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Caderno de Atividades Criativas Volume IV 01 Olá! Esta publicação é uma iniciativa da Ação Educativa do Museu Lasar Segall e tem como objetivo apresentar algumas propostas de atividades criativas voltadas para o público infantil, inspiradas na vida e na obra do artista. Neste quarto volume, elaboramos um conjunto de quatro atividades criativas baseadas em quatro obras diferentes de Lasar Segall. Dessa forma, você poderá experimentar diferentes formas de expressão por meio das linguagens visuais e artísticas enquanto conhece um pouco sobre a produção de Segall. As atividades foram criadas para serem experimentadas em parceria entre crianças e adultos, como um convite à um momento de diversão e aprendizagem em família, grupos de amigos ou ambientes educacionais. Esperamos que você possa experienciar a arte e aprender brincando. Por isso, as atividades podem ser realizadas de forma simples e com materiais de fácil acesso. Em cada proposta apresentamos uma obra de Lasar Segall e orientações de como desenvolvê-la, além da lista de materiais necessários para realizá-las. Algumas atividades devem ser autorizadas e supervisionadas por adultos, portanto, fique atento à esses detalhes. Sinta-se à vontade para compartilhar este caderno com amigos ou pessoas da sua família! Troquem suas produções e conversem a respeito do que foi produzido. Afinal, quanto mais gente entrar na brincadeira, melhor! Para conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra de Lasar Segall acesse site www.mls.gov.br. Lá você irá encontrar o acervo completo de obras do museu, além de fotografias, cartas, textos e outros documentos do artista. Ação Educativa Museu Lasar Segall 02 Favela I, 1954-55 Favela I é uma pintura realizada nos últimos anos de vida de Lasar Segall e surge como uma retomada aos estudos de paisagens brasileiras que o artista fez ao longo da sua vida no Brasil. Quando Lasar Segall pintou essa tela em 1954/55, as cidades brasileiras cresciam a todo o vapor, grandes prédios se elevavam ao céu e as paisagens nos grandes centros se verticalizavam cada vez mais. Em uma viagem ao Rio de Janeiro Segall se deparou com uma paisagem montanhosa, na qual residências eram construídas pela população mais pobre, bairros que chamamos de morros ou favelas, um outro tipo de verticalização da paisagem urbana. Geralmente as pinturas e desenhos de paisagens são feitos em telas ou papéis no formato horizontal (deitados), porque assim transmitem uma sensação de grandeza do espaço, e a linha do horizonte é utilizada para marcar a divisão entre a terra e o céu. Mas nessa obra, inspirada na paisagem carioca, Segall escolhe trabalhar a paisagem em formato vertical (em pé), provocando uma sensação de altura a partir de quadrados empilhados. O empilhamento de figuras retangulares e a utilização das linhas retas causam um efeito de geometrização e de quase abstração da imagem. Essa pintura nos pede um pouco mais de atenção e proximidade do olhar, para observar todos os seus detalhes e as singularidades de cada casa representada. 03 Construir, desconstruir, reconstruir Nessa atividade, vamos propor um exercício de composição em três etapas: construção, desconstrução e reconstrução da imagem. >> Você vai precisar de: papel sulfite ou similar materiais para colorir régua tesoura lápis de escrever cola branca 1. Escolha o formato para realizar seu trabalho, na vertical (papel em pé) ou na horizontal (papel deitado). 2. No papel, faça seu desenho e colore-o. Capriche nas cores! Nessa atividade, quanto mais colorido, mais interessante fica o resultado. 3. Depois de finalizado o desenho, observe-o bem. Defina se quer fazer a intervenção verticalmente ou horizontalmente. 4. No verso do desenho e com a ajuda da régua, trace linhas retas na direção escolhida por todo o papel. As linhas podem ter a mesma distância entre si ou distâncias diferentes. 5. Agora é hora desconstruir! Vá cortando seu desenho em tiras, passando a tesoura nas linhas marcadas no verso do papel. 6. Para reconstruir seu desenho, pegue uma outra folha de papel. Em cima dela, organize seu novo desenho, misturando as tiras, mudando elas de ordem e posição, até que você encontre a composição ideal. 7. Agora é só colar as tiras na ordem que você escolheu, utilizando esse novo papel como base. Compartilhe com seus amigos e familiares para saber o que eles acharam! 04 05 Figuras a beira-mar, 1927 Muitas pessoas se lembram de Lasar Segall por suas grandes pinturas a óleo, suas esculturas em mármore ou bronze, ou até mesmo por suas inúmeras gravuras em metal ou madeira. No entanto, Segall também gostava muito de fazer pinturas com aquarela, como a obra Figuras a beira- mar, de 1927. Esta pintura, feita quando o artista já morava no Brasil, retrata duas pessoas sentadas na areia da praia, observando a paisagem, o mar e as montanhas no horizonte. As cores mais usadas nesta obra são o azul, marrom, verde e o bege. Percebemos que a tinta usada por Lasar Segall é aquarela pelo modo fluido que as formas e as cores se apresentam na areia, nos corpos das duas figuras e até mesmo no céu que compõe a obra. Isso porque na aquarela, uma técnica de pintura inventada muito tempo atrás, é preciso diluir as cores em água antes de colocá-las no papel. 06 Tinta à base de água e legumes *ESSA ATIVIDADE REQUER A SUPERVISÃO DE UM ADULTO Que tal fazer tinta caseira à base de água? >> Você vai precisar de: 03 frascos de vidro pequenos ½ maço de espinafre, 01 cenoura e ½ beterraba ½ copo de água liquidificador coador ½ colher (chá) de vinagre ½ colher (chá) de sal 1. Peça para um adulto bater em um liquidificador a beterraba, o espinafre ou a cenoura com um pouco de água. 2. Coe o líquido usando o coador. 3. Adicione o vinagre ao suco e misture. 4. Por fim, junte o sal à tinta para evitar mofo. 5. Repita este procedimento com os outros legumes. Despeje as tintas nos frascos de vidro e deixe-os bem fechados quando não estiverem em uso. Para preservar o líquido ao máximo, armazene a tinta natural na geladeira. Agora é só fazer um desenho em uma folha de papel e experimentar as tintas para colorir! 07 08 09 Paisagem com nuvens, Navio Oceania ,1938 Paisagem, (sem data) Lasar Segall era um artista que gostava muito de desenhar. Com um pequeno caderno de bolso em mãos, ele fazia “desenhos de anotação” dos temas pelos quais estava interessado em determinado momento. Em viagens que fez de navio, Segall criou inúmeros desenhos observando o mar, as nuvens, as pessoas no convés, as gaivotas, barcos e praias. Esses desenhos foram depois trabalhados em suas gravuras da série Emigrantes (1930) e na pintura Navio de Emigrantes (1939-1941). Paisagem com nuvens, Navio Oceania (1938) e Paisagem (sem data) são desenhos extraídos de seus cadernos. Eles mostram como o artista sintetizava em algumas linhas as suas impressões sobre as pessoas e os lugares que conheceu em sua experiência à bordo dos navios. 10 Pequeno caderno para grandes paisagens Nesta atividade, vamos aprender a fazer um pequeno caderno dobrável onde você poderá anotar desenhos de paisagens que você observa no cotidiano ou a partir de sua casa. Que tal escolher um momento dia para desenhar as vistas mais bonitas da sua janela? >> Você vai precisar de: 1 folha de papel sulfite, manteiga ou jornal no tamanho A4 tesoura fita adesiva lápis grafite ou coloridos cola branca 1. Primeiramente, corte sua folha de papel A4 ao meio no sentido mais comprido da página. Com as duas partes da folha, faremos as dobras que darão forma ao caderno. 2. Dobre uma das metades da folha em quatro partes iguais. Para isso, faça uma dobra na metade do papel e em seguida outra dobra no meio cada uma das partes. 3. Repita esse procedimento com a outra metade da folha. 4. Com a fita adesiva, junte as duas partes dobradas tomando o cuidado de unir cada parte lado a lado, e não umaem cima da outra. 5. Verifique se as dobras do seu caderno formam uma espécie de “sanfona” que abre e fecha. Faça ajuste nas dobras se necessário. 6. Pronto! Com seu novo caderno em mãos observe o céu, as árvores e elementos interessantes das paisagens ao seu redor e desenhe-os. Aproveite as dobras do papel para criar desenhos que se abrem e fecham! Divirtam-se! 11 12 13 Refugiados, 1922 Nesta pintura, Lasar Segall representa uma família de refugiados, pessoas que saem das suas cidades e países em busca de uma vida melhor. Em 1922, a Alemanha, país que Segall vivia na época, passava por uma situação econômica e social muito difícil, por conta do término recente da Primeira Guerra Mundial. Muitas pessoas, assim como o próprio artista que veio morar no Brasil em 1923 - um ano após pintar esta guache - saíram do país e migraram para outros lugares. Segall era um artista preocupado em tratar destas questões em suas obras, e como pintor expressionista buscava em sua gestualidade - a forma que a mão constrói a pincelada - expressar suas emoções. Em Refugiados podemos perceber essas pinceladas bem marcantes, principalmente nos rostos representados. A geometrização, a deformação, a assimetria e as cores frias nos causam a sensação de sofrimento, angústia e apagamento. Sentimentos que acompanham pessoas que necessitam fugir da fome e da miséria em países que são atingidos por guerras e desigualdades sociais. 14 Retrato com bexigotipia Nessa atividade ensinaremos uma técnica similar a da monotipia, que significa fazer uma pintura em uma superfície e depois transferí-la para o papel. Aqui usaremos uma bexiga de assoprar, ou seja, faremos a bexigotipia. A imagem transferida para o papel será deformada pelo fato da bexiga ser circular e o papel, reto, causando o efeito de distorção. >> Você vai precisar de: bexiga de assoprar comum tinta guache pincéis papel toalha ou pano para limpeza papel sulfite ou similar para impressão 1. Encha a bexiga sem esticá-la muito. 2. Coloque a folha de papel sobre uma mesa. 3. Com a tinta e o pincel, faça seu retrato na bexiga. Não se preocupe muito com os detalhes, a ideia é fazer um desenho rápido para que a tinta não seque. 4. Terminado o desenho, é hora de transferí-lo para o papel. Segure a bexiga pressionando delicadamente e faça movimentos circulares com a bexiga até que todo o desenho seja transferido. Esse movimento circular irá distorcer a imagem no papel. 5. Pronto! Se quiser repetir o exercício, lave a bexiga em água corrente ou use um pano úmido. Você pode fazer quantas vezes quiser! Chame seus amigos e familiares para brincar de bexigotipia com você! 15 16 CADERNO DE ATIVIDADES CRIATIVAS VOLUME IV Concepção e realização Ação Educativa - Museu Lasar Segall Conteúdo Josiane Cavalcanti, Luciano Favaro, Ludmila Costa Cayres Projeto Gráfico Ludmila Costa Cayres MUSEU LASAR SEGALL Diretoria Diretor Emérito Mauricio Segall Diretor Interino Marcelo Monzani Chefe da Divisão Técnica Marcelo Monzani Chefe da Divisão Administrativa Valquiria Cestrem Administração Ronaldo Inamine, Suzete Bomfim Feitosa, Walter Costa, Yara Iguchi Ateliê de Gravura Coordenador Paulo Camillo Penna Voluntário Mario Morri Estagiária Soraria Silveira Biblioteca Jenny Klabin Segall Coordenador Paulo Pina Equipe Cibele Velloso Cunha, Luciana Gonçalves Azevedo, Rodrigo Soares de Oliveira, Tobias Vilhena de Moraes, Vitor Rocha Voluntárias Hilda Ferraz Vaner Ratto Estagiária Larissa Vicente Ferreira Cine Segall Programação Célio Franceschet Projecionista Reinaldo Rodrigues Marques Comunicação Bruno Aragão Educativo Coordenadora Josiane Cavalcanti Equipe Luciano Favaro, Ludmila Costa Cayres, Renato Lopes Informática Coordenador Ademir Maschio Estagiário Gabriel Barbosa Museologia Coordenador Ricardo Fernandes Pesquisa Daniel Rincon Caires, Pierina Camargo Segurança e Vigilância Ana Claudia de Souza, Aparecido Mariano de Souza, Ednei Pereira, Espedito Roque Moreira, Gilberto Junior Montanhal, João Carlos Rodrigues Barbosa, Josenilton Santos da Silva, Luciano de Souza Pinheiro, Roseli das Dores Santos, Rosilene Maria de Santana Souza Tiago da Silva Gonçalves Limpeza Daiane Santos Rocha Pereira, Mariane Santos Ferreira, Sérgio Antônio Silva Recepção Ana Maria Brandão, Alessandra Cristina Manutenção Fernando Pereira Cordeiro ASSOCIAÇÃO CULTURAL DE AMIGOS DO MUSEU LASAR SEGALL Administração Sandra Brito Equipe Marcio Ramos da Silva, Marlene Thomann Clique e siga nossas redes:
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