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CARO ALUNO, O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, são centenas de aprovações nos principais vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo e em todo Brasil. Ao atualizar sua coleção de livros para 2016, o Hexag considerou o principal diferencial em relação aos concorrentes: a sua exclusiva metodologia fundamentada em três pontos – período integral, estudo orientado (E.O.) e salas reduzidas. O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu conteúdo enriquecido, inclusive com questões recentes dos principais vestibulares 2016. Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens e também na utilização de cores. No total, são 59 livros, distribuídos da seguinte forma: § 21 livros de Ciências da Natureza e suas tecnologias (Biologia, Física e Química); § 14 livros de Ciências Humanas e suas tecnologias (História e Geografia); § 07 livros de Linguagens, Códigos e suas tecnologias (Gramática, Literatura e Inglês); § 07 livros de Matemática e suas tecnologias; § 04 livros de Sociologia e Filosofia; § 04 livros “Entre Aspas” (Obras Literárias da Fuvest e Unicamp); § 02 livros “Entre Frases” (Estudo da Escrita – Redação). O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de forma objetiva o que o aluno realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares e Enem, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Os capítulos foram finalizados com cinco categorias de exercícios, trabalhadas nas sessões de Estudo Orien- tado (E.O.), como segue: § E.O. Teste I: exercícios introdutórios de múltipla escolha, para iniciar o processo de fixação da matéria estudada em aula; § E.O. Teste II: exercícios de múltipla escolha, que apresentam grau médio de dificuldade, buscando a con- solidação do aprendizado; § E.O. Teste III: exercícios de múltipla escolha com alto grau de dificuldade; § E.O. Dissertativo: exercícios dissertativos nos moldes da segunda fase da Fuvest, Unifesp, Unicamp e outros importantes vestibulares; § E.O. Enem: exercícios que abordam a aplicação de conhecimentos em situações do cotidiano, preparando o aluno para esse tipo de exame. A edição 2016 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e completo, um grande aliado para o seu sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina. Herlan Fellini hexag SISTEMA DE ENSINO © Hexag Editora, 2016 Direitos desta edição: Hexag Editora Ltda. São Paulo, 2016 Todos os direitos reservados. Autores Pâmella Simões Tavares de Oliveira Ricardo Rosa Diretor geral Herlan Fellini Coordenador geral Raphael de Souza Motta Responsabilidade editorial Hexag Editora Diretor editorial Pedro Tadeu Batista Editores Giulia Brolacci Pinheiro Neury F. Martins Revisora Ana Paula Chican de Oliveira Pesquisa iconográfica Camila Dalafina Coelho Programação visual Hexag Editora Editoração eletrônica Arthur Tahan Miguel Torres Bruno Alves Oliveira Cruz Camila Dalafina Coelho Eder Carlos Bastos de Lima Raphael de Souza Motta Capa Hexag Editora Fotos da capa (de cima para baixo) http://www.fcm.unicamp.br Acervo digital da USP (versão beta) http://www.baia-turismo.com Impressão e acabamento Imagem Digital ISBN: 978-85-68999-00-4 Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições. O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra está sendo usado apenas para fins didáticos, não represen- tando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora. 2016 Todos os direitos reservados por Hexag Editora Ltda. Rua da Consolação, 954 – Higienópolis – São Paulo – SP CEP: 01302-000 Telefone: (11) 3259-5005 www.hexag.com.br contato@hexag.com.br Aulas 1 e 2: Origem da vida 4 Aulas 3 e 4: Evidências evolutivas 28 Aulas 5 e 6: Teorias evolutivas 46 Aulas 7 e 8: Especiação 68 EVOLUÇÃO © Ju an G ae rtn er/ Sh ut ter sto ck Origem da vida Aulas 1 e 2 5 © Ju an G ae rtn er/ Sh ut ter sto ck Introdução à bIologIa A biologia é uma ciência, pois apresenta um objeto de estudo representado pelos seres vivos e todos os seus desdobra- mentos. Mas o modo de estudar pressupõe um método científico, caracterizado pela observação, levantamento de hipó- teses testáveis, planejamento e execução de experimentos, sistematização e registro de dados, discussão de resultados e conclusão. Dessa maneira, constrói-se conhecimento, que poderá sempre ser questionado, ampliado e alterado ao longo do tempo. Mas nunca se esqueça de que a ciência e a pesquisa são feitas pelo homem e, portanto, são direcionadas, sempre terão um olhar parcial e serão influenciadas pela época, sociedade e cultura, às quais o pesquisador pertence. Para iniciarmos o estudo da biologia, é necessário fazer algumas reflexões e considerações sobre essa ciência que estuda a vida, pois existem várias subdivisões com objetos diferentes. Por exemplo, a zoologia estuda os animais e os seus desdobramentos; do mesmo modo, as plantas são estudadas pela botânica; as estruturas e funcionamento celulares são discutidos pela citologia; as interações entre os seres vivos e desses com o meio em que vivem são proble- mas da ecologia; os mecanismos e padrões de herança do material genético são abordados pela genética; e o processo adaptativo e as relações de parentesco entre as diversas espécies são responsabilidade da evolução. Ao ler isso, fica a impressão de que a biologia é uma ciência com conteúdo fragmentado. Essas divisões facilitam o estudo, a pesquisa e a construção do conhecimento biológico. Mas integrar essas subáreas em nosso estudo é fundamental, pois esse olhar amplo garante entender a complexidade dos seres vivos e dos ambientes em todos os seus níveis de organização, ou seja, organismos, populações, comunidades biológicas, ecossistemas, biomas, biocoras, biociclos e biosfera. bIg bang Nesta unidade, vamos tratar mais profundamente da origem da vida. Para isso, vamos procurar entender antes qual é a origem da Terra. A origem da Terra ocorreu há, aproximadamente, 4 560 bilhões de anos. Toda a matéria que compõe o Universo atual estava comprimida em uma esfera extremamente pequena, do tamanho da ponta de uma agulha. Há cerca de 14 bilhões de anos, essa esfera teria subitamente expandido essa matéria, formando, assim, de uma só vez, o Universo. A essa grande explosão dá-se o nome científico de Big Bang. A expansão do Universo continua sendo observada até hoje, o que reforça as hipóteses a favor do Big Bang. A origem e formação do nosso Sistema Solar é resultado direto dessa explosão. Ao longo desse processo e desses milhões de anos até hoje, houve muitíssimas mudanças na superfície terrestre, que interferiram e influenciaram significativamente a vida neste planeta. Houve movimentos de massas continentais, mudanças climáticas, formação e destruição de cadeias de montanhas, extinção e origem de espécies, por exemplo. Escala e eventos do tempo geológico Representa a linha do tempo, do presente à formação da Terra. Ela organiza essa evolução marcando a sequência de eventos. O tempo geológico compreende a história da Terra marcada no tempo por determinado evento geo- lógico, tempo esse que pode ser calculado por métodos absolutos ou relativos. Os estudos da evolução da vida dividem hierarquicamente esse período em eons, que, por sua vez, é subdividido em eras; as eras,em períodos e os períodos, em épocas. Na tabela a seguir, discorre-se sobre os principais períodos, suas características e a fase de evolução da vida manifestadas neles. Esses dados têm o objetivo de informá-lo e de apresentar-lhe uma visão geral de como a vida manifestou-se e manifesta-se no planeta em que habitamos. 6 ERA PERÍODO INÍCIO (milhões de anos) EVENTOS Ce no zo ic a Quaternário 1,6 Clima flutuando entre frio e ameno. Avanços e recuos glaciais. Extinção de muitos mamí- feros e aves de grande porte. Primeiros humanos modernos do gênero Homo. Neogeno 23 Vários surgimentos e formações de montanhas. Início de glaciação nos hemisférios Norte e Sul. Elevação do Panamá e consequente união das Américas do Norte e do Sul. Primei- ros macacos do Velho Mundo. Mamíferos pastadores em abundância. Primeiros hominí- deos eretos e grandes carnívoros. Aves e mamíferos marinhos diversificam-se. Paleogeno 65 Clima ameno a frio. Mares continentais largos e rasos. Elevação dos Alpes e Himalaia. A América do Sul separa-se da Antártica. Clima ameno a muito quente no final do período. Primeiros mamíferos insetívoros e primatas. Expansão extensiva de mamíferos e aves. Irradiação de famílias de mamíferos placentários. Primeiros macacos do Novo Mundo. Formação inicial de pradarias. Aves carnívoras gigantes, incapazes de voar, eram preda- dores comuns. M es oz oi ca Cretácio 135 Clima ameno em todo o período. Níveis dos mares elevados. A África e a América do Sul se separam. Clímax dos dinossauros e répteis marinhos, seguido da extinção destes gru- pos. Início da irradiação de mamíferos marsupiais e placentários. Primeiras angiospermas. Declínio das gimnospermas. Aparecimento de muitos grupos de insetos. Jurássico 205 Clima ameno. Os níveis dos continentes são baixos com grandes áreas cobertas pelos mares. Primeiras aves. Abundância de dinossauros. Crescimento exuberante de florestas. Triássico 250 Continentes montanhosos, unidos em um supercontinente (Pangea). Extensas áreas ári- das. Primeiros dinossauros. Primeiros mamíferos. Crescimento exuberante de florestas com predomínio de coníferas. Pa le oz oi ca Permiano 290 Glaciação extensiva do hemisfério Sul no início do período. Elevação dos Apalaches. Ari- dez marcante em algumas áreas. Origem das coníferas, cicadófitas e ginkgos. Desapa- recem os tipos anteriores de florestas. Irradiação dos répteis. O período termina com extinção em massa. Carbonífero 355 Clima quente com pequena variação sazonal nos trópicos. Níveis das terras baixos. Áreas pantanosas com a formação de depósitos de carvão. Irradiação dos anfíbios. Abundância de tubarões. Samambaias com esporos e árvores com “casca”. Primeiros répteis. Insetos gigantes. Grandes florestas de pteridófitas. Devoniano 410 Mares na maior parte das terras, com montanhas locais. Primeiros peixes com nadadeiras raiadas e nadadeiras lobadas. Primeiros tetrápodes terrestres. Siluriano 438 Clima ameno. Topografia em geral plana. Primeiros peixes com maxilas. Primeiros inver- tebrados terrestres. Ordoviciano 510 Clima ameno. Mares rasos. Continentes em geral com topografia plana. Os mares cobrem boa parte do atual território dos Estados Unidos. Glaciação no final do período. Primei- ros vertebrados (peixes sem maxila). Invertebrados marinhos em abundância. Primeiras plantas terrestres. Cambriano 570 Extensos mares invadindo os continentes existentes. Origem de vários filos e classes de invertebrados. Primeiros cordados. Moluscos com conchas. Abundância de trilobitas. Pr ot er oz oi ca 2.500 Extensivo bombardeamento de meteoritos e instabilidade geológica nas primeiras fases des- ta era. Os primeiros organismos eucariontes aparecem há cerca de 2 bilhões de anos. Grande diversificação da vida há 1 bilhão de anos, surgindo os organismos pluricelulares, inclusive algas. Os primeiros metazoários aparecem há mais ou menos 600 milhões de anos, logo após uma grande glaciação. A rq ue an a 4.600 Formação da crosta terrestre e início dos movimentos continentais. Os primeiros fósseis (seres unicelulares) são conhecidos de 3,5 bilhões de anos atrás. Origem da vida. 7 A Terra foi habitada pelos primeiros micro-or- ganismos há uns 3,2 bilhões de anos. Os primeiros peixes primitivos surgiram no final do período Cambriano. Os oceanos de então eram largos, rasos e cálidos. Registros fósseis indicam que esses peixes, bem diferentes dos que conhecemos hoje, possuíam apenas duas barbatanas rudimentares e eram privados de maxilares. No Devoniano, conhecido como Idade dos Pei- xes, ocorreu uma grande irradiação dos peixes, havendo proliferação de peixes com maxilares adaptados a diversas dietas alimentares. O ambiente dessa época era bastante diferente daquele em que surgiram os primeiros peixes. Mares haviam avançado e retrocedido das terras conti- nentais várias vezes, e as plantas vasculares terrestres que haviam surgido no Siluriano eram então abundantes. Ao final da Idade dos Peixes, um grupo de peixes de água doce iniciou a adaptação à vida terrestre, e deu origem aos primeiros anfíbios. No período seguinte, apareceram os répteis, primeiros vertebrados terres- tres, assim como os primeiros insetos alados. Os primeiros mamíferos primitivos surgiram, como os primeiros dinossauros, no período Triássico. No período seguinte, surgem as primeiras aves. No Cretáceo, ocorre a extinção dos dinossauros. No final desse período, os mamíferos tiveram grande ir- radiação adaptativa, tendo aparecido várias das ordens de animais superiores hoje conhecidas. Alguns mamí- feros insetívoros deram origem a um grupo de animais com polegares oponíveis e com unhas no lugar de gar- ras, animais denominados primatas. A lenta movimentação dos continentes da Terra com o passar do tempo, denominada deriva conti- nental, há 250 milhões de anos originou a Pangeia, o supercontinente. Há aproximadamente 200 milhões de anos, começou a divisão da Pangeia. Há 90 milhões de anos, a América do Sul separava-de da África. A Índia uniu-se à Ásia há 50 milhões de anos, e, 5 milhões de anos depois, a Austrália separava-se da Antártida. Isolados, os primatas passaram por processos evolutivos distintos nos dois lados do mundo. No con- tinente americano, eles restringiram-se ao ambiente arbóreo, tendo desenvolvido adaptações morfológicas altamente eficientes para este tipo de hábito, entre elas uma cauda com grande capacidade preensil. Já no Ve- lho Mundo, os prossímios deram origem a uma imensa quantidade de novas formas de primatas, entre eles uma linha evolutiva caracterizada pelo hábito terrestre, que originou, há cerca de 5 milhões de anos, os primei- ros hominídeos. Os primeiros hominídeos fazem parte do gênero Australopithecus, os primeiros a apresentarem nos regis- tros fósseis uma morfologia dos membros inferiores com- pletamente adaptada à bipedia. O aparecimento do Homo sapiens ocorreu há aproximadamente 400 mil anos. teorIas sobre a orIgem da vIda Desde a antiguidade, o mistério da origem da vida e dos seres vivos intriga o ser humano. Antigas doutrinas da Índia, da Babilônia e do Egito ensinavam que rãs, cobras e crocodilos eram gerados pelo lodo dos rios. Esses seres, que apareciam inexplicavelmen- te no lodo e no lixo, eram encarados como manifestações da vontade dos deuses, gerados espontaneamente. Mesmo filósofos importantes, como Platão e Aris- tóteles, aceitavam tal explicação sobre a origem dos seres vivos. Dessa interpretação, surgiu a teoria da geração es- pontânea ou teoria da abiogênese, segundo a qual todos os seres vivos originam-se da matéria bruta de modo contínuo. Essa teoria, entretanto, foi contestada por vários cientistas, que através de seus experimentos provaram que um ser vivo só se origina de outro ser vivo. Surgiu, então, a atualmente aceita teoria da biogênese. § Teoria da abiogênese: os seres vivos ori- ginam-se da matéria bruta de maneira contí- nua. Principais defensores: Aristóteles, Platão, Needhan,Virgílio, Aldovandro, Kricher e Van Helmont. § Teoria da biogênese: os seres vivos originam- -se de outros seres vivos. Principais defensores: Redi, Spallanzani e Pasteur. Von Helmont Von Helmont (1600), o maior fisiologista da época, dá várias receitas para a abiogênese. Uma delas é a fórmu- la para se obter ratos: ‘’Enche-se de trigo e fermento um vaso, que é fe- chado com uma camisa suja, de preferência de mulher. Um fermento vindo da camisa, transformado pelo odor dos grãos, transforma em ratos o próprio trigo’’. Como já se sabe, os ratos que aparecem não se formam a partir da receita dada por Von Helmont, mas são atraídos pela mistura. 8 Redi Por volta de 1660, Francesco Redi começou a combater a teo- ria da geração espontânea. Para isso, colocou pedaços de carne crua dentro de frascos, deixando alguns abertos e outros fechados com gaze. Veja esquema do experimento ao lado. De acordo com a teoria da abiogênese, após alguns dias, de- veriam surgir moscas e outros insetos, nascidos da carne. Isso, entre- tanto, não aconteceu nos frascos fechados com gaze. Redi constatou a presença de numerosos ovos e larvas de in- setos sobre a gaze que fechava o recipiente e a ausência deles sobre a carne ali contida. Esse experimento demonstrou que os insetos eram atraídos pela carne e que o aparecimento de larvas era proveniente dos numerosos ovos colocados por esses animais. Os resultados de Redi fortaleceram a teoria da biogênese, mas, apesar disso, muitos ainda continuavam aceitando a teoria da geração espontânea. Needham Por volta de 1745, o cientista inglês John T. Needham mos- trou, através de vários experimentos, que, em recipientes contendo vários tipos de infusões e submetidos à fervura, mantidos fechados ou não, apareciam micro-organismos. Needham afirmou que esse fenômeno ocorria devido à presença, nas partículas orgânicas da infusão, de uma “força vital’’ especial, responsável pelo aparecimen- to das formas vivas microscópicas. Assim, com esses experimentos, Needham contribuía para a teoria da geração espontânea. Spallanzani Em 1770, entretanto, o cientista italiano Abbey Lazzaro Spallanzani criticou seriamente os experimentos de Needham. Spallanzani realizou experimentos provando que o aquecimento prolongado de substâncias orgânicas acondicionadas em recipientes fechados, providos de válvula de escape, não propiciava o desen- volvimento de micro-organismos. Needham respondeu às críticas de Spallanzani, afirmando que esse cientista, ao ferver substâncias em recipientes fechados, estava destruindo a “força vital” e tornando o ar desfavorável ao aparecimento da vida. Spallanzani realizou novos experimentos, mostrando que havia o aparecimento de vida quando os recipientes fechados e submetidos à fervura eram abertos, entrando em contato com o ar, provando que a “força vital’’ não tinha sido destruída. Apesar disso, Spallanzani não conseguiu provar que o aquecimento de material orgânico em recipien- tes fechados não alterava a qualidade do ar. Nessa polêmica, Needham saiu favorecido, reforçando ainda mais a teoria da geração espontânea. Experimento realizado por Redi, cujo resultado reforçou a teoria da biogênese. 9 Pasteur Louis Pasteur, por volta de 1860, através de seus cé- lebres experimentos com balões do tipo “pescoço de cisne”, conseguiu provar definitivamente que os seres vivos originavam-se de outros seres vivos. Além disso, constatou, através de outros experimentos, a presen- ça de micróbios no ar atmosférico. Baseado nisso e considerando as críticas dos seguidores da abiogêne- se sobre a formação de ar viciado – que seria impró- prio para o desenvolvimento da vida em recipientes hermeticamente fechados, quando submetidos à fer- vura –, Pasteur realizou os seguintes experimentos, esquematizados ao lado, utilizando frascos do tipo “pescoço de cisne”. Este experimento mostra que um líquido, ao ser fervido, não perde a “força vital”, como defendiam os adeptos da abiogênese, pois quando o pescoço do balão é quebrado, após a fervura do líquido, há aparecimento de seres vivos. O experimento rebate ainda outro argumento dos adeptos da abiogênese: a formação de ar viciado impróprio para a vida. O líquido fervido fica, neste caso, em contato com o ar atmosférico através do pescoço do balão e não ocorre o aparecimento de seres vivos, pois as gotículas de água que se acumulam nesse pescoço retêm os micróbios contidos no ar que penetra no balão. A partir dos experimentos de Pasteur, a teoria da biogênese passou a ter preferência nos meios científicos. Com isto, o problema da origem da vida começou a preocupar cada vez mais os cientistas, pois, se os orga- nismos surgem a partir de outros, como foi que se originou o primeiro? Pasteurização: mais uma importante contribuição de Pasteur. A pasteurização, criada em 1864 por Louis Pasteur, químico francês, é um procedimento industrial empregado no tratamento do leite, de bebidas, sorvetes, cervejas, entre outros alimentos. In natura, o leite é um produto elevadamente perecível, propício ao desenvolvimento de micro-organismos que o acidificam e azedam. A fim de evitar esses problemas, tomam-se alguns cuidados da captação ao consumo do leite. Dentre eles, destaca-se a pasteurização, que, no Brasil, é obrigatória. Esse procedimento consiste em submeter o leite a um grau de aquecimento suficiente para destruir os micro-or- ganismos patogênicos presentes nele. O melhor cuidado nesse procedimento é não causar alterações físico-químicas e organolépticas ao alimento, bem como não alterar o valor nutritivo do produto. O leite pasteurizado, portanto, deve apresentar características semelhantes, ao máximo, ao produto in natura, bem como garantir a ele mais tempo e con- dições de conservação, uma vez que a pausterização destrói aproximadamente 99% da microbiota presente no leite. Mas esse procedimento também traz desvantagens, se bem superadas pelos benefícios. Ele reduz ou mesmo elimina as bactérias lácticas benéficas para o organismo, altera o sabor do leite, bem como provoca desnaturação da proteína do leite, dificultando, por exemplo, a produção de alguns queijos. Se o leite for submetido a temperaturas elevadas por tempo prolongado, seu sabor e cor podem alterar-se. Em razão disso, há limites de temperatura e de tempo para que suas características se mantenham. Existem três tipos de pasteurização: § Pasteurização lenta, também conhecida como LTLT (low temperature long time, baixa temperatura por longo tempo), mantém a temperatura a 63 °C por 30 minutos. § Pasteurização rápida, HTST (high temperature and short time, alta temperatura por pouco tempo), mantém a temperatura a 72 °C por 15 segundos. § Pasteurização muito rápida, UHT (ultra high temperature, temperatura ultraelevada), mantém a temperatura entre 130 °C e 150 °C, por um período de 3 a 5 segundos. Fonte: <http://infoescola.com/microbiologia/pasteurização>. Acesso em: 6 fev. 2015. Experimento realizado por Louis Pasteur, responsável pela derrubada da teoria da abiogênese. 10 Várias hipóteses foram formuladas para expli- car a origem da vida, sendo a mais aceita atualmente a hipótese da evolução gradual dos sistemas quími- cos, desenvolvida pelo russo Aleksandr Oparin e pelo inglês John Burdon Sanderson Haldane, na década de 1920. A compreensão da teoria de Oparin e Haldane exige o conhecimento das condições da Terra primitiva. A atmosfera devia ter, logo após a formação da Terra, composição bem diferente da atual, sendo formada provavelmente por metano (CH4), amônia (NH3), hi- drogênio (H) e vapores de água (H2O). A atmosfera primitiva não apresentava oxigênio (O2), o que permitia que radiação ultravioleta proveniente do Sol atin- gisse a superfície terrestre de forma intensa. Na atmos- fera atual, essa radiação também atinge a Terra, mas em quantidade menor, pois é filtrada pela camada de ozônio (O3) existente na atmosferae que não existia nos tempos primitivos. As condições da Terra primitiva A teoria mais aceita atualmente sobre a formação do Sistema Solar é a de que ele se formou de uma só vez, a partir da concentração de uma massa gasosa, há apro- ximadamente 4,6 bilhões de anos. Os átomos agrupa- ram-se, sendo que, em cada planeta, os mais pesados ficaram no centro e os mais leves, na superfície. No caso da Terra, os elementos mais pesados, localizados no centro, foram o ferro (Fe) e o níquel (Ni), e os mais leves, localizados na superfície, foram: carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N). A temperatura na superfície do Planeta era pro- vavelmente muito alta, tendo ocorrido resfriamento em virtude do contato com o espaço cósmico, que é muito frio. O resfriamento tornou possíveis liga- ções químicas entre os elementos, que ocorreram principalmente nas camadas superficiais da Terra. A água foi uma dessas substâncias formadas. Como a temperatura da superfície da Terra era muito elevada, toda substância líquida era evaporada. Os vapores de água, entretanto, ao entrar em contato com as camadas mais frias da atmosfera, sofriam resfria- mento, provocando violentas tempestades e muitas descargas elétricas (raios). Essa água, ao entrar em contato com a superfície quente da Terra, tornava a sofrer evaporação, impedindo seu acúmulo sobre a superfície terrestre. Somente com o resfriamento pro- gressivo da Terra é que foi possível acumular água líquida sobre a superfície, originando, assim, os ma- res primitivos. A hipótese da evolução gra- dual dos sistemas químicos Essa hipótese sugere que moléculas orgânicas comple- xas foram formadas a partir de moléculas simples nas condições da Terra primitiva, antes do aparecimento dos seres vivos. Os prováveis gases componentes da atmos- fera primitiva, ao sofrerem os efeitos das fortes descar- gas elétricas provenientes das frequentes tempestades e da influência acentuada dos raios ultravioleta do Sol, reagiram entre si, formando moléculas orgânicas sim- ples (aminoácidos, açúcares, alcoóis). Essas moléculas teriam sido, então, arrastadas pelas águas da chuva e se acumulado nos mares primitivos, onde outras reações teriam ocorrido. A formação de grande número de substâncias orgânicas, simples e complexas, transformou os mares primitivos em verdadeira “sopa nutritiva’’. Moléculas de proteína dispersas em água formam uma solução coloi- dal com características próprias. Nos coloides, cada molécula de proteína encon- tra-se envolvida por várias moléculas de água atraídas pela diferença de carga elétrica. Se há alteração no grau de acidez da solução coloidal, as moléculas de proteína aproximam-se, formando vários aglomerados proteicos envoltos por várias moléculas de água. Esses aglomera- dos foram chamados por Oparin de coacervados. Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das subs- tâncias orgânicas, principalmente de proteínas – em um sistema isolado do meio. Apesar de isolados, os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo, sendo que em seu interior houve possibilidade de ocorrer inúmeras reações químicas. Com as constantes reações químicas, alguns coacervados tornaram-se mais complexos, chegando 11 inclusive a apresentar capacidade de duplicação. Nesse momento, teriam surgido os primeiros seres vivos, que, apesar de muito primitivos, eram capazes de reproduzir-se, dando origem a outros seres vivos. Essa longa evolução gradual dos sistemas químicos teve a duração provável de 2 bilhões de anos. A figura a seguir resume a hipótese. O experimento de Miller A hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos foi testada pela primeira vez pelo químico americano Stan- ley L. Miller, em 1953. Ele construiu um aparelho que simulava as condições da Terra primitiva e introduziu nele os gases que provavelmente constituíam a atmosfera naquela época. Esses gases foram a amônia (NH3), hidrogênio (H), metano (CH4) e vapor de água. A figura anterior ilustra o arranjo experimental utilizado. A água, ao ferver, forma vapor e promove a circula- ção em todo o sistema, de acordo com o sentido das setas. No bailo em que se encontra a mistura gasosa, ocorrem descargas elétricas, simulando os raios que, naquela época, deviam ocorrer com frequência. 12 Após as descargas elétricas, os materiais são submetidos a um resfriamento, para simular a condensação nas altas camadas da atmosfera, que provoca as chuvas. A parte em “U” desse sistema simula os mares primitivos, que recebiam as chuvas e os compostos formados na atmosfera. Pela análise da água contida nessa parte em “U”, pode-se verificar a formação de moléculas orgânicas, dentre elas alguns ami- noácidos, substâncias que formam as proteínas. Então, o experimento de Miller demonstrou que moléculas orgânicas (aminoácidos) poderiam ter-se formado nas con- dições da Terra primitiva, o que reforça a hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos. A hipótese autotrófica Como todo ser vivo necessita de alimento para sobreviver, é lógico admitir que os primeiros seres vivos tenham sido capazes de produzi- -lo, isto é, tenham sido autótrofos. Contra essa hipótese, existe uma objeção muito séria: os autótrofos sintetizam alimentos orgânicos (a partir de substâncias inorgânicas) à custa de uma série externamente complexa de reações químicas, exigindo que o organismo também seja complexo. Aceitando a hipótese autotrófica, somos obrigados a acreditar que, repentinamente, surgiu um ser vivo já muito compli- cado logo de início. Acontece, porém, que a teoria da evolução bio- lógica, contra a qual não há objeções sérias, afirma que os primeiros seres vivos devem ter sido bastante simples, levando muito tempo para se tornarem complexos; portanto, os biologistas não aceitam a hipótese autotrófica, porque ela vai contra a teoria da evolução. A hipótese heterotrófica Supõe que a forma mais primitiva de vida se desenvolveu de maté- ria não viva, formando-se em um ambiente complexo um ser muito simples, incapaz de fabricar seu alimento. Não se trata de geração espontânea, uma vez que esta afirma que seres complexos podem surgir repentinamente de matéria bruta todos os dias, enquanto a hipótese heterotrófica supõe que um ser muito simples evolui vaga- rosamente, da matéria inanimada, e que isso aconteceu há milhões de anos, mas não ocorre mais. De acordo com a hipótese heterotrófica, a vida teria surgido por meio das seguintes etapas, ilustradas ao lado: 13 Formação de aminoácidos Os geólogos e outros cientistas constataram a evidência de que a atmosfera da Terra primitiva era constituída de hidrogênio, metano, amônia e vapor de água. A elevada temperatura da crosta terrestre determinava o vapor de água, que, condensando-se nas camadas altas e frias, provocava violentas tempestades acompanhadas de descargas elétricas. O dispositivo construído por Harold Urey e Stanley Miller, uma mistura de vapor de água, metano, amônia e hidrogênio exposta às descargas elé- tricas, originou, após uma semana, aminoácidos como a glicina e alanina. A experiência de Miller, realizada em 1953, indica que um processo semelhante poderia ter acontecido na atmosfera primitiva. Formação de proteínas lnicialmente, recapitularemos o processo de combina- ção de dois aminoácidos constituindo um dipeptídeo. Como se observa, a formação de um dipeptídeo é um exemplo de síntese por desidratação. Sidney W. Fox aqueceu uma mistura seca de ami- noácidos e, após o resfriamento, verificou a união des- tes para compor moléculas maiores e mais complexas semelhantes a proteínas e designadas por proteinoides. Na Terra primitiva, os aminoácidos teriam che- gado às rochas carregados pelas chuvas. A evaporação da água teria deixado os aminoácidos secos sobre a superfície das rochas quentes. Em tais condições, teria ocorrido a formaçãode ligações peptídicas pela evapo- ração de água e a consequente formação de proteínas; posteriormente, tais proteínas seriam levadas aos ocea- nos pelas chuvas. Formação de coacervados Os aminoácidos e proteínas formados na era pré-biogê- nica da Terra teriam chegado aos mares, produzindo o que Haldane descreveu como “caldo quente e diluído”. Segundo Oparin, as proteínas teriam formado aglome- rados designados por coacervados. Sabemos que os coacervados são aglomerados de proteínas que se mantêm unidos em pequenos gru- mos circundados por uma camada líquida, chamada camada de hidratação ou de solvatação. Surgimento dos heterótrofos Sabendo que o ar da Terra primitiva era composto por amônia, metano, hidrogênio e vapores de água, e tinha ausência de nitrogênio e oxigênio, pode-se afirmar que não havia camada de ozônio; portanto, a temperatura da superfície terrestre era muito alta, além de constan- temente atingida por raios ultravioleta. Nesse cenário, diversas combinações de elemen- tos simples levavam à formação de aminoácidos, açú- cares simples, ácidos graxos e nucleotídeos, como uma sopa nutritiva. Assim, foi possível, em algum momento, a formação de seres unicelulares heterótrofos. A única fonte de energia disponível era a própria sopa nutritiva (sem O2); portanto, eram heterótrofos fermentadores – liberavam CO2. Com o passar do tempo, mais mutações foram ocorrendo e surgiram organismos aptos a usar CO2 e energia luminosa como fontes de energia. Assim, surgi- ram os seres autótrofos fermentadores e fotossintéticos, que começaram a liberar O2 para a atmosfera terrestre. 14 Obtenção de energia Um sistema de coacervados, para manter-se e desenvolver-se, teria de dispor de uma fonte de energia constante e controlável. Qual teria sido essa fonte de energia? A hipótese heterotrófica admite que teria sido a energia das ligações químicas existentes nas imensas quantidades de substâncias compostas, produzidas durante milhares de anos no mar primitivo, por processo abiogenético. Nos seres vivos mais recentes, a energia para a sobrevivência das células é obtida, em geral, da glicose. Para conseguir obter essa energia, a célula precisa diminuir a energia de ativação necessária, para que a molécula de glicose possa ser quebrada e a energia de suas ligações, liberada; isso ela faz utilizando enzimas e ATP (adenosina trifosfato). Em certos casos, como na ausência de oxigênio, a célula consegue retirar energia da glicose pelo pro- cesso de fermentação. Será que tal processo poderia ter ocorrido com os coacervados? O americano Melvin Calvin realizou experiências do mesmo tipo de Miller, misturando gases supostamente da atmosfera primitiva e bombardeando-os com raios ultravioleta. Como resultado, obteve misturas de compostos orgânicos, entre os quais a glicose. Como as enzimas são sempre proteínas, elas já poderiam ter existido (experi- ência de Fox). Por outro lado, todos os elementos necessários para formar o ATP poderiam ter estado presentes no mar primitivo, inclusive fosfatos. Portanto, se tudo tivesse sido realmente como pensamos que tenha sido, os coa- cervados poderiam ter retirado glicose, enzimas e ATP do meio ambiente e fermentado a glicose, e, com isso, conse- guido a energia necessária para a sobrevivência. Logo, os primeiros seres vivos teriam sido heterótrofos anaeróbios. Capacidade de reprodução Graças a sua capacidade de retirar alimentos e energia do meio, e organizar as moléculas em padrões definidos, os heterótrofos-anaeróbios primitivos teriam crescido gradativamente, a tal ponto que teriam surgido novos proble- mas na luta pela sobrevivência: com o aumento volumétrico do indivíduo, a difusão do alimento do meio exterior até o âmago do coacervado teria sido mais lenta, devido a maior distância a percorrer dentro do heterótrofo; desse modo, o coacervado teria começado a sofrer fome. Nessas condições, ou ele teria perecido ou teria de se ter dividido, como meio de reduzir o volume. Entretanto, qualquer mecanismo de divisão teria trazido um novo problema; ao dividir-se, o coacervado teria corrido o risco de desorganizar-se e, portanto, perder as características de sistema complexo adquiridas em muito tempo de evolução. Nos organismos bem-sucedidos, teriam surgido os ácidos nucleicos, moléculas que controlam os processos básicos de reprodução e organização. Em tais condições, o primitivo organismo que tivesse DNA teria encontrado o meio para se duplicar exatamente, transmitindo aos seus descendentes o mesmo padrão de organização conse- guido após todo o tempo de evolução transcorrido. Aparecimento dos autótrofos O DNA, ao duplicar-se, geralmente dá origem a cópias exatamente iguais; porém, às vezes, ocorrem mutações, isto é, alterações na sequência de bases existente na molécula e, com isto, a molécula que controla as atividades vitais passa a não ser mais a mesma. Portanto, as células-filhas que receberam a mutação terão uma alteração no seu comportamento, serão diferentes. Se a mudança for vantajosa, conforme o meio ambiente, será mantida pela seleção natural – mecanismo pelo qual as características mais vantajosas para a sobrevivência, em dado ambiente, permanecem e são transmitidas aos descendentes. Passando à hipótese heterotrófica: em milhares de anos, pode ter havido um número imenso de mutações, quando as incontáveis moléculas de DNA se duplicaram. É possível que tais mutações eventualmente tenham passado a exercer um controle benéfico sobre o organismo e, com isso, tenham-se acumulado de modo que os indivíduos tenham obtido, aos poucos, conjuntos de moléculas de DNA diferentes, resultando em vários tipos de comportamento. Assim, por ação mutagênica, teriam surgido organismos autótrofos. 15 Predomínio dos autótrofos Com o passar do tempo, é possível que os heterótrofos tenham sido obrigados a enfrentar um novo problema: a quantidade relativa de alimento teria começado a diminuir; a “sopa” orgânica ter-se-ia diluído progressivamente por dois motivos: aumento de consumo de substâncias orgânicas existentes no ar primitivo,devido ao crescimento contínuo da população, e diminuição da produção de tais substâncias pelo processo abiogenético. Aparecimento dos aeróbios Os primeiros autótrofos, a partir de um suprimento de CO2, enzimas de ATP e aparecimento de uma molécula, talvez a clorofila, capaz de absorver a energia luminosa, realizariam uma primitiva fotossíntese. No processo de fotossíntese, liberam-se moléculas de oxigê- nio. Portanto, podemos supor que uma certa quantidade de gás te- nha-se acumulado gradativamente, durante milhares de anos, como consequência do aparecimento dos autótrofos. Todavia, a utiliza- ção de oxigênio para a obtenção de energia a partir da gli- cose libera muito mais energia do que a retirada de energia na ausência de oxigênio, pois a fermentação fornece um saldo energético de apenas 2 ATP, enquanto, na reação com o oxigênio, o saldo é de 38 ATP. Teriam, então, levado vantagem os organismos capazes de executar respiração aeróbia, porque, as- sim, teriam retirado mais energia do alimento disponível. Teorias atuais Fósseis, datação radiométrica, filogenia, constituição química de or- ganismos modernos, bem como experimentos acenam para linhas de evidência que jogam luz a respeito da origem da vida. No entanto, as hipóteses a esse respeito são sempre vulneráveis a mudanças graças ao avanço tecnológico e do conhecimento científico. Mudanças nes- sas hipóteses fazem parte essencial da pesquisa científica, conside- rando que elas não afrontam a base da teoria evolutiva. Há evidências de que a vida tenha se manifestado há 3,5 bilhões de anos. Microfósseis (fósseis invisíveis a olho nu) da vida celular pro- cariótica, frequentemente na forma de estruturas rochosas encontradas no sul da África e na Austrália, chamadas estromatólitos, produzidos por micróbios (maioria cianobactérias fotossintetizantes), que se for- mamquando as células crescem na superfície marinha, e sedimentos se depositam entre as células ou sobre elas. Assim, uma camada minerali- zada fica abaixo delas, pois as células crescem na direção da luz. Com o passar do tempo e a repetição do processo, camadas mineralizadas vão formar uma estrutura rochosa estratificada dessas, o estromatólito. Ainda hoje, micróbios produzem estromatólitos modernos que são incrivelmente similares aos antigos. Vistos em corte transversal, ambos mostram a mesma estrutura de camadas produzidas por bactérias. Microfósseis de cianobactérias anciãs são eventualmente identificadas nessas camadas. Poças de maré e fontes termais vem sendo exploradas por cientistas em busca de outras possibilidades para o surgimento da vida. Recentemente, a propósito, cientistas levantaram a hipótese de que a vida se originou junto a uma fonte hidrotermal no fundo do mar. Substâncias químicas encontradas nessas regiões e a energia fornecida por elas abasteceriam diversas reações químicas indispensáveis à evolução da vida. Micróbios – ou micro-organismos – é a denominação utilizada para os seres acelula- res visíveis somente ao microscópio e funda- mentais para a existência da vida. Modernos estromatólitos, em Shark Bay, Austrália. Fósseis estromatólitos em secções transversais. 16 e.o. teste I 1. (FGV) Na difícil busca pela explicação cien- tífica sobre a origem da vida no planeta Ter- ra, uma das etapas consideradas essenciais é o surgimento de aglomerados de proteínas, os coacervados, capazes de isolar um meio interno do ambiente externo, permitindo que reações bioquímicas ocorressem dentro dessas estruturas de forma diferenciada do meio externo. Tal hipótese, envolvendo essa etapa: a) contesta o princípio da abiogênese sobre a evolução bioquímica de moléculas orgânicas. b) reforça a ideia comprovada de que todo ser vivo se origina de outro. c) considera como espontâneo o processo de surgimento da vida no planeta. d) sugere que os primeiros seres vivos se multi- plicavam como os vírus atuais. e) questiona a teoria criacionista, assim como a evolucionista lamarckista. 2. (UPE) O experimento, utilizando-se de fras- cos de vidro, com o formato de “pescoço de cisne”, contendo um “caldo nutritivo” e submetido primeiramente ao isolamento e posteriormente à exposição ao ar, conforme figura abaixo, foi usado para se provar a ori- gem da vida. Fervura O líquido permanece estéril Crescimento microbiano Quebra do gargalo Fervura O autor e a teoria por ele provada foram, respectivamente: a) Charles Darwin e Teoria da Evolução. b) Francesco Redi e Teoria da Abiogênese. c) Aristóteles e Teoria da Geração Espontânea. d) Louis Pasteur e Teoria da Biogênese. e) Louis Joblot e Teoria da Seleção Natural. 3. (Enem) Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz cozido, são utilizadas como iscas para pesca. Alguns criadores, no en- tanto, acreditam que essas larvas surgem espontaneamente do arroz cozido, tal como preconizado pela teoria da geração espontâ- nea. Essa teoria começou a ser refutada pe- los cientistas ainda no século XVII, a partir dos estudos de Redi e Pasteur, que mostra- ram experimentalmente que: a) seres vivos podem ser criados em laboratório. b) a vida se originou no planeta a partir de mi- crorganismos. c) o ser vivo é oriundo da reprodução de outro ser vivo preexistente. d) seres vermiformes e microrganismos são evolutivamente aparentados. e) vermes e microrganismos são gerados pela matéria existente nos cadáveres e nos caldos nutritivos, respectivamente. 4. (UPE) Em uma gincana de Biologia, você concorre a uma vaga para representar Per- nambuco na etapa nacional. O ponto sortea- do foi Origem da vida. Você e seu adversário receberam cartas de um jogo, relacionadas às hipóteses: (1) autotrófica e (2) heterotrófi- ca. Observe as cartas a seguir: Vence aquele que inter-relacionar as cartas, montando uma sequência coerente com uma dessas duas hipóteses, associando as afirma- ções das colunas 1 e 2. coluna 1 coluna 2 I) Autotrófica, pois a carta 3 traz a definição dos seres autótrofos, seguida da carta 5 re- presentando a quimios- síntese, que antecede o processo de fermentação mostrado na carta 2. A) A carta 2 pode ser relacionada às cartas 4 e 1 associadas, respec- tivamente, à fotossín- tese e à respiração. II) Autotrófica, pois a car- ta 5 representa a fotossín- tese, que antecede a carta 3 por trazer a definição dos seres heterótrofos relacionados aos processos de fermentação e respira- ção, mostrados na carta 2. B) A carta 2 pode ser relacionada às cartas 4 e 1 associadas, respecti- vamente, à quimiossín- tese e à fermentação. III) Heterotrófica, pois as cartas 2 e 3 iniciam tratando de fermentação e, consequentemente, antecedem os processos de fotossíntese e respiração, representados, respectiva- mente, nas cartas 5 e 2. 17 Estão corretas as associações: a) I e A. b) I e B. c) II e A. d) III e A. e) III e B. 5. (UFSJ) O aparecimento de animais vermifor- mes em carne durante o processo de decompo- sição pode ser observado frequentemente. Em 1668, Francesco Redi realizou um experimen- to para tentar elucidar o fenômeno citado. O experimento, de forma simplificada, consistiu em dois frascos de vidro, onde, em ambos, Redi colocou pedaços de carne. Um dos frascos foi fechado com gaze e o outro mantido aberto, conforme a figura a seguir. Depois de vários dias, Redi encontrou os animais vermiformes. carne FRASCO A FRASCO B carne gaze Com relação ao experimento, analise as afir- mativas abaixo. I. A gaze no frasco B impede a entrada de in- setos, mas não impede a entrada de micro- -organismos. II. Os vermes são formas larvais das moscas e por isso só apareceram no frasco A. III. O frasco A controla experimentalmente o frasco B. IV. Redi não padronizou a quantidade de carne nos frascos. Com isso, o experimento é in- conclusivo. V. Toda matéria em estado de decomposição produz naturalmente seus vermes. Por isso, os vermes foram observados nos dois frascos. VI. Os vermes aparecem nos dois frascos, porém aparecem primeiro no frasco A e vários dias depois no frasco B. De acordo com essa análise, estão CORRETAS apenas as alternativas: a) II, III e IV. b) I, V e VI. c) I, II e III. d) IV, V e VI. 6. (Unicamp) Considerando-se a composição da atmosfera primitiva, pode-se afirmar que a) o CO2 presente na atmosfera primitiva pode ter se originado da degradação aeróbica da glicose. b) a matéria precursora da vida só poderia ter se formado se houvesse enzimas para cata- lisar as reações entre os gases presentes na atmosfera primitiva. c) as substâncias orgânicas formadas a partir dos gases presentes na atmosfera primitiva deram origem a proteínas e ácidos nucleicos. d) os aminoácidos formados na Terra primitiva surgiram do aumento da interação de molé- culas de ácido nucleico com proteínas. 7. (UFPB) Nos estudos sobre o surgimento da vida na Terra, duas hipóteses são postuladas acerca das formas pelas quais os organismos obtinham energia: os primeiros organismos eram heterotróficos; e os primeiros organis- mos eram autotróficos. Com base na forma de obtenção de energia, é correto afirmar que organismos: a) autotróficos não utilizam oxigênio em suas vias metabólicas. b) autotróficos não obtêm energia a partir de compostos inorgânicos. c) autotróficos utilizam apenas o catabolismo para obter energia. d) heterotróficos utilizam o catabolismo e o anabolismo para obter energia. e) heterotróficos, na ausência de luz, não utili- zam o anabolismo para obter energia. 8. (UESC) A origem das células a partir de com- postos químicos espumosos pode ter ocorrido uma vez ou diversas vezes. Em qualquer caso, as primeiras células em nossa linhagem foram sistemas proteicos autossustentáveis fecha- dos por membranas, baseados em RNA e DNA. Em termos de detalhes da estrutura celular do comportamento metabólico, elas eram muito semelhantesa nós. Seus componentes mate- riais estavam em constante intercâmbio com o ambiente externo. Elas se desfaziam dos resí- duos enquanto obtinham alimentos e energia. Seus padrões perduravam enquanto elas rea- basteciam as entranhas com compostos quí- micos trazidos do ambiente. MARGULIS, Lynn. O planeta simbiótico: uma nova perspectiva da evolução. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. A respeito dos pré-requisitos necessários na geração dos primeiros seres vivos no plane- ta e as suas repercussões na determinação do padrão básico celular atual, pode-se afir- mar que: a) uma evolução química na atmosfera primi- tiva do planeta Terra permitiu forjar os ele- mentos químicos essenciais na constituição dos primeiros seres vivos. b) a membrana lipoproteica favoreceu o iso- lamento do protobionte em relação ao am- biente circundante presente nos oceanos primitivos. c) a presença de uma molécula para a infor- mação genética capacitou os seres vivos pri- mordiais na realização de uma reprodução associada à hereditariedade. 18 d) a obtenção de energia e matéria a partir da utilização do seu próprio resíduo foi essen- cial no estabelecimento desses seres auto- tróficos originais. e) os seres atuais se diferenciam dos proto- biontes devido à ausência, nos sistemas vi- vos primordiais, de um metabolismo celular que controlasse as atividades biológicas. 9. (UFRGS) A coluna da esquerda, a seguir, apresenta o nome de teorias sobre a evolu- ção da vida na Terra; a da direita, afirmações relacionadas a três dessas teorias. Associe adequadamente a coluna da direita à da esquerda. coluna 1 coluna 2 1) Abiogênese ( ) Os primeiros seres vi- vos utilizaram compostos inorgânicos da crosta ter- restre para produzir suas substâncias alimentares. 2) Biogênese 3) Panspermia ( ) A vida na Terra surgiu a partir de matéria prove- niente do espaço cósmico.4) Evolução química 5) Hipótese autotrófica ( ) Um ser vivo só se origina de outro ser vivo. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) 4 – 2 – 1. b) 4 – 3 – 2. c) 1 – 2 – 4. d) 5 – 1 – 3. e) 5 – 3 – 2. 10. (Unesp) Uma vez que não temos evidência por observação direta de eventos relacio- nados à origem da vida, o estudo científico desses fenômenos difere do estudo de mui- tos outros eventos biológicos. Em relação a estudos sobre a origem da vida, apresentam- -se as afirmações seguintes. I. Uma vez que esses processos ocorreram há bilhões de anos, não há possibilidade de re- alização de experimentos, mesmo em situa- ções simuladas, que possam contribuir para o entendimento desses processos. II. Os trabalhos desenvolvidos por Oparin e Stanley Miller ofereceram pistas para os cientistas na construção de hipóteses plau- síveis quanto à origem da vida. III. As observações de Oparin sobre coacervados ofereceram indícios sobre um processo que constituiu-se, provavelmente, em um dos primeiros passos para a origem da vida, qual seja, o isolamento de macromoléculas do meio circundante. Em relação a estas afirmações, podemos in- dicar como corretas: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. e.o. teste II 1. O professor, químico e cientista Stanley Miller ficou famoso, por ter sido o primeiro a demonstrar que moléculas orgânicas neces- sárias à vida poderiam ser geradas em la- boratório. Miller conseguiu produzir, em seu experimento, as moléculas: a) polissacarídeos. b) triglicerídeos. c) de benzeno. d) aminoácidos. e) DNA e RNA. 2. (UEL) Analise o esquema a seguir. Com base no esquema e nos conhecimentos sobre a origem da vida, considere as afirma- tivas a seguir. I. O esquema representa a origem abiótica da vida, em conformidade com a teoria de Oparin-Haldane. II. Os organismos primitivos – microrganismos – foram precedidos, em nosso planeta, por uma longa evolução dos compostos químicos. III. Os organismos mais complexos portam em seu DNA muitas informações dos organismos que lhes antecederam na Terra. IV. As moléculas de proteínas e de ácidos nu- cleicos dos organismos atuais são estrutu- ralmente distintas daquelas presentes em organismos primitivos. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e III. b) I e IV. c) II e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. 19 3. (UEL) Considere as frases a seguir. A. “Afinal, o que é o homem dentro da natureza? [...] é-lhe impossível ver o nada de onde saiu e o infinito que o envolve.[...] O autor destas maravilhas conhece-as; e ninguém mais.” (Blaise Pascal) B. “A antiga aliança rompeu-se. O homem sabe, finalmente, que está só na imensidade indiferente do universo, donde emergiu por acaso. Nem o seu destino nem o seu dever estão escritos em parte alguma.” (Jacques Monod) C. “[...] a vida foi aqui lançada com micror- ganismos que teriam vindo nalguma forma de nave espacial enviada por uma civiliza- ção superior.” (Francis Crick) Assinale a alternativa que indica, correta- mente, as frases que expressam, respectiva- mente, as posições em defesa de: criacionis- mo, panspermia e evolucionismo. a) A – B – C b) A – C – B c) B – A – C d) B – C – A e) C – A – B 4. (UERJ) Considere a hipótese de que o am- biente marinho primitivo, sem oxigênio molecular, onde viveram os primeiros orga- nismos, contivesse moléculas orgânicas pro- duzidas por síntese abiótica. Admita, ainda, que essas moléculas eram por eles decom- postas para obtenção de energia. O tipo de nutrição e a forma de obtenção de energia desses organismos deveriam ser, respectivamente: a) homeotrófica – oxidação b) autotrófica – fotossíntese c) isotrófica – quimiossíntese d) heterotrófica – fermentação 5. Sobre o surgimento da vida no planeta, afir- ma-se que: I. O primeiro organismo era heterótrofo e apre- sentava uma pequena coleção enzimática. II. Os primeiros seres que surgiram eram autó- trofos, porque havia uma grande escassez de alimento. III. O aparecimento dos primeiros heterótrofos levou à formação de coacervados nos ma- res primitivos. IV. O surgimento de moléculas complexas, como as proteínas, antecede o aparecimento dos aminoácidos. V. Os raios ultravioleta e as descargas elétricas são fundamentais na formação de moléculas orgânicas simples. São corretas as afirmações: a) I e III. b) I e V. c) II, III e IV. d) II, IV e V. 6. (Enem) Na solução aquosa das substân- cias orgânicas pré-bióticas (antes da vida), a catálise produziu a síntese de moléculas complexas de toda classe, inclusive proteí- nas e ácidos nucleicos. A natureza dos cata- lisadores primitivos que agiam antes não é conhecida. É quase certo que as argilas de- sempenharam papel importante: cadeias de aminoácidos podem ser produzidas no tubo de ensaio mediante a presença de certos ti- pos de argila. (...) Mas o avanço verdadeiramente criativo – que pode, na realidade, ter ocorrido apenas uma vez – ocorreu quando uma molécula de áci- do nucleico “aprendeu” a orientar a reunião de uma proteína, que, por sua vez, ajudou a copiar o próprio ácido nucleico. Em ou- tros termos, um ácido nucleico serviu como modelo para a reunião de uma enzima que poderia então auxiliar na produção de mais ácido nucleico. Com este desenvolvimento apareceu o primeiro mecanismo potente de realização. A vida tinha começado. Adaptado de: LURIA, S.E. Vida: experiência inacabada. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1979. Considere o esquema abaixo: Tempo (anos) Eventos importantes Atual 0,5 bilhão 1 bilhão 2 bilhões 3 bilhões 4 bilhões 5 bilhões Seres humanos Plantas, répteis, pássaros, peixes Respiração aeróbia Consumo de oxigênio nas células Fotossíntese Produção de oxigênio nas células Primeiras células Primeiros ácidos nucléicos Formação da Terra Adaptado de: Grupo de Pesquisa em Educação Química USP. Interações e Transformações da atmosfera: fonte de materiais extrativos e sintéticos. São Paulo: EDUSP, 1998. O “avanço verdadeiramente criativo” citado no texto deve ter ocorrido no período (em bilhões de anos)compreendido aproximada- mente entre: a) 5,0 e 4,5. b) 4,5 e 3,5. c) 3,5 e 2,0. d) 2,0 e 1,5. e) 1,0 e 0,5. 20 7. (UFRGS) Existem teorias sobre a origem da vida na Terra que relacionam a constituição química de componentes celulares dos seres vivos da atualidade com evidências geológicas. A presença de átomos de hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio nas moléculas dos seres vivos pode estar relacionada com a abundância, na atmosfera primitiva da Terra, das seguintes substâncias: a) gás nitrogênio, gás oxigênio, gás carbônico e vapor-d’água. b) nitrato de potássio, mercúrio, ácido clorídrico e metano. c) cloro-flúor-carbono, nitratos, gás oxigênio e cloreto de sódio. d) vapor d’água, gás hidrogênio, gás metano e amônia. e) gás metano, ácido cianídrico, cloro-flúor-carbono e vapor-d’água. 8. (Fatec) Oparin acreditou que a vida na Terra poderia ter surgido a partir de substâncias orgâni- cas formadas por combinação de moléculas, como metano, amônia, hidrogênio e vapor de água, presentes na atmosfera primitiva de nosso planeta. Depois, teriam ocorrido a síntese proteica nos mares, a formação de coacervados e o surgimento das primeiras células. Levando-se em conta os processos de formação e as maneiras de utilização dos gases oxigênio e dióxido de carbono, a se- quência mais provável dos primeiros seres vivos na Terra é a de organismos: a) heterótrofos anaeróbicos → autótrofos → heterótrofos aeróbicos. b) heterótrofos anaeróbicos → heterótrofos aeróbicos → autótrofos. c) heterótrofos aeróbicos → autótrofos → heterótrofos anaeróbicos. d) autótrofos → heterótrofos anaeróbicos → heterótrofos aeróbicos. e) autótrofos → heterótrofos aeróbicos → heterótrofos anaeróbicos. 9. (Unirio) Em 1936, Alexander Oparin propõe uma nova explicação para a origem da vida. Sua hipó- tese se resume nos seguintes passos descritos no esquema que se segue. Pela teoria de Oparin, os primeiros seres surgidos na Terra teriam sido: a) heterótrofos e aeróbicos. b) heterótrofos e anaeróbicos. c) autótrofos e anaeróbicos. d) autótrofos e aeróbios. e) autótrofos e heterótrofos. 10. (UFSC) Evidências indicam que a Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos de idade. A partir de sua formação até o aparecimento de condições propícias ao desenvolvimento de for- mas vivas, milhões de anos se passaram. Sobre a origem da vida e suas hipóteses, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01) O aparecimento da fotossíntese foi muito importante, pois através deste fenômeno alguns seres vivos passaram a ter capacidade de formar moléculas energéticas. 02) Segundo a hipótese heterotrófica, os primeiros seres vivos obtinham energia através de processos químicos bem simples como a respiração aeróbica. 04) As hipóteses heterotrófica e autotrófica foram baseadas em fatos comprovados que levaram à formula- ção da Lei da Evolução Química. 08) Os processos químicos nos seres vivos ocorrem dentro de compartimentos isolados do meio externo, em função da existência de uma membrana citoplasmática. 16) Em 1953, Stanley L. Miller, simulando as prováveis condições ambientais da Terra no passado, compro- vou a possibilidade da formação de moléculas complexas como proteínas e glicídios. 32) Há um consenso entre os cientistas quanto à impossibilidade de serem formadas moléculas orgânicas fora do ambiente terrestre. 64) A capacidade de duplicar moléculas orgânicas foi uma etapa crucial na origem dos seres vivos. 21 e.o. teste III 1. (UFRGS) A diversificação da vida na Terra é consequência da extremamente longa história da acumulação de oxigênio livre (O2) na at- mosfera que se iniciou há aproximadamente 3,5 bilhões de anos, quando as primeiras cia- nobactérias passaram a utilizar gás carbônico (CO2) e luz solar para obtenção de energia. No gráfico a seguir, os pontos “a”, “b”, “c”, “d” e “e” representam eventos intimamente rela- cionados com o aumento da concentração de O2 na atmosfera ao longo do tempo geológico. Adaptado de: DOTT, R.; PROTHERO, D. Evolution of the earth. New York: McGraw-Hill, 1994. Assinale a alternativa em que os eventos cor- respondentes aos cinco pontos identificados no gráfico estão ordenados segundo a prová- vel sequência em que ocorreram: a) respiração celular; fotossíntese; conquista do ambiente terrestre; origem da célula eu- cariótica; formação da camada de ozônio. b) origem da célula eucariótica; fotossíntese; respiração celular; conquista do ambiente terrestre; formação da camada de ozônio. c) formação da camada de ozônio; conquista do ambiente terrestre; origem da célula eucari- ótica; respiração celular; fotossíntese. d) fotossíntese; formação da camada de ozônio; respiração celular; conquista do ambiente terrestre; origem da célula eucariótica. e) fotossíntese; respiração celular; origem da célula eucariótica; formação da camada de ozônio; conquista do ambiente terrestre. 2. (PUC-RS) Recentes descobertas sobre Mar- te, feitas pela NASA, sugerem que o Plane- ta Vermelho pode ter tido vida no passado. Essa hipótese está baseada em indícios: a) da existência de esporos no subsolo marciano. b) da presença de uma grande quantidade de oxigênio em sua atmosfera. c) de marcas deixadas na areia por seres vivos. d) da existência de água líquida no passado. e) de sinais de rádio oriundos do planeta. 3. (UFPI) A atmosfera da Terra primitiva era com- posta por gases simples, como vapor d’água, hidrogênio, metano e amônia. Esses gases con- tinham os ingredientes básicos necessários para a vida. Em cada um dos gráficos a seguir, o eixo vertical representa quantidades e o horizontal, o tempo. Supondo que a quantidade de aminoáci- dos, numa seção do mar primitivo, aumentou ao longo de um determinado tempo, qual dos grá- ficos a seguir pode representar melhor a quanti- dade de amônia no mesmo período de tempo? a) I b) II c) III d) IV e) V 4. (FGV) É comum que os livros e meios de co- municação representem a evolução do Homo sapiens a partir de uma sucessão progressiva de espécies, como na figura. Coloca-se na extrema esquerda da figura as es- pécies mais antigas, indivíduos curvados, com braços longos e face simiesca. Completa-se a fi- gura adicionando, sempre à direita, as espécies mais recentes: os australopitecus quase que to- talmente eretos, os neandertais, e finaliza-se com o homem moderno. Esta representação é: a) adequada. A evolução do homem deu-se ao longo de uma linha contínua e progressiva. Cada uma das espécies fósseis já encontra- das é o ancestral direto de espécies mais re- centes e modernas. b) adequada. As espécies representadas na fi- gura demonstram que os homens são des- cendentes das espécies mais antigas e menos evoluídas da família: gorila e chimpanzé. c) inadequada. Algumas das espécies represen- tadas na figura estão extintas e não deixa- ram descendentes. A evolução do homem se- ria melhor representada inserindo-se lacunas entre uma espécie e outra, mantendo-se na figura apenas as espécies ainda existentes. 22 d) inadequada. Algumas das espécies represen- tadas na figura podem não ser ancestrais das espécies seguintes. A evolução do homem seria melhor representada como galhos de um ramo, com cada uma das espécies ocu- pando a extremidade de cada um dos galhos. e) inadequada. As espécies representadas na fi- gura foram espécies contemporâneas e por- tanto não deveriam ser representadas em fila. A evolução do homem seria melhor represen- tada com as espécies colocadas lado a lado. 5. (Vunesp) Considere o processo evolutivo do ser humano e assinale a alternativa que corresponde à hipótese, hoje mais aceita, sobre a relação entre as mudanças de hábi- tos alimentares e o tamanho dos dentes no Homo sapiens. a) Os dentes menores foram selecionados de acordo com a mudança alimentar, de herbí- voro para carnívoro. b) Não é possível estabelecer nenhuma relação, pois, ao adquirir a postura ereta, mãos e bra- ços ficaram livres para lutar, diminuindo a importância da mandíbula e dos dentes.c) O uso do fogo para cozinhar alimentos, tor- nando-os mais moles, contribuiu para dimi- nuir o tamanho dos dentes. d) O uso do fogo não foi importante, pois o ho- mem conseguiu moldar as formas dos dentes de acordo com o consumo de alimentos de baixa caloria. e) O uso do fogo foi importante para diminuir o tamanho dos dentes e facilitar as mordidas durante as lutas. e.o. dIssertatIvo 1. (Unicamp adaptada) “Ouvintes de rádio em pânico tomam drama de guerra como verdade”. Com esta manchete, o jornal New York Times de 10 de novembro de 1938 relatou o que acon- teceu nos Estados Unidos na noite anterior, quando foi narrada pela rádio CBS uma história fictícia sobre invasão por marcianos de uma pe- quena cidade do Estado de Nova Jersey. Marte sempre fascinou os cientistas porque, mesmo que lá não existam homenzinhos verdes, esse planeta parece apresentar, entre os do sistema solar, as condições mais propícias à vida. Re- centemente foram enviadas sondas espaciais para procurar indícios de vida em Marte. Comparando com a origem da vida na Terra, indique que condições seriam fundamentais para o surgimento de vida em Marte. 2. (Unicamp) Em 1953, Miller e Urey realiza- ram experimentos simulando as condições da Terra primitiva: supostamente altas tem- peraturas e atmosfera composta pelos gases metano, amônia, hidrogênio e vapor d’água, sujeita a descargas elétricas intensas. A fi- gura a seguir representa o aparato utilizado por Miller e Urey em seus experimentos. Vapor d’água Água fervente Eletrodos Área de condensação Descargas elétricas Produtos H2 H2O CH4 NH3 a) Qual a hipóteses testada por Miller e Urey neste experimento? b) Cite um produto obtido que confirmou a hipótese. c) Como se explica que o O2 tenha surgido pos- teriormente na atmosfera? 3. (UERJ) A procura de formas de vida em nosso sistema solar tem dirigido o interes- se de cientistas para Io, um dos satélites de Júpiter, que é coberto por grandes oceanos congelados. As condições na superfície são extremamente agressivas, mas supõe-se que, em grandes profundidades, a água esteja em estado líquido e a atividade vulcânica sub- marina seja frequente. Considerando que tais condições são simila- res às do bioma abissal da Terra, aponte o tipo de bactéria que poderia ter se desen- volvido em Io, e indique como esse tipo de bactéria obtém energia para a síntese de ma- téria orgânica. 4. (UFC) Em 1860, Pasteur conseguiu uma vi- tória para a teoria da biogênese, enfraque- cendo a confiança na abiogênese, com uma experiência simples e completa. 23 Analise o esquema dessa experiência, mos- trado a seguir, e descreva sucintamente o objetivo de cada etapa como também a con- clusão da experiência. § Etapa 1: A solução nutritiva é colocada no frasco. Objetivo: § Etapas 2 e 3: O gargalo do frasco é curva- do em S ao calor da chama e a solução é fervida fortemente durante alguns minu- tos. Objetivo: § Etapa 4: A solução é resfriada lentamente e permanece estéril muito tempo. Objetivo: § Etapa 5: O gargalo é quebrado. Objetivo: 5. O que é a teoria da evolução química? 6. (PUC-Camp adaptada) Atenção: Para respon- der esta questão considere o texto apresen- tado abaixo. Cientistas sabem da existência de fontes ter- mais submarinas desde a década de 70. Os sistemas conhecidos como chaminés negras, ou fumarolas, são os mais comuns. Nessas chaminés, a água pode atingir temperaturas superiores a 400 oC, devido à proximidade de rochas magmáticas. Com pH semelhante ao do suco de limão, ela libera sulfetos, ferro, cobre e zinco, à medida que se infiltra nas rochas vulcânicas abaixo do solo marinho. Quando esse fluido ebuliente e ácido sobe novamen- te à superfície, é expelido pelas chaminés na água gelada das profundezas do mar, onde os sulfetos de metal dissolvidos resfriam rapi- damente e precipitam, produzindo uma mis- tura escura, parecida com nuvens de fumaça negra. Apesar da agressiva composição quí- mica da água ao seu redor, há uma profusão de animais exóticos, como os gigantescos ver- mes tubiformes (Riftia), desprovidos de boca e intestinos. Essas criaturas florescem graças a uma associação simbiótica com bactérias in- ternas, que consomem o venenoso gás sulfeto de hidrogênio que emana dos orifícios. (Revista Scientific American Brasil, janeiro de 2010, p. 42) As fontes termais submarinas constituem um ambiente favorável para o estudo da ori- gem da vida em nosso planeta. I. Para alguns pesquisadores, essas condi- ções se assemelham ao ambiente inicial, que foi favorável à formação e integrida- de de moléculas orgânicas, e que existiu nos primórdios da evolução biológica. II. Para outros pesquisadores, a água rica em gás sulfeto de hidrogênio seria uma fonte de nutrientes e energia para que os primei- ros organismos produzissem seu alimento. As informações acima estão relacionadas com duas hipóteses distintas sobre a origem da vida. Quais são elas? 7. (UEL adaptada) Charles Darwin, além de postular que os organismos vivos evoluíam pela ação da seleção natural, também consi- derou a possibilidade de as primeiras formas de vida terem surgido em algum lago tépido do nosso Planeta. Entretanto, existem outras teorias que tentam explicar como e onde a vida surgiu. Uma delas, a panspermia, que sustenta o quê? 8. (UFG adaptada) Os raios ultravioleta, pre- sentes na luz solar, são filtrados pelo ozô- nio na estratosfera. A camada de ozônio, formada há cerca de 450 milhões de anos, ocorreu por causa da evolução de quais or- ganismos? Explique. 9. (Enem adaptada) Uma equipe de paleon- tólogos descobriu um rastro de dinossauro carnívoro e nadador, no norte da Espanha. O rastro completo tem comprimento igual a 15 metros e consiste de vários pares si- métricos de duas marcas de três arranhões cada uma, conservadas em arenito. O espa- ço entre duas marcas consecutivas mostra uma pernada de 2,5 metros. O rastro difere do de um dinossauro não nadador: “são as unhas que penetram no barro – e não a pi- sada –, o que demonstra que o animal estava nadando sobre a água: só tocava o solo com as unhas, não pisava”, afirmam os paleontó- logos. Internet: <www.noticias.uol.com.br> (com adaptações). Qual dos fragmentos do texto, considerado isoladamente, é variável relevante para se estimar o tamanho do di- nossauro nadador mencionado? 10. (Ufersa adaptada) Responda esta questão com base no calendário abaixo, que repre- senta a história da Terra, desde o seu sur- gimento até os dias de hoje, descrita numa escala hipotética de 12 meses. Considerando a origem e evolução da nos- sa espécie, nesse calendário, o homem teria surgido em qual mês? 24 e.o. enem 1. As áreas numeradas no gráfico abaixo mos- tram a composição em volume, aproximada, dos gases na atmosfera terrestre, desde sua formação até os dias atuais. Composição/% 100 80 60 40 20 0 5 4 3 2 1 0 Data atual I. Metano e Hidrogênio II. Vapor d’água III. Amônia IV. Nitrogênio V. Gás Carbônico VI. Oxigênio (Adaptado de The Random House Encyclopedias, 3 ed. 1990) No que se refere à composição em volume da atmosfera terrestre há 2,5 bilhões de anos, pode-se afirmar que o volume de oxigênio, em valores percentuais, era de, aproximadamente: a) 95%. b) 77%. c) 45%. d) 21%. e) 5%. 2. O efeito estufa não é fenômeno recente e, muito menos, naturalmente maléfico. Al- guns dos gases que o provocam funcionam como uma capa protetora que impede a dispersão total do calor e garante o equi- líbrio da temperatura na Terra. Cientistas americanos da Universidade da Virgínia alegam ter descoberto um dos primeiros registros da ação humana sobre o efeito estufa. Há oito mil anos, houve uma súbita elevação da quantidade de CO2 na atmos- fera terrestre. Nesse mesmo período, agri- cultores da Europa e da China já domina- vam o fogo e haviam domesticado cães e ovelhas. A atividade humana da época com maior impacto sobre a organização social e sobre o ambiente foi o começodo plantio de trigo, cevada, ervilha e outros vegetais. Esse plantio passou a exigir áreas de terre- no livre de sua vegetação original, provi- denciadas pelos inúmeros grupos humanos nessas regiões com métodos elementares de preparo do solo, ainda hoje, usados e condenados, em razão dos problemas am- bientais decorrentes. Aquecimento global e a nova geografia de produção no Brasil. Disponível em:<http://www.embrapa. br/publicacoes/tecnico/aquecimentoglobal. pdf>. Acesso em: 23 jun. 2009. (adaptado). Segundo a hipótese levantada pela pesquisa sobre as primeiras atividades humanas or- ganizadas, o impacto ambiental mencionado foi decorrente: a) da manipulação de alimentos cujo cozimen- to e consumo liberavam grandes quantida- des de calor e gás carbônico. b) da queima ou da deterioração das árvores derrubadas para o plantio, que contribuíram para a liberação de gás carbônico e poluen- tes em proporções significativas. c) do início da domesticação de animais no perí- odo mencionado, a qual contribuiu para uma forte elevação das emissões de gás metano. d) da derrubada de árvores para a fabricação de casas e móveis, que representou o principal fator de liberação de gás carbônico na at- mosfera naquele período. e) do incremento na fabricação de cerâmicas que, naquele período, contribuiu para a libe- ração de material particulado na atmosfera. 3. Estima-se que haja, no Acre, 209 espécies de ma- míferos distribuídas conforme a tabela a seguir. grupos taxonômicos número de espécies Artiodáctilos 4 Carnívoros 18 Cetáceos 2 Quirópteros 103 Lafomorfos 1 Marsupiais 16 Perissodáctilos 1 Primatas 20 Roedores 33 Sirênios 1 Edentados 10 Total 209 T&C Amazônia, ano 1, n. 3, dez. 2003. Deseja-se realizar um estudo comparativo en- tre três dessas espécies de mamíferos – um do grupo Cetáceos, outra do grupo Primata e a terceira do grupo Roedores. O número de conjuntos distintos que podem ser formados com essas espécies para esse estudo é igual a: 25 a) 1.320. b) 2.090. c) 5.845. d) 6.600. e) 7.245. 4. Pesquisas recentes estimam o seguinte perfil da concentração de oxigênio (O2) atmosféri- co ao longo da história evolutiva da Terra: no período Carbonífero, entre aproximadamente 350 e 300 milhões de anos, houve uma am- pla ocorrência de animais gigantes, como, por exemplo, insetos voadores de 45 centímentros e anfíbios de até 2 metros de comprimento. No entanto, grande parte da vida na Terra foi extinta há cerca de 250 milhões de anos, du- rante o período Permiano. Sabendo-se que o O2 é um gás extremamente importante para os processos de obtenção de energia em siste- mas biológicos, conclui-se que: Concentração de O2 (%) 40 30 20 10 0 -6 00 -5 00 -4 00 -3 00 -2 00 -1 00 0 (h oj e) Tempo (milhões de anos) a) A concentração de nitrogênio atmosférico se manteve constante nos últimos 400 milhões de anos, possibilitando o surgimento de ani- mais gigantes. b) A produção de energia dos organismos fo- tossintéticos causou a extinção em massa no período Permiano por aumentar a concentra- ção de oxigênio atmosférico. c) O surgimento de animais gigantes pode ser explicado pelo aumento de concentração de oxigênio atmosférico, o que possibilitou uma maior absorção de oxigênio por esses animais. d) O aumento da concentração de gás carbôni- co (CO2) atmosférico no período Carbonífero causou mutações que permitiram o apareci- mento de animais gigantes. e) A redução da concentração de oxigênio at- mosférico no período Permiano permitiu um aumento da biodiversidade terrestre por meio da indução de processos de obtenção de energia. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO O assunto na aula de Biologia era a evolu- ção do Homem. Foi apresentada aos alunos uma árvore filogenética, igual à mostrada na ilustração, que relacionava primatas atuais e seus ancestrais. Legenda da ilustração: 1. Símios do Novo Mundo 2. Símios do Velho Mundo 3. Gibão 4. Orangotango 5. Gorila 6. Chimpanzé 7. Homem I. Hilobatídeos II. Pongídeos III. Hominídeos Árvore filogenética provável dos antropoides. 5. Após observar o material fornecido pelo pro- fessor, os alunos emitiram várias opiniões, a saber: I. os macacos antropoides (orangotango, gorila, chimpanzé e gibão) surgiram na Terra mais ou menos contemporanea- mente ao Homem. II. alguns homens primitivos, hoje extintos, descendem dos macacos antropoides. III. na história evolutiva, os homens e os macacos antropoides tiveram um ances- tral comum. IV. não existe relação de parentesco genético entre macacos antropoides e homens. Analisando a árvore filogenética, você pode concluir que: a) todas as afirmativas estão corretas. b) apenas as afirmativas I e III estão corretas. c) apenas as afirmativas II e IV estão corretas. d) apenas a afirmativa II está correta. e) apenas a afirmativa IV está correta. 26 gabarIto E.O. Teste I 1. C 2. D 3. C 4. A 5. C 6. C 7. D 8. C 9. E 10. D E.O. Teste II 1. D 2. D 3. B 4. D 5. B 6. B 7. D 8. A 9. B 10. 01 + 08 + 64 = 73 E.O. Teste III 1. E 2. D 3. D 4. D 5. C E.O. Dissertativo 1. Para que houvesse vida em Marte, sua at- mosfera deveria ter as condições existentes na Terra primitiva: gases como a amônia, metano, hidrogênio, além do vapor d’água, que em temperaturas adequadas, reagiriam após a ação de descargas elétricas e radia- ções, formando assim as primeiras molécu- las orgânicas. 2. a) Miller e Urey testaram a hipótese da evo- lução gradual dos sistemas químicos ou hipótese heterotrófica, segundo a qual os gases da atmosfera primitiva formariam os compostos orgânicos que originaram as primeiras formas viventes no planeta Terra. b) Essa hipótese foi confirmada pela obten- ção de aminoácidos. c) O surgimento de organismos autótrofos fotossintetizantes, após a ocorrência de mutações, propiciou o aumento do oxigê- nio livre. 3. Em Io poderiam ter se desenvolvido bacté- rias quimioautotróficas, que obtêm energia para a síntese de matéria orgânica a partir da oxidação de substâncias inorgânicas. 4. A etapa 1 tem como objetivo fornecer as con- dições para que os microrganismos, presen- tes no ar, possam se desenvolver. Durante as etapas 2 e 3, o objetivo é dificultar a entrada de ar contaminado após a fervura, feita com o objetivo de esterilizar a solução. A etapa 4 permite o resfriamento do frasco e mantém o líquido estéril por um tempo, pois, mes- mo com a entrada de ar com impurezas, o líquido ainda próximo do ponto de ebulição impede o desenvolvimento dos organismos contaminantes. No entanto, quando o líquido encontra-se frio, não há impedimento para o desenvolvimento dos micro-organismos. Com a quebra do gargalo, na etapa 5, Pasteur tem como objetivo demonstrar que o líquido pos- sui a capacidade de manter a vida, caso fosse introduzido algum microrganismo, mesmo após a fervura do conteúdo. 5. A teoria da evolução química, também co- nhecida como teoria da evolução molecular ou como hipótese da evolução gradual, pro- posta pelo biólogo Thomas Huxley, e poste- riormente aprimorada por Oparin e Haldane, defende a ideia que a vida surgiu a partir de uma evolução química, na qual compostos inorgânicos formaram compostos orgânicos simples, sendo estes formadores de molé- culas complexas, como lipídeos e proteínas, que se uniram e formaram estruturas ca- pazes de se duplicar, originando estruturas complexas, consideradas os primeiros seres vivos. 6. A hipótese I se relaciona com a teoria he- terotrófica, que defende que os primeiros organismos eram heterótrofos, dependendo de fontes externas de alimento. A hipótese II relaciona-se à teoria autotrófica, que de- fende a existência primordial de organismos quimiossintetizantes, produtores do próprio alimento, a partir da energia obtida por rea- ções químicas inorgânicas. 7. A panspermia é a teoria que defende a for- mação da vida fora do Planeta Terra, sendo as moléculas e organismos carregados por meteoritos, cometas
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