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ação popular x ação civil publica

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Membros do Grupo: Paulo Henrique; Francisca Edivania; Gedouglas; Débora Pascoal; Amanda Bruna; Greice Barros; Bruno Andrade e Thaís Nayara.
Distinções entre Ação Popular
e Ação Civil Pública
AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
Regida pela Lei 7.347, de 24 de julho de 1985, a Ação Civil Pública pode ser proposta pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela União, os estados, municípios, autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista e associações interessadas, desde que constituídas há pelo menos um ano.
Conforme a lei, a ação civil pública, da mesma forma que a ação popular, busca proteger os interesses da coletividade. Um dos diferenciais é que nela podem figurar como réus não apenas a administração pública, mas qualquer pessoa física ou jurídica que cause danos ao meio ambiente, aos consumidores em geral, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Cabe uma ação pública, por exemplo, quando uma comunidade é atingida pelo rompimento de uma barragem. Nesse caso, os responsáveis podem ser condenados a reparar, financeiramente, os danos morais e materiais da coletividade atingida. Esse tipo de ação também pode ser movido com o objetivo de obrigar o réu a corrigir o ato praticado ou, no caso de omissão, a tomar determinada providência.
A ação civil pública também é regida subsidiariamente pelo Código de Processo Civil, mas somente naquilo que não contrarie a Lei 7.347/1985. Em regra, esse instrumento processual deve ser proposto no primeiro grau de jurisdição da Justiça Estadual ou Federal. Após a sentença as partes poderão apresentar recursos ao segundo grau de jurisdição.
AÇÃO POPULAR: 
Permite ao cidadão recorrer à Justiça na defesa da coletividade para prevenir ou reformar atos lesivos que forem cometidos por agentes públicos ou a eles equiparados por lei ou delegação. Há também a possibilidade de uma ação popular ser aberta quando a administração pública for omissa em relação a atos que deveria praticar. Todos os eleitores brasileiros, incluindo os menores de 18 anos, têm legitimidade para propor uma ação desse tipo. Há, no entanto, a necessidade de se demonstrar a lesividade ou ameaça ao direito provocada pelo ato da administração pública ou pela omissão desta.
Esse instrumento processual é regido pela Lei 4.717, de 29 de junho de 1965, com aplicação do Código de Processo Civil, somente naquilo que não contrarie as disposições da referida lei. A ação pode ser proposta para resguardar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio público, histórico e cultural. Cabe uma ação popular, por exemplo, quando é considerado abusivo o reajuste sobre o salário de vereadores de determinada câmara municipal. 
Em regra, a competência para o início da tramitação da ação popular é do juízo de primeiro grau da Justiça Federal ou Estadual, dependendo da esfera administrativa da parte acionada. Em ambos os casos a ação é acompanhada pelo Ministério Público.
Se a sentença for favorável ao autor, a parte condenada será compelida a corrigir o ato praticado ou, no caso de omissão, a tomar as medidas reclamadas na ação popular. Ele também deverá ressarcir financeiramente os prejuízos causados, a pagar custas e demais despesas judiciais e extrajudiciais, além de arcar com outras obrigações financeiras.
Segundo a Lei 4.717/1965, as partes envolvidas podem entrar com recurso após a decisão terminativa proferida em primeiro grau. Se ele considerar a ação improcedente, o autor pode recorrer para o segundo grau de jurisdição. No caso de procedência, a parte condenada também pode interpor uma apelação.
A atuação do Ministério Público em sede de ação popular
A participação do parquet é tão relevante que Ary Florêncio Guimarães afirma que a instituição atua na ação popular como parte ou coautora. Paulo Barbosa de Campos Filho, também defensor desta posição, coloca o promotor de justiça como coautor popular. Na mesma linha, J. M. Othon Sidou afirma que "sua influência é sempre unilateral e pro actore". Todavia, Hely Lopes Meirelles discorda desta ideia, alegando que o Ministério Público não está vinculado aos interesses do autor popular, bem como não se subordina aos interesses da administração na defesa do ato impugnado. Sendo assim, o órgão tem posição singular e age como "parte pública autônoma incumbida de velar pela regularidade do processo, de apressar a produção da prova e de promover a responsabilidade civil ou criminal dos culpados". 
Rodolfo de Camargo Mancuso concorda com a classificação dada por Hely Lopes Meirelles; e, afirma, ainda, que o órgão ministerial tem a função de zelar para que a ilegalidade e a lesividade apontada pelo autor popular seja objeto de uma eficiente investigação probatória, sempre mantendo uma postura independente assegurada pela Constituição da República, em seu artigo 127, §1.º, para que possa no final emitir opinião pro ou contra a tese sustentada pelo autor. 
Ademais, defende o doutrinador que parte, verdadeira e propriamente, o órgão ministerial não é; mas é um órgão que age em prol do interesse público. Para isso, são conferidos à instituição poderes específicos ou próprios de parte no processo. José Afonso da Silva leciona que o parquet participa na ação popular na qualidade de oficiante e fiscal da aplicação da lei, sendo esta a sua principal função; podendo atuar como parte principal; como substituto do autor popular; como sucessor do autor popular; e, ainda, como titular. Outrossim, acrescenta o autor que as funções do Ministério Público na ação popular podem ser dividas em dois tipos. O primeiro refere-se a funções ou atividades obrigatórias e o segundo a funções ou atividades facultativas. Coloca o jurista que há casos em que é dever do parquet praticar certos atos, sendo estes:
a) acompanhar a ação; b) apressar a produção de prova; c) promover a responsabilidade civil e criminal, dos que nela incidirem; d) providenciar para que as requisições de documentos e informações sejam atendidas dentro do prazo fixado pelo juiz; e) promover a execução da sentença condenatória. Por outro lado, as funções e atividades facultativas são as situações em que a lei deu o direito ao membro ministerial de exercê-las. Logo, a prática destes atos é apenas uma faculdade, que estarão submetidas a um julgamento cuja finalidade é a observância do interesse público, são estes os casos: desistência ou de absolvição da instância, podendo o parquet dar continuidade ao processo; e, a faculdade de recorrer de decisões contrárias ao autor popular. Observa Antônio Cláudio da Costa Machado que poucas leis extravagantes fazem previsão a tantas funções ministeriais em uma mesma situação material como a Lei 4717/65; pois, em quatro dispositivos legais surgem três atribuições distintas. O autor divide estas atribuições segundo o tipo de legitimação: a) legitimação ativa ad causam originária para propor ação penal, para intentar ação civil de responsabilidade e para a propositura da ação de execução; b) legitimação ativa ad causam superveniente no caso em que o autor desiste da ação e o Ministério Público prossegue com a mesma ou se ocorresse o instituto, já revogado, que se chamava absolvição de instância; c) legitimação interventiva especial para atuar como fiscal da lei. Assim sendo, a Lei 4.717/65 instituiu ao parquet as funções de acompanhar a ação, atuando como custos legis; cumprir o papel de ativador da produção de prova; promover a responsabilidade civil e criminal; providenciar que as requisições de documentos e informações sejam satisfeitas dentro do prazo fixado pelo juiz; promover a execução da sentença condenatória; dar continuidade ao processo no caso de desistência ou abandono da ação caso haja interesse público; e, ainda a faculdade de recorrer de decisões contrárias ao cidadão que entrou com a demanda, observando que independentemente da função desempenhada pelo parquet, ele nunca se afastará de sua função primordial que é a defesa do interesse público. Posto isto, nem sempre o pleito do autor coincidirá com a posição ministerial,haja vista que não é função da instituição ser um advogado ou assistente do autor da ação, mas sim ser defensor da legalidade e do interesse público, tendo o poder de opinar livremente, pela procedência ou não da ação.
É importante salientar que isto não se encaixa na proibição legal prevista o artigo 6º, §4º da lei 4717, que veda ao parquet assumir a defesa do ato impugnado ou de seus autores, posto que assumir a defesa é tomar a defesa para si, e o Ministério Público, ao opinar, simplesmente cumpre com o seu dever legal, defendendo o interesse público, que poderá ou não estar presente na ação. Inclusive, poderá o Ministério Púbico opinar pela observância dos pressupostos processuais e condições da ação mesmo que isso acarrete a improcedência da ação, posto que sua função de defensor da lei é primordial. Diante disto, observa-se que não importa a função atribuída ao parquet na ação popular, a instituição nunca se separa da proteção da coletividade, da observância da legalidade e da busca constante pela justiça.

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