Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTERVENÇÃO EM CRISE RELATÓRIO DA AULA DO DIA 18/08/2020 Professor: Fernando Marcio de Souza Ferreira Acadêmico: Dalmir José Vieira Acadêmica: Maíra de Jesus Santiago Disciplina: Intervenção em Crise Tema: Artigo; O conceito de crise na Clínica da Intervenção em Crise Autores: Marcelo Tavares Blanca Susana Guevara Werlang 1 – Objetivos: A aula do dia 18 de agosto de 2020 teve como objetivo esclarecer para a turma do nono período de Psicologia o conceito de crise na Clínica da Intervenção em Crise. • Apresentar uma visão psicodinâmica da crise; • Relatar de forma resumida sua concepção a qual vem atrelada a ocorrência de um trauma ou catástrofe; 2 – Introdução Teórica: Um estado de crise tem como determinante dois fatores o externo e o interno. ou seja, trata a crise como uma resposta induzida pela emergência de situações externas. Por exemplo um incêndio, Um tiroteio, um sequestro. Pode-se concluir que a Intervenção em Crise, vem como resposta a uma situação de emergência. A Psiquiatria utiliza a mesma concepção quando os sintomas vêm um evento “endógeno” e utilizar a medicalização como forma prioritária de tratamento. Segundo Caplan e Erikison A crise passa a ser vista como normativa e necessária, numa concepção psicossocial do desenvolvimento, e se vincula às tarefas impostas pelo processo de amadurecimento e às competências adquiridas pela experiência. 2.1 – Crise psicológica — Uma definição É um processo subjetivo, determinado pelos acontecimentos que dependem de uma realidade interna e externa mobilizando uma pessoa a encontrar novas respostas para as quais ela perdeu ou ainda não acessou, não adquiriu, não desenvolveu um repertório ou recursos necessários para dar solução a complexidade da tarefa em questão. 2.1.1 Essa definição tem oito características fundamentais 01 - Demanda (mobilizadora), 02 - Condições da realidade interna e externa, 03 - Resposta, 04 - Recursos, 05 - Complexidade (histórica e contextualmente determinada); 06 - Processo, 07 - Subjetividade 08 - Solução 3 – Definição das Características de Crise psicológica 3.1 – Demanda “Se não há demanda, não há crise” A Demanda é o potencial que tem para exercer uma pressão e criar um estado de tensão. 3.2 – Condições da realidade internas e externas A ação de condições de realidade interna e externa psicológicas, favorece a compreensão de seus fatores determinantes, permitindo a definição de estratégias de intervenção e prevenção, a partir do Trinômio Biopsicossocial, que são os Fatores biológicos, psicológicos e sociais. EX: Pessoas de meia idade, adolescência, menopausa e andropausa e condições geografia. 3.2.1 – Fatores Externos Fatores externos podem promover, dificultar ou restringir a possibilidade de realização de desejos e de exercício de novas habilidades. Dessa maneira aspectos internos e externos passam combinar harmonicamente para a crise que se instala, limitando a possibilidade de respostas ou resoluções da situação. 3.3 – Reação ou resposta O sujeito deverá envolver-se, ou seja, “Se não houver participação do sujeito não há crise”. A situação mobiliza o sujeito, criando tensões que o afetam. Por ex: tirar uma licença de trabalho, evitar contato com certas pessoas ou mudar de residência. Um fator de reação ou resposta é a pandemia que estamos passando no momento. A desmobilização, negação, evitação, o isolamento do afeto, podem contribuir para sensação de alívio que se traduz pelo não envolvimento com a situação de crise. Ex: Um funcionário querido pelos colegas desenvolve um quadro de depressão após ser promovido a diretor. Crise da qual foi motivada pela dificuldade de dizer não e desagradar alguns colegas. O cargo gerou culpa, medo de desaprovação. 3.3.1 – Natureza e qualidade da reposta frente a situações de crise A demanda exige do sujeito respostas novas ou diferenciadas e irá cobrar dele a competência ou capacidade para buscar e emitir estas respostas, independente das que ele efetivamente é capaz de dar. Uma pessoa agressiva que recorre à bebida alcoólica está em risco de tornar-se violenta ou alcoólatra, a menos que perceba a escalada desses comportamentos como respostas inadequadas a situação ou como respostas contrárias à sua identidade ou a seus valores (que na maioria das vezes percebe, mas nega?). 3.4 – Recursos “Não é qualquer demanda que irá instaurar uma crise” É necessário que o sujeito, a quem essa demanda se aplica, não tenha adquirido, não tenha desenvolvido, não domine, não tenha condições de acessar ou tenha perdido a capacidade, repertório ou recursos necessários para enfrentá-la. Se o sujeito possui os recursos necessários frente a situação, não haverá crise. É entendido como recursos, quando se inclui; habilidades, capacidades e competências e meios pessoais, interpessoais, familiares e sociais de alcançar seus fins. Portanto, a crise psicológica, em geral, refere-se a uma nova experiência na vida do sujeito, acompanhada de uma necessidade. 3.5 – Crise e complexidade (histórica e contextualmente determinada); É de fundamental importância a compreensão da complexidade dos elementos que sustentam uma crise. A exemplo temos o funcionário que foi promovido. Seu aceite na promoção lhe causou conflito, por não assimilar que poderia agradar uns e desagradar outros. As crises também comportam elementos transgeracionais e sistêmicos. Filhos podem desenvolver ou repetir crises de seus familiares. 3.6 – Crise como processo A crise envolve; elaboração, experimentação, transformação e resolução (para melhor ou para pior), ou seja, ela tem história e, entre seus elementos mais importantes, os fatores de risco e de proteção que irão dificultar ou favorecer a superação. A superação de uma crise implica em aceitar os limites pessoais, as perdas evolutivas, como, por exemplo, as impostas pela idade. 3.7 – Subjetividade e crise Fatores sociais ou ambientais, como o desemprego ou uma aposentadoria compulsória, podem estar associadas a crises. Fatores concretos, como a vida em situação de pobreza, podem iniciar ou agravar um processo de crise. Tais fatores, são considerados, como estressores. 3.7.1 – A função da crise Segundo Erik Erikson, a tarefa da crise é possibilitar a aquisição de competências, Modificações do repertório de respostas e das competências do sujeito. Toda crise chega a um desfecho, que representa um período de acomodação, mesmo quando as respostas do sujeito são inadequadas ou desadaptativas. • A função da crise é a de promover o desenvolvimento de um novo contexto de estabilidade ou equilíbrio dinâmico. • A função da crise é promover um novo contexto de equilíbrio, uma pessoa que passa por uma situação de crise será modificada por ela. • Ainda pode ser se encontrado Três possibilidades de resolução de uma situação de uma crise; a superação, estagnação ou interrupção. a) – Superação, a crise pode ser considerada um desafio, uma experiência que apresenta riscos e oportunidades que aponta a direção ou sentido do desenvolvimento pessoal, maior inserção social, autonomia, responsabilidade, liberdade e maturidade. Uma das funções importantes da IC é avaliar e favorecer a dissolução de resistências iniciais ao processo e fortalecer a aliança terapêutica para a mudança. b) Estagnação; A crise apresenta risco de fracasso. Na estagnação o sujeito busca ajustar-se a situação por meio de mecanismos de evitação, o que o deixa vulnerável ao risco de ruptura em situações propícias. c) Interrupção; Período de acomodação que sucede uma ruptura. Ruptura são as vivências da fase crítica, dos sintomas agudos, dos Sintomas crônicos, da Capacidade de adaptação comprometida e da restrição da autonomia e liberdade. Pode aumentar o risco de novas crises frente a situações futuras.3.7.1 – Crise, seu desfecho e o papel da Intervenção em Crise A fase de estabilidade posterior a fase crítica ou aguda da crise pode ser um patamar superior, semelhante, inferior ou muito inferior ao nível de funcionamento do sujeito antes da fase crítica da crise. O objetivo da intervenção é ajudar a pessoa a retornar a este nível anterior de funcionamento e, ajudá-la a se mobilizar para investir em um processo mais longo de transformação. A IC tem por meta a superação da fase crítica da crise enquanto a psicoterapia é dirigida à transformação das condições de vulnerabilidade que favoreceram a emergência da fase crítica da crise. 4 – Resultados e Discussão: Através dessa aula realizada no dia 18/08/2020 com base no artigo, intitulado: O conceito de crise na Clínica da Intervenção em Crise. de Marcelo Tavares e Blanca Susana Guevara Werlang, como também de forma clara e precisa ministrada pelo professor Fernando, com a participação de vários outros colegas, foi possível relatar e facilitar o entendimento não somente desse tema, tão relevante I.C. como também aprender a superá-las. 5 – Conclusões: A vivência de uma crise atual está atrelada ao desenvolvimento e a eventos na história de vida, e nela tem um sentido e uma função. Ela se relaciona de modo complexo com os mais diversos elementos que considera uma realidade interna e externa, articulando a história pessoal, medos, desejos e necessidades, dando sentido as mais diversas manifestações sintomáticas. O sintoma comunica os processos, e tem neles, sua função nos exemplos discutidos. 6 – Referências TAVARES, M. WERLANG; B. S. G. O conceito de crise na Clínica da Intervenção em Crise. Rev. Psicologia Clínica e Cultura Contemporânea. Programa de Pós- Graduação em Psicologia Clínica e Cultura Universidade de Brasília 2012 FERREIRA, F. M. S; VIEIRA, D. J; SANTIAGO, M. J.. Informações verbais através de aula, slides. Aula realizada na FACISA no segundo semestre, 18 ago 2020.
Compartilhar