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Avaliação de Impactos Ambientais final

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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
1. Introdução
1.1 Meio Ambiente.
Para fins biológicos, meio ambiente é caracterizado por todos os componentes vivos e não-vivos relacionados com a vida na Terra. Desta forma o meio é composto pela vegetação, rochas, atmosfera, animais e microrganismos. Fazem parte também os recursos naturais, como a água, fenômenos climáticos e o ar, radiação, magnetismo e descarga elétrica. Todos estes componentes se correlacionam e interagem de forma que um exista pela ação do outro. Para auxiliar nas relações destes componentes, os ciclos biogeoquímicos contribuem para que os elementos químicos presentes no meio, interajam com o meio ambiente e com os seres vivos, garantindo que esses elementos fluam pela atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera. 
O conceito de ambiente no campo do planejamento e gestão ambiental é amplo e maleável, ele inclui natureza e sociedade vivendo em conjunto, pode ser aprendido e moldado de acordo com as perspectivas de interesse. O meio se faz presente na obtenção de recursos essenciais á sobrevivência demandados pelo processo de desenvolvimento socioeconômico e também fornece vida através da manutenção de funções ecológicas essenciais, assim o conceito de ambiente oscila entre dois polos “fornecedor de recursos” e “fornecedor de vida”, portanto o meio ambiente não se limita apenas defender, proteger e permanecer intacto, mas também como potencial de recursos que renova as formas de desenvolvimento.
1.2 Poluição
A partir do momento em que a concepção de ambiente foi gradualmente assimilada como meio de vida e não somente como recurso natural, os problemas ambientais surgiram. Foi classificado com negatividade qualquer ato danoso referente ao meio e aos seres vivos. Nesse contexto surge a poluição, definida como “A introdução do homem direta ou indiretamente, de substancias ou energia no ambiente, resultando em efeitos deletérios capazes de por em risco a saúde humana, causar danos aos recursos vivos e ecossistemas e prejudicar ou interferir com as atrações e outros usos legítimos do meio ambiente” (OECD 1974). Assim nos anos de 1975 e 1976, São Paulo e Rio de janeiro, declaram suas leis para o controle da poluição ambiental:
Art. 1º - Para efeito deste decreto-lei, considera-se poluição qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que direta ou indiretamente:
I – seja nociva ou ofensiva à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações;
II – crie condições inadequadas de uso do meio ambiente para fins públicos, domésticos, agropecuários, industriais, comerciais e recreativos;
III – ocasione danos à fauna, à flora, ao equilíbrio ecológico, às propriedades públicas e privadas ou à estética;
IV – não esteja em harmonia com os arredores naturais.
(Decreto Lei Estadual Rio de Janeiro nº 134-75, art. 1) 
Considera-se poluição do meio ambiente a presença, o lançamento ou a liberação, nas águas, no ar ou no solo, de toda e qualquer forma de matéria ou energia, com intensidade em quantidade, de concentração ou com características em desacordo com as que forem estabelecidas em decorrência desta lei, ou que tornem ou possam tornar as águas, o ar ou o solo:
I - impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde;
II - inconvenientes ao bem-estar público;
III - danosos aos materiais, à fauna e à flora;
IV - prejudiciais à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais, da comunidade.
(Lei Estadual de São Paulo nº 997-76.)
Com definições estabelecidas surgiu a possibilidade de medir a poluição e estabelecer padrões ambientais onde é demonstrado com clareza os direitos e deveres do poluidor e do fiscal (órgão publico), assim como da população. Surge também a abertura de campo para estudos científicos que definem a capacidade do meio, criando assim parâmetros ambientais. Notou-se que há inúmeras atividades humanas que causam perturbação ambiental que não cabia ao conceito geral de poluição, portanto ele foi complementado pelo termo impacto ambiental.
1.3 Impacto Ambiental 
Por muitas vezes o termo impacto ambiental está associado a algum dano cometido a natureza, segundo o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº01 de 23-01-1986 “Qualquer intervenção humana direta ou indiretamente, que altere as propriedades químicas, físicas e biológicas do meio ambiente”, porém essa concepção é apenas uma parte de sua real definição. Segundo Wathem1988, “A mudança de um parâmetro ambiental, num determinado período e numa determinada área, que resulta de uma dada atividade, comparada com a situação que ocorreria se essa atividade não tivesse sido iniciada”, ou seja, o impacto deveria ser avaliado não comparando a situação futura com a atual, mas sim comparando duas situações futuras hipotéticas: aquela sem a presença do impacto com a situação decorrente do acontecimento. Na pratica, nem todas as situações permitem empregar esse conceito e acaba sendo usado o conceito operacional, onde se compara a situação futura com um indicador do presente. Portanto impacto ambiental é qualquer alteração no meio ambiente, seja ela positiva ou negativa, que resulte em atividades, produtos e serviços. Quando comparado a poluição é importante ressaltar algumas diferenças: 
· Poluição tem somente a conotação negativa, enquanto impacto ambiental pode ser positivo ou adverso.
· Poluição direciona-se a matéria ou energia.
· Ações humanas causam significativo impacto ambiental sem que esteja ligada a emissão de poluentes.
· A poluição é umas causas do impacto ambiental, mas existem outros impactos além do ato de poluir.
Os impactos ambientais podem ser classificados em :
· Sonoro
· Visual
· Atmosférico 
· Degradação do solo
· Degradação dos Recursos Hídricos 
· Impactos sobre a Biodiversidade 
2. Avaliação dos Impactos Ambientais
O termo “Avaliação de Impacto Ambiental” surgiu a partir da legislação que criou esse instrumento de planejamento ambiental, National Environmental Policy Act- NEPA, a lei de politica ambiental dos Estados Unidos. A lei requer uma declaração detalhada sobre o impacto ambiental de iniciativas do governo, essa declaração se tornou necessária para a aprovação de novos projetos que possam causar impacto significativo. O objetivo da avaliação de impacto ambiental é identificar, prever e comunicar informações sobre as consequências de determinada ação sobre a saúde e o bem-estar (Munn,1975). Já no âmbito politico é assegurar que o processo faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta, mostrando suas alternativas, onde os resultados sejam expostos de maneira clara para uma tomada de decisão (Moreira,1993). De modo geral AIA, é apresentada de modo de analítico ou como processo, na função de antever as possíveis consequências de uma decisão. Apesar do caráter preventivo, o AIA também pode ser aplicado em ações e eventos passados, o objetivo da analise é com dos danos realizados pelo processo, ou seja, busca a comparação da situação atual com uma que já houvera existido. Os métodos de avaliação do impacto ambiental visam identificar, coletar e organizar dados, permitindo sua apresentação de forma visual e de fácil interpretação (ANDREAZZI & MILWARD-DE-ANDRADE, 1990), dentre os principais métodos empregados para avaliar os mais utilizados são: ad hoc,checklists, matrizes, overlays, redes e modelagem (MAGRINI, 1989; SILVA, 1994 b).
2.1 Avaliação De Impactos Ambientais – Brasil 
Os primeiros estudos elaborados no Brasil foram correlacionados aos projetos hidrelétricos em 1970. Uma década marcada por grandes expansões econômicas, trazendo para o mercado econômico a Amazônia (transamazônica) e o cerrado (barragem de Itaipu).O AIA se firmou no Brasil a partir da legislação federal, com aprovação da lei da Politica Nacional do Meio Ambiente, de 1981, fortalecida pelo art 225 da Constituição Federal de 1998
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum dopovo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
3. Principais Etapas do processo
O processo de modo geral passa por uma sequencia padrão de:
· Apresentação da proposta: O processo é iniciado quando determinada iniciativa ou projeto é apresentado para aprovação ou analise.
· Triagem: Seleção dentre as diversas ações humanas aquelas que possuem potencial de gerar uma alteração ambiental significativa.
· Determinação do Escopo do Estudo de Impacto Ambiental: Apresentação da abrangência e profundidade dos estudos que vão ser feitos.
· Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental: Atividade central do processo de avaliação, demanda mais tempo e recursos e estabelece as bases para viabilidade ambiental do empreendimento.
· Analise técnica do estudo de Impacto Ambiental: O projeto deve ser analisados por terceiros, normalmente uma equipe técnica do órgão governamental.
· Consulta publica : 
· Decisão: tradição politica de jurisdição, se a proposta é aceita ou não. 
· Monitoramento e Gestão Ambiental: Após uma decisão positiva, a implementação deve ser acompanhada visando diminuir os impactos negativos e aumentar os positivos.
· Acompanhamento: Resulta numa série de medidas que visam o comprimento de todos os compromissos assumidos pelos envolvidos.
· Documentação: série de documentos necessários.
Segundo Canter (1966), os métodos se dividem em três categorias: matrizes, redes e listas de verificação – check list. Já Jain et al (1993), estabelece seis categorias Ad hoc; Superposição (de mapas, cartas etc.); Listas de verificação; Matrizes; Redes; Combinações assistidas por computador. Além dos já apresentados Tommasi (1994), também menciona modelos de simulação matemática. 
· Método ad hoc: modelos matemáticos destinados a representar a estrutura e funcionamento de modelos ambientais. A técnica necessita de um grupo de especialistas de diversas áreas com função de avaliar e oferecer alternativas para a ação.
· Listagens de Controle (check-lists): variam de uma simples relação de impactos até a descrição do mesmo, com os principais pontos assim possibilitando uma comparação de alternativas (MOTA, 2000)
· Matrizes: são elementos bidimensionais que relacionam atividades de execução aos impactos causados.
· Redes de interação: através deste modelo é possível dispor de maneira a relacionar impactos de segunda e terceira ordem e assim por diante.
· Modelos de simulação : ferramentas precisas para previsão de impactos ambientais, modelo matemático que simula o comportamento de uma ou mais variáveis ambientais (James 1993).
4. Estudo de caso
Rompimento de barragem em Mariana
No ano de 2015, a barragem de Fundão da mineradora Samarco, rompeu despejando lama contaminada sobre o Distrito de Bento Ribeiro, no município de Mariana, Minas Gerais. O ocorrido matou 19 pessoas e provocou um grande impacto ambiental.
Impactos ambientais causados pelo rompimento da barragem da mineradora SAMARCO:
· Morte de peixes e microrganismos: O primeiro impacto visível em meio aquático foi a morte dos peixes em razão a falta de oxigênio. Além da morte dos peixes, microrganismos e outros seres vivos foram afetados.
· Assoreamento e desvio do curso dos rios: A lama liberada pelo rompimento se depositou nos leitos de rios da região e devido o grande volume, acabou ocasionando o desvios do curso de alguns desses rios e o soterramento de nascentes.
· Morte da vegetação e contaminação do solo: Além das mortes associadas aos rios, houve também a perda de toda vegetação próxima ao local e até a perda de uma grande parte de mata ciliar. Os resíduos de mineração causou a desestruturação química e alteração do pH do solo. 
· Ecossistemas marinhos: Através do Rio Doce, a lama seguiu para o Espírito Santo e atingiu também a vida marinha. Os mais afetados nesse caso foram os Zooplânctons e os Fitoplânctons.
· População envolvida: Além da perda de bens matérias e das mortes dos moradores das localidades próximas a barragem. Os sobreviventes sofreram com a falta de água, devido a constatação de que esta estava imprópria para consumo. Porém não foram apenas os moradores de Mariana que sofreram, mas sim todas as comunidades próximas ao Rio Doce.
4.1 Impactos do Rompimento em números:
- 663km de rios e córregos;
- 1.469 hectares de vegetação;
- 207 das 251 edificações de Bento Ribeiro;
- 600 famílias, as quais ficaram desabrigadas. 
5. Conclusão 
A Avaliação de Impacto Ambiental pode ser entendida como o ato de prever alterações que podem ocorrer no ambiente a partir de determinada ação proposta no presente, ou seja, “é o processo de identificação das consequências futuras de uma ação atual proposta” (IAIA, 2015). Esse processo é o ato de identificação de futuras consequências em relação a medidas tomadas no presente, sendo uma ferramenta de planejamento que visa minimizar impactos decorrentes das atividades antrópicas. É uma ferramenta importante para a preservação dos recursos naturais e biodiversidade, como também para a manutenção da qualidade de vida humana. As ações antrópicas geram diversos impactos em vários compartimentos do ambiente, sendo a maioria deles de grande de grande magnitude ambiental, portanto deve haver uma identificação, avalição e monitoração para que o mesmo seja reduzido, nesse âmbito o AIA é uma ferramenta de extrema importância uma vez que age como controle na gestão ambiental, auxiliando na administração de atividades ou empreendimentos danosos ao meio ambiente.
6. Referencias 
· ANDREAZZI, M. A. R.; MILWARD-DE-ANDRADE, R. Impactos das grandes barragens na saúde da população – uma proposta de abordagem metodológica para a Amazônia. In: Forest’ 90, Simpósio Internacional de Estudos Ambientais em Florestas Tropicais Úmidas, Manaus. Anais... Rio de Janeiro, Biosfera, 1990
· BRIZON, TÁSSIA. Desastre de Mariana: Cientistas analisam os impactos ambientais, entre os quais os resultantes da devastação de ecossistemas. Disponível em : https://www.ecodebate.com.br/2018/09/14/desastre-de-mariana-cientistas-analisam-os-impactos-ambientais-entre-os-quais-os-resultantes-da-devastacao-de-ecossistemas/amp/
· CANTER, L. W. Environmental Impact Assessment. 2. ed. New York: McGrawHill, 1996.
· CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente
· JAIN, R. K. et al. Environmental Assessment. New York: McGraw-Hill, 1993.
· JAMES, A. An Introduction to Water Quality Modeling. 2. ed. New York
· LOPES, LUCIANO. O rompimento da barragem de Mariana e seus impactos socioambientais. Mestrando da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense - UFF - em Parceria com o Núcleo de Ciências do Poder Judiciário - NUPEJ
· MOREIRA, I.V.D. (1993). A experiência brasileira em avaliação de impacto ambiental.
· MAGRINI, A. Avaliação de Impactos Ambientais e a região amazônica, In: Curso: Impactos Ambientais de Investimentos na Amazônia – Problemática e Elementos de Avaliação. Manaus: Projeto BRA/87/021 – SUDAM/PNUD/BASA/SUFRAMA e Projeto BRA/87/040 – ELETRONORTE/PNUD, 1989.
· MOTA, S. Introdução à Engenharia Ambiental. 2. ed. Rio de Janeiro: ABES, 2000.
· MUNN, R.E. (1975). Environmental impact assessment: principies and procedures.
· Sanchéz, Luis. Avaliação de Impacto Ambiental- Conceitos e métodos. 2 ed. São Paulo, 2005.
· TOMMASI, L. R. Estudo de Impacto Ambiental. São Paulo: CETESB, Terragraph Artes e Informática, 1994.

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