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Apostila de biologia

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Prévia do material em texto

CARO ALUNO,
O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, 
são centenas de aprovações nos principais vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo e em todo Brasil.
Ao atualizar sua coleção de livros para 2016, o Hexag considerou o principal diferencial em relação aos 
concorrentes: a sua exclusiva metodologia fundamentada em três pontos – período integral, estudo orientado 
(E.O.) e salas reduzidas.
O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu conteúdo enriquecido, inclusive com questões 
recentes dos principais vestibulares 2016. 
Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens e também na utilização de cores.
No total, são 59 livros, distribuídos da seguinte forma: 
 § 21 livros de Ciências da Natureza e suas tecnologias (Biologia, Física e Química);
 § 14 livros de Ciências Humanas e suas tecnologias (História e Geografia);
 § 07 livros de Linguagens, Códigos e suas tecnologias (Gramática, Literatura e Inglês);
 § 07 livros de Matemática e suas tecnologias;
 § 04 livros de Sociologia e Filosofia;
 § 04 livros “Entre Aspas” (Obras Literárias da Fuvest e Unicamp);
 § 02 livros “Entre Frases” (Estudo da Escrita – Redação).
O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de 
forma objetiva o que o aluno realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares e Enem, 
dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar.
Os capítulos foram finalizados com cinco categorias de exercícios, trabalhadas nas sessões de Estudo Orien-
tado (E.O.), como segue:
 § E.O. Teste I: exercícios introdutórios de múltipla escolha, para iniciar o processo de fixação da matéria 
estudada em aula;
 § E.O. Teste II: exercícios de múltipla escolha, que apresentam grau médio de dificuldade, buscando a con-
solidação do aprendizado;
 § E.O. Teste III: exercícios de múltipla escolha com alto grau de dificuldade;
 § E.O. Dissertativo: exercícios dissertativos nos moldes da segunda fase da Fuvest, Unifesp, Unicamp e 
outros importantes vestibulares;
 § E.O. Enem: exercícios que abordam a aplicação de conhecimentos em situações do cotidiano, preparando 
o aluno para esse tipo de exame.
A edição 2016 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e 
completo, um grande aliado para o seu sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.
Herlan Fellini
hexag
SISTEMA DE ENSINO
© Hexag Editora, 2016
Direitos desta edição: Hexag Editora Ltda. São Paulo, 2016
Todos os direitos reservados.
Autores
Pâmella Simões Tavares de Oliveira
Ricardo Rosa
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial
Hexag Editora
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Editores
Giulia Brolacci Pinheiro
Neury F. Martins
Revisora
Ana Paula Chican de Oliveira
Pesquisa iconográfica
Camila Dalafina Coelho
Programação visual
Hexag Editora
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Bruno Alves Oliveira Cruz
Camila Dalafina Coelho
Eder Carlos Bastos de Lima
Raphael de Souza Motta
Capa
Hexag Editora
Fotos da capa (de cima para baixo)
http://www.fcm.unicamp.br
Acervo digital da USP (versão beta)
http://www.baia-turismo.com
Impressão e acabamento
Imagem Digital
ISBN: 978-85-68999-00-4
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o 
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição 
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre 
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra está sendo usado apenas para fins didáticos, não represen-
tando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2016
Todos os direitos reservados por Hexag Editora Ltda.
Rua da Consolação, 954 – Higienópolis – São Paulo – SP
CEP: 01302-000
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
Aulas 1 e 2: Origem da vida 4
Aulas 3 e 4: Evidências evolutivas 28
Aulas 5 e 6: Teorias evolutivas 46
Aulas 7 e 8: Especiação 68
EVOLUÇÃO
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Origem da vida
Aulas 1 e 2
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Introdução à bIologIa
A biologia é uma ciência, pois apresenta um objeto de estudo representado pelos seres vivos e todos os seus desdobra-
mentos. Mas o modo de estudar pressupõe um método científico, caracterizado pela observação, levantamento de hipó-
teses testáveis, planejamento e execução de experimentos, sistematização e registro de dados, discussão de resultados e 
conclusão. Dessa maneira, constrói-se conhecimento, que poderá sempre ser questionado, ampliado e alterado ao longo 
do tempo. Mas nunca se esqueça de que a ciência e a pesquisa são feitas pelo homem e, portanto, são direcionadas, 
sempre terão um olhar parcial e serão influenciadas pela época, sociedade e cultura, às quais o pesquisador pertence.
Para iniciarmos o estudo da biologia, é necessário fazer algumas reflexões e considerações sobre essa ciência 
que estuda a vida, pois existem várias subdivisões com objetos diferentes. Por exemplo, a zoologia estuda os animais 
e os seus desdobramentos; do mesmo modo, as plantas são estudadas pela botânica; as estruturas e funcionamento 
celulares são discutidos pela citologia; as interações entre os seres vivos e desses com o meio em que vivem são proble-
mas da ecologia; os mecanismos e padrões de herança do material genético são abordados pela genética; e o processo 
adaptativo e as relações de parentesco entre as diversas espécies são responsabilidade da evolução. Ao ler isso, fica a 
impressão de que a biologia é uma ciência com conteúdo fragmentado. Essas divisões facilitam o estudo, a pesquisa e 
a construção do conhecimento biológico. Mas integrar essas subáreas em nosso estudo é fundamental, pois esse olhar 
amplo garante entender a complexidade dos seres vivos e dos ambientes em todos os seus níveis de organização, ou 
seja, organismos, populações, comunidades biológicas, ecossistemas, biomas, biocoras, biociclos e biosfera.
bIg bang
Nesta unidade, vamos tratar mais profundamente da origem da vida. Para isso, vamos procurar entender antes qual 
é a origem da Terra.
A origem da Terra ocorreu há, aproximadamente, 4 560 bilhões de anos. Toda a matéria que compõe o 
Universo atual estava comprimida em uma esfera extremamente pequena, do tamanho da ponta de uma agulha.
Há cerca de 14 bilhões de anos, essa esfera teria subitamente expandido essa matéria, formando, assim, 
de uma só vez, o Universo. A essa grande explosão dá-se o nome científico de Big Bang. A expansão do Universo 
continua sendo observada até hoje, o que reforça as hipóteses a favor do Big Bang. A origem e formação do nosso 
Sistema Solar é resultado direto dessa explosão.
Ao longo desse processo e desses milhões de anos até hoje, houve muitíssimas mudanças na superfície 
terrestre, que interferiram e influenciaram significativamente a vida neste planeta. Houve movimentos de massas 
continentais, mudanças climáticas, formação e destruição de cadeias de montanhas, extinção e origem de espécies, 
por exemplo.
Escala e eventos do tempo geológico
Representa a linha do tempo, do presente à formação da Terra. Ela organiza essa evolução marcando a sequência 
de eventos. O tempo geológico compreende a história da Terra marcada no tempo por determinado evento geo-
lógico, tempo esse que pode ser calculado por métodos absolutos ou relativos. Os estudos da evolução da vida 
dividem hierarquicamente esse período em eons, que, por sua vez, é subdividido em eras; as eras,em períodos e 
os períodos, em épocas.
Na tabela a seguir, discorre-se sobre os principais períodos, suas características e a fase de evolução da vida 
manifestadas neles. Esses dados têm o objetivo de informá-lo e de apresentar-lhe uma visão geral de como a vida 
manifestou-se e manifesta-se no planeta em que habitamos.
6
ERA PERÍODO
INÍCIO 
(milhões de anos)
EVENTOS
Ce
no
zo
ic
a
Quaternário 1,6
Clima flutuando entre frio e ameno. Avanços e recuos glaciais. Extinção de muitos mamí-
feros e aves de grande porte. Primeiros humanos modernos do gênero Homo.
Neogeno 23
Vários surgimentos e formações de montanhas. Início de glaciação nos hemisférios Norte 
e Sul. Elevação do Panamá e consequente união das Américas do Norte e do Sul. Primei-
ros macacos do Velho Mundo. Mamíferos pastadores em abundância. Primeiros hominí-
deos eretos e grandes carnívoros. Aves e mamíferos marinhos diversificam-se.
Paleogeno 65
Clima ameno a frio. Mares continentais largos e rasos. Elevação dos Alpes e Himalaia. A 
América do Sul separa-se da Antártica. Clima ameno a muito quente no final do período. 
Primeiros mamíferos insetívoros e primatas. Expansão extensiva de mamíferos e aves. 
Irradiação de famílias de mamíferos placentários. Primeiros macacos do Novo Mundo. 
Formação inicial de pradarias. Aves carnívoras gigantes, incapazes de voar, eram preda-
dores comuns.
M
es
oz
oi
ca
Cretácio 135
Clima ameno em todo o período. Níveis dos mares elevados. A África e a América do Sul 
se separam. Clímax dos dinossauros e répteis marinhos, seguido da extinção destes gru-
pos. Início da irradiação de mamíferos marsupiais e placentários. Primeiras angiospermas. 
Declínio das gimnospermas. Aparecimento de muitos grupos de insetos.
Jurássico 205
Clima ameno. Os níveis dos continentes são baixos com grandes áreas cobertas pelos 
mares. Primeiras aves. Abundância de dinossauros. Crescimento exuberante de florestas.
Triássico 250
Continentes montanhosos, unidos em um supercontinente (Pangea). Extensas áreas ári-
das. Primeiros dinossauros. Primeiros mamíferos. Crescimento exuberante de florestas 
com predomínio de coníferas.
Pa
le
oz
oi
ca
Permiano 290
Glaciação extensiva do hemisfério Sul no início do período. Elevação dos Apalaches. Ari-
dez marcante em algumas áreas. Origem das coníferas, cicadófitas e ginkgos. Desapa-
recem os tipos anteriores de florestas. Irradiação dos répteis. O período termina com 
extinção em massa.
Carbonífero 355
Clima quente com pequena variação sazonal nos trópicos. Níveis das terras baixos. Áreas 
pantanosas com a formação de depósitos de carvão. Irradiação dos anfíbios. Abundância 
de tubarões. Samambaias com esporos e árvores com “casca”. Primeiros répteis. Insetos 
gigantes. Grandes florestas de pteridófitas.
Devoniano 410
Mares na maior parte das terras, com montanhas locais. Primeiros peixes com nadadeiras 
raiadas e nadadeiras lobadas. Primeiros tetrápodes terrestres.
Siluriano 438
Clima ameno. Topografia em geral plana. Primeiros peixes com maxilas. Primeiros inver-
tebrados terrestres.
Ordoviciano 510
Clima ameno. Mares rasos. Continentes em geral com topografia plana. Os mares cobrem 
boa parte do atual território dos Estados Unidos. Glaciação no final do período. Primei-
ros vertebrados (peixes sem maxila). Invertebrados marinhos em abundância. Primeiras 
plantas terrestres.
Cambriano 570
Extensos mares invadindo os continentes existentes. Origem de vários filos e classes de 
invertebrados. Primeiros cordados. Moluscos com conchas. Abundância de trilobitas.
Pr
ot
er
oz
oi
ca
2.500
Extensivo bombardeamento de meteoritos e instabilidade geológica nas primeiras fases des-
ta era. Os primeiros organismos eucariontes aparecem há cerca de 2 bilhões de anos. Grande 
diversificação da vida há 1 bilhão de anos, surgindo os organismos pluricelulares, inclusive 
algas. Os primeiros metazoários aparecem há mais ou menos 600 milhões de anos, logo 
após uma grande glaciação.
A
rq
ue
an
a
4.600
Formação da crosta terrestre e início dos movimentos continentais. Os primeiros fósseis 
(seres unicelulares) são conhecidos de 3,5 bilhões de anos atrás. Origem da vida.
7
A Terra foi habitada pelos primeiros micro-or-
ganismos há uns 3,2 bilhões de anos.
Os primeiros peixes primitivos surgiram no final do 
período Cambriano. Os oceanos de então eram largos, rasos 
e cálidos. Registros fósseis indicam que esses peixes, bem 
diferentes dos que conhecemos hoje, possuíam apenas duas 
barbatanas rudimentares e eram privados de maxilares.
No Devoniano, conhecido como Idade dos Pei-
xes, ocorreu uma grande irradiação dos peixes, havendo 
proliferação de peixes com maxilares adaptados a diversas 
dietas alimentares. O ambiente dessa época era bastante 
diferente daquele em que surgiram os primeiros peixes. 
Mares haviam avançado e retrocedido das terras conti-
nentais várias vezes, e as plantas vasculares terrestres 
que haviam surgido no Siluriano eram então abundantes.
Ao final da Idade dos Peixes, um grupo de peixes 
de água doce iniciou a adaptação à vida terrestre, e deu 
origem aos primeiros anfíbios. No período seguinte, 
apareceram os répteis, primeiros vertebrados terres-
tres, assim como os primeiros insetos alados.
Os primeiros mamíferos primitivos surgiram, 
como os primeiros dinossauros, no período Triássico. 
No período seguinte, surgem as primeiras aves.
No Cretáceo, ocorre a extinção dos dinossauros. 
No final desse período, os mamíferos tiveram grande ir-
radiação adaptativa, tendo aparecido várias das ordens 
de animais superiores hoje conhecidas. Alguns mamí-
feros insetívoros deram origem a um grupo de animais 
com polegares oponíveis e com unhas no lugar de gar-
ras, animais denominados primatas.
A lenta movimentação dos continentes da Terra 
com o passar do tempo, denominada deriva conti-
nental, há 250 milhões de anos originou a Pangeia, o 
supercontinente. Há aproximadamente 200 milhões de 
anos, começou a divisão da Pangeia. Há 90 milhões de 
anos, a América do Sul separava-de da África. A Índia 
uniu-se à Ásia há 50 milhões de anos, e, 5 milhões de 
anos depois, a Austrália separava-se da Antártida.
Isolados, os primatas passaram por processos 
evolutivos distintos nos dois lados do mundo. No con-
tinente americano, eles restringiram-se ao ambiente 
arbóreo, tendo desenvolvido adaptações morfológicas 
altamente eficientes para este tipo de hábito, entre elas 
uma cauda com grande capacidade preensil. Já no Ve-
lho Mundo, os prossímios deram origem a uma imensa 
quantidade de novas formas de primatas, entre eles 
uma linha evolutiva caracterizada pelo hábito terrestre, 
que originou, há cerca de 5 milhões de anos, os primei-
ros hominídeos.
Os primeiros hominídeos fazem parte do gênero 
Australopithecus, os primeiros a apresentarem nos regis-
tros fósseis uma morfologia dos membros inferiores com-
pletamente adaptada à bipedia. O aparecimento do Homo 
sapiens ocorreu há aproximadamente 400 mil anos.
teorIas sobre a orIgem da vIda
Desde a antiguidade, o mistério da origem da vida e dos 
seres vivos intriga o ser humano.
Antigas doutrinas da Índia, da Babilônia e do Egito 
ensinavam que rãs, cobras e crocodilos eram gerados pelo 
lodo dos rios. Esses seres, que apareciam inexplicavelmen-
te no lodo e no lixo, eram encarados como manifestações 
da vontade dos deuses, gerados espontaneamente.
Mesmo filósofos importantes, como Platão e Aris-
tóteles, aceitavam tal explicação sobre a origem dos seres 
vivos. Dessa interpretação, surgiu a teoria da geração es-
pontânea ou teoria da abiogênese, segundo a qual todos os 
seres vivos originam-se da matéria bruta de modo contínuo.
Essa teoria, entretanto, foi contestada por vários 
cientistas, que através de seus experimentos provaram 
que um ser vivo só se origina de outro ser vivo. Surgiu, 
então, a atualmente aceita teoria da biogênese.
 § Teoria da abiogênese: os seres vivos ori-
ginam-se da matéria bruta de maneira contí-
nua. Principais defensores: Aristóteles, Platão, 
Needhan,Virgílio, Aldovandro, Kricher e 
Van Helmont.
 § Teoria da biogênese: os seres vivos originam-
-se de outros seres vivos. Principais defensores: 
Redi, Spallanzani e Pasteur.
Von Helmont
Von Helmont (1600), o maior fisiologista da época, dá 
várias receitas para a abiogênese. Uma delas é a fórmu-
la para se obter ratos:
‘’Enche-se de trigo e fermento um vaso, que é fe-
chado com uma camisa suja, de preferência de mulher. 
Um fermento vindo da camisa, transformado pelo odor 
dos grãos, transforma em ratos o próprio trigo’’.
Como já se sabe, os ratos que aparecem não se 
formam a partir da receita dada por Von Helmont, mas 
são atraídos pela mistura.
8
Redi
Por volta de 1660, Francesco Redi começou a combater a teo-
ria da geração espontânea. Para isso, colocou pedaços de carne crua 
dentro de frascos, deixando alguns abertos e outros fechados com 
gaze. Veja esquema do experimento ao lado.
De acordo com a teoria da abiogênese, após alguns dias, de-
veriam surgir moscas e outros insetos, nascidos da carne. Isso, entre-
tanto, não aconteceu nos frascos fechados com gaze.
Redi constatou a presença de numerosos ovos e larvas de in-
setos sobre a gaze que fechava o recipiente e a ausência deles sobre a 
carne ali contida. Esse experimento demonstrou que os insetos eram 
atraídos pela carne e que o aparecimento de larvas era proveniente 
dos numerosos ovos colocados por esses animais. Os resultados de 
Redi fortaleceram a teoria da biogênese, mas, apesar disso, muitos 
ainda continuavam aceitando a teoria da geração espontânea.
Needham
Por volta de 1745, o cientista inglês John T. Needham mos-
trou, através de vários experimentos, que, em recipientes contendo 
vários tipos de infusões e submetidos à fervura, mantidos fechados 
ou não, apareciam micro-organismos. Needham afirmou que esse 
fenômeno ocorria devido à presença, nas partículas orgânicas da 
infusão, de uma “força vital’’ especial, responsável pelo aparecimen-
to das formas vivas microscópicas. Assim, com esses experimentos, 
Needham contribuía para a teoria da geração espontânea.
Spallanzani
Em 1770, entretanto, o cientista italiano Abbey Lazzaro 
Spallanzani criticou seriamente os experimentos de Needham. 
Spallanzani realizou experimentos provando que o aquecimento 
prolongado de substâncias orgânicas acondicionadas em recipientes 
fechados, providos de válvula de escape, não propiciava o desen-
volvimento de micro-organismos. Needham respondeu às críticas de 
Spallanzani, afirmando que esse cientista, ao ferver substâncias em 
recipientes fechados, estava destruindo a “força vital” e tornando o 
ar desfavorável ao aparecimento da vida.
Spallanzani realizou novos experimentos, mostrando que havia 
o aparecimento de vida quando os recipientes fechados e submetidos 
à fervura eram abertos, entrando em contato com o ar, provando que 
a “força vital’’ não tinha sido destruída. Apesar disso, Spallanzani não 
conseguiu provar que o aquecimento de material orgânico em recipien-
tes fechados não alterava a qualidade do ar. Nessa polêmica, Needham 
saiu favorecido, reforçando ainda mais a teoria da geração espontânea.
Experimento realizado por Redi, cujo 
resultado reforçou a teoria da biogênese.
9
Pasteur
Louis Pasteur, por volta de 1860, através de seus cé-
lebres experimentos com balões do tipo “pescoço de 
cisne”, conseguiu provar definitivamente que os seres 
vivos originavam-se de outros seres vivos. Além disso, 
constatou, através de outros experimentos, a presen-
ça de micróbios no ar atmosférico. Baseado nisso e 
considerando as críticas dos seguidores da abiogêne-
se sobre a formação de ar viciado – que seria impró-
prio para o desenvolvimento da vida em recipientes 
hermeticamente fechados, quando submetidos à fer-
vura –, Pasteur realizou os seguintes experimentos, 
esquematizados ao lado, utilizando frascos do tipo 
“pescoço de cisne”.
Este experimento mostra que um líquido, ao ser fervido, não perde a “força vital”, como defendiam os adeptos 
da abiogênese, pois quando o pescoço do balão é quebrado, após a fervura do líquido, há aparecimento de seres vivos. O 
experimento rebate ainda outro argumento dos adeptos da abiogênese: a formação de ar viciado impróprio para a vida. O 
líquido fervido fica, neste caso, em contato com o ar atmosférico através do pescoço do balão e não ocorre o aparecimento 
de seres vivos, pois as gotículas de água que se acumulam nesse pescoço retêm os micróbios contidos no ar que penetra 
no balão. A partir dos experimentos de Pasteur, a teoria da biogênese passou a ter preferência nos meios científicos.
Com isto, o problema da origem da vida começou a preocupar cada vez mais os cientistas, pois, se os orga-
nismos surgem a partir de outros, como foi que se originou o primeiro?
Pasteurização: mais uma importante contribuição de Pasteur.
A pasteurização, criada em 1864 por Louis Pasteur, químico francês, é um procedimento industrial empregado no 
tratamento do leite, de bebidas, sorvetes, cervejas, entre outros alimentos.
In natura, o leite é um produto elevadamente perecível, propício ao desenvolvimento de micro-organismos que 
o acidificam e azedam. A fim de evitar esses problemas, tomam-se alguns cuidados da captação ao consumo do leite. 
Dentre eles, destaca-se a pasteurização, que, no Brasil, é obrigatória.
Esse procedimento consiste em submeter o leite a um grau de aquecimento suficiente para destruir os micro-or-
ganismos patogênicos presentes nele. O melhor cuidado nesse procedimento é não causar alterações físico-químicas 
e organolépticas ao alimento, bem como não alterar o valor nutritivo do produto. O leite pasteurizado, portanto, deve 
apresentar características semelhantes, ao máximo, ao produto in natura, bem como garantir a ele mais tempo e con-
dições de conservação, uma vez que a pausterização destrói aproximadamente 99% da microbiota presente no leite.
Mas esse procedimento também traz desvantagens, se bem superadas pelos benefícios. Ele reduz ou mesmo 
elimina as bactérias lácticas benéficas para o organismo, altera o sabor do leite, bem como provoca desnaturação da 
proteína do leite, dificultando, por exemplo, a produção de alguns queijos.
Se o leite for submetido a temperaturas elevadas por tempo prolongado, seu sabor e cor podem alterar-se. Em 
razão disso, há limites de temperatura e de tempo para que suas características se mantenham.
Existem três tipos de pasteurização:
 § Pasteurização lenta, também conhecida como LTLT (low temperature long time, baixa temperatura por longo 
tempo), mantém a temperatura a 63 °C por 30 minutos.
 § Pasteurização rápida, HTST (high temperature and short time, alta temperatura por pouco tempo), mantém a 
temperatura a 72 °C por 15 segundos.
 § Pasteurização muito rápida, UHT (ultra high temperature, temperatura ultraelevada), mantém a temperatura 
entre 130 °C e 150 °C, por um período de 3 a 5 segundos.
Fonte: <http://infoescola.com/microbiologia/pasteurização>. 
Acesso em: 6 fev. 2015.
Experimento realizado por Louis Pasteur, responsável 
pela derrubada da teoria da abiogênese.
10
Várias hipóteses foram formuladas para expli-
car a origem da vida, sendo a mais aceita atualmente 
a hipótese da evolução gradual dos sistemas quími-
cos, desenvolvida pelo russo Aleksandr Oparin e pelo 
inglês John Burdon Sanderson Haldane, na década de 
1920. A compreensão da teoria de Oparin e Haldane 
exige o conhecimento das condições da Terra primitiva. 
A atmosfera devia ter, logo após a formação da Terra, 
composição bem diferente da atual, sendo formada 
provavelmente por metano (CH4), amônia (NH3), hi-
drogênio (H) e vapores de água (H2O). A atmosfera 
primitiva não apresentava oxigênio (O2), o que permitia 
que radiação ultravioleta proveniente do Sol atin-
gisse a superfície terrestre de forma intensa. Na atmos-
fera atual, essa radiação também atinge a Terra, mas 
em quantidade menor, pois é filtrada pela camada de 
ozônio (O3) existente na atmosferae que não existia nos 
tempos primitivos.
As condições da 
Terra primitiva
A teoria mais aceita atualmente sobre a formação do 
Sistema Solar é a de que ele se formou de uma só vez, a 
partir da concentração de uma massa gasosa, há apro-
ximadamente 4,6 bilhões de anos. Os átomos agrupa-
ram-se, sendo que, em cada planeta, os mais pesados 
ficaram no centro e os mais leves, na superfície.
No caso da Terra, os elementos mais pesados, 
localizados no centro, foram o ferro (Fe) e o níquel 
(Ni), e os mais leves, localizados na superfície, foram: 
carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio 
(N). A temperatura na superfície do Planeta era pro-
vavelmente muito alta, tendo ocorrido resfriamento 
em virtude do contato com o espaço cósmico, que 
é muito frio. O resfriamento tornou possíveis liga-
ções químicas entre os elementos, que ocorreram 
principalmente nas camadas superficiais da Terra. A 
água foi uma dessas substâncias formadas. Como a 
temperatura da superfície da Terra era muito elevada, 
toda substância líquida era evaporada. Os vapores 
de água, entretanto, ao entrar em contato com as 
camadas mais frias da atmosfera, sofriam resfria-
mento, provocando violentas tempestades e muitas 
descargas elétricas (raios). Essa água, ao entrar em 
contato com a superfície quente da Terra, tornava a 
sofrer evaporação, impedindo seu acúmulo sobre a 
superfície terrestre. Somente com o resfriamento pro-
gressivo da Terra é que foi possível acumular água 
líquida sobre a superfície, originando, assim, os ma-
res primitivos.
A hipótese da evolução gra-
dual dos sistemas químicos
Essa hipótese sugere que moléculas orgânicas comple-
xas foram formadas a partir de moléculas simples nas 
condições da Terra primitiva, antes do aparecimento dos 
seres vivos. Os prováveis gases componentes da atmos-
fera primitiva, ao sofrerem os efeitos das fortes descar-
gas elétricas provenientes das frequentes tempestades 
e da influência acentuada dos raios ultravioleta do Sol, 
reagiram entre si, formando moléculas orgânicas sim-
ples (aminoácidos, açúcares, alcoóis). Essas moléculas 
teriam sido, então, arrastadas pelas águas da chuva e se 
acumulado nos mares primitivos, onde outras reações 
teriam ocorrido.
A formação de grande número de substâncias 
orgânicas, simples e complexas, transformou os mares 
primitivos em verdadeira “sopa nutritiva’’. Moléculas de 
proteína dispersas em água formam uma solução coloi-
dal com características próprias.
Nos coloides, cada molécula de proteína encon-
tra-se envolvida por várias moléculas de água atraídas 
pela diferença de carga elétrica. Se há alteração no grau 
de acidez da solução coloidal, as moléculas de proteína 
aproximam-se, formando vários aglomerados proteicos 
envoltos por várias moléculas de água. Esses aglomera-
dos foram chamados por Oparin de coacervados.
Esses coacervados não eram seres vivos, 
mas sim uma primitiva organização das subs-
tâncias orgânicas, principalmente de proteínas 
– em um sistema isolado do meio. Apesar de isolados, 
os coacervados podiam trocar substâncias com o meio 
externo, sendo que em seu interior houve possibilidade 
de ocorrer inúmeras reações químicas.
Com as constantes reações químicas, alguns 
coacervados tornaram-se mais complexos, chegando 
11
inclusive a apresentar capacidade de duplicação. Nesse momento, teriam surgido os primeiros seres vivos, que, 
apesar de muito primitivos, eram capazes de reproduzir-se, dando origem a outros seres vivos. Essa longa evolução 
gradual dos sistemas químicos teve a duração provável de 2 bilhões de anos. A figura a seguir resume a hipótese.
O experimento de Miller
A hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos foi testada pela primeira vez pelo químico americano Stan-
ley L. Miller, em 1953. Ele construiu um aparelho que simulava as condições da Terra primitiva e introduziu nele os 
gases que provavelmente constituíam a atmosfera naquela época. Esses gases foram a amônia (NH3), hidrogênio 
(H), metano (CH4) e vapor de água.
A figura anterior ilustra o arranjo experimental utilizado. A água, ao ferver, forma vapor e promove a circula-
ção em todo o sistema, de acordo com o sentido das setas. No bailo em que se encontra a mistura gasosa, ocorrem 
descargas elétricas, simulando os raios que, naquela época, deviam ocorrer com frequência.
12
Após as descargas elétricas, os materiais são submetidos a 
um resfriamento, para simular a condensação nas altas camadas da 
atmosfera, que provoca as chuvas. A parte em “U” desse sistema 
simula os mares primitivos, que recebiam as chuvas e os compostos 
formados na atmosfera.
Pela análise da água contida nessa parte em “U”, pode-se 
verificar a formação de moléculas orgânicas, dentre elas alguns ami-
noácidos, substâncias que formam as proteínas.
Então, o experimento de Miller demonstrou que moléculas 
orgânicas (aminoácidos) poderiam ter-se formado nas con-
dições da Terra primitiva, o que reforça a hipótese da evolução 
gradual dos sistemas químicos.
A hipótese autotrófica
Como todo ser vivo necessita de alimento para sobreviver, é lógico 
admitir que os primeiros seres vivos tenham sido capazes de produzi-
-lo, isto é, tenham sido autótrofos. Contra essa hipótese, existe uma 
objeção muito séria: os autótrofos sintetizam alimentos orgânicos (a 
partir de substâncias inorgânicas) à custa de uma série externamente 
complexa de reações químicas, exigindo que o organismo também 
seja complexo. Aceitando a hipótese autotrófica, somos obrigados a 
acreditar que, repentinamente, surgiu um ser vivo já muito compli-
cado logo de início. Acontece, porém, que a teoria da evolução bio-
lógica, contra a qual não há objeções sérias, afirma que os primeiros 
seres vivos devem ter sido bastante simples, levando muito tempo 
para se tornarem complexos; portanto, os biologistas não aceitam 
a hipótese autotrófica, porque ela vai contra a teoria da evolução.
A hipótese heterotrófica
Supõe que a forma mais primitiva de vida se desenvolveu de maté-
ria não viva, formando-se em um ambiente complexo um ser muito 
simples, incapaz de fabricar seu alimento. Não se trata de geração 
espontânea, uma vez que esta afirma que seres complexos podem 
surgir repentinamente de matéria bruta todos os dias, enquanto a 
hipótese heterotrófica supõe que um ser muito simples evolui vaga-
rosamente, da matéria inanimada, e que isso aconteceu há milhões 
de anos, mas não ocorre mais.
De acordo com a hipótese heterotrófica, a vida teria surgido 
por meio das seguintes etapas, ilustradas ao lado:
13
Formação de aminoácidos
Os geólogos e outros cientistas constataram a evidência 
de que a atmosfera da Terra primitiva era constituída de 
hidrogênio, metano, amônia e vapor de água. A elevada 
temperatura da crosta terrestre determinava o vapor de 
água, que, condensando-se nas camadas altas e frias, 
provocava violentas tempestades acompanhadas de 
descargas elétricas. O dispositivo construído por Harold 
Urey e Stanley Miller, uma mistura de vapor de água, 
metano, amônia e hidrogênio exposta às descargas elé-
tricas, originou, após uma semana, aminoácidos como 
a glicina e alanina. A experiência de Miller, realizada em 
1953, indica que um processo semelhante poderia ter 
acontecido na atmosfera primitiva.
Formação de proteínas
lnicialmente, recapitularemos o processo de combina-
ção de dois aminoácidos constituindo um dipeptídeo. 
Como se observa, a formação de um dipeptídeo é um 
exemplo de síntese por desidratação.
Sidney W. Fox aqueceu uma mistura seca de ami-
noácidos e, após o resfriamento, verificou a união des-
tes para compor moléculas maiores e mais complexas 
semelhantes a proteínas e designadas por proteinoides.
Na Terra primitiva, os aminoácidos teriam che-
gado às rochas carregados pelas chuvas. A evaporação 
da água teria deixado os aminoácidos secos sobre a 
superfície das rochas quentes. Em tais condições, teria 
ocorrido a formaçãode ligações peptídicas pela evapo-
ração de água e a consequente formação de proteínas; 
posteriormente, tais proteínas seriam levadas aos ocea-
nos pelas chuvas.
Formação de coacervados
Os aminoácidos e proteínas formados na era pré-biogê-
nica da Terra teriam chegado aos mares, produzindo o 
que Haldane descreveu como “caldo quente e diluído”. 
Segundo Oparin, as proteínas teriam formado aglome-
rados designados por coacervados.
Sabemos que os coacervados são aglomerados 
de proteínas que se mantêm unidos em pequenos gru-
mos circundados por uma camada líquida, chamada 
camada de hidratação ou de solvatação.
Surgimento dos heterótrofos
Sabendo que o ar da Terra primitiva era composto por 
amônia, metano, hidrogênio e vapores de água, e tinha 
ausência de nitrogênio e oxigênio, pode-se afirmar que 
não havia camada de ozônio; portanto, a temperatura 
da superfície terrestre era muito alta, além de constan-
temente atingida por raios ultravioleta.
Nesse cenário, diversas combinações de elemen-
tos simples levavam à formação de aminoácidos, açú-
cares simples, ácidos graxos e nucleotídeos, como uma 
sopa nutritiva. Assim, foi possível, em algum momento, 
a formação de seres unicelulares heterótrofos. A única 
fonte de energia disponível era a própria sopa nutritiva 
(sem O2); portanto, eram heterótrofos fermentadores –
liberavam CO2.
Com o passar do tempo, mais mutações foram 
ocorrendo e surgiram organismos aptos a usar CO2 e 
energia luminosa como fontes de energia. Assim, surgi-
ram os seres autótrofos fermentadores e fotossintéticos, 
que começaram a liberar O2 para a atmosfera terrestre.
14
Obtenção de energia
Um sistema de coacervados, para manter-se e desenvolver-se, teria de dispor de uma fonte de energia constante 
e controlável. Qual teria sido essa fonte de energia? A hipótese heterotrófica admite que teria sido a energia das 
ligações químicas existentes nas imensas quantidades de substâncias compostas, produzidas durante milhares de 
anos no mar primitivo, por processo abiogenético.
Nos seres vivos mais recentes, a energia para a sobrevivência das células é obtida, em geral, da glicose. Para 
conseguir obter essa energia, a célula precisa diminuir a energia de ativação necessária, para que a molécula de 
glicose possa ser quebrada e a energia de suas ligações, liberada; isso ela faz utilizando enzimas e ATP (adenosina 
trifosfato). Em certos casos, como na ausência de oxigênio, a célula consegue retirar energia da glicose pelo pro-
cesso de fermentação. Será que tal processo poderia ter ocorrido com os coacervados?
O americano Melvin Calvin realizou experiências do mesmo tipo de Miller, misturando gases supostamente 
da atmosfera primitiva e bombardeando-os com raios ultravioleta. Como resultado, obteve misturas de compostos 
orgânicos, entre os quais a glicose. Como as enzimas são sempre proteínas, elas já poderiam ter existido (experi-
ência de Fox). Por outro lado, todos os elementos necessários para formar o ATP poderiam ter estado presentes no 
mar primitivo, inclusive fosfatos. Portanto, se tudo tivesse sido realmente como pensamos que tenha sido, os coa-
cervados poderiam ter retirado glicose, enzimas e ATP do meio ambiente e fermentado a glicose, e, com isso, conse-
guido a energia necessária para a sobrevivência. Logo, os primeiros seres vivos teriam sido heterótrofos anaeróbios. 
Capacidade de reprodução
Graças a sua capacidade de retirar alimentos e energia do meio, e organizar as moléculas em padrões definidos, os 
heterótrofos-anaeróbios primitivos teriam crescido gradativamente, a tal ponto que teriam surgido novos proble-
mas na luta pela sobrevivência: com o aumento volumétrico do indivíduo, a difusão do alimento do meio exterior 
até o âmago do coacervado teria sido mais lenta, devido a maior distância a percorrer dentro do heterótrofo; desse 
modo, o coacervado teria começado a sofrer fome.
Nessas condições, ou ele teria perecido ou teria de se ter dividido, como meio de reduzir o volume. Entretanto, 
qualquer mecanismo de divisão teria trazido um novo problema; ao dividir-se, o coacervado teria corrido o risco de 
desorganizar-se e, portanto, perder as características de sistema complexo adquiridas em muito tempo de evolução.
Nos organismos bem-sucedidos, teriam surgido os ácidos nucleicos, moléculas que controlam os processos 
básicos de reprodução e organização. Em tais condições, o primitivo organismo que tivesse DNA teria encontrado 
o meio para se duplicar exatamente, transmitindo aos seus descendentes o mesmo padrão de organização conse-
guido após todo o tempo de evolução transcorrido.
Aparecimento dos autótrofos
O DNA, ao duplicar-se, geralmente dá origem a cópias exatamente iguais; porém, às vezes, ocorrem mutações, isto 
é, alterações na sequência de bases existente na molécula e, com isto, a molécula que controla as atividades vitais 
passa a não ser mais a mesma. Portanto, as células-filhas que receberam a mutação terão uma alteração no seu 
comportamento, serão diferentes.
Se a mudança for vantajosa, conforme o meio ambiente, será mantida pela seleção natural – mecanismo pelo 
qual as características mais vantajosas para a sobrevivência, em dado ambiente, permanecem e são transmitidas aos 
descendentes. Passando à hipótese heterotrófica: em milhares de anos, pode ter havido um número imenso de mutações, 
quando as incontáveis moléculas de DNA se duplicaram. É possível que tais mutações eventualmente tenham passado a 
exercer um controle benéfico sobre o organismo e, com isso, tenham-se acumulado de modo que os indivíduos tenham 
obtido, aos poucos, conjuntos de moléculas de DNA diferentes, resultando em vários tipos de comportamento. Assim, por 
ação mutagênica, teriam surgido organismos autótrofos.
15
Predomínio dos autótrofos
Com o passar do tempo, é possível que os heterótrofos tenham sido obrigados a enfrentar um novo problema: a 
quantidade relativa de alimento teria começado a diminuir; a “sopa” orgânica ter-se-ia diluído progressivamente 
por dois motivos: aumento de consumo de substâncias orgânicas existentes no ar primitivo,devido ao crescimento 
contínuo da população, e diminuição da produção de tais substâncias pelo processo abiogenético.
Aparecimento dos aeróbios
Os primeiros autótrofos, a partir de um suprimento de CO2, enzimas 
de ATP e aparecimento de uma molécula, talvez a clorofila, capaz de 
absorver a energia luminosa, realizariam uma primitiva fotossíntese.
No processo de fotossíntese, liberam-se moléculas de oxigê-
nio. Portanto, podemos supor que uma certa quantidade de gás te-
nha-se acumulado gradativamente, durante milhares de anos, como 
consequência do aparecimento dos autótrofos. Todavia, a utiliza-
ção de oxigênio para a obtenção de energia a partir da gli-
cose libera muito mais energia do que a retirada de energia 
na ausência de oxigênio, pois a fermentação fornece um 
saldo energético de apenas 2 ATP, enquanto, na reação com 
o oxigênio, o saldo é de 38 ATP. Teriam, então, levado vantagem 
os organismos capazes de executar respiração aeróbia, porque, as-
sim, teriam retirado mais energia do alimento disponível.
Teorias atuais
Fósseis, datação radiométrica, filogenia, constituição química de or-
ganismos modernos, bem como experimentos acenam para linhas de 
evidência que jogam luz a respeito da origem da vida. No entanto, as 
hipóteses a esse respeito são sempre vulneráveis a mudanças graças 
ao avanço tecnológico e do conhecimento científico. Mudanças nes-
sas hipóteses fazem parte essencial da pesquisa científica, conside-
rando que elas não afrontam a base da teoria evolutiva.
Há evidências de que a vida tenha se manifestado há 3,5 bilhões 
de anos. Microfósseis (fósseis invisíveis a olho nu) da vida celular pro-
cariótica, frequentemente na forma de estruturas rochosas encontradas 
no sul da África e na Austrália, chamadas estromatólitos, produzidos 
por micróbios (maioria cianobactérias fotossintetizantes), que se for-
mamquando as células crescem na superfície marinha, e sedimentos se 
depositam entre as células ou sobre elas. Assim, uma camada minerali-
zada fica abaixo delas, pois as células crescem na direção da luz. Com 
o passar do tempo e a repetição do processo, camadas mineralizadas 
vão formar uma estrutura rochosa estratificada dessas, o estromatólito.
Ainda hoje, micróbios produzem estromatólitos modernos que são 
incrivelmente similares aos antigos. Vistos em corte transversal, ambos mostram a mesma estrutura de camadas 
produzidas por bactérias. Microfósseis de cianobactérias anciãs são eventualmente identificadas nessas camadas.
Poças de maré e fontes termais vem sendo exploradas por cientistas em busca de outras possibilidades para 
o surgimento da vida. Recentemente, a propósito, cientistas levantaram a hipótese de que a vida se originou junto 
a uma fonte hidrotermal no fundo do mar. Substâncias químicas encontradas nessas regiões e a energia fornecida 
por elas abasteceriam diversas reações químicas indispensáveis à evolução da vida.
Micróbios – ou micro-organismos – é a 
denominação utilizada para os seres acelula-
res visíveis somente ao microscópio e funda-
mentais para a existência da vida.
Modernos estromatólitos, em Shark Bay, Austrália.
Fósseis estromatólitos em secções transversais.
16
e.o. teste I
 1. (FGV) Na difícil busca pela explicação cien-
tífica sobre a origem da vida no planeta Ter-
ra, uma das etapas consideradas essenciais é 
o surgimento de aglomerados de proteínas, 
os coacervados, capazes de isolar um meio 
interno do ambiente externo, permitindo 
que reações bioquímicas ocorressem dentro 
dessas estruturas de forma diferenciada do 
meio externo.
Tal hipótese, envolvendo essa etapa:
a) contesta o princípio da abiogênese sobre a 
evolução bioquímica de moléculas orgânicas.
b) reforça a ideia comprovada de que todo ser 
vivo se origina de outro.
c) considera como espontâneo o processo de 
surgimento da vida no planeta.
d) sugere que os primeiros seres vivos se multi-
plicavam como os vírus atuais.
e) questiona a teoria criacionista, assim como 
a evolucionista lamarckista.
 2. (UPE) O experimento, utilizando-se de fras-
cos de vidro, com o formato de “pescoço de 
cisne”, contendo um “caldo nutritivo” e 
submetido primeiramente ao isolamento e 
posteriormente à exposição ao ar, conforme 
figura abaixo, foi usado para se provar a ori-
gem da vida.
Fervura O líquido
permanece estéril
Crescimento
 microbiano
Quebra do
 gargalo
Fervura
O autor e a teoria por ele provada foram, 
respectivamente:
a) Charles Darwin e Teoria da Evolução.
b) Francesco Redi e Teoria da Abiogênese.
c) Aristóteles e Teoria da Geração Espontânea.
d) Louis Pasteur e Teoria da Biogênese.
e) Louis Joblot e Teoria da Seleção Natural.
 3. (Enem) Em certos locais, larvas de moscas, 
criadas em arroz cozido, são utilizadas como 
iscas para pesca. Alguns criadores, no en-
tanto, acreditam que essas larvas surgem 
espontaneamente do arroz cozido, tal como 
preconizado pela teoria da geração espontâ-
nea. Essa teoria começou a ser refutada pe-
los cientistas ainda no século XVII, a partir 
dos estudos de Redi e Pasteur, que mostra-
ram experimentalmente que:
a) seres vivos podem ser criados em laboratório.
b) a vida se originou no planeta a partir de mi-
crorganismos.
c) o ser vivo é oriundo da reprodução de outro 
ser vivo preexistente.
d) seres vermiformes e microrganismos são 
evolutivamente aparentados.
e) vermes e microrganismos são gerados pela 
matéria existente nos cadáveres e nos caldos 
nutritivos, respectivamente.
 4. (UPE) Em uma gincana de Biologia, você 
concorre a uma vaga para representar Per-
nambuco na etapa nacional. O ponto sortea-
do foi Origem da vida. Você e seu adversário 
receberam cartas de um jogo, relacionadas às 
hipóteses: (1) autotrófica e (2) heterotrófi-
ca. Observe as cartas a seguir:
Vence aquele que inter-relacionar as cartas, 
montando uma sequência coerente com uma 
dessas duas hipóteses, associando as afirma-
ções das colunas 1 e 2.
coluna 1 coluna 2
I) Autotrófica, pois a 
carta 3 traz a definição 
dos seres autótrofos, 
seguida da carta 5 re-
presentando a quimios-
síntese, que antecede o 
processo de fermentação 
mostrado na carta 2.
A) A carta 2 pode ser 
relacionada às cartas 4 
e 1 associadas, respec-
tivamente, à fotossín-
tese e à respiração.
II) Autotrófica, pois a car-
ta 5 representa a fotossín-
tese, que antecede a carta 
3 por trazer a definição 
dos seres heterótrofos 
relacionados aos processos 
de fermentação e respira-
ção, mostrados na carta 2.
B) A carta 2 pode ser 
relacionada às cartas 4 
e 1 associadas, respecti-
vamente, à quimiossín-
tese e à fermentação.
III) Heterotrófica, pois 
as cartas 2 e 3 iniciam 
tratando de fermentação 
e, consequentemente, 
antecedem os processos de 
fotossíntese e respiração, 
representados, respectiva-
mente, nas cartas 5 e 2.
17
Estão corretas as associações:
a) I e A.
b) I e B.
c) II e A.
d) III e A.
e) III e B.
 5. (UFSJ) O aparecimento de animais vermifor-
mes em carne durante o processo de decompo-
sição pode ser observado frequentemente. Em 
1668, Francesco Redi realizou um experimen-
to para tentar elucidar o fenômeno citado. O 
experimento, de forma simplificada, consistiu 
em dois frascos de vidro, onde, em ambos, Redi 
colocou pedaços de carne. Um dos frascos foi 
fechado com gaze e o outro mantido aberto, 
conforme a figura a seguir. Depois de vários 
dias, Redi encontrou os animais vermiformes.
carne
FRASCO A FRASCO B
carne
gaze
Com relação ao experimento, analise as afir-
mativas abaixo.
I. A gaze no frasco B impede a entrada de in-
setos, mas não impede a entrada de micro-
-organismos.
II. Os vermes são formas larvais das moscas e 
por isso só apareceram no frasco A.
III. O frasco A controla experimentalmente o 
frasco B.
IV. Redi não padronizou a quantidade de carne 
nos frascos. Com isso, o experimento é in-
conclusivo.
V. Toda matéria em estado de decomposição 
produz naturalmente seus vermes. Por isso, 
os vermes foram observados nos dois frascos.
VI. Os vermes aparecem nos dois frascos, porém 
aparecem primeiro no frasco A e vários dias 
depois no frasco B.
De acordo com essa análise, estão CORRETAS 
apenas as alternativas:
a) II, III e IV.
b) I, V e VI.
c) I, II e III.
d) IV, V e VI.
 6. (Unicamp) Considerando-se a composição da 
atmosfera primitiva, pode-se afirmar que
a) o CO2 presente na atmosfera primitiva pode ter 
se originado da degradação aeróbica da glicose.
b) a matéria precursora da vida só poderia ter 
se formado se houvesse enzimas para cata-
lisar as reações entre os gases presentes na 
atmosfera primitiva.
c) as substâncias orgânicas formadas a partir 
dos gases presentes na atmosfera primitiva 
deram origem a proteínas e ácidos nucleicos.
d) os aminoácidos formados na Terra primitiva 
surgiram do aumento da interação de molé-
culas de ácido nucleico com proteínas.
 7. (UFPB) Nos estudos sobre o surgimento da 
vida na Terra, duas hipóteses são postuladas 
acerca das formas pelas quais os organismos 
obtinham energia: os primeiros organismos 
eram heterotróficos; e os primeiros organis-
mos eram autotróficos.
Com base na forma de obtenção de energia, 
é correto afirmar que organismos:
a) autotróficos não utilizam oxigênio em suas 
vias metabólicas.
b) autotróficos não obtêm energia a partir de 
compostos inorgânicos.
c) autotróficos utilizam apenas o catabolismo 
para obter energia.
d) heterotróficos utilizam o catabolismo e o 
anabolismo para obter energia.
e) heterotróficos, na ausência de luz, não utili-
zam o anabolismo para obter energia.
 8. (UESC) A origem das células a partir de com-
postos químicos espumosos pode ter ocorrido 
uma vez ou diversas vezes. Em qualquer caso, 
as primeiras células em nossa linhagem foram 
sistemas proteicos autossustentáveis fecha-
dos por membranas, baseados em RNA e DNA. 
Em termos de detalhes da estrutura celular do 
comportamento metabólico, elas eram muito 
semelhantesa nós. Seus componentes mate-
riais estavam em constante intercâmbio com o 
ambiente externo. Elas se desfaziam dos resí-
duos enquanto obtinham alimentos e energia. 
Seus padrões perduravam enquanto elas rea-
basteciam as entranhas com compostos quí-
micos trazidos do ambiente.
MARGULIS, Lynn. O planeta simbiótico: uma nova 
perspectiva da evolução. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.
A respeito dos pré-requisitos necessários na 
geração dos primeiros seres vivos no plane-
ta e as suas repercussões na determinação 
do padrão básico celular atual, pode-se afir-
mar que:
a) uma evolução química na atmosfera primi-
tiva do planeta Terra permitiu forjar os ele-
mentos químicos essenciais na constituição 
dos primeiros seres vivos.
b) a membrana lipoproteica favoreceu o iso-
lamento do protobionte em relação ao am-
biente circundante presente nos oceanos 
primitivos.
c) a presença de uma molécula para a infor-
mação genética capacitou os seres vivos pri-
mordiais na realização de uma reprodução 
associada à hereditariedade.
18
d) a obtenção de energia e matéria a partir da 
utilização do seu próprio resíduo foi essen-
cial no estabelecimento desses seres auto-
tróficos originais.
e) os seres atuais se diferenciam dos proto-
biontes devido à ausência, nos sistemas vi-
vos primordiais, de um metabolismo celular 
que controlasse as atividades biológicas.
 9. (UFRGS) A coluna da esquerda, a seguir, 
apresenta o nome de teorias sobre a evolu-
ção da vida na Terra; a da direita, afirmações 
relacionadas a três dessas teorias.
Associe adequadamente a coluna da direita 
à da esquerda.
coluna 1 coluna 2
1) Abiogênese
( ) Os primeiros seres vi-
vos utilizaram compostos 
inorgânicos da crosta ter-
restre para produzir suas 
substâncias alimentares.
2) Biogênese
3) Panspermia ( ) A vida na Terra surgiu 
a partir de matéria prove-
niente do espaço cósmico.4) Evolução química
5) Hipótese autotrófica
( ) Um ser vivo só se 
origina de outro ser vivo.
A sequência correta de preenchimento dos 
parênteses, de cima para baixo, é:
a) 4 – 2 – 1.
b) 4 – 3 – 2.
c) 1 – 2 – 4.
d) 5 – 1 – 3.
e) 5 – 3 – 2.
 10. (Unesp) Uma vez que não temos evidência 
por observação direta de eventos relacio-
nados à origem da vida, o estudo científico 
desses fenômenos difere do estudo de mui-
tos outros eventos biológicos. Em relação a 
estudos sobre a origem da vida, apresentam-
-se as afirmações seguintes.
I. Uma vez que esses processos ocorreram há 
bilhões de anos, não há possibilidade de re-
alização de experimentos, mesmo em situa-
ções simuladas, que possam contribuir para 
o entendimento desses processos.
II. Os trabalhos desenvolvidos por Oparin e 
Stanley Miller ofereceram pistas para os 
cientistas na construção de hipóteses plau-
síveis quanto à origem da vida.
III. As observações de Oparin sobre coacervados 
ofereceram indícios sobre um processo que 
constituiu-se, provavelmente, em um dos 
primeiros passos para a origem da vida, qual 
seja, o isolamento de macromoléculas do 
meio circundante.
Em relação a estas afirmações, podemos in-
dicar como corretas:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
e.o. teste II
 1. O professor, químico e cientista Stanley 
Miller ficou famoso, por ter sido o primeiro a 
demonstrar que moléculas orgânicas neces-
sárias à vida poderiam ser geradas em la-
boratório. Miller conseguiu produzir, em seu 
experimento, as moléculas:
a) polissacarídeos.
b) triglicerídeos.
c) de benzeno.
d) aminoácidos.
e) DNA e RNA.
 2. (UEL) Analise o esquema a seguir.
Com base no esquema e nos conhecimentos 
sobre a origem da vida, considere as afirma-
tivas a seguir.
I. O esquema representa a origem abiótica 
da vida, em conformidade com a teoria de 
Oparin-Haldane.
II. Os organismos primitivos – microrganismos 
– foram precedidos, em nosso planeta, por 
uma longa evolução dos compostos químicos.
III. Os organismos mais complexos portam em 
seu DNA muitas informações dos organismos 
que lhes antecederam na Terra.
IV. As moléculas de proteínas e de ácidos nu-
cleicos dos organismos atuais são estrutu-
ralmente distintas daquelas presentes em 
organismos primitivos.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
19
 3. (UEL) Considere as frases a seguir.
A. “Afinal, o que é o homem dentro da natureza? 
[...] é-lhe impossível ver o nada de onde saiu 
e o infinito que o envolve.[...] O autor destas 
maravilhas conhece-as; e ninguém mais.”
(Blaise Pascal)
B. “A antiga aliança rompeu-se. O homem 
sabe, finalmente, que está só na imensidade 
indiferente do universo, donde emergiu por 
acaso. Nem o seu destino nem o seu dever 
estão escritos em parte alguma.”
(Jacques Monod)
C. “[...] a vida foi aqui lançada com micror-
ganismos que teriam vindo nalguma forma 
de nave espacial enviada por uma civiliza-
ção superior.”
(Francis Crick)
Assinale a alternativa que indica, correta-
mente, as frases que expressam, respectiva-
mente, as posições em defesa de: criacionis-
mo, panspermia e evolucionismo.
a) A – B – C
b) A – C – B
c) B – A – C
d) B – C – A
e) C – A – B
 4. (UERJ) Considere a hipótese de que o am-
biente marinho primitivo, sem oxigênio 
molecular, onde viveram os primeiros orga-
nismos, contivesse moléculas orgânicas pro-
duzidas por síntese abiótica. Admita, ainda, 
que essas moléculas eram por eles decom-
postas para obtenção de energia.
O tipo de nutrição e a forma de obtenção 
de energia desses organismos deveriam ser, 
respectivamente:
a) homeotrófica – oxidação
b) autotrófica – fotossíntese
c) isotrófica – quimiossíntese
d) heterotrófica – fermentação
 5. Sobre o surgimento da vida no planeta, afir-
ma-se que:
I. O primeiro organismo era heterótrofo e apre-
sentava uma pequena coleção enzimática.
II. Os primeiros seres que surgiram eram autó-
trofos, porque havia uma grande escassez 
de alimento.
III. O aparecimento dos primeiros heterótrofos 
levou à formação de coacervados nos ma-
res primitivos.
IV. O surgimento de moléculas complexas, 
como as proteínas, antecede o aparecimento 
dos aminoácidos.
V. Os raios ultravioleta e as descargas elétricas 
são fundamentais na formação de moléculas 
orgânicas simples.
São corretas as afirmações:
a) I e III.
b) I e V.
c) II, III e IV.
d) II, IV e V.
 6. (Enem) Na solução aquosa das substân-
cias orgânicas pré-bióticas (antes da vida), 
a catálise produziu a síntese de moléculas 
complexas de toda classe, inclusive proteí-
nas e ácidos nucleicos. A natureza dos cata-
lisadores primitivos que agiam antes não é 
conhecida. É quase certo que as argilas de-
sempenharam papel importante: cadeias de 
aminoácidos podem ser produzidas no tubo 
de ensaio mediante a presença de certos ti-
pos de argila. (...)
Mas o avanço verdadeiramente criativo – que 
pode, na realidade, ter ocorrido apenas uma 
vez – ocorreu quando uma molécula de áci-
do nucleico “aprendeu” a orientar a reunião 
de uma proteína, que, por sua vez, ajudou 
a copiar o próprio ácido nucleico. Em ou-
tros termos, um ácido nucleico serviu como 
modelo para a reunião de uma enzima que 
poderia então auxiliar na produção de mais 
ácido nucleico. Com este desenvolvimento 
apareceu o primeiro mecanismo potente de 
realização. A vida tinha começado.
Adaptado de: LURIA, S.E. Vida: experiência inacabada. 
Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1979.
Considere o esquema abaixo:
Tempo (anos) Eventos importantes
Atual
0,5 bilhão
1 bilhão
2 bilhões
3 bilhões
4 bilhões
5 bilhões
Seres humanos
Plantas, répteis, pássaros, peixes
Respiração aeróbia
Consumo de oxigênio nas células
Fotossíntese
Produção de oxigênio nas células
Primeiras células
Primeiros ácidos nucléicos
Formação da Terra
Adaptado de: Grupo de Pesquisa em Educação Química 
USP. Interações e Transformações da atmosfera: fonte de 
materiais extrativos e sintéticos. São Paulo: EDUSP, 1998.
O “avanço verdadeiramente criativo” citado 
no texto deve ter ocorrido no período (em 
bilhões de anos)compreendido aproximada-
mente entre:
a) 5,0 e 4,5.
b) 4,5 e 3,5.
c) 3,5 e 2,0.
d) 2,0 e 1,5.
e) 1,0 e 0,5.
20
 7. (UFRGS) Existem teorias sobre a origem da vida na Terra que relacionam a constituição química 
de componentes celulares dos seres vivos da atualidade com evidências geológicas. A presença de 
átomos de hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio nas moléculas dos seres vivos pode estar 
relacionada com a abundância, na atmosfera primitiva da Terra, das seguintes substâncias:
a) gás nitrogênio, gás oxigênio, gás carbônico e vapor-d’água.
b) nitrato de potássio, mercúrio, ácido clorídrico e metano.
c) cloro-flúor-carbono, nitratos, gás oxigênio e cloreto de sódio.
d) vapor d’água, gás hidrogênio, gás metano e amônia.
e) gás metano, ácido cianídrico, cloro-flúor-carbono e vapor-d’água.
 8. (Fatec) Oparin acreditou que a vida na Terra poderia ter surgido a partir de substâncias orgâni-
cas formadas por combinação de moléculas, como metano, amônia, hidrogênio e vapor de água, 
presentes na atmosfera primitiva de nosso planeta. Depois, teriam ocorrido a síntese proteica nos 
mares, a formação de coacervados e o surgimento das primeiras células. Levando-se em conta os 
processos de formação e as maneiras de utilização dos gases oxigênio e dióxido de carbono, a se-
quência mais provável dos primeiros seres vivos na Terra é a de organismos:
a) heterótrofos anaeróbicos → autótrofos → heterótrofos aeróbicos.
b) heterótrofos anaeróbicos → heterótrofos aeróbicos → autótrofos.
c) heterótrofos aeróbicos → autótrofos → heterótrofos anaeróbicos.
d) autótrofos → heterótrofos anaeróbicos → heterótrofos aeróbicos.
e) autótrofos → heterótrofos aeróbicos → heterótrofos anaeróbicos.
 9. (Unirio) Em 1936, Alexander Oparin propõe uma nova explicação para a origem da vida. Sua hipó-
tese se resume nos seguintes passos descritos no esquema que se segue.
Pela teoria de Oparin, os primeiros seres surgidos na Terra teriam sido:
 a) heterótrofos e aeróbicos.
 b) heterótrofos e anaeróbicos.
 c) autótrofos e anaeróbicos.
 d) autótrofos e aeróbios.
 e) autótrofos e heterótrofos.
 
 10. (UFSC) Evidências indicam que a Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos de idade. A 
partir de sua formação até o aparecimento de condições propícias ao desenvolvimento de for-
mas vivas, milhões de anos se passaram. Sobre a origem da vida e suas hipóteses, assinale a(s) 
proposição(ões) CORRETA(S).
01) O aparecimento da fotossíntese foi muito importante, pois através deste fenômeno alguns seres vivos 
passaram a ter capacidade de formar moléculas energéticas.
02) Segundo a hipótese heterotrófica, os primeiros seres vivos obtinham energia através de processos 
químicos bem simples como a respiração aeróbica.
04) As hipóteses heterotrófica e autotrófica foram baseadas em fatos comprovados que levaram à formula-
ção da Lei da Evolução Química.
08) Os processos químicos nos seres vivos ocorrem dentro de compartimentos isolados do meio externo, 
em função da existência de uma membrana citoplasmática.
16) Em 1953, Stanley L. Miller, simulando as prováveis condições ambientais da Terra no passado, compro-
vou a possibilidade da formação de moléculas complexas como proteínas e glicídios.
32) Há um consenso entre os cientistas quanto à impossibilidade de serem formadas moléculas orgânicas 
fora do ambiente terrestre.
64) A capacidade de duplicar moléculas orgânicas foi uma etapa crucial na origem dos seres vivos.
21
e.o. teste III
 1. (UFRGS) A diversificação da vida na Terra é 
consequência da extremamente longa história 
da acumulação de oxigênio livre (O2) na at-
mosfera que se iniciou há aproximadamente 
3,5 bilhões de anos, quando as primeiras cia-
nobactérias passaram a utilizar gás carbônico 
(CO2) e luz solar para obtenção de energia. No 
gráfico a seguir, os pontos “a”, “b”, “c”, “d” 
e “e” representam eventos intimamente rela-
cionados com o aumento da concentração de 
O2 na atmosfera ao longo do tempo geológico.
 
Adaptado de: DOTT, R.; PROTHERO, D. 
Evolution of the earth. New York: McGraw-Hill, 1994.
Assinale a alternativa em que os eventos cor-
respondentes aos cinco pontos identificados 
no gráfico estão ordenados segundo a prová-
vel sequência em que ocorreram:
a) respiração celular; fotossíntese; conquista 
do ambiente terrestre; origem da célula eu-
cariótica; formação da camada de ozônio.
b) origem da célula eucariótica; fotossíntese; 
respiração celular; conquista do ambiente 
terrestre; formação da camada de ozônio.
c) formação da camada de ozônio; conquista do 
ambiente terrestre; origem da célula eucari-
ótica; respiração celular; fotossíntese.
d) fotossíntese; formação da camada de ozônio; 
respiração celular; conquista do ambiente 
terrestre; origem da célula eucariótica.
e) fotossíntese; respiração celular; origem da 
célula eucariótica; formação da camada de 
ozônio; conquista do ambiente terrestre.
 2. (PUC-RS) Recentes descobertas sobre Mar-
te, feitas pela NASA, sugerem que o Plane-
ta Vermelho pode ter tido vida no passado. 
Essa hipótese está baseada em indícios:
a) da existência de esporos no subsolo marciano.
b) da presença de uma grande quantidade de 
oxigênio em sua atmosfera.
c) de marcas deixadas na areia por seres vivos. 
d) da existência de água líquida no passado.
e) de sinais de rádio oriundos do planeta.
 3. (UFPI) A atmosfera da Terra primitiva era com-
posta por gases simples, como vapor d’água, 
hidrogênio, metano e amônia. Esses gases con-
tinham os ingredientes básicos necessários para 
a vida. Em cada um dos gráficos a seguir, o eixo 
vertical representa quantidades e o horizontal, o 
tempo. Supondo que a quantidade de aminoáci-
dos, numa seção do mar primitivo, aumentou ao 
longo de um determinado tempo, qual dos grá-
ficos a seguir pode representar melhor a quanti-
dade de amônia no mesmo período de tempo?
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V
 4. (FGV) É comum que os livros e meios de co-
municação representem a evolução do Homo 
sapiens a partir de uma sucessão progressiva 
de espécies, como na figura.
Coloca-se na extrema esquerda da figura as es-
pécies mais antigas, indivíduos curvados, com 
braços longos e face simiesca. Completa-se a fi-
gura adicionando, sempre à direita, as espécies 
mais recentes: os australopitecus quase que to-
talmente eretos, os neandertais, e finaliza-se 
com o homem moderno. Esta representação é:
a) adequada. A evolução do homem deu-se ao 
longo de uma linha contínua e progressiva. 
Cada uma das espécies fósseis já encontra-
das é o ancestral direto de espécies mais re-
centes e modernas.
b) adequada. As espécies representadas na fi-
gura demonstram que os homens são des-
cendentes das espécies mais antigas e menos 
evoluídas da família: gorila e chimpanzé.
c) inadequada. Algumas das espécies represen-
tadas na figura estão extintas e não deixa-
ram descendentes. A evolução do homem se-
ria melhor representada inserindo-se lacunas 
entre uma espécie e outra, mantendo-se na 
figura apenas as espécies ainda existentes.
22
d) inadequada. Algumas das espécies represen-
tadas na figura podem não ser ancestrais das 
espécies seguintes. A evolução do homem 
seria melhor representada como galhos de 
um ramo, com cada uma das espécies ocu-
pando a extremidade de cada um dos galhos.
e) inadequada. As espécies representadas na fi-
gura foram espécies contemporâneas e por-
tanto não deveriam ser representadas em fila. 
A evolução do homem seria melhor represen-
tada com as espécies colocadas lado a lado.
 5. (Vunesp) Considere o processo evolutivo 
do ser humano e assinale a alternativa que 
corresponde à hipótese, hoje mais aceita, 
sobre a relação entre as mudanças de hábi-
tos alimentares e o tamanho dos dentes no 
Homo sapiens.
a) Os dentes menores foram selecionados de 
acordo com a mudança alimentar, de herbí-
voro para carnívoro.
b) Não é possível estabelecer nenhuma relação, 
pois, ao adquirir a postura ereta, mãos e bra-
ços ficaram livres para lutar, diminuindo a 
importância da mandíbula e dos dentes.c) O uso do fogo para cozinhar alimentos, tor-
nando-os mais moles, contribuiu para dimi-
nuir o tamanho dos dentes.
d) O uso do fogo não foi importante, pois o ho-
mem conseguiu moldar as formas dos dentes 
de acordo com o consumo de alimentos de 
baixa caloria.
e) O uso do fogo foi importante para diminuir 
o tamanho dos dentes e facilitar as mordidas 
durante as lutas.
e.o. dIssertatIvo
 1. (Unicamp adaptada) “Ouvintes de rádio em 
pânico tomam drama de guerra como verdade”. 
Com esta manchete, o jornal New York Times 
de 10 de novembro de 1938 relatou o que acon-
teceu nos Estados Unidos na noite anterior, 
quando foi narrada pela rádio CBS uma história 
fictícia sobre invasão por marcianos de uma pe-
quena cidade do Estado de Nova Jersey. Marte 
sempre fascinou os cientistas porque, mesmo 
que lá não existam homenzinhos verdes, esse 
planeta parece apresentar, entre os do sistema 
solar, as condições mais propícias à vida. Re-
centemente foram enviadas sondas espaciais 
para procurar indícios de vida em Marte.
Comparando com a origem da vida na Terra, 
indique que condições seriam fundamentais 
para o surgimento de vida em Marte.
 2. (Unicamp) Em 1953, Miller e Urey realiza-
ram experimentos simulando as condições 
da Terra primitiva: supostamente altas tem-
peraturas e atmosfera composta pelos gases 
metano, amônia, hidrogênio e vapor d’água, 
sujeita a descargas elétricas intensas. A fi-
gura a seguir representa o aparato utilizado 
por Miller e Urey em seus experimentos.
Vapor
d’água
Água
fervente
Eletrodos
Área de
condensação
Descargas
 elétricas
Produtos
H2
H2O
CH4
NH3
a) Qual a hipóteses testada por Miller e Urey 
neste experimento?
b) Cite um produto obtido que confirmou a 
hipótese.
c) Como se explica que o O2 tenha surgido pos-
teriormente na atmosfera?
 3. (UERJ) A procura de formas de vida em 
nosso sistema solar tem dirigido o interes-
se de cientistas para Io, um dos satélites de 
Júpiter, que é coberto por grandes oceanos 
congelados. As condições na superfície são 
extremamente agressivas, mas supõe-se que, 
em grandes profundidades, a água esteja em 
estado líquido e a atividade vulcânica sub-
marina seja frequente.
Considerando que tais condições são simila-
res às do bioma abissal da Terra, aponte o 
tipo de bactéria que poderia ter se desen-
volvido em Io, e indique como esse tipo de 
bactéria obtém energia para a síntese de ma-
téria orgânica.
 4. (UFC) Em 1860, Pasteur conseguiu uma vi-
tória para a teoria da biogênese, enfraque-
cendo a confiança na abiogênese, com uma 
experiência simples e completa.
23
Analise o esquema dessa experiência, mos-
trado a seguir, e descreva sucintamente o 
objetivo de cada etapa como também a con-
clusão da experiência.
 § Etapa 1: A solução nutritiva é colocada no 
frasco. Objetivo:
 § Etapas 2 e 3: O gargalo do frasco é curva-
do em S ao calor da chama e a solução é 
fervida fortemente durante alguns minu-
tos. Objetivo:
 § Etapa 4: A solução é resfriada lentamente 
e permanece estéril muito tempo. Objetivo:
 § Etapa 5: O gargalo é quebrado. Objetivo:
 5. O que é a teoria da evolução química?
 6. (PUC-Camp adaptada) Atenção: Para respon-
der esta questão considere o texto apresen-
tado abaixo.
Cientistas sabem da existência de fontes ter-
mais submarinas desde a década de 70. Os 
sistemas conhecidos como chaminés negras, 
ou fumarolas, são os mais comuns. Nessas 
chaminés, a água pode atingir temperaturas 
superiores a 400 oC, devido à proximidade de 
rochas magmáticas. Com pH semelhante ao do 
suco de limão, ela libera sulfetos, ferro, cobre 
e zinco, à medida que se infiltra nas rochas 
vulcânicas abaixo do solo marinho. Quando 
esse fluido ebuliente e ácido sobe novamen-
te à superfície, é expelido pelas chaminés na 
água gelada das profundezas do mar, onde os 
sulfetos de metal dissolvidos resfriam rapi-
damente e precipitam, produzindo uma mis-
tura escura, parecida com nuvens de fumaça 
negra. Apesar da agressiva composição quí-
mica da água ao seu redor, há uma profusão 
de animais exóticos, como os gigantescos ver-
mes tubiformes (Riftia), desprovidos de boca 
e intestinos. Essas criaturas florescem graças 
a uma associação simbiótica com bactérias in-
ternas, que consomem o venenoso gás sulfeto 
de hidrogênio que emana dos orifícios.
(Revista Scientific American Brasil, 
janeiro de 2010, p. 42)
As fontes termais submarinas constituem 
um ambiente favorável para o estudo da ori-
gem da vida em nosso planeta.
I. Para alguns pesquisadores, essas condi-
ções se assemelham ao ambiente inicial, 
que foi favorável à formação e integrida-
de de moléculas orgânicas, e que existiu 
nos primórdios da evolução biológica.
II. Para outros pesquisadores, a água rica em 
gás sulfeto de hidrogênio seria uma fonte 
de nutrientes e energia para que os primei-
ros organismos produzissem seu alimento.
As informações acima estão relacionadas 
com duas hipóteses distintas sobre a origem 
da vida. Quais são elas?
 7. (UEL adaptada) Charles Darwin, além de 
postular que os organismos vivos evoluíam 
pela ação da seleção natural, também consi-
derou a possibilidade de as primeiras formas 
de vida terem surgido em algum lago tépido 
do nosso Planeta. Entretanto, existem outras 
teorias que tentam explicar como e onde a 
vida surgiu. Uma delas, a panspermia, que 
sustenta o quê?
 8. (UFG adaptada) Os raios ultravioleta, pre-
sentes na luz solar, são filtrados pelo ozô-
nio na estratosfera. A camada de ozônio, 
formada há cerca de 450 milhões de anos, 
ocorreu por causa da evolução de quais or-
ganismos? Explique.
 9. (Enem adaptada) Uma equipe de paleon-
tólogos descobriu um rastro de dinossauro 
carnívoro e nadador, no norte da Espanha. 
O rastro completo tem comprimento igual 
a 15 metros e consiste de vários pares si-
métricos de duas marcas de três arranhões 
cada uma, conservadas em arenito. O espa-
ço entre duas marcas consecutivas mostra 
uma pernada de 2,5 metros. O rastro difere 
do de um dinossauro não nadador: “são as 
unhas que penetram no barro – e não a pi-
sada –, o que demonstra que o animal estava 
nadando sobre a água: só tocava o solo com 
as unhas, não pisava”, afirmam os paleontó-
logos. Internet: <www.noticias.uol.com.br> 
(com adaptações). Qual dos fragmentos do 
texto, considerado isoladamente, é variável 
relevante para se estimar o tamanho do di-
nossauro nadador mencionado?
 10. (Ufersa adaptada) Responda esta questão 
com base no calendário abaixo, que repre-
senta a história da Terra, desde o seu sur-
gimento até os dias de hoje, descrita numa 
escala hipotética de 12 meses.
Considerando a origem e evolução da nos-
sa espécie, nesse calendário, o homem teria 
surgido em qual mês?
24
e.o. enem
 1. As áreas numeradas no gráfico abaixo mos-
tram a composição em volume, aproximada, 
dos gases na atmosfera terrestre, desde sua 
formação até os dias atuais.
Composição/%
100
80
60
40
20
0
5 4 3 2 1 0
Data
atual
I. Metano e Hidrogênio
II. Vapor d’água
III. Amônia
IV. Nitrogênio
V. Gás Carbônico
VI. Oxigênio
(Adaptado de The Random House Encyclopedias, 
3 ed. 1990) 
No que se refere à composição em volume da 
atmosfera terrestre há 2,5 bilhões de anos, 
pode-se afirmar que o volume de oxigênio, em 
valores percentuais, era de, aproximadamente:
a) 95%.
b) 77%.
c) 45%.
d) 21%.
e) 5%.
 2. O efeito estufa não é fenômeno recente e, 
muito menos, naturalmente maléfico. Al-
guns dos gases que o provocam funcionam 
como uma capa protetora que impede a 
dispersão total do calor e garante o equi-
líbrio da temperatura na Terra. Cientistas 
americanos da Universidade da Virgínia 
alegam ter descoberto um dos primeiros 
registros da ação humana sobre o efeito 
estufa. Há oito mil anos, houve uma súbita 
elevação da quantidade de CO2 na atmos-
fera terrestre. Nesse mesmo período, agri-
cultores da Europa e da China já domina-
vam o fogo e haviam domesticado cães e 
ovelhas. A atividade humana da época com 
maior impacto sobre a organização social e 
sobre o ambiente foi o começodo plantio 
de trigo, cevada, ervilha e outros vegetais. 
Esse plantio passou a exigir áreas de terre-
no livre de sua vegetação original, provi-
denciadas pelos inúmeros grupos humanos 
nessas regiões com métodos elementares 
de preparo do solo, ainda hoje, usados e 
condenados, em razão dos problemas am-
bientais decorrentes.
Aquecimento global e a nova geografia de produção 
no Brasil. Disponível em:<http://www.embrapa.
br/publicacoes/tecnico/aquecimentoglobal.
pdf&gt. Acesso em: 23 jun. 2009. (adaptado).
Segundo a hipótese levantada pela pesquisa 
sobre as primeiras atividades humanas or-
ganizadas, o impacto ambiental mencionado 
foi decorrente:
a) da manipulação de alimentos cujo cozimen-
to e consumo liberavam grandes quantida-
des de calor e gás carbônico.
b) da queima ou da deterioração das árvores 
derrubadas para o plantio, que contribuíram 
para a liberação de gás carbônico e poluen-
tes em proporções significativas.
c) do início da domesticação de animais no perí-
odo mencionado, a qual contribuiu para uma 
forte elevação das emissões de gás metano.
d) da derrubada de árvores para a fabricação de 
casas e móveis, que representou o principal 
fator de liberação de gás carbônico na at-
mosfera naquele período.
e) do incremento na fabricação de cerâmicas 
que, naquele período, contribuiu para a libe-
ração de material particulado na atmosfera.
 3. Estima-se que haja, no Acre, 209 espécies de ma-
míferos distribuídas conforme a tabela a seguir.
grupos 
taxonômicos
número 
de espécies
Artiodáctilos 4
Carnívoros 18
Cetáceos 2
Quirópteros 103
Lafomorfos 1
Marsupiais 16
Perissodáctilos 1
Primatas 20
Roedores 33
Sirênios 1
Edentados 10
Total 209
T&C Amazônia, ano 1, n. 3, dez. 2003.
Deseja-se realizar um estudo comparativo en-
tre três dessas espécies de mamíferos – um 
do grupo Cetáceos, outra do grupo Primata e 
a terceira do grupo Roedores. O número de 
conjuntos distintos que podem ser formados 
com essas espécies para esse estudo é igual a:
25
a) 1.320.
b) 2.090.
c) 5.845.
d) 6.600.
e) 7.245.
 4. Pesquisas recentes estimam o seguinte perfil 
da concentração de oxigênio (O2) atmosféri-
co ao longo da história evolutiva da Terra: no 
período Carbonífero, entre aproximadamente 
350 e 300 milhões de anos, houve uma am-
pla ocorrência de animais gigantes, como, por 
exemplo, insetos voadores de 45 centímentros 
e anfíbios de até 2 metros de comprimento. 
No entanto, grande parte da vida na Terra foi 
extinta há cerca de 250 milhões de anos, du-
rante o período Permiano. Sabendo-se que o 
O2 é um gás extremamente importante para 
os processos de obtenção de energia em siste-
mas biológicos, conclui-se que:
Concentração
 de O2 (%)
40
30
20
10
0
-6
00
-5
00
-4
00
-3
00
-2
00
-1
00
0 
(h
oj
e)
Tempo (milhões de anos)
a) A concentração de nitrogênio atmosférico se 
manteve constante nos últimos 400 milhões 
de anos, possibilitando o surgimento de ani-
mais gigantes.
b) A produção de energia dos organismos fo-
tossintéticos causou a extinção em massa no 
período Permiano por aumentar a concentra-
ção de oxigênio atmosférico.
c) O surgimento de animais gigantes pode ser 
explicado pelo aumento de concentração de 
oxigênio atmosférico, o que possibilitou uma 
maior absorção de oxigênio por esses animais.
d) O aumento da concentração de gás carbôni-
co (CO2) atmosférico no período Carbonífero 
causou mutações que permitiram o apareci-
mento de animais gigantes.
e) A redução da concentração de oxigênio at-
mosférico no período Permiano permitiu 
um aumento da biodiversidade terrestre por 
meio da indução de processos de obtenção 
de energia.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
O assunto na aula de Biologia era a evolu-
ção do Homem. Foi apresentada aos alunos 
uma árvore filogenética, igual à mostrada na 
ilustração, que relacionava primatas atuais e 
seus ancestrais.
Legenda da ilustração:
1. Símios do Novo Mundo
2. Símios do Velho Mundo
3. Gibão
4. Orangotango
5. Gorila
6. Chimpanzé
7. Homem
I. Hilobatídeos
II. Pongídeos
III. Hominídeos
Árvore filogenética provável dos antropoides.
 5. Após observar o material fornecido pelo pro-
fessor, os alunos emitiram várias opiniões, a 
saber:
I. os macacos antropoides (orangotango, 
gorila, chimpanzé e gibão) surgiram na 
Terra mais ou menos contemporanea-
mente ao Homem.
II. alguns homens primitivos, hoje extintos, 
descendem dos macacos antropoides.
III. na história evolutiva, os homens e os 
macacos antropoides tiveram um ances-
tral comum.
IV. não existe relação de parentesco genético 
entre macacos antropoides e homens.
Analisando a árvore filogenética, você pode 
concluir que:
a) todas as afirmativas estão corretas.
b) apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
d) apenas a afirmativa II está correta.
e) apenas a afirmativa IV está correta.
26
gabarIto
E.O. Teste I
1. C 2. D 3. C 4. A 5. C
6. C 7. D 8. C 9. E 10. D
E.O. Teste II
1. D 2. D 3. B 4. D 5. B
6. B 7. D 8. A 9. B
10. 01 + 08 + 64 = 73 
E.O. Teste III
1. E 2. D 3. D 4. D 5. C
E.O. Dissertativo
 1. Para que houvesse vida em Marte, sua at-
mosfera deveria ter as condições existentes 
na Terra primitiva: gases como a amônia, 
metano, hidrogênio, além do vapor d’água, 
que em temperaturas adequadas, reagiriam 
após a ação de descargas elétricas e radia-
ções, formando assim as primeiras molécu-
las orgânicas.
 2. 
a) Miller e Urey testaram a hipótese da evo-
lução gradual dos sistemas químicos ou 
hipótese heterotrófica, segundo a qual os 
gases da atmosfera primitiva formariam 
os compostos orgânicos que originaram 
as primeiras formas viventes no planeta 
Terra.
b) Essa hipótese foi confirmada pela obten-
ção de aminoácidos.
c) O surgimento de organismos autótrofos 
fotossintetizantes, após a ocorrência de 
mutações, propiciou o aumento do oxigê-
nio livre.
 3. Em Io poderiam ter se desenvolvido bacté-
rias quimioautotróficas, que obtêm energia 
para a síntese de matéria orgânica a partir 
da oxidação de substâncias inorgânicas.
 4. A etapa 1 tem como objetivo fornecer as con-
dições para que os microrganismos, presen-
tes no ar, possam se desenvolver. Durante as 
etapas 2 e 3, o objetivo é dificultar a entrada 
de ar contaminado após a fervura, feita com 
o objetivo de esterilizar a solução. A etapa 4 
permite o resfriamento do frasco e mantém 
o líquido estéril por um tempo, pois, mes-
mo com a entrada de ar com impurezas, o 
líquido ainda próximo do ponto de ebulição 
impede o desenvolvimento dos organismos 
contaminantes. No entanto, quando o líquido 
encontra-se frio, não há impedimento para o 
desenvolvimento dos micro-organismos. Com 
a quebra do gargalo, na etapa 5, Pasteur tem 
como objetivo demonstrar que o líquido pos-
sui a capacidade de manter a vida, caso fosse 
introduzido algum microrganismo, mesmo 
após a fervura do conteúdo.
 5. A teoria da evolução química, também co-
nhecida como teoria da evolução molecular 
ou como hipótese da evolução gradual, pro-
posta pelo biólogo Thomas Huxley, e poste-
riormente aprimorada por Oparin e Haldane, 
defende a ideia que a vida surgiu a partir 
de uma evolução química, na qual compostos 
inorgânicos formaram compostos orgânicos 
simples, sendo estes formadores de molé-
culas complexas, como lipídeos e proteínas, 
que se uniram e formaram estruturas ca-
pazes de se duplicar, originando estruturas 
complexas, consideradas os primeiros seres 
vivos.
 6. A hipótese I se relaciona com a teoria he-
terotrófica, que defende que os primeiros 
organismos eram heterótrofos, dependendo 
de fontes externas de alimento. A hipótese 
II relaciona-se à teoria autotrófica, que de-
fende a existência primordial de organismos 
quimiossintetizantes, produtores do próprio 
alimento, a partir da energia obtida por rea-
ções químicas inorgânicas.
 7. A panspermia é a teoria que defende a for-
mação da vida fora do Planeta Terra, sendo 
as moléculas e organismos carregados por 
meteoritos, cometas

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