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DESENHO TÉCNICO MECÂNICO AULA 2 Prof. Marcelo Staff 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula abordaremos as projeções ortogonais e vistas em perspectiva isométrica. Estas são muito importantes para a leitura e interpretação de desenho técnico na construção de peças de equipamentos mecânicos. Além dos aspectos teóricos, também abordaremos diversos problemas práticos para que possamos entender melhor de que modo os conteúdos estudados podem ser aplicados. CONTEXTUALIZANDO Precisamos desenvolver determinado produto que deverá ser fabricado em outros países. O que fazer para manter a mesma qualidade e funcionalidade desse produto, sendo este sempre semelhante à sua criação? Para essa solução, devemos ter os desenhos dos objetos que devem obedecer às normas internacionais de sistema de projeção ortogonais. Nesse sistema, temos que representar a peça em vista de 2D. É importante que o desenho técnico esteja representado na vista frontal, na vista superior e na vista lateral. Isso faz com que, quem for fabricar, entenda o que está sendo pedido em todo o projeto. Vamos, então, conhecer as Normas ABNT que representam as vistas dos objetos que fazem parte do Desenho Técnico Mecânico. “A disciplina de Desenho Técnico, mesmo fazendo parte das matérias do básico das engenharias, é uma ferramenta imprescindível para formação profissional dos engenheiros que utilizam o desenho para criar, transmitir, interpretar e analisar informações” (Moraes, 2001). TEMA 1 – PROJEÇÃO ORTOGONAL: PRIMEIRO DIEDRO 1.1 Definição de projeção ortogonal A projeção ortográfica, na prática, pode ser feita de duas formas, conforme a NBR 10209-2 – Desenho técnico – Norma geral. No primeiro diedro, imagine- se vendo a peça por meio da vista lateral de um dos lados do cone. Em seguida, ao se tombar o cone, é possível ver a vista frontal, conforme a Figura 1. cand Highlight cand Highlight cand Highlight 3 Figura 1 – Primeiro diedro Nos desenhos, a representação de qualquer peça será feita por sua projeção sobre um plano. A Figura 2 mostra o desenho das vistas da peça. Figura 2 – Projeção do primeiro diedro No primeiro diedro, o objeto estará tombado. Na Figura 3, podemos verificar três vistas ortográficas de uma mesma peça que garantem sua representação. São denominadas vista frontal (VF), vista superior (VS) e vista lateral esquerda (VLE). O sistema de projeção no primeiro diedro é conhecido como Método Alemão ou Método Europeu. É adotado pela norma alemã DeutschesInstitutfürNormung (DIN) e também pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 4 Figura 3 – Projeção do primeiro diedro Figura 4 – Como olhar a peça para desenhar no primeiro diedro O observador está olhando para peças nas três vistas ortogonais. A vista frontal apresenta mais detalhes da peça. Temos a vista superior, quando o observador olha na parte de cima da peça. Outra vista importante é a vista lateral esquerda, que mostra a peça vista de lado, conforme a Figura 5. Figura 5 – Projeção ortogonal cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 5 TEMA 2 – PROJEÇÃO ORTOGONAL: TERCEIRO DIEDRO No terceiro diedro, imagine-se vendo a peça por meio de um dos lados do cubo. O desenho da vista será arrastado. No terceiro diedro, o plano de projeção está situado entre o observador e o objeto. O sistema de projeção no terceiro diedro (Figura 6) é conhecido como Método Americano, e é adotada pela norma norte-americana American National Standards Institute (ANSI). Figura 6 – Projeção de um objeto no teceiro diedro Na projeção do terceiro diedro, a vista frontal continua sendo a principal. Figura 7 – Representação do terceiro diedro Observe a Figura 8. Nota-se que a vista lateral direita está representada como a vista traseira do carro, e a vista lateral esquerda como a frente do carro. A vista superior está representada como a vista do teto do carro, sendo importante ver onde fica localizada essa vista. cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 6 Figura 8 – Vista em terceiro diedro Crédito: Magnon Oliveira. Para saber se o desenho está fazendo a devida representação no terceiro diedro, é necessário identificar na legenda, conforme Figura 9. Observe, na Figura 9, a comparação das peças desenhadas no primeiro e terceiro diedro, sendo somente a posição em que as peças são desenhadas. Figura 9 – Desenho em primeiro e terceiro diedro A vista de frente deve ser a principal ou que indique a posição de montagem no desenho de conjunto, e escolhe a vista para ser frontal, aquela em que aparece menos linhas tracejadas. TEMA 3 – COMO DESENHAR AS VISTAS ORTOGONAIS A peça da Figura 10 é desenhada em três vistas ortogonais do primeiro diedro. É importante definir as vistas frontal, superior e lateral. cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 7 Figura 10 – Bloco Nota-se que as vistas estão alinhadas para fazer os batimentos das linhas entre a vista frontal, a vista superior e a vista lateral direita. Na Figura 11, são estabelecidas linha em baixo de linha. É necessário manter o espaçamento igual entre as vistas frontal com superior e vista frontal com a vista lateral esquerda. Figura 11 – Distribuição das vistas A peça representada na Figura 12 possui uma face inclinada, vela como fica o rebatimento das vistas. As peças, agora, estarão sendo representadas apenas no primeiro diedro. Figura 12 – Peças com superfície inclinada cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 8 As vistas sempre têm que estar nessas posições para poder rebater as linhas, sendo linha embaixo de linha, conforme Figura 13. Figura 13 – Peças com plano inclinado Representação do eixo em duas vistas ortogonais, conforme Figura 14. Sempre que a peça for cilíndrica e não apresentar detalhes, como rasgos e furos, podemos desenhar somente duas vistas. Figura 14 – Peças cilíndricas TEMA 4 – USO DAS LINHAS TRACEJADAS E LINHAS DE CENTRO As linhas tracejadas são usadas quando o detalhe de uma não está visível, conforme pode ser visto nas Figuras 15 e 16. cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 9 Figura 15 – Linhas tracejadas Figura 16 – Superfície invisível Nos desenhos em que aparecem furos, utilizamos as linhas tracejadas e a linha de centro, composta de traços e pontos. As linhas de centro são usadas para indicar os eixos. Quando a vista for frontal de um furo, usa-se a linha de centro, cruzando uma com a outra. Os desenhos da Figura 17 mostram aplicações das linhas de centro. cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 10 Figura 17 – Linhas de centro Nota-se que peças com rasgos simétricos são representados com linhas de centro, conforme Figura 18. Figura 18 – Peças com linhas de centro TEMA 5 – DESENHO DE PERSPECTIVA ISOMÉTRICA Devido à dificuldade de visualização do desenho técnico, podemos fazer a peça em 3D, ou seja, em uma perspectiva isométrica. Para fazer os desenhos de perspectiva ortogonal, desenha-se a origem e depois as linhas de base a 30°, conforme Figura 19. Figura 19 – Origem da perspectiva cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 11 Faz-se um paralelepípedo que contenha as maiores dimensões da peça, sendo a altura, a largura e o comprimento conforme a Figura 20. Figura 20 – Dimensão do paralelepípedo Analisando as vistas da figura, a vista 1 é a vistafrontal e, a vista 2, a lateral esquerda. Figura 21 – Estágio 1 No estágio, podemos tirar o pedaço do paralelepípedo mostrado na Figura 22. Figura 22 – Bloco Olhando para a vista lateral esquerda (vista 2), foi retirado mais um pedaço do paralelepípedo, conforme mostra a Figura 23. cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 12 Figura 23 – Vista de perspectiva A seguir, estão as últimas fases das vistas dadas com a forma espacial já obtida. Pode-se concluir pelo corte final, mostrado na Figura 24, e, pela peça final, conforme Figura 25. Figura 24 – Bloco Figura 25 – Bloco final Nos desenhos de perspectiva isométrica, não aparecem linhas tracejadas. 5.1 Peças cilíndricas Veja todas as posições da perspectiva de peças cilíndricas. O círculo pode ser inscrito em um quadrado, conforme mostra a Figura 26. cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 13 Figura 26 – Perspectiva cilíndrica Na Figura 27, está disposto o círculo na vista superior, indicando a posição que deve ser colocado o compasso para fazer o raio da peça. Figura 27 – Vista superior Na Figura 28, no passo 1, utiliza-se o esquadro de 60° para traçar uma linha fina partindo do vértice superior. Figura 28 – Círculo na vista superior Nos passos 3 e 4, vira-se o esquadro e traça-se a linha partindo do vértice, fazendo os cruzamentos da linha para centralizar o compasso, conforme a Figura 29. cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight cand Highlight 14 Figura 29 – Centro do círculo Nos passos 5 e 6, coloca-se a ponta seca do compasso e faz-se a abertura do raio para, então, traçar o arco. Nos passos 7 e 8, traça-se o arco correspondente, conforme a Figura 30. Figura 30 – Sequência do traçado Adota-se o mesmo procedimento com o esquadro de 60° para traçar as linhas de centro, para fazer a elipse nas vistas lateral esquerda e lateral direita, conforme as Figuras 31 e 32. Figura 31 – Face da peça Figura 32 – Face da peça cand Highlight cand Highlight 15 Em peças cilíndricas, temos que traçar as linhas auxiliares formando um paralelepípedo, conforme a Figura 33. Figura 33 – Eixo A seguir, temos várias posições do cilindro. Os passos da Figura 34 mostram a sequência de elaboração do desenho da elipse que representa o círculo em perspectiva. Figura 34 – Cilindro A Figura 35 mostra um exemplo de como fazer raios nas peças, de modo que as linhas concordem com as linhas do contorno. 16 Figura 35 – Usando setores de circunferências isométricas para desenhar concordâncias Observe, a seguir, alguns exemplos de peças desenhadas em perspectiva. A Figura 36 mostra os passos. Figura 36 – Desenho completo da perspectiva FINALIZANDO Nesta aula aprendemos a representar graficamente os desenhos dos objetos em vistas planas de 2D. Para que o desenho tenha uma linguagem universal, é importante fazer as vistas e seu rebatimentos conforme os diedros. O Brasil e a maioria dos países usam o sistema de desenhar no primeiro diedro. Os países de origem inglesa usam o terceiro diedro. 17 Sempre que a peça tiver furos e rasgos, indicar com linhas de centro, ou seja, traço e ponto passando pelo centro dos furos, assim fica mais fácil a visualização. Para um melhor entendimento da peça a ser desenhada, podemos fazer a perspectiva isométrica. Nota-se que todos os desenhos devem estar conforme esses procedimentos para que haja uma interação entre os quatros cantos do mundo. cand Highlight 18 REFERÊNCIAS CRUZ, M. D. Desenho técnico. São Paulo: Érica, 2014. _____. Desenho técnico mecânico: conceitos, leitura e interpretação. São Paulo: Érica, 2010. CRUZ, M. D.; MORIOKA, C. A. Desenho técnico: medidas e representação gráfica. São Paulo: Érica, 2014. LEAKE, J. M.; BORGERSON, J. L. Manual de desenho técnico para engenharia: desenho, modelagem e visualização. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Desenho técnico e AutoCad. São Paulo: Pearson, 2013. SILVA, A. S. Desenho técnico. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. SILVA, A.; RIBEIRO, C. T.; DIAS, J. SOUSA, L. Desenho técnico moderno. 4. ed. Rio de janeiro: LTC, 2014. ZATTAR, I. C. Introdução ao desenho técnico. Curitiba: InterSaberes, 2016.
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