 
por manter o estado liquido da água na maior parte da biosfera. O aumento da 
temperatura da Terra é ocasionado pelo aumento das quantidades de gases do 
efeito estufa, que pode resultar no derretimento das capas de gelo, elevando o 
nível do mar, causando inundações, imersões de ilhas, elevadas pluviosidades e 
alteração na distribuição das espécies na biosfera. A atividade humana resulta 
na emissão de alguns gases de efeito estufa, sendo, CO2, CH4, N2O e halocar-
bonetos. Esses gases vão se acumulando na atmosfera e aumentando a sua 
concentração com o tempo. 
O clima global bem como o local, muda de acordo com as respostas a avaliações 
naturais, conhecer o que muda como muda e onde muda pode ajudar a avaliar 
a relação entre o aumento das concentrações dos gases que intervêm no efeito 
estuda com o aquecimento global. O aquecimento global pode acelerar a libera-
ção de carbono dos solos para a atmosfera, alterar a circulação dos oceanos e 
da química dos oceanos, e aumentar a quantidade de carbono que passa para 
a atmosfera. 
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Fator econômico
O fator econômico está relacionado ao valor da terra e o nível de tecnologias aplicadas na 
produção. Os recursos � nanceiros aplicados na produção agrícola tem importância para o mo-
delo de agricultura que se pretende desenvolver. Recursos � nanceiros e econômicos permitem o 
investimento em máquinas e produtos químicos que aumentam a produtividade e o rendimento.
UNIDADE
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 18
O SOLO ...................................................................................................................................................................... 19
COBERTURA DO SOLO ............................................................................................................................................ 20
PREPARO DO SOLO ................................................................................................................................................. 22
CONSERVAÇÃO DO SOLO ....................................................................................................................................... 26
ESTUDO DO SOLO E 
SUA IMPORTÂNCIA
PROF.A JANAINA MIYASHIRO SIMON 
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INTRODUÇÃO
Na unidade anterior caracterizamos o conceito de agricultura e sua importância, bem 
como sua história, origem e evolução. Abordamos os modelos de agricultura e os fatores naturais, 
humanos e econômicos que afetam a produção agrícola. A unidade 2 tem como objetivo o estudo 
do solo e sua importância. Abordará assuntos como os atributos do solo, cobertura, preparo e 
conservação do solo, com a � nalidade de adequar o seu uso às culturas.
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O SOLO
O solo que classi� camos é composto por uma coleção de corpos naturais, constituídos 
por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais mine-
rais e orgânicos que ocupam a maior parte do manto super� cial das extensões continentais do 
nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem e, eventu-
almente, terem sido modi� cados por interferências antrópicas, segundo EMBRAPA (2006).
O solo é a camada mais super� cial da crosta terrestre, onde se desenvolvem muitas plan-
tas e vive uma grande variedade de animais; é dele que retiramos parte dos nossos alimentos, 
além de servir como suporte à água, ao ar e nas construções das nossas moradias. O per� l de solo, 
avaliado em duas dimensões e perfazendo uma área mínima possibilita estudar a variabilidade 
dos atributos, propriedades e características dos horizontes ou camadas do solo.
Figura 1 - Formação do solo. Fonte: Castagin e Machado (2011).
O solo vem se formando há milhões de anos, com o acúmulo de pequenas partículas, 
formadas pelo desgaste das rochas, que foram se misturando com os restos de animais e plantas. 
Ações dos ventos, chuvas e organismos vivos são os responsáveis por este lento processo. É ca-
racterizado por uma mistura de ar, água, matéria orgânica e parte mineral, dentro dele existem 
pequenos furos (poros), onde � cam guardados a água e o ar que as raízes das plantas e os outros 
organismos necessitam para beber e respirar.
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A parte mineral do solo se divide, de acordo com o seu tamanho, em: areia, silte e argila. 
O solo é considerado um “ser vivo”, e pode ser estudado em três aspectos: 
- físico (drenagem, capacidade de reter água, textura e porosidade); 
- químico (teor de matéria orgânica, pH, nutrientes, substâncias prejudiciais, húmus) e; 
- biológico (micro e macro organismos que o habitam). 
A qualidade do solo agrícola é considerada sob aspectos físicos, químicos e biológicos, 
sendo importantes nas avaliações da extensão da degradação ou melhoria do solo e também para 
identi� car a sustentabilidade dos sistemas de manejo, segundo Aratani (2009). 
A qualidade física do solo merece destaque, uma vez que tem afetado bastante a qualida-
de química e biológica, já que uma depende da outra, ou seja, melhorando a qualidade física de 
determinado solo se está contribuindo indiretamente para a melhoria das suas condições bioló-
gicas e químicas, expõe Dexter (2004) e Araújo e (2007).
COBERTURA DO SOLO
Existem inúmeros tipos de coberturas do solo, sendo que cada uma possui características 
especí� cas. 
Cobertura morta
A prática da cobertura morta consiste na colocação de capim ou palha seca, nas entre-
linhas das plantas a serem cultivadas. A cobertura morta mantém a superfície do solo sem a 
formação de crosta, evita a evaporação da água da chuva ou da irrigação, reduz a erosão em solos 
inclinados, diminui a temperatura do solo no verão e, principalmente, economiza capinas devido 
à menor incidência de plantas espontâneas.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Sistema 
brasileiro de classificação de solos. 2. ed. – Rio de Janeiro : EMBRAPA-SPI, 2006. 
306 p.: il.
O que é Solo? É onde você pisa? É onde você brinca? Conheça mais sobre esse 
tema e o trabalho desenvolvido pela Embrapa Solos no Rio de Janeiro. 
https://www.youtube.com/watch?v=lBRFa_cMfG8
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Figura 2 - Plantio de milho sobre cobertura morta. Fonte: Capeche (2012).
A prática da cobertura morta consiste na colocação de capim ou palha seca, nas entrelinhas das plantas a 
serem cultivadas. A cobertura morta mantém a superfície do solo sem a formação de crosta, evita a evaporação da 
água da chuva ou da irrigação, reduz a erosão em solos inclinados, diminui a temperatura do solo no verão e, prin-
cipalmente, economiza capinas devidoà menor incidência de plantas espontâneas.
Cobertura viva
A cobertura viva pode ser constituída pelos adubos verdes, que podem ser cultivados consorciados com as 
culturas, possibilitando o plantio direto e o cultivo mínimo dos cultivos e também a proteção do solo e diminuição 
das plantas daninhas, devido à alelopatia (substâncias químicas liberadas pelas plantas que in� uenciam o desenvol-
vimento de outras plantas). As coberturas vivas são importantes na conservação do solo, no suprimento de nutrien-
tes e no manejo de plantas daninhas.
 
Vantagens da cobertura do solo
A cobertura do solo promove:
- diminuição da erosão do solo, atenuando os impactos das gotas de chuva e diminuindo a velocidade de 
escoamento da enxurrada.
- manejo de plantas espontâneas, pois a camada de 10 cm de cobertura morta impede a germinação e de-
senvolvimento das sementes de plantas daninhas. 
- controle de temperatura e perda de água. A cobertura do solo evita necessita de maior quantidade de água 
para atender as exigências das culturas.
- adição da fertilidade ao solo. Solos se cobertura vegetal e com espécies de raízes super� ciais, tendem a 
perdem os nutrientes das camadas mais profundas. A cobertura viva atua como “condicionadora” do solo, promo-
vendo melhorias nas características químicas, físicas e biológicas do solo. 
- controle da erosão super� cial. 
- plantio direto e cultivo mínimo. 
- melhor estruturação do solo (melhor agregação, maior aeração), favorecendo os cultivos posteriores.
- aumento no teor de matéria orgânica do solo. A matéria orgânica atua tanto na fertilidade do solo quanto 
em seu condicionamento físico, tornando os solos argilosos mais “leves” e soltos e, tornando os arenosos com maior 
retenção de umidade.
- regulação térmica do solo, observando-se amenização da temperatura nas horas mais quentes do dia com 
redução de até 10oC na palhada de superfície do solo, em relação ao solo desprotegido, e retenção do calor residual 
nas horas mais frias do dia.
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PREPARO DO SOLO
 
O preparo do solo consiste no conjunto de operações agrícolas realizadas segundo uma 
sequência pré-estabelecida, buscando atender aos objetivos requeridos para cada situação. En-
volve a mobilização mecânica da camada onde se desenvolve o sistema radicular das plantas. O 
preparo do solo promove o rompimento dessa camada em torrões ou agregados, in� uencia a 
maioria das propriedades físicas do solo, afeta os processos biológicos e condiciona o estabeleci-
mento, o desenvolvimento e a produção das plantas cultivadas. 
Figura 3 - Preparo do solo utilizando grade de disco. Fonte: Oliveira (2017).
 
Para aumentar a produção das plantas, os sistemas de preparo têm de facilitar a conser-
vação do solo e da água, criar condições que estimulem o desenvolvimento do sistema radicular 
das culturas e manter níveis favoráveis de matéria orgânica no solo. O preparo do solo é uma 
importante ferramenta na produtividade das plantas cultivadas, e divide-se em:
- Preparo primário do solo;
- Preparo secundário do solo.
Preparo primário
Preparo primário consiste nas operações mais profundas e grosseiras, como aração, es-
cari� cação e subsolagem, originam uma superfície. Essas operações visam descompactar o solo 
para desfazer danos causados à sua estrutura pelo trânsito de máquinas e pela precipitação plu-
vial e incorporar materiais.
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A aração consiste no corte, na elevação e na inversão de uma leiva de solo. Ao mobilizar 
uma camada de solo, os principais efeitos da aração podem ser resumidos em: descompactação 
do solo, com o consequente aumento do volume de poros, mistura de componentes minerais 
e orgânicos do solo, controle de plantas daninhas, incorporação de restos de culturas, adubos 
verdes, corretivos e fertilizantes, permitindo a obtenção de um leito de semeadura, através de 
operações complementares denominadas preparo secundário. 
A escari� cação mobiliza o solo até uma profundidade máxima de 30 cm, através de im-
plementos de hastes, denominados escari� cadores. Essas hastes rompem a camada super� cial do 
solo sem promover a inversão do per� l mobilizado, mantendo entre 50% e 75% da cobertura ve-
getal existente sobre o solo antes do preparo. Para operar em condições de abundante cobertura 
vegetal (acima de 4 t/ha de matéria seca) devem ser equipados com discos de corte na frente das 
hastes, sob pena de ocasionar o arraste da palhada (embuchamento).
A subsolagem é uma operação que objetiva a descompactação do solo, quando houver 
uma camada compactada a profundidades que ultrapassam 30 cm. Os equipamentos utilizados 
também são compostos por hastes, porém são mais reforçados do que os escari� cadores e apre-
sentam maior espaçamento entre as ferramentas ativas.
Preparo secundário
As operações de preparo secundário são aquelas que têm a � nalidade de nivelar e destor-
roar a camada mais super� cial do solo, para oportunizar condições favoráveis à implantação e 
ao desenvolvimento inicial das culturas. O principal objetivo do preparo do solo é a formação de 
uma camada de agregados, su� cientemente � nos e úmidos, que assegure um bom contato com 
as sementes a � m de possibilitar uma rápida germinação das plantas. 
O preparo secundário geralmente é necessário para adequar a camada dos 10 cm a 15 cm 
super� ciais do solo a uma semeadura uniforme em distribuição e profundidade. As operações 
mais comuns no preparo secundário são as gradagens com grades de discos ou grades de den-
tes. Também podem ser utilizados as enxadas rotativas e os cultivadores de campo, equipados 
com rolos destorroadores/niveladores. As grades de discos são os equipamentos predominantes 
e caracterizam-se pela facilidade de manejo, regulagens e manutenção, porém do ponto de vista 
conservacionista deixam a desejar, devido aos efeitos de nivelamento e destorroamento da cama-
da super� cial acompanhada pela drástica redução dos níveis de cobertura do solo com resíduos. 
As enxadas rotativas são acionadas através da tomada de potência do trator, dispensando 
força de tração. Estas máquinas podem operar com facilidade em condições desfavoráveis ao de-
senvolvimento de tração (solos de várzeas), assim como em condições normais das demais áreas 
agrícolas. São bastante empregadas na horticultura para a confecção de canteiros e também como 
equipamentos de cultivo, visando à eliminação de plantas daninhas, ou ainda, na incorporação 
de adubos, corretivos e restos culturais. Os cultivadores de campo são equipamentos de hastes, 
promovem menor destorroamento do solo do que as grades, incorporam menores percentagens 
da cobertura vegetal remanescente após o preparo primário, podendo até mesmo aumentar os 
níveis de cobertura do solo (desenterrando partes de plantas enterradas no preparo primário).
Sistemas de preparo do solo
Os sistemas de cultivo podem ser classi� cados de acordo com o grau de movimentação 
do solo, em: 
- Sistema de cultivo convencional;
- Preparo mínimo ou Reduzido;
- Plantio Direto ou Semeadura Direta e;
- Sobre-semeadura.
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• Sistema de cultivo convencional
Consiste nas operações de preparo primário com inversão das camadas do solo e conse-
quente incorporação dos resíduos, através de arados ou de grades pesadas, seguidas por uma ou 
mais operações de preparo secundário. As operações consistem em aração, gradagem, semeadura 
e cultivos subsequentes.
Geralmente a aração é realizada na profundidade de 15 cm ou 20 cm com o arado de 
discos. A � nalidade da gradagem é o destorroamento e nivelamento do solo após o preparo pri-
mário (aração). A gradagem geralmente é feita com grade leve (niveladora) em duas passadas. A 
semeadura pode ser realizada manualmente ou com semeadeiras e adubadeiras.
Figura4 - Vantagens e desvantagens do sistema de cultivo convencional. Fonte: a autora
• Preparo mínimo ou preparo reduzido
Quando comparado com o sistema convencional, esse sistema de preparo do solo é carac-
terizado por ser constituído por um número menor de operações e mobilizar um menor volume 
de solo. Ainda, diferente do sistema convencional, o preparo reduzido permite maior rugosidade 
super� cial e porosidade do solo, isso aumenta a capacidade de armazenamento de água e reduz 
os riscos de formar uma crosta super� cial após intensas chuvas, que nos períodos de semeadura 
das culturas são comuns. O preparo reduzido do solo é uma prática que se caracteriza por realizar 
todas as operações de preparo do solo em uma única operação, a gradagem pesada (aradora) e 
uma leve (niveladora).
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Quando há problemas de erosão, para reduzir, esse tipo de cultivo pode ser utilizado 
como uma alternativa. Podemos citar diferentes graus de intensidade e diferentes naturezas, dos 
métodos de cultivo mínimo: 
 - Escari� cação em solo coberto por resteva, picada ou não;
 - Plantio a lanço de leguminosas de cobertura, seguido de sulcamento e plantio da cultu-
ra principal, por exemplo o milho.
 - Sulcamento em solos cobertos com resteva em pé, sem lavrar e sem picar, sujeitos a um 
cultivo posterior de limpeza entre as linhas, para eliminação dos inços.
Como as técnicas do cultivo mínimo e do sistema convencional são semelhantes, suas 
vantagens e desvantagens também são. Entretanto, pode ser mais observado no cultivo mínimo 
que no sistema convencional os maiores problemas de perdas de solo por erosão. Pois no cultivo 
mínimo as rodas dos tratores compactam o subsolo e a grade deixa a superfície muito pulveri-
zada, o que acarreta em danos de erosão, já que sua ação é mais super� cial que a do arado. Este 
sistema se apresenta como intermediário entre o preparo convencional e plantio direto no que 
diz respeito à erosão do solo.
• Sistema de Plantio Direto ou Semeadura Direta
O sistema de plantio direto ou semeadura direta é um sistema implementado no solo 
não revolvido, que coloca sementes diretamente sob o solo, sobre a palha, através de máquinas 
especiais. Nesse sistema é aberto um pequeno sulco, de profundidade e largura su� ciente para 
garantir um bom contato e uma boa cobertura da semente com o solo. 
Também nesse sistema, são fundamentalmente três operações, como utilizar o picador de 
palha nas colheitadeiras, para colher e esparramar os restos de cultura; fazer a pulverização com 
herbicidas e plantar com equipamento especial. O sistema de plantio direto ou semeadura direta 
pode trazer algumas vantagens e desvantagens:
 • Vantagens: uso da palhada em cobertura. Evita o impacto direto da gota da chu-
va ao solo. Regula a temperatura do solo. Mantém a umidade do solo. Auxilia na melhora da 
estruturação do solo. Reduz a compactação do solo. Aumenta a atividade microbiológica do solo. 
Aumenta a CTC do solo e diminui a lixiviação. Aumenta o teor de N do solo. Diminui a infesta-
ção de plantas daninhas. Aumenta a disponibilidade de P no solo. Diminui a taxa de perdas por 
erosão e da água disponível as plantas.
 • Desvantagens: o excesso de matéria orgânica, aumenta a relação C/N. (princi-
palmente após gramíneas). Pode ser prejudicial ás culturas em locais de clima úmido ou em solos 
de pouca permeabilidade pelo aumento da umidade. Pode facilitar a formação de geadas. Pode 
causar o acamamento de culturas através do aumento de nitrogênio. Pode aumentar a incidência 
de pragas e doenças. Elevado custo de herbicidas. A necessidade de máquinas especí� cas. Pode 
causar o enraizamento super� cial das plantas. Com o aumento da infestação de ervas daninhas e 
com ela a concorrência da cultura ocorre a diminuição da produção. Especializacao quanto aos 
conhecimentos técnicos sobre herbicidas, ervas daninhas, equipamentos, etc.
• Sistema de Sobre-Semeadura
O sistema de sobre-semeadura vem sendo utilizado em áreas destinadas á pastagem, com 
solos super� ciais e com pedregosidade, características estas que impedem a passagem de equipa-
mentos agrícolas, bem como em terrenos com acentuado declive ou com excesso de umidade. É 
utilizado quando não é possível a utilização de outros sistemas de cultivos já citados. 
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O sistema de sobre-semeadura é favorecido por algumas técnicas complementares como 
a utilização do pastejo com animais logo após semeadura, que favorecerá o contato das sementes 
com o solo aumentando o percentual de estabelecimento. O rebaixamento da vegetação original, 
natural ou da própria resteva da lavoura, pode ser feito com a utilização de animais. Se a vege-
tação natural consistir em uma vegetação muito grosseira e de difícil consumo pelos animais, a 
utilização de herbicidas pode ser mais e� caz.
CONSERVAÇÃO DO SOLO
A conservação do solo é uma combinação de métodos de manejo e de uso do solo, com 
a � nalidade de protegê-lo contra as deteriorações induzidas por fatores naturais ou fatores cau-
sados pela ação do homem. Os fatores que mais degradam o solo são: devastação das � orestas 
preparo inadequado, tráfego de máquinas, erosão, falta de cobertura e a compactação. Esses fa-
tores reduzem a vida do solo e aumentam os distúrbios nutricionais, e a incidência de doenças 
e pragas. A vida do solo depende da matéria orgânica, responsável por in� uenciar os aspectos 
químicos, físicos e biológicos do solo e aumentar a resistência dos cultivos às pragas e doenças. 
O empobrecimento do solo se dá devido à:
- retirada de nutrientes através da colheita de grãos, pastos, madeira;
- destruição da matéria orgânica do solo principalmente pela queimada;
- penetração das águas da chuva no solo, principalmente em solos com muita areia, que 
levam os nutrientes para as camadas mais profundas, onde as raízes não chegam.
Erosão
A Erosão é o processo de desgaste, transporte e sedimentação do solo, dos subsolos e das 
rochas como efeito da ação dos agentes erosivos, tais como a água, os ventos e os seres vivos. Um 
dos maiores e alarmantes problemas ambientais são as perdas de solo por erosão, que causa de-
clínio dos rendimentos das culturas in� uenciando a qualidade dos solos, aumentando os custos 
de produção, diminuindo, a lucratividade da lavoura.
As maquinas agrícolas são divididas em grupos. 
Grupo 1 - Máquinas para o preparo do solo. 
Grupo 2 - Máquinas para a semeadura, plantio e transplante. 
Grupo 3 - Máquinas para a aplicação, carregamento e transporte de adubos e 
corretivos. 
Grupo 4 - Máquinas para o cultivo, desbaste e poda.
Grupo 5 - Máquinas aplicadoras de defensivos. 
Grupo 6 - Máquinas para a colheita. 
Grupo 7 - Máquinas para transporte, elevação e manuseio. 
Grupo 8 - Máquinas para o processamento. 
Grupo 9 - Máquinas para a conservação do solo, água e irrigação e drenagem. 
Grupo 10 - Máquinas especiais. 
Grupo 11 - Máquinas motoras e tratoras. 
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A ocorrência de erosão pode ser evitada por vários recursos, entre eles tem-se utilizado a 
prática do plantio direto e do cultivo mínimo. Através da semeadura feita diretamente na palha, 
o solo � ca protegido contra o impacto direto das chuvas, enxurradas, sol e altas temperaturas, 
assim conservando a umidade no solo e a erosão é reduzida. 
O processo de erosão pode ser in� uenciado pela declividade da área, quanto maior a 
declividade, maior é o risco de erosão. A erosão do solo pode ser favorecida por outros fatores, 
como:
- o uso de implementos/maquinários (tratores, arados, grades) que revolvem o solo, dei-
xando-o mais solto, favorecendo o carregamento do solo (enxurrada);
- solo sem vegetação (descoberto);
- destruição das matas/� orestas;
- queimadas;
- preparo do solo em épocas de chuvas muito fortes;- não usar plantio direto ou cultivo mínimo;
- não fazer rotação de culturas;
- o uso contínuo de implementos/maquinários pode causar a compactação.
É gradativo o processo de erosão do solo e varia conforme a força da chuva. Os fatores 
citados acima, conectados com a ação do sol, vento e chuva, favorecem o processo de erosão. No 
processo de erosão ilustrado na � gura abaixo, 1. A vegetação protege os solos contra a ação dos 
ventos e das enxurradas, 2. O desmatamento facilita o início da erosão (chuvas e ventos carregam 
a camada super� cial do solo), 3. O solo é atingido por raios solares e ventos e chuvas intensi� cam 
o processo de erosão. 4. O solo assemelha-se a um deserto, não oferecendo condições como área 
agrícola. 
Figura 5 - Etapas do processo de erosão. Fonte: a autora.
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Compactação
A compactação é o processo pelo qual as partículas do solo e agregados são rearranjados, 
tendo estes últimos suas formas e tamanhos alterados. Esse rearranjo resulta no decréscimo do 
espaço poroso e aumento da densidade. A compactação é causada pela ação do homem ao ma-
nejar o solo utilizando máquinas e implementos de maneira inadequada. A compactação afeta 
o crescimento radicular, aeração, retenção de água, resistência à penetração de raízes e pode au-
mentar à suscetibilidade do solo a erosão (SÁ, 2005). 
Figura 6 - Representação esquemática do solo sob diversas condições de compactação. Fonte: Horn (2003).
Práticas conservacionistas
As práticas conservacionistas visam o controle das perdas de solo e de água em solos 
agrícolas, objetivam a maximização do lucro sem diminuir a capacidade produtiva do solo. A 
conservação do solo e da água, preconizam um conjunto de medidas que tem por objetivo a ma-
nutenção ou a recuperação de suas condições físicas, químicas e biológicas, estabelecendo crité-
rios de uso e manejo do solo, de modo a não comprometer a capacidade produtiva. Este conjunto 
de medidas visa proteger o solo, evitando os efeitos das erosões, aumentando a disponibilidade 
de água e nutrientes, estimulando a atividade biológica e proporcionando condições adequadas 
ao desenvolvimento das plantas. 
Dentre os princípios de uso da terra, destaca-se o maior aproveitamento das águas das 
chuvas. Excessivas perdas por escoamento super� cial impedem que a água pluvial se in� ltre no 
solo. O aproveitamento das águas pode bene� ciar culturas, criações, comunidades, bem como 
prevenir a erosão, evitar inundações e assoreamento dos rios e contribuir com o abastecimento 
dos lençóis freáticos.
As práticas conservacionistas visam à prevenção da erosão e também a manutenção e 
melhoria da fertilidade do solo e a conservação dos recursos hídricos. Para uma conservação 
adequada do solo, é preciso que se tenha um conjunto de práticas, como práticas vegetativas, 
edá� cas e mecânicas.
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Figura 7 - Práticas conservacionistas. Fonte: a autora
O terraceamento é uma prática que consiste em realizar a produção ordenando 
a plantação em linhas que seguem as diferenças de altitude do solo. Essa técni-
ca é mais adequada para terrenos com declividades e ajuda a conter o processo 
de erosão dos solos, contribui para a contenção de água.
REFLITA
Você já parou pra imaginar que as gerações futuras dependerão de como cui-
damos do solo agora? 
UNIDADE
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 31
TRATOS CULTURAIS ................................................................................................................................................ 32
PRAGAS ................................................................................................................................................................... 36
SEMENTE E INDÚSTRIA ......................................................................................................................................... 39
MANEJO AGRÍCOLA
PROF.A JANAINA MIYASHIRO SIMON 
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INTRODUÇÃO
Na unidade anterior vimos à importância do solo para a agricultura, as formas de preparo 
convencional, cultivo mínimo, plantio direto e sobre-semeadura. Estudamos como a erosão pode 
afetar o cultivo agrícola e também as práticas conservacionistas do solo. A unidade 3 apresentará 
o manejo agrícola bem como, tratos culturais e as plantas daninhas. Abordará o conceito de do-
enças de plantas e pragas e também estudaremos a tecnologia de sementes e indústria. 
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TRATOS CULTURAIS
Tratos culturais são práticas culturais que possibilitam melhores condições de desenvolvi-
mento de determinada cultura. Essas práticas proporcionam manter o local de cultivo adequado 
ao crescimento e desenvolvimento das plantas, levando em consideração às condições ambientais 
e fatores climáticos da região. Para um bom desenvolvimento das plantas, é necessária a execução 
de divers os tratos culturais, em época adequada, desde o plantio até a colheita. 
Os tratos culturais possibilitam a cultura manifestar o seu potencial de produção, pro-
dutividade e rentabilidade. Ao realizar o maior número de práticas simultaneamente, é possível 
reduzir custos e otimizar os resultados de uma boa produção, utilizando práticas como bom ma-
nejo do solo, rotação de culturas, variação do espaçamento das cultura e uso de adubação verde. 
Tratos culturais mecânicos, químicos e biológicos
 Os tratos culturais são utilizados durante todo o ciclo das plantas, como no plantio, 
adubação, colheita, controle de plantas daninhas, pragas e doenças, e podem ser divididos em 
mecânicos, químicos ou biológicos. 
- tratos culturais mecânicos consistem em práticas como arranquio, capina roçada e o 
cultivo mecanizado.
- tratos culturais químicos consistem no uso de produtos químicos e substituem o con-
trole mecânico.
- tratos culturais biológicos consistem em controlar pragas a partir do uso de inimigos 
naturais como: vírus, bactérias, fungos, ácaros, insetos, peixes, aves, mamíferos, etc. 
 
Plantas daninhas
Planta daninha ou invasora é todo vegetal que cresce em um local onde não é desejado, 
podendo ser restos de culturas que foram cultivadas anteriores e nasceram espontaneamente, 
competindo com a cultura e consequentemente provocando uma diminuição da produtividade. 
Essas plantas podem competir por luz, água, nutrientes e por alelopatia.
• Competição por luz: devido ao sombreamento a planta não recebe intensidade de luz 
su� ciente para que ocorram os processos fotossintéticos, o que faz com que ocorra a diminuição 
da e� ciência dos processos metabólicos.
• Competição por água: em época de seca quando a transpiração ocasiona em uma maior 
perda de água do que a evaporação, a disponibilidade de água de determinada cultura, pode ser 
signi� cativamente reduzida.
• Competição por nutrientes: algumas plantas daninhas removem os nutrientes do solo 
principalmente na fase inicial do � orescimento, conforme a espécie varia a proporção de nutrien-
tes absorvidos por elas.
• Competição alelopática: a alelopatia é de� nida pela ação inibidora que uma planta exer-
ce sobre a outra, através de substâncias químicas.
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Em geral, o período crítico, ou seja, o efeito mais prejudicial da planta daninha é no iní-
cio da cultura. O conhecimento desse período determina a época apropriada para se executar as 
práticas de controle.
Controle das plantas daninhas
O controle preventivo visa reduzir as possibilidades deintrodução e disseminação de 
plantas daninhas, tem por objetivo evitar a infestação ou reinfestação de áreas onde essas plantas 
sejam economicamente indesejáveis. Para o controle preventivo das plantas daninhas em deter-
minada cultura, pode-se, por exemplo, usar sementes certi� cadas, evitar trânsito de animas que 
passaram por áreas infestadas para áreas livres das plantas invasoras, fazer a limpeza adequada 
de equipamentos após a utilização nas lavouras. A erradicação é economicamente recomendada 
quando a infestação está limitada a uma pequena área, ou quando a espécie invasora é extrema-
mente nociva.
• Controle cultural
O controle cultural utiliza boas práticas de manejo de água e solo, como, por exemplo, a 
rotação de culturas, a variação do espaçamento da cultura e a utilização de adubação verde. Tal 
controle favorece o crescimento rápido e vigoroso da cultura, afetando negativamente as plantas 
daninhas, fazendo com que tenham seu desenvolvimento reduzido ou até mesmo sejam elimi-
nadas. 
• Controle físico ou mecânico 
O controle físico ou mecânico consiste no uso de equipamentos (ou manual) que elimi-
nam as plantas daninhas através do efeito físico, por exemplo, pelo uso de enxada e cultivadores. 
Os principais métodos de controle físico são: arranquio, utilizado na limpeza de hortas e jardins 
e capina, através da enxada.
• Controle químico
No controle químico faz-se o uso de produtos químicos que matam alguns tipos de plan-
tas, sem atrapalhar as demais, são os denominados herbicidas, produtos que matam ou inibem o 
desenvolvimento de uma determinada planta. As vantagens do controle químico são e� ciência; 
evita a competição de plantas daninhas desde o início da cultura; permite o controle das plantas 
daninhas em época chuvosa, pode ser usado quando o controle mecânico é impraticável; não 
causa danos às raízes da cultura; não revolve o solo; permite melhor distribuição de plantas da 
cultura econômica na área; e é de rápida operação. As desvantagens se concentram no custo mais 
elevado que os outros métodos; exige a utilização de equipamentos adequados; geralmente são 
tóxicos ao homem e animais; polui o ambiente e pode deixar resíduos no solo e nos alimentos.
DOENÇAS DE PLANTAS
Segundo Agrios (2005), doença é o mau funcionamento de células e tecidos do hospedei-
ro que resulta da sua continua irritação por um agente patogênico ou fator ambiental e que con-
duz ao desenvolvimento de sintomas. Doença é uma condição envolvendo mudanças anormais 
na forma, � siologia, integridade ou comportamento da planta. Tais mudanças podem resultar em 
dano parcial ou morte da planta e de suas partes. Os agentes causadores das doenças de plantas 
são os patógenos, dentre eles, microrganismos como fungos, bactérias, nematoides, vírus e al-
guns protozoários.
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O processo infeccioso da doença se dá quando os agentes causadores de doenças intera-
gem com a planta, vivendo dentro ou fora dela, invadindo seus tecidos. Essa interação originou o 
termo hospedeiro, ou seja, é a planta onde o patógeno se estabelece. O parasita consiste no pató-
geno que ao colonizar a planta, retira os nutrientes para o seu desenvolvimento. Portanto, de um 
modo geral, os patógenos são parasitas que se bene� ciam de seu hospedeiro. Para que se ocorra 
a doença, três fatores devem estar associados: ambiente, patógeno e hospedeiro. 
O ambiente deve ser favorável para o desenvolvimento o patógeno, e para a ocorrência de 
doença. O patógeno deve ter a capacidade de causar a doença. O hospedeiro deve ser suscetível 
ao patógeno. A � gura a seguir ilustra a representação dos três fatores que se interagem para a 
ocorrência de doenças em plantas.
Figura 1 - Triângulo da doença. Fonte: Chinelato (2018).
Controle de doenças de plantas
Segundo Whetzel (1925 e 1929), o controle de doença pode ser baseado em alguns prin-
cípios, como: exclusão, erradicação, proteção, imunização, e terapia. A exclusão previne a entrada 
de um patógeno em uma área ainda não infestada, é feita através de medidas quarentenárias, 
consolidadas em legislações � tossanitárias promulgadas por órgãos governamentais, nacionais e 
internacionais. A exclusão é executada através da proibição, � scalização e interceptação de trans-
porte de plantas ou produtos vegetais com doenças com alto potencial destrutivo de culturas de 
importância econômica para o País.
A erradicação consiste na eliminação do patógeno em uma área em que ela já foi intro-
duzida. Visa eliminar um patógeno de uma determinada região para evitar sua disseminação em 
outras, isso é possível quando um patógeno tem espectro restrito de hospedeiro e baixa capaci-
dade de disseminação, é viável quando a presença do patógeno restringe-se a uma área geográ� ca 
relativamente insigni� cante. As medidas de erradicação são: eliminação de plantas ou partes 
vegetais doentes, eliminação de hospedeiros selvagens, aradura profunda do solo, eliminação dos 
restos de cultura, destruição de plantas doentes, desinfestação física e química dos solos, trata-
mento de sementes e rotação de cultura. 
A proteção é a prevenção do contato direto do patógeno com o hospedeiro, é comumente 
obtida pela aplicação de fungicidas e bactericidas, visando diretamente os patógenos, ou de in-
seticidas, visando diretamente os vetores. A proteção consiste na interposição, antes de ocorrer 
à deposição, de uma barreira protetora entre as partes suscetíveis da planta e o inóculo do pató-
geno. 
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A imunização tem por base o desenvolvimento de plantas resistentes ou imunes, ou por 
meios naturais ou arti� ciais, de uma população de plantas imunes ou altamente resistentes, em 
uma área infestada com o patógeno. Um exemplo de imunização é a planta tratada com produto 
sistêmico, que se torna resistente porque em seus tecidos há uma concentração adequada do 
fungicida ou porque ele próprio ou algum seu derivado induz a planta a produzir substâncias 
tóxicas ao patógeno. A terapia visa restabelecer a sanidade de uma planta com a qual o patógeno 
já estabeleceu uma relação parasítica. São exemplos de métodos terápicos: uso de fungicidas sis-
têmicos e convencionais. 
Os princípios de Whetzel não abrangem todas as medidas de controle de doenças de 
plantas, pois aborda somente relação patógeno-hospedeiro, não abrangendo todas as medidas 
de controle. A ação do homem sobre o patógeno (exclusão e erradicação) e sobre o hospedeiro 
(proteção, imunização e terapia) estava bem clara. Porém, o fator ambiente, um dos vértices do 
triângulo da doença, foi deixado de lado. E também medidas referentes à escolha da área geo-
grá� ca, local e época de plantio, profundidade de semeadura, precocidade das variedades, etc. 
Tais medidas são agrupadas no princípio da evasão, de� nida como a prevenção da doença pelo 
plantio em épocas ou áreas quando ou onde o inóculo é ine� ciente, raro ou ausente.
Marchionatto (1949) sugere que medidas de controle baseadas em modi� cações do am-
biente obedecem ao princípio da regulação. A regulação e a evasão tornam os princípios de con-
trole mais abrangentes, permitindo uma visão mais global da natureza da doença e melhorando a 
compreensão de que qualquer alteração nos componentes do triângulo da doença, isoladamente 
ou em conjunto, modi� ca o seu livre curso. A evasão tem por base, táticas de fuga dirigidas con-
tra o patógeno e/ou contra o ambiente favorável ao desenvolvimento da doença. As principais 
medidas evasivas são escolha de áreas geográ� cas, escolha do local de plantio dentro de uma área 
e modi� cação de práticas culturais.
• Controle genético 
O controle genético representa um dos mais signi� cativos avanços tecnológicos da agri-
cultura. É realizado através do emprego da resistência genética, utilizando cultivares resistentes, 
sendo o método mais utilizado, por ser o maisbarato e de mais fácil utilização. 
• Controle cultural 
O controle cultural consiste na manipulação das condições de pré-plantio e durante o 
desenvolvimento do hospedeiro em detrimento ao patógeno, objetiva a prevenção ou a intercep-
ção da epidemia por outros meios que não sejam a resistência genética e o uso de pesticidas. O 
objetivo do controle cultural é reduzir o contato entre o hospedeiro suscetível e o inóculo viável 
de maneira a reduzir a taxa de infecção e o progresso da doença. As medidas de controle culturais 
visam evitar a doenças ou suprimir o agente causal objetivando a obtenção de plantas sadias mais 
do que controlar o agente causal.
• Controle biológico 
O controle biológico de doenças de plantas pode ser de� nido como a redução da densi-
dade de inóculo ou das atividades determinantes da doença, através de um ou mais organismos. 
Conforme a de� nição, as atividades determinantes da doença envolvem crescimento, infectivi-
dade, agressividade, virulência e outras qualidades do patógeno ou processos que determinam 
infecção, desenvolvimento dos sintomas e reprodução. 
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• Controle físico 
No controle físico de doenças de plantas são utilizados vários agentes físicos para redu-
zir o inóculo ou o desenvolvimento das doenças. Os principais são a temperatura, a radiação, a 
ventilação e a luz.
• Controle químico
Em muitos casos o controle químico de doenças de plantas é a única medida e� ciente e 
economicamente viável de garantir as altas produtividade e qualidade de produção. O controle 
químico de doenças de plantas é praticado com maior intensidade nos países economicamente 
mais desenvolvidos, onde a agricultura é tecnologicamente mais avançada, com aplicação de 
mais insumos e previsão de melhores colheitas. A escalada no emprego de pesticidas, inclusive 
fungicidas, a partir da segunda guerra mundial, foi proporcionalmente acompanhada pelo inte-
resse público na quantidade e qualidade desses insumos agrícolas.
PRAGAS 
Pragas são organismos que reduzem a produção das culturas ao atacá-las, transmitem 
doenças e reduzem a qualidade dos produtos agrícolas. Segundo o conceito convencional, um 
organismo é considerado praga quando é constatada sua presença na cultura; já no manejo inte-
grado de pragas um organismo só é considerado praga quando causa danos econômicos. 
As pragas agrícolas são representadas pelos insetos. A palavra inseto signi� ca animal 
segmentado. Os insetos se caracterizam por apresentarem exoesqueleto, corpo e apêndices seg-
mentados e articulados. Apresentam corpo formado por cabeça, tórax e abdômen, antenas e um 
par de mandíbulas. 
Figura 2 - Anatomia básica de um inseto. Fonte: Defesa Vegetal (2017).
Os insetos possuem uma variedade de hábitos alimentares, ocupando diferentes níveis 
tró� cos nas cadeias alimentares. Cerca de metade das espécies de insetos são herbívoras ou � tó-
fagas, alimentam-se de folhas ou de outras partes das plantas. Estima-se que 25% são carnívoras, 
se alimentam de outros animais/insetos, e 12% são decompositoras ou saprófagas, alimentam-se 
de matéria orgânica morta ou em decomposição, e 10% espécies polinífagas, que se alimentam 
de pólen. 
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Devido aos seus hábitos alimentares. Os insetos possuem diferentes papéis nos ecossiste-
mas, sendo importantes para o equilíbrio dinâmico, como na decomposição da matéria orgânica, 
reciclagem de nutrientes, manutenção da estrutura do solo, polinização, dispersão de sementes e 
controle biológico. Toda praga possui inimigos naturais que são importantes no controle de pra-
gas de uma lavoura. Os inimigos naturais dos insetos herbívoros agrupam-se em três categorias: 
• Parasitoides; 
• Predadores; 
• Patógenos. 
 
Predadores podem ser vertebrados (sapos, pássaros, morcegos, peixes...) ou invertebra-
dos (insetos, ácaros, aranhas...). Parasitoides são sempre insetos. Patógenos são fungos, vírus, 
bactérias, nematoides e outros microrganismos capazes de causar doenças em insetos. Insetos 
polinizadores formam um grupo de insetos com funções bené� cas para agricultura. 
Métodos de controle de pragas
Os insetos herbívoros são favorecidos pela abundância de alimentos proporcionados pela 
monocultura, que desfavorece os inimigos naturais pela ausência de locais de refúgio e de ali-
mentos. Para que os insetos não se tornem pragas, há os métodos de controle, adotados como 
preventivo ou curativo.
Os métodos de controle de pragas são práticas que di� cultam ou impedem que a pra-
ga encontre condições favoráveis para se estabelecer nas culturas, atingindo níveis de prejuízos 
econômicos. As medidas preventivas referem-se a diferentes métodos de controle natural, que 
envolvem o manejo de culturas agrícolas, di� cultando ou impedindo que a praga atinja níveis de 
danos econômicos para agricultura. 
Os métodos devem ser utilizados visando parâmetros como a e� cácia, parâmetros econô-
micos, ecotoxicológicos e sociológicos. Os principais métodos de controle de pragas são: 
• Métodos culturais;
• Controle químico;
• Controle por comportamento;
• Resistência de plantas;
• Métodos legislativos;
• Controle mecânico;
• Controle físico;
• Método genético;
• Métodos preventivos.
Nos métodos culturais utilizam-se práticas agrícolas no cultivo das plantas objetivando o 
controle de pragas. Por exemplo, o manejo da água nas culturas, a frequência entre as irrigações, 
quantidade e a forma de irrigação, interferem na remoção de formas jovens de insetos e adultos 
existentes na superfície das plantas. Outros exemplos como, poda e destruição de restos culturais 
infestados por insetos que causem danos a cultura. Os restos de cultura podem ser locais de re-
fúgio para pragas. A rotação de culturas, plantio alternado em anos consecutivos, de culturas que 
não sejam hospedeiras das mesmas pragas.
 O controle biológico consiste na ação de inimigos naturais na manutenção da densidade 
das pragas em nível inferior àquele que ocorreria na ausência desses inimigos naturais. Agentes 
de controle biológico de pragas, organismos capazes de causar a morte da praga, por parasitismo, 
predação ou patogênese.
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No controle químico utilizam-se aplicações de substâncias químicas que causam morta-
lidade no controle de pragas. Por exemplo, o uso de inseticidas, moléculas químicas, em geral, 
sintéticas, que atuam biologicamente sobre as pragas presentes na lavoura. As moléculas res-
ponsáveis pela e� cácia dos produtos são denominadas ingrediente ativo. Cada ingrediente ativo 
é recomendado para o controle de determinada espécie de inseto em determinada cultura. O 
controle por comportamento consiste no uso de processos (hormônios, feromônios, atraentes, 
repelentes e macho estéril) que modi� quem o comportamento da praga de tal forma a reduzir 
sua população e danos.
A resistência de plantas tem por base o uso de plantas que devido suas características ge-
néticas sofrem menor dano por pragas. Por exemplo, o milho Bt, que contém os genes da bactéria 
Bacillus thurigienses que produzem as toxinas que causam a morte das lagartas desfolhadoras do 
milho.
Os métodos legislativos compreendem o conjunto de leis e portarias relacionados à ado-
ção de medidas de controle de pragas. No controle mecânico utilizam-se técnicas que possibili-
tem a eliminação direta das pragas. Por exemplo, aração e gradagem do solo auxiliando o con-
trole de pragas quem passam alguma fase de seu ciclo de vida no solo. Essas operações podem 
destruir larvas e pupas, ou colocá-las a exposição à ação de inimigos naturais.
O controle físico consiste no uso de métodos como fogo, drenagem, inundação, tempera-
tura e radiação eletromagnética no controle de pragas. Uso de barreiras físicas ou armadilhas que 
evitam ou reduzem o ataque

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