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RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA- Considerações Iniciais


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RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA
1. Considerações iniciais sobre a falência 
Fallere faltar com o prometido
 omissão 
 falta do cumprimento do que foi assumido
“Impossibilidade de o devedor arcar com a satisfação de seus débitos, dada a importância de seu patrimônio para a geração dos recursos e meios necessários aos pagamentos devidos.” Campinho, 2020, pág.25
A falência “propões uma solução para a empresa comercial arruinada: ou liquida ou proporciona a sua recuperação.” Requião
Lei 11.101/2005: 
A falência poderá ser falência-liquidação: processo de falência
 falência- recuperação: processo de recuperação
 
Objetivo: preservar e otimizar a utilização do ativo daquele devedor falido, havendo uma ordem de preferência no momento de alienação dos bens (art.140)
Alienação da empresa: venda em bloco do estabelecimento
Venda do negócio em partes
Venda dos bens físicos da empresa e 
Venda dos bens individualmente considerados
Obter recursos para pagamento de credores + Preservação da empresa, função social + Saneamento do mercado 
“A diretriz do legislador ordinário, ao estabelecer multiplicidade de instrumentos recuperatórios, cumpre norma maior, com vistas a atender à função social da propriedade e do incentivo à atividade econômica (CF88, arts. 170, II, e 174). Das normas constitucionais decorre o objetivo da tutela recuperatória em Juízo: atender à preservação da empresa, mantendo, sempre que possível, a dinâmica empresarial, em seus três aspectos fundamentais: fonte produtora, emprego dos trabalhadores e interesses dos credores.” Negrão, 2020, pág.165
2. Considerações sobre a recuperação judicial
“Um somatório de providências de ordem econômico-financeira, econômico-produtivas, organizacionais e jurídicas, por meio das quais a capacidade produtiva de uma empresa possa, da melhor forma, ser reestruturada e aproveitada, alcançando uma rentabilidade autossustentável, superando, com isso, a situação de crise econômico-financeira em que se encontra seu titular, permitindo a manutenção da fonte produtora, do emprego e composição dos interesses dos credores.” Campinho, 2020, pág.32
 Concordata x Recuperação JudicialConsiderada mais eficiente; 
Prevalece a autonomia privada das partes, passa por uma avaliação judicial que não retira a autonomia; 
Objetivo: aprovação, por parte dos credores e devedor, de plano cm finalidade de viabilizar a empresa
+
Papel do magistrado: verificar as disposições legais aplicadas ao caso, guardião da lei
Contrato judicial; Busca evitar a falência; 
Decreto Lei de Falência de 1945;
Empresário apresentava proposta de dilação de prazos de vencimento de seus débitos, para evitar a falência, chamada de concordata preventiva, ou para suspendê-la, concordata suspensiva; 
Extinta com a nova lei de falência, 2005, substituída pela recuperação judicial e extrajudicial; 
Sentença do juiz substituía a vontade dos credores
DISPOSIÇÕES COMUNS DA RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA
1. Sujeito Passivo
Empresário
“Pessoa física ou jurídica que exercer profissionalmente, ou seja, com habitualidade e fim lucrativo, atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços no mercado.” Campinho, 2020, pág.36
Agente econômico? Aqueles que não se enquadram no conceito de empresário, porém exercem atividade econômica (sociedade simples, algumas associações). 
Desenvolvimento do conceito:
“Fase subjetiva-corporativista
Nos primórdios do Direito Comercial sua principal característica era ser um direito da classe dos comerciantes, em função das poderosas ligas e corporações de ofício. Nessa fase, as pendências comerciais eram decididas por magistrados (cônsules) eleitos entre os próprios mercadores.
Fase eclética
Com a expansão universal do comércio e o surgimento de novas atividades, mostrou-se necessária, para a fixação da competência dos cônsules, a delimitação da matéria do comércio, isto é, além do ato de intermediar mercadorias, entendeu-se que havia outros que deviam ser considerados mercantis para o fim de se sujeitarem a esses tribunais, tais como a atividade de câmbio, a atividade bancária, as letras cambiais e outros negócios que mantinham conexão com os atos de pura mercancia. Já não era, portanto, a qualidade de comerciante que importava (conceito subjetivo), mas sim sua atividade (conceito objetivo), dando origem à segunda fase evolutiva. Esse
período intermediário entre a fase subjetiva e a fase objetiva denominou-se fase eclética, época em que os tribunais comerciais, destinados a julgar questões em virtude da qualidade das pessoas (comerciantes), passaram a decidir em razão dos atos praticados (atos reputados comerciais).
Fase objetiva
Também denominada fase napoleônica, teve início com o liberalismo econômico. Aqui o ato de comércio – cujo número e hipóteses estavam fixados em lei – era facultado a todos os cidadãos. Extinguem-se todas as corporações de ofício por se considerarem resquícios de uma sociedade feudal (Lei Le Chapelier, de 14-6-1791, na França; Decreto de D. Pedro IV, de 7-5-1834, em Portugal). Foi sob a influência desse período que se instituiu o Código Comercial brasileiro (Lei n. 556, de 25-6- 1850) e o Regulamento n. 737, de 1850, no qual se estabelecia quais eram os atos comerciais por natureza ou profissionais: a compra e venda ou troca para vender a grosso ou a retalho, operações de câmbio, banco e corretagem, empresas de fábrica, de comissões, de depósito etc.
Fase subjetiva-empresarial
Este é o período no qual o Direito Comercial hoje se encontra, uma vez que, com o advento do novo Código Civil, há a expressa adoção dos conceitos elaborados a partir do Código Comercial alemão de 1861. No estágio atual leva-se em conta novamente o subjetivismo. A pessoa do empresário, isto é, aquele que exerce profissionalmente qualquer atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços, é o centro do novo conceito empresarial, não se considerando o conceito histórico do comerciante (aquele que intermedeia a produção e o consumo), nem a prática de determinados atos definidos como comerciais (conceito objetivo), mas a qualidade daquele que exerce atividade empresarial.” Negrão, 2020, pág.56/57
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
3. Juízo competente
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
Principal estabelecimento X Sede
Tanto a doutrina3 como a jurisprudência4 possuem divergência na interpretação dessa regra de competência e, volta e meia, ocorrem longas discussões processuais em ações de falência e/ou de recuperação judicial , unicamente para resolver-se qual é o juízo territorial competente para presidir o feito concursal. Ora se entende pela competência do juízo do local onde se encontra a sede administrativa (efetiva) do devedor, ora reputa-se que deve a ação seguir no juízo do lugar em que se localiza o "centro vital da empresa" (corrente adotada na maioria dos casos pelo STJ). Fonte: https://www.migalhas.com.br/depeso/257431/a-lei-de-recuperacao-e-falencia-de-empresas-lei-11101-05-e-o-criterio-de-competencia-territorial-do-juizo-concursal-uma-proposta-de-mudanca 
 
Prevenção do juízo:
Critério de competência absoluta (STF)
Encerramento das atividades?
Alteração do estabelecimento?
Matriz no exterior?