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Civil I

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● DIREITO PÚBLICO: 
Área do direito cujo as normas regulam relações jurídicas entre estados ou entre estado e 
particular, sendo que na segunda hipótese o estado atua com supremacia de poder (faz 
valer o interesse público). 
Ex: desapropriação. 
Dir. Público externo: direito internacional público. 
Dir. Público interno: penal, constitucional, urbanístico. 
 
● Direito privado: 
Área do direito cujo as normas regulam relações jurídicas entre particulares ou entre 
estado e particular, sendo que na segunda hipótese o estado atua despido da sua 
supremacia de poder. 
Ex: locação. 
Civil, empresarial, do trabalho e do consumidor. 
 
PÚBLICO - relação vertical / PRIVADO - relação horizontal 
 
Direito privado 
 
● Civil: incide nas mais diversas áreas do cotidiano. Função de aplicação subsidiária. 
● O que não coincide com os outros direitos é regulado pelo direito civil. O direito civil 
tem função como fonte conceitual e fonte de regulação subsidiária. 
● O direito do trabalhador exige certa subordinação para ser aplicado e o direito do 
consumidor exige um fornecedor. 
● Fontes do direito civil: CF, CC e a legislação civil extravagante. 
 
O que é um código: uma lei ordinária; não há hierarquia; é uma lei que condensa em si 
um grande número de normas de mesma natureza organizadas conforme critérios 
sistemáticos. 
 
● Organização do código civil​ (organizado em parte geral e parte especial) 
 
● Parte geral: contém normas abstratas e gerais sobre os elementos das relações 
jurídicas. Livro das pessoas, dos bens jurídicos e dos fatos jurídicos. 
 
● Parte especial: trata das relações jurídicas. Livro do direito das obrigações, do direito 
de empresa, do direito das coisas, do direito da família e do direito das sucessões. 
 
Todos os livros são subdivididos em títulos, capítulos e seções, que contém artigos que 
contém capti e podem ser divididos em incisos e alíneas. 
 
● Surgimento e evolução do direito civil: 
Fruto da Revolução Francesa a fim de unificar os direitos e promover a unidade da 
França que corria risco de se fragmentar. É um código liberal burguês, não dá tanta 
importância aos aspectos pessoais. O código era dividido em 3 livros (das pessoas, dos 
bens, das modificações da propriedade e diversos modos para adquirir a propriedade). A 
segunda influência foi o Código Civil Alemão, resultante do esforço de unificação alemã, 
cada região tinha seu direito, suplementado pelo direito romano, que era base do direito 
alemão. Livros da parte geral: das pessoas, dos bens e dos negócios jurídicos. Livros da 
parte especial: do direito das obrigações, coisas, família e sucessões. Do ponto de vista do 
conteúdo, fomos mais influenciados pelo Código Civil francês. Antes da independência, 
tínhamos os direitos da metrópole. Os portugueses tinham 3 ordenações: afonsinas, 
manuelinas e filipinas. As obrigações tinham forte influência do direito canônico. Teixeira de 
Freitas consolidou as leis civis em 1950. 
 
● Direito Civil Constitucional: a constituição não tem o objetivo de intervir no poder 
político, mas sim preservar a dignidade humana e os direitos da sociedade. Os 
princípios da constituição passaram a ser utilizados no código civil. 
 
● Personalidade Jurídica: 
Para o direito, personalidade consiste uma aptidão genérica para titularizar direitos e 
contrair obrigações, ou seja, para figurar como 
 
Personalidade jurídica - aptidão (CC art. 2 diz que começa com o nasc. com vida) 
Pessoa jurídica - não existe no plano físico 
Pessoa natural 
 
Capacidade de direito - gozo 
Capacidade de fato - exercício 
 
● Legitimação: 
 
● Teoria natalista: afirma que a personalidade começa com o início do funcionamento 
cardiorrespiratório. O nascituro teria expectativa de direitos (direito em formação) 
● Teoria conceptista: afirma que a personalidade é adquirida no momento da 
concepção. O nascituro tem direitos. 
● Teoria da personalidade condicional: o nascituro tem personalidade condicional 
 
● Capacidade: 
Nulo para absolutamente incapaz quando pratica atos da vida civil. 
Anulável, quando um que tem capacidade relativa pratica atos da vida civil. 
Sobre a incapacidade, existe na Absoluta a necessidade da assistência, no qual é 
necessário ao menor de 16 anos a presença dos pais, caso os pais estejam ausentes é 
necessário um tutor, já para maiores relativamente incapaz é necessário a presença de um 
curador, ambos é necessário que o judiciário aponte quem será o tutor e o curador. 
Eles são atendidos através da representação (absolutamente incapaz) no caso do 
absolutamente incapaz. Já no caso da incapacidade relativa, é necessário que haja 
juntamente a participação mútua das vontades do assistente e assistido, através da 
assistência (relativamente incapaz). 
 
● Casos de incapacidade absoluta: o único caso que há hoje, é o menor de 16 anos, a 
lei entende que essas pessoas são privadas de discernimento. Porém, há hipóteses 
de uma pessoa com menos de 16 anos tornar-se absolutamente capaz. 
● Casos de incapacidade relativa: Art. 4, os menores de 18 e maiores de 16, os ébrios 
habituais ou viciados em drogas, aqueles que por causa transitória ou permanente 
não possam exprimir sua vontade, a hipótese mais frequente nesse ultimo caso, 
hoje, é o de coma. E por fim os pródigos, que são os que gastam incontrolavelmente 
o seu patrimônio. 
 
● Teoria das incapacidades (incapacidade de fato) 
Absoluta - nulo (menor de 16); representação: vontade do representante. 
Relativa - anulável; assistência: assistente + assistido. 
 
● Emancipação legal: 
Quando a lei entende que aquela circunstância é incompatível com o estado de incapaz. 
São 4 as hipóteses que pode-se destacar nesse caso: 
● Na hipótese de casamento, o divórcio não torna a pessoa novamente incapaz, ou 
seja, a emancipação legal é irreversível. (Salvo a invalidade do casamento que 
retorna o estado de capaz para o cônjuge que não foi de boa-fé (acreditar que está 
dentro da legalidade). 
● O exercício de emprego público efetivo é uma hipótese mais rara que não exige 
idade mínima. Nesta hipótese, o incapaz admite plena capacidade para praticar 
todos os atos da vida civil ao ser aprovado em concurso público antes da maioridade 
(18 anos). 
● A hipótese de colação de grau de curso de curso superior é incomum e não tem 
idade mínima. 
● O estabelecimento civil ou comercial ou reação de emprego desde que por qualquer 
uma dessas causas o menor tem economia própria (ele mesmo gera sua própria 
economia de subsistência). O menor considerado seria o menor de 16 anos. 
 
● Cessação da personalidade: 
Ocorre com a parada do funcionamento cardiorrespiratório ou morte cerebral (fins 
jurídicos). A morte extingue a personalidade jurídica, contratos personalíssimos, casamento. 
 
● Comoriência: 
Consiste na presunção de morte simultânea de pessoas, reciprocamente herdeiras uma 
da outra, que morreram na mesma ocasião sem que consiga precisar a sequência das 
mortes. Tem principal interesse no direito das sucessões. Morrendo no mesmo momento, o 
autor da herança e o herdeiro, este não herdaria, pois não estava vivo quando o autor da 
herança morreu, devendo essa herança ser destinada a outro herdeiro, de acordo com a 
contemplação da ordem da vocação hereditária. A comoriência trará consequências 
determinantes na ordem da vocação hereditária, e na partilha dos bens da herança. 
 
● Morte Civil: 
Consistia em presumir-se morto alguém que permanecia fisicamente vivo. 
 
● Vestígios da morte civil: exclusão do herdeiro por dignidade; patente militar. 
 
● Morte presumida: 
Consiste em considerar-se morto aquele cujo a morte é provável mas não pode ser 
provada. 
 
● Hipótese 1: quando a lei autoriza a sucessão definitiva (caso do ausente). 
● Hipótese 2: quando é extremamente provável a morte de quem estava em perigo. 
● Hipótese 3: alguém que desaparece em campanha ou é feito prisioneiro e não 
aparece após dois anos de guerra (restrita a militares). 
 
● Consequências matrimoniaisda declaração de morte: 
No casamento, a pessoa deixa de estar casada e o cônjuge passa a ser viúvo. 
 
● Estado de ausente: 
Ausente é alguém que desaparece do seu domicilio sem deixar notícia do seu paradeiro. 
Essa pessoa que desaparece não está numa condição particular de risco. Se ela 
desaparece numa condição de risco, de tal maneira que seja provável que ela esteja morta, 
não é preciso recorrer à situação de ausência. O instituto da ausência tem como primeiro 
objetivo proteger o patrimônio dessa pessoa. Se for preciso adotar alguma providencia com 
objetivo de salvar o patrimônio dessa pessoa, sua ausência pode ser decretada 
judicialmente com urgência. Se o procurador não tiver como cuidar de seus bens, será feita 
a arrecadação da pessoa e nomeado um curador para que seja decretado o estado de 
ausência. A ordem de curador é, primeiro o conjugue (desde que não esteja separado 
judicialmente ou de fato por mais de dois anos), pais, descendentes e se ninguém quiser o 
juiz escolhe. O curador será um mero administrador dos bens do ausente, que vai prestar 
contas ao juiz sobre fiscalização do ministério publico. Essa é a primeira fase chamada de 
curadoria dos bens do ausente. 
Em seguida, o direito volta os olhos para a proteção, também, pro interesse dos 
herdeiros, fase de sucessão provisória. Decorrido um ano da arrecadação, é possível 
requerer à abertura da sucessão provisória. Também é possível decorrer à isso decorrido 3 
anos com procurador pode ter sucessão provisória. Na sucessão provisória, os herdeiros 
são chamados a suceder, eles passarão ao estado de possuidores provisórios, logo, eles 
não podem vender esses bens e deverão restituir esses bens ao ausente se o ausente 
retornar no estado em que o ausente os deixou, não podendo causar nenhum prejuízo aos 
bens sobre pena de precisar indenizar o ausente, só pode vender com autorização judicial 
caso o herdeiro presumido não tenha condições de manter esses bens. O juiz converte o 
produto da venda em títulos garantidos pelo governo. O herdeiro que não for conjugue 
ascendente ou descendente, é emitido na posse do seu quinhão hereditário se prestar 
garantia. Caso ele queira vender o bem, ele pode substituir requerendo o juiz, ele pode 
devolver o bem pois não há mais garantia, a pessoa que comprar também precisará saber 
que é dado como garantia. O herdeiro presumido responde por eventuais danos, se for 
conjugue ascendente ou descendente não precisa prestar garantias mas responde por 
eventuais danos e se não for, não precisa prestar garantia (se ele não prestar garantia, ele 
não é emitido na posse do bem e é emitido na posse de outro curador ou outro herdeiro que 
se disponha a prestar garantia). Esses bens podem produzir frutos e rendimentos, como 
uma fazenda de cacau que produz um lucro anual de R$ 100.000. Esses frutos e 
rendimentos serão apropriados na integralidade pelo conjugue ascendente ou descendente 
e metade por herdeiro que não for conjugue ascendente ou descendente, e a outra metade 
ele capitaliza em proveito do ausente (deposita numa conta a disposição do juiz aguardando 
o retorno do ausente). Os frutos e rendimentos desses bens do herdeiro que não prestar 
garantia, se ele podia e não prestou garantia ele não recebe nada, se ele não podia, ele 
recebe metade do que receberia. 
Em seguida, a fase de sucessão definitiva. Ela pode ser requerida 10 anos após o transito 
em julgado da sentença que determinou a abertura da sucessão provisória. É possível 
também requerir à abertura da sucessão definitiva se o ausente contar com 80 anos ou 
mais e se de 5 anos ou mais datarem as ultimas noticias a seu respeito. Nesse instante que 
se pode requerer, também, a declaração da morte presumida do ausente. Os herdeiros 
passam a ter a propriedade do bem, e podem fazer o que quiserem. Essa propriedade é 
resolúvel, ela pode ser extinta (se o ausente retornar nos 10 primeiros anos da abertura da 
sucessão definitiva, ele ainda recebe os bens no estado em que eles estiverem ou aquilo 
que, pela venda, o herdeiro recebeu). Nesse momento, as garantias são extintas e não há 
necessidade de prestá-las. Os frutos e rendimentos serão, sempre, apropriados 
integralmente pelos herdeiros. Após 10 anos não recebe mais nada. 
 
● Efeitos patrimoniais em caso de retorno do ausente: 
Em caso de curadoria, ele recebe todos os seus bens ou todos os frutos e rendimentos. 
Na fase de sucessão definitiva, ele recebe os bens do jeito que o herdeiro os deixou. Na 
fase de sucessão provisória, em relação aos frutos e rendimentos ele recebe, ele perde 
tudo pra quem é conjugue ascendente e descendente e, para quem não é, ele recebe 
metade e a outra metade fica capitalizada e, se sua ausência foi voluntária, essa parte ele 
perde. Se ele volta na fase de sucessão definitiva, nos 10 primeiros anos, ele não recebe. A 
doutrina propõe que se usem os mesmos critérios que o CC determina para o ausente, para 
o morto presumido. 
 
● Identificação da pessoa natural: 
São 3 os elementos que permitem identificar a pessoa natural, o nome, o estado e o 
domicilio: 
 
O nome é a designação ou símbolo pela qual a pessoa é identificada na família e na 
sociedade (nome completo). A natureza jurídica do nome tem 3 teorias, a primeira afirma 
que o nome é uma propriedade das pessoas assim como qualquer um dos seus bens 
materiais, ela não é bem aceita no Brasil, pois bens materiais podem ser vendidos, e não se 
pode fazer isso com o nome. A segunda teoria diz que o nome seria um direito sui generis 
(de gênero próprio, singular, sem igual), decorreria tão somente da necessidade de 
identificar as pessoas, teoria oposta à primeira, e também não é aceita no Brasil pois o 
indivíduo pode defender seu nome, não decorre tão somente à necessidade de 
identificação. A terceira teoria diz que o nome é um direito da personalidade, se aplica no 
Brasil, são direitos que recaem sobre os atributos físicos, psíquicos e morais, como por 
exemplo a vida, a honra, a integridade física, a imagem (o próprio CC trata o nome nessa 
condição). 
O nome (nome completo) é feito do pré-nome e o sobrenome. O pré-nome pode ser 
simples ou composto, sendo composto pode conter 2 ou mais elementos. Quem atribui o 
pré-nome são os pais, e podem exercer uma ampla liberdade com poucas restrições. A 
primeira das restrições é que o pré-nome não pode expor a pessoa ao ridículo, se expuser o 
oficial pode recusar o registro. Segunda restrição é que a grafia deve estar dentro das 
regras da língua portuguesa, com exceção de nome estrangeiro com grafia consagrada 
(não é preciso aportuguesar). A terceira restrição é que irmãos não podem ter exatamente 
os mesmos pré-nomes. Caso ocorra algum desses 3 fenômenos, a consequência imediata 
é que o oficial de registro civil pode recusar o registro do nome, não sendo a recusa 
absoluta pois os pais podem requerer ao juiz para que faça uma reavaliação do nome. 
Quanto ao sobrenome, os pais não podem exercer a mesma liberdade que exercem na 
formação do pré-nome, pois o patronímico deve refletir sua ancestralidade (materna, 
paterna ou ambos) ou sua ascendência (basta haver um ancestral com tal sobrenome). 
Cognome é a forma como a pessoa é popularmente conhecida (chamado de apelido 
nesse sentido, e não no de sobrenome). Agnome é a partícula do nome utilizada para 
distinguir pessoa da mesma família que tem o mesmo nome (filho, jr., segundo, sobrinho). 
Pseudônimo, na terminologia jurídica, seria o nome que a pessoa utiliza para o exercício de 
determinada atividade, podendo corresponder, ou não, ao seu próprio nome. 
Quanto à imutabilidade, é possível ter alteração no nome da pessoa, então não se pode 
falar em relação ao nome uma indisponibilidade absoluta como também não nome se falar 
em imutabilidade absoluta (principio da imutabilidade relativa do nome): 
A primeira exceção à imutabilidade do pré-nome é quando houver evidente erro gráfico 
(para somente corrigir a grafia). A segunda exceção é se o pré-nome expõe a pessoaao 
ridículo (é possível substituí-lo). A terceira é sua substituição pelo cognome público e 
notório da pessoa, podendo adicioná-lo ou substituí-lo. A quarta hipótese é quando ela é 
testemunha de algum crime, colabora para o crime, ela passar a sofrer coação ou ameaça e 
pode mudar seu nome para sua segurança. A quinta é o aportuguesamento de pré-nomes 
estrangeiros, caso seja difícil de pronunciar etc., é possível sua mudança. Uma sexta seria 
no caso de adoção, os pais podem atribuir um novo pré-nome ao filho adotado. Sétima 
hipótese não tem previsão legal, é no caso de alguém ter homônimo e alguma delas esteja 
sofrendo algum prejuízo, poderá mudá-lo por jurisprudência. Uma oitava hipótese, também 
sem previsão legal, é no caso de transexualidade. A nona hipótese é que, qualquer pessoa 
no primeiro ano após atingir a maioridade, pode alterar livremente o seu pré-nome, tendo 
um período de um ano. 
A primeira exceção do principio da imutabilidade em relação ao sobrenome é a adição de 
sobrenome de ascendentes (provas são necessárias). A segunda exceção é no caso de 
casamento, podendo adicionar o patronímico do outro (em caso de divórcio, a retirada do 
patronímico adotado pelo cônjuge é facultativo). Uma outra hipótese é o caso de adoção, o 
adotado recebe o patronímico dos pais adotivos (obrigatoriamente). Numa hipótese de 
reconhecimento de filho, aquele que o reconheceu atribui seu sobrenome ao filho. 
Todas as pessoas tem direito ao nome e o poder de defesa do seu nome, e a mesma 
atribuição jurídica de defesa ao seu nome é dada ao seu pseudônimo (apenas se o 
pseudônimo for utilizado em uma atividade lícita). 
 
Definição de estado da pessoa natural: noção destinada a caracterizar a identificação da 
pessoa de ponto jurídico, se a pessoa é capaz, brasileira ou casada, tem que ter relevância 
jurídica no meio social. 
O estado da pessoa (político, familiar e individual) tem 3 características: indisponibilidade, 
indivisibilidade e imprescritibilidade. É indisponível pois ninguém pode se desfazer do seu 
estado, mostrando também que é irrenunciável e intransmissível. É indivisível porque 
ninguém pode ostentar estados antagônicos (com exceção da dupla cidadania). É 
imprescritível porque não sofre nenhum prejuízo em razão do passar do tempo. Estado 
individual tem um caráter residual porque ele abarca características juridicamente 
relevantes da pessoa que não podem ser enquadradas nem no estado político nem no 
estado familiar. Pode ser visto sobre os aspectos da idade (maioridade ou menoridade), do 
sexo (hoje não mais impacta no estado da pessoa, mas no passado sim) e da saúde mental 
do indivíduo (o deficiente mental não é mais incapaz, mas era até a década de 70). 
Ações de estado seriam aquelas ações judiciais que objetivam criar, modificar ou 
extinguir um estado da pessoa natural, como o divórcio, investigação de paternidade, entre 
outras. Elas são imprescritíveis, podem ser propostas a qualquer tempo. Elas são 
personalíssimas, apenas o legítimo interessado é que pode ingressar com a ação de 
estado. Diante da relevância do estado da pessoa, as ações de estado são acompanhadas 
pelo Ministério Público afim de fiscalizar a ordem jurídica. 
Sobre o prisma do parentesco as pessoas se unem por consanguinidade ou afinidade. 
Consanguinidade é o vínculo de parentesco que há entre pessoas que tem um ancestral em 
comum. Por afinidade é um vinculo que há entre alguém ou os consanguíneos do seu 
cônjuge (cunhado, sogro, etc.). A consanguinidade pode ser em linha reta ou em linha 
colateral. Em linha reta é aquela que há entre pessoas que estão entre si na condição de 
ascendente ou descendente (para saber se é ascendente ou descendente, precisa tomar 
por base alguém). Em linha colateral é aquela que há entre pessoas que procedem de um 
tronco comum mas entre si essas pessoas não estão na condição de ascendente ou 
descendente (irmãos, primos). A afinidade também pode ser em linha reta ou em linha 
colateral. Os consanguíneos em linha reta de um cônjuge serão os afins em linha reta do 
outro, e os consanguíneos em linha colateral de um será afim em linha colateral de outro. 
 
A ideia de domicílio é vinculada à ideia de identificação do local onde a pessoa exerce 
suas atividades habituais e, em tese, pode ser encontrada mais facilmente. A noção de 
domicílio do direito civil é utilizado em todos os ramos do direito, menos o direito eleitoral. 
A regra geral do CC sobre o domicílio da pessoa natural está no artigo 70, é o local onde 
ela estabelece sua residência (consiste na morada habitual da pessoa) com ânimo definitivo 
(consiste no ânimo de ali permanecer). Nós adotamos como regra a possibilidade da 
pluralidade de domicílios (art. 71 e 72) quando a pessoa tiver múltiplas moradas habituais 
onde alternadamente viva (a lei não define a periodicidade) ou quando a pessoa exerce 
atividade profissional em localidades diversas (cada uma dessas localidades será domicílio 
apenas para as relações jurídicas concernentes à sua atividade profissional). No caso de 
uma pessoa nômade (não mora habitualmente em lugar nenhum), o seu domicílio será 
onde a pessoa for encontrada naquele instante. É possível a pessoa mudar o domicílio 
transferindo a residência com a intenção manifesta de mudar, e a prova dessa intenção é a 
própria mudança das circunstâncias que a acompanham (as mudanças que nos permitem 
identificar a fixação do domicílio, como aluguel em prazo indeterminado, atividade 
profissional naquela região, etc.). Tudo isso depende da vontade da pessoa então esse 
domicílio é dito como voluntário. 
Há pessoas que não podem livremente estabelecer o seu domicílio e a lei que estabelece 
o domicílio dessa pessoa, que se chama domicílio legal ou necessário. O primeiro caso é o 
do incapaz, do qual a lei diz que o incapaz será domiciliado onde foram domiciliados os 
seus representantes ou assistentes. O segundo caso é o do servidor público, que é 
domiciliado onde exercer permanentemente as suas funções. O terceiro caso é o do militar, 
o qual será domiciliado onde servir, mas se ele for da marinha ou da aeronáutica ele será 
domiciliado onde funcionar a sede do comando ao qual ele estiver imediatamente 
subordinado. Um quarto caso é o caso do marítimo (profissional que exerce atividade 
profissional em embarcação não militar), ele é domiciliado na capitania do porto em que 
estiver matriculada a embarcação. A última regra é a do preso, que será domiciliado onde 
ele estiver cumprindo a sentença, caso o preso esteja preso preventivamente em algum 
lugar, ela permanece domiciliada onde antes estava, mas no momento em que for 
condenada o seu domicilio passa a ser o domicilio legal. 
O domicílio de eleição é o mesmo que domicílio contratual, que é aquele local 
especificado num contrato para exercício dos direitos e deveres decorrentes daquele 
contrato assim como para proposituras de ações que decorram desse mesmo contrato. O 
art. 78 do CC trata disso expressamente para que as partes num contrato escolham o local 
para o exercício dos direitos e obrigações decorrentes desse contrato, e essa cláusula só 
vale para esse contrato. Nos contratos de consumo e contratos de adesão esse domicílio de 
eleição, embora seja possível, sofre uma restrição, a cláusula de domicílio de eleição não 
pode prejudicar os exercícios do direito defesa do consumidor ou do aderente. 
A pessoa jurídica é pessoa sem existência física, existe apenas no plano ideal. As 
pessoas jurídicas de direito privado (associações, partidos políticos, sociedades) são 
domiciliadas na sede indicada no seu ato constitutivo, mas, suponhamos que o ato 
constitutivo não indique, o seu domicilio seria o lugar onde funcionar a sua diretoria ou 
administração (domicílio geral). A pessoa jurídica tem mais de um domicílio quando ela tiver 
vários estabelecimentos, então cada um desses estabelecimentos será domicílio da pessoa 
jurídica (para os atos neles praticados). A pessoa jurídica sediada fora do Brasil que não éconstituída aqui internamente e tem aqui apenas os estabelecimentos terá quantos 
domicílios quantos forem seus estabelecimentos (apenas para as obrigações contraídas em 
cada um deles). A pessoa jurídica de direito público (união, estados e territórios, municípios) 
são domiciliadas onde funcionarem as suas administrações. 
 
● Direitos da personalidade: 
Esses direitos são aqueles que recaem sobre atributos físicos, psíquicos e morais da 
pessoa. Foi o direito constitucional que percebeu a importância desses direitos e primeiro se 
desenvolveu uma teoria para os direitos da personalidade. Não é necessário que há uma 
menção expressa em um dispositivo legal de um direito para que ele seja considerado um 
direito da personalidade, basta que se trate de uma projeção juridicamente relevante do 
indivíduo, uma expressão digna de tutela jurídica. Esses direitos recaem sobre projeções 
juridicamente relevantes da individualidade. 
Há duas correntes que discutem os fundamentos jurídicos dos direitos da personalidade. 
A corrente positivista diz que o direito da personalidade tem sua tutela porque decorre da 
lei. A corrente jusnaturalista diz que o direitos da personalidade são inerentes à pessoa, 
independeriam de previsão legal. Essa discussão perde grande parte da sua relevância pois 
nós temos uma tutela genérica da dignidade da pessoa humana. 
Os titulares naturais da proteção aos direitos da personalidade são as pessoas naturais. 
O nascituro também tem seus direitos da personalidade (compatíveis com suas condições 
de nascituro) tutelados. 
Esses direitos são invioláveis para todas as pessoas, sejam elas naturais ou jurídicas. Há 
direitos da personalidade que são incompatíveis com a condição de pessoa jurídica. Por 
exemplo, a pessoa jurídica não titulariza o direito da honra física, o direito de ir e vir. Ou 
seja, a pessoa jurídica titulariza os direitos da personalidade compatíveis com a sua 
condição de pessoa sem existência física. 
São 7 as características dos direitos da personalidade. Os direitos da personalidade são 
absolutos​ porque todos são obrigados. São ​gerais​ porque todos titularizamos direitos da 
personalidade. São ​extrapatrimoniais​, ou seja, são insuscetíveis de avaliação em dinheiro 
(ou pecuniária), mas é preciso quantificar a fim tão somente à reparação dos danos morais. 
É intransmissível e irrenunciável pois não se pode transmiti-los para outra pessoas e nem 
renunciá-los, essas são consequências da ​indisponibilidade​, mas tem direitos que são 
relativamente indisponíveis, havendo limites de totalidade e permanência (horizontal e 
vertical). São ​imprescritíveis​ pois não sofrem prejuízos em razão com o passar do tempo. 
São ​impenhoráveis​, ou seja, não podem ser penhorados a fim de realizar pagamentos dos 
seus credores. São ​vitalícios​ pois surgem com a pessoa e permanecem com ela até o 
momento de sua morte. Há autores que defendem que os direitos continuam mesmo após a 
morte, e eles seriam transmitidos à sua família, como a honra, o direito de imagem. 
O direito à vida tem tutela constitucional. A CF/88 prevê o direito à vida no seu dispositivo 
mais importante. Ninguém pode ser arbitrariamente privado de sua vida. A vida é o direito 
mais relevante do nosso sistema jurídico mas a proteção à vida pode ser relativizada 
quando o choque com outro direito se revele, no caso concreto, mais relevante. Existe um 
direito à vida e não um direito sobre a vida, e esse direito é assegurado ao ser humano 
mesmo antes de sua vida, portanto, o nascituro também possui esse direito (pessoas 
naturais). O Código Penal pune o crime de aborto, mas há hipóteses que excluem o crime 
de aborto, sendo esses o aborto feito por médico, a optação pela proteção da vida da 
gestante (quando há risco de morte para a gestante) (aborto terapêutico), quando a 
gravidez é fruto de estupro (aborto sentimental, ético e humanitário). O STF também admite 
o aborto em hipótese de feto anencefálico. Se admite o suicídio e a tentativa de suicídio por 
questões de política criminal, pois só iria agravar a situação do indivíduo, mas induzir, 
instigar ou auxiliar alguém a se suicidar ou se mutilar é crime (CP). A eutanásia ativa 
(benemortásia ou sanicídio) que consiste no emprego de algum meio para suprimir a vida 
de um enfermo incurável, e a eutanásia passiva (ortotanásia ou paraeutanásia) que consiste 
na omissão do emprego do recurso clinico disponível para manter a vida do doente terminal 
para apressar sua morte, são consideradas crimes. 
O direito à integridade física consiste no direito à rigidez corpórea ao estado de saúde do 
ser humano. O indivíduo tem direito de recusar qualquer tipo de tratamento à sua 
integridade física, se o indivíduo tiver condições de se manifestar, ele escolherá o 
procedimento que deve ser feito. Mas, para salvar a vida do paciente, havendo tempo hábil 
do médico, se a vítima não tiver condições de se manifestar sobre, o médico poderá intervir. 
Quando a pessoa (capaz) recusa o tratamento por motivos religiosos, a recusa deve ser 
admitida. Não se admite a autolesão exceto se se tratar de autolesão leve. O 
sadomasoquismo também é admitido quando implicar lesão de natureza leve. 
Em relação ao corpo vivo (partes integrantes do corpo), é inalienável. Porém, o direito 
admite, em determinadas hipóteses, o ato de disposição de algumas partes do corpo, como 
no caso de transplante. Não se pode vender partes do corpo, mas é permitido a doação, 
havendo limitações (lei 9434/1937). Hoje é pacífico o entendimento de que é preciso tutelar 
a dignidade da pessoa transsexual, sendo permitido a cirurgia de redesignação sexual. 
O direito ao corpo morto (ao cadáver) tem tutela jurídica. O direito ao cadáver é direito da 
personalidade com fundamento na ideia de que é preciso preservar a dignidade da pessoa 
humana. Há hipóteses que possibilitam a violação do cadáver. A primeira hipótese é se 
houver morte violenta com suspeita de crime, sendo necessário a necropsia para a 
produção da prova a fim de que se faça a justiça. Outra hipótese é para a produção de 
prova em processo de investigação de paternidade, a fim de que se alcance a verdade 
relacionada à paternidade de alguém. O indivíduo também pode dispor o próprio corpo para 
fins de pesquisa e para fins de transplante, sendo necessário a concordância e autorização 
expressa de sua família (obedecendo a linha sucessória). 
A integridade psíquica também é digno de tutela jurídica. Os atributos da mente humana. 
A liberdade é a faculdade liberal de fazer o que se deseja, desde que não haja proibição 
legal a esse respeito, também digno de tutela jurídica. A proteção maior do nosso sistema 
não é a liberdade, e sim a dignidade da pessoa humana, podendo haver restrições à 
liberdade, desde que estas restrições sejam decorrentes ou da própria constituição ou da 
lei, ou em prol de um interesse jurídico que se revele mais relevante. 
A criação intelectual (direito autoral) recai sobre o produto do gênio humano, são as 
criações abstratas da mente humana (música, poesia, fotografia). É denominado direito 
autoral moral e direito autoral patrimonial. Direito autoral moral consiste no próprio vínculo 
entre a obra e o autor, o direito de reivindicar a autoria da obra. Direito autoral patrimonial 
consiste no direito de auferir ganhos com a obra. Somente o direito autoral moral é um 
direito da personalidade. Quando cessam os direitos autorais patrimoniais (cai em domínio 
público), não cessam, também, o direito autoral moral (imprescritível). O prazo para 
cessarem os direitos patrimoniais é de 70 anos contados do mês de janeiro do ano 
subsequente da morte do ator ou, no caso de obras audiovisuais ou fotográfica, 70 anos 
contados a partir do mês de janeiro do ano subsequente após a sua publicação. 
O direito à privacidade é um direito de impedir que certas informações a nosso respeito 
cheguem à informação de terceiros. Pode haver um conflito entre um direito da privacidade 
da pessoa pública e o direitoà informação. A pessoa pública também tem direito à 
privacidade, e essa proteção merece um certo temperamento pois pode entrar em conflito 
com a liberdade de informação, quando o que o indivíduo deixe privado for contra o que a 
lei pregue, precisa se tornar de conhecimento público. Dentro da ideia de privacidade 
também existe a de intimidade, que diz respeito à informações que são tão vincularas à nós 
mesmos que temos o direito de impedir que outras pessoas tenham acesso, meso aquelas 
pessoas que compartilhamos a privacidade (a intimidade está contida na privacidade). 
A honra consiste na honra objetiva e honra subjetiva. A honra objetiva corresponde à 
reputação. A honra subjetiva corresponde à autoestima da pessoa. As duas manifestações 
da onda são tuteladas juridicamente. A violação da honra admite indenização por dano 
moral. 
O direito à imagem cuida da proteção conferida à pessoa em relação à sua forma plástica 
e aos respectivos componentes identificadores (nariz, olhos, boca, voz etc.) que a 
individualizam na coletividade. É um direito exclusivo e excludente de alguém ser 
identificado e proteger a sua identificação na sociedade. A imagem corresponde à 
exteriorização da personalidade. No conceito de imagem há diferentes aspectos: a 
imagem-retrato, a imagem-atributo e a imagem-voz. A imagem-retrato se refere às 
características fisionômicas do titular. A imagem-atributo diz respeito aos qualificativos 
sociais da pessoa, aos seus comportamentos reiterados que permitem identificá-la. A 
imagem-voz concerne à identificação de uma pessoa através de seu timbre sonoro. O uso 
indevido da imagem de alguém induz a ocorrência de dano indenizável, independentemente 
da qualidade da imagem ou da existência de referências positivas. O direito à imagem é 
autônomo e independente, sendo inerente à própria personalidade e merecendo tutela 
jurídica específica. Há uma flexibilização do direito à imagem em razão de interesses 
públicos ou de colisão com outros bens jurídicos, é a chamada função social da imagem. 
São casos nos quais a preponderância dos interesses sociais supera a proteção individual 
da imagem, justificando a sua mitigação e a captação e divulgação. A imagem da pessoa 
pública também sofre flexibilização pois a projeção de sua personalidade extrapola os seus 
limites individuais, espalhando-se no interesse de toda a coletividade. 
A dignidade da pessoa humana, enquanto o valor jurídico máximo do sistema, traz 
consigo, naturalmente, uma dupla face: uma eficácia positiva e uma eficácia negativa. A 
eficácia positiva serve para vincular todo o tecido normativo infraconstitucional à afirmação 
da dignidade. Ou seja, são impostas obrigações ao Estado e aos particulares para a 
afirmação da dignidade. A eficácia negativa serve como restrição, ao Poder Público e às 
pessoas como um todo, ao exercício de determinados direitos. O sistema jurídico de 
proteção da personalidade jurídica precisa estar antenado nesse objetivo constitucional de 
garantir a todos uma vida digna, através de suas eficácias positivas e negativas. O “mínimo 
ético” e o “mínimo existencial” não podem ser violados nem pelo Poder Público, nem pelos 
demais membros da sociedade privada. A personalidade jurídica diz respeito ao 
reconhecimento de um mínimo de garantias e direitos fundamentais para que o indivíduo 
possa ter uma vida digna. 
 
● Pessoa Jurídica: 
É um grupo humano, um acervo patrimonial, criado na forma da lei, dotado de 
personalidade jurídica, para realização de fins determinados, contidos no ato constitutivo da 
pessoa jurídica. (pessoa jurídica de direito privado) 
A pessoa jurídica é uma forma que o direito apresenta de facilitação das relações 
jurídicas, a fim de organizar grupos de pessoas para atuarem de maneira unitária. Com 
essa atribuição, vem uma consequência chamada autonomia patrimonial, que consiste na 
distinção dos direitos e deveres de uma pessoa jurídica com os direitos e deveres de quem 
integra a pessoa jurídica. 
Haviam duas correntes para explicar a pessoa jurídica. As negativistas que negavam que 
a pessoa jurídica tivesse personalidade jurídica e as afirmativistas que afirmavam que a 
pessoa jurídica tivesse personalidade jurídica. Na atualidade, todos admitem que a pessoa 
jurídica tem personalidade jurídica. Art. 45, CC. 
A primeira teoria negativista afirma que a pessoa jurídica seria um patrimônio dedicado a 
um fim (como hoje são as fundações, mas sem personalidade jurídica). Outra corrente 
negativista afirma que a pessoa jurídica nada mais era do que uma propriedade coletiva 
(como um condomínio). A terceira corrente negativista diz que quem tem personalidade 
jurídica é o sócio da pessoa jurídica e ele empresta sua personalidade para a pessoa 
jurídica. 
A primeira teoria afirmativista afirma que a pessoa jurídica é apenas uma ficção, uma 
obra do direito. Outra teoria defende que a pessoa jurídica tem existência real mas essa 
existência não é física, mas no plano social. A terceira teoria é eclética, ela diz que 
enquanto existência, a existência da pessoa jurídica é real e social, mas a personalização é 
obra do direito. 
Pressupostos existenciais da pessoa jurídica: vontade humana criadora, observância das 
condições legais da constituição e licitude do objeto. Caso seja provado que ela foi instituída 
para atividade ilícita, ela pode ser desconstituída (ação proposta pelo MP). O surgimento da 
pessoa jurídica se dá no instante de seu registro. Sociedade de fato existe com registro mas 
não há documento que represente sua existência. 
A sociedade irregular não é registrada mas existe documento comprovando sua 
existência. Em nenhuma das duas há personalidade jurídica, não havendo, portanto, 
autonomia patrimonial, então os sócios irregulares ou de fato respondem ilimitadamente 
pelas obrigações contraídas por essa sociedade. O sócio (irregular ou de fato) que se 
obriga pela sociedade responde solidariamente por ela, os demais respondem 
subsidiariamente. 
Entes despersonalizados são realidades reconhecidas pelo direito, todavia que o direito 
não chega a outorgar personalidade jurídica mas tem personalidade judiciária. Art. 5, 6 e 7, 
CPC. Massa falida, herança jacente, herança vacante, espólio e condomínio. A herança 
jacente e a herança vacante são representadas por um curador. O condomínio é 
representado pelo síndico. 
A pessoa jurídica de direito privado é representada por aquele designado no seu ato 
constitutivo. Se o ato constitutivo não contiver essa designação, a pessoa jurídica será 
representada pelos seus diretores. Se essa diretoria for colegiada (mais de uma pessoa), as 
decisões serão tomadas por maioria. 
As pessoas jurídicas são classificadas em pessoa jurídica de direito publico e pessoa 
jurídica de direito privado. 
As pessoas jurídicas de direito público externo são os estados estrangeiros e todas as 
demais pessoas jurídicas reguladas pelo direito internacional público (os organismos 
multilaterais, ex.: ONU, Mercosul, OMS). As pessoas jurídicas de direito público interno são 
a união, cada estado da federação, o Distrito Federal, os municípios, as autarquias, as 
associações públicas, as fundações. 
OBS.: Órgão não tem personalidade jurídica própria. Para saber se é órgão ou pessoa 
jurídica tem que olhar a legislação que criou aquilo. 
As pessoas jurídicas de direito privado estão previstas no art. 44, CC. 
As ​associações​ e as sociedades são pessoas jurídicas de direito privado formadas a 
partir da associação ou da união de pessoas. A diferença entre essas duas é o intuito 
lucrativo, que não existe nas associações. As associações não objetiva o proveito 
econômico individual. O ato constitutivo de uma associação é o estatuto. O estatuto da 
associação precisa ser registrado como ato constitutivo de uma pessoa jurídica. O registro 
da associação é feito no registro civil de pessoas jurídicas. A lei estabelece o conteúdo 
mínimo de um estatuto (de qualquer pessoa jurídica) de uma associação. Esse conteúdomínimo é a denominação, os fins e a sede (art. 54, CC). Para se associar, deve seguir os 
requisitos presentes no ato constitutivo e para se demitir não pode haver embaraço para 
saída voluntária. Exclusão da pessoa associada feita por saída compulsória por justa causa, 
estabelecida no estatuto. O estatuto deve conter os recursos financeiros, direitos e deveres 
dos associados, intransmissível, a menos que exista no estatuto algo que permita a 
transmissão. Dissolução da associação: dedução dos débitos sociais (pagamento aos 
credores), repartir em frações o patrimônio entre os associados (restituir as contribuições), 
verificar se o estatuto estabeleceu uma entidade, não lucrativa, para fins após, caso não 
estabeleça pode ir para o estado, Distrito Federal ou para a nação (território). 
Uma ​fundação​ é formada por um acervo patrimonial, união de bens voltados para fins 
sociais (uma única pessoa pode formar a fundação, mas necessita de uma quantidade de 
bens para alcançar seus fins), dotado de personalidade jurídica própria, para fins 
determinados, a finalidade é imutável (não se pode alterar). Para criar precisa de uma 
escritura pública (surgir imediatamente) ou de um testamento (após sua morte) caso ele 
queira que a fundação surja após sua morte. No testamento ou escritura pública devem 
haver: dotação (destinar os bens) especial de bens livres (não podem ser bens de 
garantias), afetação (atribuição de finalidade) do patrimônio, seus fins de cunho social, não 
pode ter fins econômicos, mas pode ter atividade econômica (art. 62, CC). O patrimônio é 
elemento essencial, não existe fundação se patrimônio. Uma vez efetuada a dotação 
patrimonial, os bens não voltam ao seu possuidor, eles saem de forma definitiva de seu 
patrimônio. A fundação não tem sócio nem donos. As fundações são os únicos entes de 
direito privado que tem a sistemática de serem fiscalizadas pelo MP desde o seu 
surgimento. Na escritura pública ou no testamento é feita a afetação e a dotação 
patrimonial. O passo seguinte é a elaboração do estatuto, dizer como a fundação será 
administrada. Se nenhum prazo específico para a elaboração do estatuto for estabelecido 
pelo instituidor nem designar alguém que o faça, o prazo passa a ser 180 dias e será 
elaborado pelo MP. O prazo posterior é a aprovação do estatuto, feita pelo MP. A partir 
desse momento, o estatuto pode ser aprovado, pode ser negada a aprovação, ou pode ser 
determinada uma diligencia, que pode ocorrer quando houver um defeito sanável, 
determinando que se conserte determinada parte do estatuto ou que apresente algum 
documento que falta. Nessas duas últimas medidas, quem dará a palavra final será o 
judiciário. Feita a aprovação do estatuto, o passo final é a realização do registro, a fundação 
só ganha personalidade jurídica após feito o registro civil. A lei estabelece as hipóteses de 
extinção de uma fundação. 
A responsabilidade é a consequência que resulta do descumprimento do dever jurídico 
originário. A responsabilidade pode ser civil, penal ou administrativa. A responsabilidade 
penal é aquela que surge em razão do descumprimento de uma norma penal e traz como 
consequência a sanção penal. Responsabilidade administrativa surge com um ilícito 
administrativo e tem como consequência uma sanção administrativa. A responsabilidade 
civil tem como pressuposto um dano e como consequência o dever de repará-lo. 
Do ponto de vista da responsabilidade civil e da personalidade administrativa, de nada se 
distingue a pessoa jurídica de direito privado e a pessoa natural. Do ponto de vista da 
responsabilidade penal, a pessoa jurídica de direito privado só responde nos crimes 
ambientais (lei 9.605/98). Nesse caso, a responsabilidade penal da pessoa jurídica de 
direito privado não exclui a responsabilidade penal da pessoa que praticou o ato 
(responsabilidade penal objetiva). 
Art. 50, CC (desconsideração da personalidade jurídica). Autonomia patrimonial equivale 
a separação entre os direitos e deveres da pessoa jurídica e os direitos e deveres das 
pessoas que integram a pessoa jurídica. A desconsideração consiste em afastar 
episodicamente o véu que separa esses direitos e deveres, seja para recair as obrigações 
da pessoa jurídica sobre o sócio, seja ao contrário. Aqui no Brasil, só começamos a ter 
desconsideração a partir do século XX, no CDC. A desconsideração fundada no direito civil 
é fundada na chamada teoria maior da desconsideração. Quando a desconsideração é 
fundada na teoria menor (do consumidor, ambiental, do trabalho) ela exige apenas que haja 
um relação de obrigação e a insuficiência patrimonial. Já no direito civil, isso não basta, é 
preciso que ocorra outro requisito que é o abuso da personalidade jurídica da pessoa 
jurídica, sendo essa mais rigorosa. 
A desconsideração direta a obrigação da pessoa jurídica recai sobre o sócio ou 
administrador, na inversa é ao contrário. No direito civil, para que ocorra desconsideração, é 
preciso que ocorra o abuso da personalidade jurídica da pessoa jurídica. O abuso se 
manifesta através do desvio de finalidade ou da confusão patrimonial. O desvio de 
finalidade é quando uma pessoa jurídica é utilizada com o propósito de lesar credores, ou 
então quando é utilizada para a prática de ilícitos de qualquer natureza. Confusão 
patrimonial é indistinção entre os patrimônios da pessoa jurídica e os patrimônios da pessoa 
natural. A desconsideração, no direito civil, exige requerimento da parte ou do MP nos 
processos em que ele intervém. Ela não funciona como punição, ela só vale naquele 
processo em que é determinada para satisfazer aquele credor daquela obrigação. No caso 
da desconsideração direta, recai direta ou indiretamente sob os sócios ou administradores 
que possuem benefícios. 
Há três modalidades de extinção da pessoa jurídica de direito privado: convencional, 
administrativa e judicial. A convencional é aquela deliberada pelos próprios membros da 
pessoa jurídica de direito privado, isso pode ocorrer em quase todas, exceto as fundações, 
que só são extintas judicialmente. A extinção administrativa só se aplica àquelas pessoas 
jurídicas que exigem uma autorização específica para funcionar, cassada a autorização, 
ocorre sua extinção. A extinção judicial pode ser extinta quando seu fim se tornar ilícito. 
Na fase de liquidação, a pessoa jurídica só pode receber créditos e pagar débitos, ela 
ainda tem personalidade jurídica. Ela subsiste apenas para esses fins. Encerrada a 
liquidação, é feito o cancelamento da inscrição do registro, aí ela perde a personalidade 
jurídica. 
 
● Bens jurídicos: 
São objetos das relações jurídicas, que se encontra no segundo livro da parte geral (e as 
prestações que se encontra na parte especial do código). Bem jurídico é tudo aquilo que é 
útil para as pessoas, seja físico ou ideal e de expressão econômica ou não e, por ser útil 
para as pessoas, é objeto de direito subjetivo (ex.: um carro, a integridade física). 
Prepondera o entendimento de que bem jurídico seria um gênero e coisa a espécie. Tudo 
aquilo que pode ser objeto de relação jurídica é bem jurídico. Já as coisas seriam os bens 
jurídicos com existência física e expressão econômica. Essa é a distinção mais aceita entre 
bem e coisa, de Caio Mario da Silva Pereira. Coisa está contido em bem jurídico. Todos os 
animais seriam coisas, os suscetíveis de serem apropriados seriam, também, bem jurídico. 
A classificação dos bens jurídicos está no art. 79 do CC. O código classifica os bens 
jurídicos utilizando três critérios. O primeiro critério, denominado pelo código de bens 
considerados em si mesmos, se leva em consideração características intrínsecas dos bens, 
por exemplo, se ele é material ou imaterial, consumível ou inconsumível. O segundo critério, 
denominado pelo código de bens reciprocamente considerados, se leva em consideração 
eventuais vínculos existentes em diferentes bens a fim de concluir se um deles é bem 
principal ou bem acessório. O terceiro critério, denominadopela doutrina de bens quanto ao 
titular do domínio, nos permite identificar se determinado bem é público ou privado. 
Usando o primeiro critério classificatório, inicialmente se identifica os bens corpóreos e os 
bens incorpóreos (eles não são mencionados no código porque a distinção entre eles é 
óbvia). Os bens imóveis e móveis tem uma distinção de maior importância trazido do direito 
da idade média. Nós tendemos a desprezar a propriedade móvel e dar maior importância ao 
bem imóvel. Os bens imóveis estão previstos no art. 79 e 80 do CC. A doutrina costuma 
classificá-los por imóveis por sua própria natureza, imóveis por acessão física (também 
chamada acessão industrial ou acessão artificial) e imóveis por determinação legal. Os 
imóveis por sua própria natureza são o solo e tudo aquilo que se incorpora ao solo. O 
imóvel por acessão física é tudo aquilo que o homem incorpora ao solo. Os imóveis por 
determinação legal são os direitos reais sobre imóveis e as ações que o asseguram e direito 
à sucessão aberta (independente da natureza dos bens que componham o bem 
sucessório). Esses últimos, a rigor, não são móveis nem imóveis, do ponto de vista 
naturalístico, pois são direitos e direito por essência é incorpóreo. A lei resolveu 
determiná-los imóveis para que se submetessem à mesma disciplina. Os bens móveis estão 
disciplinados nos art. 82, 83 e 84 do CC. A doutrina classifica os bens móveis por móveis 
por sua própria natureza, semoventes, móveis por determinação legal e móveis por 
antecipação. Os móveis por sua própria natureza são os bens suscetíveis, é tudo aquilo que 
o homem pode remover sem destruição da sua substância e da sua destinação econômica 
e social. Os semoventes são aqueles bens suscetíveis de movimento próprio, são os 
animais. Os móveis por determinação legal são energias que tem um valor econômico 
(energia elétrica) e os direitos pessoais de caráter patrimonial. Os móveis por antecipação 
são aqueles que, embora incorporados ao solo, se destinam a ser destacados do solo a fim 
de serem objetos de relações jurídicas autônomas (ex.: safras de vegetais que estão ainda 
pendentes mas se destinam a serem colhidos). Os materiais de construção são 
disciplinados no art. 81 e 84. As edificações transportadas ou podendo ser transportadas 
não perdem a condição de imóveis. Antes de serem integrados, os materiais de construção 
são bens móveis, depois de serem integrados passam a ser imóveis, retirados com o intuito 
de serem reintegrados no mesmo imóvel eles são imóveis, retirados definitivamente eles 
readquirem a condição de móveis. Os bens que não forem fungíveis são infungíveis, os 
fungíveis estão presentes no art. 85 do CC. Fungíveis são os móveis que podem ser 
substituídos por outros. Os bens imóveis são sempre infungíveis. O empréstimo de um bem 
infungível se faz através do contrato de comodato, o empréstimo de um bem fungível 
através de contrato mútuo. Os bens consumíveis estão previstos no art. 86 do CC. Os bens 
imóveis são sempre inconsumíveis. Os bens inconsumíveis são aqueles que suportam 
repetidas utilizações (ex.: carro), os consumíveis é destruído a cada vez que é utilizado (ex.: 
maquiagem, comida). Inconsumível não quer dizer, necessariamente, eterno, quer dizer que 
utilizar não implica destruir imediatamente. São também considerados bens consumíveis 
juridicamente os bens destinados a alienação (ex.: roupa). Os bens divisíveis estão 
previstos no art. 87 do CC. Os bens que não forem divisíveis são indivisíveis. Para que um 
bem seja divisível é preciso que ele possa ser fracionado sem prejuízo da sua substancia, 
sem redução do seu valor ou sem invalidação para o fim a que ele se destina. Um bem 
naturalmente divisível pode se tornar indivisível da própria natureza do bem, da convenção 
das partes ou da determinação legal. Os bens singulares são aqueles considerados na sua 
individualidade, os coletivos consistem numa pluralidade de bens singulares (ex.: distinção 
entre peixe e cardume). Os bens singulares podem ser simples ou compostos. O bem 
singular simples é aquele cuja coesão das partes integrantes retira a funcionalidade de cada 
parte integrante (ex.: livro). O bem singular composto é aquele cuja coesão das partes 
integrantes não retira a funcionalidade de cada parte integrante independentemente de 
emprego em outro bem (ex.: automóvel). Os bens coletivos podem ser universalidade de 
fato e universalidade de direito. Nas universalidades de fato, a formação é feita pelo próprio 
proprietário (ex.: biblioteca). A universalidade de direito é criada pela lei, a lei que determina 
(ex.: espólio). A universalidade de fato, por ser instituída pelo proprietário, pode ser desfeita 
a qualquer momento pelo próprio proprietário, a universalidade de direito só pode ser 
desfeita na forma da lei. 
O segundo critério de classificação são os bens reciprocamente considerados. Art. 92, 
CC. O bem acessório decorre do principal. Nenhum bem é principal ou acessório de si 
mesmo, sempre se tem que comparar dois bens. Em face do principio da gravitação 
jurídica, o acessório segue o principal mas o principal não segue o acessório. Quem é dono 
do bem principal, como regra, é dono do bem acessório. As pertenças tem um regime 
jurídico singular em relação aos demais acessórios. O CC diz que pertença não é parte 
integrante, que seria tudo que constitui um elemento essencial da coisa e não se pode 
separá-la sem destruir, deteriorar ou alterar. Art. 93 e 94, CC. As pertenças não se 
submetem ao princípio da gravitação jurídica. O CC não contém um conceito de frutos, mas 
pela doutrina, eles são utilidades produzidas periodicamente pelo bem principal cuja 
percepção (retirada) não altera a substância do bem principal. Eles podem ser classificados 
quanto a natureza e quanto a sua ligação com o bem principal. Quanto a sua natureza eles 
podem ser frutos naturais, industriais e civis. Os frutos naturais são os decorrentes da 
própria natureza. Os frutos industriais são aqueles decorrentes da atividade industrial 
humana. Os frutos civis são aqueles cuja percepção produz imediatamente uma renda. Os 
frutos quanto a sua ligação com o bem principal se qualificam em colhidos, pendentes e 
percipiendos. Os frutos colhidos são aqueles que já foram retirados, que podem ser 
consumidos (já foi utilizado) ou os estantes (armazenado). Os frutos pendentes são aqueles 
que ainda não foram colhidos pois ainda não chegou o momento de colhê-los. O fruto 
percipiendo não foi colhido, embora pudesse. Art. 95, CC. Os produtos são utilidades 
produzidas pelo bem principal cuja percepção altera a substância do bem principal. Quem 
disciplina as benfeitorias é o art. 96 do CC. As benfeitorias são obras realizadas na 
estrutura de um bem principal, objetivando conservá-lo, melhorá-lo ou preservá-lo. Elas não 
resultam no surgimento de um bem novo. As benfeitorias podem ser úteis, necessárias ou 
voluptuária. As benfeitorias necessárias são aquelas que são feitas para conservar um bem 
ou evitar a sua deterioração. As benfeitorias úteis são feitas para aumentar ou facilitar o uso 
do bem. As benfeitorias voluptuárias são feitas apenas para fins estéticos ou de lazer. 
CAPÍTULO II, CC. 
O terceiro critério diz quanto ao titular do domínio, entre bens públicos e bens 
particulares. Os bens públicos são classificados como bens de uso comum do povo, bens 
de uso especial e bens dominicais. Os bens de uso especial são aqueles destinados aos 
serviços e repartições públicas. Os bens dominicais não tem nenhuma afetação, o poder 
público é proprietário desses bens como particular fosse. Art. 99, CC. Pode ocorrer a 
afetação de um bem, a desafetação ou a mudança de afetação. Os bens dominicais são 
alienáveis, os outros bens são inalienáveis. Os bens públicos não se adquirem através de 
usucapião. CAPÍTULO III, CC. 
Bem de família deriva da ideia de preservar o que nós denominamos de patrimônio 
mínimo. São bens que importam para assegurar a dignidade da pessoa. O que mais 
caracterizaesse bem é a sua impenhorabilidade. Existem os chamados bem de família 
convencional e bem de família legal. O bem de família convencional está previsto nos 
artigos 1711 a 1722 do CC. Ele precisa ser formalmente instituído. Quem pode instituí-lo é a 
união estável, mas também pode ser instituído por um terceiro através de testamento ou 
doação. Isso ocorre por escritura pública (pelo casal ou doação em vida) ou testamento 
(após a morte). Esse bem tem limites, não pode exceder 1/3 do patrimônio líquido da 
família. Uma vez instituído o bem de família, esse bem perdura por toda a vida dos 
cônjuges e, após sua morte, até que todos os filhos se tornem capazes. Mesmo através do 
divórcio, não se extingue o bem de família. A administração desse bem compete a ambos 
os cônjuges, no caso da família monoparental caberá ao pai ou à mãe. O bem de família 
convencional é impenhorável por todas as dívidas posteriores à sua instituição, salvo por 
tributos ou obrigações condominiais. Ele também é, como regra, inalienável, só pode ser 
vendido no caso de comprovado necessidade, com autorização judicial por via do MP em 
consentimento dos interessados, ou caso se torne impossível a sua manutenção. A lei 
8.009/90 fala sobre o bem de família. O bem de família legal é o imóvel residencial da 
entidade familiar. Não se inclui na impenhorabilidade dos bens legais os veículos de 
transporte, obras de arte e adornos suntuosos. O individuo insolvente que adquire um 
imóvel mais valioso para se mudar não se beneficia dessa impenhorabilidade e o juiz pode 
transferi-la para a moradia anterior da pessoa. A penhorabilidade do bem de família legal é 
disciplinada pelo art. 3 da lei 8.009/90. Não há inalienabilidade no bem de família legal.

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