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16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 1/12 A Constituição Federal estabelece a possibilidade de apresentação de alguns instrumentos jurídicos que são conhecidos como remédios constitucionais, previsão esta que se mostra de extrema importância para que os sujeitos de direito possam se respaldar na Carta Magna quando se encontram em situações em que os seus direitos não estão sendo devidamente garantidos ou se encontram ameaçados. Este roteiro de estudos tem como como objetivo expor as especi�cidades de cada um desses instrumentos, ressaltando os principais pontos sobre cada um dos remédios, assim como a apresentação de indicações de leitura e vídeos que contribuirão para aperfeiçoar o conhecimento acerca dessa matéria. Portanto, propõe-se: a apresentar os remédios constitucionais: habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção, habeas data e ação popular; a compreender o reconhecimento desses instrumentos como remédios constitucionais; ao entendimento mais aprofundado sobre cada um desses instrumentos jurídicos; a apresentar as diferentes características e aplicabilidade dos remédios constitucionais; a re�exões acerca de seu uso. Introdução Neste roteiro de estudos, serão discutidos os instrumentos jurídicos que têm como principais objetivos sanar, corrigir ilegalidades ou abusos de poder que podem ameaçar os direitos dos Remédios Constitucionais Roteiro deRoteiro de EstudosEstudos Autor: Ma. Juliana Fabbron Marin Marin 16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 2/12 indivíduos, sendo eles o habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção, habeas data e ação popular, estando todos eles previstos no art. 5º da Constituição Federal, bem como em legislação infraconstitucional. Esses instrumentos, que são conhecidos como remédios constitucionais, são apresentados como forma de garantir que os sujeitos não tenham seus direitos e interesses prejudicados. Com base no exposto, torna-se importante a seguinte re�exão: por que esses instrumentos são assim nomeados? O que os torna remédios constitucionais? Remédios Constitucionais Conforme dispõe José Afonso da Silva (2019, p. 445), esses instrumentos jurídicos são “espécies de garantias, que, pelo seu caráter especí�co e por sua função saneadora, recebem o nome de remédios, e remédios constitucionais, porque consignados na Constituição”. Salienta-se que o reconhecimento desses instrumentos como remédios constitucionais não é uma previsão legal, visto que tanto na Constituição Federal quanto na legislação infraconstitucional são nomeados de maneira especí�ca. Trata-se, assim, de construção proveniente da doutrina. Essa e outras informações sobre esses instrumentos podem ser encontradas no site Politize, em artigo sobre os remédios constitucionais. Cada um desses remédios possui características especí�cas e uma importância própria na garantia de direitos. Neste roteiro de estudos, serão apresentados cada um desses instrumentos, seus pontos principais e a relevância que possuem no ordenamento jurídico brasileiro. Habeas Corpus O remédio constitucional habeas corpus está previsto no art. 5º, inc. LXVIII da Constituição Federal e também está disciplinado no Código de Processo Penal, mais especi�camente nos arts. 647 a 667. Conforme preconiza Silva (2019, p. 448), trata-se o habeas corpus de “remédio destinado a tutelar o direito de liberdade de locomoção, liberdade de ir, vir, parar e �car”. Mendes e Branco (2018, p. 443) complementam esse conceito argumentando que esse remédio “destina-se a proteger o indivíduo contra qualquer medida restritiva do Poder Público à sua liberdade de ir, vir e permanecer”. Portanto, o objetivo principal do habeas corpus é a proteção da liberdade de locomoção dos indivíduos (art. 5º, XV, CF), conforme pode-se veri�car a partir da redação do art. 5º, inc. LXVIII da CF e art. 647 do CPP. 16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 3/12 Art. 5º [...] LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (BRASIL, 1988, on-line). Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar (BRASIL, 1941, on-line). Muito embora se fale na proteção contra medidas do Poder Público, existem casos em que o habeas corpus poderá ser impetrado contra atos de particular. Como apontam Mendes e Branco (2018), um exemplo que pode ser citado acerca de restrição de liberdade provocada por particular é o de indevida internação em estabelecimentos que têm como �nalidade o tratamento do indivíduo, como hospitais, manicômios, dentre outros. O habeas corpus possui natureza de ação constitucional penal e, conforme dispõe o art. 654 do CPP, pode ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. Como argumentam Mendes e Branco (2018, p. 455) “as condições de titular do direito de habeas corpus (paciente) e impetrante não são necessariamente coincidentes”. Ainda no mesmo artigo, em seu §2º, �ca estabelecido que juízes e tribunais possuem competência para expedi-lo de ofício, quando no curso do processo veri�carem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal. Nesse sentido, Mendes e Branco (2018, p. 446) explicitam que “trata-se [...] de uma possibilidade de automático desempenho da proteção efetiva pelo Judiciário que extrapola, por de�nição, os rigores formais da noção processual da inércia da jurisdição”. Argumentam, também, que nesse caso de expedição de ofício, não se trata de mera faculdade, visto que “constatada a coação ilegal evidente, os juízes e os Tribunais pátrios têm o poder-dever de exercitar a jurisdição em consonância com os ditames da proteção judicial efetiva” (MENDES; BRANCO, 2018, p. 457). O habeas corpus, via de regra, é um remédio constitucional individual, de maneira que sua impetração visa à garantia do direito à liberdade de locomoção apenas daquele paciente em especí�co. Todavia, torna-se extremamente relevante salientar que ele também pode ser utilizado ao se buscar a defesa de direitos coletivos. Mendes e Branco (2018, p. 444) argumentam que “não parece haver impedimento para sua impetração na defesa de direitos coletivos, de forma semelhante ao que ocorre com o mandado de segurança”. Isso posto, esse instrumento, na modalidade coletiva, ainda se encontra em disputa, em decorrência da ausência de consenso no que tange à sua impetração. Tendo em vista que se trata de uma questão ainda em discussão, com decisões favoráveis e contrárias, o habeas corpus coletivo se mostra um interessante remédio constitucional a ser estudado e compreendido. 16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 4/12 ARTIGO O Cabimento do Habeas Corpus Coletivo na Ordem Constitucional Brasileira Comentário: A seguir, o documento trará mais informações que orientarão na compreensão acerca do habeas corpus coletivo. Trata-se de resposta a uma consulta realizada pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro acerca do cabimento do habeas corpus coletivo na Ordem Constitucional Brasileira. Leia atentamente para compreender sobre a possibilidade de impetração desse remédio constitucional. A C E S S A R Habeas Data O habeas data, previsto no art. 5º, inc. LXXII da Constituição Federal e na Lei n. 9.507/1997, é o remédio constitucional que “destina-se a assegurar o conhecimento de informações pessoais constantes de registro de banco de dados governamentais ou de caráter público, podendo ensejar a reti�cação de dados errôneos dele constantes (MENDES; BRANCO, 2018, p.471). O art. 1º, parágrafo único, da referida lei que regulamenta o habeas data, estabelece que “considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações”. Em resumo, visa que um cidadão tenha acesso a informações de caráter pessoal, que se encontram sob a guarda de entidades governamentais ou mesmo com entidades privadas que dispõem de banco de dados com caráter público. E para além do acesso às informações, busca a garantia de reti�cação de dados que se encontram inexatos sobre o cidadão, conforme preconiza o art. 4º da Lei n. 9.507/1997. Importante salientar que o direito de apresentação do habeas data nasce a partir da recusa das entidades do acesso à informação por parte do cidadão. Portanto, conforme estabelece o art. 2º da referida lei, primeiramente, será apresentado requerimento ao órgão ou entidade depositária do registro ou banco de dados e será deferido ou indeferido, no prazo de quarenta e oito horas. Após a tentativa de acesso e indeferimento do pedido, �ca o impetrante http://www.ttb.adv.br/artigos/parecer-hc-coletivo.pdf 16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 5/12 possibilitado de utilizar esse remédio constitucional com a �nalidade de acessar suas informações. Trata-se de instrumento que visa à proteção de direito personalíssimo do titular dos dados, podendo ingressar com habeas data o brasileiro nato ou naturalizado, assim como o estrangeiro. Ressalta-se que pessoa jurídica também está legitimada a impetrar esse remédio constitucional. E embora se trate de proteção de direito personalíssimo, consta em Silva (2019) que a jurisprudência (HD nº 001- DF) ampliou a possibilidade de apresentação do habeas data, permitindo que seja utilizado por herdeiros legítimos do titular dos dados ou por cônjuge supérstite. Portanto, como evidenciado, em alguns casos, a possibilidade de impetração é ampliada para além do titular dos dados e informações. ARTIGO O que é e como usar o Habeas Data Comentário: A seguir, a leitura trará mais informações que orientarão na compreensão acerca do habeas data. O artigo da web aborda o conceito, quem é legitimado para entrar com essa ação, em que condições pode ser pedido o habeas data e como funciona o seu processo. Leia atentamente o artigo proposto para saber mais detalhes sobre esse remédio constitucional. A C E S S A R Mandado de Segurança Trata-se de remédio constitucional assegurado no art. 5º, inc. LXIX, da Constituição Federal, de acordo com o qual “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público” (BRASIL, 1988, on-line). Esse instrumento jurídico protege, portanto, direito subjetivo individual líquido e certo e é o próprio titular do direito quem possui a legitimidade para impetrar esse remédio constitucional. Esse titular poderá ser pessoa física ou jurídica, https://www.politize.com.br/habeas-data-o-que-e/ 16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 6/12 privada ou pública que atue em defesa de seu direito líquido e certo; somam-se a esses titulares os estrangeiros que sejam residentes no Brasil. Conforme dispõe Silva (2019), o mandado de segurança possui natureza de ação civil e tem como objetivo a correção de ato ou omissão ilegal que decorre de abuso de poder, sendo oponível contra qualquer autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições públicas. Uma questão muito importante que deve ser levada em consideração é o tempo para que esse remédio constitucional seja apresentado. A Lei n. 12.016/2009, ao disciplinar o mandado de segurança, estabelece que o direito de requerer esse instrumento será extinto decorridos 120 dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado (art. 23). Além da modalidade individual do mandado de segurança, ora apresentada, também �ca prevista a sua modalidade coletiva, nos arts. 21 e 22 da Lei n. 12.016/2009 e no art. 5º, inc. LXX. De acordo com esse último dispositivo: Art. 5º [...] LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; (BRASIL, 1988, on-line). Conforme dispõe o art. 21, parágrafo único, da Lei n. 12.016/2009, os direitos protegidos por esse instrumento podem ser coletivos ou individuais homogêneos. E no que concerne ao prazo de apresentação, �ca estipulado o mesmo atribuído ao mandado de segurança individual. ARTIGO Mandado de Segurança: o que é e como Usar Comentário: A seguir, a leitura trará mais informações que orientarão na compreensão acerca do mandado de segurança. Leia atentamente o texto proposto para saber mais detalhes sobre esse remédio constitucional. A C E S S A R https://www.politize.com.br/mandado-de-seguranca-o-que-e/ 16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 7/12 Mandado de Injunção O art. 5º, inc. LXXI, da Constituição Federal estabelece que “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”. Com base nesse artigo, veri�ca-se que a ausência de regulação da norma é o que abre espaço para que esse remédio constitucional seja impetrado. O dispositivo constitucional que discorre sobre esse instrumento prevê apenas a sua modalidade individual, todavia, esse instrumento também pode ser aplicado na modalidade coletiva, conforme dispõe a Lei n. 13.300/2016, norma regulamentadora desse remédio constitucional. Importante ressaltar que a principal �nalidade desse remédio é a promoção da aplicabilidade da norma constitucional cuja regulamentação está ausente. Argumenta Silva (2019, p. 453) que o que se busca é “fazer com que a norma constitucional seja aplicada em favor do impetrante, independentemente de regulamentação, e exatamente porque não foi regulamentada”. Nesse sentido, quando os direitos, liberdades e prerrogativas estão devidamente previstos na Constituição, mas é falha a sua garantia, o caminho não é a impetração de mandado de injunção e sim de outros remédios e ações, dentre eles, o mandado de segurança. O mandado de injunção, ao ter como pressuposto a falta de norma regulamentadora, não leva em consideração apenas a falta total, inclui-se, também, a previsão de falta parcial. Nesse sentido, “considera-se parcial a regulamentação quando forem insu�cientes as normas editadas pelo órgão legislador competente” (BRASIL, 2016, on-line). De acordo com o art. 3º da Lei n. 13.300/2016, “são legitimados para impetrar o mandado de injunção as pessoas naturais ou jurídicas que se a�rmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º [...]” (BRASIL, 2016, on-line), portanto, prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. De acordo com o mesmo artigo, impetrado é o “Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar norma regulamentadora” (BRASIL, 2016, on-line). Argumenta Silva (2019) que esse instrumento está posto à disposição daqueles que se consideram titulares de qualquer um desses direitos, liberdades ou prerrogativas, mas que não podem ser concretizados pela ausência de norma regulamentadora. Importante ressaltar, também, o que estabelece o art. 8º, da Lei n. 13.300/2016, acerca dos prazos paraedição de norma regulamentadora, quando a injunção é deferida, e das condições para o exercício dos direitos. Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; 16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 8/12 II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. (BRASIL, 2016, on- line). Um aspecto importante acerca desse remédio constitucional se refere à sua e�cácia. De acordo com o art. 9º da mencionada lei, a decisão se limita às partes que compõem esse mandado de injunção. Todavia, o §1º desse mesmo dispositivo prevê a possibilidade de e�cácia erga omnes da decisão. De acordo com Mendes e Branco (2018, p 1.387), “a decisão em mandado de injunção, ainda que dotada de caráter subjetivo, comporta uma dimensão objetiva, com e�cácia erga omnes, que serve para tantos quanto forem os casos que demandem a superação de uma omissão geral do Poder Público [...]”. Quando na modalidade coletiva, o mandado de injunção pode ser promovido pelo Ministério Público, por partido político com representação no Congresso Nacional, por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano e pela Defensoria Pública, como dispõe o art. 12, incs. I a IV da referida lei que regulamenta o remédio constitucional. Ressalta-se, ainda, sobre o mandado de injunção coletivo, que os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria, conforme discorre o parágrafo único desse mesmo artigo. ARTIGO Mandado de Injunção: o que é? Comentário: A seguir, a leitura trará mais informações que orientarão na compreensão acerca do mandado de injunção. Leia atentamente o texto proposto para saber mais detalhes sobre esse remédio constitucional. A C E S S A R https://www.politize.com.br/mandado-de-injuncao-o-que-e/ 16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 9/12 Ação Popular Dispõe o art. 5º, inc. LXXIII, da Constituição Federal que “todo cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural [...]” (BRASIL, 1988, on-line). Além de previsão em dispositivo constitucional, a ação popular é regulada pela Lei n. 4.717/1965. De acordo com o art. 1º, §1º da referida lei, “consideram-se patrimônio público, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico” (BRASIL, 1965, on-line). Tanto a Constituição Federal quanto a lei especí�ca preveem que todo cidadão é parte legítima para propor a ação visando anular ato lesivo, mas é importante lembrar que o cidadão deve estar no gozo dos seus direitos políticos para que tenha a legitimidade de propor essa ação popular. Ainda de acordo com o art. 5º, inc. LXXIII, esta é uma ação gratuita, na qual o autor �ca isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência, exceto quando �ca comprovada a má-fé. Aqui, cabe salientar que, embora haja isenção de custas, para a propositura de uma ação popular, é obrigatória a contratação de advogado. A ação popular visa à defesa do interesse geral, da coletividade e não do interesse pessoal. Trata-se de instituto processual civil e possui caráter público, vez que defende a coisa pública, do povo, de maneira a bene�ciar a população de maneira geral. Conforme explicita Silva (2019, p. 466), “toda ação popular consiste na possibilidade de qualquer membro da coletividade, com maior ou menor amplitude, invocar a tutela jurisdicional a interesses coletivos”. O mesmo autor ainda argumenta que, para a propositura de uma ação popular, o cidadão “�ca investido de legitimidade para o exercício de um poder de natureza essencialmente política, e constitui manifestação direta de soberania popular consubstanciada no art. 1º, parágrafo único, da Constituição [...]” (SILVA, 2019, p. 466). Nesse sentido, como bem salientam Mendes e Branco (2018), a ação popular se mostra como um instrumento típico da cidadania. Além da forma repressiva da ação popular, que visa à anulação de ato lesivo, portanto, que já foi causado, é possível a apresentação desse instrumento na forma preventiva, cujo objetivo é justamente evitar que o ato lesivo venha a ser concretizado. 16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 10/12 ARTIGO O que é e para que Serve a Ação Popular? Comentário: A seguir, a leitura trará mais informações que orientarão na compreensão acerca da ação popular. Leia atentamente o texto proposto para saber mais detalhes sobre esse remédio constitucional. A C E S S A R Conclusão Discutiu-se, neste roteiro de estudos, as especi�cidades do habeas corpus (individual e coletivo), mandado de segurança (individual e coletivo), mandado de injunção (individual e coletivo), habeas data e ação popular, todos também conhecidos como remédios constitucionais. Com base em todo o conteúdo exposto, veri�ca-se que os remédios constitucionais se mostram extremamente necessários para a garantia dos direitos fundamentais que se encontram ameaçados ou que foram violados. Trata-se de proteção garantida constitucionalmente e que deve ser conhecida por todos os cidadãos para que possam gozar de seus direitos e garantias fundamentais previstos na própria Constituição Federal. Portanto, não se trata de simples conteúdo jurídico, mas de instrumentos que podem ter sua aplicabilidade no dia a dia dos indivíduos que veem seus direitos sendo prejudicados, seja por ilegalidade, abuso de poder, atos lesivos, pela negativa de acesso a informações ou pela ausência de normas que regulem o efetivo o exercício de seus direitos. Referências Bibliográ�cas BLUME, B. A. Mandado de injunção: o que é? Politize!, 19 jul. 2017. Disponível em: https://www.politize.com.br/mandado-de-injuncao-o-que-e/. Acesso em: 16 out. 2020. https://www.politize.com.br/acao-popular-o-que-e/ https://www.politize.com.br/mandado-de-injuncao-o-que-e/ 16/11/2020 Roteiro de Estudos https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 11/12 BLUME, B. A. Mandado de segurança: o que é e como usar. Politize!, 27 jun. 2017. Disponível em: https://www.politize.com.br/mandado-de-seguranca-o-que-e/. Acesso em: 16 out. 2020. BLUME, B. A. 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