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Manuella Soussa Braga 2018/2 - 4º período NORMAS DE RECEITUÁRIO A prescrição de medicamentos deverá ser realizada seguindo normas descritas na lei núm. 793 de 1943, em que diz que o cirurgião dentista está apto a prescrever desde que siga as normas estabelecidas. 1 TIPOS DE RECEITUÁRIO Existem, basicamente, três tipos de receituário que poderão ser utilizados na prescrição de medicamentos. São eles: receita comum (prescreve-se análgesicos e anti-inflamatórios), receita magistral (prescreve-se à farmácia de manipulação algum medicamento, como flúor, bochechos ou até mesmo antibióticos) e receita de medicamentos sujeitos ao controle da VISA (para medicações que requerem controle especial de sua venda [antiga carbonada] - antibióticos - e medicações que requerem a chamada notificação de receita). 2 NORMAS LEGAIS DO RECEITUÁRIO Toda receita, independente do tipo, deverá ser escrita à tinta, legível, obedecendo a nomenclatura de pesos e medidas oficiais . Além disso, deve conter a posologia ( forma de tomada do medicamento ) e duração total do medicamento. Deve-se colocar o nome e o endereço do paciente e, por fim, é necessário colocar a data e a assinatura do profissional ( deverá ser manuscrita ), seguido do endereço do consultório/residência, número do CRO/CRM. No caso de receitas comuns que não apresentam o nome do profissional, este deverá carimbar o seu nome e o CRO, seguido de sua assinatura. Caso a receita comum já tenha a sua identificação (nome, CRO e endereço), assinar é o bastante, não necessitando do carimbo. 3 LEI DOS GENÉRICOS Em 1999 surgiu a lei dos genéricos. Essa lei diz que toda receita só poderá ser prescrita se contiver o nome genérico do medicamento, ou seja, o seu princípio ativo. O tylenol, por exemplo, representa o nome fantasia do medicamento que tem como princípio ativo - e portanto nome genérico - o paracetamol. A prescrição com o nome genérico do medicamento permite que o paciente tenha maior poder de escolha na compra do mesmo, pois ele poderá optar pela indústria farmacêutica de preferência ou pelo menor preço, por exemplo. No entanto, o Congresso criou uma ementa na qual diz que, em âmbito particular (nos consultórios), o profissional poderá optar por colocar na receita ou o nome genérico ou o nome fantasia. Entretanto, em âmbito público, o profissional só poderá prescrever o medicamento pelo seu nome genérico. 4 RECEITA COMUM MODELO DE RECEITA COMUM → Indicação do profissional + especialidade etc. → Número do CRO. → Nome e endereço do paciente. → Determinação se o medicamento é de USO EXTERNO (todas as formas de administração que não sejam Manuella Soussa Braga 2018/2 - 4º período via oral) ou USO INTERNO (via oral). INSCRIÇÃO: → Nome do medicamento (GENÉRICO). → Concentração (p. ex. 4mg, 100mg). → Quantidade (p. ex. 1 caixa, 10 comprimidos). ORIENTAÇÃO AO PACIENTE: → Doses (tomar quantos comprimidos?) → Horários (de quantas em quantas horas?) → Precaução (existe alguma?) DATAR, CARIMBAR e ASSINAR O cirurgião dentista não pode prescrever qualquer medicamento. A lei restringe a prescrever medicamentos de uso não odontológicos. Além disso, nunca pode deixar espaços em brancos na receita, portanto, deve-se passar um traço, pois pode ocorrer do paciente completar esse espaço com outro medicamento ou situação parecida. É necessário, também, sempre pedir ao paciente ou fazer a leitura da receita junto a ele, para evitar dúvidas. E, de preferência, faça duas vias dessa prescrição (a original entrega ao paciente e a outra deixe anexado ao prontuário dele). FORMATO DE UMA RECEITA COMUM IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL Especialidade CRO/CRM End. Consultório/Residência *Serviço Público: constar nome/end e cada profissional deverá ter seu carimbo para identificação. CABEÇALHO: Nome + Endereço do paciente. USO EXTERNO/USO INTERNO INSCRIÇÃO: nome genérico, concentração e quantidade. ORIENTAÇÃO: doses, horários, precauções etc. DATA, CARIMBO e ASSINATURA (à tinta e a próprio punho). → EXEMPLOS Nimesulida (100mg - 6 comprimidos) Tomar 1 (um) comprimido a cada 12 horas durante 3 dias. Paracetamol (concentração - quantidade) Tomar 1 (um) comprimido a cada 6 horas em caso de dor por no máximo 24 horas. 5 RECEITA MAGISTRAL As receitas magistrais são aquelas destinadas às farmácias de manipulação. Enquanto o receituário comum necessita de nome e endereço do paciente, essa não apresenta tal necessidade. Nessa receita, não explica ao paciente como fazer uso do medicamento, portanto, deve ser acompanhada de uma receita comum para a inscrição e devida orientação. Manuella Soussa Braga 2018/2 - 4º período MODELO DE RECEITA MAGISTRAL Ao farmacêutico, Preparar para [NOME DO PACIENTE] a seguinte solução, [medicamento + inscrição] 6 RECEITAS DE MEDICAMENTOS CONTROLADOS PELA VISA As receitas de controle especial ficam retidas na farmácia. Após determinado período, o farmacêutico deve entrar no sistema da VISA e notificar que tal CD de CRO tal fez tal prescrição de tal medicamento. Isso serve para um maior controle da vigilância acerca das prescrições que o profissional está realizando. 6.1 MEDICAMENTOS QUE REQUEREM A NOTIFICAÇÃO DE RECEITA A1 e A2 drogas entorpecentes A3, B1 e B2 drogas psicotrópicas C2 drogas retinóicas C3 drogas imunossupressoras A amarela B azul C branca → RECEITAS DO TIPO B Apenas as receitas do tipo B ( receituário azul) poderão ser utilizadas pelo cirurgião dentista. Para ter o direito de utilizar, o profissional deverá entrar na página da VISA e fazer um cadastro junto a uma solicitação desse tipo de receituário. Após solicitar, dirige-se à vigilância com a documentação e comprovante de endereço do consultório e diz omotivo da ida (interesse em prescrever na receita azul). A VISA gera um número de Manuella Soussa Braga 2018/2 - 4º período registro e essa receita só é válida em âmbito estadual, ou seja, no estado em que se fez o requerimento. Tem um limite de folhas impressas e o seu número vem junto ao registro. Além disso, a receita é válida por 30 dias e qualquer um pode retirar o medicamento da farmácia, desde que mostre seu documento e assine que o retirou. → É um documento personalizado e intransferível. → Deve-se ir à VISA solicitar a notificação de receita azul. → Cada receita tem um número sequencial que é necessário para imprimi-la. → Cada notificação só pode ter uma substância. → O documento deve ser legível e sem rasuras. → Se tratamento injetável: é permitido no máximo 5 ampolas. → Se tratamento oral: durar no máximo 60 dias (1 cx contém 10 comp. = 6 cx). Em casos de furtos ou extravios, é necessário realizar o boletim de ocorrência e levar na vigilância sanitária. São duas vias, em que uma via fica com a farmácia e a outra fica com o paciente. Tem validade de um mês. 6.2 MEDICAMENTOS QUE REQUEREM RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL (antibióticos) Nesse receituário, o antibiótico poderá ser prescrito simultaneamente ao anti-inflamatório. Além disso, a sua validade é de apenas 10 dias. A via que permanece na farmácia deverá conter a idade do paciente que fará uso do antibiótico. 7 MEDICAMENTOS GENÉRICOS O medicamento de referência é proveniente de indústrias pioneiras que introduzem a droga no mercado. Para ter o devido reconhecimento, a ANVISA concede à empresa o direito de explorá-lo comercialmente com exclusividade por 15 a 20 anos (patente). Após isso, outras indústrias farmacêuticas são liberadas para produzirem tal medicamento. Manuella Soussa Braga 2018/2 - 4º período O medicamento genérico é aquele que contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país, apresentando a mesma segurança. São feitos testes de bioequivalência. Por não precisar pagar pela patente ou comprar o princípio ativo na mão da indústria pioneira, teve-se um barateamento dos medicamentos (também se dá por não ter marketing e pouco investimento em pesquisa). Na embalagem dos medicamentos genéricos não apresenta o nome fantasia (marca), sendo indicado pelo seu princípio ativo e precisa ter um G. Por fim, é preciso ter as mesmas características, eficácia e segurança do medicamento de referência. → O QUE É PRECISO PARA REGISTRAR UM MEDICAMENTO GENÉRICO É preciso comprovar a sua bioequivalência (capacidade de produzir o mesmo efeito) e a biodisponibilidade (capacidade de alcançar um sítio de ação dele nos receptores). Além disso, devem ser anexados à documentação de registro da VISA. O medicamento similar não passa pelos testes de bioequivalência e biocompatibilidade.
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