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BREVE ESTUDOS DAS AÇÕES E REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

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BREVE ESTUDOS DAS AÇÕES E REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
FILHO, Sergio Santos da Costa[footnoteRef:2] [2: 	Acadêmico de Direito pela Universidade Veiga de Almeida – E-mail: sergio.aloe@hotmail.com] 
RESUMO
	A Constituição Federal traz em seu texto a previsão de diversos direitos fundamentais, com a efetivação desses direitos nasce o dever do Estado de garantir tais direitos. Quando este mesmo Estado falha na garantia desses direitos, nasce a possibilidade de se recorrer ao judiciário com o objetivo de tornar efetivo seu exercício. Neste diapasão, os remédios constitucionais são instrumentos que visam assegurar tais direitos, através da tutela jurisdicional, com vistas ainda a sanar eventuais ilegalidades. De forma mais objetiva, pode-se dizer que os remédios constitucionais nada mais são do que garantias constitucionais aptas a garantir o exercício dos direitos garantidos na Constituição de 1988. O presente estudo tem por objetivo analisar esses procedimentos constitucionais, observando o cabimento de cada um deles. Para tal, desenvolveu-se a presente pesquisa pelo método exploratório, nodadamente pelo levantamento bibliográfico. Através da presente pesquisa foi possível analisar cabimento das ações constitucionais que visam salvaguardar direitos previstos na Constituição, bem como os legitimados ativos para cada modalidade dos remédios constitucionais e a competência para julgamento destes. 
Palavras-chave: 1. Direitos Coletivos 2. Constituição 3. Legitimidade 4. Competência.
INTRODUÇÃO
	Os Remédios Constitucionais configuram-se como instrumentos judiciais que visam proteger, ou, caso sejam violados, garantir o exercício dos Direitos Fundamentais previstos na Constituição de 1988. Assim, uma vez caracterizada a violação ou a iminência de se ter violado um direito seu, o cidadão brasileiro dispõe destes instrumentos, através dos quais poderá buscar a tutela jurisdicional para ter garantido o direito conforme previstos na Constituição Federal.
	É importante dizer que a nomenclatura “Remédios Constitucionais” não é encontrada em nenhum código, nem mesmo na própria Lei Maior. Trata-se de uma construção doutrinária para tornar mais fácil a compreensão ações, devidamente previstas na nossa Carta Magna. São eles: Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Segurança, Mandado de Injunção, Ação Popular.
	Feita essa breve introdução, passaremos a seguir ao estudo individual destes procedimentos.
METODOLOGIA
A metodologia empregada no presente trabalho foi a de levantamento bibliográfico, notadamente de materiais e artigos publicados sobre o tema e possui o fito de analisar as informações e compará-las, buscando compreender as nuances inerentes aos Remédios Constitucionais e como eles podem ser usados no ordenamento jurídico pátrio.
HABEAS CORPUS
	Com previsão no artigo 5ª, LXVIII da Constituição Federal, o Habeas Corpus é um procedimento cujo escopo é o de garantir o direito à liberdade e pode ser adotado sempre que uma pessoa tiver violado seu direito à liberdade ou quando estiver sob a ameaça de ter sua liberdade violada. O Habeas Corpus divide-se em duas modalidades distintas, a saber:
Habeas Corpus Liberatório: É a modalidade mais comumente adotada, isso porque seu objetivo é o de terminar uma violação à liberdade. Quando é adotada essa modalidade e o Habeas Corpus é concedido expede-se alvará de soltura e o indivíduo é posto em liberdade.
Habeas Corpus Preventivo: Diferente do primeiro caso, onde o cidadão encontra-se com a sua liberdade restringida, aqui o cidadão está sob sua ameaça, mas ainda não está consumado, dai a nomenclatura “preventivo”. Ele objetiva impedir que o indivíduo tenha sua liberdade violada.
	É legitimado para pedir os Habeas Corpus qualquer cidadão privado de sua liberdade ou sob sua ameaça, bastando tão somente elaborar uma petição ou mesmo documento simples que informe o nome da pessoa, qual o constrangimento sofre ou então porquê se sente ameaçado de ter ser constrangido e sua assinatura. É o que prevê o artigo 641§ 1o do Código Penal. 
	Deve-se destacar ainda que o Habeas Corpus é gratuito e que qualquer cidadão pode pedi-lo, sem a necessidade de um advogado. Ademais, a competência para julgamento do Habeas Corpus é do órgão judiciário hierarquicamente superior àquele que determinou a medida autora da restrição ou ameaça sofrida.
HABEAS DATA
	Com previsão legal no artigo 5º, inciso LXXII da Constituição, o Habeas Data é o remédio constitucional que objetiva garantir a uma pessoa o acesso às suas informações pessoais que estejam sob a tutela de entidades públicas ou governamentais, pode ser usada também com objetivo de corrigir os dados incorretos. 
	Assim como o Habeas Corpus, o Habeas Data é uma ação gratuita, cuja legitimidade é conferida a todo cidadão brasileiro. Difere-se da primeira pois aqui há a necessidade um advogado, não podendo o cidadão por si só acionar este remédio constitucional. Ademais, este procedimento destina-se a garantir o acesso aos dados pessoais da pessoa, e não de terceiros, ressalvada a hipótese de cônjuge falecido, onde poderá o cônjuge sobrevivente solicitar o acesso aos dados dele.
	Para ser adotado o Habeas Data é preciso que haja a tentativa de acesso aos seus dados pessoais junto ao órgão em posse das informações e a sua respectiva recusa. Sem essa recusa não é possível a impetração do Habeas Data. Uma vez recusado o acesso pelo órgão público, faz-se necessária a produção de uma petição inicial, cuja cópia será enviada ao órgão processado, que terá o prazo de 10 dias para prestar esclarecimentos. Findo prazo o Ministério Publico terá o prazo de 5 dias para se manifestar, e mais 5 dias para proferir sentença, sendo concebido o Habeas Data o juízo definirá uma data para ser disponibilizadas as informações pleiteadas.
MANDADO DE SEGURANÇA
	Trata-se de um instrumento cujo escopo é o de garantir direito líquido e certo, individual ou coletivo, violado por autoridade, através de uma ilegalidade ou ação inconstitucional.
	Assim como o acontece no caso do Habeas Corpus, o Mandado de Segurança subdivide-se em duas modalidades, vejamos:
Mandado de segurança repressivo: A autoridade pública já proferiu ato ilegal. Nasce a possibilidade de se utilizar o mandado de segurança para reprimir e sanar a injustiça.
Mandado de segurança preventivo: Se ainda não tiver acontecido o ato capaz de suprimir um direito, mas havendo indícios de que isso aconteça, nasce a possibilidade de ingressar com essa modalidade, com fito de impedir que aquele ato de ilegalidade se concretize e que o direito seja garantido.
	Tal como ocorre com os remédios constitucionais acima, tem legitimidade ativa os cidadãos brasileiros que tenham seu direito violado ou que acreditem que seus direitos estão em vias de serem violados. Porém, o mandado de segurança difere-se dos anteriores ao passo que este não é um procedimento gratuito. Assim como ocorre no Habeas Data, há a necessidade de atuação de um advogado para ingresso do Mandado de Segurança. 
	Destaca-se a possibilidade de pessoas jurídicas também utilizarem o mandado de segurança para garantia do seu direito. O mandado de segurança não se limita aos direitos individuais, podendo ser utilizado também em defesa de direitos coletivos, ou seja, nada impede que um grupo de pessoas[footnoteRef:3] entre com um mandado de segurança coletivo para proteger direito líquido e certo comum a todos eles, desde que esteja sendo violado por uma autoridade. Nessa modalidade recebe o nome de Mandado de Segurança Coletivo. [3: 	Por força do inc. LXX do artigo 5ª da CRFB estão autorizados a impetrar um mandado de segurança coletivo os partidos políticos; organizações sindicais; entidades de classe; e associações em funcionamento há mais de um ano.] 
MANDADO DE INJUNÇÃO
	De forma sintética, o Mandado de Injunção é o remédio constitucional que busca regulamentar uma norma constitucional nos casos em que os poderes competentes para tal não o fizeram. Nesse sentido, o pedido deve ser realizado por aquele que se viu prejudicado pela omissão do poder competente.Em outras palavras, esse remédio visa garantir efetividade e eficácia às normas programáticas, impedindo que o Estado se mantenha omisso perante elas.
	Importa ressaltar que a lei 13.300/2006 limita os efeitos desse remédio apenas àqueles que impetraram o mandado de injunção, com eficácia enquanto não houver norma regulamentadora daquele tema. 
	Tal como ocorre com o Mandado de Segurança, este remédio divide-se em coletivo e individual. Tem legitimidade ativa para o Mandado de Injunção coletivo o Ministério Público, organizações sindicais, a Defensoria Pública e os partidos políticos.
AÇÃO POPULAR
	Com previsão no inciso LXXIII do artigo 5º da Constituição, este Remédio Constitucional constitui uma forma de garantir o exercício da soberania popular ao povo, permitindo-lhe exercer papel de fiscalização do bem comum. Este instrumento é destinado à anulação dos atos que possam ser lesivos ao patrimônio público, ao meio ambiente ou à moralidade administrativa. A legitimidade ativa deste remédio, regulamentado pela lei 4.717, de 1965, é conferida a todo cidadão brasileiro. Apesar disso, por ser uma ação protetiva dos direitos coletivos, o maior beneficiado aqui não é o indivíduo que ingressou com a ação popular, mas sim a própria população. 
	Não obstante ser um remédio destinado a sanar os atos lesivos já praticados, é possível fazer uso da Ação Popular com vistas a evitar que um ato lesivo se concretize. Aqui confere-se a nomenclatura de Ação Popular Preventiva, pois adota o objetivo não de sanar o ato praticado mas impedir o ato lesivo seja praticado.
	Conforme dito, está legitimado todo cidadão brasileiro, incluindo todos os eleitores, mesmo que facultativo. Isto é, eleitores de 16 ou de 17 anos de idade também podem ingressar com uma Ação Popular. Trata-se de uma ação gratuita que apesar da obrigatoriedade de constituição de um advogado, inexiste a obrigatoriedade de pagamento de honorários sucumbenciais.
	Por fim, compete ao órgão de primeiro grau do Estado onde o ato foi praticado julgar a Ação Popular, cabendo ao Superior Tribunal Federal julgar somente os casos que possam dar origem a conflitos entre os entes federativos. SE julgada procedente o ato será invalidado e a instituição será condenada a pagar uma indenização, no caso de comprovado dolo ou a culpa no ato o Estado entrará contra eles com uma ação regressiva com objetivo de recuperar o valor da indenização paga.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Através da presente pesquisa tornou-se possível desenvolver uma melhor compreensão do que são os ditos Remédios Constitucionais. Não obstante, observou-se que tal nomenclatura desenvolveu-se para facilitar seu estudo, mas que a previsão legal se dá individualmente para cada procedimento, quais sejam o Habeas Corpus, o Habeas Data, o Mandado de Segurança, o Mandado de Injunção e a Ação Popular. Estudamos cada qual observando sua aplicabilidade, seu fundamento, sua legitimação e o órgão competente para seus julgamentos. Observamos que o que se refere à Ação Popular, sua legitimação admite menores de 18 anos, desde que maiores de 16, o que caracteriza uma exceção à legitimidade ativa frente aos demais atos processuais, cujo um dos requisitos é a capacidade civil plena. Não obstante, vimos que muitas vezes servem não só para solucionar uma violação praticada mas também para impedir que se pratique, recebendo a nomenclatura “preventiva”, e que a participação popular é fundamental para que se garanta um Estado Democrático, salvaguardando os direitos de todos. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLUME, Bruno André. O QUE É HABEAS CORPUS?. Disponível em: <https://www.politize.com.br/habeas-corpus/ > Acesso em: 08/06/2020
BLUME, Bruno André. O QUE É E COMO USAR O HABEAS DATA. Disponível em: <https://www.politize.com.br/habeas-data-o-que-e/ > Acesso em: 08/06/2020
BLUME, Bruno André. MANDADO DE SEGURANÇA: O QUE É E COMO USAR. Disponível em: <https://www.politize.com.br/mandado-de-seguranca-o-que-e/ > Acesso em: 08/06/2020
BLUME, Bruno André. MANDADO DE INJUNÇÃO: O QUE É?. Disponível em: <https://www.politize.com.br/mandado-de-injuncao-o-que-e/ > Acesso em: 08/06/2020
BLUME, Bruno André. O QUE É E PARA QUE SERVE A AÇÃO POPULAR?. Disponível em: <https://www.politize.com.br/acao-popular-o-que-e/ > Acesso em: 08/06/2020
MEDEIROS, Amanda. 6 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS QUE AJUDAM A PROTEGER OS SEUS DIREITOS. Disponível em: <https://www.politize.com.br/remedios-constitucionais-o-que-sao/ > Acesso em: 08/06/2020
SOBRENOME, Nome. Título do texto. Disponível em: < endereço do site > Acesso em: 08/06/2020

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