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DIREITO PENAL - AULA 01

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NOÇÕES DE 
DIREITO PENAL 
 
 
 
 
 
1 Edvaldo 
 
 
 
Consta que Napoleão estudava detidamente as biografias dos 
generais contra quem iria guerrear. Dessa maneira, tentava 
antecipar suas estratégias e suas movimentações no terreno. 
 
1. O que você precisa fazer é exatamente a mesma coisa !!! 
 
A PROVA – pode ser vista como uma batalha e você tem que 
conhecer as estratégias, os estilos e as manhas do General inimigo 
que, neste caso, é a BANCA EXAMINADORA (é quem elabora a 
prova). 
 
1. O que pode cair? 
2. O que caiu nas provas anteriores? 
 
A segunda pergunta responde, em boa parte, à primeira. 
 
3. Estamos aqui para lhe ajudar mostrando o que provas já 
aplicadas pediram, portanto, focalizando o estudo. E, também, 
familiarizando-o com as rotinas da prova. 
 
 
PROVAS DE MÚLTIPLA ESCOLHA 
 
Primeiro Ataque as questões que você sabe e pode 
responder rapidamente. 
 
Segundo 
Responda àquelas que podem ser mais 
trabalhosas, mas que você acha que pode 
responder. 
Terceiro Sobram as mais difíceis !! ?? 
 
 
4. Fazer simulados pode ser considerado uma prática essencial 
para quem leva a sério a prova. 
 
Há pelo menos 02 (dois) benefícios claros: 
Primeiro Segundo 
Simulam condições da prova, 
apresentando questões reais 
e até as emoções. 
 
Isso permite ver onde 
erramos, se erramos por que 
não sabíamos a resposta ou se 
foi por distração. 
Há o aprendizado da gestão do 
tempo. 
 
Somente fazendo simulados 
podemos realmente ver 
quanto tempo podemos 
destinar para cada pergunta. 
 
E, também, como o tempo 
ganho nas questões fáceis 
pode ser economizado para as 
difíceis. 
 
 
ATENÇÃO!!! 
1. Entre as provas de múltiplas escolhas, há aquelas que uma 
resposta errada perde pontos, não apenas deixa de ganhar. 
2. Nessas provas, se não souber, não responda por palpite ou 
jogando na sorte. 
 
3. Deixa em branco. 
 
 
Use todo o tempo disponível para brigar com as questões. 
Não saia da sala antes do tempo limite. 
Uma última revisão costuma mostrar erros tolos de nossa 
parte. 
Ao corrigi-los, ganha-se mais um ponto. 
 
 
Outro fato importante!!! 
 
4. É que as provas profissionalmente formuladas incluem 
perguntas muito difíceis, para que ninguém acerte tudo. 
5. O porquê disso é técnico e não é preciso entender. 
6. O importante é que ninguém deve se torturar quando encontra 
perguntas que não sabe responder. 
7. Não se preocupe! 
8. É ínfimo o número de candidatos que saberão a resposta. 
 
 
Introdução adaptada do Livro: “Você Sabe Estudar?” 
Autor: Claudio de Moura Castro. 
 
 
 
Oi, meu querido aluno(a), 
 
1. Se sua vida está difícil, faça sacrifício para mudá-la. 
2. Não fique navegando entre 500 PDFs/vedioaulas achados na 
internet. Escolha o rumo e mantenha o curso. 
3. Não existe concorrência, pois o que importa é a sua 
preparação, e não faça um concurso onde não pode assumir. 
4. Vá as aulas, aulas extras, simulados nos sábados ou domingos. 
5. Aprenda a levantar, porque você vai cair. Não passar é a regra, 
ficar reprovado sim. 
6. Não faça de suas dificuldades motivo para desistir. Use-as 
para persistir. 
 
 
1. Você vai vencer!!! 
2. Você consegue!!! 
3. Acredite nos seus sonhos!!! 
4. Estudar para concursos é mudança de vida!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ARTE DE FAZER PROVAS 
 
 
2 Edvaldo 
 
 
 
Nº Tópico Apostila Simulado Revisão 
01 Introdução 
 
02 
Da Aplicação da 
Lei Penal 
(arts. 1º a 12) 
 
03 Do Crime 
(arts. 13 a 25) 
 
 
04 
Da Imputabilidade 
Penal 
(arts. 26 a 28) 
 
 
 
 
 
 
ANTERIORIDADE DA LEI 
 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena 
sem prévia cominação legal. 
 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa 
de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os 
efeitos penais da sentença condenatória. 
 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer 
o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado. 
 
 
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA 
 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
 
 
TEMPO DO CRIME 
 
 Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
 
 
 
TERRITORIALIDADE 
 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no 
território nacional. 
 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do 
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que 
se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a 
bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade 
privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em 
vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. 
 
 
LUGAR DO CRIME 
 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu 
a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado 
 
 
EXTRATERRITORIALIDADE 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
 
I - os CRIMES: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito 
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa 
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado 
no Brasil; 
 
 
II - os CRIMES: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, 
mercantes ou de propriedade privada, quando em território 
estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 
 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei 
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
POLÍCIA MILITAR DE ALAGOAS 
 
O CÓDIGO PENAL - PARTE GERAL 
 
TÍTULO I – DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
 
3 Edvaldo 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira 
depende do concurso das seguintes condições: 
 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei 
brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí 
cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro 
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por 
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as 
condições previstas no parágrafo anterior: 
 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
 
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO 
 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no 
Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, 
quando idênticas. 
 
 
EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei 
brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser 
homologada no Brasil para:I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a 
outros efeitos civis; 
 
II - sujeitá-lo a medida de segurança 
 
Parágrafo único - A homologação depende: 
 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte 
interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de 
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a 
sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da 
Justiça. 
 
 
CONTAGEM DE PRAZO 
 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-
se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
 
FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA 
 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas 
restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as 
frações de cruzeiro. 
 
 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos 
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
 
 
 
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 
 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, 
somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a 
ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
 
 
SUPERVENIÊNCIA DE CAUSA INDEPENDENTE 
 
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente 
exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos 
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
 
 
RELEVÂNCIA DA OMISSÃO 
 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia 
e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a 
quem: 
 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o 
resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência 
do resultado. 
 
 
Art. 14 - Diz-se o CRIME: 
 
Crime CONSUMADO 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua 
definição legal; 
 
TENTATIVA 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 
Pena de tentativa 
 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a 
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, 
diminuída de um a dois terços. 
 
 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA e ARREPENDIMENTO EFICAZ 
 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na 
execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos 
atos já praticados. 
 
 
 
 
TÍTULO II – DO CRIME 
 
 
4 Edvaldo 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à 
pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento 
da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será 
reduzida de um a dois terços. 
 
 
CRIME IMPOSSÍVEL 
 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta 
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime. 
 
 
Art. 18 - Diz-se o CRIME: 
 
Crime DOLOSO 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de 
produzi-lo; 
 
Crime CULPOSO 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia. 
 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode 
ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica 
dolosamente. 
 
 
AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO 
 
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só 
responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. 
 
 
ERRO SOBRE ELEMENTOS DO TIPO 
 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime 
exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto 
em lei. 
 
 
DESCRIMINANTES PUTATIVAS 
 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas 
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria 
a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de 
culpa e o fato é punível como crime culposo. 
 
 
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO 
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
 
 
ERRO SOBRE A PESSOA 
 
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não 
isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou 
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente 
queria praticar o crime. 
 
ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO 
 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a 
ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá 
diminuí-la de um sexto a um terço. 
 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou 
se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era 
possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 
 
 
COAÇÃO IRRESISTÍVEL e OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA 
 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita 
obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior 
hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
 
 
EXCLUSÃO DE ILICITUDE 
 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício 
regular de direito. 
 
 
EXCESSO PUNÍVEL 
 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste 
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. 
 
 
ESTADO DE NECESSIDADE 
 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o 
fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, 
nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo 
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever 
legal de enfrentar o perigo. 
 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito 
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. 
 
 
LEGITIMA DEFESA 
 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, 
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Edvaldo 
 
INIMPUTÁVEIS 
 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
 
 
REDUÇÃO DA PENA 
 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, 
se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
 
MENORES DE 18 (DEZOITO) ANOS 
 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente 
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na 
legislação especial. 
 
 
EMOÇÃO e PAIXÃO 
 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
 
I - a emoção ou a paixão; 
 
Embriaguez 
 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância 
de efeitos análogos. 
 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação 
ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, 
por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não 
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que é DIREITO PENAL? 
 
O Direito Penal, ou Direito Criminal, é um ramo do DIREITO 
PÚBLICO que é composto por um conjunto de normas jurídicas que 
qualificam e tipificam atitudesem crimes. Ele permite que o 
Estado, diante da legalidade jurídica, aplique sanções penais a 
quem cometer crimes que perturbem a ordem. 
 
É um dispositivo que permite que o Estado possa garantir maior 
harmonia social. 
 
Conforme nos ensina o professor Miguel Reale (2002): 
 
“As regras estão sujeitas a ser violadas. Pode-se mesmo dizer 
que é da natureza do Direito essa possibilidade de infração, a 
qual, quando se reveste de gravidade, por atentar a valores 
considerados necessários à ordem social, provoca uma reação 
por parte do Poder Público, que prevê sanções penais aos 
transgressores”. 
 
 
Veja o que dizem mais dois estudiosos sobre o que é Direito Penal: 
 
Cleber Masson (2014) – Direito Penal é “o conjunto de princípios 
e leis destinados a combater o crime e a contravenção penal, 
mediante a imposição de sanção penal (pena ou medida de 
segurança)”. 
 
Guilherme Nucci (2008) – Trata-se de um “conjunto de normas 
jurídicas voltado à fixação dos limites do poder punitivo do Estado, 
instituindo infrações penais e sanções correspondentes, bem como 
regras atinentes a sua aplicação”. 
 
O conceito de Direito Penal pode ser subdividido em objetivo e 
subjetivo: 
 
Objetivo Subjetivo 
 
É o conjunto de LEIS 
vigentes no País 
Reflete o direito de punir, 
O “ius puniendi”, 
Sendo atualmente o Estado 
seu exclusivo titular. 
 
Nesse sentido, o professor Antônio de Queiroz Filho (1966) nos 
ensina que o “Direito Penal SUBJETIVO” é quase sempre 
resumido ao direito de punir de que o Estado é titular. Mesmo nos 
casos em que a punição fica na dependência da iniciativa do 
ofendido, o Estado tem o monopólio do direito de punir. 
 
Transfere-se à vítima apenas o direito de acusação, a faculdade 
de iniciar o processo, a fim de que o Estado efetive a punição do 
ato criminoso. 
 
Em contrapartida, ele diz que o Direito Penal objetivo é o próprio 
ordenamento jurídico-penal, é o conjunto de normas relativas ao 
crime e à respectiva sanção. 
 
O direito de punir, que é direito subjetivo do Estado, tem no 
Direito Penal objetivo, ao mesmo tempo, sua expressão e seu limite 
natural. Antônio Queiroz diz: 
 
TÍTULO III – DA IMPUTABILIDADE PENAL 
 
01. INTRODUÇÃO 
 
 
6 Edvaldo 
É comum considerar-se o direito penal sob o duplo aspecto de 
direito penal substantivo e direito penal adjetivo. A distinção tem 
em vista, de um lado, o direito penal propriamente dito, isto é, as 
leis que configuram as modalidades típicas de conduta criminal e 
estabelecem as respectivas sanções. 
 
E, de outro lado, o processo, as regras que regem a atividade 
jurisdicional e, através dela, tornam efetiva a aplicação do direito 
penal substantivo. 
 
 
 
 
Desde as primeiras civilizações, ao cunhar a lei, esteve presente 
um dos seus objetivos primordiais que é limitar e regular o 
procedimento das pessoas diante de condutas amplamente 
consideradas como nocivas e reprováveis. 
 
Um dos escritos mais antigos é o “Código de Ur-Nammu” que data 
de aproximadamente 2.100 a.C. no qual se vêm arrolados 32 artigos 
alguns dos quais preconizado penas para atos delitivos. 
 
A LEI DE TALIÃO 
➢ “O Código de Hamurabi” que é compilação maior e posterior, 
dentre outros regramentos penais contra o crime, adota a 
chamada “Lei de Talião” ou a conhecida “Lei olho por olho, 
dente por dente”, que concedia aos parentes da vítima o 
direito de praticar com o criminoso a mesma ofensa e no 
mesmo grau por ele cometido. 
 
 
UM POUCO DA HSTÓRIA DO CÓDIGO PENAL NO BRASIL 
 
Vigoraram no Brasil as Ordenações: 
1. Afonsinas. 
2. Manuelinas. 
3. Filipinas. 
 
IMPÉRIO - Código Criminal do Império – 1.830 a 1.890 
➢ Foi promulgado em 16.12.1830 e publicado em 08.01.1831. 
➢ Estava vigente a nossa primeira Constituição que fora 
“outorgada” em 25.03.1824. 
 
REPÚBLICA – Código Republicano – 1890 a 1940 
➢ Foi convertido em Lei em 11.10.1890, por força do Decreto 847 
➢ A promulgação da República – em 1889. 
➢ Antes da Constituição Repúblicana de 1891. 
➢ E continuou em vigor após a Constituição de 1934. 
 
O CÓDIGO PENAL - 1940 
➢ Em 1º de janeiro de 1942, entrava em vigor, no Brasil, um novo 
Código Penal – Decreto-lei nº 2.848, de 07.12.1940. 
➢ Este fora elaborado na vigência da Constituição de 1937 – a 
“Polaca”. 
 
 
 
 
 
TEORIA DO CRIME 
 
O Direito Penal pátrio traz à debate, a “Infração Penal” como 
ponto de partida do nosso estudo, tendo esta modalidade uma 
subdivisão: 
1. Crime ou Delito. 
2. Contravenção. 
 
Estrutura das Infrações Penais 
Idade Infração Penal Sanção Penal 
Menores de 
12 anos 
Nada Nada 
Maiores de 
12 anos e 
Menores de 
18 anos 
 
Ato Infracional 
 
Medida Sócio 
Educativa 
Maiores de 
18 anos 
Crime 
Contravenção 
Pena 
Medida de 
Segurança 
 
 
DIFERENÇA ENTRE CRIME E CONTRAVENÇÃO PENAL 
 
CRIMES CONTRAVENÇÕES 
Sujeitam seu autores 
a pena de: 
“reclusão” ou “detenção” 
No máximo implicam em 
“prisão simples” 
Cominam-se penas 
“privativas de liberdade” 
Isolada, alternativa ou 
cumulativamente com a multa. 
Admite-se a possibilidade de 
fixação 
“unicamente de multa”. 
 
 CRIME CONTRAVENÇÃO 
 
Ação Penal 
Pública ou 
Privada 
(art. 100) 
Pública 
Incondicionada 
(art. 17, LCP) 
 
 
Competência 
 
Justiça 
Federal ou 
Estadual 
Justiça Estadual 
 
Exceto se o réu 
tem foro por 
prerrogativa de 
função na 
Justiça Federal 
Tentativa É punível 
(art. 14, PU, CP) 
Não é punível 
(art. 4º, LCP) 
 
Extraterri- 
Torialidade 
 
Possível 
(art. 7º, CP) 
Lei Brasileira não 
alcança 
contravenções 
ocorridas no 
exterior 
(art. 2º, LCP) 
Pena privativa de 
liberdade 
Reclusão ou 
Detenção 
(art. 33, CP) 
Prisão Simples 
(art. 6º, LCP) 
Limite Temporal 
da Pena 
30 anos 
(art. 75, CP) 
05 anos 
(art. 10, LCP) 
Sursis 2 a 4 anos 
(art. 77, CP) 
1 a 3 anos 
(art. 11, LCP) 
 
CRIME E CONTRAVENÇÃO 
 
HISTÓRIA 
 
 
7 Edvaldo 
 
DECRETO LEI nª 2.848, de 7 de dezembro de 1.940 
 
O Código Penal vigente no Brasil foi criado pelo Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940, pelo então presidente Getúlio 
Vargas durante o período do Estado Novo, tendo como ministro da 
justiça Francisco Campos. 
 
O atual código é o 3º da história do Brasil e o mais longo em 
vigênciaː os anteriores foram os de 1830 e 1890. Apesar da criação 
em 1940, o atual Código só entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 
1942 (artigo 361). 
 
 
O que é e para que serve o Código Penal Brasileiro? 
 
Em palavras simples, o Código Penal Brasileiro é uma lei formada 
por um conjunto de regras sistemáticas com caráter punitivo. 
 
Ele tem como fim a aplicação de sanções em concomitância à 
desestimulação da prática de delitos que atentam contra o tecido 
social. 
 
 
O Código Penal Brasileiro é dividido em duas partes: 
 
GERAL ESPECIAL 
Artigos 1º a 120 Arts. 121 a 361 
A aplicação da Lei Penal 
Preocupando-se o legislador 
em estabelecer, quando se 
considerado praticado o 
delito. 
Possui como principal enfoque 
a descrição de condutas 
criminosas e a definição de 
suas respectivas penas. 
O tempo do crime 
Cuida de conceitos 
fundamentais à existência do 
delito, como: 
A conduta do agente – 
dolosa ou culposa. 
Prevê: 
Os crimes – preceito primário 
 
As penas – preceito 
secundário 
 
O tempo das penas 
O nexo de causalidade 
Entre esta e o resultado. 
Prevê também: 
Isenção da pena 
 
Exclusão de Ilicitude 
Causas que excluem o crime 
Afastando sua ilicitude ou 
isentando o agente da pena 
 
dita regras que tocam 
diretamente à execução da 
pena infligida ao condenado, 
bem como a aplicação de 
medida de segurança ao 
inimputável ou semi-
imputável. 
 
Enumera causas de extinção 
da punibilidade. 
 
 
 
 
Sua função não é outra senão a proteção dos bens jurídicos 
estabelecidos no Art. 5º caput da Constituição da República 
Federativado Brasil, quais sejam: “a vida, a liberdade, a igualdade, 
a segurança e a propriedade”. 
 
 
SUJEITOS 
ATIVO PASSIVO 
Indivíduo ou agente que 
pratica um fato (isto é, uma 
ação ou omissão) tipificado 
como delituoso pela legislação 
vigente. 
Capacidade que o indivíduo ou 
agente tem de sofrer as 
sanções penais incidentes 
sobre sua conduta delituosa. 
 
 
DIREITO PENAL 
 
 
Objetivo 
“LEIS PENAIS” 
Todas as normas existentes e de pronta 
aplicabilidade sobre o fato concreto ou 
tentado. 
 
Subjetivo 
“DIREITO DE PUNIR” 
Poder de “Império” (ou dever) do Estado de 
punir os indivíduos por ele tutelados, dentro 
dos basilares do Direito Penal Objetivo. 
 
 
Comum 
“APLICADO PELA JUSTIÇA COMUM” 
Aplicação do direito pelos órgãos jurisdicionais 
do Estado, ou seja, aplicação do Direito Penal 
dentro da atuação da Justiça comum existente 
nos Estados da Federação. 
 
Especial 
“APLICADO PELA JUSTIÇA ESPECIAL” 
Previsão legal de competência para atuação das 
justiças especializadas na aplicação da lei 
penal. Exemplo: Direito Penal Eleitoral e 
Direito Penal Militar. 
 
Substantivo 
ou 
Material 
É a materialidade da norma, ou seja, é a norma 
em sua apresentação formal 
(exemplo: livro que contém o 
CÓDIGO PENAL) 
Adjetivo 
ou 
Formal 
É a instrumentalidade do Direito Penal, isto é, 
o “DIREITO PROCESSUAL PENAL” e 
suas nuances. 
 
 
 
Penal 
Internacional 
Normas INTERNAS aplicadas no Exterior 
CP, art. 7º - Extraterritorialidade 
 
Corresponde justamente ao – direito 
produzido internamente, cuja aplicação se 
dá sobre fatos ocorridos fora do Brasil. 
 
 
Internacional 
Penal 
Normas EXTERNAS aplicadas no Brasil 
 
Diz respeito às “normas externas – tratados 
e convenções internacionais – que vigoram 
dentro do nosso país. 
 
 
 
 
 
 
O CÓDIGO PENAL 
 
 
8 Edvaldo 
 
Decorre do Princípio Constitucional: 
 
Art. 5º - II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
 
Assim só haverá crime se uma lei penal dispor que aquela conduta 
é crime. Sendo assim, 
➢ Nem todas as normas penais têm o intuito de punir, ou seja, 
nem todas são – “incriminadoras”. 
➢ Eles podem prever “excludentes” – legitima defesa – formas 
de insenção de aplicação da pena, explicações etc. 
 
 
NORMAS PENAIS 
INCRIMINADORAS NÃO INCRIMINADORAS 
É reservada a função de 
definir as infrações penais, 
“proibindo” ou “impondo” 
condutas, sob a ameaça de 
pena. 
Tornar lícitas determinadas 
condutas. 
É a norma penal por 
excelência – Código Penal 
Afastar a culpabilidade do 
agente, erigindo causas de 
isenção de pena. 
Estão contidas na 
Parte Especial do CP. 
Fornecer princípios gerais 
para a aplicação da lei penal. 
 
 
 
São aquelas em que há uma necessidade de complementação para 
que se possa compreender o âmbito de aplicação de seu preceito 
primário. 
 
Quer isto significar que; 
➢ Embora uma descrição requer, obrigatoriamente, um 
complemento extraído, de um outro diploma – leis, decretos, 
regulamentos etc. – para que possam, efetivamente, ser 
entendidos os limites da proibição ou imposição feitos pela lei 
penal, uma vez que, sem esse complemento, torna-se impossível 
a sua aplicação. 
 
Primeiro EXEMPLO Segundo EXEMPLO 
Suponhamos que João, 
armado com um revólver, 
atire em Pedro, desejando 
matá-lo, vindo alcançar o 
resultado por ele pretendido. 
Agora, imaginemos que Paulo 
este trazendo consigo certa 
quantidade de maconha, para 
seu uso, quando é 
surpreendido e preso por 
policiais. 
Analisando o art. 121, caput, 
do CP, verificamos que em 
seu preceiro primário está 
descrita a seguinte conduta: 
“matar alguém”. 
 
Paulo praticou a conduta 
descrita no art. 16 da Lei nº 
6.368/76. 
 
 
 
 
 
O comportamento de João, 
como se percebe, amolda-se 
perfeitamente àquele 
descrito no art. 121, não 
havendo necessidade de 
recorrer a qualquer ou 
diploma legal. 
A partir do momento que 
necessitamos buscar um 
complemento em outro 
diploma para que possamos 
saber o exato alcance daquela 
norma que almejamos 
interpretar, estaremos 
diante de uma norma penal 
em branco. 
 
 
➢ Diz-se em “branco a norma penal” – porque seu preceito 
primário não é completo. 
➢ Para que se consiga compreender o âmbito de sua aplicação eé 
preciso que ele seja complementado por um outro diploma. 
 
 
 
As fontes são os marcos de origem e manifestação do Direito 
Penal. São o órgão ou a forma de sua exteriorização. Por 
exemplo: compete privativamente a União, legislar sobre: 
direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, 
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho (...). Outro 
exemplo: a simples existência de lei, costumes, jurisprudências, 
princípios e/ou doutrinas. 
Fontes 
MATERIAIS 
Ente estatal responsável pela produção e pela 
exteriorização do Direito. 
Fontes 
FORMAIS 
Forma e modo de exteriorização do Direito 
 
 
FONTES FORMAIS 
Imediatas Mediatas 
As leis penais existentes. Na omissão da lei. 
Conforme o princípio da 
legalidade, não há crime sem 
lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação 
legal (art. 5º, inciso XXXIX 
da Constituição Federal de 
88, e art. 1º do Código Penal 
Brasileiro). 
Podem ser aplicados os 
princípios gerais de Direito, 
os costumes a jurisprudência 
e a doutrina, os quais são 
fontes formais mediatas. 
 Esses princípios estão 
autorizados por lei 
(Art. 4º da Lei de Introdução 
ao Código Civil Brasileiro). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NORMA PENAL 
 
NORMAS PENAIS EM BRANCO 
 
FONTES DO DIREITO PENAL 
 
 
9 Edvaldo 
 
Normas que, extraíds da Constituição Federal, servem como bse 
interpretativa para todas as outras normas de Direito Penal do 
sistema jurídico brasileiro. 
 
1. Possuem “força normativa”, devendo ser respeitados, sob pena 
de inconstitucionalidade da norma que os contrariar. 
 
 
PRINCÍPIO da RESERVA LEGAL ou da LEGALIDADE 
 
1. Sem legislação específica não há crime. 
2. Somente “Lei Formal” – pode criar condutas “criminosas” e 
cominar “penas”. 
3. É uma forma de limitação do poder punitivo do Estado (Art. 5º, 
inciso XXXIX da CF/88 e Art. 1º do Código Penal Brasileiro). 
 
4. O princípio da legalidade se divide em: 
1. “Reserva Legal” - necessidade de Lei Formal. 
2. “Anterioridade” – necessidade de que a Lei seja anterior 
ao fato criminoso. 
 
1. Normas Penais em Branco – não violam tal princípio. 
 
2. Lei Penal não pode retroagir – sob pena de violação à 
nanterioridade. 
1. Exceção – poderá retroagir para beneficiar o réu. 
 
 
DAS PENAS 
 
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA 
 
Ocorre em 03 esferas: 
 
Legislativa Judicial Administrativa 
Cominação de 
punições 
proporcionais à 
gravidade dos 
crimes, e com o 
estabelecimento 
de penas mínimas 
e máximas. 
Análise, pelo 
magistrado, das 
circunstâncias do 
crime, dos 
antecedentes do 
réu, etc. 
Ocorre na fase de 
“Execução Penal”, 
oportunidade na 
qual serão 
analisadas 
questões como 
progressão de 
regime, livramento 
condicional e 
outras. 
 
 
INTRANSCEDÊNCIA DA PENA 
 
Ninguém pode ser processado e punido por fato criminoso 
praticado por outras pessoa. 
1. Isso não impede que os sucessores do condenado falecido 
sejam obrigados a reparar os danos civis causados pelo fato. 
 
 
 
 
 
 
Constituição Federal – art. 5º: 
 
TIPOS DE PENAS 
PERMITIDAS - XLVI VEDADAS – XLVII 
Privação ou Restrição de 
Liberdade 
De Morte 
(salvo em caso de guerra 
declarada) 
Perda de Bens De Caráter Perpétuo 
Multa Trabalhos Forçados 
Prestação Social Alternativa. De Banimento 
Suspensão ou Interdição de 
Direitos 
Cruéis 
 
Atenção!! 
Trata-se de cláusula pétrea. 
 
 
 
PRINCÍPIO da INTERVENÇÃO MÍNIMA (ou Ultima Ratio) 
1. Limita o poder de atuação do ente estatal. 
2. O direito punitivo só será aplicadoem observância ao princípio 
da reserva legal, com o fim social de impedir o legislador de se 
exceder na construção do Direito Penal aplicável. 
3. A criminalização de condutas só deve ocorrer quando se 
caracterizar como meio absolutamente necessário à proteção 
de bens jurídicos ou à defesa de interesses cuja proteção, pelo 
Direito Penal, seja absolutamente indispensável à coexistência 
harmônica e pacífica da sociedade. 
 
 
PRINCÍPIO da IRRETROATIVIDADE da LEI PENAL 
1. A lei penal só pode retroagir para beneficiar. 
2. Com isso, fica afastada a possibilidade de uma lei nova (mais 
rígida) prejudicar fatos pretéritos. 
3. A retroação só pode acontecer se a lei nova for mais benigna 
ao agente do delito (Art. 5º, XL da CF/88). 
 
 
PRINCÍPIO da INSIGNIFICÂNCIA (ou da BAGATELA) 
1. Aferida a irrelevância de uma conduta delituosa, ou sua 
insignificância (por exemplo a apropriação de bagatelas), deve 
ser excluída sua tipicidade penal. 
2. As condutas que não ofendam significativamente os bens 
jurídicos-penais tutelados não podem ser consideradas crimes 
(em sentido material). 
 
 
PRINCÍPIO da OFENSIVIDADE 
3. Aplicado na elaboração das leis, cuida de prevenir um ataque 
ou perigo concreto sobre um bem tutelado pelo Estado. 
4. Não basta que o fato seja formalmente típico. 
5. É necessário que este fato ofenda, de maneira grave, o bem 
jurídico pretensamente protegido pela norma penal. 
 
 
PRINCÍPIO da PROPORCIONALIDADE 
1. As penas devem ser aplicadas de maneira proporcional à 
gravidade do fato. 
2. Além disso, as penas devem ser cominadas de forma a dar ao 
infrator uma sanção proporcional ao fato abstratamente 
previsto. 
 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL 
 
 
10 Edvaldo 
PRINCÍPIO da ALTERIDADE (ou LESIVIDADE) 
1. Não ofendido nenhum bem jurídico por ato meramente 
subjetivo, não existe crime. 
2. Como exemplo, a auto-agressão contida no suicídio. 
 
 
PRINCÍPIO do “IN DUBIO PRO REO” 
1. Na dúvida, o réu deve ser absolvido, pois no direito penal a 
culpa tem que ser comprovada, não cabendo suposição de 
prática de ato delituoso. 
 
 
PRINCÍPIO DO NE BIS IN IDEM 
2. Ninguém pode ser punido duplamente pelo mesmo fato. 
3. Ninguém poderá, sequer, ser processado duas vezes pelo 
mesmo fato. 
 
 
 
Somente o Estado está autorizado a legislar sobre Direito Penal. 
 
Ele é o único titular do ius puniendi, logo, cabe a ele a produção 
material do Direito Penal Objetivo (ou seja, cabe ao Estado a 
criação das normas que compõem o ordenamento jurídico-penal). 
 
Ressalte-se que a distribuição da competência legislativa vem 
descrita na Constituição, que, em seu art. 22 , I , determina 
competir, “PRIVATIVAMENTE à UNIÃO LEGISLAR sobre 
Direito Penal”. 
 
Entretanto, LEI COMPLEMENTAR FEDERAL pode autorizar os 
Estados-membros a legislar sobre Direito Penal, porém, somente 
em questões específicas de interesse local (§único, do art. 22 da 
CRFB/88). 
 
4. Sobre questões específicas; que pode ser: uma regra penal 
sobre trânsito em uma determinada localidade, sobre meio 
ambiente em uma região. Logo, nenhum Estado está autorizado 
a legislar sobre temas fundamentais do Direito Penal (sobre 
princípio da legalidade, sobre as causas de exclusão da 
antijuridicidade, sobre a configuração do delito...) 
 
 
 
 
Art. 62. ... 
 
§1º. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I – relativa a: 
b) direito penal, processo penal, ... 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não 
há pena sem prévia cominação legal. 
 
5. Ver CF, art. 5º, XXXIX: 
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal”. 
 
6. No art. 9º da Convenção Americana sobre Direitos Humanos – 
Pacto de São josé da Costa Rica - 1969. 
 
7. No art. 15 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e 
Políticos – Decreto nº 592, de 06.07.1992. 
 
Somente haverá crime quando existir perfeita correspondência 
entre a conduta praticada e a previsão legal (Reserva Legal), que 
não pode ser vaga, deve ser específica. Exige-se que a lei esteja 
em vigor no momento da prática da infração penal (Anterioridade). 
 
→ Princípio: Nullum crimem, nulla poena sine praevia lege. 
 
As normas penais incriminadoras não são proibitivas e sim 
descritivas. 
8. Por exemplo, o Art. 121 - Matar alguém, no Código Penal, ele 
não proíbe, ou seja, não matar. Ele descreve uma conduta, que, 
se cometida possuirá uma sanção (punição). 
 
 
 
 
È importante a fixação do tempo em que o “delito” se considera 
praticado para, entre outras coisas, sabermos a LEI que deve ser 
aplicada e estabelecermos a imputabilidade do sujeito. 
 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior 
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a 
execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo 
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
REGRA – Princípio da ATIVIDADE 
9. Lei é aplicada aos fatos praticados durante sua vigência. 
10. IRRETROATIVIDADE da Lei. 
 
Constituição Federal – art. 5º, XL: 
1. “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. 
 
 
 
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR 
SOBRE DIREITO PENAL 
 
MEDIDAS PROVISÓRIAS 
 
TÍTULO I – DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
(ANTERIORIDADE ou da RESERVA 
LEGAL) 
 
 
11 Edvaldo 
EXCEÇÃO – Extra-atividade da “Lei Penal Benéfica” : 
 
RETROATIVIDADE ULTRA-ATIVIDADE 
Da Lei Penal Benéfica Da Lei Penal Benéfica 
“Lei Nova” mais benéfica – 
retroage 
Lei mais benéfica, 
quando revogada 
De forma que será aplicada 
aos fatos criminosos 
praticados antes de sua 
entrada em vigor. 
Continua a reger os fatos 
praticados durante sua 
vigência. 
Em regra, o CP sempre adota 
a “Lei vigente”, “A”, no 
momento da “ação” ou 
“omissão” do agente, sendo 
assim, se nesta época é 
cometido um crime, aquele irá 
responder sobre o fato 
descrito no tipo penal. 
Seria o caso em que, no 
momento da ação vigorava a 
Lei “A”, entretanto, no 
decorrer do processo entrou 
em vigor nova Lei “B”, 
revogando a Lei “A”, tornando 
mais gravosa a conduta 
anteriormente praticada pelo 
agente. 
Em regra, o CP sempre adota 
a “Lei vigente”, “A”, no 
momento da “ação” ou 
“omissão” do agente, sendo 
assim, se nesta época é 
cometido um crime, aquele irá 
responder sobre o fato 
descrito no tipo penal. 
Sendo assim, no momento do 
julgamento, ocorrerá a ultra-
atividade da lei, ou seja, a Lei 
“A”, mesmo não estando mais 
em vigor, irá ultra-agir ao 
momento do julgamento para 
beneficiar o réu, por ser 
menos gravosa a punição que 
o agente irá receber. 
 
 
ABOLITIO CRIMINIS – ABOLIÇÃO DO CRIME - 
DESCRIMINALIZAÇÃO 
 
Lei nova passa a não mais considerar a conduta como criminosa – 
descriminação da conduta. 
1. Tranca e extingue o “inquérito policial” e a “ação penal”. 
2. Cassam imediatamente a execução de todos os efeitos penais. 
3. Não alcança os efeitos Civis da condenação. 
 
Ex.: a Lei nº 11.106, de 28.03.2005, revogou o ”crime de 
adultério”. 
 
 
NOVATIO LEGIS 
Incriminadora In Pejus In Mellius 
 
Trata-se de 
quando “Lei Nova” 
torna típico fato 
anteriormente não 
incriminado. 
É a edição de 
“Nova Lei” 
prejudicial ao 
acusado, ou seja, 
edição de lei mais 
severa que a 
anterior. 
É o surgimento de 
“Lei Nova” mais 
benéfica ao réu, 
ou seja, edição de 
lei mais benigna 
que a anterior. 
Irretroativa Irretroativa Retroatividade 
Neste caso, a lei 
nova não poderá 
ser aplicada a 
fatos anteriores 
em decorrência do 
“Princípio da 
Anterioridade”. 
Exemplo: 
Caso lei nova 
altere a pena de 
“detenção” para 
“reclusão”. 
Exemplo: 
Quando a lei 
comina pena menos 
rigorosa 
(qualidade ou 
quantidade)Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido 
o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que 
a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência. 
 
Lei EXCEPCIONAL Lei TEMPORÁRIA 
Utilizada em períodos de 
anormalidade social. 
Período de tempo 
previamente fixado pelo 
legislador. 
 
Guerra, 
Calamidades Públicas, 
Enchentes, etc. 
Por exemplo a lei que criou 
diversas condutas criminosas 
para proteger a propriedade 
material e imaterial da FIFA, 
ou seja, é uma lei que tem o 
período de vigência pré-
determinado. 
 
A diferença é bem simples, a primeira vige enquanto perdurar a 
situação que motivou sua criação e a segunda tem um termo pré 
fixado de vigência. 
 
➢ São “ultra-ativas”. 
 
 
LEIS PERMANENTES 
 
São aquelas que só perdem sua eficácia se forem reformadas por 
outra lei mais nova. 
 
Chamamos esse fenômeno de “revogação”. 
 
Leis revogadas são aquelas que perdem sua validade por 
determinação expressa da lei mais nova aplicada. 
 
REVOGAÇÃO 
TOTAL PARCIAL 
Ab-rogação Derrogação 
Quando toda a lei é declarada 
sem efeito. 
Quando apenas uma parte da 
lei velha é tornada sem 
efeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI EXCEPCIONAL ou TEMPORÁRIA 
 
 
12 Edvaldo 
 
 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da 
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado. 
 
Varias teorias disputam o tratamento do tema telativo ao TEMPO 
DO CRIME, podendo-se destacar dentre elas as seguintes: 
1. Teoria da Atividade – adotada pelo nosso CP. 
2. Teoria do Resultado. 
3. Teoria Mista ou da Ubiquidade. 
 
 
1. TEORIA DA ATIVIDADE 
➢ O crime reputa-se praticado no moento da conduta – 
momento da execução. 
➢ A imputabilidade do agente deve ser aferida no momento 
em que o crime é praticado. 
 
“Tite” com 17 anos e 11 meses 2 meses depois “Tonho” 
morre 
Atira em “Tonho” “Tite” com mais de 18 anos 
 
Esse princípio trata o “momento da ação do crime”, ou seja, 
independentemente do resultado, para aplicação da Lei Penal, é 
considerado o “momento exato da prática deliituosa”, seja ela – 
ação (ou comissiva) ou omissão. 
 
 
CRIMES CONTINUADOS E PERMANENTES 
Consideram-se como sendo praticados enquanto não cessa a 
continuidade ou permanência. 
 
Por exemplo – no caso de “sequestro” em que o crime se consuma 
a todo instante em que houver a privação de liberdade da vítima. 
 
“Tite” com 17 anos e 11 
meses 
2 meses depois “Tonho” é 
colocado em liberdade 
Sequestra “Tonho” “Tite” é preso com 18 anos 
 
Nesse exemplo acima, “Tite” não será mais inimputável, pois no 
momento de sua prisão já havia completado 18 anos, não 
considerado neste caso, o momento em que se iniciou a ação, 
mas sim, quando cessou. 
 
 
2. TEORIA DO RESULTADO 
➢ Determina que tempo do crime será, como a sua própria 
denominação nos está a induzir, o da ocorrência do 
resultado. 
➢ Aqui, sobreleva-se a importância no momento do resultado 
da infração penal. 
 
 
3. TEORIA MISTA OU DA UBIQUIDADE 
➢ Concede igual relevo aos 2 (dois) momentos apontados 
pelas teorias anteriores, asseverendo que tempo do crime 
será o da ação ou da omissão, bem como o do momento do 
resultado. 
 
 
 
 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de 
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao 
crime cometido no território nacional. 
 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do 
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que 
se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a 
bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade 
privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em 
vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. 
 
 
A Lei Penal de um país está diretamente ligada à sua soberania, daí 
porque sua validade aparece limitada no espaço dentro do qual se 
reconhece, na comunidade internacional, o exercício dessa 
soberania. 
 
Lei Penal no Espaço 
Lei Penal Lei Processual Penal 
Territorialidade (art. 5º) Regras Específicas 
Extraterritorialidade 
(art. 7º) 
 
 
A exemplo da maiorida das legislações vigentes, a “Lei Penal 
Brasileira” só tem aplicação nos “limites do território nacional”, 
independentemente da nacionalidade do agente, da vítima ou do 
objeto jurídico. 
 
Adotou-se, portanto, o “Princípio da Territorialidade 
TEMPERADA ou MITIGADA”. 
 
Temperada – sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
“Direito Internacional”, permite-se a eficácia da norma de outros 
países em certos casos (Convenções e Tratados Internacionais, 
etc.). 
 
Atenção!!!! 
O Brasil ratificou o “Estatuto de Roma do Tribunal Penal 
Internacional”, de forma que caso não haja processo e julgamento 
de certos crimes ocorridos em nosso território – crimes de 
guerra, crimes contra a humana e genocídio – o Tribunal Penal 
Internacional passará a ser competente para o julgamento 
(competência subsidiária). 
 
 
 
 
 
 
 
TEMPO DO CRIME 
 
TERRITORIALIDADE 
 
DA LEI PENAL NO ESPAÇO 
 
 
13 Edvaldo 
É também aplicável a “Lei Brasileira” aos crimes cometidos: 
 
Embarcações e 
Aeronaves 
Será aplicada a Lei 
Brasileira 
Públicas ou a Serviço 
Do Governo Brasileiro 
Quer se encontrem em 
território nacional ou 
estrangeiro 
Mercantes ou 
Particulares 
Se estiverem em alto-mar ou 
no espaço aéreo 
correspondente 
Estrangerias Apenas quando privadas em 
território brasileiro 
 
 
 
 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como 
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
 
Assim como a “prática de um pode fracionar-se em TEMPOS 
DIVERSOS – pode também, se desenvolver em “lugares 
diversos”, percorrendo o território dois ou mais países igualmente 
soberanos, gerando conflito internacional dew jurisdição – crime à 
distância. 
 
Teoria da 
ATIVIDADE 
Teoria do 
RESULTADO 
Teoria da 
UBIQUIDADE 
Lugar do crime é o 
da conduta 
criminosa. 
Lugar do crime é o 
da consumação 
Tanto o lugar da 
“Ação” quanto o 
do “resultado”. 
Ex.: local dos 
disparos 
Ex.: local da 
Morte 
 - 
 
Foi adotada, portanto, a TEORIA DA UBIQUIDADE (da Unidade 
Mista). 
 
 
 
ANOTAÇÕES: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação da Lei Penal Brasileira a um crime praticado fora do 
território nacional. 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos 
no estrangeiro: 
 
I - os CRIMES: 
 
DEFESA REAL – a lei aplicável é a da nacionalidade do bem 
jurídico lesado, onde quer que o crime tenha sico cometido, 
independentemente da nacionalidade do agente. 
 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito 
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa 
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado 
no Brasil; 
 
1. A doutrina diverge sobre qual princípio adotado por esta alínea 
“d” – crime de Genocídio – quando o agente for brasileiro ou 
domiciliado no Brasil. 
 
 
II - os CRIMES: 
 
 
 
a) que, por tratado ou 
convenção, o Brasil se obrigou 
a reprimir. 
Justiça Penal Universal (ou 
Justiça Cosmopolitana) – o 
agente fica sujeito à lei do 
país onde for encontrado, não 
importando a sua nacinalidade, 
a nacionalidade do bem 
jurídico lesado ou local da 
práticacriminosa. 
 
 
b) praticados por 
brasileiro. 
Nacionalidade Ativa – aplica-
se a lei do país a que pertence 
o agente, pouco importando o 
local do crime,a nacionalidade 
da vítima ou do bem jurídico 
violado. 
c) praticados em aeronaves 
ou embarcações brasileiras, 
mercantes ou de propriedade 
privada, quando em território 
estrangeiro e aí não sejam 
julgados 
Representação (do Pavilhão 
ou da Bandeira ou da 
Substituição) – a lei penal 
nacional aplica-se aos crimes 
praticados em aeronaves e 
embarcações privadas, quando 
no estrangeiro e aí não sejam 
julgados. 
 
 
 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei 
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
 
 
 
 
 
LUGAR DO CRIME 
 
EXTRATERRITORIALIDADE 
 
 
14 Edvaldo 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira 
depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei 
brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí 
cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro 
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
 
 
 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido 
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas 
as condições previstas no parágrafo anterior: 
 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
2. Nacionalidade Passiva – de acordo com um primeira corrente, 
consiste na aplicação da lei penal da nacionalidade da vítima. Já 
para uma segunda, a aplicação da lei nacional. 
 
 
A EXTRATERRITORIALIDADE pode ser: 
 
Incondicionada Condicionada Hiper-
condicionada 
Inciso I Inciso II 
“a”, “b”, “c” e “d” “a”, “b” , “c”, “d” e 
“e” 
 
Parágrafo §1º Parágrafo §2º Parágrafo §3 
Estas hipóteses 
dispensam outras 
condições, 
bastando que 
tenha o crime 
cometido contra 
estes bens 
jurídicos. 
Entrar o agente no 
território nacional. 
 
Ser o fato punível 
também no país em 
que foi praticado. 
 
Crime cometido 
por estrangeiro 
contra brasileiro 
fora do Brasil. 
Será aplicada a lei 
brasileira ainda 
que o agente já 
tenha sido 
condenado ou 
absolvido no 
exterior. 
Estar o crime 
incluído entre 
aqueles pelos quais 
a lei brasileira 
autoriza a 
extradição. 
 
Não foi pedida ou 
foi negada a 
extradição. 
 
 
 
Caso tenha sido o 
agente condenado 
no exterior, a pena 
cumprida no 
exterior será 
abatida na pena a 
ser cumprida no 
Brasil 
(detração Penal). 
 
Não ter sido o 
agente absolvido 
no estrangeiro ou 
não ter ai 
cumprido a pena. 
 
Não ter sido o 
agente perdoado 
no estrangeiro. 
 
Houve requisição 
do Ministro da 
Justiça 
 
 
 
 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena 
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela 
é computada, quando idênticas. 
 
Da simples análise do artigo anterior, extrai-se que pode 
perfeitamente ocorrer que o agente tenha sido processado, 
julgado e condenado tanto pela “Lei Brasileira” como pela 
“Estrangeira”, cumprindo no estrangeiro total ou parcialmente a 
pena. 
 
1. Trata-se de exceção ao “princípio ne bis in idem”, atenuada 
pela possibilidade de “detração penal”. 
 
Exemplo: 
2. Agente é condenado a pena de 8 (oito) anos na França por 
ter atentado contra a vida do nosso Presidente da República. 
3. No Brasil, é também processado e condenado, mas a pena 
imposta na sentença foi de 20 (vinte) anos. 
4. Nesse caso, serão abatidos os 8 (oito) anos cumpridos na 
França, cumprindo o agente, no Brasil, somente 12 (doze) 
anos. 
 
 
 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei 
brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode 
ser homologada no Brasil para: 
 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a 
outros efeitos civis; 
 
II - sujeitá-lo a medida de segurança 
 
Parágrafo único - A homologação depende: 
 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte 
interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de 
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a 
sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da 
Justiça. 
 
 
Importante deixar claro que, em regra, a “sentença estrangeira” 
não precisa ser homologada no Brasil para gerar efeitos, bastando 
prova legal da existência da condenação – Carta Sentença. 
 
O art. 9º do CP traz apenas 02 (duas) exceções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO 
 
EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 
 
15 Edvaldo 
A sentença penal estrangeira precisa ser homologada no Brasil 
para gerar: 
 
Efeitos Civis Sujeição à 
Medida de Segurança 
Reparação de danos, 
restituições e outros. 
Se existir tratado de 
extradição 
Requisição 
Do PGR 
Depende de pedido 
da parte interessada. 
Se inexistir tratado 
de extradição 
Requisição 
Do Ministro 
da Justiça. 
 
 
 
 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário 
comum. 
 
Ao contrário do que ocorre com os “prazos processuais” – art. 
798, §1º, CPP, - os PENAIS são fatais e “improrrogáveis” e na 
sua contagem o dia do começo é incluído no cálculo. 
 
Tal forma de contagem se aplica a todos os prazos da lei material 
(ou predominantemente material), tais como: 
1. Os de duração das penas. 
2. Do sursis. 
3. Do livramento condicional. 
4. Da prescrição. 
5. Da decadência etc. 
 
A diferença ma contagem dos prazos foi fixada apenas e tão 
somente para favorecer o réu. 
 
Prazos PENAIS Prazos PROCESSUAIS 
Sempre correm em favor do 
réu, começam a ser contados 
um dia antes, sem 
possibilidade de prorrogação. 
Não se considerando o dia de 
início, dá-se ao agente “um 
dia a mais” para lançar meio 
da providência processual 
adequada. 
 
 
Súmula 310 STF: “Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, 
ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo 
judicial terá início na segunda feira imediata, salvo se não houver 
expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se 
seguir” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade 
e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena 
de multa, as frações de cruzeiro. 
 
Se o montante final da pena, resultante das operações previstas 
em lei, não for um número inteiro, deve o juiz desprezar as frações 
de dia nas penas privativa de liberdade e restritiva de direitos. 
 
Na “pena de multa”, as frações de real (parece claro que o 
desconto deve ser efeutado sobre o montante final de seu valor 
na moeda e não no número de dias-multa originário. 
 
 
 
Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos 
por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
 
Embora os principais ilícitos penais estejam descritos no CP, há 
outros de altíssima relevância definidos em leis especiais, as quais 
formam a chamada legislação penal especial. Este art. 12 do CP 
manda que as regras gerais do CP sejam aplicadas a toda a 
legislação penal especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
 
Assim, caso a lei especial conte com dispositivo próprio a respeito, 
este prevalecera sobre a regra geral do CP, seguindo o principio da 
especialidade, pelo qual a lei especial derroga a lei geral. 
 
 
ANOTAÇÕES: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTAGEM DE PRAZO 
 
FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA 
 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
 
 
16 Edvaldo 
 
01. 2018 - UERR - SETRABES - Agente Sócio-Orientador 
A respeito das disposições constitucionaisaplicáveis ao direito 
penal, é INCORRETO afirmar: 
1. a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. 
2. a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
3. não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal. 
4. a criação de crimes e penas por meio de medida provisória não 
ofende o princípio da legalidade. 
5. nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de 
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra 
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio 
transferido. 
 
 
02. 2019 - IDIB - Prefeitura de Petrolina - PE - Guarda Civil 
A respeito das disposições constitucionais aplicáveis ao Direito 
Penal, analise os itens a seguir: 
 
I. O princípio penal do “non bis in idem”, embora não incluído 
expressamente na Constituição Federal, tem fundamento no 
Estado Democrático de Direito. 
 
II. É possível se estabelecer sanção penal sem lei anterior, desde 
que para beneficiar o réu. 
 
III. O princípio da presunção de inocência, expresso na 
Constituição Federal, é uma consequência da proibição da 
responsabilidade objetiva no direito penal brasileiro. 
 
Analisados os itens, pode-se afirmar corretamente que: 
1. Apenas o item I está correto. 
2. Apenas o item II está correto. 
3. Apenas o item III está correto. 
4. Apenas os itens I e II estão corretos. 
5. Apenas os itens II e III estão corretos. 
 
 
03. 2018 - FCC - MPE-PE - Técnico Ministerial - 
Administrativa 
Não há crime sem lesão efetiva ou ameaça concreta ao bem 
jurídico tutelado. Tal enunciado refere-se ao princípio da 
1. proporcionalidade. 
2. intervenção mínima. 
3. ofensividade. 
4. bagatela imprópria. 
5. alteridade. 
 
04. 2019 - IDIB - Prefeitura de Petrolina - PE - Guarda Civil 
A respeito da contagem dos prazos penais, assinale a alternativa 
incorreta com base no disposto no Código Penal: 
1. Contam-se os anos pelo calendário comum. 
2. O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-
se-á prorrogado até o dia útil imediato. 
3. Os meses são contados pelo calendário comum. 
4. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
5. Os dias são contados pelo calendário comum. 
05. 2019 - IDIB - Prefeitura de Petrolina - PE - Guarda Civil 
De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta 
acerca do tempo e lugar do crime: 
1. Considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu a 
ação ou omissão, bem como quando se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado. 
2. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação 
ou omissão, ainda que outro seja o local do resultado. 
3. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação 
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado. 
4. Considera-se praticado o crime no lugar da ação ou, em caso de 
omissão, apenas no local do resultado. 
5. Para fins penais, o tempo e o lugar do crime são idênticos. 
 
 
06. 2018 - CESPE - SEFAZ-RS - Assistente Administrativo 
Fazendário 
Em relação à aplicação da lei penal, assinale a opção correta. 
1. A lei penal não admite a extraterritorialidade. 
2. A falta de cominação legal não inviabiliza a aplicação de pena. 
3. A lei penal não retroage quando uma conduta deixa de ser 
considerada crime. 
4. A lei penal retroage quando uma conduta passa a ser 
considerada crime pelo ordenamento jurídico. 
5. A lei temporária continua aplicável a fato praticado em sua 
vigência, ainda que decorrido o seu período de duração. 
 
 
07. 2019 - SELECON - Prefeitura de Niterói - RJ - Guarda 
Civil Municipal 
A aeronave Tropicália é de propriedade da União e está 
sobrevoando país estrangeiro quando Joecy, passageiro da 
aeronave, é acusado de cometer crime culposo durante o voo. 
 
Nesse caso, de acordo com a parte geral do Código Penal, é 
correto afirmar: 
1. Aplica-se a lei estrangeira do local de sobrevoo. 
2. A aeronave é considerada extensão do território nacional 
brasileiro. 
3. A tipificação de crimes culposos não se aplica a sobrevoos. 
4. Caberá ao Estado brasileiro decidir qual lei será aplicada. 
5. A aplicação da lei cabível dependerá de tratados 
internacionais. 
 
 
08. 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - Investigador 
De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta. 
1. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução, mas 
não os efeitos penais da sentença condenatória 
2. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, exceto se decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado. 
3. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do 
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer 
que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se 
achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou 
em alto-mar. 
 
 
17 Edvaldo 
4. Considera-se praticado o crime no momento em que o agente 
atinge o resultado pretendido. 
5. Em nenhuma situação, a lei brasileira pode ser aplicada aos 
crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações 
estrangeiras de propriedade privada. 
 
 
09. 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - Investigador 
Segundo dispõe o artigo 7º, inciso I, do Código Penal, fica sujeito 
à lei brasileira, embora cometido no estrangeiro, o crime 
1. de genocídio, ainda que o agente seja estrangeiro e não resida 
no Brasil. 
2. contra o patrimônio do Presidente da República. 
3. contra a liberdade de Ministro das Relações Exteriores. 
4. contra o patrimônio de fundação instituída pelo Poder Público. 
5. contra a vida de empregado de Sociedade de Economia Mista. 
 
 
10. 2019 - INAZ do Pará - CORE-SP - Assistente Jurídico 
Marque a alternativa correta que representa o princípio da 
territorialidade: 
1. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido 
no território internacional. 
2. Aplica-se a lei estrangeira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido 
no território nacional. 
3. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido 
no território nacional. 
4. Aplica-se a lei brasileira, com prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido 
no território nacional. 
5. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito nacional, ao crime cometido no 
território nacional. 
 
 
11. 2018 - UERR - SETRABES - Agente Sócio-Orientador 
Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território 
nacional: 
 
I - as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou 
a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem. 
 
II - as aeronaves brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem no espaço aéreo correspondente. 
 
III - as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem em alto-mar. 
 
Estão corretas somente as afirmativas constantes nos itens: 
1. I, II e III. 
2. I e II. 
3. I. 
4. II e III. 
5. III. 
 
 
 
 
 
12. 2018 - UERR - SETRABES - Agente Sócio-Orientador 
Constitui hipótese de aplicação da lei penal brasileira, 
independente de qualquer condição, a mera prática de delito em 
outro país que não o Brasil, exceto os crimes: 
1. praticados por brasileiros. 
2. contra a vida ou liberdade do Presidente da República. 
3. contra o patrimônio ou a fé pública da união, do DF, de Estado, 
Território ou Município. 
4. contra a administração pública, por quem está a seu serviço. 
5. de genocídio,quando o agente for brasileiro ou domiciliado no 
Brasil. 
 
 
 
13. Prevê a Constituição Federal que nenhuma pena passará da 
pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação de perdimento de bens ser, nos termos da lei, 
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite 
do valor do patrimônio transferido. Referido dispositivo 
constitucional traduz o princípio da intranscedência. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
14. De acordo com o entendimento do STJ, aquele que pratica um 
crime no mesmo dia em que tenha completado 18 (dezoito) anos é 
considerado inimputável. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
15. O direito penal só deve se preocupar com a proteção dos bens 
jurídicos mais essenciais à vida em sociedade, constituindo a sua 
intervenção a ultima ratio, ou seja, tal intervenção somente será 
exigida quando não se fizer suficiente a proteção proporcionada 
pelos demais ramos do direito. Tal conceito tem relação com o 
princípio da intervenção mínima. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
16. Acerca da jurisprudência do STJ, o crime de responsabilidade 
praticado por prefeito não comporta aplicação do princípio da 
insignificância, pois desse agente público exige-se comportamento 
ético e moral. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
17. A pena não passará da pessoa do condenado, mas a obrigação 
de reparar o dano e a decretação doperdimento de bens poderá 
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas ilimitadamente. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
 
 
18 Edvaldo 
 
18. O princípio da legalidade, o Poder Executivo não pode majorar 
as penas comindas aos crimes cometidos contra a administração 
pública por meio de decreto. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
19. O princípio da legalidade, que é desdobrado nos princípios da 
reserva legal e da anterioridade, não se aplica às medidas de 
segurança, que não possuem natureza de pena, pois a parte geral 
do Código Penal apenas se refere aos crimes e contravenções 
penais. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
20. O princípio da legalidade é parâmetro fixador do conteúdo das 
normas penais incriminadoras, ou seja, os tipos penais de tal 
natureza somente podem ser criados por meio de lei em sentido 
estrito. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
21. Em caso de urgência, a definição do que é crime pode ser 
realiada por meio de medida provisória. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
 
22. No que diz respeito ao tema lei penal no tempo, a regra é a 
aplicação da lei apenas durante o seu período de vigência; a 
exceção é a extratividade da lei penal mais benéfica, que comporta 
duas espécies: a retroatividade e a ultratividade. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
23. A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a 
abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro 
tipo penal, criado pela norma revogadora. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
24. Considere que um indivíduo seja preso pela prática de 
determinado crime e, já na fase de execução penal, uma nova lei 
torne mais branda a pena para aquele delito. Nessa situação, o 
indivíduo cumprirá a pena imposta na legislação anterior, em face 
do princípio da irretroatividade. 
( ) Centro ( ) Errado 
 
25. Ocorrendo a hipótese de novatio legis in mellius em relação a 
determinado crime praticado por uma pessoa definitivamente 
condenada pelo fato, caberá ao juízo de execução, a aplicação da 
lei mais benigna. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
26. Segundo o Código Penal Brasileiro, vigente, a lei posterior que, 
de qualquer forma, favorecer o agente delituoso aplica-se aos 
fatos a ela anteriores, desde que não decididos por sentença penal 
condenatória transitada em julgado. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
27. Suponha que Leôncio tenha praticado crime de estelionato na 
vigência de lei penal na qual fosse prevista, para esse crime, pena 
mínima de dois anos. Suponha, ainda, que, no transcorrer do 
processo, no momento da prolação da sentença, tenha entrado em 
vigor nova lei penal, mais gravosa, na qual fosse estabelecida a 
duplicação da pena mínima prevista pra o referido crime. 
Nesse caso, é correto afirmar que ocorrerá a ultraatividade da lei 
penal. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
28. Segundo os princípios que regem a lei penal no tempo, a nova 
lei penal, independentemente de ser mais ou menos benéfica ao 
acusado, será aplicada aos fatos ocorridos a partir do momento de 
sua entrada em vigor, mas a lei revogada, desde que mais benéfica 
ao acusado, continua a ser aplicada a fato anterior, ou seja, a fato 
praticado durante o período de suavigência. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
29. A regra do código penal é a retroatividade de lei mais gravosa. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
30. Em regra, quanto à aplicação da lei penal no tempo, vigora o 
princípio da irretroatividade. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
 
31. De acordo com o que dispõe o Código Penal acerca de lei 
excepcional ou temporária, a conduta de um comerciante que tenha 
criminalmente transgredido os preços estipulados em tabela 
fixada por órgão do Poder Executivo deve ser avaliada pelo juiz 
com base na tabela vigente ao tempo da transgressão, porquanto 
constitui complemento da norma penal em branco, com efeito 
ultra-ativo. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
32. De acordo com entendimento doutrinário dominante, a lei 
excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência, ainda que, no momento da condenação do réu, não mais 
vija, ou ainda, que tenham cessado as condições que determinaram 
sua aplicação. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
 
33. Em relação à aplicação da lei penal no tempo e no espaço, no 
Código Penal adotaram-se, respectivamente, as teorias da 
atividade e da ubiquidade. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – Art. 1º 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO 
Art. 2º 
 
LEI EXCEPCIONAL ou TEMPORÁRIA 
Art. 3º 
 
TEMPO DO CRIME – Art. 4º 
 
 
19 Edvaldo 
 
34. Segundo a norma penal vigente, aplica-se a lei brasileira ao 
crime cometido em embarcações brasileiras, sendo elas de 
natureza pública ou privada, salvo se essas embarcações não se 
encontrarem em águas internacionais. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
35. A lei penal brasileira será aplicada aos crimes cometidos no 
território nacional ainda que praticados a bordo de aeronaves 
estrangeiras de propriedade privada em voo no espaço aéreo 
corresponde, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
36. No CP brasileiro, no que tange à aplicação da lei no tempo e no 
espaço, adotam-se, respectivamente, as teorias da ubiquidade e da 
atividade. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
 
37. Considere que Paul, cidadão brasileiro britânico dmiciliado no 
Brasil, em visita à Argentina, tenha praticado o delito de genocídio 
contra vítima de nacionalidade daquele país e fugido, logo em 
seguida, para o Brasil. Nesse caso, será possível a aplicação da lei 
brasileira. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
38. Acerca da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. 
Não ficarão sujeitos à lei brasileira, quando cometidos no 
estrangeiros, os delitos praticados contra a Administração Pública 
por quem está a seu serviço. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
39. A lei penal brasileira será aplicada a crime cometido contra a 
administração pública por servidor público em serviço, ainda que 
seja praticado no estrangeiro. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
 
40. A homologação de sentença estrangeira para obrigar 
condenado à reparação de dano requer a existência de tratado de 
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a 
sentença. 
( ) Certo ( ) ErradoLegal 
Considera-se crime a infração penal a 
que a lei comina pena de reclusão ou de 
detenção, quer isoladamente, quer 
alternativa ou cumulativamente com a 
pena de multa. 
(art. 1° da LICP – Lei de 
Introdução ao Código Penal) 
 
 
Material 
(substancial) 
Refere-se ao conteúdo do ilícito penal, 
com análise da conduta danosa e sua 
consequência social. 
 
Nesse sentido, crime é comportamento 
humano que causa lesão ou perigo de 
lesão ao bem jurídico. 
 
Formal 
(Formal Sintético) 
Conceito sob o aspecto da contradição 
do fato à norma penal, ou seja, é toda a 
conduta 
(ação ou omissão) proibida por lei sob 
ameaça de pena. 
 
 
 
Analítico 
(Dogmático ou 
Formal Analítico) 
Enfoca os elementos ou requisitos do 
crime. 
 
O delito é concebido como: 
 conduta típica, antijurídica e culpável 
(conceito tripartido), 
 
ou apenas como: 
 conduta típica e antijurídica (conceito 
bipartido). 
 
 
Fique ligado!!! 
 
➢ Além de ser majoritária na doutrina, o ”conceito tripartite” é 
adotado pela jurisprudência dos Tribunais Superiores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERRITORIALIDADE – Art. 5º 
 
EXTRATERRITORIALIDADE – Art. 7º 
 
EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 
Art. 9º 
 
CONCEITO DE CRIME 
 
TÍTULO II – TEORIA GERAL DO CRIME 
 
 
20 Edvaldo 
 
Segue um estudo com as principais formas de classificação dos 
crimes utilizadas pela doutrina e pela jurisprudência. É um assunto 
essencial para o Direito Penal, tanto para a aplicação dos institutos 
dessa disciplina quanto para a sua própria compreensão. 
 
O conhecimento sobre a classificação dos delitos permite a 
compreensão dos tipos penais e a atribuição, a cada um deles, de 
várias características que determinam, por exemplo, o momento da 
consumação e a possibilidade ou não de punição da forma tentada. 
 
É importante ressalvar que os critérios e as denominações 
utilizados para classificar as infrações penais podem variar entre 
os doutrinadores. Estudaremos os mais utilizados e consagrados 
pela jurisprudência, além de mais cobrados pelas bancas de 
concursos. 
 
Vamos lá! 
 
 
01. Quanto ao SUJEITO ATIVO 
 
Os crimes se classificam, quanto ao sujeito ativo, em: 
 
 
Crimes 
COMUNS 
▪ São os descritos no Direito Penal. 
▪ Podem ser praticados por qualquer pessoa. 
 
Exemplos – homicídio, roubo, furto, etc. 
 
 
 
 
Crimes 
PRÓPRIOS 
São os que só podem ser cometidos por 
determinada categoria de pessoas, pois 
pressupõem no agente uma particular condição 
ou qualidade pessoal. 
 
Exemplos: 
▪ Crime praticado por funconários no 
exercício de suas funções. 
▪ O autoabroto praticado pela própria 
gestante. 
 
Crimes 
De MÂO 
PRÓPRIA 
São os que podem ser cometidos pelo sujeito 
em pessoa. 
 
Também conhecido como – de Atuação 
Pessoal ou Delito de Conduta Infungível. 
 
Exemplos – falso testemunho, falsa perícia, 
etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
02. Quanto à necessidade de 
RESULTADO NATURALÍSTICO para sua consumação: 
 
Este critério leva em conta o resultado naturalístico, distinguindo 
os delitos em: 
 
 
Crimes 
MATERIAIS 
É aquele que prevê um resultado naturalístico 
como necessário para sua consumação. 
 
Exemplos - o delito de aborto e o de dano 
 
 
Crimes 
FORMAIS 
 
(Consumação 
Antecipada) 
É aquele que descreve um resultado 
naturalístico, cuja ocorrência é prescindível 
para a consumação do delito. 
 
➢ Também denominado de delito de tipo 
incongruente. 
 
Exemplo - É o caso da extorsão mediante 
sequestro e do descaminho. 
 
Crimes de 
MERA 
CONDUTA 
É aquele cujo resultado naturalístico não pode 
ocorrer, porque sequer há a sua descrição 
 
Exemplo - É o caso do crime de ato obsceno, 
assim como o de violação de domicílio. 
 
 
 
03. Quanto à NECESSIDADE de LESÃO ao BEM 
JURÍDICO para sua CONSUMAÇÃO. 
 
Se tomada como critério a necessidade ou não de efetiva lesão ao 
bem jurídico, temos a classificação dos delitos em crimes de dano 
e crimes de perigo. 
 
Esta forma de classificação toma como base o resultado jurídico 
do delito. 
 
 
 
Crime de 
DANO 
É aquele em que se exige, para sua 
configuração, a efetiva ocorrência de lesão ou 
de dano ao bem jurídico protegido pela norma 
penal. 
 
Exemplos - o crime de vilipêndio a cadáver, o 
próprio crime de dano e o infanticídio. 
 
 
 
 
Crime de 
PERIGO 
É aquele que, para que se considere 
consumado, exige apenas que o bem seja 
exposto a perigo. 
 
Portanto, a efetiva ocorrência de dano ao bem 
jurídico protegido pela lei penal é 
desnecessária para que o crime se consume. 
 
Exemplos - crimes de perigo de contágio 
venéreo, de omissão de socorro e de tráfico 
ilícito de entorpecentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
DOS CRIMES 
 
 
21 Edvaldo 
04. Quanto à FORMA da CONDUTA 
 
Leva em conta a forma da conduta, se positiva ou negativa, 
separando os crimes em comissivos e omissivos. 
 
 
 
Crime 
COMISSIVO 
É aquele que é praticado por um 
comportamento positivo do agente, isto é, um 
fazer. 
 
Exemplos - os crimes de furto e de 
infanticídio 
Crime 
OMISSIVO 
É aquele que é praticado por meio de um 
comportamento negativo, uma abstenção, um 
não fazer. 
 
 
 
Crimes OMISSIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Omissivos 
PRÓPRIOS 
É aquele previsto em um tipo mandamental, ou 
seja, um tipo que já descreve um 
comportamento negativo no seu núcleo. 
 
O dever jurídico de agir, naquela situação, 
decorre do próprio tipo penal, que é chamado, 
então, de mandamental, por tornar criminosa 
uma abstenção (ou omissão) em determinadas 
circunstâncias. 
 
O agente, no caso, não tem o dever de evitar 
um resultado, mas simplesmente o dever de 
agir para não incorrer na prática do crime. 
 
Exemplo - é o crime de omissão de socorro 
(“Deixar de prestar assistência, quando 
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança 
abandonada ou extraviada, ou à pessoa 
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave 
e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, 
o socorro da autoridade pública”), em que a 
própria descrição do tipo penal é um não fazer 
(deixar de prestar assistência ou não pedir o 
socorro da autoridade pública). 
 
 
 
 
 
Omissos 
IMPRÓPRIOS 
Também chamado de comissivo por omissão. 
 
É aquele cujo dever jurídico de agir decorre 
de uma cláusula geral, que, no Código Penal 
Brasileiro, está previsto em seu artigo 13, 
parágrafo segundo. O dever jurídico abrange 
determinadas situações jurídicas e se refere 
a qualquer crime comissivo. O sujeito tem o 
dever de evitar o resultado naturalístico. Por 
isso, tais delitos são chamados comissivos por 
omissão. 
 
São crimes naturalmente comissivos 
(praticados por um comportamento positivo, 
uma ação), como é o caso do homicídio, mas que 
podem ser praticados por uma conduta 
omissiva, no caso de o sujeito ter o dever 
jurídico de agir previsto na cláusula geral. 
05. Quanto ao TEMPO da CONSUMAÇÃO 
 
Considera o momento em que o crime se consuma: se de forma 
imediata; se há o prolongamento no tempo desta fase do iter 
criminis; se, ainda que imediata, a consumação produz efeitos 
permanentes; ou, por fim, se há um prazo temporal para sua 
consumação. 
 
 
Crime 
INSTANTÂNEO 
É aquele que se consuma imediatamente, 
em um instante definido. 
 
Podemos exemplificar com o furto. 
 
 
Crime 
PERMANENTE 
É aquele cuja consumação se protrai no 
tempo, isto é, se prolonga. A fase da 
consumação persiste enquanto desejar o 
agente. 
 
É o caso da extorsão mediante sequestro. 
 
 
Crime 
INSTANTÂNEO 
de EFEITOS 
PERMANENTES 
É aquele que se consuma imediatamente, 
em um momento determinado no tempo, 
mas cujos efeitos se prolongam no tempo. 
 
São exemplos o aborto e o crime de 
parcelamento ilegal de solo. 
 
 
Crime a 
PRAZO 
É aquele que depende de determinado

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