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Princípios do Direito Empresarial

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Direito Empresarial I – Giulia Mazzer 
 PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL 
Princípios são vetores interpretativos e isso significa que os princípios indicam um 
caminho, uma interpretação que precisa ser dada e essa interpretação será dada por todas as 
pessoas que trabalham com o Direito, todos os interpretes da norma precisarão usar os 
princípios como fundamentos daquilo que está sendo defendido ou contrariado. 
1) PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE INICIATIVA 
Art. 170, CF/88: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios.” 
Significa que a CF/88 assegura que qualquer pessoa tenha a liberdade de iniciar, 
em regra, qualquer atividade, salvo as proibições legais, como no caso de ser crime 
possuir casa de prostituição, dessa forma você não pode abrir uma casa com a finalidade 
da prostituição, essa atividade é ilícita porque o próprio Código Penal prevê que não 
pode. 
Segundo Fábio Ulhoa Coelho, existem 04 desdobramentos: 
1. Imprescindibilidade da empresa privada para que a sociedade tenha 
acesso aos bens e serviços de que necessita para sobreviver: a 
empresa é um instrumento necessário para a nossa sociedade. 
2. Busca do lucro como principal motivação dos empresários: o 
empresário está sempre estudando melhores formas de obter lucros cada 
vez maiores. 
3. Necessidade jurídica de proteção do investimento privado: quando 
a CF/88 assegura a livre iniciativa ela também está assegurando o 
investimento do empresário como uma atividade licita. 
4. Reconhecimento da empresa privada como polo gerador de 
empregos e de riquezas para a sociedade: quando a CF/88 assegura a 
livre iniciativa ela está reconhecendo que a empresa é boa para o país, 
pois ela gera emprego, gera circulação de riquezas, gera receita para o 
Estado. Então a elaboração de uma atividade empresarial em uma cidade 
pequena muda toda a estrutura dessa cidade. 
 
2) PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE CONCORRÊNCIA 
Art. 170, IV, da CF/88: A ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: IV - livre 
concorrência. 
A concorrência é um fator muito positivo, sobretudo para os próprios 
consumidores, como ocorreu com o fim da monopolização das linhas telefônicas no 
Brasil, em que por volta dos anos 80 uma linha telefônica chegou a custar mil dólares. 
Já hoje, com diversas empresas de telefonia o acesso é muito mais democrático, a 
maioria da população consegue ter acesso a um celular, um número de telefone. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas, em alguns casos, o Estado acaba atrapalhando essa liberdade de 
concorrência, onde os estudiosos do D. Empresarial até demonstram que a 
Lei 11.101 que trata da recuperação de empresas ela não deveria tratar dessa 
recuperação de empresas, porque é o Estado interferindo em uma atividade 
empresarial que está em risco, que está com dificuldades, mas que o Estado 
não deveria interferir, mas deixar que o próprio mercado resolva isso. 
Não deve o Estado fazer uma lei que vai desiquilibrar esse contrato e que o 
poder judiciário revise cláusula quando não deve revisar, porque as partes 
estão em igualdade de condições. 
 
Direito Empresarial I – Giulia Mazzer 
3) PRINCÍPIO DA GARANTIA E DEFESA DA PROPRIEDADE 
PRIVADA 
Art. 170, II, CF/88: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: II - 
propriedade privada.” 
Propriedade Privada é direito fundamental assegurado pelo Art. 5º da CF/88, a 
defesa da propriedade privada é princípio da ordem econômica da CF/88, no Art, 170, 
II. 
É preciso assegurar a propriedade privada dos meios de produção (indústrias, 
comércios) para que seja possível o sistema capitalista, isso significa que quando o 
empresário tem sua empresa, investiu na sua atividade empresarial o Estado não pode 
chegar e falar “não é mais sua”, ele garante a propriedade privada. 
 
4) PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA 
Além de garantir a propriedade privada também temos o princípio da 
preservação da empresa, e esse princípio veio com tudo na Lei 11.101/2005, e esse 
princípio foi analisado pelo legislador como fundamento da manutenção da 
atividade empresarial 
 
 
 
 
 
 
A doutrina afirma que esse princípio é muito bom para a preservação da 
empresa, pois ele irá preservar a empresa que é produtiva, que gera receita, que gera 
tributo, que gera emprego. Contudo, quando analisado sob a perspectiva da lógica 
capitalista esse princípio não é muito bom, e ele é criticado pois esse princípio acaba 
justificando algumas decisões judiciais que vão determinar recuperação quando a 
recuperação dessa empresa não deveria ser aplicada, pois o mercado se reorganiza e o 
próprio mercado possui condições de resolver esse impasse. 
Estudiosos acreditam que esse princípio está mantendo no mercado empresas 
que nem são tão boas assim, empresas que poderiam ter suas atividades empresariais 
compradas por outras empresas que estão crescendo dentro do mercado. O próprio 
Fábio Ulhoa Coelho acredita que esse princípio é um despropósito do sistema 
capitalista. 
 
5) PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA 
A função social é um princípio assegurado no Código Civil, e ela é reconhecida 
no Art. 5º, XXIII, CF/88 e a CF/88 trata da função social da propriedade privada, ou 
seja, a CF/88 trás a incidência da função social, onde a propriedade deve sim atender o 
interesse do seu proprietário (como já era previsto no Código Civil de 1916), mas deve 
cumprir também uma função social, assim ela tem uma função social para com a 
sociedade que ela está situada. 
 
 
 
Ex.: Empresas que não estão obtendo lucros por conta da pandemia, e para 
admitir essa organização para que a empresa não decrete falência a Lei 
11.101 assegurou a preservação da empresa, ou seja, será preservada aquela 
empresa que é boa, é produtiva, que tem funcionário). 
O Código Civil de 1916 previa que a propriedade privada deveria atender 
somente aos interesses dos seus proprietários, assim deixando de lado a função 
social. 
 
Direito Empresarial I – Giulia Mazzer 
 
Desse modo há a possibilidade de, em caso de descumprimento dessa função 
social, instituição do IPTU progressivo, porque a ideia da pessoa possuir um terreno é 
a dessa pessoa construir algum imóvel, que ela dê uma função para aquele terreno. 
 
 
 
 
 
Qual é a função de uma empresa? 
 Empresário: a função da empresa é obter lucro sobre a atividade 
empresária. 
 Sociedade: a empresa é boa porque ela vende produto, ela presta 
serviços, gera emprego, gera recolhimento tributário. 
Existe toda uma fundamentação de que a atividade empresarial não serve só para 
o seu empresário, serve também para a sociedade quando ela emprega, serve para o 
FISCO quando há o recolhimento tributário, ou seja, a função social é o que essa 
empresa pode fazer de bom para a sociedade. Assim, como exemplo, a empresa não 
deve poluir, fazendo descarte de lixo em ambiente adequado, dependendo da atividade 
empresarial que está sendo realizada há a necessidade de equipamentos específicos, a 
necessidade e treinamento, por exemplo, de brigada de incêndio. 
A empresa cumpre a sua função social quando ela paga os seus funcionários em 
dia, quando ela não polui o meio ambiente, quando ela obedece às normas de segurança 
e saúde do trabalho, quando ela recolhe os tributos devidamente. E, em um sentido 
contrário, caso a empresa não realize esses itens citados anteriormente, ela está 
descumprindo a função social da empresa. 
E no caso de recuperação, caso não haja o cumprimento da função social da 
empresa, ela não poderá obter essa recuperação. O fundamento do pedido de 
recuperação de empresas feitopara o poder judiciário é o fundamento de função social. 
 
Esse princípio da função social acaba tendo incidência nos contratos, no D. 
Civil os contratos também devem cumprir a sua função social.

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