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TCC Sheila Lima

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NÚCLEO DE TERAPIA INTEGRADA – 
JORDAN CAMPOS 
CURSO DE FORMAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO EM 
TERAPIA TRANSPESSOAL SISTÊMICA 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
DISCENTES: 
ADENOR PRIMO JUNIOR 
SHEILA MARIA LIMA SANTOS 
 
 
 
 
 
A TERAPIA TRANSPESSOAL SISTÊMICA ATRAVÉS DO 
OLHAR DOS SETÊNIOS NO ATENDIMENTO TERAPÊUTICO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2018 
2 
 
A TERAPIA TRANSPESSOAL SISTÊMICA ATRAVÉS DO 
OLHAR DOS SETÊNIOS NO ATENDIMENTO TERAPÊUTICO. 
 
 
 
Autores: 
Adenor Primo da Fonseca Junior1 
Sheila Maria Lima Santos1 
George Mariane Soares Santana2 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Núcleo de Terapia Integrada Jordan Campos - 
Programa de Formação e Pós-Graduação - 
Faculdade Unibahia – Faculdades Integradas 
Ipitanga, como requisito parcial para obtenção do 
título de Terapeuta Transpessoal Sistêmico. 
 
Orientador: Prof. Doutor George Mariane Soares 
Santana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2018 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao nosso Mestre Jordan Campos, 
idealizador deste Curso de Formação e 
Pós-Graduação, nosso respeito e 
admiração. Ao Professor Orientador Dr. 
George Mariane Soares Santana, por ter 
nos apresentado a Antroposofia, através 
da Análise dos Setênios, sido o Toque de 
Midas deste trabalho, com sua 
sensibilidade, abertura e flexibilidade 
impecáveis, e, por sua positividade diante 
dos desafios acadêmicos. 
4 
 
 
 
 
 
A Terapia Transpessoal Sistêmica Através do Olhar dos Setênios no 
Atendimento Terapêutico. 
Adenor Primo Junior1 
Sheila Maria Lima Santos1 
George Mariane Soares Santana2 
RESUMO: 
A Terapia Transpessoal é um sistema complexo que objetiva a regulação emocional 
através de uma abordagem sistêmica, transcendendo o indivíduo do corpo físico e 
tratando-o sob uma visão, mente corpo e espírito num processo multidimensional e 
atemporal. O objetivo deste estudo é demonstrar e fazer com que o paciente 
entenda que a vida é constituída de ciclos e que cada ciclo (composto de sete anos) 
possui transformações e características próprias, levando-o ao autoconhecimento, 
contribuindo para identificar seus padrões de vida, entender as raízes das suas 
escolhas, harmonizá-los e situá-los numa vida mais equilibrada e com mais 
significado a partir do cabedal de técnicas que a TTS propõe. A metodologia 
utilizada para tal estudo englobou pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa, 
através da consulta de livros, monografias, teses, artigos e documentos publicados 
para que assim possibilitassem uma maior compreensão sobre o tema. Observamos 
que as técnicas TTS podem exercer indelével contribuição nas redecisões da vida 
de seus assistidos, uma vez que, os setênios atuam como medida de possibilidades 
de eventos por ciclos da sua vida. Sabendo-se que o tema em questão foge ao 
estudo da Terapia Transpessoal Sistêmica e que após observada sua contribuição, 
resolvemos fazê-lo, por ser perceptível utilizar a Teoria dos Setênios como 
ferramenta na abordagem da TTS. Pois, a partir do estudo desta abordagem 
podemos identificar, em cada uma das fases cíclicas, acontecimentos significativos 
que podem marcar a vida da pessoa, sejam eles fisiológicos ou até mesmo 
patológicos, que impeçam a pessoa de tratamento para desenvolver a autoestima, 
autoaceitação, autoconfiança e proporcionar a mobilização do seu potencial de 
autocura, através das técnicas do TTS como Constelação, PNL, Iridologia, 
Floralterapia, Regressão dentre outras. 
 
Palavras-chaves: Antroposofia; Teoria dos Setênios; Terapia Transpessoal 
Sistêmica. 
 
1
 Especializando. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso da Especialização 
em Terapia Transpessoal Sistêmica, realizada pelo Núcleo de Terapia Integrada – Jordan Campos - 
Unibahia. E-mail:adenor@exitomarketing.com.br. 
 1
Especializanda. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso da 
Especialização em Terapia Transpessoal Sistêmica, realizada pelo Núcleo de Terapia Integrada – 
Jordan Campos - Unibahia. E-mail:sheilalima04@gmail.com. 
2
 Pós-doutor em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. Doutor em Patologia 
Humana. Docente na orientação do Trabalho de Conclusão de Curso da Especialização em Terapia 
Transpessoal Sistêmica, realizada pelo Núcleo de Terapia Integrada – Jordan Campos – Unibahia. E-
mail: georgemariane@yahoo.com.br 
 
mailto:adenor@exitomarketing.com.br
mailto:georgemariane@yahoo.com.br
5 
 
1. Introdução: 
 
A Psicologia Transpessoal é a tendência mais moderna dentro da psicologia, 
coerente com os ideais holísticos, que teve origem na década de 60, no auge da 
contracultura e das experiências com estados alterados da consciência, desde os 
provocados pelo uso de substâncias alucinógenas até os que derivam de vivências 
místicas, próprias das tradições espirituais. Foi considerada por Abraham Maslow 
(1908-1970) como a quarta força da psicologia, sendo a primeira força a psicanálise, 
seguida da psicologia comportamental, e a terceira a psicologia humanista, 
abrangendo conteúdos de muitas escolas psicológicas, como as teorias de Jung, 
Maslow, Viktor Frankl, Ken Wilber e Stanislav Grof. 
 
Devo também dizer que considero a Psicologia Humanística, ou Terceira 
Força em Psicologia, apenas transitória, uma preparação para uma Quarta 
Força ainda “mais elevada”, transpessoal, transumana, centrada mais na 
ecologia universal do que nas necessidades interesses restritos ao ego, 
indo além da identidade, da individuação e congêneres… Necessitamos de 
algo “maior do que somos”, que seja respeitado por nós mesmos e a que 
nos entreguemos num novo sentido, naturalista, empírico, não-eclesiástico, 
talvez como Thoreau e Whitman, William James e John Dewey fizeram 
(Maslow, 1968, p.12) 
 
É uma abordagem que tem atraído cientistas de diferentes áreas tais como a 
física quântica e a clássica na busca da compreensão dos fenômenos que violam os 
princípios energéticos. Segundo o Psicoterapeuta Jordan Campos, esse novo 
estudo terapêutico unificou as melhores escolas filosóficas, psicológicas e 
científicas em uma metodologia de ação prática e profunda de ação no tripé corpo/ 
mente e espírito, que modifica na prática clínica e relacional a utilização dos dez 
setores macro de intervenção terapêutica, totalmente integrados e dinâmicos com 
base nas experiências e conflitos do ser humano, bem como, na sua localização, 
visando velocidade e eficiência máxima na busca da cura profunda das dores 
humanas denominada de Terapia Transpessoal Sistêmica (CAMPOS, 2017). 
A união entre os saberes modernos proveniente dos estudos sobre física 
quântica, influência da espiritualidade e da ecologia na saúde, bem como, outros 
temas que abrangem o paradigma da multidimensionalidade humana, com o legado 
de antigas tradições, se faz uma alternativa eficaz para um entendimento mais 
profundo e ampliado do homem, o qual despertou interesse em abordar o tema do 
6 
 
presente artigo: A Terapia Transpessoal Sistêmica Através do Olhar dos Setênios no 
Atendimento Terapêutico. 
O objetivo de estudar este assunto é para apresentar a preciosa contribuição 
da Antroposofia no tratamento de conflitos/enfermidades, sob o viés da Terapia 
Transpessoal Sistêmica – TTS, a qual utilizando-se do estudo dos Setênios, 
observando os pontos de tensão vivenciados pelo indivíduo na transição, ou não 
entre cada Setênios podem facilitar o processo de resolução de um conflito causador 
de um sintoma. Através deste acesso, o paciente passa a ter condições de vivenciar 
adequadamente suas experiências dentro de um contexto, utilizando o cabedal de 
técnicas que a TTS propõe, conduzindo à sua evolução, estimulando a emergência 
de um estado mental mais amplo, em outro nível, superior, para surgirem novas 
respostas no processo terapêutico. 
 
2.Método: 
 
Este estudo foi desenvolvido através da abordagem deconteúdos utilizada 
para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos, textos e 
informações. Através da pesquisa bibliográfica e da abordagem qualitativa foram 
consultados livros, monografias, teses, artigos, sites da internet, revistas, bem como, 
documentos publicados, para que assim possibilitassem uma maior compreensão 
sobre o tema, que tem como foco principal demonstrar que a visão dos Setênios 
pode ajudar aos pacientes que realizam a Terapia Transpessoal Sistêmica a 
encontrarem resultados mais rápidos para a resolução de seus problemas e assim 
conseguirem manter em equilíbrio os aspectos físicos e emocionais. 
A pesquisa bibliográfica possibilita, assim, um trabalho mais significativo e 
de qualidade, sem romper com os objetivos que são elaborados no início do 
processo, de modo que permite outro olhar mediante um determinado objeto, tendo 
a possibilidade de compreender de diferentes ângulos os pontos de vista de um 
grande número de estudiosos e pesquisadores do assunto, e conseqüentemente, 
fazendo com que possamos construir nosso próprio posicionamento diante do tema. 
A pesquisa deste artigo fundamentou-se na análise de conteúdo, utilizada 
para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos. 
Essa análise, conduzindo as descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, 
7 
 
ajuda a reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de seus 
significados num nível que vai além de uma leitura comum. 
Atualmente, pode ser definida como um conjunto de instrumentos 
metodológicos, em constante aperfeiçoamento, que se presta a analisar diferentes 
fontes de conteúdos (verbais ou não-verbais). Quanto à interpretação, a análise de 
conteúdo transita entre dois pólos: o rigor da objetividade e a fecundidade da 
subjetividade. É uma técnica refinada, que exige do pesquisador, disciplina, 
dedicação, paciência e tempo. Faz-se necessário também, certo grau de intuição, 
imaginação e criatividade, sobretudo na definição das categorias de análise. Jamais 
esquecendo, do rigor e da ética, que são fatores essenciais (FREITAS; CUNHA; 
MOSCAROLA, 1997). 
A vantagem de utilizar esta técnica é que o pesquisador pode utilizar de sua 
interpretação pessoal, com relação à percepção que tem dos dados. Não é possível 
uma leitura neutra. Toda leitura se constitui numa interpretação. Tendo em vista 
tamanha diversidade, mas ainda assim, aproximação terminológica, optou-se por 
tomar como norteador, deste estudo, as etapas da técnica propostas por Bardin 
(2011), uma vez que, é a obra mais atual de estudos sobre esta análise. 
Essas etapas são organizadas em três fases: 1) pré análise, que é a fase da 
organização dos documentos e materiais, com o objetivo de torná-lo operacional, 2) 
exploração do material, ou seja, a codificação e categorização do conteúdo. É uma 
etapa importante, porque vai possibilitar ou não a riqueza das interpretações e 
inferências e 3) tratamento dos resultados: inferência e interpretação, esta etapa é 
destinada ao tratamento dos resultados; ocorre nela a condensação e o destaque 
das informações para análise, culminando nas interpretações inferenciais; é o 
momento da intuição, da análise reflexiva e crítica (BARDIN, 2006). 
 
3. Desenvolvimento: 
3.1 Terapia Transpessoal Sistêmica - TTS 
 
Para iniciarmos sobre a Psicologia Transpessoal faz-se necessário começar 
com um pouco de história. Reconhece-se atualmente na psicologia quatro grandes 
correntes, ou forças. A primeira que aborda o Behaviorismo. A segunda chamada de 
Psicanálise, fundada por Sigmund Freud e a terceira força que é a Psicologia 
Humanista. 
8 
 
A Psicologia Transpessoal surgiu então com a proposta de ser a quarta força 
da Psicologia. De modo diferente das três forças que a antecederam, a Psicologia 
Transpessoal não aparece com contestação das correntes já vigentes, mas como 
uma evolução natural da terceira força, a Psicologia Humanista. De fato, é de dentro 
do movimento humanista que surgem alguns dos fundadores do movimento 
transpessoal. Dentre eles, destacam-se Abraham Maslow (1908-1970) e Antony 
Sutich (1907-1976). Em seu livro Introdução à Psicologia do Ser, na edição de 1968, 
Maslow aponta para o surgimento da quarta força: Psicologia Trans-Humanística, 
primeiro nome dado a nova abordagem em 1967. 
O termo transpessoal só passa a ganhar força em 1969 e torna-se 
conhecida em 1972, com a fundação da Associação de Psicologia Transpessoal 
(Association for Transpersonal Psychology). 
Possui uma abordagem humanista direcionada aos aspectos espirituais da 
vida humana, utilizando diversos métodos e teorias psicológicas para se aprofundar 
na questão espiritual. Foi desenvolvida na década de 60, pelo psicólogo americano 
Abraham Maslow, tendo contado com a contribuição de nomes importantes, como 
Antony Sutich, James Fadiman, Stanislav Grof e Viktor Frankl. 
Maslow (1968) acreditava que vivenciar o aspecto transcendente era 
importante e crucial em nossas vidas. Pensar de forma holística, transcendendo 
dualidades como certo, errado, bem ou mal, passado, presente e futuro é 
fundamental. Maslow declarava que sem o transcendente ficaríamos doentes, 
violentos e niilistas, vazios de esperança e apáticos 
 Também foi idealizada por Roberto Assagioli psiquiatra e criador da 
psicossíntese em 1911 e, Carl Jung, ao transcender a psicanálise de Sigmund 
Freud, e tem sido identificada como a quarta força da psicologia, apresentando 
ideias de vontade e intencionalidade, bem como espiritualidade. 
Transpessoal caracteriza-se por ser uma experiência que segundo Walsh e 
Vaughan (1997) pode definir-se como aquela e em que o senso de identidade ou do 
eu ultrapassa (trans + passar = ir além) o individual e o pessoal a fim de abarcar 
aspectos da humanidade, da vida, da psique e do cosmo. Vai além do pessoal, e 
isso reflete bem o seu objetivo principal, que é explorar o crescimento humano e 
ajudar as pessoas a descobrirem a essência profunda que existe além das 
dimensões do ego, correspondendo a um senso de identidade mais amplo. Elas 
podem envolver percepções do meio ambiente, onde tudo está, de uma forma sutil, 
mas muito presente, ligado, de forma não linear a tudo. É o nível do inconsciente 
coletivo e dos fenômenos que lhe estão associados, tal como descritos por Jung e 
seguidores. 
http://www.jrmcoaching.com.br/blog/o-que-e-motivacao-segundo-maslow/
9 
 
A psicologia transpessoal é uma ciência holística que estuda o ser humano 
em sua totalidade, abrangendo outros enfoques científicos, tais como: 
Medicina, Antropologia, Sociologia, Física, Química, Biologia e Metafísica. 
Tem como objeto de estudo os estados de consciência que transcendem a 
pessoa e o conceito de ego. Busca transcender os aspectos pessoais do 
ser, elevando-o a uma condição totalmente espiritual. Reconhece o fato de 
que estamos em constante crescimento. Essa perspectiva auxilia-nos a 
restituir sentido e valor à vida, e ajuda-nos a determinar o que somos e o 
que desejamos. Também pode contribuir para a percepção de nossas 
responsabilidades pessoais e para com o mundo como um todo. Pode 
acrescentar um sentido de personalidade dinâmico ao momento presente e 
a sensação de sentido à nossa existência e ao nosso futuro. (CORRÊA e 
ABATE, 2007, p. 20). 
 
Quando falamos em pensamento sistêmico nos referimos a uma nova visão 
de mundo, dando ênfase no interesse pelas relações. Se o objetivo da Psicologia 
como ciência é estudar o comportamento humano, é de grande valia que possamos 
contextualizá-lo dentro de sistema das relações, exemplo: todos nós como seres 
humanos estamos inseridos numa grande rede relacional. Quando o indivíduo 
nasce, ele faz parte de um contexto que é sua família, que educa, influencia, fornece 
crenças, valores, etc., em seguida vai fazer parte de outra rede de relações que é a 
escola, sofre influência de grupos de amigos, grupos de lazer,grupos religiosos, 
ampliando assim uma rede de relações. Todos esses grupos relacionados 
anteriormente contribuíram de alguma forma para estruturar a personalidade de um 
indivíduo. Como uma pessoa funciona dentro de uma estrutura social em termos 
comportamental vai depender intimamente da influência dessas redes de relações 
onde o indivíduo está inserido. 
 A terapia sistêmica faz com que as pessoas olhem para o mundo de uma 
maneira diferente, criando um pensamento sistêmico, onde o todo é o mais 
importante. De acordo com os estudos realizados foi descoberto que é na física 
quântica que reside à visão de pensamento sistêmico provocando inúmeras 
polêmicas entre físicos e filósofos pela sua semelhança com a filosofia do oriente, 
como o budismo, o hinduísmo, o taoismo, etc. 
 
A teoria quântica revela assim um estado de interconexão essencial do 
universo. Ela mostra que não podemos decompor o mundo em suas 
menores unidades de existir independentemente. À medida que penetramos 
mais e mais dentro da matéria, descobrimos que ela é feita de partículas, 
mas essas partículas não são no sentido de Demócrito e de Newton. Elas, 
simplesmente, são idealizações úteis de um ponto de vista prático, mas 
desprovidas de significado fundamental. (CAPRA, 1989, p. 108). 
 
10 
 
Pensar sistematicamente é pensar em todas as coisas conectadas, na 
interdependência dos fatores. Quando entendemos que todos fazemos parte de uma 
teia, de uma rede de conexões, entendemos que dependemos de tudo o que temos 
a nossa volta para sermos quem somos. O pensamento sistêmico nos faz entender 
que o todo é considerado maior que a soma de suas partes e que uma mudança 
qualquer em uma das partes, afeta o sistema como um todo. 
Diante do exposto, surge uma nova terminologia criada pelo terapeuta 
Transpessoal Sistêmico Jordan van der Zeijden Campos, que é o “organizador” da 
nova abordagem – Terapia Transpessoal Sistêmica (TTS) que consiste em uma 
abordagem terapêutica sintetizada de várias correntes filosóficas e psicológicas, 
abordando as influências em seis setores macros de intervenção terapêutica e 
integrados sob uma ótica dinâmica nas experiências e conflitos do ser, visando uma 
eficiência máxima na busca da cura profunda das dores humanas, integrando o tripé 
corpo, mente e espírito (CAMPOS, 2017, p. 1). 
Jordan (2017) postula, que uma das características importantes e relevantes 
no pensamento sistêmico transpessoal é encontrar o objeto de conflito no contexto 
atemporal e multidimensional expresso no que chamamos de presente do tempo e 
entendê-lo dentro de um sistema. E que os seis setores macros de estudo para o 
desenvolvimento e abordagem prática da TTS, são denominados como experiências 
e conflitos da vida pós-parto; a experiência e conflitos da vida intrauterina; a 
experiência e conflitos dos nossos antepassados parentais (vidas passadas 
biológicas); a experiência e conflitos da realidade de existência infinita, 
multidimensional e atemporal; a experiência e conflitos invasores energéticos; e a 
experiência e conflitos de religação com o divino. O Ser Humano passa a ser 
examinado e evocado ao autoconhecimento profundo através da localização de 
experiências e conflitos existentes nestas seis zonas macro. 
Entretanto, é importante frisar que a Terapia Transpessoal Sistêmica não é 
religião, nem parapsicologia, apesar de se interessar e investigar, quando 
necessário, estes aspectos e contextos da experiência humana. O que caracteriza 
um terapeuta transpessoal não é o seu conteúdo, mas o contexto. O conteúdo é 
determinado pela relação terapêutica em si, entre paciente e terapeuta, como bem o 
estabeleceu (ROGERS, 1983). 
11 
 
 Um terapeuta transpessoal lida com os problemas que emergem durante o 
processo terapêutico, incluindo acontecimentos mundanos, fatos biográficos e 
problemas existenciais. O que realmente define a orientação transpessoal é um 
modelo da psique humana que reconhece a importância das dimensões espirituais e 
o potencial para a evolução da consciência. O terapeuta transpessoal deve ser 
consciente do espectro total e deve sempre acompanhar o paciente a novos campos 
de experiências, quando há oportunidade, não importando qual o nível que o 
processo terapêutico esteja focalizando. 
 
 
3.2 Antroposofia - A Teoria dos Setênios 
 
A Teoria dos Setênios funciona como uma ferramenta adjuvante de 
localização do conflito, para que a abordagem da Terapia Transpessoal Sistêmica 
através do Tratamento Terapêutico se maximize. Para explicarmos como se 
organiza este processo é necessário que ao menos façamos uma revisão sobre o 
desenvolvimento da Antroposofia. 
A Antroposofia é um método de conhecimento do ser humano, da natureza e 
do cosmo, tendo como idealizador o austríaco Rudolf Steiner que nasceu em Donji 
Kraljevec (atual Croácia) no ano de 1861 e faleceu na Suíça em 1925. Sua primeira 
formação foi em ciências exatas e, depois, doutorou-se em filosofia e letras 
(STEINER; WEGMAN, 2007). 
Estabelece uma espécie de pedagogia do viver, abrangendo neste conceito, 
setores da vida humana como a saúde, a educação, a agronomia, entre tantos 
outros. Esta ciência parte da compreensão de que o ser humano possa entender 
não a si próprio, mas a todo universo. A palavra é de origem grega (anthropos: 
homem; sofia: sabedoria) que quer dizer, “conhecimento do ser humano”. Ela busca 
conhecer e responder aos questionamentos mais profundos do homem, sem negar o 
biológico e a lógica científica (ABMA, 2011; SETZER, 2009). 
Na visão de Steiner, a realidade é essencialmente espiritual: ele queria 
ajudar as pessoas a superar o mundo material e entender o mundo espiritual através 
do eu espiritual, de nível superior. Engloba o ser atuante, o tempo todo presente, 
que lida com sua dimensão material e espiritual. 
12 
 
Matwijszyn (2003) afirma que além de ser uma ciência cuja metodologia 
busca compreender a abordagem do espírito, da natureza e do mundo sensorial, ela 
aplica um método definido de pesquisa experimental que dirige sua visão ao mundo 
de fatos suprassensíveis. 
Dentro desse pensamento filosófico encontra-se uma forma cíclica de ver a 
vida chamada de Teoria dos Setênios. Esta teoria elaborada a partir da observação 
dos ritmos da natureza, da natureza no sentido da vida, na qual todos nós estamos 
incluídos. Baseia-se em dividir a vida em fases de sete em sete anos. Os Setênios 
demonstram como se pode entender os ciclos de vida de uma maneira prática e 
sábia. O número sete é muito importante na maioria das culturas. Vale lembrar que 
na Bíblia Deus criou o mundo em sete dias; a semana possui sete dias; temos sete 
planetas relacionados ao homem (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, 
Saturno), que são também os sete deuses olímpicos; e são sete metais (ouro, prata, 
mercúrio, cobre, ferro, estanho e chumbo); que são sete os chácras são sete os 
raios dos mestres ascencionados, e, assim por diante. 
Neste desenvolvimento, o Eu humano fortalece uma história individual e 
única: a sua biografia. Compreender o processo de saúde e de doença significa 
compreender o momento biográfico, suas crises e seus frutos (MORAES, 2005). 
Rudolf Steiner ensina que a vida humana é caracterizada por ciclos de sete 
anos, marcados pela predominância de determinada configuração anímico-espiritual. 
Podemos observar uma grande fase que vai dos 0 aos 21 anos, outra que vai dos 21 
aos 42 anos e uma terceira que vai dos 42 aos 63 anos. A figura abaixo faz uma 
demonstração desse desenvolvimento. 
Claro que, a Teoria dos Setênios pode também ser entendida como uma 
metáfora sistêmica, já que sabemos que as pessoas mudam de um século para o 
outro; que o desenvolvimento está mais acelerado, o organismo mais adaptado, 
mas, pode-se ter uma percepção do ser humano e suas fases. Assim, os Setênios 
não são exatamente sete anos no tempo cronológico, mas a cada ciclo de 07 anos, 
divididosde tempos em tempos, ou seja, em ciclos de 21 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Figura 01. Fonte: OTerceiroato.com. Quadro ilustrativo da sequência dos Setênios de acordo com a Teoria da Antroposofia. 
 
Segundo Vale (2011, p. 76), até os 21 anos ocorre o amadurecimento do 
corpo físico; dos 21 aos 42 anos amadurecemos nossa alma ou psique (em três 
etapas: alma da sensação, alma da razão ou da índole e alma da consciência) e dos 
42 aos 63 anos, vivenciamos o amadurecimento espiritual. A partir dos 63 anos, 
viver para a Antroposofia é uma “dádiva de Deus” e a pessoa não recebe mais muita 
influência do meio que o cerca. Para Burkhard (2000) a vida é um período mais livre 
e de colheita. 
Os Setênios são descritos em fases que compreendem períodos da vida 
conforme apresentaremos a seguir: 
O primeiro Setênio, de 0 a 7 anos é a fase da gestação, nascimento, 
nutrição e crescimento. É caracterizado pela individualização somática em que as 
proteínas herdadas dos pais são eliminadas (BURKHARD, 2000). A primeira infância 
é uma fase de individuação, de construção do corpo, já separado do corpo da mãe, 
e essa, da mente e personalidade da criança. A hereditariedade está bem marcada 
nas células do corpo. É um período de profundas transformações relacionadas com 
o desenvolvimento neuropsicomotor e com todo o corpo físico. Burkhard (2000) 
refere que o recém-nascido torna-se criança com pensar lógico, vontade própria e 
muita agilidade, mas apresenta uma intensa atividade corporal. Entrega-se ao 
mundo com confiança ilimitada, ingênua em que bem e mal se confundem, porque 
ainda não sabe discernir o certo do errado. O primeiro Setênio deve oportunizar o 
14 
 
movimento livre, a corrida, as brincadeiras devem permitir que a criança teste e 
conheça seu corpo, seus limites e suas percepções de mundo. Por isso o espaço 
físico é muito importante, bem como o espaço do pensar e o do viver espiritual. A 
troca dos dentes marca o fim dessa fase. 
Segundo Setênio, de 7 a 14 anos sentido de si, autoridade do outro. Inicia-
se a individualização do corpo etérico. Burkhard (2000) diz que é nesta fase que 
ocorre a fixação de normas e hábitos e uma estruturação maior em seu sistema 
rítmico. A criança sai do seio da família em direção a uma vida nova, escolar, 
rompendo seus laços maternos, sentindo-se sozinha. Deve-se mostrar para ela que 
“o mundo é belo”, ampliando seu senso de criatividade. Para a autora, o 
pensamento da criança é um pensar com sentimento. É nesta fase que o mundo 
externo “chega” a cada um e, cada um, a partir de dentro, pode se manifestar e 
expandir para o mundo. É nesse ponto que a autoridade dos pais e professores 
assume um papel importante, pois eles são mediadores do mundo no qual a criança 
se insere. Esquematizando de forma gráfica esse movimento, são forças entrando e 
forças saindo. A característica deste Setênio é a troca. 
No terceiro Setênio, de 14 a 21 anos puberdade/ adolescência e crise de 
identidade são marcantes neste Setênio. Acontece a maturação sexual, o 
desenvolvimento da personalidade e do pensar. O jovem luta pela verdade, pela sua 
individualidade e pela sua afirmação no mundo, o que causa, muitas vezes, o seu 
confronto com seus pais. É um querer excessivo, que algumas vezes pode tender ao 
isolamento. É importante que o jovem acredite que “o mundo é verdadeiro” 
(MORAES, 2005; BALDI, 2003; BURKHARD, 2000). 
O quarto Setênio, de 21 aos 28 anos O „EU” – A Independência e a Crise 
do Talento. O mundo tem uma conotação mais profunda, marcado pela procura da 
identidade. Vive uma busca de fusão com o outro, de encontro e de emoções. Esta 
busca perpassa pela sua formação profissional, pelo seu campo afetivo, à procura 
do (a) companheiro (a) e da liberdade individual desvinculando-se dos laços afetivos 
dos pais. Nesse ciclo, os valores, aprendizados e lições de vida passam a fazer mais 
sentido. As energias estão mais pacificadas. O lugar no mundo é o principal 
objetivo. A colocação profissional assume um papel muito importante (MORAES, 
2005). 
No quinto Setênio, de 28 aos 35 anos, é a fase da organização e das 
crises existenciais. Quem nunca ouviu falar na “crise dos 30”? Ela não é um mero 
15 
 
mito, ela existe e tem explicação. Começa com essas crises na vida, o abalo da 
identidade, a cobrança do sucesso que talvez ainda não tenha atingido, a certeza de 
não poder tudo, de onde vem a frustração e tristeza. Nesta fase vem à crise dos 
talentos: Será que estou no caminho? Qual o caminho a escolher? Também há 
questões sobre intelecto e índole próprios. Como: Consegui me expressar? Eu me 
sinto oprimido ou oprimi alguém? Encontrei meu local de atuação? Ocorreu alguma 
modificação importante em minha vida nessa fase? É uma fase para estar em 
organização, também vão ter crises, mas, é por meio dessas crises que serão 
construídos novos pensamentos, novos valores. 
No sexto Setênio, de 35 aos 42 anos, crise de autenticidade. Ocorre o 
despertar da alma da consciência. O Eu entra em confronto com o corpo físico que 
começa a desgastar-se. É uma época de encontro com a vida, de despertar de 
novos valores descartando os velhos. É fase de avaliar o que deve ou não continuar 
(BURKHARD, 2000). 
No sétimo Setênio, de 42 aos 49 anos, é a fase do altruísmo. O 
amadurecimento traz consigo a fusão do corpo astral e do espiritual, o que torna o 
ser humano mais complexo, desenvolvendo em si sua individualidade. É um ciclo 
que tem um ar de recomeço, de ressurreição, de alívio, até a crise dos trinta perde a 
força e parece não ter tido resultados tão graves como se pensava. É, porém, 
o momento de buscar, desesperadamente, por algo novo, para que a vida adquira 
sentido. É a chamada idade do(a) lobo(a) que a pessoa procura viver uma juventude 
que não existe mais, o que pode causar-lhe uma grande crise existencial, 
separações conjugais, mudanças de emprego, etc. (MORAES, 2005; BALDI, 2003). 
O oitavo Setênio, de 49 aos 56 anos é considerado a fase da sabedoria, a 
fase de ouvir o mundo. É quando a pessoa já aprendeu muito com a vida e pode 
passar sua vivência aos outros, pela coletividade. Ela conhece todo o caminho da 
sua biografia, é alguém experiente que pode compartilhar suas vivências com os 
mais jovens. Ela tem agora uma “vitalidade espiritual”, denominada por Steiner, que 
traz para si uma espiritualização, ou seja, um bem estar consigo mesmo e com o 
mundo (MORAES, 2005; BURKHARD, 2000). 
O nono Setênio, de 56 aos 63 anos, é a fase da abnegação e sabedoria. O 
Eu está mais elaborado, mas o corpo físico encontra-se em declínio, resultando num 
outro membro espiritual. O ser tem mais serenidade e calma interior e procura viver 
utilizando-se de coisas que lhe darão prazer. A partir dos 63 anos em diante a 
16 
 
espiritualização pode tornar-se maior à custa de sua degradação física 
(BURKHARD, 2000; MORAES, 2005). 
A Antroposofia acredita que o 56º ano de vida traz uma brusca mudança. Ela 
está na forma como às pessoas se relacionam consigo e com o mundo. Como os 
ciclos se correspondem, esse se liga ao primeiro Setênio, aquele que vai do 
nascimento até os sete anos de vida. A audição, a visão, o paladar das pessoas 
dessa fase se iguala e o mundo fica estranho. 
Décimo Setênio – Em Diante – Sabedoria – Dos 63 aos 70 anos: 
Segundo Burkhard (2000) pessoa tenta recuperar as forças do primeiro Setênio. 
Admira os pequenos milagres do dia a dia e irradia alegria. Dos 70 aos 77, têm 
novas imagens do mundo, liberdade interior, vivências suprassensíveis do cosmo e 
venera o belo; dos 77 aos 84, confronta-se com o mundo inconsciente e tem 
coragem para enfrentar a morte. 
Todas as abordagens aqui apresentadas e que mostram as metamorfoses 
que ocorrem durante o desenvolvimento humano, constituem-se em uma trama de 
relações e diálogos interdependentes. 
Mas há também que se considerar que as fases da vida humana ocorrem 
em ciclos de seteanos, como sintetizado por Rudolf Steiner, configurando-se no 
desenvolvimento físico, anímico e espiritual do Homem o que é importante para o 
estudo da Terapia Transpessoal Sistêmica. Por um lado, há o Eu de cada indivíduo, 
resultando em um destino individual e único; por outro, em cada biografia, são 
observadas leis gerais, cujo conhecimento pode colaborar na condução de 
processos facilitadores do desenvolvimento, em especial nos momentos de crise. 
Essa visão permite criar uma rede de considerações e significados para os 
fenômenos observados no presente, que resgatam questões vinculadas ao passado, 
objetivando-se a construção de um futuro harmônico, diante dos desafios 
vivenciados na vida humana, em suas demandas por constantes transformações. 
Como pôde-se observar, a vida é feita de forma cíclica. A energia vital 
circula pelas diversas fases da vida de cada um. A mente tem diferentes estágios de 
aprendizado e a espiritualidade pode estar mais ou menos aberta também conforme 
cada estágio. A intenção nesse artigo é de que o terapeuta possa, de posse desse 
conhecimento sobre as fases dos Setênios, apresentar e ajudar o seu paciente a 
aproveitar com sabedoria cada fase. 
 
17 
 
Figura 02. Fonte: www.adigo.com.br. Quadro ilustrativo da síntese do Trabalho de pesquisa biográfica desenvolvido por Gudrun Burkhard, 
uma das pioneiras em Antroposofia no Brasil. 
 
 
4. Resultados: 
 
Foram realizadas leituras minuciosas de algumas bibliografias existentes, 
com o intuito de analisar como poderia aliar o estudo dos Setênios no trabalho do 
terapeuta transpessoal sistêmico. Dentro desse pensamento filosófico há a ideia de 
ver a vida de forma cíclica, a partir da observação dos ritmos da natureza, divididos 
em fases de sete anos. 
O número 7, que é por natureza, um número místico dotado de muito poder 
em quase todas as culturas conhecidas, e dessa forma, os ciclos da natureza 
também respeitam uma subdivisão possível de múltiplos de 7. 
Pôde-se observar, que nos três primeiros ciclos, que compreendem dos 0 a 
21 anos, chamados “Setênios do corpo” é quando se amadurece o corpo físico e 
também acontece a formação da personalidade. 
18 
 
Os três ciclos seguintes, dos 21 aos 42 anos, são conhecidos como 
“Setênios da alma”. É a fase em que, superadas as experiências básicas da vida, a 
pessoa se insere na sociedade e faz as escolhas. 
Só a partir dos 42 anos, nos últimos Setênios, há usufruto da vida com 
maturidade, profundidade e espiritualidade. 
Entendemos que o estudo da Antropologia (ciclos do corpo, alma e 
espiritualidade) faz uma ponte com as três leis da Terapia Transpessoal Sistêmica 
(físico, emocional e espiritual) e ao estudá-lo percebemos que, se alinharmos esta 
teoria junto à abordagem transpessoal e investigarmos os conflitos biológicos 
inscritos durante a vida e as “doenças” orgânicas por eles gerados, como elo 
alinhador das funções normais do organismo integral, trataremos o ser humano de 
maneira mais ampla do que os métodos convencionais, buscando a origem dos 
sintomas e intervindo com eficácia sobre as enfermidades, estimulando a 
autocorreção e evolução deste organismo. 
A introdução do estudo da Antropologia/Setênios à Terapia Transpessoal 
Sistêmica no decorrer da sessão terapêutica possibilita a emergência de conteúdos 
internos do cliente, que irão facilitar o processo de resolução de um conflito 
causador de um sintoma. Através deste acesso, o paciente passa a ter condições de 
vivenciar adequadamente suas experiências dentro de um contexto que o conduza à 
sua evolução, despertando-o no tempo presente, aqui e agora. 
Esta abordagem só se tornou possível, pois a Psicologia Transpessoal 
Sistêmica integra os conhecimentos e técnicas de outras abordagens/teorias, e cria 
uma metodologia própria através de exercícios e práticas para a expansão da 
consciência, trabalhando os aspectos positivos do Ser Humano, trazendo 
Luz (Consciência) para suas sombras (características consideradas negativas 
muitas vezes ignoradas), propiciando assim um desenvolvimento harmônico e 
integral. 
Ao conhecer e compreender todas as fases pelas quais passamos, teremos 
tranquilidade para aceitar nossos pontos negativos e trabalhar para melhorarmos. 
Neste enfoque, rever a história de vida através do estudo dos Setênios tem 
contribuído terapeuticamente muito com o despertar do indivíduo oferecendo o olhar 
para o caminho interno de seu desenvolvimento e o reencontro com este norte e a 
compreensão de si. 
19 
 
5. Considerações Finais: 
5.1 De que Forma a Aplicação da Abordagem Antroposófica Pode Contribuir 
Para o Atendimento na Terapia Transpessoal Sistêmica 
 
A TTS traz indelével contribuição para resolução de conflitos; e ter a 
Antroposofia como norteador temporal, através da Teoria dos Setênios, para 
localização do conflito se disponta como uma possibilidade sincrônica de excelência. 
A importância de levantar um estudo sobre esta abordagem na Terapia 
Transpessoal Sistêmica é que a análise das leis biográficas é importante, tanto do 
ponto de vista biológico, quanto psicológico. Pois, a partir do estudo dos Setênios 
podemos identificar, em cada uma das fases cíclicas, acontecimentos significativos 
que podem marcar a vida da pessoa, sejam eles fisiológicos ou até mesmo 
patológicos. 
Estabelecer uma localização de conflito e instituir um arsenal de 
possibilidade de condução terapêutica na modelagem TTS. A citar Constelação para 
conflitos intrafamiliares estabelecidos no sexto Setênio e a PNL para retomada de 
padrão ideal para cada Setênio. Promovendo um olhar terapêutico ampliado e que 
possa direcioná-los ao estado de alerta, a ser vigilante com eles mesmos. E que 
deste modo possam decidir sobre suas ações, respondendo aos estímulos diários, 
mantendo uma vida saudável, mesmo em constante mudança. 
Ainda assim, é relevante destacar, que como cada um tem sua percepção 
de mundo e enfrenta as dificuldades a seu modo (além de terem os mais diferentes 
níveis de intuição, sensibilidade, empatia, etc.), pode ocorrer de algumas mudanças 
que estão situadas em setênios futuros, serem experienciadas, por exemplo, antes 
de seu tempo, ou então depois do previsto pela teoria. Até porque, cada ser 
amadurece de um modo único, exercita sua afetividade à sua maneira e, por essa 
razão, pode haver essa transição de experiências de um setênio a outro, todavia, 
costuma ser raro. 
Com esse conhecimento, o Terapeuta Transpessoal Sistêmico vai maximizar 
sua ação, propondo medidas TTS mais adequadas para cada Setênio, 
restabelecendo um padrão mais adequado para convivência relacional e retirada de 
um estado inadequado, a fim de que, o mesmo compreenda as mudanças da vida e 
do seu próprio corpo para poder tirar proveito de todas as fases, conhecendo a si 
20 
 
mesmo e o outro, adquirindo mais expertise no cuidado com as pessoas e consigo 
mesmo. 
O homem não consegue ser livre quando é aprisionado em seus instintos ou 
apenas se submete a normas morais ou códigos estabelecidos pela sociedade. Por 
isso, é preciso assegurar a estimulação e vivência ativa das percepções, elemento 
importante para as escolhas e decisões. O homem livre age a partir de impulsos 
próprios, adquiridos por meio de seu desenvolvimento perceptivo, em uma instância 
autoconsciente cada vez mais apurada ou afinada com o dom de sua existência. 
Sendo assim a TTS propõe uma possibilidade ímpar de resolução de 
conflitos de maneira breve, porém com uma profundidade e sabendo que, 
determinados acontecimentos podem ocorrer em tempos específicos à luz da 
Antroposofia apenas soma na possibilidade de estabelecer desenho terapêutico 
mais adequado para ressignificações tão almejadas pelos nossos pacientes. 
 
 
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Sites: 
 
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