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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 1 Edvaldo Consta que Napoleão estudava detidamente as biografias dos generais contra quem iria guerrear. Dessa maneira, tentava antecipar suas estratégias e suas movimentações no terreno. 1. O que você precisa fazer é exatamente a mesma coisa !!! A PROVA – pode ser vista como uma batalha e você tem que conhecer as estratégias, os estilos e as manhas do General inimigo que, neste caso, é a BANCA EXAMINADORA (é quem elabora a prova). 1. O que pode cair? 2. O que caiu nas provas anteriores? A segunda pergunta responde, em boa parte, à primeira. 3. Estamos aqui para lhe ajudar mostrando o que provas já aplicadas pediram, portanto, focalizando o estudo. E, também, familiarizando-o com as rotinas da prova. PROVAS DE MÚLTIPLA ESCOLHA Primeiro Ataque as questões que você sabe e pode responder rapidamente. Segundo Responda àquelas que podem ser mais trabalhosas, mas que você acha que pode responder. Terceiro Sobram as mais difíceis !! ?? 4. Fazer simulados pode ser considerado uma prática essencial para quem leva a sério a prova. Há pelo menos 02 (dois) benefícios claros: Primeiro Segundo Simulam condições da prova, apresentando questões reais e até as emoções. Isso permite ver onde erramos, se erramos por que não sabíamos a resposta ou se foi por distração. Há o aprendizado da gestão do tempo. Somente fazendo simulados podemos realmente ver quanto tempo podemos destinar para cada pergunta. E, também, como o tempo ganho nas questões fáceis pode ser economizado para as difíceis. ATENÇÃO!!! 1. Entre as provas de múltiplas escolhas, há aquelas que uma resposta errada perde pontos, não apenas deixa de ganhar. 2. Nessas provas, se não souber, não responda por palpite ou jogando na sorte. 3. Deixa em branco. Use todo o tempo disponível para brigar com as questões. Não saia da sala antes do tempo limite. Uma última revisão costuma mostrar erros tolos de nossa parte. Ao corrigi-los, ganha-se mais um ponto. Outro fato importante!!! 4. É que as provas profissionalmente formuladas incluem perguntas muito difíceis, para que ninguém acerte tudo. 5. O porquê disso é técnico e não é preciso entender. 6. O importante é que ninguém deve se torturar quando encontra perguntas que não sabe responder. 7. Não se preocupe! 8. É ínfimo o número de candidatos que saberão a resposta. Introdução adaptada do Livro: “Você Sabe Estudar?” Autor: Claudio de Moura Castro. Oi, meu querido aluno(a), 1. Se sua vida está difícil, faça sacrifício para mudá-la. 2. Não fique navegando entre 500 PDFs/vedioaulas achados na internet. Escolha o rumo e mantenha o curso. 3. Não existe concorrência, pois o que importa é a sua preparação, e não faça um concurso onde não pode assumir. 4. Vá as aulas, aulas extras, simulados nos sábados ou domingos. 5. Aprenda a levantar, porque você vai cair. Não passar é a regra, ficar reprovado sim. 6. Não faça de suas dificuldades motivo para desistir. Use-as para persistir. 1. Você vai vencer!!! 2. Você consegue!!! 3. Acredite nos seus sonhos!!! 4. Estudar para concursos é mudança de vida!!! A ARTE DE FAZER PROVAS 2 Edvaldo Nº Tópico Apostila Simulado Revisão 01 Introdução 02 Da Aplicação da Lei Penal (arts. 1º a 12) 03 Do Crime (arts. 13 a 25) 04 Da Imputabilidade Penal (arts. 26 a 28) ANTERIORIDADE DA LEI Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. LEI PENAL NO TEMPO Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. TEMPO DO CRIME Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. TERRITORIALIDADE Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. LUGAR DO CRIME Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado EXTRATERRITORIALIDADE Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os CRIMES: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os CRIMES: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. NOÇÕES DE DIREITO PENAL POLÍCIA MILITAR DE ALAGOAS O CÓDIGO PENAL - PARTE GERAL TÍTULO I – DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 3 Edvaldo § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança Parágrafo único - A homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. CONTAGEM DE PRAZO Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam- se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. LEGISLAÇÃO ESPECIAL Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. SUPERVENIÊNCIA DE CAUSA INDEPENDENTE § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. RELEVÂNCIA DA OMISSÃO § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Art. 14 - Diz-se o CRIME: Crime CONSUMADO I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; TENTATIVA II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA e ARREPENDIMENTO EFICAZ Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. TÍTULO II – DO CRIME 4 Edvaldo ARREPENDIMENTO POSTERIOR Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. CRIME IMPOSSÍVEL Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Art. 18 - Diz-se o CRIME: Crime DOLOSO I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime CULPOSO II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. ERRO SOBRE ELEMENTOS DO TIPO Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. DESCRIMINANTES PUTATIVAS § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. ERRO SOBRE A PESSOA § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. COAÇÃO IRRESISTÍVEL e OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. EXCLUSÃO DE ILICITUDE Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. EXCESSO PUNÍVEL Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. ESTADO DE NECESSIDADE Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. LEGITIMA DEFESA Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 5 Edvaldo INIMPUTÁVEIS Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. REDUÇÃO DA PENA Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. MENORES DE 18 (DEZOITO) ANOS Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. EMOÇÃO e PAIXÃO Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão; Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. O que é DIREITO PENAL? O Direito Penal, ou Direito Criminal, é um ramo do DIREITO PÚBLICO que é composto por um conjunto de normas jurídicas que qualificam e tipificam atitudesem crimes. Ele permite que o Estado, diante da legalidade jurídica, aplique sanções penais a quem cometer crimes que perturbem a ordem. É um dispositivo que permite que o Estado possa garantir maior harmonia social. Conforme nos ensina o professor Miguel Reale (2002): “As regras estão sujeitas a ser violadas. Pode-se mesmo dizer que é da natureza do Direito essa possibilidade de infração, a qual, quando se reveste de gravidade, por atentar a valores considerados necessários à ordem social, provoca uma reação por parte do Poder Público, que prevê sanções penais aos transgressores”. Veja o que dizem mais dois estudiosos sobre o que é Direito Penal: Cleber Masson (2014) – Direito Penal é “o conjunto de princípios e leis destinados a combater o crime e a contravenção penal, mediante a imposição de sanção penal (pena ou medida de segurança)”. Guilherme Nucci (2008) – Trata-se de um “conjunto de normas jurídicas voltado à fixação dos limites do poder punitivo do Estado, instituindo infrações penais e sanções correspondentes, bem como regras atinentes a sua aplicação”. O conceito de Direito Penal pode ser subdividido em objetivo e subjetivo: Objetivo Subjetivo É o conjunto de LEIS vigentes no País Reflete o direito de punir, O “ius puniendi”, Sendo atualmente o Estado seu exclusivo titular. Nesse sentido, o professor Antônio de Queiroz Filho (1966) nos ensina que o “Direito Penal SUBJETIVO” é quase sempre resumido ao direito de punir de que o Estado é titular. Mesmo nos casos em que a punição fica na dependência da iniciativa do ofendido, o Estado tem o monopólio do direito de punir. Transfere-se à vítima apenas o direito de acusação, a faculdade de iniciar o processo, a fim de que o Estado efetive a punição do ato criminoso. Em contrapartida, ele diz que o Direito Penal objetivo é o próprio ordenamento jurídico-penal, é o conjunto de normas relativas ao crime e à respectiva sanção. O direito de punir, que é direito subjetivo do Estado, tem no Direito Penal objetivo, ao mesmo tempo, sua expressão e seu limite natural. Antônio Queiroz diz: TÍTULO III – DA IMPUTABILIDADE PENAL 01. INTRODUÇÃO 6 Edvaldo É comum considerar-se o direito penal sob o duplo aspecto de direito penal substantivo e direito penal adjetivo. A distinção tem em vista, de um lado, o direito penal propriamente dito, isto é, as leis que configuram as modalidades típicas de conduta criminal e estabelecem as respectivas sanções. E, de outro lado, o processo, as regras que regem a atividade jurisdicional e, através dela, tornam efetiva a aplicação do direito penal substantivo. Desde as primeiras civilizações, ao cunhar a lei, esteve presente um dos seus objetivos primordiais que é limitar e regular o procedimento das pessoas diante de condutas amplamente consideradas como nocivas e reprováveis. Um dos escritos mais antigos é o “Código de Ur-Nammu” que data de aproximadamente 2.100 a.C. no qual se vêm arrolados 32 artigos alguns dos quais preconizado penas para atos delitivos. A LEI DE TALIÃO ➢ “O Código de Hamurabi” que é compilação maior e posterior, dentre outros regramentos penais contra o crime, adota a chamada “Lei de Talião” ou a conhecida “Lei olho por olho, dente por dente”, que concedia aos parentes da vítima o direito de praticar com o criminoso a mesma ofensa e no mesmo grau por ele cometido. UM POUCO DA HSTÓRIA DO CÓDIGO PENAL NO BRASIL Vigoraram no Brasil as Ordenações: 1. Afonsinas. 2. Manuelinas. 3. Filipinas. IMPÉRIO - Código Criminal do Império – 1.830 a 1.890 ➢ Foi promulgado em 16.12.1830 e publicado em 08.01.1831. ➢ Estava vigente a nossa primeira Constituição que fora “outorgada” em 25.03.1824. REPÚBLICA – Código Republicano – 1890 a 1940 ➢ Foi convertido em Lei em 11.10.1890, por força do Decreto 847 ➢ A promulgação da República – em 1889. ➢ Antes da Constituição Repúblicana de 1891. ➢ E continuou em vigor após a Constituição de 1934. O CÓDIGO PENAL - 1940 ➢ Em 1º de janeiro de 1942, entrava em vigor, no Brasil, um novo Código Penal – Decreto-lei nº 2.848, de 07.12.1940. ➢ Este fora elaborado na vigência da Constituição de 1937 – a “Polaca”. TEORIA DO CRIME O Direito Penal pátrio traz à debate, a “Infração Penal” como ponto de partida do nosso estudo, tendo esta modalidade uma subdivisão: 1. Crime ou Delito. 2. Contravenção. Estrutura das Infrações Penais Idade Infração Penal Sanção Penal Menores de 12 anos Nada Nada Maiores de 12 anos e Menores de 18 anos Ato Infracional Medida Sócio Educativa Maiores de 18 anos Crime Contravenção Pena Medida de Segurança DIFERENÇA ENTRE CRIME E CONTRAVENÇÃO PENAL CRIMES CONTRAVENÇÕES Sujeitam seu autores a pena de: “reclusão” ou “detenção” No máximo implicam em “prisão simples” Cominam-se penas “privativas de liberdade” Isolada, alternativa ou cumulativamente com a multa. Admite-se a possibilidade de fixação “unicamente de multa”. CRIME CONTRAVENÇÃO Ação Penal Pública ou Privada (art. 100) Pública Incondicionada (art. 17, LCP) Competência Justiça Federal ou Estadual Justiça Estadual Exceto se o réu tem foro por prerrogativa de função na Justiça Federal Tentativa É punível (art. 14, PU, CP) Não é punível (art. 4º, LCP) Extraterri- Torialidade Possível (art. 7º, CP) Lei Brasileira não alcança contravenções ocorridas no exterior (art. 2º, LCP) Pena privativa de liberdade Reclusão ou Detenção (art. 33, CP) Prisão Simples (art. 6º, LCP) Limite Temporal da Pena 30 anos (art. 75, CP) 05 anos (art. 10, LCP) Sursis 2 a 4 anos (art. 77, CP) 1 a 3 anos (art. 11, LCP) CRIME E CONTRAVENÇÃO HISTÓRIA 7 Edvaldo DECRETO LEI nª 2.848, de 7 de dezembro de 1.940 O Código Penal vigente no Brasil foi criado pelo Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, pelo então presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo, tendo como ministro da justiça Francisco Campos. O atual código é o 3º da história do Brasil e o mais longo em vigênciaː os anteriores foram os de 1830 e 1890. Apesar da criação em 1940, o atual Código só entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 1942 (artigo 361). O que é e para que serve o Código Penal Brasileiro? Em palavras simples, o Código Penal Brasileiro é uma lei formada por um conjunto de regras sistemáticas com caráter punitivo. Ele tem como fim a aplicação de sanções em concomitância à desestimulação da prática de delitos que atentam contra o tecido social. O Código Penal Brasileiro é dividido em duas partes: GERAL ESPECIAL Artigos 1º a 120 Arts. 121 a 361 A aplicação da Lei Penal Preocupando-se o legislador em estabelecer, quando se considerado praticado o delito. Possui como principal enfoque a descrição de condutas criminosas e a definição de suas respectivas penas. O tempo do crime Cuida de conceitos fundamentais à existência do delito, como: A conduta do agente – dolosa ou culposa. Prevê: Os crimes – preceito primário As penas – preceito secundário O tempo das penas O nexo de causalidade Entre esta e o resultado. Prevê também: Isenção da pena Exclusão de Ilicitude Causas que excluem o crime Afastando sua ilicitude ou isentando o agente da pena dita regras que tocam diretamente à execução da pena infligida ao condenado, bem como a aplicação de medida de segurança ao inimputável ou semi- imputável. Enumera causas de extinção da punibilidade. Sua função não é outra senão a proteção dos bens jurídicos estabelecidos no Art. 5º caput da Constituição da República Federativado Brasil, quais sejam: “a vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade”. SUJEITOS ATIVO PASSIVO Indivíduo ou agente que pratica um fato (isto é, uma ação ou omissão) tipificado como delituoso pela legislação vigente. Capacidade que o indivíduo ou agente tem de sofrer as sanções penais incidentes sobre sua conduta delituosa. DIREITO PENAL Objetivo “LEIS PENAIS” Todas as normas existentes e de pronta aplicabilidade sobre o fato concreto ou tentado. Subjetivo “DIREITO DE PUNIR” Poder de “Império” (ou dever) do Estado de punir os indivíduos por ele tutelados, dentro dos basilares do Direito Penal Objetivo. Comum “APLICADO PELA JUSTIÇA COMUM” Aplicação do direito pelos órgãos jurisdicionais do Estado, ou seja, aplicação do Direito Penal dentro da atuação da Justiça comum existente nos Estados da Federação. Especial “APLICADO PELA JUSTIÇA ESPECIAL” Previsão legal de competência para atuação das justiças especializadas na aplicação da lei penal. Exemplo: Direito Penal Eleitoral e Direito Penal Militar. Substantivo ou Material É a materialidade da norma, ou seja, é a norma em sua apresentação formal (exemplo: livro que contém o CÓDIGO PENAL) Adjetivo ou Formal É a instrumentalidade do Direito Penal, isto é, o “DIREITO PROCESSUAL PENAL” e suas nuances. Penal Internacional Normas INTERNAS aplicadas no Exterior CP, art. 7º - Extraterritorialidade Corresponde justamente ao – direito produzido internamente, cuja aplicação se dá sobre fatos ocorridos fora do Brasil. Internacional Penal Normas EXTERNAS aplicadas no Brasil Diz respeito às “normas externas – tratados e convenções internacionais – que vigoram dentro do nosso país. O CÓDIGO PENAL 8 Edvaldo Decorre do Princípio Constitucional: Art. 5º - II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Assim só haverá crime se uma lei penal dispor que aquela conduta é crime. Sendo assim, ➢ Nem todas as normas penais têm o intuito de punir, ou seja, nem todas são – “incriminadoras”. ➢ Eles podem prever “excludentes” – legitima defesa – formas de insenção de aplicação da pena, explicações etc. NORMAS PENAIS INCRIMINADORAS NÃO INCRIMINADORAS É reservada a função de definir as infrações penais, “proibindo” ou “impondo” condutas, sob a ameaça de pena. Tornar lícitas determinadas condutas. É a norma penal por excelência – Código Penal Afastar a culpabilidade do agente, erigindo causas de isenção de pena. Estão contidas na Parte Especial do CP. Fornecer princípios gerais para a aplicação da lei penal. São aquelas em que há uma necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação de seu preceito primário. Quer isto significar que; ➢ Embora uma descrição requer, obrigatoriamente, um complemento extraído, de um outro diploma – leis, decretos, regulamentos etc. – para que possam, efetivamente, ser entendidos os limites da proibição ou imposição feitos pela lei penal, uma vez que, sem esse complemento, torna-se impossível a sua aplicação. Primeiro EXEMPLO Segundo EXEMPLO Suponhamos que João, armado com um revólver, atire em Pedro, desejando matá-lo, vindo alcançar o resultado por ele pretendido. Agora, imaginemos que Paulo este trazendo consigo certa quantidade de maconha, para seu uso, quando é surpreendido e preso por policiais. Analisando o art. 121, caput, do CP, verificamos que em seu preceiro primário está descrita a seguinte conduta: “matar alguém”. Paulo praticou a conduta descrita no art. 16 da Lei nº 6.368/76. O comportamento de João, como se percebe, amolda-se perfeitamente àquele descrito no art. 121, não havendo necessidade de recorrer a qualquer ou diploma legal. A partir do momento que necessitamos buscar um complemento em outro diploma para que possamos saber o exato alcance daquela norma que almejamos interpretar, estaremos diante de uma norma penal em branco. ➢ Diz-se em “branco a norma penal” – porque seu preceito primário não é completo. ➢ Para que se consiga compreender o âmbito de sua aplicação eé preciso que ele seja complementado por um outro diploma. As fontes são os marcos de origem e manifestação do Direito Penal. São o órgão ou a forma de sua exteriorização. Por exemplo: compete privativamente a União, legislar sobre: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho (...). Outro exemplo: a simples existência de lei, costumes, jurisprudências, princípios e/ou doutrinas. Fontes MATERIAIS Ente estatal responsável pela produção e pela exteriorização do Direito. Fontes FORMAIS Forma e modo de exteriorização do Direito FONTES FORMAIS Imediatas Mediatas As leis penais existentes. Na omissão da lei. Conforme o princípio da legalidade, não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (art. 5º, inciso XXXIX da Constituição Federal de 88, e art. 1º do Código Penal Brasileiro). Podem ser aplicados os princípios gerais de Direito, os costumes a jurisprudência e a doutrina, os quais são fontes formais mediatas. Esses princípios estão autorizados por lei (Art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro). NORMA PENAL NORMAS PENAIS EM BRANCO FONTES DO DIREITO PENAL 9 Edvaldo Normas que, extraíds da Constituição Federal, servem como bse interpretativa para todas as outras normas de Direito Penal do sistema jurídico brasileiro. 1. Possuem “força normativa”, devendo ser respeitados, sob pena de inconstitucionalidade da norma que os contrariar. PRINCÍPIO da RESERVA LEGAL ou da LEGALIDADE 1. Sem legislação específica não há crime. 2. Somente “Lei Formal” – pode criar condutas “criminosas” e cominar “penas”. 3. É uma forma de limitação do poder punitivo do Estado (Art. 5º, inciso XXXIX da CF/88 e Art. 1º do Código Penal Brasileiro). 4. O princípio da legalidade se divide em: 1. “Reserva Legal” - necessidade de Lei Formal. 2. “Anterioridade” – necessidade de que a Lei seja anterior ao fato criminoso. 1. Normas Penais em Branco – não violam tal princípio. 2. Lei Penal não pode retroagir – sob pena de violação à nanterioridade. 1. Exceção – poderá retroagir para beneficiar o réu. DAS PENAS INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA Ocorre em 03 esferas: Legislativa Judicial Administrativa Cominação de punições proporcionais à gravidade dos crimes, e com o estabelecimento de penas mínimas e máximas. Análise, pelo magistrado, das circunstâncias do crime, dos antecedentes do réu, etc. Ocorre na fase de “Execução Penal”, oportunidade na qual serão analisadas questões como progressão de regime, livramento condicional e outras. INTRANSCEDÊNCIA DA PENA Ninguém pode ser processado e punido por fato criminoso praticado por outras pessoa. 1. Isso não impede que os sucessores do condenado falecido sejam obrigados a reparar os danos civis causados pelo fato. Constituição Federal – art. 5º: TIPOS DE PENAS PERMITIDAS - XLVI VEDADAS – XLVII Privação ou Restrição de Liberdade De Morte (salvo em caso de guerra declarada) Perda de Bens De Caráter Perpétuo Multa Trabalhos Forçados Prestação Social Alternativa. De Banimento Suspensão ou Interdição de Direitos Cruéis Atenção!! Trata-se de cláusula pétrea. PRINCÍPIO da INTERVENÇÃO MÍNIMA (ou Ultima Ratio) 1. Limita o poder de atuação do ente estatal. 2. O direito punitivo só será aplicadoem observância ao princípio da reserva legal, com o fim social de impedir o legislador de se exceder na construção do Direito Penal aplicável. 3. A criminalização de condutas só deve ocorrer quando se caracterizar como meio absolutamente necessário à proteção de bens jurídicos ou à defesa de interesses cuja proteção, pelo Direito Penal, seja absolutamente indispensável à coexistência harmônica e pacífica da sociedade. PRINCÍPIO da IRRETROATIVIDADE da LEI PENAL 1. A lei penal só pode retroagir para beneficiar. 2. Com isso, fica afastada a possibilidade de uma lei nova (mais rígida) prejudicar fatos pretéritos. 3. A retroação só pode acontecer se a lei nova for mais benigna ao agente do delito (Art. 5º, XL da CF/88). PRINCÍPIO da INSIGNIFICÂNCIA (ou da BAGATELA) 1. Aferida a irrelevância de uma conduta delituosa, ou sua insignificância (por exemplo a apropriação de bagatelas), deve ser excluída sua tipicidade penal. 2. As condutas que não ofendam significativamente os bens jurídicos-penais tutelados não podem ser consideradas crimes (em sentido material). PRINCÍPIO da OFENSIVIDADE 3. Aplicado na elaboração das leis, cuida de prevenir um ataque ou perigo concreto sobre um bem tutelado pelo Estado. 4. Não basta que o fato seja formalmente típico. 5. É necessário que este fato ofenda, de maneira grave, o bem jurídico pretensamente protegido pela norma penal. PRINCÍPIO da PROPORCIONALIDADE 1. As penas devem ser aplicadas de maneira proporcional à gravidade do fato. 2. Além disso, as penas devem ser cominadas de forma a dar ao infrator uma sanção proporcional ao fato abstratamente previsto. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL 10 Edvaldo PRINCÍPIO da ALTERIDADE (ou LESIVIDADE) 1. Não ofendido nenhum bem jurídico por ato meramente subjetivo, não existe crime. 2. Como exemplo, a auto-agressão contida no suicídio. PRINCÍPIO do “IN DUBIO PRO REO” 1. Na dúvida, o réu deve ser absolvido, pois no direito penal a culpa tem que ser comprovada, não cabendo suposição de prática de ato delituoso. PRINCÍPIO DO NE BIS IN IDEM 2. Ninguém pode ser punido duplamente pelo mesmo fato. 3. Ninguém poderá, sequer, ser processado duas vezes pelo mesmo fato. Somente o Estado está autorizado a legislar sobre Direito Penal. Ele é o único titular do ius puniendi, logo, cabe a ele a produção material do Direito Penal Objetivo (ou seja, cabe ao Estado a criação das normas que compõem o ordenamento jurídico-penal). Ressalte-se que a distribuição da competência legislativa vem descrita na Constituição, que, em seu art. 22 , I , determina competir, “PRIVATIVAMENTE à UNIÃO LEGISLAR sobre Direito Penal”. Entretanto, LEI COMPLEMENTAR FEDERAL pode autorizar os Estados-membros a legislar sobre Direito Penal, porém, somente em questões específicas de interesse local (§único, do art. 22 da CRFB/88). 4. Sobre questões específicas; que pode ser: uma regra penal sobre trânsito em uma determinada localidade, sobre meio ambiente em uma região. Logo, nenhum Estado está autorizado a legislar sobre temas fundamentais do Direito Penal (sobre princípio da legalidade, sobre as causas de exclusão da antijuridicidade, sobre a configuração do delito...) Art. 62. ... §1º. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a: b) direito penal, processo penal, ... Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. 5. Ver CF, art. 5º, XXXIX: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. 6. No art. 9º da Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de São josé da Costa Rica - 1969. 7. No art. 15 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos – Decreto nº 592, de 06.07.1992. Somente haverá crime quando existir perfeita correspondência entre a conduta praticada e a previsão legal (Reserva Legal), que não pode ser vaga, deve ser específica. Exige-se que a lei esteja em vigor no momento da prática da infração penal (Anterioridade). → Princípio: Nullum crimem, nulla poena sine praevia lege. As normas penais incriminadoras não são proibitivas e sim descritivas. 8. Por exemplo, o Art. 121 - Matar alguém, no Código Penal, ele não proíbe, ou seja, não matar. Ele descreve uma conduta, que, se cometida possuirá uma sanção (punição). È importante a fixação do tempo em que o “delito” se considera praticado para, entre outras coisas, sabermos a LEI que deve ser aplicada e estabelecermos a imputabilidade do sujeito. Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. REGRA – Princípio da ATIVIDADE 9. Lei é aplicada aos fatos praticados durante sua vigência. 10. IRRETROATIVIDADE da Lei. Constituição Federal – art. 5º, XL: 1. “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO PENAL MEDIDAS PROVISÓRIAS TÍTULO I – DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL LEI PENAL NO TEMPO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (ANTERIORIDADE ou da RESERVA LEGAL) 11 Edvaldo EXCEÇÃO – Extra-atividade da “Lei Penal Benéfica” : RETROATIVIDADE ULTRA-ATIVIDADE Da Lei Penal Benéfica Da Lei Penal Benéfica “Lei Nova” mais benéfica – retroage Lei mais benéfica, quando revogada De forma que será aplicada aos fatos criminosos praticados antes de sua entrada em vigor. Continua a reger os fatos praticados durante sua vigência. Em regra, o CP sempre adota a “Lei vigente”, “A”, no momento da “ação” ou “omissão” do agente, sendo assim, se nesta época é cometido um crime, aquele irá responder sobre o fato descrito no tipo penal. Seria o caso em que, no momento da ação vigorava a Lei “A”, entretanto, no decorrer do processo entrou em vigor nova Lei “B”, revogando a Lei “A”, tornando mais gravosa a conduta anteriormente praticada pelo agente. Em regra, o CP sempre adota a “Lei vigente”, “A”, no momento da “ação” ou “omissão” do agente, sendo assim, se nesta época é cometido um crime, aquele irá responder sobre o fato descrito no tipo penal. Sendo assim, no momento do julgamento, ocorrerá a ultra- atividade da lei, ou seja, a Lei “A”, mesmo não estando mais em vigor, irá ultra-agir ao momento do julgamento para beneficiar o réu, por ser menos gravosa a punição que o agente irá receber. ABOLITIO CRIMINIS – ABOLIÇÃO DO CRIME - DESCRIMINALIZAÇÃO Lei nova passa a não mais considerar a conduta como criminosa – descriminação da conduta. 1. Tranca e extingue o “inquérito policial” e a “ação penal”. 2. Cassam imediatamente a execução de todos os efeitos penais. 3. Não alcança os efeitos Civis da condenação. Ex.: a Lei nº 11.106, de 28.03.2005, revogou o ”crime de adultério”. NOVATIO LEGIS Incriminadora In Pejus In Mellius Trata-se de quando “Lei Nova” torna típico fato anteriormente não incriminado. É a edição de “Nova Lei” prejudicial ao acusado, ou seja, edição de lei mais severa que a anterior. É o surgimento de “Lei Nova” mais benéfica ao réu, ou seja, edição de lei mais benigna que a anterior. Irretroativa Irretroativa Retroatividade Neste caso, a lei nova não poderá ser aplicada a fatos anteriores em decorrência do “Princípio da Anterioridade”. Exemplo: Caso lei nova altere a pena de “detenção” para “reclusão”. Exemplo: Quando a lei comina pena menos rigorosa (qualidade ou quantidade)Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Lei EXCEPCIONAL Lei TEMPORÁRIA Utilizada em períodos de anormalidade social. Período de tempo previamente fixado pelo legislador. Guerra, Calamidades Públicas, Enchentes, etc. Por exemplo a lei que criou diversas condutas criminosas para proteger a propriedade material e imaterial da FIFA, ou seja, é uma lei que tem o período de vigência pré- determinado. A diferença é bem simples, a primeira vige enquanto perdurar a situação que motivou sua criação e a segunda tem um termo pré fixado de vigência. ➢ São “ultra-ativas”. LEIS PERMANENTES São aquelas que só perdem sua eficácia se forem reformadas por outra lei mais nova. Chamamos esse fenômeno de “revogação”. Leis revogadas são aquelas que perdem sua validade por determinação expressa da lei mais nova aplicada. REVOGAÇÃO TOTAL PARCIAL Ab-rogação Derrogação Quando toda a lei é declarada sem efeito. Quando apenas uma parte da lei velha é tornada sem efeito. LEI EXCEPCIONAL ou TEMPORÁRIA 12 Edvaldo Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Varias teorias disputam o tratamento do tema telativo ao TEMPO DO CRIME, podendo-se destacar dentre elas as seguintes: 1. Teoria da Atividade – adotada pelo nosso CP. 2. Teoria do Resultado. 3. Teoria Mista ou da Ubiquidade. 1. TEORIA DA ATIVIDADE ➢ O crime reputa-se praticado no moento da conduta – momento da execução. ➢ A imputabilidade do agente deve ser aferida no momento em que o crime é praticado. “Tite” com 17 anos e 11 meses 2 meses depois “Tonho” morre Atira em “Tonho” “Tite” com mais de 18 anos Esse princípio trata o “momento da ação do crime”, ou seja, independentemente do resultado, para aplicação da Lei Penal, é considerado o “momento exato da prática deliituosa”, seja ela – ação (ou comissiva) ou omissão. CRIMES CONTINUADOS E PERMANENTES Consideram-se como sendo praticados enquanto não cessa a continuidade ou permanência. Por exemplo – no caso de “sequestro” em que o crime se consuma a todo instante em que houver a privação de liberdade da vítima. “Tite” com 17 anos e 11 meses 2 meses depois “Tonho” é colocado em liberdade Sequestra “Tonho” “Tite” é preso com 18 anos Nesse exemplo acima, “Tite” não será mais inimputável, pois no momento de sua prisão já havia completado 18 anos, não considerado neste caso, o momento em que se iniciou a ação, mas sim, quando cessou. 2. TEORIA DO RESULTADO ➢ Determina que tempo do crime será, como a sua própria denominação nos está a induzir, o da ocorrência do resultado. ➢ Aqui, sobreleva-se a importância no momento do resultado da infração penal. 3. TEORIA MISTA OU DA UBIQUIDADE ➢ Concede igual relevo aos 2 (dois) momentos apontados pelas teorias anteriores, asseverendo que tempo do crime será o da ação ou da omissão, bem como o do momento do resultado. Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. A Lei Penal de um país está diretamente ligada à sua soberania, daí porque sua validade aparece limitada no espaço dentro do qual se reconhece, na comunidade internacional, o exercício dessa soberania. Lei Penal no Espaço Lei Penal Lei Processual Penal Territorialidade (art. 5º) Regras Específicas Extraterritorialidade (art. 7º) A exemplo da maiorida das legislações vigentes, a “Lei Penal Brasileira” só tem aplicação nos “limites do território nacional”, independentemente da nacionalidade do agente, da vítima ou do objeto jurídico. Adotou-se, portanto, o “Princípio da Territorialidade TEMPERADA ou MITIGADA”. Temperada – sem prejuízo de convenções, tratados e regras de “Direito Internacional”, permite-se a eficácia da norma de outros países em certos casos (Convenções e Tratados Internacionais, etc.). Atenção!!!! O Brasil ratificou o “Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional”, de forma que caso não haja processo e julgamento de certos crimes ocorridos em nosso território – crimes de guerra, crimes contra a humana e genocídio – o Tribunal Penal Internacional passará a ser competente para o julgamento (competência subsidiária). TEMPO DO CRIME TERRITORIALIDADE DA LEI PENAL NO ESPAÇO 13 Edvaldo É também aplicável a “Lei Brasileira” aos crimes cometidos: Embarcações e Aeronaves Será aplicada a Lei Brasileira Públicas ou a Serviço Do Governo Brasileiro Quer se encontrem em território nacional ou estrangeiro Mercantes ou Particulares Se estiverem em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente Estrangerias Apenas quando privadas em território brasileiro Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Assim como a “prática de um pode fracionar-se em TEMPOS DIVERSOS – pode também, se desenvolver em “lugares diversos”, percorrendo o território dois ou mais países igualmente soberanos, gerando conflito internacional dew jurisdição – crime à distância. Teoria da ATIVIDADE Teoria do RESULTADO Teoria da UBIQUIDADE Lugar do crime é o da conduta criminosa. Lugar do crime é o da consumação Tanto o lugar da “Ação” quanto o do “resultado”. Ex.: local dos disparos Ex.: local da Morte - Foi adotada, portanto, a TEORIA DA UBIQUIDADE (da Unidade Mista). ANOTAÇÕES: Aplicação da Lei Penal Brasileira a um crime praticado fora do território nacional. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os CRIMES: DEFESA REAL – a lei aplicável é a da nacionalidade do bem jurídico lesado, onde quer que o crime tenha sico cometido, independentemente da nacionalidade do agente. a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 1. A doutrina diverge sobre qual princípio adotado por esta alínea “d” – crime de Genocídio – quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. II - os CRIMES: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir. Justiça Penal Universal (ou Justiça Cosmopolitana) – o agente fica sujeito à lei do país onde for encontrado, não importando a sua nacinalidade, a nacionalidade do bem jurídico lesado ou local da práticacriminosa. b) praticados por brasileiro. Nacionalidade Ativa – aplica- se a lei do país a que pertence o agente, pouco importando o local do crime,a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico violado. c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados Representação (do Pavilhão ou da Bandeira ou da Substituição) – a lei penal nacional aplica-se aos crimes praticados em aeronaves e embarcações privadas, quando no estrangeiro e aí não sejam julgados. § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. LUGAR DO CRIME EXTRATERRITORIALIDADE 14 Edvaldo § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. 2. Nacionalidade Passiva – de acordo com um primeira corrente, consiste na aplicação da lei penal da nacionalidade da vítima. Já para uma segunda, a aplicação da lei nacional. A EXTRATERRITORIALIDADE pode ser: Incondicionada Condicionada Hiper- condicionada Inciso I Inciso II “a”, “b”, “c” e “d” “a”, “b” , “c”, “d” e “e” Parágrafo §1º Parágrafo §2º Parágrafo §3 Estas hipóteses dispensam outras condições, bastando que tenha o crime cometido contra estes bens jurídicos. Entrar o agente no território nacional. Ser o fato punível também no país em que foi praticado. Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. Será aplicada a lei brasileira ainda que o agente já tenha sido condenado ou absolvido no exterior. Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição. Não foi pedida ou foi negada a extradição. Caso tenha sido o agente condenado no exterior, a pena cumprida no exterior será abatida na pena a ser cumprida no Brasil (detração Penal). Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter ai cumprido a pena. Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro. Houve requisição do Ministro da Justiça Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Da simples análise do artigo anterior, extrai-se que pode perfeitamente ocorrer que o agente tenha sido processado, julgado e condenado tanto pela “Lei Brasileira” como pela “Estrangeira”, cumprindo no estrangeiro total ou parcialmente a pena. 1. Trata-se de exceção ao “princípio ne bis in idem”, atenuada pela possibilidade de “detração penal”. Exemplo: 2. Agente é condenado a pena de 8 (oito) anos na França por ter atentado contra a vida do nosso Presidente da República. 3. No Brasil, é também processado e condenado, mas a pena imposta na sentença foi de 20 (vinte) anos. 4. Nesse caso, serão abatidos os 8 (oito) anos cumpridos na França, cumprindo o agente, no Brasil, somente 12 (doze) anos. Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança Parágrafo único - A homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. Importante deixar claro que, em regra, a “sentença estrangeira” não precisa ser homologada no Brasil para gerar efeitos, bastando prova legal da existência da condenação – Carta Sentença. O art. 9º do CP traz apenas 02 (duas) exceções. PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 15 Edvaldo A sentença penal estrangeira precisa ser homologada no Brasil para gerar: Efeitos Civis Sujeição à Medida de Segurança Reparação de danos, restituições e outros. Se existir tratado de extradição Requisição Do PGR Depende de pedido da parte interessada. Se inexistir tratado de extradição Requisição Do Ministro da Justiça. Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Ao contrário do que ocorre com os “prazos processuais” – art. 798, §1º, CPP, - os PENAIS são fatais e “improrrogáveis” e na sua contagem o dia do começo é incluído no cálculo. Tal forma de contagem se aplica a todos os prazos da lei material (ou predominantemente material), tais como: 1. Os de duração das penas. 2. Do sursis. 3. Do livramento condicional. 4. Da prescrição. 5. Da decadência etc. A diferença ma contagem dos prazos foi fixada apenas e tão somente para favorecer o réu. Prazos PENAIS Prazos PROCESSUAIS Sempre correm em favor do réu, começam a ser contados um dia antes, sem possibilidade de prorrogação. Não se considerando o dia de início, dá-se ao agente “um dia a mais” para lançar meio da providência processual adequada. Súmula 310 STF: “Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir” Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. Se o montante final da pena, resultante das operações previstas em lei, não for um número inteiro, deve o juiz desprezar as frações de dia nas penas privativa de liberdade e restritiva de direitos. Na “pena de multa”, as frações de real (parece claro que o desconto deve ser efeutado sobre o montante final de seu valor na moeda e não no número de dias-multa originário. Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. Embora os principais ilícitos penais estejam descritos no CP, há outros de altíssima relevância definidos em leis especiais, as quais formam a chamada legislação penal especial. Este art. 12 do CP manda que as regras gerais do CP sejam aplicadas a toda a legislação penal especial, se esta não dispuser de modo diverso. Assim, caso a lei especial conte com dispositivo próprio a respeito, este prevalecera sobre a regra geral do CP, seguindo o principio da especialidade, pelo qual a lei especial derroga a lei geral. ANOTAÇÕES: CONTAGEM DE PRAZO FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA LEGISLAÇÃO ESPECIAL 16 Edvaldo 01. 2018 - UERR - SETRABES - Agente Sócio-Orientador A respeito das disposições constitucionaisaplicáveis ao direito penal, é INCORRETO afirmar: 1. a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. 2. a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 3. não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. 4. a criação de crimes e penas por meio de medida provisória não ofende o princípio da legalidade. 5. nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 02. 2019 - IDIB - Prefeitura de Petrolina - PE - Guarda Civil A respeito das disposições constitucionais aplicáveis ao Direito Penal, analise os itens a seguir: I. O princípio penal do “non bis in idem”, embora não incluído expressamente na Constituição Federal, tem fundamento no Estado Democrático de Direito. II. É possível se estabelecer sanção penal sem lei anterior, desde que para beneficiar o réu. III. O princípio da presunção de inocência, expresso na Constituição Federal, é uma consequência da proibição da responsabilidade objetiva no direito penal brasileiro. Analisados os itens, pode-se afirmar corretamente que: 1. Apenas o item I está correto. 2. Apenas o item II está correto. 3. Apenas o item III está correto. 4. Apenas os itens I e II estão corretos. 5. Apenas os itens II e III estão corretos. 03. 2018 - FCC - MPE-PE - Técnico Ministerial - Administrativa Não há crime sem lesão efetiva ou ameaça concreta ao bem jurídico tutelado. Tal enunciado refere-se ao princípio da 1. proporcionalidade. 2. intervenção mínima. 3. ofensividade. 4. bagatela imprópria. 5. alteridade. 04. 2019 - IDIB - Prefeitura de Petrolina - PE - Guarda Civil A respeito da contagem dos prazos penais, assinale a alternativa incorreta com base no disposto no Código Penal: 1. Contam-se os anos pelo calendário comum. 2. O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar- se-á prorrogado até o dia útil imediato. 3. Os meses são contados pelo calendário comum. 4. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 5. Os dias são contados pelo calendário comum. 05. 2019 - IDIB - Prefeitura de Petrolina - PE - Guarda Civil De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta acerca do tempo e lugar do crime: 1. Considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu a ação ou omissão, bem como quando se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 2. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, ainda que outro seja o local do resultado. 3. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 4. Considera-se praticado o crime no lugar da ação ou, em caso de omissão, apenas no local do resultado. 5. Para fins penais, o tempo e o lugar do crime são idênticos. 06. 2018 - CESPE - SEFAZ-RS - Assistente Administrativo Fazendário Em relação à aplicação da lei penal, assinale a opção correta. 1. A lei penal não admite a extraterritorialidade. 2. A falta de cominação legal não inviabiliza a aplicação de pena. 3. A lei penal não retroage quando uma conduta deixa de ser considerada crime. 4. A lei penal retroage quando uma conduta passa a ser considerada crime pelo ordenamento jurídico. 5. A lei temporária continua aplicável a fato praticado em sua vigência, ainda que decorrido o seu período de duração. 07. 2019 - SELECON - Prefeitura de Niterói - RJ - Guarda Civil Municipal A aeronave Tropicália é de propriedade da União e está sobrevoando país estrangeiro quando Joecy, passageiro da aeronave, é acusado de cometer crime culposo durante o voo. Nesse caso, de acordo com a parte geral do Código Penal, é correto afirmar: 1. Aplica-se a lei estrangeira do local de sobrevoo. 2. A aeronave é considerada extensão do território nacional brasileiro. 3. A tipificação de crimes culposos não se aplica a sobrevoos. 4. Caberá ao Estado brasileiro decidir qual lei será aplicada. 5. A aplicação da lei cabível dependerá de tratados internacionais. 08. 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - Investigador De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta. 1. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução, mas não os efeitos penais da sentença condenatória 2. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, exceto se decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 3. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 17 Edvaldo 4. Considera-se praticado o crime no momento em que o agente atinge o resultado pretendido. 5. Em nenhuma situação, a lei brasileira pode ser aplicada aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada. 09. 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - Investigador Segundo dispõe o artigo 7º, inciso I, do Código Penal, fica sujeito à lei brasileira, embora cometido no estrangeiro, o crime 1. de genocídio, ainda que o agente seja estrangeiro e não resida no Brasil. 2. contra o patrimônio do Presidente da República. 3. contra a liberdade de Ministro das Relações Exteriores. 4. contra o patrimônio de fundação instituída pelo Poder Público. 5. contra a vida de empregado de Sociedade de Economia Mista. 10. 2019 - INAZ do Pará - CORE-SP - Assistente Jurídico Marque a alternativa correta que representa o princípio da territorialidade: 1. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território internacional. 2. Aplica-se a lei estrangeira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 3. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 4. Aplica-se a lei brasileira, com prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 5. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito nacional, ao crime cometido no território nacional. 11. 2018 - UERR - SETRABES - Agente Sócio-Orientador Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional: I - as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem. II - as aeronaves brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem no espaço aéreo correspondente. III - as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem em alto-mar. Estão corretas somente as afirmativas constantes nos itens: 1. I, II e III. 2. I e II. 3. I. 4. II e III. 5. III. 12. 2018 - UERR - SETRABES - Agente Sócio-Orientador Constitui hipótese de aplicação da lei penal brasileira, independente de qualquer condição, a mera prática de delito em outro país que não o Brasil, exceto os crimes: 1. praticados por brasileiros. 2. contra a vida ou liberdade do Presidente da República. 3. contra o patrimônio ou a fé pública da união, do DF, de Estado, Território ou Município. 4. contra a administração pública, por quem está a seu serviço. 5. de genocídio,quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. 13. Prevê a Constituição Federal que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação de perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. Referido dispositivo constitucional traduz o princípio da intranscedência. ( ) Certo ( ) Errado 14. De acordo com o entendimento do STJ, aquele que pratica um crime no mesmo dia em que tenha completado 18 (dezoito) anos é considerado inimputável. ( ) Certo ( ) Errado 15. O direito penal só deve se preocupar com a proteção dos bens jurídicos mais essenciais à vida em sociedade, constituindo a sua intervenção a ultima ratio, ou seja, tal intervenção somente será exigida quando não se fizer suficiente a proteção proporcionada pelos demais ramos do direito. Tal conceito tem relação com o princípio da intervenção mínima. ( ) Certo ( ) Errado 16. Acerca da jurisprudência do STJ, o crime de responsabilidade praticado por prefeito não comporta aplicação do princípio da insignificância, pois desse agente público exige-se comportamento ético e moral. ( ) Certo ( ) Errado 17. A pena não passará da pessoa do condenado, mas a obrigação de reparar o dano e a decretação doperdimento de bens poderá ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas ilimitadamente. ( ) Certo ( ) Errado PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 18 Edvaldo 18. O princípio da legalidade, o Poder Executivo não pode majorar as penas comindas aos crimes cometidos contra a administração pública por meio de decreto. ( ) Certo ( ) Errado 19. O princípio da legalidade, que é desdobrado nos princípios da reserva legal e da anterioridade, não se aplica às medidas de segurança, que não possuem natureza de pena, pois a parte geral do Código Penal apenas se refere aos crimes e contravenções penais. ( ) Certo ( ) Errado 20. O princípio da legalidade é parâmetro fixador do conteúdo das normas penais incriminadoras, ou seja, os tipos penais de tal natureza somente podem ser criados por meio de lei em sentido estrito. ( ) Certo ( ) Errado 21. Em caso de urgência, a definição do que é crime pode ser realiada por meio de medida provisória. ( ) Certo ( ) Errado 22. No que diz respeito ao tema lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei apenas durante o seu período de vigência; a exceção é a extratividade da lei penal mais benéfica, que comporta duas espécies: a retroatividade e a ultratividade. ( ) Certo ( ) Errado 23. A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogadora. ( ) Certo ( ) Errado 24. Considere que um indivíduo seja preso pela prática de determinado crime e, já na fase de execução penal, uma nova lei torne mais branda a pena para aquele delito. Nessa situação, o indivíduo cumprirá a pena imposta na legislação anterior, em face do princípio da irretroatividade. ( ) Centro ( ) Errado 25. Ocorrendo a hipótese de novatio legis in mellius em relação a determinado crime praticado por uma pessoa definitivamente condenada pelo fato, caberá ao juízo de execução, a aplicação da lei mais benigna. ( ) Certo ( ) Errado 26. Segundo o Código Penal Brasileiro, vigente, a lei posterior que, de qualquer forma, favorecer o agente delituoso aplica-se aos fatos a ela anteriores, desde que não decididos por sentença penal condenatória transitada em julgado. ( ) Certo ( ) Errado 27. Suponha que Leôncio tenha praticado crime de estelionato na vigência de lei penal na qual fosse prevista, para esse crime, pena mínima de dois anos. Suponha, ainda, que, no transcorrer do processo, no momento da prolação da sentença, tenha entrado em vigor nova lei penal, mais gravosa, na qual fosse estabelecida a duplicação da pena mínima prevista pra o referido crime. Nesse caso, é correto afirmar que ocorrerá a ultraatividade da lei penal. ( ) Certo ( ) Errado 28. Segundo os princípios que regem a lei penal no tempo, a nova lei penal, independentemente de ser mais ou menos benéfica ao acusado, será aplicada aos fatos ocorridos a partir do momento de sua entrada em vigor, mas a lei revogada, desde que mais benéfica ao acusado, continua a ser aplicada a fato anterior, ou seja, a fato praticado durante o período de suavigência. ( ) Certo ( ) Errado 29. A regra do código penal é a retroatividade de lei mais gravosa. ( ) Certo ( ) Errado 30. Em regra, quanto à aplicação da lei penal no tempo, vigora o princípio da irretroatividade. ( ) Certo ( ) Errado 31. De acordo com o que dispõe o Código Penal acerca de lei excepcional ou temporária, a conduta de um comerciante que tenha criminalmente transgredido os preços estipulados em tabela fixada por órgão do Poder Executivo deve ser avaliada pelo juiz com base na tabela vigente ao tempo da transgressão, porquanto constitui complemento da norma penal em branco, com efeito ultra-ativo. ( ) Certo ( ) Errado 32. De acordo com entendimento doutrinário dominante, a lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, ainda que, no momento da condenação do réu, não mais vija, ou ainda, que tenham cessado as condições que determinaram sua aplicação. ( ) Certo ( ) Errado 33. Em relação à aplicação da lei penal no tempo e no espaço, no Código Penal adotaram-se, respectivamente, as teorias da atividade e da ubiquidade. ( ) Certo ( ) Errado PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – Art. 1º APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO Art. 2º LEI EXCEPCIONAL ou TEMPORÁRIA Art. 3º TEMPO DO CRIME – Art. 4º 19 Edvaldo 34. Segundo a norma penal vigente, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido em embarcações brasileiras, sendo elas de natureza pública ou privada, salvo se essas embarcações não se encontrarem em águas internacionais. ( ) Certo ( ) Errado 35. A lei penal brasileira será aplicada aos crimes cometidos no território nacional ainda que praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de propriedade privada em voo no espaço aéreo corresponde, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional. ( ) Certo ( ) Errado 36. No CP brasileiro, no que tange à aplicação da lei no tempo e no espaço, adotam-se, respectivamente, as teorias da ubiquidade e da atividade. ( ) Certo ( ) Errado 37. Considere que Paul, cidadão brasileiro britânico dmiciliado no Brasil, em visita à Argentina, tenha praticado o delito de genocídio contra vítima de nacionalidade daquele país e fugido, logo em seguida, para o Brasil. Nesse caso, será possível a aplicação da lei brasileira. ( ) Certo ( ) Errado 38. Acerca da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. Não ficarão sujeitos à lei brasileira, quando cometidos no estrangeiros, os delitos praticados contra a Administração Pública por quem está a seu serviço. ( ) Certo ( ) Errado 39. A lei penal brasileira será aplicada a crime cometido contra a administração pública por servidor público em serviço, ainda que seja praticado no estrangeiro. ( ) Certo ( ) Errado 40. A homologação de sentença estrangeira para obrigar condenado à reparação de dano requer a existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença. ( ) Certo ( ) ErradoLegal Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. (art. 1° da LICP – Lei de Introdução ao Código Penal) Material (substancial) Refere-se ao conteúdo do ilícito penal, com análise da conduta danosa e sua consequência social. Nesse sentido, crime é comportamento humano que causa lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. Formal (Formal Sintético) Conceito sob o aspecto da contradição do fato à norma penal, ou seja, é toda a conduta (ação ou omissão) proibida por lei sob ameaça de pena. Analítico (Dogmático ou Formal Analítico) Enfoca os elementos ou requisitos do crime. O delito é concebido como: conduta típica, antijurídica e culpável (conceito tripartido), ou apenas como: conduta típica e antijurídica (conceito bipartido). Fique ligado!!! ➢ Além de ser majoritária na doutrina, o ”conceito tripartite” é adotado pela jurisprudência dos Tribunais Superiores. TERRITORIALIDADE – Art. 5º EXTRATERRITORIALIDADE – Art. 7º EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA Art. 9º CONCEITO DE CRIME TÍTULO II – TEORIA GERAL DO CRIME 20 Edvaldo Segue um estudo com as principais formas de classificação dos crimes utilizadas pela doutrina e pela jurisprudência. É um assunto essencial para o Direito Penal, tanto para a aplicação dos institutos dessa disciplina quanto para a sua própria compreensão. O conhecimento sobre a classificação dos delitos permite a compreensão dos tipos penais e a atribuição, a cada um deles, de várias características que determinam, por exemplo, o momento da consumação e a possibilidade ou não de punição da forma tentada. É importante ressalvar que os critérios e as denominações utilizados para classificar as infrações penais podem variar entre os doutrinadores. Estudaremos os mais utilizados e consagrados pela jurisprudência, além de mais cobrados pelas bancas de concursos. Vamos lá! 01. Quanto ao SUJEITO ATIVO Os crimes se classificam, quanto ao sujeito ativo, em: Crimes COMUNS ▪ São os descritos no Direito Penal. ▪ Podem ser praticados por qualquer pessoa. Exemplos – homicídio, roubo, furto, etc. Crimes PRÓPRIOS São os que só podem ser cometidos por determinada categoria de pessoas, pois pressupõem no agente uma particular condição ou qualidade pessoal. Exemplos: ▪ Crime praticado por funconários no exercício de suas funções. ▪ O autoabroto praticado pela própria gestante. Crimes De MÂO PRÓPRIA São os que podem ser cometidos pelo sujeito em pessoa. Também conhecido como – de Atuação Pessoal ou Delito de Conduta Infungível. Exemplos – falso testemunho, falsa perícia, etc. 02. Quanto à necessidade de RESULTADO NATURALÍSTICO para sua consumação: Este critério leva em conta o resultado naturalístico, distinguindo os delitos em: Crimes MATERIAIS É aquele que prevê um resultado naturalístico como necessário para sua consumação. Exemplos - o delito de aborto e o de dano Crimes FORMAIS (Consumação Antecipada) É aquele que descreve um resultado naturalístico, cuja ocorrência é prescindível para a consumação do delito. ➢ Também denominado de delito de tipo incongruente. Exemplo - É o caso da extorsão mediante sequestro e do descaminho. Crimes de MERA CONDUTA É aquele cujo resultado naturalístico não pode ocorrer, porque sequer há a sua descrição Exemplo - É o caso do crime de ato obsceno, assim como o de violação de domicílio. 03. Quanto à NECESSIDADE de LESÃO ao BEM JURÍDICO para sua CONSUMAÇÃO. Se tomada como critério a necessidade ou não de efetiva lesão ao bem jurídico, temos a classificação dos delitos em crimes de dano e crimes de perigo. Esta forma de classificação toma como base o resultado jurídico do delito. Crime de DANO É aquele em que se exige, para sua configuração, a efetiva ocorrência de lesão ou de dano ao bem jurídico protegido pela norma penal. Exemplos - o crime de vilipêndio a cadáver, o próprio crime de dano e o infanticídio. Crime de PERIGO É aquele que, para que se considere consumado, exige apenas que o bem seja exposto a perigo. Portanto, a efetiva ocorrência de dano ao bem jurídico protegido pela lei penal é desnecessária para que o crime se consume. Exemplos - crimes de perigo de contágio venéreo, de omissão de socorro e de tráfico ilícito de entorpecentes CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES 21 Edvaldo 04. Quanto à FORMA da CONDUTA Leva em conta a forma da conduta, se positiva ou negativa, separando os crimes em comissivos e omissivos. Crime COMISSIVO É aquele que é praticado por um comportamento positivo do agente, isto é, um fazer. Exemplos - os crimes de furto e de infanticídio Crime OMISSIVO É aquele que é praticado por meio de um comportamento negativo, uma abstenção, um não fazer. Crimes OMISSIVOS Omissivos PRÓPRIOS É aquele previsto em um tipo mandamental, ou seja, um tipo que já descreve um comportamento negativo no seu núcleo. O dever jurídico de agir, naquela situação, decorre do próprio tipo penal, que é chamado, então, de mandamental, por tornar criminosa uma abstenção (ou omissão) em determinadas circunstâncias. O agente, no caso, não tem o dever de evitar um resultado, mas simplesmente o dever de agir para não incorrer na prática do crime. Exemplo - é o crime de omissão de socorro (“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”), em que a própria descrição do tipo penal é um não fazer (deixar de prestar assistência ou não pedir o socorro da autoridade pública). Omissos IMPRÓPRIOS Também chamado de comissivo por omissão. É aquele cujo dever jurídico de agir decorre de uma cláusula geral, que, no Código Penal Brasileiro, está previsto em seu artigo 13, parágrafo segundo. O dever jurídico abrange determinadas situações jurídicas e se refere a qualquer crime comissivo. O sujeito tem o dever de evitar o resultado naturalístico. Por isso, tais delitos são chamados comissivos por omissão. São crimes naturalmente comissivos (praticados por um comportamento positivo, uma ação), como é o caso do homicídio, mas que podem ser praticados por uma conduta omissiva, no caso de o sujeito ter o dever jurídico de agir previsto na cláusula geral. 05. Quanto ao TEMPO da CONSUMAÇÃO Considera o momento em que o crime se consuma: se de forma imediata; se há o prolongamento no tempo desta fase do iter criminis; se, ainda que imediata, a consumação produz efeitos permanentes; ou, por fim, se há um prazo temporal para sua consumação. Crime INSTANTÂNEO É aquele que se consuma imediatamente, em um instante definido. Podemos exemplificar com o furto. Crime PERMANENTE É aquele cuja consumação se protrai no tempo, isto é, se prolonga. A fase da consumação persiste enquanto desejar o agente. É o caso da extorsão mediante sequestro. Crime INSTANTÂNEO de EFEITOS PERMANENTES É aquele que se consuma imediatamente, em um momento determinado no tempo, mas cujos efeitos se prolongam no tempo. São exemplos o aborto e o crime de parcelamento ilegal de solo. Crime a PRAZO É aquele que depende de determinado
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