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Megaesôfago ou acalásia

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Beatriz Marinelli 
7º termo 
Megaesôfago / Acalásia 
→Objetivos 
• Conhecer a fitopatologia do megaesôfago (acalasia); 
• Conhecer as etiologias; 
• Conhecer o quadro clinico; 
• Conhecer os métodos diagnósticos; 
• Conhecer a classificação; 
• Conhecer o tratamento em seus diferentes estágios. 
→Introdução 
O megaesôfago, aumento do tamanho do órgão, pode também ser encontrado na 
literatura como acalasia que é a falha na abertura da cáridia. Popularmente é chamada 
de “mal do engasgo”. 
→Anatomia do esôfago 
Órgão de aspecto cilíndrico que liga a faringe ao estomago. Tem parte cervical, torácica 
e abdominal. Camadas: mucosa (mais interna), submucosa (onde estão as glândulas e 
plexos nervosos de Meissserne e Auerbach), muscular da mucosa, camada serosa 
(apenas na porção abdominal do esôfago). 
 
Beatriz Marinelli 
7º termo 
→Etiologia 
A acalasia pode ter causa: 
• Primária ou idiopática: não tem causa definida. 
• Chagásica: causada pelo Trypanossoma cruzi (protozoário transmitido por um 
inseto hematófago triatomídeo- “bicho barbeiro”. O diagnóstico é feito por um 
teste sorológico chamado de reação de machado guerreiro. 
→Fisiopatologia 
Após a contaminação pelo inseto hematófago, a pessoa foi infectada pelo 
Trypanossoma cruzi que cai na corrente sanguínea e se deposita nos órgãos. Devido essa 
infecção inicia-se um processo inflamatório que vai levar a uma destruição ou 
degeneração das células ganglionares do plexo mioentérico, tanto do plexo de Meissner 
tanto do Auerbach, da camada submucosa do esôfago. Essa degeneração inflamatória 
dos neurônios inibitórios vai atingir principalmente aqueles produtores de óxido nítrico, 
importante para o relaxamento das fibras musculares, esses são destruídos. Os 
neurônios colinérgicos, produtores de acetilcolina, responsável pela contração da 
musculatura são poupados. Essa destruição com diminuição dos plexos do esôfago vão 
provocar a falha do relaxamento do Esfíncter Esofagiano Inferior , provocando uma 
dificuldade do esvaziamento do alimento dentro do esôfago para o estomago , 
provocando uma estase esofágica (retenção de alimento dentro do esôfago) com 
hipertonia do EEI. Essa hipertonia a principio vai provocar uma hipertrofia e 
espessamento da parede esofágica. Com avanço da doença a musculatura começa a se 
“cansar” levando a uma aperisitalse (falta de contração muscular) e nos estágios mais 
avançados uma atonia do corpo esofágico (musculatura para de se contrair, levando ao 
megaesôfago. Isso provoca uma estase alimentar com adelgaçamento (afinamento da 
parede muscular do esôfago) e perda da tonicidade muscular. 
→Sinais e Sintomas 
• Disfagia progressiva – sintoma mais clássica, no inicio o paciente tem dificuldade 
de engolir grandes pedaços e com passar do tempo vai ter dificuldade para 
alimentos mais pastosos como arroz e massa, e em ultimo instante terá 
dificuldade de ingerir liquido. Paciente relata necessitar ingerir grandes 
quantidades de água para conseguir deglutir o alimento. 
• Perda ponderal – desnutrição; 
• Pirose – “azia”, queimação na região retroesternal. Alimento parado ali dentro 
começa a se putrefazer podendo levar uma esofagite; 
• Dor retroesternal; 
• Pneumonia de repetição (BCPN aspirativa) – casos de broncoaspiração, o 
alimento parado no esôfago, quando deita volta para faringe podendo levar a 
microaspiração e consequentemente pneumonia de repetição; 
• Sialorréia – salivação excessiva; 
Beatriz Marinelli 
7º termo 
• Hipertrofia das glândulas parótidas e salivares – levando a face típica da doença 
“face felina” 
 
→Diagnóstico 
O diagnóstico é feito por meio de uma anamnese bem feita abordando os sintomas e 
exame físico para descartar outras doenças. Pode-se pedir ainda: 
• Radiografia simples de tórax que vai mostrar se há um alargamento do 
mediastino, mostrando uma dilatação do esôfago. Não é padrão outro; 
• É importante pedir uma endoscopia digestiva alta para descartar outras causas 
de disfagia como tumores ou estenoses pépticas; 
• A esofagografia baritada é muito utilizada para diagnóstico de megaesôfago, 
principalmente nos estágios mais avançados; 
• Manometria esofágica (GOLS-STANDART PARA CASOS INICIAIS) é o exame 
padrão ouro para casos iniciais. 
 
Radiografia contrastada: presença de megaesôfago em ponta de lápis. 
Beatriz Marinelli 
7º termo 
→Classificação 
Classificação de Mascarenhas: 
• Grau I: diâmetro de até 4cm (“Megaesôfago incipiente”) - normal 
• Grau II: diâmetro de 4 à 7cm 
• Grau III: diâmetro de 7 à 10cm 
• Grau IV: diâmetro maior que 10cm (Dolicomegaesôfago) 
Classificação de Rezende: 
• Grau I: esôfago apresenta dificuldade de esvaziamento e leve hipotonia, surtos 
de ondas terciárias e não há dilatação do órgão. 
• Grau II: já aparece o aspecto de contração da musculatura cárdia (acalasia). 
Esôfago apresenta de leve a moderado aumento de calibre, as ondas terciárias 
são mais frequentes. 
• Grau III: O esôfago tem evidente aumento de calibre. A porção distal apresenta 
aspecto de “bico de pássaro”. Há casos (maioria) com Acinesia total do esôfago 
que sofrem violentas contrações da musculatura circular. 
• Grau IV: observa-se, além de alterações descritas no grau III, dilatação intensa 
do esôfago, que parece se apoiar na hemicúpula frênica direita. Este aspecto é 
chamado de “dolicomegaesôfago”. 
→Tratamento 
O tratamento vai depender do porte clinico, comorbidade, idade e grau que está a 
doença. 
• Medicamentoso: bloqueadores do canal de cálcio (Verapamil, Ditiazen) e 
nitratos – esses medicamentos são relaxadores do EEI. O resultado não é 
definitivo, com passar da evolução da doença perde eficácia; 
• Endoscópico: é um tratamento menos invasivo. Existem três tratamentos: 
▪ Dilatação pneumática– não definitivo. Indicado a paciente idosos, com 
contraindicação cirúrgica, comorbidades. 
▪ Aplicação de toxina botulínica – não definitivo. 
▪ P.O.E.M (miotomia endoscópica) – definitivo. Cauterização, por bisturi 
elétrico, do EEI, com isso o paciente deglute melhor. Indicado do grau I ao 
grau II. 
• Cirúrgico: 
▪ Esofagocardiomiotomia à Heller com fundoplicatura: pode ser feita por 
via aberta ou laparoscopia (robótica). Grau I a III. Mais usada. 
▪ Cirurgia de serra doria: anastomose entre esôfago e fundo gástrico. Tira 
parte do antro do estomago, prevenindo o refluxo acido para o esôfago. 
▪ Esofagectomia subtotal trans-hiatal: retirada do esôfago. Grau IV. 
 
 
Beatriz Marinelli 
7º termo 
 
Resumo: A acalasia ou megaesôfago é uma causa de disfagia pelo distúrbio motor 
primário do esôfago, isso é, não há uma obstrução mecânica (tumor obstruindo, 
estenose). Nesse distúrbio ocorre uma falta de relaxamento do EEI secundário a 
destruição dos plexos nervosos, levando uma degeneração inflamatória dos 
neurônios inibitórios vai atingir principalmente aqueles produtores de óxido nítrico, 
importante para o relaxamento das fibras musculares e poupam os neurônios de 
acetilcolina, com isso o esôfago vai ficar contraído, não irá relaxar. Essa falta de 
relaxamento vai provocar a dificuldade de locomoção do alimento do esôfago ao 
estomago, levando a uma disfagia. A causa pode ser idiopática ou chagásica. O 
tratamento vai depender do status do paciente e do estadiamento da doença.

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